Você está na página 1de 12

A VEZ DE UM PACTO PLANETÁRIO *

• Benedicto Silva * ABSTRACT: Afier the Stockholm Conference, held by the


Diretor do CECAPE - Centro de Coordenação das United Nations Organization in 1972, the awareness of the
Atividades de Proteção Ecológica da Fundação vital need of the environmental preservation started to
Getúlio Vargas. spread throughout the planet. At same year, the Getulio
Vargas Foundation started the translation and publication
* RESUMO: Após a Conferência de Estocolmo, promovida
of a selected and specialized bibliography on the subject, In
his article, the author summarizes the environ'ment pro-
pela Organização das Nações Unidas em 1972, começou a
blems, first item of the world agenda, aiming to find a path
difundir-se no Planeta Terra a conscientização da necessi-
to the Sustainable Development and the general Welfare of
dade vital de preservação do meio ambiente. Nesse mesmo
the humanity. The author's conclusion is the evidence that
ano, a Fundação Getúlio Vargas deu início à tradução e pu-
a Planetary Pact is now essencial.
blicação de seleta bibliografia especializada no assunto. O
autor sintetiza em seu artigo a problemática do meio am-
biente, primeiro item da agenda mundial, e, objetivando o
* KEY WORDS: Sustainable Development, Ecology, demo-
graphic explosion, environment, poverty.
encontro de uma via para o Desenvolvimento Sustentável e
o bem-estar geral da humanidade, conclui com a evidência
de haver chegado a vez de um Pacto Planetário. "O texto do presente estudo é uma oereãorevista e ampliadada
conierência, proferidapeloautor, no dia 9 dejulho de 1992 a tüu-
* PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Sustentável, Eco- lo ae aberturado SimpósioMeio Ambiente e Saúde do T~abalha-
dor, então promooidopela AssqciaçãoBrasileirade Medicina do
logia, explosão demográfica, meio ambiente, pobreza. Trabalho.

14 Revista de Administração de Empresas São Paulo, 33(2):64-75 Mar.lAbr. 1992


A VEZ DE UM PACTO PLANETÁRIO

o PRIMEIRO ITEM DA AGENDA MUNDIAL Brundtland prontamente levantou os


meios financeiros e selecionou os recursos
o movimento ambientalista é o pri- humanos necessários para compor a Co-
meiro item da Agenda do Planeta Terra. missão e atacar as respectivas atividades.
É notório, indiscutível, que, nos últimos Inicialmente, os governos de oito paí-
anos, os povos de todos os países se têm ses, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Ho-
preocupado, mais e mais, com as causas e landa, Japão, Noruega, Suécia e Suíça -
os efeitos da poluição ambiental.
Coube naturalmente à Organização das
Nações Unidas institucionalizar o movi- Já foram identificadas e
mento. Para isso, a ONU promoveu, entre discutidas as várias causas que
várias outras, as medidas seguintes: em
1972, a Conferência de Estocolmo sobre o concorrem para a poluição
Meio Ambientei em 1977, a Conferência
progressiva do planeta, dentre
de Nairóbi sobre Desertificação, em conse-
qüência da qual criou o Programa das Na- as quais se salientam a
ções Unidas para o Meio Ambientei em
explosão demográfica, a
dezembro de 1983, por força de uma deci-
são da Assembléia Geral, a Doutora Gro pobreza, a desertificação, o
Harlem Brundtland, Primeira-Ministra da
Noruega, foi nomeada pelo Secretário Ge-
desmatamento e a emissão de
ral das Nações Unidas para constituir e gases na atmosfera.
presidir a Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento.
Tratava-se de um apelo alarmante da os chamados "países patrocinadores" pe-
Assembléia Geral das Nações Unidas, la Comissão -, propiciaram os recursos
com a finalidade de: financeiros. Paralelamente, os governos
de outros oito países, Alemanha (Repú-
• propor estratégias ambientais de longo blica Federal), Arábia Saudita, Camarões,
alcance, a fim de obter um desenvolvi- Chile, Hungria, Itália, Omã e Portugal, fi-
mento sustentável por volta do ano zeram contribuições espontâneas. A Co-
2000i missão recebeu também contribuições
• recomendar maneiras para que a preo- significativas da Fundação Ford, da Cor-
cupação com o meio ambiente se tradu- poração Carnegie de Nova York, da Fun-
za em ampla cooperação entre todos os dação [ohn D. e Catherine MacArthur, da
países: World City Foundation e de várias outras
• detectar meios e abordagens pelos fontes. Sem contar os 15 membros da
quais a comunidade internacional pos- equipe principal de trabalho e os 14 inte-
sa enfrentar, simultaneamente, e com grantes da equipe de serviços gerais e de
eficiência, os problemas do desenvolvi- apoio, a Comissão compunha-se de 22 fi-
mento econômico e social e a preserva- guras representativas de outros tantos
ção do meio ambiente. países de todos os continentes.
Os trabalhos da Comissão desenvolve-
Observe-se que a Comissão Mundial ram-se de 1° de outubro de 1984 a 20 de
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento março de 1987, compreendendo reuniões
foi constituída por iniciativa e sob os aus- em Jacarta (Indonésia), Oslo (Noruega),
pícios das Nações Unidas, mas como enti- São Paulo e Brasília (Brasil), Vancouver,
dade independente. A responsabilidade Edmonton, Toronto, Ottawa, Halifax e
de criá-la, porém, foi cometida àquela mu- Quebeq (Canadá), Harare (Zimbábue),
lher extraordinária - verdadeiro expoente Nairóbi (Quênia), Moscou, Berlim Oci-
máximo do gênero humano - que a de- dental, Tóquio e Genebra.
sempenhou com brilho e exemplar eficiên- Para ajudá-la em três de suas princi-
cia. Juntamente com o seu Vice-Presiden- pais áreas de investigação - energia, in-
te, Doutor Mansour Chalid, sudanês (ex- dústria e segurança alimentar - a Comis-
Presidente do Conselho de Segurança das são criou três painéis consultivos integra-
Nações Unidas em 1972), a Doutora dos por 36 especialistas de renome.

C 1993. Revista de Admlnistr~deErnpresas I EAESPI FGV.São Paulo;I@~I. 65


i1.:!1 AMBIENTAL

NOSSO FUTURO COMUM "A Pobreza" como tema título do Relatório


sobre o Desenvolvimento Mundial 1990.
Ao cabo de 30 meses de esforços, son- Com as informações pertinentes de 121
dagens, debates, consultas e pesquisas, a países, de Moçambique (PNB de US$ 100
Comissão publicou, em abril de 1987, o per capita) à Suiça (PNB de US$ 27.500 per
seu,,~oso relatório, Nosso futuroeomum, capita), coletadas pelo Banco Mundial, os
?:,~~ento internacional de m~r. iín" seus economistas elaboraram um texto de
'~~atéentão surgido sobre o t~~" ' 271 páginas, compostO~~~~e.capítulos,
"A presidente da Comissão abre'0,pre-' 35 gráficos e 45 tabe1~~2"S~'"
fácio dO':telatório com o pará'gíiáf()'s,€- As causas e os efeWt:fS'c;la pobreza são
guinte: "Uma agenda global para mudança - identificados e analisados ao longo des-
foi o que se pediu à Comissão Mundial sobre se documento, formando um cenário
Meio Ambiente e Desenvolvimento". inestimável pela riqueza e fidedignida-
E foi para debater a Agenda Global para de das informações, variedade dos as-
a Mudança que as Nações Unidas, com a pectos focalizados e lógica da análise e
cooperação das chamadas Organizações das conclusões.
Não-Governamentais, convocaram e rea- Com efeito, o Relatório descortina a
lizaram, em junho de 1992, no Rio de Ja- complexidade do tema, repleto de contra-
neiro, a maior conferência planetária da dições e incertezas. Por exemplo: o traba-
história, cujos ecos ainda estão palpitan- lho, sem dúvida a principal fonte de pro-
do no noticiário do mundo. dução de riqueza, é também o recurso
Hoje, às vésperas da passagem do mi- básico da pobreza. Em princípio, o au-
lênio,poucas pessoas haverá que ainda mento das legiões de"pol:l,resimplica ne-
nãc.Ieram nem ouviram nada sobre as cessariamente o au.met}.toA4iessa insubsti-
consêqÜências pré-catastróficas da.polui- tuível fonte de produç~,-lintretanto, tan-
ção'ambiental. gidos pela inseguranç!l"-econômica, pelas
Através da palavra escrita e falada, os indignidades da miséria, inclusive pela
modernos meios de comunicação - jor- compulsão da fome, os pobres são força-
nais, revistas e, sobretudo, o rádio e a te- dos a "virar-se", utilizando predatoria-
levisão - já possuem tal poder e alcance, mente os recursos naturais.
que tocam em todos os habitantes de to- Por outro lado, a pobreza é a realidade
dos os países. Mesmo que esteja em tra- mais dura e desumana do Planeta, por-
balho de mineração a mil metros de pro- que a sua crueldade recai principalmente
fundidade, ou a bordo de uma nave es- sobre os seres mais expostos aos seus
pacial, o homem permanece ligado ao efeitos: as crianças e as mulheres.
resto do mundo, podendo ouvir, ver e Na Visão Geral, capítulo introdutório,
transmitir notícias e imagens. Por outro o Relatório do Banco Mundial adverte:
lado, as informações acumuladas, com- "Nada poderia ser mais prioritário para as
provadas e difundidas sobre as realida- autoridades mundiais do que a redução da
d,esameaçadoras da sobrevivência da es- pobreza."
,I).~ciehumana são tão sérias, tão inquie- Infelizmente, o Brasil ainda permanece
tantes, que não encontram portas fecha- na faixa dos países em.que predomina a
das, afetando praticamente a humanida- pobreza. O PNB percapita do Brasil tem
de inteira. crescido, mas a renda continua concen-
Já foram identificadas e discutidas as trada nas mãos da minoria.
várias causas que concorrem para a polui- Na série de relatórios sobre o desen-
ção progressiva do planeta, dentre as volvimento, o Banco Mundial focaliza,
quais se salientam a explosão demográfi- cada ano, um aspecto distinto do desen-
ca, a pobreza, a desertificação, o desmata- volvimento econômico mundial. Em
mento e a emissão de gases na atmosfera. 1990, o tema foi "A Pobreza"; em
1991,"0 desafio do desenvolvimento";
A POBREZA em 1992, "O Meio Ambiente e o Desen-
volvimento". No relatório de 1992, as
A pobreza é, de longe, a causa mais economias nacionais são divididas em
complexa da poluição do planeta. Por isso quatro níveis de renda per capita (PNB-
mesmo é que o Banco Mundial escolheu 1990), a saber: renda baixa, até US$ 620;
--------------------------------------------------~~. A VEZ DE UM PACTO PLANETÁRIO

renda média baixa, de US$ 621 a US$ o Brasil já é classificado como país de
2.465; renda média alta, de US$ 2.466 a renda média alta. Apesar disso, a distri-
US$ 7.620;renda alta, de US$ 7.621 para buição de sua renda continua extrema-
cima. mente desigual. Não há dados referentes
Para se caracterizar bem a situação da a 1965. Em 1989, porém, a participação
pobreza no Brasil, país em desenvolvi- dos 10% dos brasileiros considerados
mento, basta comparar quantítativamen- mais ricos foi de 46; a dos 20% conside-
te a respectiva distribuição de Tenda per rados ricos, 63; a dos 40% considerados
capita e outros indicadores com os de um pobres, 8; e a dos 20% considerados mais
país industrializado, como a Suécia, por pobres, apenas 2.
exemplo. Atente-se para os contrastes seguintes:
Com efeito, o confronto exemplificati- no ano em apreço, 1989, aos 20% dos
vo de alguns indicadores sócio-econômi- mais ricos tocaram, respectivamente,
cos da Suécia e do Brasil (ver tabela 1) 37% e 63% do PNB na Suécia e no Brasil.
põe em destaque o contraste da qualida- Ao passo que, na mesma ordem, tocaram
de de vida das respectivas populações. 8% aos mais pobres na Suécia e apenas
A Suécia é um país de renda alta, cuja 2% no Brasil.
distribuição tende para o igualitarismo: Embora ainda existam na Europa e no
de 1965 para 1989, a participação dos Oriente Médio vários países de renda
10% dos suecos considerados mais ricos média anual per capita inferior a US$
baixou de 29 para 21; a dos 20% conside- 2.500,como a Síria, a Turquia, a Romênia
rados ricos baixou de 45 para 37. Ao pas- e a Polônia, é nos países da África sub-
so que, no mesmo período, a participação saariana, do Leste e Sul da Ásia, do Nor-
dos 40% dos suecos considerados pobres te da África e da América Latina que se
subiu de 15para 21; e dos 20%considera- concentra a pobreza.
dos mais pobres subiu de 5 para 8. Somadas, as populações dos 43 países

Tabela 1:

Brasil e Suécia: indicadores básicos


Indicadores Suécia Brasil
sócio-econômicos" 1965 1989 1965 1989

1. Renda média per capita 2.740 21.710 270 2.540


em US$
2. Distribuição percentual da renda
por grupos
Os 10% mais ricos 29 21 46
Os 20% ricos 45 37 63
Os 40% pobres 15 21 8
Os 20% mais pobres 5 8 2
3. Expectativa de vida (anos) 73,9 77,4 57,9 68,6
4. Nº de habitantes por médico 910 387 2.500 1.080
5. Mortalidade Infantil 13,3 5,6 103,6 59,9
por mil habitante
6. Ingestão diária de calorias 2.880 3.007 2.415 2.709
"World Bank. Social indicators of development 1990. Baltimore, london, Johns
Hopkins University Press, 1991. Páginas 4D-1 (Brasil) e 296-7 (Suécia).

67
AMBIENTAL

classificados pelo Banco Mundial como Tal estratégia, aliás, já está sendo imple-
"economias de baixa renda", isto é, ren- mentada em alguns países - na Indonésia
da média anual per capita de até US$ 620, e na Malásia, por exemplo - propiciando
totalizam 3.058,3 milhões de seres hu- melhoria de condições de vida aos pobres.
manos, mais da metade da população O investimento em serviços de saúde e
mundial. educação permite-lhes aproveitar plena-
Fazem parte desse grupo de países a mente as oportunidades assim criadas.
China, com 1.133,7 milhões de habitan- No Brasil também houve aumento de
tes, a índia, com 849,5 milhões, a Indoné- produtividade, mas ainda não se deu a de-
sia, a Nigéria, o Paquistão e Bangladesh, vida expansão aos serviços de saúde e
cada qual com mais de 100 milhões, e educação.
mais 37 países de populações menores,
todos asiáticos ou africanos, com as úni- A DESERTIFICAÇÃO E O DESMATAMENTO
cas exceções do Haiti e Honduras, que
pertencem à América Latina. É daro que O reino vegetal é a principal fonte de
há famílias e indivíduos ricos, até milio- recursos insubstituíveis de que a espécie
nários, em todos eles, mas a maioria ab- humana depende para sobreviver. Desde
soluta é formada de pobres. que o mundo é mundo, a mãe natureza
As informações constantes desse docu- está à disposição do homem, prodigali-
mento demonstram que é possível com- zando-lhe ervas, folhas, plantas, flores,
bater a pobreza de modo rápido, politica- cereais, frutas, cascas, lenha, madeira pa-
mente sustentável, mediante uma estraté- ra fins de alimentação, aquecimento, tra-
gia composta de duas práticas de suma e tamento de saúde, vestuário, fabricação
igual eficácia: de móveis, utensílios, construção de mo-
radias, locais de trabalho etc.
a. a utilízação produtiva do trabalho, o Imemorial e universal, essa prática só
principal bem de que os pobres dis- recentemente começou a chamar a aten-
põem; ção dos observadores, movidos pelas no-
b. a prestação de serviços básicos aos po- tícias da desertificação e do desmatamen-
bres, em especial atendimento médico, to de áreas cada vez mais extensas em to-
planejamento familiar, nutrição, edu- dos os continentes. Foi assim, quase re-
cação primária, abastecimento de água pentinamente, que surgiu a ameaça da
e saneamento. hecatombe ambiental.
Sem especificar a super-
fície total de terras já de-
sertificadas, nem a super-
fície total de terras já des-
matadas, o relatório Nosso
Milhões de hectares futuro comum indica, quan-
titativamente, os milhões
de hectares de terras pro-
dutivas transformados em
desertos, bem como os mi-
lhões de hectares de flo-
300
restas abatidos, cada ano.
A fim de demonstrar as
proporções e o avanço da
200 desertificação, o Relatório
apresenta os seguintes da-
dos: a cada ano, 6 milhões
100 de hectares de terras pro-
dutivas são transforma-
dos em desertos estéreis.
Significa isso que, em 30
1987 2017 anos, a área desertificada
ANOS cobrirá 2.170.000quilôme-

68
A VEZ DE UM PACTO PLANETÁRIO

Milhões de hectares

1987 2017
ANOS

tros quadrados, o que corresponde à soma berg, ex-Ministro da Educação do Governo


dos territórios de seis países europeus - Federal do Brasil. O livro comprova que o
Alemanha Federal (antes da reunificação), aquecimento global representa uma altera-
Espanha, França, Inglaterra, Itália e No- ção do meio ambiente sem paralelo na ex-
ruega. Parece incrível, mas é verdade do- periência humana.
cumentada. (Ver gráfico 1). Em virtude do efeito estufa, a tempera-
Similarmente, para descrever o desma- tura do planeta está-se tornando mais ele-
tamento, o mencionado Relatório publica vada, sobretudo na segunda metade do
dados não menos estarrecedores: anual- século XX. Por sua vez, o aumento da
mente, são destruídos mais de 11 milhões temperatura tende a provocar o degelo
de hectares de florestas o que, após o mes- das calotas polares e glaciais e a conse-
mo prazo de 30 anos, representará uma qüente elevação do nível do mar. De acor-
área igual à da Índia: cerca de 3.300.000 do com as indicações do livro 5.0.5. Pla-
quilômetros quadrados. (Ver gráfico 2). neta Terra, do citado cientista José Gol-
demberg, ao longo do século passado e
O EFEITO ESTUFA até 1940,o nível do mar subiu pouco mais
de lcm por decênio. A partir daquela da-
Quanto à emissão de gases e o efeito es- ta, porém, passou a subir cerca de 6cm
tufa, as informações - demasiado numero- por decênio. Se tal elevação continuar, no
sas, complexas e descritas em linguagem ano 2050 o nível do mar terá subido de
científica - não se prestam a resumos e 0,75 a 1,SOcm,afetando catastroficamente
gráficos estatísticos. alguns países, como a Holanda e Bangla-
Todavia, sabe-se que só as emissões de desh, assim como todas as cidades litorâ-
dióxido de carbono, o maior causador do neas. Se isso acontecer, o nosso Rio de Ja-
efeito estufa, aumentaram de cerca de 1 bi- neiro, a cidade maravilhosa, ficará reduzi-
lhão e 800 milhões para cerca de 5 bilhões do às favelas.
I e 800 milhões de toneladas no período de
1950a 1980.(Ver gráfico 3). A EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA
A fonte mais autorizada de informações
sobre o assunto é o livro Aquecimento glo- Mas a causa das causas da poluição
bal, contendo 19 capítulos de autoria de 20 ambiental é o vertiginoso aumento da
cientistas de renome internacional, entre população. Segundo os registros diponí-
os quais figura o Professor José Goldem- veis, a população mundial, no ano 1000

69
AMBIENTAL

Gráfico 3 - Emissão de dióxido de carbono

Bilhões de toneladas

1950 1980
ANOS

da Era Cristã, teria chegado a 340 mi- mundo em Aldeia Global, o homem pou-
lhões. Oito séculos e 80 anos depois, em sou na Lua, houve a Guerra Fria, emer-
1880, subiu para 1 bilhão, isto é, mil mi- giu a Comunidade Econômica Européia,
lhões. Mas, apenas 48 anos depois, em o Muro de Berlim foi derrubado e a
1928, já se havia duplicado, chegando a 2 União das Repúblicas Socialistas Soviéti-
bilhões, passando para 3 bilhões em 1960, cas se auto-implodiu.
para 4 bilhões em 1975, para 5 bilhões em Mas o acontecimento dominante é,
1986, devendo chegar a 6 bilhões e 100 sem dúvida, a quintuplicação da popula-
milhões no ano 2000. Para se formar uma ção mundial, que subiu de 1 bilhão em
idéia mais clara do ritmo de aumento da 1880 para 5 bilhões em 1986, estimando-
população, basta medi-lo em termos de se que chegará a 6,1 bilhões no ano 2000.
dias, a saber: do ano 1000 ao ano 1880, (Ver gráfico 4).
decorreram 324.200 dias (880 anos); de Dado o ritmo em que aumentam a po-
1880 a 1928, decorreram 17.520 dias (48 pulação mundial, o desmatamento, a de-
anos); de 1928 a 1960, decorreram 11.680 sertificação, a emissão de gases e a polui-
dias (32 anos); de 1960 a 1975 decorreram ção dos mananciais e da atmosfera, cabe
5.475 dias (15 anos); de 1975 a 1986, de- a indagação apocalíptica: por quanto
correram 4.015 dias (11 anos); de 1986 a tempo mais os recursos do planeta serão
2000 terão decorrido 5.110 dias (14 anos). suficientes para agüentar a carga de man-
Cumpre arrolar e, tanto quanto possí- ter a espécie humana?
vel, dimensionar aqui a realidade seguin-
te: os fenômenos de repercussão mundial O TRABALHO
ocorridos, alguns em cadeia precipitada,
outros simultaneamente, ao longo dos úl- Só o trabalho produz valor, eis o
timos 100 anos, conferem ao século XXo axioma revolucionário do marxismo.
destaque de período mais dramático da Não é meu propósito, menos ainda mi-
História. Basta indicar que, no curso de nha tarefa, discutir aqui o postulado em
apenas 76 anos, de 1914 a 1990, explodi- que Karl Marx se baseou para formular
ram a Primeira Guerra Mundial, a Revo- o conceito teórico da mais valia, de que
lução de Outubro de 1917, a Segunda resul ta, segundo a análise marxista, a
Guerra Mundial, inventou-se a bomba exploração do homem pelo homem, isto
atômica, criou-se a Organização das Na- é, do homem trabalhador pelo homem
ções Unidas, a Informática transformou o capitalista .

70
A VEZ DE UM PACTO PLANETÁRIO

Hoje, relativamente à teoria marxista, A busca da racionalização do trabalho


não se pode deixar de levar em conta dois e da dignificação do trabalhador é um
fatos históricos antagônicos. fruto positivo da civilização, do qual de-
No começo do século XX,o impacto de correm normas que aumentam a eficiên-
convicção do marxismo era tão poderoso cia do trabalhador e, ao mesmo tempo, re-
que catapultou, em 1917, a Revolução de duzem o tempo de trabalho. Não é preci-
Outubro e o surgimento da União das Re- so recuar a épocas longínquas para se
públicas Socialistas Soviéticas, sob a lide- constatar os efeitos da tendência, a que
rança de Lênin. podemos chamar de dirninuinão da jorna-
A súbita auto-implosão do Colosso So- da de trabalho.
viético, em 1990,praticamente pôs por ter- Com efeito, em época relativamente re-
ra o Marxismo e todas as suas ramificações cente, a duração do tempo de trabalho es-
e estratégias - o Bolchevismo, o Leninis- cravo era ilimitada e a do trabalho livre
mo, o Trotskismo, o Maoísmo, a Estatiza- dividida em semana de seis dias e jornada
ção Maciça, a Revolução Permanente, o So- de 12 horas, de "sol a sol", como se dizia
cialismo num só país, inclusive a crença na então. Já no curso do século XX, em mui-
inevitabilidade do Comunismo Anárquico. tos países, a semana de trabalho passou
Todavia, ainda não há razões para se para cinco dias e a jornada baixou para oi-
afirmar categoricamente que a luta da teo- to horas e, atualmente, em alguns casos,
Tia marxista contra o sistema capitalista para seis horas.
haja cessado, ou sequer mostrado tendên- A diminuição da semana de trabalho
cia a cessar, em futuro previsível. Ao con- de seis para cinco dias e da jornada de 12
trário, as ideologias adversas, de esquerda para oito horas representa uma preciosa
e de direita, continuam presentes e vivas conquista da civilização em benefício do
na marcha da História. trabalhador e de toda a comunidade hu-
Parecem-me cabíveis, entretanto, algu- mana.
mas observações gerais sobre o trabalho Creio que não pecarei por exagero se
como fator principal da produção de utili- proclamar o trabalho como o mais pode-
dades e serviços que sustentam a sobrevi- roso fator da civilização. A natureza é o
vência e possibilitam o bem-estar da espé- celeiro das matérias-primas. A ciência é o
cie humana. laboratório do conhecimento. A tecnolo-

Gráfico 4 - População
População em bilhões

-L
l15
6,
14 a os
5
nos
4
os
3
45a os2~

034
,..••... '
80 a
:;..~~
1000

71
jJ~t:JAMBIENTAL
gia é o processo de aplicação racional dos o que, da obra de Taylor, até agora
resultados da ciência. Mas é o trabalha- não tem sido objeto de maior divulgação
dor que' move as matérias-primas, realiza e comentário é o que podemos chamar de
a pesquisa científica e aplica a tecnologia. antecipada preocupação ambientalista.
Com efeito, Taylor denunciou, em 1911,
TA'tIJ)R ~ A RACIONALlZAÇAO na introdução de seu livro Principios de
pq::rIlMALHO ,~õ;;
administração científica~~l1blicado à sua
~.~. -,.- ". ,- ;
<"',.;:::',
-"
custa, fatos que hoje e8tã.~~. ordem do
'A pr~ito da racionalização,~tra" dia da Agenda Munci~i~a,"p1e. permiti-
balho, uma das ocorrências mai;'iconse- cio 'l'epetir, .ipsis literis; 'os seguintes pará-
qüentes do desenvolvimento econômico grafos do referido texto: "Sabemos que
mundial, seja-me permitido invocar a nossas florestas estão desaparecendo, vemos
personalidade fascinante de Frederick nossas quedas d'água desperdiçados, nosso
Winslow Taylor. Em virtude de uma de- humus varrido pelas enchentes e carregado
ficiência visual, ocasionada por leituras, para o mar; e o fim de nossas reservas de car-
Taylor foi impedido de seguir a carreira vão e de minério de ferro já está à vista. 11

do pai, a advocacia. Isso foi publicado, notem bem, em


Embora filho de família abastada, co- 1911i. Inimigo do desperdício, Taylor foi
meçou a trabalhar como operário. Em um tios primeiros ambientalistas do sé-
1874, aos 18 anos de idade, Taylor entrou culo. Aliás, a eficiência, que é o oposto do
como aprendiz de torneiro e maquinista desperdício, consiste em produzir o má-
para uma fábrica de bombas hidráulicas. ximo com o mínimo de esforço.
QuatrQ anos depois, já senhor deofício,
foiâ#fnitido como simples operário na O DESENVOLVIMENTOSUstINTÂVEL
usina de. Mildvale Steel Comp~!~'em
quê fez.earreírarãpída, galgando s~i~ A: melhoria geral dcJ.~qualidade de vida
vamente os postos de apontador; chefe está implícita no chamado desenvolvi-
de turma, assistente de contramestre, me- mento sustentável. Para se conquistar es-
cânico-chefe, desenhista-chefe e enge- se objetivo, é indispensável tomar acessí-
nheiro-chefe. veis, a todas as camadas sociais, a posse,
O desempenho dessas atividades, no- o uso e o consumo dos bens e serviços
tadamente a de chefe de turma, inspirou- necessários à boa vida. No sentido aristo-
lhe as primeiras idéias sobre os aspectos télico, o conceito de boa vida pressupõe a
mais importantes do trabalho: o desper- existência de uma conjuntura econômica
dício, os movimentos inúteis, a padroni- e social que garanta, a todos os habitan-
zação das tarefas e a análise de tempo e tes do planeta, condições satisfatórias de
movimento. habitação, alimentação, assistência médi-
Em 1880, Taylor matriculou-se num co-hospitalar, educação, emprego, turis-
instituto para fazer, in obsentia, o curso de mo e lazer.
~~eir~mecânico, grau que, graças a Acontece que, de tçdososfatores que
,,~~tet\Sé!.shoras noturnas de estudo, éon- concorrem para o está.W().de desenvolvi-
'~tou'em1883. Sua elevação aOpQsto mento sustentável, o tri\balhóbem orde-
-de engenheiro-chefe das oficinas c\a5ide- nado é o mais produtivo:
rúrgica de Mildvale deu-se pouco depois Lembre-se que A Declaração Universal
da conclusão do curso. Como se vê, a for- dos Direitos Humanos determina minu-
mação do criador da administração cien- ciosamente: "toda pessoa tem direito ao
tífica não ocorreu na universidade, ocor- trabalho, à livre escolha do mesmo, a condi-
reu na oficina. O trabalho foi o seu gran- ções equivalentes e satisfatórias de trabalho
de mestre. e à proteção contra o desemprego ... a um
A figura de Taylor agiganta-se na his- salário igual para um trabalho igual... a
tória da civilização como inventor so- uma remuneração eqüitativa e satisfatória
cial. Coube-lhe a criação de uma nova que lhe assegue, assim como à sua famtlia,
carreira profissional, a de administra- uma existência compatível com a dignidade
dor, fato amplamente conhecido em to- humana." (artigo 23).
do o mundo e focalizado em numerosos Mas, não é apenas por motivos éticos e
. lirros'l'evistas e jornais. humanitários que a~ade deve aqui-
" e:' .~: , -,

"r;7~
A VEZ DE UM PACTO PLANETÁRIO

nhoar bem o trabalhador. Tudo quanto existência dos recursos renováveis e reei-
fizer em seu benefício, garantindo-lhe um clar os recursos minerais e aquáticos em
nível de vida decente, contribui para o todos os cantos do mundo. Imagine-se o
desenvolvimento sustentável. Na atual colossal volume de trabalho, praticamen-
conjuntura histórica, cumpre agregar às te imensurável, necessário só para repa-
razões humanitárias o problema.. do pla- rar os danos já feitos - reflorestamento,
nejamento da utilização. d,QS!·re.çursos
na- recuperação d~~eaa tornadas desérticas,
turais, que emergiu cotx\oprioridade reconstrução;4~i~.~~teS urbanos, res-
mundial dominante. Saltãà. visfaque o tauração de 1ut:~t$ttaNtl)ise aproveita-
aumento do poder aquisitivo detraba- mento de ter~s 8e{yagens. Se tudo isso
for empreendido, não haverá desempre-
go. Ao contrário, haverá insuficiência de
Desde a promulgação de sua trabalhadores.
Carta Magna, em 1988, o Brasil o SINDICALISMO
já está constitucionalmente
Tratando-se do tema Sindicalismo, pa-
engajado no combate à rece-me oportuno repetir alguns parágra-
devastação do meio ambiente. fos de texto de minha modesta autoria,
publicado em 1989.
Tal compromisso consta A luta pela melhoria das condições de
explicitamente de vários artigos vida dos trabalhadores vem de longa da-
ta. Depois de adotarou receber denomi-
da Constituição. nações várias epassar."por diversas fases
radicais, sob~'iÀfluêf{(lia de ideologias
conflitantes; ~1ttievtmento veio a ser
lhador não impede, antes impulsiona, o chamado Sindicalismo, nome hoje consa-
desenvolvimento sustentável. O trabalha- grado pelo uso.
dor saudável, bem aquinhoado em maté- Nascido na Inglaterra por volta de
ria de salário e de segurança econômica, 1720, o movimento manteve-se em fase
bem treinado e consciente do dever de embrionária, desenvolvendo-se lenta-
proteção do meio ambiente, é um produ- mente ao longo do século XIX. No início
tor natural de ordem e progresso. As prá- do século XX o movimento tornou-se
ticas de proteção do meio ambiente e a mais ativo, na Europa e nos Estados Uni-
melhoria da qualidade de vida do traba- dos, atraindo a adesão de milhares e mi-
lhador são totalmente compatíveis. lhares de trabalhadores, inclusive de gru-
Dar assistência plena aos inválidos é pos religiosos. O Partido Operário Católi-
praticar justiça social. Dar assistência ple- co, por exemplo, $Wgido na Bélgica em
na aos velhos é solidariedade humana. 1902, é uma provÂda presença de reli-
., Dar assistência plena às cnM\ças é asse- giões nesse Inf:IVitneJ;.lto .
g.l,IJ'j\r o futuro da espé~.huma.na.Dar Ninguém P0ci.~(lUêsti0l.\ar a grande
a.~stência plena aos oPêi-áposé lógica contribuiçãoclas'· ;Vindic~ÇÕessindica-
econômica, porque estimUlá' a produção listas pró-des~()mentó econômico e
de riqueza. social, de umtlido, e contra as injustiças
Assim, o desenvolvimento sustentável do sistema de salários e das más condi-
depende essencialmente do trabalho. ções de trabalho, de outro. Trata-se de
Não pairam dúvidas de que a utilização uma evidência histórica meridiana, com-
planejada dos recursos naturais gera provada por dezenas de elos da cadeia
muito mais trabalho. Até hoje, a finalida- de estágios do conflito Sindicalismo ver-
de do trabalho tem sido principalmente sus Capitalismo.
produzir alimentos, facilidades, utensí- Embora o Sindicalismo geralmente se-
lios e serviços para atender às necessida- ja concebido e rotulado como "luta de
des vitais do homem. De agora em dian- classes" - luta da classe dos trabalhado-
te, com a deterioração assustadora do res contra a classe dos patrões - é preciso
meio ambiente, o trabalho terá. igualmen- reconhecer quea5.~l!as sucessivas vitó-
te. a finalidade de prote~r.ega.rantir
",. ~ ..(: -t •"
a rias não r~.•... .••.... ·de guerra campal,
u,~ .••..
'Alr.\
<c' .• ','. , ... ,~ .. ;')" '" ,',', '

=: , .":.' , ,', ~,'>''';y,';''


-;'" ,~~

73

---~~~---~ . ------------------~
;::r:r; AMBIENTAL

mas do compasso da civilização. Foi em Tal compromisso consta explicitamen-


conseqüência da civilização que o Sindi- te de vários artigos da Constituição.
calismo conquistou, na maioria dos países Segundo os artigos 23 e 24, por exem-
capitalistas, entre muitas outras garantias, plo, a defesa do meio ambiente - isto é, a
o direito de greve. Como o Cooperativis- conservação da natureza e a proteção dos
mo",~o a Cruz Vermelha, o Síndicalís- recursos naturais - é de competência co-
.: a invenção social filaIl;~piêa, mum da União, dos~os, do Distrito
:~ut? da civilização. É nO';\l~:d.o Federal e dos muníe . fç.~endo-lhes
'..~~~ve,sobretudo no~?4ij~~i- le~lar sobre a maté ,artigos 170 e
reitos f\íhclamentais do homen1';que:'o 174 igualmente atrib ,a.oEstado, em
Sindicalismo vem conquistando para os sua condição de agente normativo e re-
trabalhadores não apenas maiores parce- gulador da atividade econômica, a fun-
las de bens materiais e de segurança eco- ção de garantir a defesa do meio ambien-
nômica, mas também mais espaço nos te. Por último, diz o artigo 225: "Todos
meios políticos e na sociedade em geral. têm direito ao meio ambiente ecologicamente
Talvez a mais valiosa conquista do equilibrado, bem de uso comum do povo e es-
Sindicalismo seja a influência ascensional sencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
dos trabalhadores nas decisões e no pró- ao Poder Público e à coletividade o dever de
prio destino das empresas. Há notícias fi- defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
dedignas sobre diversas instâncias em futuras gerações." Ainda segundo o artigo,
que importantes sociedades anônimas para assegurar a efetividade desse direi-
pas~apl a ser dirigidas por comitês dos to, entre outras coísaaíncumbe ao Poder
rel>~çtivos .empregados. A civilização Público:
~.~der a democratizar progressí-
y.ah:tên~a empresa, estimulandót.~ fa- • "preservar os procesSos,~cológicos essen-
zerd.ecada empregado, do mais~les ciais e a integrídadetippatrimô11.io genéti-
ao mais graduado, um sócio acionista. co do país;
Paralelamente, o avanço da ciência e • definir os espaços territoriais a serem es-
da tecnologia tem concorrido e continua pecialmente protegidos;
a concorrer para a melhoria das condi- • exigir estudo prévio de impacto ambiental
ções de vida dos trabalhadores. Salários das atividades potencialmente nocivas ao
melhores, férias remuneradas, assistência meio ambiente;
médico-hospitalar, escolas profissionali- • promover a educação ambiental em todos
zantes, aumento da produtivade e conse- os níveis de ensino e a conscientização
qüente diminuição da semana e da jorna- pública para a preservação do meio am-
da de trabalho, oportunidades mais fre- biente. "
qüentes de lazer, eis os benefícios atual-
mente garantidos a milhões de trabalha- Também são previstas, no parágrafo
dores.espalhados por todos os continen- 3° do mesmo artigo, sanções penais e
tea,.éÍigajados nas empresas, da$' macro administrativas para{as condutas e ati-
.kl1ücro. vidades consideradas'Jesíaas ao meio
·:·~~:~·~.indispl1tável·
que tais benefí~se ambiente."
tornaram viáveis graças não ap~nasàs
reivindicações do Sindicalismo, m.as, so- o COMPROMISSO AMBIENTALlSTA DA FGV
bretudo, ao progresso da ciência e da tec-
. nologia. Observe-se, ademais, que os É igualmente oportuno informar que
bens e frutos gerados pela ciência e pela a Fundação Getúlio Vargas, de cujo
tecnologia não são suscetíveis de discri- quadro de servidores faço parte desde
minação. Como o sol, nascem para todos. 1950, sempre se bateu, sobretudo por
meio de dezenas de publicações, pela
o BRASIL E A DEFESA AMBIENTAL conservação da natureza (ver Bibliogra-
fia anexa).
Desde a promulgação de sua Carta E a partir de 1991, uma de suas finali-
Magna, em 1988, o Brasil já está constitu- dades estatutárias passou a ser precisa-
ciQnalmente engajado no combate à de- mente " ...contribuir para a proteção am-
~~. do meio ambiente. biental e o desenvolv(m~tJ,sustentável".
. ";{t; ,~;~~,!;;: lo',~
'r~~"'~,:\
,Att~',-
,'::"'/'
A VEZ DE UM PACTO PLANETARIO

A VEZ DE UM PACTO PLANETARIO ca ou racista logrou unir a humanidade.


Alimentemos a esperança de que o
Estou convencido de que, para enfrentar ideal do desenvolvimento sustentável -
a ameaça da hecatombe ecológica, os po- extinção da pobreza e preservação do
vos de todos os países do mundo têm que meio ambiente - consiga levar todos os
pactuar uma unanimidade d~.çompromis- seres humanos/de mãos dadas, a aprovar
sossem paralelo. Até hoje \l~Jl1lla prefe- e cumprir o P~oPJ.a.netário de Seguro da
I;~ ideológica, religio~~,;~~.,filosófi- Humanidade •.-tJ",.., .
~ , " .; .. "~c
-::",'. ~-,<,'~

ArtigO recebido pela Redação daRAE e aprovado para publicação em març0/93. 75

,-,- --~,~~~~-

Você também pode gostar