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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

PRÁTICAS EM SAÚDE COLETIVA I

Natal-RN
Junho/2019
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BRUNA LARISSA MORAIS DE SANTANA


FLAUBER EUGENIO SILVA FILHO
ITALY JHENEFFY MARTINS DE AMORIM
JESSIKA BANDEIRA VITAL COSTA
KIMBERLLY KELLY TAVARES DO NASCIMENTO
MARIA JOSÉ REGINA SILVA SANTOS
MAYANA KATARYNE DE FREITAS SENA LEÃO
RODRIGO DE ARAUJO

DEMOCRACIA E SAÚDE COMO DIREITO DE CIDADANIA

Relatório apresentado à Universidade


Federal Do Rio Grande do Norte como
parte das ações desenvolvidas no curso de
Graduação em Saúde Coletiva.
Disciplina: Práticas em Saúde Coletiva I
Eixo Estruturante 1- Módulo Integrador 1
Docente: : RaulL Araújo Borges

Natal-RN
Junho/2019
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SUMÁRIO

RESUMO…………………………………………………………………………………...I
1.INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….4
2. RELATÓRIO…………………………………...............……………………………...6
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………….............…………………………....…12
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………..…………….....….13
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RESUMO
A UBS/ESF de Ponta Negra está localizada vila de Ponta Negra, na Zona
Sul da cidade de Natal. A UBS está situada em uma área de grande movimento
de pessoas, já que a praia de Ponta Negra é um dos principais cartões postais do
RN, recebendo todos os anos milhares de turistas. A unidade presta assistência
não apenas aos moradores locais, mas também aos turistas que necessitarem do
serviço como é preconizado pelo SUS, que garante o atendimento de saúde de
forma gratuita a todos. A UBS é responsável pelo atendimento de mais de 10 mil
pessoas e possui mais 1.000 famílias cadastradas. E possui atualmente duas
equipes de ESF formadas e ativas e mais duas em formação para atender todos
os usuários da área coberta. A região da vila de Ponta Negra é uma área de
muitos contrastes sociais, onde em alguns locais podemos observar mansões e
prédios, e ao lado casas com pouca estrutura e muitas vilas, onde os moradores
que trabalham na orla da praia como ambulantes residem. A UBS/ESF não
apenas atua no controle e prevenção das doenças crônicas não-transmissíveis
(DCNT) que são responsáveis por mais 50% das mortes no Brasil, mas também,
no combate as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) por se tratar de uma
população bastante vulnerável. Ainda é desenvolvido pela unidade ações de
saúde, cidadania e preservação ambiental na orla da praia.
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1. INTRODUÇÃO

Segundo DURCAN et al (2004) a Estratégia de Saúde da Família (ESF)


foi proposta, na primeira metade da década de 1990, como mecanismo de
reorientação do modelo assistencial, baseando-se no trabalho de equipes
multiprofissionais em unidades básicas de saúde, essas equipes são
responsáveis pelo acompanhamento de uma ‘população adscrita’, localizada em
uma área delimitada, mediante ações de promoção da saúde, prevenção,
recuperação e reabilitação de doenças e de agravos mais frequentes .
Ainda conforme DURCAN et al (2004) a ESF possui diferenças marcantes
em relação ao modelo hegemônico médico-hospitalocêntrico, tais como:
incorporação do conceito de saúde como qualidade de vida e defesa da prestação
de serviços de saúde como um direito de cidadania; concentração das ações na
coletividade, sem deixar de lado o indivíduo, centrando-se na atenção integral à
saúde por meio de ações de promoção, proteção, cura e recuperação; a
hierarquização da rede de atendimento em níveis de atenção primária, secundária
e terciária, articulados entre si e coordenados pela atenção básica; distribuição
dos serviços de saúde no território dos municípios, permitindo o acesso da
população às ações de saúde; predomínio da intervenção por equipe
multidisciplinar, e com planejamento e programação pautados em dados
epidemiológicos e priorizado por famílias ou grupos com maior risco de adoecer e
de morrer; estímulo à participação comunitária; e funcionamento baseado na
organização da demanda e no acolhimento dos problemas da população adscrita.
Pereira e Barcellos (2006) descreve que a territorialização é um dos
pressupostos básicos do trabalho da ESF e que essa tarefa adquire, pelo menos,
três sentidos diferentes e complementares: demarcação de limites das áreas de
atuação dos serviços; reconhecimento do ‘ambiente’, da população e da dinâmica
social existentes nessas áreas; e estabelecimento de relações horizontais com
outros serviços adjacentes e verticais, como centros de referência. Pereira e
Barcellos (2006) cita ainda que quando se considera um determinado local
delimitado pela ESF, pode-se falar de uma configuração territorial que possui
determinados atributos, essas características, naturais ou elaboradas pelo
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homem, dão feição ao ambiente, o qual, por sua vez, influi no processo saúde-
doença da população.
O presente trabalho exibe informações coletadas por alunos graduandos
no curso de Saúde Coletiva, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
cujo, período correspondente a realização da atividade foi entre 15/04/2019 à
10/05/2019, de acordo com o roteiro disponibilizado na disciplina de Práticas em
Saúde Coletiva I. Dado o exposto, e tendo como base todas as matérias
ministradas no decorrer do semestre, a elaboração do documento tem como
principal objetivo, expor a vivência prática dos alunos ao aprender sobre o
processo de territorialização. Utilizando o mapeamento para evidenciar as
realidades em saúde, tomando consciência das suas responsabilidades
profissionais e éticas, ao longo da visita no distrito da Unidade Básica de Saúde
localizada na região de Ponta Negra, Natal.
Ademais, as informações geradas partiram de fontes primárias e
secundárias, tendo em vista, a UBS de Ponta Negra, eleita para o grupo. Onde,
fizeram-se trajetos, juntamente, aos profissionais de saúde, como os agentes
comunitários, nas ruas da Vila de Ponta Negra para a elaboração do estudo neste
período.
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2. RELATÓRIO

Os dados apresentados são referentes a Unidade Básica de Saúde (UBS)


de Ponta Negra, pertencente ao Distrito Sanitário Sul de Natal/RN, tendo como
abrangência os bairros de Ponta Negra e Capim Macio. A preceptora informou
que a área possui população total de dez mil pessoas, distribuídas em duas mil
famílias, mas apenas 2023 usuários estão cadastrados no e-SUS. Os dados do e-
SUS aponta ainda que a maior parte da população é composta por mulheres
(1097), contra 926 homens. A população tem predominância de brasileiros (2016
pessoas), já os de nacionalidade estrangeira são apenas 5, enquanto os
naturalizados são apenas 2. A UBS conta com duas equipes de Estratégia de
Saúde da família (ESF), as áreas 128 e 131, contando com um médico cada, as
demais áreas aguardam ativação para integrarem a ESF. A unidade não contém
sala de situação. Os cadastros do E-SUS ficam sob a responsabilidade dos
agentes de saúde e estão desatualizados.
O bairro de Ponta Negra apresenta nítida situação de desigualdade social.
As ocupações profissionais mencionadas no cadastro do e-SUS são quase que
exclusivamente do setor de serviços, com destaque para os ambulantes,
pescadores, garçons e empregados domésticos. A arte de tecer rendas, exercida
pelas rendeiras é um ofício que está com o futuro ameaçado, graças ao
desinteresse apresentado pela nova geração em aprender a técnica. Ao andar
pela localidade é possível notar a presença sinalização de facção criminosa , o
agente de saúde informou que a criminalização , o comércio de drogas, a
violência doméstica e a exploração sexual são situações frequentemente
enfrentada pelos profissionais de saúde.
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Figura 1: Rendeira de Ponta Negra

Para enfrentar essa desigualdade e vulnerabilidade social os aparelhos


sociais existentes trabalham em sintonia com frequente cooperação entre si. Os
trabalhadores da saúde, educação, serviço social e Organizações Não
Governamentais (ONGS) apresentam bastante empatia e dedicação, entendem
que o trabalho que exercem faz diferença da vida dos moradores da comunidade.
A UBS conta com os seguintes aparelhos sociais: Centro de Referência da
Assistência Social (CRAS); ONGS, por exemplo, os alcoólicos anônimos e o
Projeto Motivar, desenvolve atividades como o surf, aula de reforço, música e
yoga; Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) ; escolas; igrejas; escola de
futebol; Sesc / Serviço Social do Comércio ( desenvolve atividades sociais de
cultura, esporte, assistência e lazer) e clube dos professores são realizados
congressos, palestras e eventos maiores.
Figura 2 Quadra poliesportiva da vila de Ponta Negra
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Figura 3: Centro Municipal de Educação Infantil

Figura 4: Conselho Comunitário de Ponta Negra

Figura 5: Igreja Católica Romana


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Figura 6: Escola Municipal São José

Figura 7: Campo de futebol

Foi observada áreas de terrenos baldio e a presença de acumuladores,


apontando uma situação de risco socioambiental. As doenças mais frequentes
foram diabetes e hipertensão arterial. O hábito de fumar foi o agravo mais citado
(170 fumantes). A maioria da população está com o peso adequado (1237
pessoas). As doenças cardiovasculares, HIV, tuberculose, hepatite e sífilis foram
apontadas como as principais incidência e prevalência dos agravos à saúde.
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Figura 8: Acúmulo de lixo

Em relação à cobertura de esgotamento sanitário, 715 moradias possuem


rede de coletora de esgoto ou pluvial, 10 domicílios possuem fossa séptica, 2
contam com fossa rudimentar, 1 deposita direto no mar, 1 à céu aberto e 93 não
informaram. A maior dos moradores relataram possuir coleta de lixo (715)
,entretanto, observou-se conglomerados de lixo em diversos pontos devido às
várias vilas existentes no território, fator que pode causar agravos à saúde, pois o
lixo acumulado é potencialmente um transmissor de doenças, atrai vetores e
contamina o solo.
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3. CONCLUSÃO

A partir da coleta de dados e das visitas realizadas, foi possível identificar


as características inerentes á unidade de Ponta Negra. Dentre elas, cabe
destacar a forte marca da desigualdade social, a qual chega a ser gritante em
alguns pontos do território. Em contrapartida percebemos uma unidade bem
estruturada, com equipamentos e pessoal. Também destacamos como ponto
forte a forma com que os aparelhos sociais se articulam com a UBS e tentam
intervir positivamente na vida daquela população. Durante as breves visitas
tivemos a impressão de uma eficácia consideravelmente boa do SUS.
As idas a Ponta Negra nos fizeram perceber a importância do
conhecimento do território, enquanto futuros sanitaristas. Ao conhecermos um
pouco do funcionamento da UBS e sua área de cobertura ainda no primeiro
semestre do curso, percebemos um leque de ações e estratégias que podem
ser tomadas pelos gestores de saúde.
É sabido das grandes dificuldades enfrentadas atualmente pelo sistema de
saúde, porém concluímos que muito pode ser feito quando há uma
participação ativa dos gestores. Sobretudo do fortalecimento da atenção
primária a partir do empenho e dedicação de tais profissionais. Dessa forma,
finalizamos as visitas cheias de esperanças e expectativas da melhora do
trabalho e acesso das Unidades de Saúde da Família.
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REFERENCIAS

DUNCAN, B. B.; SCHMIDT, M. I.; GIUGLIANI, E. R. J. Medicina ambulatorial:


condutas de atenção primária baseada em evidências. 3. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2004. p. 88-101.

PEREIRA, M. P. B.; BARCELLOS, C. O território no Programa de Saúde da


Família. Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, Uberlândia, v. 2, n.
2, p. 47-55, jun. 2006. Disponível em: <
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/651 >. Acesso em: 10 jun. 2019.
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