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Até que tiveram a brilhante ideia em investir em açúcar, produto que era
extraído da cana de açúcar por meio dos engenhos. Além disso começaram a
cultivar o algodão, no fumo e a investir na pecuária. Visto que o trabalho nos
engenhos exigia muita gente e força braçal, os colonos recorreram aos índios
que em troca de seu trabalho ganhavam quinquilharias de pouquíssimo valor.
Mas para a lavoura a escravidão indígena não deu bons resultados e os índios
começaram a não querer trabalhar, pois viviam uma vida livre e eram defendidos
pelos jesuítas. Portanto os portugueses precisavam de outro tipo de mão de
obra, e assim optaram pelos escravos vindos da África. Está nova prática de
comercio tornou-se rentável para os comerciantes e consequentemente para a
Coroa Portuguesa onde o escravo era comprado por um preço considerável
baixo e chegando no Brasil vendido por uma quantia bem mais elevada aos
senhores de engenho. É o tráfico negreiro e seu lucro que justificam o trabalho
escravo no Brasil.
Os negros que vinham para cá cativos em sua grande maioria homens de boa
aparência, eram tiradas de suas famílias e de suas culturas para trabalhar a base
da violência, da exploração de sua mão de obra e da violação de seus direitos
enquanto seres humanos dentro do Brasil colonial. Assim que chegavam
recebiam forte alimentação na base do milho para recuperar as forças perdidas
durante a viagem, depois eram vendidos em leilão para trabalhar nos engenhos
ou no cultivo da cana de açúcar.
Esse tipo de trabalho mercantil que foi formado através da violência sobre uma
etnia marcada pelo estereótipo do trabalho e da escravidão, vai permear toda
uma sociedade diferenciada do Brasil, regida por citações de desigualdade e
preconceito. Essa mesma sociedade vai dividir as pessoas pela raça e o tom da
pele vai ganhar conotação política.
Por diversas vezes tentaram pôr ao chão esse quilombo e não conseguiram,
inicialmente era liderado por Gangazumba, mas logo foi substituído por Zumbi
que ficou no poder por vários anos até que em 20 de novembro de 1695 ele foi
invadido, destruído e Zumbi foi morto. Atualmente em sua homenagem esse
dia é considerado o dia da consciência negra e o quilombo de Palmares é
lembrado como um sinônimo de resistência de uma etnia que foi trazida para
cá, feita de escrava e que até hoje não é tratada com o respeito que merece.
O negro com o passar dos anos vem se auto-afirmando e seu talento afro-
brasileiro está em todas as áreas: nas artes, nas ciências, na área acadêmica,
no direito, na política e na comunicação. O processo de mudança da sociedade
e o espaço para os negros vêm avançando lenta e progressivamente.
A busca por novas condições de vida levou a criação dos movimentos negros
que lutaram e ainda lutam por igualdade social. Várias conquistas ocorreram,
podemos citar aqui o sistema de cotas nas universidades e concursos públicos,
mas ainda hoje no Brasil é possível observar os reflexos dessa história de
desigualdade e exploração. Nosso pais é conhecido no mundo inteiro como a
nação da tolerância, mas ainda conserva marcas de uma das piores doenças
sociais que é o racismo. É necessário ainda percorrer um longo caminho para
que esta doença seja erradicada de nossa história, a tarefa de combater todas
as formas de discriminação depende de todos nós, uma ferramenta para esse
processo de desconstrução do preconceito é a literatura, ela por si só já é diversa
e nos propõe variados temas, as histórias infantis são instrumentos de
conhecimento do mundo, assim o leitor de uma maneira prática consegue
decifrar a sociedade e todos os problemas existentes nela e concomitantemente
ampliar, transformar e enriquecer suas vivências.
Apesar de aprovada a mais de 20 anos a lei federal nº 10639/03 (2003) que torna
obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas
de Ensino Fundamental e Médio, a mesma é pouco aplicada e não podemos
dizer que o motivo é a falta de informação, pois existem livros, sites, estudos, e
enfim, uma gama de materiais que podemos pesquisar.
Não se pode descrever o Brasil nem compreender sua história sem falar da
presença africana que está muito clara em todos os aspectos. A herança de
nossos antepassados africanos está presente na cultura, no esporte, na
literatura, na religião, na culinária, música...até hoje.
O tema negro sempre vai aparecer na literatura brasileira mas a forma de como
vai ser representada vai depender do contexto social, político, ideológico da
época. Já no Modernismo, mais a partir do ano de 1930, é que a literatura
brasileira vai tratar os temas sociais com mais criticidade. O negro será
resgatado não mais como o escravo, o marginalizado, o antissocial... uma vez
que este fora "libertado" anos atrás, mas numa perspectiva de elemento
formador junto com as demais etnias da cultura nacional, por meio de suas
contribuições: na língua, costumes, culinária, música, nas danças, folclore, mas
tradições.
Rosane Cardoso, argumenta na obra Deslocamentos Críticos que:
.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1 QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL
1.1 O negro no Brasil: escravidão, contexto social e cultural (passado)
1.2 O negro na contemporaneidade: conquistas, Dia da Consciência
1.3 O negro na literatura brasileira
2 A LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA E SUAS PERSONAGENS
NEGRAS
2.1 A literatura infantil brasileira: temas e personagens
2.2 Personagens negras e a literatura infantil
2.3 A Lei e o boom da literatura étnico-racial
3 CORPO NEGRO E CABELO CRESPO
3.1 Obras marcadas pelo corpo negro e pelo cabelo crespo
3.2 Uma discussão acerca da identidade-étnico racial na literatura infantil
brasileira.
Referencias:
https://www.portalraizes.com/navionegreirocastroalves/
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm