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Contraria o art. 7º, IV, da CF/88 lei que fixe piso salarial
de categoria profissional com base no salário mínimo.
Observações Neste julgamento, o STF entendeu que o art. 16 da Lei 7.394/85, que estabelece um
piso salarial de 2 salários mínimos para os técnicos em radiologia é inconstitucional. No
entanto, a fim de evitar uma anomia (ausência de normas), a Corte decidiu que deveria
continuar sendo aplicados os critérios estabelecidos pela lei, até que sobrevenha norma
que fixe nova base de cálculo;
Não é da competência do Poder Judiciário estabelecer nova base de cálculo, sob pena
de atuar como legislador positivo;
Determinou-se, ainda, o congelamento da base de cálculo em questão, para que seja
calculada de acordo com o valor do salário mínimo vigente na data do trânsito em
julgado da decisão, de modo a desindexar o salário mínimo, valor este que deverá ser
corrigido com base nos índices de reajustes de salários;
Reafirmou-se que o valor do salário mínimo deve ser nacionalmente unificado, nos
termos do art. 7º, IV, da CF/88;
Citou-se que o STF possui diversos precedentes no sentido da impossibilidade de
fixação de piso salarial com base em múltiplos do salário mínimo.
Súmula vinculante n. 4: Salvo os casos previstos na Constituição Federal, o salário
mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de
servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
Dispositivo Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
da CF/88 IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e
às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
Processo Plenário. ADPF 151 MC/DF, rel. orig. Min. Joaquim Barbosa, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 2.2.2011
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É inconstitucional lei estadual que destina percentual do valor das custas, despesas e
emolumentos judiciais para entidade de classe (ex: associação de Defensores Públicos) ou
qualquer outra entidade com finalidade privada
Processo Plenário. MS 28141/MT, rel. Min.. Ricardo Lewandowski, 10.2.2011. (MS-28141).
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Lei da “Ficha Limpa” não se aplica às eleições gerais de 2010 por força do art. 16 da CF
Observações A Lei Complementar 135/2010 — que altera a Lei Complementar 64/90, que estabelece, de
acordo com o § 9º do art. 14 da CF, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e
determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a
proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato — não se
aplica às eleições gerais de 2010.
Dispositivo Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
da CF/88 eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
Art. 27 (...) § 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, na
razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais,
observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Processo Plenário. ADI 4509 MC/PA, rel. Min. Cármen Lúcia, 7.4.2011.
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É constitucional a contratação de pesquisadores do IBGE com base no art. 37, IX, da CF
Observações O STF afirmou que deveria ser admitida a contratação temporária para atender a
necessidade, também temporária, de pessoal suficiente para dar andamento a
trabalhos em períodos de intensas pesquisas, a exemplo do recenseamento, sem que se
impusesse a criação de cargos públicos.
Ademais, frisou-se que as circunstâncias nas quais realizadas as pesquisas não seriam
frequentes e teriam duração limitada no tempo.
Concluiu-se que, ante a supremacia do interesse público, não seriam justificáveis a
criação e o provimento de cargos públicos com o objetivo apenas de atender demandas
sazonais de pesquisa, pois, após o seu término, não seria possível a dispensa desses
servidores, o que ocasionaria tão-somente o inchaço da estrutura da entidade.
Dispositivo Art. 37 (...)
da CF/88 IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária
de excepcional interesse público;
Processo Plenário. ADI 3386/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 14.4.2011.
A união estável, prevista no art. 1.723 do CC, pode ocorrer entre pessoas do mesmo sexo
Observações A norma constante do art. 1.723 do Código Civil não obsta que a união de pessoas do
mesmo sexo possa ser reconhecida como entidade familiar apta a merecer proteção
estatal.
Prevaleceu o voto proferido pelo Min. Ayres Britto, relator, que deu interpretação
conforme a Constituição ao art. 1.723 do CC para dele excluir qualquer significado que
impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do
mesmo sexo como entidade familiar, entendida esta como sinônimo perfeito de família.
Asseverou que esse reconhecimento deveria ser feito segundo as mesmas regras e com
idênticas consequências da união estável heteroafetiva.
Enfatizou que a Constituição proibiria, de modo expresso, o preconceito em razão do
sexo ou da natural diferença entre a mulher e o homem. Além disso, apontou que
fatores acidentais ou fortuitos, a exemplo da origem social, idade, cor da pele e outros,
não se caracterizariam como causas de merecimento ou de desmerecimento intrínseco
de quem quer que fosse. Assim, observou que isso também ocorreria quanto à
possibilidade da concreta utilização da sexualidade. Afirmou, nessa perspectiva, haver
um direito constitucional líquido e certo à isonomia entre homem e mulher:
a) de não sofrer discriminação pelo fato em si da contraposta conformação anátomo-
fisiológica;
b) de fazer ou deixar de fazer uso da respectiva sexualidade; e
c) de, nas situações de uso emparceirado da sexualidade, fazê-lo com pessoas adultas
do mesmo sexo, ou não.
Após mencionar que a família deveria servir de norte interpretativo para as figuras
jurídicas do casamento civil, da união estável, do planejamento familiar e da adoção, o
relator registrou que a diretriz da formação dessa instituição seria o não-atrelamento a
casais heteroafetivos ou a qualquer formalidade cartorária, celebração civil ou liturgia
religiosa.
Dispositivo CC/2002
legal Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
Processos Plenário. ADI 4277/DF, rel. Min. Ayres Britto, 4 e 5.5.2011. ADPF 132/RJ, rel. Min. Ayres Britto, 4 e 5.5.2011.
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Compete ao STF somente aferir os requisitos de possibilidade de extradição. A partir daí, a
decisão quanto à extradição ou não é do Presidente da República sendo esta decisão do chefe
do Executivo insindicável pelo Poder Judiciário.
Observações Por maioria, o STF afirmou que não cabia a reclamação proposta pela Itália contra a
decisão do Presidente da República que decidiu não extraditar Cesare Battisti.
O Min. Luiz Fux assinalou que, adotada a tese no sentido de competir ao Supremo
somente aferir os requisitos de possibilidade de extradição, a cognição se encerraria aí
e a decisão seria remetida ao Presidente da República, que resolveria o caso, sendo este
ato insindicável pelo Poder Judiciário. Assim, em jogo um ato de soberania nacional.
Realçou que a República Italiana litigara contra a República Federativa do Brasil e que
isto seria da competência do Tribunal Internacional de Haia, e não do STF.
Vencidos os Ministros Gilmar Mendes, relator, Ellen Gracie e Cezar Peluso, Presidente,
que conheciam da reclamação.
Processos Plenário. Rcl 11243/República Italiana, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 8.6.2011.
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