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CURSO ONLINE DESPERTAR DO FEMININO > Segunda Semana • Dia 4

Ouça o podcast Dia 4

Fluidez e Graça Quando perguntamos para as mulheres


se elas gostam de dançar, a resposta qua-
se unanime é: sim. Mas quando pergun-
tamos, quando foi a última vez que você
No caminho do despertar do feminino, dançou? Muitas não conseguem lembrar.
precisamos compreender a nossa nature- Na sabedoria feminina, dançar é reconec-
za, observá-la, senti-la e perceber os nossos tar com a nossa fluidez. É a prática mais
movimentos internos. Quando falamos orgânica para a mulher.
do princípio feminino, de suas qualidades,
da polaridade yin, não podemos deixar de Em seu livro “Pariremos con Placer” Casil-
tocar em uma qualidade feminina: a flui- da Rodrigáñez falou algo muito verdadei-
dez. Em tradições onde o feminino era re- ro sobre a dança e a mulher. Como o livro
verenciado, essa fluidez era cultivada pela ainda não foi publicado em português,
mulher especialmente por meio da dança. traduzimos um trecho:

O nosso corpo em si é puro movimento. “Se as meninas dançassem com suas


Milhares de micro movimentos internos irmãs mais velhas, suas mães, suas
estão constantemente fluindo, mesmo avós, e nadassem como sereias, cresce-
quando estamos paradas, e o ato de dan- riam sem parar de mover os quadris,
çar é a permissão para este movimento que a pélvis, o útero; quando se fala de
é natural ao corpo. Temos compartilhado
o caminho de despertar do feminino com
recuperar nosso corpo de mulher, na
outras mulheres ao longo de muitos anos realidade, significa recuperar a sensi-
e por esta jornada, unida à nossa própria bilidade e o movimento uterino. Que
experiência, nos convencemos do quão nosso ventre canalize e expresse nossa
importante é a dança na vida da mulher. emoção e nossa alegria de viver.”
CURSO ONLINE DESPERTAR DO FEMININO > Segunda Semana • Dia 4 continuação

Exercício Neste link está uma música que pode


inspirá-la neste exercício. Antes de iniciá-
-lo, prepare o ambiente de forma que lhe
Propomos que você convide a dança à sua
agrade, como preparamos a casa para re-
vida hoje. Deixamos com você este exercício
ceber uma visita especial, ou ainda, o nos-
de consciência corporal e encorajamos a se-
so amor. Prepare o ambiente para si mes-
parar hoje um momento só seu, para dançar.
ma, com um aroma do qual goste, com
objetos que aprecia à sua vista; se preferir
No baixo ventre há um centro de energia
pode baixar a luz do ambiente ou deixá-lo
que recebe denominações diferentes nas
à luz de velas. Forre o chão com uma co-
variadas culturas: hara, tan tien ou swads-
berta ou edredom — ou se tiver, mat ou
tana chakra. Esse centro, ligado ao útero e
colchonete — rente à parede.
ao sistema uro-genital, é uma grande fon-
te de força, e para a mulher é importante
Ao concluir a dança, você pode experi-
sentir essa força, percebê-la e conhecê-la.
mentar fazer o mesmo que as sacerdotisas
Os processos de iniciação femininos rela-
quando dançavam em homenagem à ter-
cionados com o sangue — primeira mens-
ra ou à grande deusa. Elas não agradeciam
truação, parto e menopausa —, nos ligam
à plateia, porque não havia plateia; elas
instintivamente à força do nosso ventre.
não estavam infladas em vaidade, porque
Mas não somos ensinadas a nos aprofun-
sua dança não havia sido uma performan-
dar nesses processos internos, pelo con-
ce; elas estavam em contato com um es-
trário, de várias maneiras seu valor nos
paço interno onde morava a sua essência,
tem sido ocultado, e eles são muitas ve-
e finalizavam a dança com uma reverência
zes associados a algo negativo ou simples-
à força do feminino, consciente de que ela
mente reduzidos a acontecimentos bioló-
estava presente em todas as mulheres, no
gicos, privados de significado e mistério.
mundo em sua volta e principalmente ne-
las mesmas.
Propomos abaixo uma sequência de exer-
cícios para energização do nosso quadril,
contato com a força do nosso ventre e vi- Continua na próxima página
vência da dança como era feito nas tradi-
ções femininas: uma forma iniciática.
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❹ Em pé, coloque as mãos no


quadril, de forma a guiá-lo. Que
mãos têm movido seu quadril –
sua força mais selvagem? Enquan-
to se move, tome essa percepção.

❺ Retire as mãos e sinta que o


❶ Deite-se de costas com as plantas dos pés movimento do quadril parte dele
apoiadas na parede e joelhos flexionados for- próprio. Sinta o seu quadril guiar.
mando com as pernas um ângulo de 90 graus.
Mantenha os pés afastados um do outro, na ❻ A partir do quadril, permi-
largura do quadril. Comece um movimento de ta que todo o seu corpo dance,
levantar e abaixar o quadril – a cerca de 5 cen- livremente, celebrando a sua
tímetros do chão – durante um minuto. Perce- natureza feminina. Mova-se, ex-
ba o aquecimento nesta região. perimentando a flexibilidade, a
fluidez. Dance como se o seu cor-
po se dissolvesse na música!

Para encerrar esta semana lhe


sugerimos que faça uma avaliação.

❷ Em seguida, abraçando os joelhos, vire o


tronco para um lado e para o outro como um
Como se sentiu durante a semana? O que
balanço. Sinta como esse movimento massa- aprendeu? O que a desafiou? Percebeu
geia seu quadril. algum resultado? Como as pessoas se
comportaram com você nesta semana?
Como você se comportou com elas?

Filmes recomendados para concluir


esta semana:
❸ Desça os pés ao chão. Com as plantas dos
pés tocando o chão e os joelhos apontados
para o teto, eleve novamente o quadril, desta
vez o mais alto que puder, e em seguida len-
tamente devolva-o ao chão. Repita este movi-
mento de subir e descer o quadril algumas ve-
zes. Vá conectando o movimento em todas as
suas etapas, sentindo que ele flui, que não há
“Memórias de uma “Isadora”, filme de Karel
quebra ou pausa, o subir e descer é uma con-
Gueixa”, um vislumbre Reisz, sobre Isadora
tinuidade, e começa a surgir o movimento de
na luz e na sombra da Duncan, a dançarina
onda. Você pode repetir algumas vezes, sentin-
vida das gueixas, com que revolucionou o
do este fluxo.
toda a beleza e sutiliza mundo da dança com
desta arte. sua liberdade.

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