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Universidade Federal do Tocantins - UFT

Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Coordenação


Pedagógica
Programa Escola de Gestores

A importância da participação dos pais na vida escolar


dos filhos1
Rosinete da Conceição de A. Lopes2
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisa-ção, que,
conforme Stringer (1996) é composta por três ações: principais: observar, para
reunir informações e construir um cenário; pensar, para explorar, analisar, e
interpretar os fatos; e agir, implementando e avaliando as ações. A coleta de
dados foi realizada na escola Municipal Noeme Lustosa Barros, através de
aplicação de questionário contendo cinco questões dirigidas aos pais sobre o
envolvimento escolar é afetivo dos pais para com os filhos. O embasamento
teórico deste trabalho fundamentou-se em teóricos como JESUS (1996),
SZYMANSKI (2001), TIBA (2006) e PARO (2007) pensadores e educadores
que acreditam na influencia positiva da educação na formação integral do
sujeito. É detectou-se a importância da participação dos pais na vida escolar
dos filhos, Mediante o resultado do projeto de intervenção realizado na Escola
Municipal Noeme Lustosa barros, os resultados da pesquisa apontam que os
pais ainda estão muito ausentes no que se refere o acompanhamento “ideal”
para com seus filhos na escola como também na vida cotidiana. Durante a
realização do trabalho da coordenadora pedagógica pode se perceber que a
grande maioria dos alunos apresenta dificuldades de aprendizagem como
também falta de limite e interesse pelas aulas. A família é a primeira instituição
onde a criança nasce, vive e se desenvolve. Ela deve estar atenta à vida

1
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito avaliativo do curso de Pós-graduação Latu
Sensu em Coordenação Pedagógica pela Escola de Gestores - Universidade Federal do Tocantins, sob a
orientação da Profa. MS. Lina Maria Gonçalves.
2
Graduada em pedagogia pela fundação unirg. Pós-graduada em Atendimento Educacional Especializado
pela universidade federal do Ceará. Professora Regente do Ensino Infantil, na Escola Municipal Noeme
Lustosa Barros, do Município de Dueré-To.
educacional de seus filhos, sendo ela, também responsável pelo processo de
ensino-aprendizagem. . Percebe-se então que escola e família em âmbito geral
devem trabalhar com os mesmos objetivos, fazer com que a criança se
desenvolva em todos os aspectos e ter sucesso na sua aprendizagem. É nesse
sentido que se justifica a importância da intervenção propor uma parceria
família escola para o melhor desenvolvimento emocional, intelectual da criança
no contexto investigado.
Palavras Chave: Família – Escola – Criança – Aprendizagem – Desenvolvimento.

Introdução

Atualmente, a família tem passado para a escola a responsabilidade de


instruir e educar seus filhos e espera que os professores transmitam valores
morais, princípios éticos e padrões de comportamento, desde boas maneiras
até hábitos de higiene pessoal. Justificam alegando que trabalham cada vez
mais, não dispondo de tempo para cuidar dos filhos.
A escola, por sua vez, afirma que o êxito do processo educacional
depende, e muito, da atuação e participação da família, que deve estar atenta a
todos os aspectos do desenvolvimento do educando. Reclama bastante da
responsabilidade pela formação ampla dos alunos que os pais transferiram
para ela, e alega que isto a desviou da função precípua de transmitir os
conteúdos curriculares, sobretudo de natureza cognitiva. Com isso, ao invés de
ter as famílias como aliadas, acaba afastando-as ainda mais do ambiente
escolar.
A escola, incansavelmente, tem buscado parceria com as famílias
através de palestras, confraternizações, em que pais, alunos, professores,
coordenadores pedagógicos e demais funcionários se interagem com
atividades reflexivas, com o objetivo de estreitar o relacionamento tanto família
escola, como também fazer com que os pais e filhos se interagem nas relações
afetivas.
Entretanto, mediante observação realizada na Escola Municipal Noeme
Lustosa Barros, percebe-se que os pais, ainda, estão muito ausentes no que se
refere o acompanhamento “ideal” para com seus filhos na escola, como
também na vida cotidiana. Também pode se perceber que a grande maioria
dos alunos apresenta dificuldades de aprendizagem, como também falta de
limite e interesse pelas aulas. É nesse sentido, que se justifica a importância da
presente pesquisa-ação na Escola Municipal Noeme Lustosa Barros, que
proporá uma intervenção, no contexto investigado. O objetivo geral dessa
pesquisa foi o de identificar as estratégias de intervenção da coordenação
pedagógica junto aos professores visando á realização de intervenção capaz
de inserir as famílias, contribuindo assim para o desenvolvimento escolar e
afetivo da criança.
Diante desse objetivo a coordenação pedagógica buscou envolver toda
equipe escolar em atividades planejadas para destacar que a integração dos
esforços da família e da escola é base para mudanças no processo constante
de educar os filhos, pois, a educação não cabe apenas aos profissionais, mas
sim a toda a sociedade, principalmente à família que é a maior interessada na
educação das crianças.
O presente artigo, que apresenta e discute os resultados alcançados,
bem como as dificuldades enfrentadas na condução do processo de pesquisa-
ação, está organizado, além dessa introdução, nas seguintes partes: revisão
bibliográfica, na qual se apresenta os fundamentos teóricos da gestão
democrática e participativa, bem como da psicologia da educação sobre fatores
que influenciam a aprendizagem das crianças; em seguida traz a descrição da
metodologia empregada; a análise e discussão dos resultados alcançados na
pesquisa ação com a equipe escolar e na intervenção desenvolvida com os
pais; e, por fim, as considerações finais da coordenação pedagógica.

2. Família e Escola: uma parceria positiva

Denomina - se família o primeiro grupo social do qual fazemos parte,


onde cada um começa a construir sua história de vida, e sua identidade
cultural. Através da família o indivíduo recebe influências de valores e
convivência no grupo, o que é essencial para o desenvolvimento individual da
criança. É nesse momento que a criança começa a construir sua
personalidade. Para ela família é o seu ponto de sustentação.
A convivência e o relacionamento familiar são fatores relevantes para o
bom desempenho da criança. Assim, cabe a família fazer a mediação da
criança e jovens entre ela, o mundo e a escola. Ajudá-la na adaptação, são
fatores fundamentais para seu desenvolvimento educacional e social. A família
na vida escolar das crianças é a raiz, ou seja, e na família que se definem
fundamentos de vida afetiva, moral e ética. A escola surgiu como uma
necessidade social, com o objetivo de dar auxílio para que o indivíduo se situe
como pessoa criadora e conhecedora de seus propósitos.
É importante que os pais ou responsáveis pelas crianças demonstrem
interesse em tudo no que diz respeito à escola do filho, para que ele perceba
que estudar é algo prazeroso e indispensável para a vida. A participação dos
pais na educação formal dos filhos deve se proceder da maneira constante e
consciente, integrando-se ao processo educacional, participando ativamente
das atividades da escola. Essa interação só tem a enriquecer e facilitar o
desempenho escolar da criança.
Diante desta realidade, os pais devem deixar bem claro para os filhos a
importância de estar freqüentando a escola, mostrando as vantagens
oferecidas pela mesma. Sendo uma instituição que prepara para a consciência
política, para cidadania e convivência social.
Nota-se, que muitos pais vêem na escola uma oportunidade dos filhos
terem um futuro melhor, realizarem-se profissionalmente e até mesmo porque
enquanto os filhos estão na escola estão livres dos perigos da rua. Com a
valorização que os pais dão à escola, incentiva os filhos a perceber a
importância do saber.
Paro (2000, p.48) afirma que.

Na verdade, a disponibilidade de boas condições para o estudo nas


casas das camadas mais pobres da população parece ser
heterogênea, havendo desde situações de extrema precariedade até
situações em que os pais põem à disposição de seus filhos boas
condições de trabalho. Dada à situação de vida dessas populações, é
mais provável, entretanto, que predominem os casos em que faltam
condições adequadas de estudo. Assim, a precariedade dos recursos e
dos espaços para o estudo no interior dos lares não deixa de ser uma
realidade que dificulta os trabalhos estudantis das crianças e jovens.

Nesta citação, percebe-se que o autor fala dos fatores que são
prejudiciais ao rendimento escolar dos alunos, principalmente nas classes
menos favorecidas. Como são os alunos atendidos na unidade de ensino
investigada. Ele ainda enfatiza a extrema precariedade que a família está
inserida para dar subsídio a uma boa condição de trabalho, sendo que, nas
famílias menos favorecidas é notável o pouco recurso para os estudos, e isto
dificulta a aprendizagem das crianças. Em outras palavras pode-se afirmar que
o fator social exerce fundamental influência no insucesso nos estudos e na
aprendizagem por parte dos alunos.
Diante do exposto, é necessário que os pais levem em consideração que
em casa também é importante reservar um local adequado para o estudo e
realização de tarefas escolares. Mostrar aos filhos que é fundamental o estudo
para alcançar seus objetivos, demonstrar empolgação com dada etapa vencida
pela criança, levando-os a entender a importância de aprender e ser um
cidadão consciente e livre.
A escola como instituição de ensino tem a função de oferecer condições
necessárias para que o educando receba constantemente qualificação diária
em seu exercício de atuação, viabilizando assim, melhoria na qualidade de vida
das gerações futuras. Para que isso aconteça, é necessário fazer uma reflexão
sobre o processo ensino aprendizagem, buscando alternativas para os
problemas das práticas pedagógicas.
Szymansky (2001, p. 63) afirma:

Na possibilidade positiva, as escolas podem criar um ambiente que


venha a construir-se um “espelho” e num “mundo” para as crianças,
ajudando-as a caminhar para fora de um ambiente familiar adverso e
criando uma rede de relações, fora das famílias de origem, que lhes
possibilite uma vida digna, com relações humanas estáveis e
amorosas.

De acordo o exposto, a escola tem função de transmitir saber ao aluno,


mas também levá-lo á construir caminhos para que possa, por sua vez,
descobrir-se como ser pensante, crítico, social e capaz de atuar positivamente
na sociedade em que vive mostrando a ele que, com a educação ele poderá
desenvolver-se por completo, aprendendo a valorizar-se. Uma das principais
atribuições da escola é a de manter e educar seus dependentes para a vida,
segundo princípios éticos, cultural, religiosa, legal.
A escola deve trabalhar de forma mais ampla, sendo necessária uma
convivência afetiva com as famílias, sabendo ouvir respeitando as
diversidades, por muitas vezes, a mesma compreende que uma família, por
não corresponder aos padrões tradicionais, não é capaz de cuidar da formação
de seus dependentes.
Na sociedade atual, a escola também perdeu a credibilidade social que
tinha outrora. Sobre essa questão Paro (2000, p.63) argumenta que.

Nem o decréscimo da importância da escola com móvel de ascensão


social nem as concepções a respeito da queda da qualidade do
ensino parecem ter conseguido abalar significativamente a confiança
que a população tem na escola instituição.

De acordo o autor, a confiança que os pais, ainda, depositam na escola


é um motivo importante para que ela repasse uma educação de qualidade,
visando melhorar as condições de vida da comunidade.
Para Tiba (2002, p. 183) “Se a parceria entre família e escola for
formada desde os primeiros passos da criança, todos terão muitos a lucrar”. A
criança que estiver bem vai melhorar e aquela que tiver problemas receberá a
ajuda tanto escola quanto dos pais para superá-los.
Assim, é primordial que escola e família sintam-se parceiras nessa tarefa
de transformação da criança, onde família deve participar das reuniões,
questionarem sobre a vida escolar de seu filho, conhecendo as reais práticas
educativas, e que a escola se sinta parceiras nesta jornada.
Quando se fala na desejável parceria escola/família e se convoca a
participação dos pais na educação, como promoções do sucesso escolares dos
filhos, não se consideram as mudanças históricas e a diversidade cultural nos
modos da educação e reprodução social; as relações de poder entre estas
instituições e seus agentes; a diversidade de arranjos familiares e as
desvantagens materiais e culturais da grande parte das famílias; as relações de
gênero que estruturam a divisão de trabalho e na escola.
Sobre essa mudança na estrutura familiar e social, destaca Paro (2000,
p. 68) que “é muito importante o papel da família no desempenho escolar dos
filhos, (...) há uma relação interdependente entre as condições sociais da
origem das famílias e a maneira que se relacionam com as escolas.”
Sabe-se que a estrutura familiar e social, está em constante
transformação, pois há influência de fatores sociais, econômicos, políticos e
religiosos, fazendo com que os papéis se modifiquem cotidianamente. Com a
introdução do capitalismo, a família mudou sua estrutura, a mulher teve que
ingressar no mercado de trabalho, transferindo assim, a função de educar os
filhos para a escola, mas a escola não pode e nem tem estrutura de assumir
esta responsabilidade.
Assim, a relação entre a família e a escola tem sido discutida há
décadas, apesar de vários trabalhos, onde os gestores buscam a aproximação
da família/escola, ainda persistem muitos conflitos, pois observa-se que pais e
escola, não sabem direito qual papel desempenhar, e vivem em um jogo de
empurrar a responsabilidade uma para a outro: a escola acusa os pais de não
dar limites e os pais acusam a escola de não impor a disciplina. Nesse meio a
criança fica sem referência. Desta forma a relação da família e da escola só
terá uma proposta plausível a partir do momento em que todos entenderem o
seu papel na educação das crianças.
De acordo com o exposto, a escola deve oferecer as informações que
contribuam de maneira a fazê-los repensar como funciona essa complexa
relação: família e escola, para que as famílias possam reafirmar com dados
semelhantes, pois se sabe que o fato da família não ir bem, influencia
negativamente o desenvolvimento escolar dos filhos.
Assim, a escola precisa trabalhar de forma cooperativa ao assumir
outros papéis, além do ensino. Sobre isso Hengemühle (2004 p.12.13), afirma
que.

A escola se faz com a contribuição de toda a comunidade educativa,


um conceito que perpassa toda sua obra, destacando a pessoa do
professor, agente principal de todo processo educativo, que
internalizam as novas competências e habilidades necessárias à sua
função, com a equipe diretiva, que coordena e dinamiza o projeto
político-pedagógico e com os alunos, foco central da ação educativa,
dos conceitos pedagógicos e das estruturas administrativas.

Em razão disso, fica o aluno fica como sujeito, sendo o centro de todo o
processo, uma vez motivado e acompanhado dificilmente chegará à tona do
fracasso, tanto escolar como social.
Indiscutivelmente, a família tem um papel predominante no aprendizado
de seu filho, pois sendo a família o primeiro grupo de convivência da criança.
No entanto, a família é um elemento primordial na formação desse indivíduo,
cabendo a mesma, motivar e ajudar nas atividades extra classe para o bom
desempenho escolar.
De acordo Paro (2000), em seu contexto de investigação, procura-se
examinar a participação dos pais em casa, “junto a seus filhos”, visando uma
melhoria na qualidade do ensino, mediando à postura da escola na tomada de
decisões para facilitar essa participação.
Na concepção de Paro, (2000), fica evidente que, quando os pais estão
presentes na vida escolar de seu filho, participam de suas atividades, olha as
lições de casa, sem o rendimento é nítido. “É uma questão afetiva, os filhos se
sentem amados quando os pais valorizam suas ações e seus trabalhos” (idem,
p. 34).
A escola deve promover encontros atrativos para que os pais se sintam
bem e respeitados, uma vez que, a maioria dos pais deixa de participar com
medo das represálias, sendo que, na maioria das vezes a pauta das reuniões
se unifica simplesmente no problema de seus filhos.
No entanto, faz-se necessário que através das reuniões as famílias
participam efetivamente da elaboração de projetos pedagógicos, nas tomadas
de decisões, junto à coordenação pedagógica, e corpo docente da escola.
Informar através de relatórios periódicos o desempenho escolar da
turma e o desempenho individual. Envolver as famílias na organização e na
realização dos eventos escolares.
Fazer visitas às famílias para melhor entrosamento, nunca somente,
para averiguar, julgar ou fazer interferências.
No entanto, a escola necessita dessa relação de cooperação como a
família, pois os professores precisam conhecer as dinâmicas internas e o
universo sociocultural vivenciado pelos seus alunos, para que possam respeitá-
los, compreendê-los e tenham condições de intervirem ou providenciar um
desenvolvimento melhor nas expressões de sucesso e não de fracasso
diagnosticado. Precisam ainda, trabalhar dessa relação de parceria para
poderem também compartilhar com a família os aspectos de conduta do filho:
aproveitamento escolar, qualidade na realização das tarefas, racionamento
com os professores e colegas, atitudes, valores, respeito às regras.
A partir dessa interação e com base nos significados que dá ao seu
trabalho, a participação democrática e participativa é o principal meio de
assegurar e inserir estas famílias como parcerias ativas no processo de ensino
aprendizagem são afetivas de seus filhos.
Como nos diz Jesus (1996, p. 01), é importante que se assuma que os
professores não podem substituir os pais na educação dos filhos.

Os pais são os primeiros modelos para os filhos, tendo sobre eles


uma influência que o professores não podem ter. 1 – Não vou
defender que há fronteiras rígidas, intransponíveis – que marcam os
compromissos para com a educação da criança ou jovem - entre pais
e professores/educadores, mas haverá que reconhecer que nenhum
deles substitui o outro em determinados papéis que lhes são
específicos. Os pais “têm influência sobre a educação e o
desenvolvimento dos filhos que é única e insubstituível. 2 – Por sua
vez, os professores e educadores, pela responsabilidade que têm na
criação de condições para o desenvolvimento de capacidades, e para
a aquisição e domínio de conhecimentos por parte dos alunos,
estarão igualmente a contribuir decisivamente para a formação
integral destes.

Uma escola comprometida com a transformação da sociedade torna-se


como seu espaço específico de luta, a responsabilidade pela socialização do
saber elaborado. Ao professor compete realizar a importante tarefa de integrar-
se ao processo educativo, mediando, sugerindo, organizando, visando à
cooperação, a iniciativa, a autonomia, propondo situações e servindo de
alavanca ao processo de construção e à descoberta.
À família compete à participação ativa no desenvolvimento das tarefas
diárias, como também a família deve ser participativa nas ações da escola,
conhecer o professor, a sua dinâmica e dar ao filho incentivo para os estudos.
Não se podem delegar responsabilidades ao educador, como se fossem
possíveis soluções independentes de tal contexto. No entanto, a abordagem
crítica e a intervenção transformadora sobre o que está se dando atualmente
na educação e nas políticas públicas, é de grande valia para o
encaminhamento da transformação da sociedade, e a escola tem
responsabilidade nesta transformação.
3. Pesquisa e ação: trilhando caminhos para aproximação entre
família e escola.

Este trabalho, desenvolvido através de pesquisa-ação, que conforme


Stringer (1996) compreende uma rotina composta por três ações principais:
observar, para reunir informações e construir um cenário; pensar, para
explorar, analisar, e interpretar os fatos; e agir, implementando e avaliando as
ações.
O campo de investigação foi a Escola Municipal Noeme Lustosa Barros,
envolvendo especialmente como sujeitos da pesquisa o 1º Ano “U” vespertino,
formado por 34 alunos e respectivas famílias, a professora regente e toda
equipe diretiva da escola.
Seguindo as etapas, descritas por Stringer, inicialmente a coleta de
dados foi realizada através de aplicação de questionário aos pais, com
sugestões de perguntas de toda equipe escolar, contendo cinco questões
dirigidas sobre o envolvimento escolar e afetivo dos pais para com os filhos.
Foram analisados, ainda, fotos, relatórios, atas de reuniões realizadas com os
pais e alunos na unidade local. Também foram realizadas conversas com os
pais que compareciam a escola para deixar os seus filhos, sobre a escola o
andamento do filho nas atividades e participação.
Como segunda ação, os dados passaram pelo processo de tabulação e
análise. Assim, com a tabulação concluída foi possível constatar as principais
necessidades desses pais e ter indicadores para realizar um projeto de
intervenção, buscando conciliares as reais necessidades dos pais, dos filhos e
da escola. Em nova reunião de toda equipe escolar foi possível configurar e dar
andamento no projeto de intervenção, desenvolvido com os sujeitos
anteriormente listados, constituindo esse desenvolvimento como a terceira
ação da pesquisa-ação.
No mês de agosto de 2011, desenvolveu-se na Escola Municipal Noeme
Lustosa Barros, o Projeto de Intervenção por meio do denominado “dia dos
pais na escola”, com jogos e sorteio de brindes, culminando com coquetel. Os
resultados tanto da primeira fase da pesquisa, quanto da segunda fase de
intervenção, serão descritos e analisados na próxima seção desse artigo.
Com a palavra os pais

Esta pesquisa foi realizada na Escola Municipal Noeme Lustosa Barros


com 34 pais, sendo que três deles não devolveram o questionário respondido,
ou seja, dos questionários enviados aos pais, 91% foram devolvidos
respondidos. Esses dados aparentemente mostram um alto índice de
participação, todavia há que se analisar o processo desenvolvido para obter-se
o retorno dos questionários. Inicialmente foram retornados somente 08
questionários, o que representa apenas 23% de retorno. A comunidade escolar
se mobilizou para recolher os questionários, enviando bilhetes, conversando
informalmente com os pais na rua e chegando mesmo a buscar os
questionários nas casas. Isso confirma o que defende Paro sendo uma
contradição ou os pais, mesmo sem estar direto na escola, adotam estratégias
para acompanhar os filhos? Essa é uma questão que merece análise mais
aprofundada, pois parece refletir a confiança que os pais continuam
depositando na escola do que um real conhecimento da metodologia
empregada pela professora. Como comprova a figura 1, a seguir demonstrativa
da participação desse mesmo grupo de pais (dos alunos do 1º ano único) num
das reuniões bimestrais
Figura 1: assinatura dos pais em ata de reunião bimestral.

Essa é uma visão da real participação dos pais na escola Municipal


Noeme Lustosa Barros, segundo a ata nº13, da reunião com os pais e
responsáveis dos alunos do 1º ano-único, realizada dia 04 de agosto de 2011.
De 36 (trinta e seis) compareceram 10 para a reunião para ser tratados
assuntos dos interesses dos mesmos, sendo, dificuldades de aprendizagem,
reforço escolar entrega de uniformes.
Para os educadores, pode ser algo de sumo importância, mas para os
pais, a escola resolve tudo.
Predominantemente os respondentes têm a média de idade entre 30 e
39 anos, sendo 29% do gênero feminino, sendo que em sua maioria mãe, que
trabalha, e cuida do lar, ainda tem disponibilidade para acompanhar os filhos
no seu desenvolvimento escolar. Segundo o resultado dos questionários,
detectou-se que a escolaridade dos mesmos é o ensino médio.
Considerando esse contexto, a análise comparativa, a seguir, refere-se
aos 91 % de questionários respondidos, separados em dois grupos distintos: o
grupo1 com 25,8% que responderam voluntariamente em tempo hábil, e o
grupo 2 com 74,2% que responderam, após intervenção da escola.
Perguntados aos mesmos sobre a participação nas atividades escolares de
seus filhos, com as seguintes alternativas:
a) Acompanham as tarefas e horário de aula de seu filho (a) diariamente?
b) Comparecem à escola sempre que solicitados?
c) Você participa das reuniões bimestrais e conseguem tirar as dúvidas com os
professores?
d) Você acha que os professores mandam pouca tarefa de casa?
e) Seu filho (a) comenta sobre as atividades realizadas na escola?
f) Seu filho (a) tem horário e local adequados para realizar a tarefa de casa?
Obteve-se os dados representados no gráfico 1, a seguir.
Como já mencionado anteriormente, há uma grande contradição ou os
pais, realmente adotam estratégias para acompanhar os filhos?
Em destaque a alternativa C, com 23,4%, do grupo 2 (pais que
precisaram de intervenção da escola para devolver os questionários) enquanto
o grupo 1(pais que devolveram voluntariamente os questionários respondidos),
aparece com 14,2%.
Gráfico1: Percentual de participação dos pais

Fonte: questionário aplicado aos pais

Perguntados sobre o grau de participação nas atividades escolares dos


filhos, os pais dos dois grupos responderam as alternativas, conforme o gráfico
2, a seguir, vem com um conjunto de alternativas que foi representado em
porcentagem.
a) As normas e regras da escola são claras?
b) Seu filho gosta da escola?
c) Você conhece a professora de seu filho? É sua metodologia de trabalho?
d) Seu filho se relaciona bem com os professores e funcionários da escola?
e) Você se considera um pai participativo na vida é no acompanhamento
escolar do seu filho?
Gráfico 1: Observação dos pais na escola dos filhos.

Fonte: questionário aplicado aos pais

O que mais chamou atenção neste gráfico foi á alternativa E, onde o


grupo 1 com 20%, dos respondentes que se consideram pais participativos na
vida na escola dos filhos, enquanto no grupo 2, 16% afirma-se participativo.
Observe que apenas 12% dos pais, que responderam rapidamente ao
questionário, as normas da escola são claras, por outro lado, 18% dos pais que
só devolveram o questionário após insistência da escola, responderam
afirmativamente a essa questão.
Perguntados sobre a comunicação na escola, com as seguintes
alternativas:
1º Você vai à escola.
2º Telefona, pois não tem tempo.
3º Através de bilhetes, recados.
4º Outros.
Obteve-se as respostas mostradas no gráfico 3, a seguir:
Gráfico: A comunicação na escola

Fonte: questionário aplicado aos pais

Através do gráfico percebe-se que o gráfico 1, com 78% tem sim


disponibilidade de ir até a escola do filho ter uma comunicação, com um
porcentual 13,3% do grupo preferir telefonar pois não tem tempo.O grupo 1,
vem confirma Tiba, Assim, é primordial que escola e família sintam-se
parceiras nessa tarefa de transformação, comunicação da criança, onde família
deve participar das reuniões, questionarem sobre a vida escolar de seu filho,
conhecendo as reais práticas educativas, e que a escola se sinta parceiras
nesta jornada.

Questionados sobre o uso de seus talentos para participar na escola dos


filhos, Opinaram-se nas seguintes alternativas:
a) Sim tenho talento quero ajudar.
b) Sendo voluntário; e Parceiro na escola.
c) Contando Histórias; durante as aulas;
d) Sendo ajudante da professora; é nas organizações de festas na escola;
e) Outros
(f) não responderam
As respostas são mostradas no gráfico 4, a seguir:
Gráfico 4: Os talentos dos pais para participar na escola dos filhos

Fonte: questionário aplicado aos pais

Como podemos verificar no gráfico, o grupo 1, 31,2%, quer participar na


escola dos filhos com os seus talentos, o grupo 2, só 15,6%, tem interesse, na
alternativa de ser voluntários, é não responder está questão. “Esse percentual
confirmar o que diz Jesus’’ os pais são os primeiros modelos para os filhos,
tendo sobre eles uma influência que o professores não podem ter”. Ou seja,
nenhum substitui os outros ambos tem que andar juntos.
Perguntados sobre o aspecto que eles podem e precisam melhorar para
participar mais da vida escolar do filho, obteve-se através das alternativas:
a) Verificando se tem tarefa de casa.
b) Sendo mais presente.
c) Conversando com o seu filho.
d) Olhando o caderno.
e) Observando as queixas dele seguintes respostas foram apresentadas,
conforme gráfico 5, a seguir:
Gráfico 5: O aspecto que os pais precisam melhorar.

/Fonte: questionário aplicado aos pais

Olhando atentamente o gráfico grupo 1, com 100% dos pais olham as


tarefas de casa dos filhos, já o grupo 2, vem o porcentual de 19,6% que não
verificam as tarefas de casa dos filhos. Não podemos esquecer que á família
compete à participação ativa no desenvolvimento das tarefas diárias, como
também a família deve ser participativa nas ações da escola, conhecer o
professor, a sua dinâmica e dar ao filho incentivo para os estudos.
Analisando as questões, que os pais se manifestaram abertamente, de
como o mesmo pode contribuir para a melhoria da escola de seus filhos,
chegamos às seguintes alternativas:
a) Participando das reuniões na escola, e ajudando os filhos nas tarefas de
casa, orientando-os para se comportarem bem na escola.
b) A participação Família escola com diálogos entre Diretor, professores e
pais.
c) Não responderam;
d) Outros;
Gráfico 6: Sugestão dos pais para a melhoria da escola.

Fonte: questionário aplicado aos pais

Observando o gráfico acima, o grupo 1, com 62,5%, quer sim que a


escola venha proporcionar mais participação família/escola com diálogos entre
Diretor, com professores e pais. O grupo 2, com 35% não quis se manifestar.

Como diz Hengemuhle, A escola se faz com a contribuição de toda a


comunidade educativa, um conceito que perpassa toda sua obra,
destacando a pessoa do professor, agente principal de todo
processo educativo, que internalizam as novas competências e
habilidades necessárias à sua função, com a equipe diretiva, que
coordena e dinamiza o projeto político-pedagógico e com os alunos,
foco central da ação educativa, dos conceitos pedagógicos e das
estruturas administrativas.

1.1. Intervenção: ação conjunta


No mês de Agosto, dia dos pais, toda equipe escolar elaborou como
seria realizado o dia dos pais na escola, então ficou acordado de fazer um dia
especial, foi marcado um jogo para os pais no ginásio de esportes da cidade,
onde os pais seriam os jogadores, houve confecções de convites, onde os
próprios filhos levassem para convidar especialmente os seus pais a participar
do jogo. Desta forma, buscou-se no comércio a contribuição de brindes,
medalhas, para serem distribuídos aos pais. Ainda houve um convite para que
um juiz de futebol participasse das atividades, para o encerramento ainda
houve uma confraternização, com salgados, sucos, toda equipe empenhou-se
para o evento acontecer.
No dia do jogo, compareceram somente alguns pais, sendo que, para
completar o time, os maridos da diretora, professoras e demais funcionários da
escola, tiveram que vestir a camisa e participar do jogo. Os pais, ainda, não
visualizaram que sua participação na vida escolar do filho é de suma
importância para o seu desenvolvimento e aprendizado.
Na atualidade as crianças estão entrando na escola mais cedo, isto se
dá por vários motivos, seja ele, social, estrutural, ou por vontade das crianças
em ir à escola. Desta forma são elementares que os pais façam parte da
unidade escolar, contribuindo nas tarefas, orientando seus filhos e tendo
participação ativa com a escola.
Nota-se que na maioria das vezes, os pais se refugiam da unidade
escolar, acreditando que a aprendizagem deva acontecer apenas dentro da
escola, com alunos/professores, mas isto é um leigo engano.
Diante disso o projeto de intervenção realizado na escola campo trouxe
a tona vários problemas enfrentados pelos docentes, falta da participação dos
pais ou responsáveis, crianças desmotivadas, na realização das atividades
enviadas para casa, pois não pode contar com o auxílio dos pais na realização
da mesma.
Assim, após realização do projeto de intervenção que apontou as reais
necessidades, a escola tem que reverter estes problemas, buscando a família
para dentro da escola, mostrando-as que a aprendizagem acontece em
conjunto, e que a participação deles é fundamental para o sucesso da escola e
da aprendizagem de seus filhos. Sabe-se que as crianças nessa idade têm a
facilidade da aprendizagem, é de compromisso da família torna-se fundamental
nesse processo de conhecimento. Família e escola são pontos de apoio e
sustentação ao ser humano.
Desta forma quanto melhor for à parceria entre ambas, mais positivos e
significativos serão os resultados na formação da criança, por isto, a escola vai
continuar realizando um trabalho que envolva família, alunos, escola e
comunidade.
O Projeto de intervenção foi realizado para mostrar a importância de
uma relação mútua entre escola família e essa relação tem que ser baseada no
respeito e na troca de experiências, sendo de grande necessidade a quebra de
barreiras que impedem essa consolidação família escola. Sendo que o ideal
seria que escola e família, em âmbito geral trabalhassem com os mesmos
objetivos, oferecendo assim subsídios para que as crianças se preparem
melhor para o exercício da cidadania.

2. Considerações Finais
Os problemas detectados na elaboração e no decorrer do projeto de
intervenção realizados na escola Municipal Noeme Lustosa Barros, trouxeram
a tona vários problemas enfrentados pela coordenação pedagógica, falta da
participação dos pais ou responsáveis, crianças desmotivadas, na participação,
realização das atividades enviadas para casa, pois não pode contar com o
auxílio dos pais na realização da mesma.
Pais que transferem as suas responsabilidades, para a escola,
professores subcarregados com a tamanha responsabilidade de ser, educador,
pai, mãe, ao mesmo tempo.
Assim, após realização do projeto de intervenção, a escola pretende
continuar com toda a equipe escolar, com o trabalho árduo de tentar buscar os
pais para participar ativamente da vida escolar de seus filhos. O projeto abriu
espaços, para a comunidade participar mais através, da ampliação dos projetos
já realizados na escola, como família na escola que neste ano aconteceu
diferente, em vez de ser só para os alunos a escola abriu para os piais
realizarem um pique nique, com os filhos na própria escola, festa junina com os
pais e funcionários na frente da escola, jogo no dia dos pais com a participação
de toda equipe escolar, fora da escola no ginásio, então assim abre-se um
melhor diálogo entre escola é comunidade, agora com essa iniciativa pretende-
se juntos escola/ comunidade, buscar, soluções para esses problemas, reverter
esta situação tão lamentável no cenário educacional. Sabemos que quando a
comunidade escolar busca parceria com as famílias dentro da escola,
mostrando-as que a aprendizagem acontece em conjunto, é que a participação
deles é fundamental para o sucesso da escola e da aprendizagem de seus
filhos. Que os pais sintam que a sua participação na vida escolar, afetiva de
seu filho é de extrema importância. Sabe-se que quando o Secretário de
Educação, Diretor, Coordenador, professores, equipe escolar, entende-se a
importância de uma relação mútua entre, escolas, famílias, essa relação tem
que ser baseado no respeito, na troca de experiências na confiança que tanto
falamos no decorrer desse trabalho, e o mesmo veio para detectar barreiras
que impedem essa consolidação família/ escola, que impedem realmente que
desenvolvemos um trabalho para uma educação de todos é para todos.
REFERÊNCIAS.

CHAVES, M. A. Projeto de pesquisa: Guia prático para monografia. 3. ed. Rio


de Janeiro: 2002.116 p.

PARO V. H. Qualidade do Ensino: A contribuição dos pais. São Paulo: Xamã,


2000. 126 p.

STRINGER, E. T. Action Research: a Handbook for Practitioners. Sage, 1996

SZYMANSKI, H. A relação família/escola: Desafios e perspectiva. Brasil:


Plano Ipiranga. 2001. 95 p.

HENGEMÜHLE, A. Gestão de Ensino e Práticas Pedagógicas. 2. ed.


Petrópolis, RJ: vozes. 2004. 245

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Petrópolis, RJ:Vozes, 2004.12,13.

JESUS, Saul Influência dos Professores sobre os Alunos. Colecção


Cadernos Pedagógicos. N.º34 Porto: Edições Asa, 1996, p. 27.

TIBA, I. Disciplina na medida certa. Novos paradigmas. São Paulo: Integrare.


2002 .17 p.

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