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Caderno Teológico da PUCPR

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A IMPORTÂNCIA DA MULHER NA IGREJA NA PERSPECTIVA DAS


CONFERÊNCIAS EPISCOPAIS LATINO-AMERICANA

Ricardo Ribeiro 1
Clélia Peretti 2
Resumo: Este artigo abordou alguns aspectos da importância do trabalho da mulher na Igreja.
Essa reflexão ocorreu a partir de uma análise dos documentos das Conferências Episcopais
Latino-Americana, considerando-se, sobretudo o período de 1955 a 2007. Para tanto, fez-se a
leitura dos documentos mencionados destacando-se as referências à mulher, bem como seu
papel na família, Igreja e sociedade, objetivando uma melhor compreensão do que propõe cada
Conferência na temática abordada e analisando o distanciamento entre a teoria e prática, a fim
de que sejam encurtadas essas distâncias na medida em que novos caminhos são considerados.

Palavras-chave: Teologia. Gênero, Conferências Episcopais, Mulher.

Como referenciar este trabalho:


RIBEIRO, RICARDO; PERETTI, CLÉLIA. A IMPORTÂNCIA DA MULHER NA IGREJA NA PERSPECTIVA DAS CONFERÊNCIAS
EPISCOPAIS LATINO-AMERICANA. CADERNO TEOLÓGICO DA PUCPR, CURITIBA, V.1, N.1, P.313-327, 2013.

1
Bacharel em Teologia pela PUCPR, e-mail: ricardo.ribeiro@pucpr.br
2
Professor do Curso de Teologia da PUCPR, e-mail: cpkperetti@gmail.com

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INTRODUÇÃO

Para entendermos a importância do papel feminino na Igreja, sobretudo a partir das


Conferências Episcopais Latino- Americana é necessário um retorno à Igreja primitiva, onde nos
deparamos com muitas mulheres desempenhando funções tanto no trabalho de evangelização quanto
no sustento de seus membros.
Durante muito tempo as mulheres foram dominadas pelos homens, viviam sob o domínio de
seus pais e seus maridos. Dessa forma, a mulher era subjugada, antes e depois do seu casamento.
Contudo, ficam evidentes no decorrer da história os progressos que se realizaram no que diz respeito à
igualdade entre os homens e as mulheres. Muitas foram às lutas que se teceram neste campo,
evidentemente influenciadas por questões sociopolíticas e, sobretudo, culturais.
O movimento feminista desde seu início, voltado para seus ideais cunhou um discurso que
busca criar um espaço-mulher no centro da universidade e da Igreja. Teólogas como Ivone Gebara,
Elizabeth Fiorenza, Mary Daly, Salli Mac Fague e tantas outras do movimento feminista lutaram pelo
acesso da mulher em todas as áreas: na educação, na formação escolar e profissional, nos campos
político, social e religioso. Pela sua competência e duro trabalho, a mulher conquistou todas as áreas da
vida pública a ponto de ser educada não apenas para o casamento e para a vida religiosa, mas,
sobretudo, para a vida profissional (FIORENZA, 1995).
Na história da Igreja notamos a hierarquia constituída no Concílio de Calcedônia (451), com
bispos, presbíteros, diáconos e leitores compondo os cargos e as funções dentro da Igreja, sem que
houvesse lugar para leigos, muito menos para as mulheres. Essa divisão confirmou-se em Trento (1545),
quando se retomou a decisão do Concílio anterior, da ministerialidade fechada sobre si mesma, o que
não permitiu a participação dos fiéis, tornando-os expectadores até o Concílio do Vaticano II (1962-
1965). A partir de então, com novos pensamentos, a Igreja passa a ter uma visão mais voltada à mulher.
Surgem inúmeros documentos dando ao sexo feminino o devido valor. O Concílio Vaticano II surge com
a teologia dos leigos, o que possibilitou à mulher uma inserção mais participativa na vida da Igreja. As
Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), as tantas pastorais existentes, os movimentos femininos, são um
exemplo da imersão da mulher na história da Igreja no Brasil. Dentro da Igreja, a mulher exerce
atividades importantes como a catequização de seus filhos e também a carreira religiosa. Dessa
maneira, é possível afirmar que a mulher é corresponsável, junto com o homem, pelo presente e futuro
de nossa sociedade humana (DA. 452).
O Concílio Vaticano II se posicionou a favor das mulheres no combate à discriminação. Contudo,

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a situação da mulher na Igreja pouco mudou na prática, embora tenha havido um tímido avanço na sua
atuação enquanto leiga. No momento em que surgem as CEBs, é dada às mulheres a oportunidade de
assumir o protagonismo em diversos serviços. As celebrações coordenadas por elas, em lugar da missa,
dão-lhes de certa forma uma relativa autonomia, “um novo jeito de Ser Igreja”. As mulheres se fazem
presentes e é força viva na Igreja, são corajosas, prestativas, dedicadas e fiéis ao compromisso e missão
cristã. Elas evangelizam, organizam, catequizam, animam, acolhem, socorrem, visitam. A participação da
mulher na Igreja é comprovada claramente por sua liderança nas comunidades. A percepção do fato
histórico da emergência da mulher e a influência que esse fato teve na Igreja, fizeram com que muitos
setores da Igreja voltassem sua atenção para a mulher, no contexto da teologia do genitivo. São
teologias ou reflexões teológicas elaboradas em torno de diferentes temas de relevância atual. Não são
reflexões desenvolvidas necessariamente com base em experiências de vida (DERMIENSE, 2000).

I CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO- RIO DE JANEIRO 1955

A I Conferência do Rio de Janeiro é o anúncio do Concílio Vaticano II. O objetivo principal do


encontro é refletir sobre a escassez de clero, fomentar as vocações com a colaboração dos leigos. Para
ela a maior necessidade da América Latina é o trabalho em favor das vocações sacerdotais e religiosas.
Neste encontro foi definida a criação do organismo, em nível de América Latina, para pensar a ação
eclesial do continente latino. A Conferência defende a necessidade de educar a todos os católicos no
cumprimento do dever social para que o mundo econômico-social seja orientado com a luz da doutrina.
Só um laicato bem formado tem essa capacidade.
Na Conferência do Rio de Janeiro, o desafio era o catolicismo provocado pela laicidade moderna
e pelo protestantismo. Havia a preocupação de busca dos católicos distantes da Igreja e também a
consciência da necessidade de um trabalho em âmbito vocacional. Para tanto, a Conferência estimou
que a necessidade mais premente da América Latina é o trabalho ardoroso, incansável e organizado em
favor das vocações sacerdotais religiosas, e fez, portanto fervoroso chamado a todos, sacerdotes,
religiosos e fiéis, para que colaborem generosamente numa ativa e perseverante campanha vocacional
(CELAM, 2005, n. 20).
A Igreja espera também contar com a ajuda dos Institutos de Missões Estrangeiras e com as
Congregações Missionárias Femininas. É uma responsabilidade de todos, de maneira especial os pais de
família que devem ser um instrumento mais eficaz nessa obra missionária. Quando o Documento fala
em leigos e pais de famílias nos vêm à mente as mulheres que corajosamente estão à frente dessas

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instituições. Pouco se falou sobre elas na I Conferência. As autoridades eclesiais julgaram serem mais
urgentes outros assuntos, deixando esse tema para outras oportunidades.

II CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO DE MEDELIN

O Documento de Medellin afirma que os pais de família são os primeiros e principais educadores. “A
família é a escola do mais rico humanismo” (GS 52). “A família recebeu diretamente de Deus a missão de ser
célula primeira e vital da sociedade” (AA 11,3). Os esposos cristãos são para si mesmos, para seus filhos e
demais familiares, cooperadores da graça e testemunhas da fé. “São para seus filhos os primeiros pregadores e
educadores na fé” (AA 11), e devem “inculcar a doutrina cristã e as virtudes evangélicas aos filhos amo-
rosamente recebidos de Deus” (LG 41, 5).

É preocupante, no entanto, o crescente e alto índice de desagregação familiar, seja pelo divórcio tão
facilmente aceito e legalizado, seja por abandono do lar, quase sempre por parte do pai. Muitas mulheres por
um ou outro motivo assumem o papel de pai, de provedor, de educador da família, sobretudo na fé.
Infelizmente, não se podem aferir diretamente as questões relativas aos provedores masculinos para as
mulheres provedoras, uma vez que o contexto das decisões difere em muito do que se encontra na realidade
prática de nossas comunidades. Nosso desejo é que quando falamos leigos no masculino, pudéssemos
subentender também as mulheres leigas, haja vista que nas nossas comunidades a maioria das lideranças é
feminina. Mas isso também levantaria questionamentos controversos.

Para a Conferência de Medellin, os leigos, como membros da Igreja, participam da tríplice função
profética, sacerdotal e real do Cristo, em vista da realização da sua missão eclesial. Todavia, realizam
especificamente esta missão no âmbito do temporal, em vista da construção da história, “exercendo funções
temporais e ordenando-as segundo Deus” (LG 31).

A Gaudium et Spes diz que os leigos:

Conscientes das exigências da fé e vigorizados por suas próprias energias empreendam, sem
vacilar e quando sejam necessárias, novas iniciativas e levem-nas a bom termo [...]. Não
pensem que seus pastores estejam sempre em condições de poder dar-lhes de imediato
soluções concretas em todas as questões, por mais graves que surjam. Não é esta sua missão.

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Cumpram os leigos melhor suas missões específicas, à luz da sabedoria cristã e com a
observância atenta da doutrina do magistério (GS 43).

Os leigos são chamados por Deus para que, desempenhando sua própria profissão e guiados pelo
espírito evangélico, contribuam para santificação do mundo, agindo como fermento na massa. “A eles
corresponde iluminar e ordenar as realidades temporais, às quais estão estreitamente ligados” (LG, 31). Resta
saber exatamente até que ponto as mulheres entram nas definições de leigos aqui apresentados, uma vez que
tais conceitos se vêem constantemente sujeitos a questões sociopolíticas e culturais. Apesar de afirmar que o
apostolado leigo terá maior transparência de sinal e maior densidade eclesial, quando apóia seu testemunho
em equipes ou comunidades de fé, nas quais o Cristo prometeu especialmente estar presente (Mt 18,20), e
que os leigos, por seu sacerdócio comum, gozam na comunidade do direito e têm o dever de contribuírem
com uma indispensável colaboração para a ação pastoral (AA, 3) não é clara o reconhecimento da presença
das mulheres nestes serviços, muito menos sua importância como líderes nas CEBs.

O mesmo documento ainda cita que na Igreja, todos são chamados à santidade (LG 39), tanto os que
pertencem à hierarquia como os leigos e os religiosos. Essa santidade se realiza mediante a imitação do
Senhor, no amor. Pelo batismo o cristão inaugura sua configuração com o Cristo (LG 7) que, em seguida, pela
ação de Deus e pela fidelidade a pessoa crescerá até chegar à idade perfeita da plenitude de Cristo (LG 7). O
que por suas implicações, se estende a todos os cristãos. Porém não é declarado de forma explícita e, na
maioria das vezes, ignorado quando se trata de questões de gênero. Uma prova disso é que ao tratar-se de
uma comunidade e/ou paróquia, ao se perguntar pelo responsável, a única resposta é o nome do padre
designado ou de uma figura masculina, ainda que a maioria dos que trabalhem ali efetivamente sejam
mulheres.

Recordamos antes de tudo que “a vida religiosa leiga, tanto para os homens como para as mulheres,
constitui em si mesma um estado completo de profissão dos conselhos evangélicos” (Medelin 12). Os
religiosos leigos poderão prestar frequentemente um apoio valioso ao ministério hierárquico. Deste modo é
que adquire especial importância, na situação atual, o trabalho que realizam as religiosas encarregadas de
paróquias nos lugares em que a presença do padre não é permanente (Mdelin 10 e 30)

Colegialidade (pastoral de conjunto) - A comunidade cristã de base é a célula inicial da estrutura


eclesial. Atualmente, fator primordial da promoção humana e do desenvolvimento, cuja liderança da maioria
delas está nas mãos das mulheres. Para a existência de comunidades cristãs de base essas líderes são

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fundamentais. A escolha e formação dos líderes deverão ter acentuada preferência na preocupação dos
párocos e bispos, os quais terão sempre presente que a maturidade espiritual e moral dependem em grande
parte da assunção de responsabilidade em um clima de autonomia (GS 55).

III CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO (PUEBLA,


1979)

O Documento comenta sobre os primeiros frutos das CEBs, os ministérios confiados aos leigos:
animação de comunidades, catequese, missão. Dentre as questões levantadas, ressalta que florescem
igualmente outros grupos eclesiais de cristãos formados por leigos de um e outro sexo: à luz do Evangelho eles
refletem sobre a realidade que os rodeia e buscam formas originais de exprimir sua fé na palavra de Deus e de
pô-la em prática (DP 99).

Enquanto em outras partes o Documento faz menção às mulheres, aqui ele cita-as diretamente:

A mulher merece uma menção especial: tanto a religiosa quanto a dos institutos seculares e
as simples leigas participam atualmente, cada vez mais, das tarefas pastorais, embora, em
muitos lugares, ainda exista o medo desta participação (DP 126).

Puebla enfatiza a ação dos cristãos evangelicamente comprometidos e declara “a Igreja pode
completar sua missão de Sacramento de salvação tornando-se instrumento do Senhor, que dinamize
eficazmente em direção a ele a história dos homens e dos povos” (DP 280).

Ao falar da Mãe do Nosso Salvador, a Conferência cita: “Maria é mulher”. É “a bendita entre todas as
mulheres”. Nela dignifica Deus a mulher elevando-a a dimensões inimagináveis. Em Maria o Evangelho
penetrou a feminilidade, redimiu-a e exaltou-a. Isto é de importância capital para nosso horizonte cultural, em
que a mulher deve ser valorizada muito mais e em que suas tarefas sociais se estão definindo com mais clareza
e amplidão. “Maria é uma garantia para a grandeza da mulher, mostra a forma específica do ser mulher, com
essa vocação de ser alma, dedicação que espiritualiza a carne e que encarne o espírito” (DP, 299).

A emergência das mulheres nas sociedades e na Igreja não significa a entrada delas na história. Elas
sempre estiveram presentes. Trata-se da irrupção de uma nova consciência das causas históricas da

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marginalização feminina, uma nova consciência que nasce de práticas concretas, leva a uma ação
transformadora e a uma mudança na compreensão do ser mulher (GEBARA, 1990, p.12).

A entrada recente da mulher na teologia é um fato relevante na Igreja. Representa uma ruptura
cultural. Ainda que sempre existissem mulheres que fizeram teologia, predominantemente foram os homens
(e clérigos) que realizaram essa tarefa. As mulheres foram sistematicamente silenciadas, no âmbito da
construção do saber, da tarefa de definir o mundo e o sentido da vida humana e da sociedade (FIORENZA,
1995).

No Documento em questão ressalta-se o lugar importante que as pessoas leigas podem ocupar
quando, individualmente convocados a prestar serviços em instituições eclesiais. Atuam por vocação na Igreja
e no mundo e estando fiéis a Cristo estão comprometidos na construção do Reino em sua dimensão temporal.
Em íntima comunicação com seus irmãos leigos e com os pastores, nos quais vêem seus mestres na fé, o leigo
contribui para construir a Igreja como comunidade de fé, de oração, de caridade fraterna e faz isto por meio
da catequese, da vida sacramental, da ajuda a seus irmãos. Embora se fale da mulher em várias partes do
documento, como religiosa, no lar, etc., e considerada aqui sob o aspecto de sua contribuição concreta para a
evangelização no presente e no futuro, nas famílias a mulher se vê sobrecarregada pelas tarefas domésticas,
trabalho profissional e por vezes, deve assumir todas as responsabilidades devido ao abandono do lar por
parte do marido.

Análise Bíblica da Conferência - Na análise realizada, a mulher, bem como o homem, é imagem de
Deus. “Deus criou, pois o ser humano à sua imagem criou-os à imagem de Deus homem e mulher os criou” (Gn
1,27). A tarefa de prosseguir na obra da criação, de serem com Deus co-criadores, cabe, pois tanto à mulher
como ao homem.

Já no Antigo Testamento nos deparamos com mulheres que exerceram papéis relevantes no povo de
Deus, como Maria a irmã de Moisés, Ana, as profetiza Débora e Hulda, Ruth, Judite e outras (DP 842). Na
Igreja, a mulher participa nos dons de Cristo e difunde seu testemunho pela vida de fé e caridade, como a
samaritana; as mulheres que acompanharam o Senhor e o assistiram com seus bens; as mulheres presentes no
Calvário; as mulheres que anunciam aos apóstolos que Jesus ressuscitara; as mulheres das primeiras
comunidades cristãs (DP 843). A salvação nos chega através de uma mulher. “Jacó gerou José, o esposo de
Maria da qual nasceu Jesus chamado Cristo” (Mt 1,16).

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O Documento fala em fomentar as celebrações da palavra dirigidas por diáconos ou leigos (homens ou
mulheres) e ressalta a importância da mulher na Igreja. A mulher, com suas aptidões características, devem
contribuir eficazmente para a missão da Igreja, participando em organismos de planejamento e coordenação
pastoral, catequese etc. A possibilidade de confiar às mulheres ministérios não ordenados lhes abrirá novos
caminhos de participação na vida e missão da Igreja (DP 845). Sublinhamos o papel fundamental da mulher
como mãe, defensora da vida e educadora do lar. Nota-se, com satisfação, a presença crescente dos leigos nas
instituições educativas eclesiais e comprova-se a intervenção de cristãos responsáveis em todos os campos da
educação (DP 1020)

IV CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO (SANTO


DOMINGO, 1992)

Segundo o Apóstolo Pedro, “Vossa missão é a de serdes arautos da esperança”, (1Pd 3,15). Essa
esperança que se apoia nas promessas de Deus, na lealdade à sua palavra e tem como confiança
inquebrantável a ressurreição de Cristo, sua vitória definitiva sobre o pecado e a morte, primeiro anúncio e
raiz de toda a evangelização, fundação de toda a promoção humana, princípio de toda a autêntica cultura
cristã, que não pode deixar de ser a cultura da ressurreição e da vida, vivificada pelo sopro do Espírito de
Pentecostes.

Na Igreja há um aumento considerável dos grupos de oração, movimentos apostólicos, formas novas
de vida e de espiritualidade contemplativa, e diversas expressões da religiosidade popular. Homens e mulheres
tomam consciência de sua função pastoral em suas diversas formas. Cresce o interesse pela Bíblia, que exige
uma pastoral bíblica adequada que dê aos fiéis leigos critérios para responder aos seus questionamentos. O
sujeito da Nova Evangelização é toda a comunidade eclesial segundo sua própria natureza: nós, os Bispos, em
comunhão com o Papa, nossos presbíteros e diáconos, as religiosas e religiosos, e todos os homens e mulheres
que constituímos o Povo de Deus (Santo Domingo, 25).

O Documento de Santo Domingo dá ênfase à evangelização e a catequese. Ressaltamos aqui que, na


Igreja, a maioria dos catequistas são mulheres. E dentre todos os serviços mencionados e tocados pelas
afirmações desta Conferência inevitavelmente atingem mulheres a serviço do Reino de Deus através das
Comunidades Eclesiais de Base. A Comunidade Eclesial de Base é célula viva da paróquia entendida esta como

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comunhão orgânica e missionária.

Grande parte das CEBs é animada por mulheres - CEBs animada por leigos, homens e mulheres
adequadamente preparados no mesmo processo comunitário; os animadores estarão em comunhão com o
pároco respectivo e o bispo. “As Comunidades Eclesiais de Base devem caracterizar-se, sempre, por uma
decidida projeção universal e missionária que lhes inspire um renovado dinamismo apostólico” (João Paulo II,
Discurso inaugural, 25). “São sinal da vitalidade da Igreja, instrumento de formação e de evangelização, um
ponto de partida válido para uma nova sociedade fundada sobre a civilização do amor” (Redemptoris Missio,
51). Neste contexto, o Documento de Santo Domingo nos fala sobre as virgens consagradas a Deus pelo bispo
diocesano, esposas místicas de Jesus Cristo, que se entregam ao serviço da Igreja (Código de Direito Canônico,
604,1).

A mulher consagrada contribui para a introdução da mensagem evangélica nos processos de


promoção humana integral e dinamiza a pastoral da Igreja. A presença feminina é frequentemente encontrada
nos lugares de missão que oferecem maior dificuldade e é especialmente sensível ao clamor dos pobres. Por
isto é necessário dar-lhe mais responsabilidade na programação da ação pastoral e caritativa. Vemos um
grande número de leigos, sobretudo mulheres comprometidas com a Igreja que exercem diversos ministérios,
serviços e funções nas comunidades eclesiais de base ou atividades nos movimentos eclesiais. Cresce sempre
mais a consciência de sua responsabilidade no mundo e na missão ad gentes. Os fiéis leigos comprometidos
manifestam uma sentida necessidade de formação e de espiritualidade.

Até aqui se reconhece a importância da presença dos leigos na tarefa da Nova Evangelização que
conduz à promoção humana e chega a informar todo o âmbito da cultura com a força do Ressuscitado, nos
permite afirmar que uma linha prioritária de nossa pastoral, fruto desta IV Conferência, há de ser a de uma
Igreja na qual os fiéis cristãos leigos sejam protagonistas. Um laicato, bem estruturado com uma formação
permanente, maduro e comprometido, é o sinal de Igrejas particulares que têm tomado muito a sério o
compromisso da Nova Evangelização.

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Quanto às mulheres, Jesus as acolheu lhes devolveu a dignidade e lhes confiou, depois de sua
ressurreição, a missão de anunciá-lo. (Mulieris Dignitatem 16). Cristo, “nascido de mulher” (Gl 4,4) nos dá
Maria que “precede a Igreja mostrando em forma eminente e singular o modelo de virgem e de mãe” (LG 63).
Ela é protagonista da história por sua cooperação livre, levada à máxima participação com Cristo (DP 283).
Maria tem representado um papel muito importante na evangelização das mulheres latino-americanas e tem
feito delas evangelizadoras eficazes, como esposas, mães, religiosas, trabalhadoras, camponesas, profissionais.

V CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE


(APARECIDA, 2007)

Um dos pontos destacados no documento é a vontade de renovar, em todos os membros da Igreja, o


entusiasmo missionário, colaborando com todas as pessoas para que tenham um encontro pessoal com Jesus
Cristo. Na experiência eclesial de algumas Igrejas da América Latina e do Caribe, as Comunidades Eclesiais de
Base têm sido escolas na ajuda e formação de cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionário do
Senhor, como testemunha a entrega generosa, até derramar o sangue, de muitos de seus membros. Elas
abraçam a experiência das primeiras comunidades, como estão descritas nos Atos dos Apóstolos (At. 2,42-47).

Medellín reconheceu nas Comunidades Eclesiais de Base uma célula inicial de estruturação eclesial e
foco de fé e evangelização. Puebla constatou que as pequenas comunidades, sobretudo as comunidades
eclesiais de base, permitiram ao povo chegar a um conhecimento maior da Palavra de Deus, ao compromisso
social em nome do Evangelho, ao surgimento de novos serviços leigos e à educação da fé dos adultos. Os
bispos, em Santo Domingo, alentam a fazer da pastoral familiar “prioridade básica, sentida, real e atuante”.

Dentro do território paroquial, a família cristã é a primeira e mais básica comunidade eclesial. Nela se
vivem e se transmitem os valores fundamentais da vida cristã. Ela é a “Igreja doméstica”. Aí, os pais
desempenham o papel de primeiros transmissores da fé a seus filhos, ensinando-lhes através do exemplo e da
palavra, a serem verdadeiros discípulos missionários. Ao mesmo tempo, quando essa experiência de
discipulado missionário é autêntica, “uma Família se faz evangelizadora de muitas outras famílias e do
ambiente em que ela vive”. Isso age na vida diária “dentro e através dos atos, das dificuldades, dos
acontecimentos da existência de cada dia”. O Espírito, que faz tudo novo, atua inclusive dentro de situações
irregulares, nas quais se realiza um processo de transmissão da fé, mas temos de reconhecer que, nas atuais
circunstâncias, às vezes esse processo se encontra com muitas dificuldades. Não se propõe que a Paróquia
chegue só a sujeitos afastados, mas à vida de todas as famílias, para fortalecer nelas a dimensão missionária.

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O Documento de Aparecida refere-se aos fiéis leigos e leigas, discípulos e missionários de Jesus como
Luz do Mundo. Os Fiéis leigos são “os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o
povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realiza segundo sua condição, a
missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo”. São “homens da Igreja no coração do mundo, e homens
do mundo no coração da Igreja” (DA. 209).

Os leigos também são chamados a participar na ação pastoral da Igreja, primeiro com o testemunho
de vida e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida litúrgica e outras formas de
apostolado, segundo as necessidades locais sob a guia de seus pastores. Estes estarão dispostos a abrir para
eles espaços de participação e confiar-lhes ministérios e responsabilidades em uma Igreja onde todos vivam de
maneira responsável seu compromisso cristão. Aos catequistas, ministros da Palavra e animadores de
comunidades que cumprem magnífica tarefa dentro da Igreja, os reconhecemos e animamos a continuarem o
compromisso que adquiriram no batismo e na confirmação (DA. 211).

Dizia o papa João Paulo II, que a evangelização do continente não pode realizar-se hoje sem a
colaboração dos fiéis leigos. Isso exige, da parte dos pastores, maior abertura de mentalidade para que
entendam e acolham o “ser” e o “fazer” do leigo na Igreja, que por seu batismo são discípulo e missionário de
Jesus Cristo. Em outras palavras, é necessário que o leigo seja levado em consideração com espírito de
comunhão e participação. Nesse sentido, a ação é generalizada a todo cristão, sem a especificidade de gênero.

Para o documento a família, “patrimônio da humanidade”, constitui um dos tesouros mais valiosos dos
povos latino-americanos. Ela tem sido e é o lugar e escola de comunhão, fonte de valores humanos e cívicos,
lar onde a vida humana nasce e se acolhe generosa e responsavelmente. Para que a família seja “escola de fé”
e possa ajudar os pais a serem os primeiros catequistas de seus filhos, a pastoral familiar deve oferecer
espaços de formação, materiais catequéticos, momentos celebrativo, que lhes permitam cumprir sua missão
educativa. A família é chamada a introduzir os filhos no caminho da iniciação cristã. A família, pequena Igreja,
deve ser junto com a Paróquia, o primeiro lugar para a iniciação cristã das crianças. Ela oferece aos filhos um
sentido cristão de existência e os acompanham na elaboração de seu projeto de vida, como discípulos
missionários.

A Antropologia cristã ressalta a igual identidade entre homem e mulher em razão de terem sido
criados à imagem e semelhança de Deus. O Mistério da Trindade nos convida a viver uma comunidade de
iguais na diferença. Em época de marcado machismo, a prática de Jesus foi decisiva para significar a dignidade
da mulher e de seu valor indiscutível: falou com elas (Jo 4,27), teve singular misericórdia com as pecadoras (Lc

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7,36- 50; Jo 8,11), curou-as (Mc 5,25-34), reivindicou a dignidade delas (Jo 8,1-11), escolheu-as como primeiras
testemunhas de sua ressurreição ( Mt 28,9-10) e incorporou mulheres ao grupo de pessoas que lhe eram mais
próximas ( Lc 8,1-3). A figura de Maria, discípula por excelência entre discípulos, é fundamental na
recuperação da identidade da mulher e de seu valor na Igreja. O canto do Magnificat mostra Maria como
mulher capaz de se comprometer com sua realidade e diante dela ter voz profética (DA. 451).

As mulheres constituem, comumente, a maioria de nossas comunidades. Elas são as primeiras


comunicadoras da fé e colaboradoras dos pastores, os quais devem valorizá-las e respeitá-las. É necessário
valorizar a maternidade como missão primeira das mulheres. Isso não se opõe a seu desenvolvimento
profissional e ao exercício de todas as suas dimensões, o que permite ser fiéis ao plano original de Deus que dá
ao casal humano, de forma conjunta, a missão de melhorar a terra. A mulher é insubstituível no lar, na
educação dos filhos e na transmissão da fé. Porém, isso não a isenta de participar de forma ativa na
construção da sociedade. Para isso, é necessário propiciar-lhe uma formação integral de maneira que elas
possam cumprir sua missão na família e na sociedade.

A Sabedoria divina estabelece uma cooperação para o desenvolvimento da identidade feminina. A


Igreja é convidada a compartilhar, orientar e acompanhar projetos de promoção da mulher reconhecendo o
ministério que a mulher leva em seu ser: receber a vida, acolhê-la, alimentá-la, dá-la à luz, sustentá-la,
acompanhá-la e desenvolver seu ser mulher. A maternidade se expressa de várias maneiras e não apenas de
forma biológica. A vocação materna se dá através de diversas formas: compreensão, diálogo, serviço e amor
ao próximo.

Diante disso o episcopado propõe algumas ações pastorais:

a) Incentivar a organização da pastoral para que haja um desenvolvimento nos âmbitos eclesiais e sociais o
“gênero feminino” e promova o mais amplo protagonismo das mulheres.

b) Assegurar a presença da mulher nos ministérios eclesiais confiados aos leigos, valorizando a contribuição da
mulher.

c) Acompanhar as associações femininas que lutam para superar situações de vulnerabilidade ou de exclusão.

d) Elaboração de políticas públicas e lei que permitam harmonizar a vida profissional da mulher com seus
deveres de mãe de família (DA 458).

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Na Igreja Católica da América Latina, a partir dos anos 70, muitas mulheres cristãs respiraram os ares
do feminismo dentro de um quadro geral de mobilizações relativas à promoção da democracia, da justiça e da
libertação socioeconômica. Juntamente com preocupações pela libertação no âmbito social, político e
econômico, trouxeram para as comunidades preocupações pela libertação da mulher, questionando as
relações, as instituições, e a linguagem religiosa e teológica (AQUINO, 1996).

No Brasil, na medida em que mulheres cristãs se infiltraram em movimentos sociais contra a pobreza e
a marginalização, buscando melhoria nas condições de vida, muitas delas também tiveram contato com
movimentos associados ao feminismo, e trouxeram para as comunidades, juntamente com as questões sociais,
questões de gênero, na prática e na linguagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na família e na construção do mundo, hoje, ganha terreno uma maior solidariedade entre homens e
mulheres, mas fazem falta passos mais concretos rumo à igualdade real e à descoberta de que ambos se
realizam na reciprocidade. Tanto na família como nas comunidades eclesiais e nas diversas organizações de
um país, as mulheres são quem mais se comunicam, sustentam e promovem a vida, a fé e os valores. No
discurso de abertura da Conferencia de Santo Domingo, o papa João Paulo II fala que elas têm sido durante
séculos “o anjo da guarda da alma cristã do continente” (Santo Domingo).

Desenvolver a consciência dos sacerdotes e dirigentes leigos para que aceitem e valorizem a mulher na
comunidade eclesial e na sociedade, não só pelo que elas fazem, mas, sobretudo, pelo que elas são. Fomentar
uma atitude de análise crítica ante as mensagens dos meios de comunicação sobre os estereótipos que tais
meios apresentam sobre a feminilidade. Discernir à luz do Evangelho de Jesus os movimentos que lutam pela
mulher partindo de distintas perspectivas, para potenciar seus valores, iluminar o que pode parecer confuso e
denunciar o que resulta contrário à dignidade humana. Ao ler as escrituras, anunciar com força o que o
Evangelho significa para a mulher e desenvolver uma leitura da Palavra de Deus que descubra os traços que a
vocação feminina confere ao plano da salvação.

Criar na educação novos símbolos e linguagens que não reduzam ninguém à categoria de objeto, mas
que resgatem o valor de cada um como pessoa, e evitar nos programas educativos conteúdos que discriminem
a mulher, reduzindo sua dignidade e identidade. É importante pôr em prática programas de educação para o
amor e a educação sexual na perspectiva cristã, buscar caminhos para que se dêem entre o homem e a mulher
relações interpessoais baseadas no mútuo respeito e apreço, o reconhecimento das diferenças, o diálogo e a

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reciprocidade. É preciso incorporar as mulheres no processo de decisões responsáveis em todos os âmbitos:
na família e na sociedade. Urge contar com a liderança feminina e promover a presença da mulher na organi-
zação e animação da Nova Evangelização da América Latina e do Caribe. É necessário estimular uma pastoral
que promova as mulheres indígenas no campo social, educativo e político.

Favorecer a formação permanente dos bispos e presbíteros, dos diáconos, dos religiosos, religiosas e
leigas, especialmente dos agentes de pastoral segundo o ensinamento do Magistério. A liturgia deve expressar
mais claramente os compromissos morais que comporta. A religiosidade popular, especialmente nos
Santuários, deve voltar-se para a verdadeira conversão. É imprescindível fomentar e facilitar o acesso ao

sacramento da reconciliação.

REFERÊNCIAS
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Submetido em 14 de novembro de 2013


Aprovado em 29 de novembro de 2013

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