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Nota Informativa
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N.º 17/2019
1. Âmbito
A presente Nota Informativa tem, como objeto, informar as entidades coordenadoras do NREAP, os
operadores pecuários e/ou os seus interlocutores e, o público, em geral, sobre o licenciamento dos
vários tipos de uso admissíveis dos efluentes pecuários, em função do seu destino, nomeadamente:
valorização agrícola; Unidades Técnicas de Efluentes Pecuários – UTEP; valorização orgânica, em
unidades de biogás e compostagem; valorização energética, em instalações de incineração, de co-
incineração e de combustão de estrume; Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR); e
aterro sanitário.
2. Enquadramento Legal
Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho, que estabelece o regime da prevenção e controlo das
emissões de poluentes para o ar (REAR), transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º (UE)
2015/2193, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de novembro de 2015, relativa à limitação
das emissões para a atmosfera de certos poluentes provenientes de médias instalações de
combustão (MIC).
Regulamento (UE) n.º 2017/1262, de 12 de julho, que altera o Regulamento (UE) n.º 142/2011 no
que respeita à utilização de chorume de animais de criação como combustível em instalações de
combustão.
Decreto-Lei n.º 33/2017, de 23 de março, que assegura a execução e garante o cumprimento das
disposições do Regulamento (CE) n.º 1069/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de
outubro de 2009, que define as regras sanitárias relativas a subprodutos animais e produtos
derivados não destinados ao consumo humano, bem como do respetivo regulamento de execução,
Regulamento (UE) n.º 142/2011, da Comissão, de 25 de fevereiro de 2011.
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Decreto-Lei n.º 103/2015, de 15 de junho, que estabelece as regras a que deve obedecer a
colocação no mercado de matérias fertilizantes, assegurando, simultaneamente, a execução na
ordem jurídica interna das obrigações decorrentes do Regulamento (CE) n.º 2003/2003, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de outubro de 2003, relativo aos adubos.
Decreto-Lei n.º 75/2015, de 11 de maio, que aprova o Regime de Licenciamento Único de Ambiente
(LUA), que visa a simplificação dos procedimentos dos regimes de licenciamento ambientais,
regulando o procedimento de emissão do Título Único Ambiental (TUA).
Regulamento (UE) n.º 592/2014, de 3 de junho, que altera o Regulamento (UE) n.º 142/2011 no que
respeita à utilização de subprodutos animais e produtos derivados como combustível em instalações
de combustão.
Decreto-Lei n.º 81/2013, de 14 de junho – NREAP, que aprova o novo regime do exercício da
atividade pecuária (NREAP), garantindo o respeito pelas normas de bem-estar animal, a defesa
higiossanitária dos efetivos, a salvaguarda da saúde, a segurança de pessoas e bens, a qualidade do
ambiente e o ordenamento do território, num quadro de sustentabilidade e de responsabilidade social
dos produtores pecuários.
Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 73/2015, de 11 de maio
(Sistema da Indústria Responsável).
Decreto-Lei n.º 73/2011, de 17 de junho, que procede à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º
178/2006, de 5 de setembro, e transpõe a Directiva n.º 2008/98/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 19 de novembro, relativa aos resíduos.
Regulamento (CE) n.º 1069/2009, de 21 de outubro, que define regras sanitárias relativas a
Subprodutos Animais – SPA e Produtos Derivados – PD não destinados ao consumo humano.
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Portaria n.º 631/2009, de 9 de junho, estabelece as normas regulamentares a que obedece a gestão
dos efluentes das actividades pecuárias e as normas técnicas a observar no âmbito do licenciamento
das actividades de valorização agrícola ou de transformação dos efluentes pecuários, tendo em vista
promover as condições adequadas de produção, recolha, armazenamento, transporte, valorização,
transformação, tratamento e destino final.
Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio, que estabelece, nos termos da Lei n.º 58/2005, de 29
de dezembro (Lei da Água), o regime jurídico de utilização dos recursos hídricos, de acordo com o
qual a Administração da Região Hidrográfica (ARH) territorialmente competente, atribui ao utilizador
um título ("autorização", “licença”, ou “concessão”) em função das caraterísticas e da dimensão da
utilização.
Nota 1: A definição que se apresenta de Biomassa Vegetal é a considerada para efeitos da Portaria
n.º 631/2009, de 9 de junho, complementada com a definição constante no documento “Resíduos
excluídos do âmbito de aplicação do RGGR, versão 3 (julho de 2015-APA)”, sendo a mesma, definida
como o conjunto dos materiais estruturantes ou fontes, maioritariamente, de carbono, que provêm da
agricultura ou da silvicultura, que podem ser utilizados nas atividades complementares de gestão de
efluentes pecuários, para efeitos da respetiva valorização orgânica, designadamente, os
provenientes:
i) Da agricultura e da silvicultura (que incluem as palhas, e outro material natural não perigoso de
origem agrícola ou silvícola) que sejam utilizados na agricultura/pecuária, na silvicultura ou na
produção de energia a partir desses materiais através de processos ou métodos que não
prejudiquem o ambiente nem ponham em perigo a saúde humana, são resíduos que se
encontram excluídos do âmbito de aplicação do Regime Geral de Gestão de Resíduos (RGRR);
ii) Da preparação de produtos alimentares, de origem agrícola ou silvícola, provenientes da indústria
alimentar, gerados na preparação das matérias-primas;
iii) Da preparação e do processamento da madeira e da cortiça, isentos de contaminantes de origem
antropogénica (compostos orgânicos halogenados ou metais pesados), que incluem todos os
materiais lenhosos provenientes das indústrias da fileira da madeira e da cortiça, resultantes da
preparação das respetivas matérias-primas e seu processamento.
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Nota 2: Quando as atividades realizadas nas Unidades Técnicas de Efluentes Pecuários - UTEP são
exclusivamente de armazenamento e/ou mistura de efluentes pecuários, a mesma não se encontra
abrangida pelo RGGR.
A UTEP apenas se encontra abrangida pelo RGRR quando, conjuntamente com os EP, é também
gerida a biomassa vegetal acima definida, bem como outros resíduos, designadamente, as cinzas
resultantes da incineração de cadáveres. Neste caso, o armazenamento ou a mistura constituem
operações de gestão de resíduos a classificar no âmbito dos Anexos I e II do RGGR.
3. Licenciamento dos vários tipos de uso admissíveis para os efluentes pecuários – EP, em
função do seu destino (Quadro 1, em anexo)
O Quadro 1, em anexo, especifica, os diferentes tipos de destino dos EP, as entidades envolvidas no
procedimento de licenciamento da respetiva atividade, a legislação aplicável e um conjunto de
observações relativas a cada tipo de uso, com a inclusão da sua utilização em Unidades Técnicas de
EP.
A valorização agrícola dos efluentes pecuários, nas explorações pecuárias produtoras de efluentes
pecuários em regime intensivo, das classes 1 ou 2, com uma quantidade de produção de efluente
pecuário superior a 200 m3 ou 200 t por ano (estas explorações pecuárias configuram gestor de
efluentes pecuários), está sujeita a autorização nos termos do NREAP, bem como à apresentação e
manutenção actualizada do respectivo Plano de Gestão de Efluentes Pecuários (PGEP).
A valorização agrícola de efluentes pecuários, nas explorações agrícolas que pretendem efetuar
valorização agrícola de efluentes pecuários em quantidade superior a 200 m3 ou 200 t por ano (estas
explorações agrícolas configuram gestor de efluentes pecuários), está sujeita a autorização, através
do procedimento de declaração prévia, nos termos do NREAP, o qual integra o PGEP.
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Unidade técnica de efluentes pecuários» a unidade autónoma que utiliza efluentes pecuários de
diversas origens, tendo em vista o armazenamento, mistura ou transformação dos efluentes
pecuários de forma adequada ao seu destino final, com vista à produção de estrumes e chorumes
transformados, podendo também incorporar:
i) PD da categoria 2 ou 3;
ii) A biomassa vegetal; ou
iii) Cinzas de unidades de incineração de cadáveres.
Não obstante o referido, a valorização agrícola de cinzas carece de parecer favorável emitido pela
DRAP territorialmente competente, em função da melhoria da capacidade produtiva e proteção dos
solos e das culturas.
As entidades licenciadoras dos vários tipos de usos admissíveis são: as DRAP; CCDR e APA e, a
entidade coordenadora do regime Sistema da Indústria Responsável (SIR) (Anexo III), em função da
tipologia, destino e, dos tipos de usos identificados, no quadro 1, em anexo.
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Em todas as situações identificadas no referido quadro, com exceção dos destinos valorização
agrícola, ETAR e aterro, há a necessidade da aprovação da Direção-Geral de Alimentação e
Veterinária (DGAV), que para o efeito, emite o Número de Controlo Veterinário - NCV.
A Subdiretora-Geral
Maria Filipa de Digitally signed by Maria Filipa
de Sousa da Câmara Horta
Sousa da Câmara Osório
Date: 2019.07.03 17:31:33
Horta Osório +01'00'
Anexo: Quadros 1 e 2 – Licenciamento dos usos admissíveis para os efluentes pecuários (EP) e,
autorização da valorização agrícola de cinzas resultantes da incineração, co-incineração ou
combustão de estrume.
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