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CAMPINA GRANDE - PB
SETEMBRO 2018
EM QUE CONSISTE A FORMAÇÃO DO ESPÍRITO CIENTIFICO NA VISÃO DE
GASTON BACHELARD (1996)
A tese levantada pelo autor logo no início é: “o espirito cientifico deve formar-
se contra a Natureza, contra o que é, em nós e fora de nós o impulso e a informação da
Natureza, contra o arrebatamento natural, contra o fato colorido e corriqueiro.”
(BACHELARD, 1996, p. 29) Sendo assim, “o espírito cientifico deve se formar enquanto
se reforma”. (BACHELARD, 1996, p. 29) Assim, só se pode aprender com a natureza se
purificar as substâncias naturais pondo-as em ordem.
Bachelard (1996) afirma que autores do século XVIII tem uma aproximação do
leitor de seus livros, ele dialoga como um conferencista, adotando os interesses de
preocupações naturais, fazendo com que a posição social dos seus leitores influencie o
tom desse livro pré-científico. A ciência moderna afasta a erudição e a história das ideias
científicas, fazendo com que em meio acadêmico seja privilegiado obras literárias e
históricas de valores reduzidos em detrimento de outras obras mais herméticas e de valor
mais utilitário.
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A ideia de fazer esse panorama sobre o livro e sua discussão sobre a ciência, tem
o intuito, como nos afirma o filosofo, de mostrar a diferença entre o primeiro contado
científicos dos dois períodos que o autor irá tratar em seu texto. (BACHELARD, 1996,
p. 35 e 36) Em tempo, o pensamento pré-científico não é regular como o cientifico
ensinado em laboratórios oficiais e codificados nos livros escolares.
Uma segunda tese levantada pelo autor incide no fato de que a satisfação
imediata oferecida por intermédio da curiosidade, em vez de benéfico pode travar um
obstáculo para a cultura cientifica, uma vez que a uma substituição do conhecimento pela
admiração, fazendo com que os problemas, segundo o autor a “mola do progresso”, sejam
retirados do pensamento cientifico numa ideia de implantação da facilidade.
(BACHELARD, 1996, p. 36)
De um modo geral, a ciência do século XVIII nem é vida nem ofício, e por vezes
na comparação com outras áreas é tido como inferior, pois lhes faltam reconhecimento.
No entanto, a vertente escolar da ciência é uma carreira hierarquizada, permitindo assim
a identificação do aluno e do mestre de modos mais pontuais e fazendo com que o aquele
tem uma ideia de ingratidão que está diante. (BACHELARD, 1996, p. 42)
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Em outro ponto, o autor nos diz que os livros desse século não deixam escapar
o desejo de “abalar a razão diante do misterioso abismo daquilo que não se conhece”
(1996, p. 44), trazendo assim o fascínio que serve de atrativo. Contudo, deve-se ter
cuidado, pois as ficções científicas podem ser verdadeiras regressões infantis, que
divertem mais não instruem, e diante disso Bachelard afirma que compete ao espírito
científico lutar contra as imagens, analogias e metáforas, já que essas, no curso elementar,
causam desastres.
No ensino elementar os jovens ficam cada vez mais atraídos pelas experiências
concretas aos quais são expostos em laboratórios, cheias de imagens, essas experiências
são falsos centros de interesse, conforme o filosofo, já é indispensável a abstração desse
concreto, de modo que o professor deve ir a lousa sempre na ideia de extrair essa
abstração, para que na volta os aspectos orgânicos sejam distinguidos no fenômeno, uma
vez que a experiência é feita para demonstrar uma teoria. (BACHELARD, 1996, p. 50)
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No capítulo três da obra, intitulado de “O conhecimento geral como obstáculo
ao conhecimento cientifico”, Bachelard vem mostrar como a doutrina do geral prejudicou
o progresso do conhecimento científico, mostrando que as generalidades apressadas
levam às generalidades mal colocadas. Colocando os filósofos como adversários, o autor
continua a desenvolver seu raciocínio afirmando que esses acreditam ser as generalidades
o fundamento das ciências e assim, os livros pré-científicos do século XVIII, assim como
os de sociologia do XX, seguem nesse esforço de definição e generalização para
esclarecer as doutrinas abordadas. (BACHELARD, 1996, p. 70)
O autor não rechaça a eficácia dessas leis gerais durante um tempo, contudo na
atualidade não o são mais, fazendo assim um bloqueio as ideias, travando respostas muito
rápidas, tornando na identificação do processo rápido tudo claro. O que na opinião do
autor, “quanto mais breve for o processo de identificação, mais fraco será o pensamento
experimental.” (BACHELARD, 1996, p. 71)
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assim, o que fermenta e o que não fermenta. Percebendo assim, na ciência moderna, uma
tendência maior na redução das unidades observadas, para que a precisão seja o foco e as
técnicas e equipamentos melhorados.
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REFERÊNCIAS