Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
REITORA
Ângela Maria Paiva Cruz
VICE-REITOR
José Daniel Diniz Melo
DIRETORIA ADMINISTRATIVA DA EDUFRN
Luis Passeggi (Diretor)
Wilson Fernandes (Diretor Adjunto)
Judithe Albuquerque (Secretária)
CONSELHO EDITORIAL
Luis Passeggi (Presidente)
Ana Karla Pessoa Peixoto Bezerra
Anna Emanuella Nelson dos S. C. da Rocha
Anne Cristine da Silva Dantas
Christianne Medeiros Cavalcante
Edna Maria Rangel de Sá
Eliane Marinho Soriano
Fábio Resende de Araújo
Francisco Dutra de Macedo Filho
Francisco Wildson Confessor
George Dantas de Azevedo
Maria Aniolly Queiroz Maia
Maria da Conceição F. B. S. Passeggi
Maurício Roberto Campelo de Macedo
Nedja Suely Fernandes
Paulo Ricardo Porfírio do Nascimento
Paulo Roberto Medeiros de Azevedo
Regina Simon da Silva
Richardson Naves Leão
Rosires Magali Bezerra de Barros
Tânia Maria de Araújo Lima
Tarcísio Gomes Filho
Teodora de Araújo Alves
EDITORAÇÃO
Kamyla Alvares (Editora)
Alva Medeiros da Costa (Supervisora Editorial)
REVISÃO
Wildson Confessor (Coordenador)
Irlane Lira (Colaboradora)
DESIGN EDITORIAL
Michele Holanda (Coordenadora)
Rafael Campos (Capa e Miolo)
Coordenadoria de Processos Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte.UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Navarro, Newton.
O boi careta e a morte do cavalo baio [recurso eletrônico] / Newton Navarro ;
Paulo de Tarso Correia de Melo, Gustavo Sobral. – Natal, RN: EDUFRN, 2016.
14,6 Mb ; PDF
CDD 869.3
RN/UF/BCZM 2016/18 CDU 821.134.3(81)-34
8
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
9
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
10
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
11
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
12
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
13
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
14
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
15
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
16
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
17
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
18
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
19
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
20
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
21
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
22
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
23
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
cachorra suja que está enroscada junto das taboas do velho boteco.
O assobio acorda Mestre Braz que cochilava dentro do silêncio
fedorento de sua casinhola.
– Que há?
Rosna ele, sonolento, procurando reconhecer o vulto que se
aproxima.
– Nada...
Tainha se enrosca nas pernas do moço e lambe os dedos
tortos e feridos.
– O tempo serenou mais...
– Dava pra ter saído.
– Ninguém sabe o que pode aparecer nesse mês...
Silvino já se encostou no velho balcão de caixas de querosene.
– Traz uma!
– Já? Uma hora dessas homem?
Mestre Braz traz a garrafa e serve uma golada. Silvino bebe,
cospe e empurra a cachorra com o pé. É um gesto de amizade que
o animal retribuiu com um ganido demorado. Mestre Braz se de-
bruça e olha a cadela que se enroscou mais de longe.
– Tou acabando com ela qualquer dia desses... Lhe previno!
– Silvino levanta um olho somente e encara o homem.
– Com quem?!
– Ela...
E mestre Braz aponta a cadela.
O moço passa as costas da mão na boca sombreada pelo
bigode e ri baixinho.
24
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
– Ta doido, Mestre?
O velho encara mais diretamente.
– Tou prevenindo somente... Não é de hoje que essa cachorra
safada rouba d´aqui, tudo quanto deixo no balcão. Ta vendo?
Rosnou o mestre bodegueiro. Depois olha a vela que passa
por detrás do morro. Silvino avança mais um passo e segura a
cachorra pela corda fina que lhe amarra o pescoço. Sustenta-a
com toda a violência. Meio sufocada, Tainha gane surdamente.
Silvino balança no ar o corpo magro.
Os ganidos estão esgoelados. Uma espuma grossa escorre pe-
los cantos da boca de Tainha.
– Safada!
A mão rude, riscada de veias grossas, atira longe o animal
espavorido.
Tainha cai e os seus latidos se soltam. A corda livre desafoga-lhe
o pescoço. Mas a pancada brusca torce-lhe a espinha. Não consegue
ficar de pé. Com grande esforço arrasta os quartos. Vem na direção
do homem que continua impassível, olhando-a. Bem junto do pé
grande, de dedos torcidos e unhas quebradas, a cachorra estaca.
Não arrisca levantar o focinho. Apenas rosna baixinho.
– Coisa ruim...
Silvino atira o pé e chuta o animal magoado. Agora Tainha
late alto. Como num choro, quase sem grito. Cai se contorcendo e
cisca a areia mole do morro. O brilho alegre os seus olhos esmaece.
As costelas parecem mais expostas sob o couro cinzento. Silvino
25
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
26
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
27
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
28
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
29
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
30
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
31
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
32
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
33
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
34
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
35
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
36
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
37
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
38
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
39
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
40
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
41
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
42
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
43
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
44
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
45
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
46
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
Navarro
por completo
Por Gustavo Sobral
47
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
48
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
49
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
50
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
51
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
52
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
53
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
54
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
55
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
56
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
57
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
58
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
não interromperá com este livro a sua atividade poética, que coe-
xistirá com as suas crônicas, os seus contos e os seus desenhos.
Canto ao poeta Renato Caldos é de 1966, o poema As roupas é
de 1950 e Canção antiga de 1952 e Os presentes (1987)22; e o livro
ABC do cantador Clarimundo é de 1955.
59
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
60
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
como a paisagem nordestina. Mas rica e bela não apesar mais por
causa disso... Parabéns!”. Carlos Drummond de Andrade: “Preza-
do Newton Navarro: Seus contos foram para mim uma surpresa
boa. A começar pelo caso do boi Milonga, com traços paisagísti-
cos que iluminam a narrativa (‘o grupo esguio das carnaúbas que
espana o claro do tempo’) e a notação rápida, dizendo mais que
a circunstanciada informação da morte do animal (‘o rastro da
cobra na areia frouxa’). Vi imagens de cinema em suas histórias.
A bela gravura sensual de ‘Os cavalos’ deixa marca na lembrança.
Você soube ligar terra, bichos e gente em trama sensível de pala-
vras. Pena que o livro seja tão breve: fica-se desejando mais”.
61
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
62
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
63
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
64
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
65
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
66
O BOI CARETA E A MORTE DO CAVALO BAIO
67
Este livro foi projetado pela
equipe editorial e gráfica da
Editora da Universidade Federal
do Rio Grande doNorte,
em março de 2016.