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Método Dos Elementos Finitos

Programa 3 – Análise 2D com elementos CST


Lucas Nunes de Carvalho
RA: 24201931361

São Bernardo do Campo


2019
Sumário

Resumo ............................................................................................................................ 1
1. Introdução ............................................................................................................... 2
1.2 Modelo de Deformação Constante ......................................................................... 2
1.3 Programa Desenvolvido em MATLAB®................................................................ 4
2. Trabalho Proposto: Placa Com Orifício............................................................... 5
2.1 Modelo 1 ............................................................................................................ 5
2.2 Modelos 2 a 4 ..................................................................................................... 7
3. Resultados ............................................................................................................... 8
3.1 Resultados obtidos no ANSYS para o Modelo 1 ............................................... 8
3.1.1 Modelo 1 com malha de 7mm ......................................................................... 8
3.1.2 Modelo 1 com malha de 4mm ......................................................................... 9
3.1.3 Modelo 1 com malha de 3mm ....................................................................... 10
3.1.4 Modelo 1 com malha de 3mm e refino na região de interesse ...................... 11
3.2 Resultados obtidos no programa desenvolvido no MATLAB ......................... 12
3.2.1 Modelo 1 com malha de 7mm ....................................................................... 12
3.2.2 Modelo 1 com malha de 3mm com refino ..................................................... 14
4. Comparação dos Resultados ................................................................................ 15
4.2 Tensão em função do tamanho de malha.............................................................. 15
4.3 Tensão em função do tamanho no Furo................................................................ 16
4.4 Fator de concentração de tensão em função do tamanho do Furo ........................ 17
Conclusão ...................................................................................................................... 18
Resumo

Nesta atividade, foi desenvolvido um programa em MATLAB®, com o objetivo


de realizar uma análise numérica estrutural utilizando o Métodos do Elementos Finitos,
e comparar os resultados obtidos no programa criado com softwares comerciais e
resultados teóricos.
As malhas de elementos foram criadas no software ANSYS Mechanical®,
apenas com elementos triangulares lineares, utilizando a formulação deformação
constante, CST (Constant Strain Triangle). Os modelos criados no software foram então
inseridos no programa criado no MATLAB® para processamento e pós-processamento.
Os resultados mostraram-se bastante convincentes e aproximaram-se dos
resultados obtidos no software comercial.
1. Introdução

1.2 Modelo de Deformação Constante

O modelo matemático utilizado neste programa, é o modelo de triângulo de


deformação constante CST (Constant Strain Triangle), este modelo, determina os
elementos com geometrias planas de 3 nós, sendo 2 graus de liberdade por nós. Neste
modelo, utiliza-se a formulação de deformação no plano XY (Plane Strain), nesta
formulação é considerado que a deformação na direção Z é igual à zero. Sendo as assim,
as deformações serão as mostradas na equação 1.2.1, e as tensões na equação 1.2.2.

𝜀𝑥𝑥
𝜀
𝜀 = 𝐵𝑢 => 𝑦𝑦 (1.2.1)
𝛾𝑥𝑦

𝜎𝑥
𝜎
𝜎 = 𝐸𝜀 => 𝑦 (1.2.2)
𝜏𝑥𝑦

A matriz B é chamada de “matriz deslocamento-deformação”, e é a matriz que


permite realizar a “conversão” entre os deslocamentos nodais e a deformação da
estrutura, e é definida conforme a equação 1.2.3.

1 𝑦2 − 𝑦3 0 𝑦3 − 𝑦1 0 𝑦1 − 𝑦2 0
𝐵= ∙[ 0 𝑥3 − 𝑥2 0 𝑥1 − 𝑥3 0 𝑥2 − 𝑥1] (1.2.3)
2∆ 𝑥3 − 𝑥2 𝑦2 − 𝑦3 𝑥1 − 𝑥3 𝑦3 − 𝑡1 𝑥2 − 𝑥1 𝑦1 − 𝑦2

∆ = Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑜 𝑇𝑟𝑖𝑎𝑛𝑔𝑢𝑙𝑜 "123"

A área do triângulo é calculada conforme equação 1.2.4.

1 1 𝑥1 𝑦1
𝐴 = ∙ |1 𝑥2 𝑦2| (1.2.4)
2 1 𝑥3 𝑦3
A matriz D é chamada de “matriz tensão-deformação”, e é a matriz que faz a relação
entre a deformação do elemento as tensões resultantes no mesmo. Para o Estado Plano
de Deformações, a matriz D é definida conforme a equação 1.2.5.

1 𝜈 0
𝐸 𝜈 1 0
𝐷= 2
∙[ 1 − 𝜈 ] (1.2.5)
(1 − 𝜈 )
0 0
2

Assim a matriz de rigidez do elemento é definida conforme a equação 1.2.6.

[𝑘]𝑒 = [𝐵]𝑇 ∙ [𝐷] ∙ [𝐵] ∙ 𝐴 ∙ 𝑡 (1.2.6)

A = Área do triângulo
t = espessura do triângulo (unitária para caso de deformação constante).
1.3 Programa Desenvolvido em MATLAB®

O programa foi desenvolvido com o objetivo de atender às etapas de solução e pós


processamento do modelo matemático. Assim, no código do programa, antes do mesmo
ser executado, é necessário inserir as informações de malha, carregamentos e condições
de contorno do modelo.
É calculada então a matriz de rigidez de cada elemento conforme mostrado na seção
anterior. A matriz “D” utilizada foi a formulação para o estado plano de deformações.
Contudo, com vistas a permitir que o usuário utilize também o estado plano de tensões,
foi criada a matriz de “PLANE STRESS” (Figura 1).

Figura 1: Opções para a matriz D.

Fonte: Do Autor

O programa então realiza a montagem da matriz de rigidez global respeitando as


conexões de cada elemento.
Antes da inversão da matriz de rigidez global, o programa “zera” as linhas e colunas
referentes ao nós (Graus de Liberdade) engastados, inserindo o valor de 1 no
cruzamento das linhas e colunas zeradas.
Após a solução, são exibidos em forma de tabela, os valores dos deslocamentos
nodais, deformações e tensões (nas direções X, Y e as tensões equivalentes de Von-
Mises) em cada elemento, e um pós-processador gráfico, mostrando a estrutura inicial e
deformada, colorindo os elementos conforme sua respectiva tensão.
2. Trabalho Proposto: Placa Com Orifício

Estudo de caso de concentração de tensões em placas com orifício.


• Criar um programa de elementos finitos CST, com pós-processador gráfico;
• Avalie o efeito de concentração de tensão ao redor de orifícios;
o Comparar com resultados teóricos;
o Avaliar o resultado obtido em função do tamanho (médio) de
elementos;
o Utilizar um pré-processador para gerar a malha;
o Avaliar os resultados em função da tensão equivalente de Von-Mises
(pós-processamento).
• Implementar critérios de resistência (Fator de Segurança)
o Máxima tensão de cisalhamento;
o Tensão Equivalente de Von-Mises.

2.1 Modelo 1

Foi definida uma placa com dimensões 100x160mm e um furo centralizado de


diâmetro 25mm. Para facilitar o modelo, foi utilizado simetria em X (Label B) e Y
(Label A), conforme mostrado na figura 2. O material utilizado utilizada foi um aço
com Coeficiente de Poisson 0,3 e Módulo de Young 200Mpa.

Figura 2: Modelo 1

Fonte: Do Autor
Para avaliar o resultado em função da malha, foram criado 4 modelos de malhas,
conforme mostrado na figura 3.

Figura 3: Malhas 1 e 2 do modelo 1

Tamanho 7mm Tamanho 4mm


(161 elementos) (498 elementos)

Figura 4: Malhas 3 e 4 do modelo 1

Tamanho 3mm
Tamanho 3mm com refino
(919 elementos)
(2051 elementos)
2.2 Modelos 2 a 4

Com o objetivo de variar o diâmetro do furo, foram criados mais 3 modelos, todos
estes usando a malha 4 do modelo 1, conforme mostrado na figura 5.

Figura 5: Modelos com a variação do diâmetro do furo.

Furo Ø30mm Furo Ø40mm Furo Ø50mm

Fonte: Do Autor
3. Resultados

3.1 Resultados obtidos no ANSYS para o Modelo 1

3.1.1 Modelo 1 com malha de 7mm

As figuras a seguir mostram a estrutura deformada com as tensões nos elementos


na direção Y (σy) (Figura 7) e tensões equivalente de Von-Mises (Figura 6), para o
modelo 1 com malha de 7mm.

Figura 6: Tensões de Von-Mises, Modelo 1 com 7mm

Fonte: Do Autor
Figura 7: Tensões SigmaY no Modelo 1 com 7mm

Fonte: Do Autor

3.1.2 Modelo 1 com malha de 4mm

As figuras a seguir mostram a estrutura deformada com as tensões nos elementos


na direção Y (σy) (Figura 9) e tensões equivalente de Von-Mises (Figura 8), para o
modelo 1 com malha de 4mm.
Figura 8: Tensões de Von-Mises, Modelo 1 com 4mm

Fonte: Do Autor
Figura 9: Tensões SigmaY no Modelo 1 com 4mm

Fonte: Do Autor

3.1.3 Modelo 1 com malha de 3mm

As figuras a seguir mostram a estrutura deformada com as tensões nos elementos


na direção Y (σy) (Figura 11) e tensões equivalente de Von-Mises (Figura 10), para o
modelo 1 com malha de 3mm.
Figura 10: Tensões de Von-Mises, Modelo 1 com 3mm

Fonte: Do Autor
Figura 11: Tensões SigmaY no Modelo 1 com 3mm

Fonte: Do Autor

3.1.4 Modelo 1 com malha de 3mm e refino na região de interesse

As figuras a seguir mostram a estrutura deformada com as tensões nos elementos


na direção Y (σy) (Figura 6) e tensões equivalente de Von-Mises (Figura 7), para o
modelo 1 com malha de 7mm.
Figura 12: Tensões de Von-Mises, Modelo 1 com 3mm com refino

Fonte: Do Autor
Figura 13: Tensões SigmaY no Modelo 1 com 7mm com refino

Fonte: Do Autor

3.2 Resultados obtidos no programa desenvolvido no MATLAB

3.2.1 Modelo 1 com malha de 7mm

O modelo 1 foi inserido no programa desenvolvido no MATLAB com o objetivo


de comparar os resultados com o os obtidos no ANSYS Mechanical. As figuras a seguir
mostram a estrutura deformada com as tensões nos elementos na direção Y (σy) (Figura
13) e tensões equivalente de Von-Mises (Figura 14), para o modelo 1 com malha de
7mm.
Figura 14: Tensões em Sigma Y no modelo 1, MATLAB

Fonte: Do Autor

Figura 15: Tensões de Von-Mises no modelo 1, MATLAB

Fonte: Do Autor
3.2.2 Modelo 1 com malha de 3mm com refino

O modelo 1 foi inserido no programa desenvolvido no MATLAB com o objetivo


de comparar os resultados com o os obtidos no ANSYS Mechanical. As figuras a seguir
mostram a estrutura deformada com as tensões nos elementos na direção Y (σy) (Figura
15) e tensões equivalente de Von-Mises (Figura 16), para o modelo 1 com malha de
3mm e com refino na região de interesse.

Figura 16: Tensões em Sigma Y no modelo 1 com refino, MATLAB

Fonte: Do Autor

Figura 17: Tensões de Von-Mises no modelo 1 com refino, MATLAB

Fonte: Do Autor
4. Comparação dos Resultados

4.2 Tensão em função do tamanho de malha

Com o objetivo de estabelecer uma malha adequada para a análise, utilizado o


conceito de convergência de malha, de modo que foram avaliadas as tensões na secção
crítica de duas formas. As tensões chamadas de tensões “ao longe”, são as tensões mais
longe do furo, ou seja, da concentração de tensões, como se pode ver no gráfico 1. E as
tensões máximas, ou seja, na região de concentração de tensões, junto ao furo, como
mostrado do gráfico 2.

Gráfico 1: Convergência de Malha nas tensões ao longe.

Tensões Sigma Y "ao longe"


65

63

61

59

57

55
100 300 500 700 900 1100 1300 1500 1700 1900 2100

ANSYS Matlab

Fonte: Do Autor

Gráfico 2: Convergência de Malha nas tensões ao longe.

Tensão Sigma Y Máxima


240
220
200
180
160
140
120
100
100 300 500 700 900 1100 1300 1500 1700 1900 2100

ANSYS Matlab

Fonte: Do Autor
4.3 Tensão em função do tamanho no Furo

Como visto na seção 2.2, foi feita a comparação da tensão máxima do modelo, ou
seja, a tensão próxima à parede do furo, em função da parede do furo. Como pode ser
visto no gráfico 3 e na tabela 1, as respostas obtidas no programa desenvolvido no
MATLAB foram satisfatórias, com erros entre 0,3% e 0,6%.

Gráfico 3: Tensão máxima em função do tamanho do Furo

Tensão no Furo
280
270
260
250
240
230
220
210
200
190
20 25 30 35 40 45 50 55

Ansys Matlab

Fonte: Do Autor

Tabela 1: Erro entre as tensões

Ø Furo ANSYS MATLAB Erro


25 199.15 197.9 0.63%
30 206.04 204.7 0.65%
40 231.71 230.55 0.50%
50 272.73 271.7 0.38%
Erro Médio 0.56%
Fonte: Do Autor
4.4 Fator de concentração de tensão em função do tamanho do Furo

Usando o método proposto por GERE, James M. e GOODNO, Barry J., foi
estabelecido, a partir dos modelos estudados na seção anterior, o gráfico do fator de
contração de tensão K, como mostrado no gráfico 4.

Gráfico 4: Fator de Concentração de Tensões

Fator de Concentração de Tensão K


3

2,8

2,6

2,4

2,2

2
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5
d/b
MATLAB Teórico

Fonte: Do Autor
Conclusão

É possível observar que o programa desenvolvido pode calcular com precisão os


deslocamentos nodais, e as tensões e deformações nos diferentes modelos.
Em relação ao programa anterior foi conseguido o avanço em relação à plotagem
das tensões nos elementos.
Foi possível mostrar a necessidade de refino da malha para a obtenção de
melhores resultados. Mas, algo ainda a ser melhorando está em relação ao erro médio
das respostas do programa que devem ser ainda menores.

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