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e incapazes I er,dade. A fami;1•ia seria
de 1·b . . a inst
· ância º"
· por excelên d.ade
produzir a ' 'servi·d-
ao voluntária · a necessi·dade de um .eia a
· " e a criar
tituto ao "pai· autorit· ário
· " - o dºt l ador .fascista.
· Desse modo R.suba ,. ..
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estabelece um elo ime. d,ato
• entre o fortalecimento
. da famui·, eich
a eo
Estado fascista. No entanto, é interessante lembrar Grego, Zi
.. . Ih
que mostra o Ienomeno inverso: as mu eres na Alemanha na'7·
. emer
-) . , . . ~ista
eram conclamadas a maternidade para consolidar o "Reich dos mil
anos','; daí a exaltação da maternidade fora dos quadros de legitimi-
dade tradicional. Em outros palavras o autor mostra de que maneira
as condições de existência no Estado nazista, de preparação da guerra,
determinaram a debilitação da instituição familiar. E bem verdade,
porém, que Reich apresenta modelos exemplares de análise de ideo- ·
logia no que diz respeito aos sentimentos nacionalistas e patrióticos,
mostrando de que maneira a angústia sexual, o medo de contami-
nação venérea e a ·angústia da separação da figura materna foram ,
mobilizados, a nível simbólico, para servir de base caracterial ao
misticismo nacional. Reich mostra, no presente texto, 'como a massa
-,__,,... é tratada µelo ditador como "essencialme!",te feminina", necessitando
de _um guia para conduzir a bom termo o "desejo de um censor" por
parte da pequena burguesia temerosa e autoritária. Este trabalho
chama .a atenção para a forma pela qual a política fascista do grande
capital monopolista atravessa a relação familiar, mediada pela situa-
ção de subserviência e desprovimento de direitos econômicos e sexuais
das mulheres e crianças na família patriarcal.
No trabalho de Marcuse, temos a concepção hegelianl:J da famí-
lia burguesa, as relações de propriedade . que a sociedade civil esta-
belece e que o Estado sanciona. A família seria. deste pont~ de
vista, o conteúdQ ético da sociedade civil cuja instdncia :.~niversali-
zadora · seria o Estado. -
Em seguida a coletdnea reúne textos voltados para à situação da ·
família na ·modernidade, de Adorno e Horkheimer, passando pela
a1J,tipsiquiatria até a feminista J. MitcheÍl. Y emos então configurare~-
se as novas circunstdncias ·hsi6rico-sociais da famtlia e da condiçáO
feminina, o metabolismo entre a sociedade globai e O núcleo privado,
a esquizofrenia masculino-feminina, o papel patogênico das relações
familiares que se transmite pela biografia dos progenitores, suas an-
siedades e frustrações ancestrais que abrem caminho à psicose no
âmbito familiar. O q_ue torna· instigante esta "segunda parte" é justa-
mente o confronto de pelo menos dois pólos analíticos que se excluem,
ambos tratando da condição feminina e do sentido que a família
adquire diante das novas questões colocadas pela sociedade industrial-
produtivista. Por um lado a abordagem de J. Mitchell, que em nome _
de um certo marxismo procura aliar a libertação da mulher do estreito
espaço da vida doméstica para o amplo espaço do trabalho produ-
tivo à sociedade industrial avançada, que, ao determinar o registro
de "todas as forças produtivas", cria a necessidade de creches e da
escolarização precoce das crianças (o que libera, segundo a autora, a
mulher da maternidade prolongada, etc.), pré-requisitos da emanci-
pação feminina. E este horizonte que possibilita criticar a família
burguesa fundada na desigualdade entre os sexos, na desigualdade
produtiva do homem e da mulher, na qualificação profissional inferior
da mulher em relação ao homem, na necessidade da exigência de
anticoncepcionais para uma sexualidade não voltada à reprodução e
de defesa do homossexualismo como dimensão sexual autônoma.
· Por outro lado, o pólo dissonante a uma tal concepção se ela-
bora no trabalho do psicanalista Mitscherlich, de Frankfurt, que ana-
lisa em particular o fenômeno do esmaecimento da figura paterna
em uma sociedade que. enfraqu_ece sua base de dominação econômica
e rompe com os padrões tradicionais de autoridade e proteção de
que era portadora. Nesse sentido é que se torna provocante a con-
cepção de Adorno e Horkheimer: · "a família em crise, diz Horkhei-
mer, produz as atitudes que predispõem os homens a uma submissão
cega". Até certo ponte>, Horkheimer e Adorno acatam a visão hege-
liana da família como salvaguarda de resistência ética contra a desu-
manização social, o que está ilustrado · no episódio da Antígona a
~6focles, na oposição entre família e sociedade. Ao violar a lei da
· polis e ao se obstinar : em enterrar o irmão Polinice, Antígona faz
valer a força religiosa que não poderia encontrar sentido nos editos
da autorit!,ade da polis: "não há neles, diz Antígona, nenhum poder
de separar-me dos meus". Os laços de sangue ·são razão mais forte
d o q ue as razões do Estado: "Pois jamais, nem se eu foss ~
.. e mae d
. cr..;anças, nem se meu marido morto apodrecesse, contra a força d0e
·ci·dadãos eu assumiria essa _tarefa. Em nome de que lei d º . s
. . . igo isso?
Morto meu marido eu ter,a outro, e um filho de outro hom ·
. em se o
perdesse, mas, já ~ncobertos pelo Hades meu pai e _minha mãe, não
tenho irmão que ainda florescesse. Por semelhante lei é que te r .
.
as honras fúnebres .
,, O . f ·t l
sentimento ami ia se exerce em I6rmul
P este,
Olgária C. F. Matos