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Federal e o Sistema
Financeiro Nacional
Especialização em Finanças
Administração Pública e o Sistema Financeiro | 1
Sumário
1 O Estado ...................................................................................................... 3
1.1 O papel do Estado e sua evolução ....................................................... 3
1.1.1 Origem do Estado ........................................................................... 4
1.1.2 Causas da Formação do Estado .................................................... 6
1.1.3 A Evolução Histórica do Estado...................................................... 7
Estado Antigo .............................................................................................. 8
Estado Grego............................................................................................... 8
Estado Romano ........................................................................................... 8
Estado Medieval .......................................................................................... 9
Estado Moderno .......................................................................................... 9
1.2 As funções do Estado ......................................................................... 10
Princípio da Legalidade ............................................................................. 11
Princípio da Impessoalidade ...................................................................... 12
Princípio da Moralidade ............................................................................. 12
Princípio da Publicidade ............................................................................ 12
Princípio da Eficiência................................................................................ 12
1.3 As funções econômicas do Estado ..................................................... 13
1.3.1 Função Alocativa .......................................................................... 13
1.3.2 Função Distributiva ....................................................................... 15
1.3.3 Função Estabilizadora .................................................................. 15
Função Alocativa ....................................................................................... 16
Função Distributiva .................................................................................... 16
Função Estabilizadora ............................................................................... 17
1.4 Modelos de intensidade de intervenção econômica do Governo ........ 17
1.4.1 Modelo Neoliberal ......................................................................... 18
1.4.2 Modelo Keynesiano ...................................................................... 18
1.4.3 Economia Planificada ................................................................... 18
Administração Pública e o Sistema Financeiro | 2
Apresentação
Esta apostila é parte do material didático da disciplina Administração
Pública Federal e o Sistema Financeiro Nacional que integra o curso de
Especialização em Finanças no modo à distância promovido pelo Centro
de Automação, Gestão e Pesquisa em Finanças – AUTOMATA do Núcleo
de Estudos Empresariais e Sociais - NEES da Universidade Federal
Fluminense.
A disciplina é a primeira do curso e visa abordar dois setores que além de
fazerem parte da vida de qualquer cidadão são de fundamental
importância para os profissionais de finanças. Economia do setor público
e sistema financeiro são objeto de pesquisa, análise, projeções, coleta de
dados, debates e discussões que irão embasar diariamente a tomada de
decisões financeiras. Os temas serão abordados no curso com a
apresentação dos conceitos e demonstração dos usos que poderão ser
feitos por um profissional de finanças.
Objetivo
O curso proporciona ao aluno contato com o material básico daquilo que
será sua rotina como analista de finanças. Importante ressaltar que a
proposta não é esgotar o assunto com a apresentação de todos os dados
disponíveis. A tarefa seria impossível dada a infinidade de dados a que
temos acesso.
O importante é que o aluno entenda o funcionamento do governo e do
sistema financeiro, conheça os principais dados ligados a cada um deles
e onde obtê-los e incorpore um método fundamental na análise financeira:
definir a melhor combinação de dados para sinalizar uma percepção,
interpretá-los utilizando ferramentas analíticas, sendo que as mais
importantes serão abordadas nas demais cadeiras do curso, e tome suas
decisões.
Administração Pública e o Sistema Financeiro | 3
1 O Estado
Neste primeiro capítulo, o leitor será apresentado ao conceito de Estado e depois
entenderá a evolução histórica de seu papel.
A seção 1 mostra como e porque ocorreu a evolução do Estado, pontuando suas
principais características. As seções 2 e 3 abordam as funções do Estado, a
primeira em um aspecto mais geral e a segunda especificamente no âmbito
econômico. Por fim a seção 4 mostras os modelos de intensidade de intervenção
do Estado na economia.
Vamos refletir!
A realidade é que o Estado existe. Os detentores do poder no âmbito
de seus Estados tomam medidas que podem ser consideradas
polêmicas em diversos momentos. Entretanto, a estrutura de Estado
com povo, território e soberania estão presentes até mesmo quando
um país é submetido a outro pela força.
É assim há séculos e este tipo de organização é a regra em todo o
mundo por bastante tempo. Então, é razoável supor que a maior
parte da sociedade considere benéfica a sua existência.
Mas quais são esses benefícios?
Eles são semelhantes entre todos os Estados?
Por que o Estado existe?
Qual foi sua origem?
O Estado existe para beneficiar a classe dominante ou para
representar o povo?
Sempre é ou foi assim?
Em geral, como funciona e quais são suas finalidades
O QUE É
FINALIDADE
Vejamos o caso apresentado pelo BOX 1.1. Veja qual é a finalidade que consta
no estatuto desta associação de instituições bancárias que no cotidiano
enfrentam forte concorrência por clientes. No item “c” das finalidades constam:
“propor e defender mudanças legislativas e administrativas ou edição de normas
que aumentem a eficiência do Sistema Financeiro”, ou seja, a Federação atua
junto ao poder público para elevar a eficiência do setor de seus associados.
Obviamente esse é um interesse comum que justifica a associação e motiva a
mobilização de cria-la e mantê-la.
Fica claro, portanto, que a hipótese de o Estado ter sido o resultado de um ato
de vontade de integrantes da sociedade, face aos benefícios da coordenação da
defesa de interesses comuns, é uma possibilidade plausível.
Por outro lado, é natural encontrarmos exemplos onde pessoas a partir de uma
reunião informal e voluntária passam a ver a necessidade de estabelecer regras
comuns para o bem do interesse coletivo. Nesse momento decidem formalizar
uma associação em um clube, um bloco de carnaval, ou outra forma de
representação coletiva. No caso do Estado, seria o próprio desenvolvimento
espontâneo da sociedade a razão da sua origem.
São bastante razoáveis as hipóteses de que alguns Estados se originaram de
forma natural e outros resultaram de um ato de vontade de seu povo.
Uma vez tendo visto os elementos que caracterizam o Estado, refletido como se
deu seu surgimento e quais são suas causas, vamos à classificação dos tipos
históricos de Estados feita por Jellinek.
Para ele, os tipos históricos de Estado são: o Antigo; o Grego; o Romano; o
Medieval e o Moderno. Vejamos rapidamente as características de cada um
desses tipos.
Quando se fala de Estado Antigo, estamos nos referindo às antigas civilizações
do Oriente ou Mediterrâneo. É a forma de Estado mais distante no tempo. Como
exemplo temos o Egito, a Pérsia, a Assíria, a Babilônia. É caracterizado pela
religiosidade e natureza unitária.
O Estado Grego se estabeleceu nas regiões habitadas pelos povos helênicos
entre 776 e 323 a.C. O poder era absoluto e unitário. Foi caracterizado pela
cidade-Estado. Se por um lado havia liberdade política exercida pelos homens
livres maiores de idade nascidos na cidade ou descendentes destes, o que
significava 10 a 15% da população inexistiam direitos individuais. O Estado
estabelecia regras como religião e normas para vestuário. O ideal do Estado era
a autossuficiência.
O autor francês Benjamin Constant teorizou sobre a liberdade dos antigos,
caracterizada pela ampla participação política, porém sem a noção de direitos
individuais, contraposta à liberdade dos modernos, caracterizada pelo respeito
aos direitos individuais, mas com baixo grau de participação política.
A Roma data de 753 a.C. oriunda da união de várias grandes famílias que tinham
como chefes os patriarcas. Teve enorme expansão, mas as decisões políticas
eram tomadas em Roma e somente cidadãos daquela cidade tinham direitos
políticos. Inicialmente foi Reino, depois República e por fim Império. No período
republicano ocorreu o desenvolvimento de suas instituições políticas e jurídicas
mais importantes. O grande crescimento territorial, o cristianismo e as invasões
bárbaras foram a causa da queda do Império Romano ocorrida no ano de 476
d.C.
A característica marcante do Estado Medieval foi a fragmentação. No sistema
feudal a fidelidade e hierarquia ocorriam entre as pessoas, desde o servo da
gleba e o senhor até os reis, o imperador e o papa. Os reinos, em muitos casos
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originados das invasões bárbaras, eram pequenos e tinham pouco poder, uma
vez que os senhores feudais eram absolutos em seus domínios.
A partir do século XI há um movimento de retorno às cidades em busca de
liberdade, uma alternativa à submissão ao poder do senhor feudal. O
crescimento das cidades faz surgir uma nova classe social de comerciantes que
percebe que a unificação do poder lhes é interessante pois pode proporcionar
paz e segurança aos negócios. As nações vão então se unificando e os reis
afirmando o seu poder exclusivo sobre um território definido e o povo.
Estado Antigo
Estado Grego
Estado Romano
Estado Medieval
Estado Moderno
Princípio da Legalidade
Princípio da Impessoalidade
Princípio da Moralidade
Princípio da Publicidade
Princípio da Eficiência
que o custo dispendido com defesa seja elevado por essa razão. Além disso, o
uso que um indivíduo faz da segurança nacional não é impeditivo para o uso por
parte de outra pessoa.
Percebam que nenhuma das duas características estão presentes em um bem
como um carro, por exemplo. A cada pessoa que demande um novo carro, a
fábrica o terá que produzir, incorrendo em aumento dos custos totais. E se uma
pessoa estiver utilizando determinado carro, outro indivíduo não poderá utilizá-
lo simultaneamente. Como o bem público não possui essas características, é
difícil individualizar sua cobrança, razão pela qual o melhor agente para realizar
sua oferta é o Estado.
Ao realizar a produção dos bens públicos, o Estado age na alocação de recursos
da economia sobre uma atividade que não poderia ser promovida por outro
agente e por esta razão a atribuição é classificada dentro da sua função
alocativa.
Dentro da função alocativa o Estado age sobre a organização dos mercados. Um
amplo ambiente concorrencial é desejado pela sociedade uma vez que lhe
proporciona um mecanismo de aquisição de bens em melhores condições. Por
outro lado, é natural que o interesse dos ofertantes de bens e serviços seja atuar
em condições assemelhadas a monopólio ou oligopólio. Assim ocorre porque
nessas condições o lucro é maior que o que seria se atuassem num mercado
com ampla concorrência. Demonstra-se também que no mercado em
concorrência temos uma maior quantidade ofertada dos bens e serviços e o
preço praticado é menor que nos mercados não concorrenciais. Cumpre ao
Estado, portanto, estabelecer regras que estimulem a concorrência ou, quando
isso não for possível, regular as condições de quantidades ofertadas e preços a
serem praticadas pelos ofertantes para níveis que se assemelhem aos que
seriam praticados caso ela vigorasse.
Função Alocativa
Função Distributiva
Função Estabilizadora
O que é dumping?