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Faces da Globalização

Desde que as sociedades estabeleceram contatos entre si, houve troca de informações, de
técnicas e de cultura. Em determinados períodos da história humana esses contatos foram
acelerados.

          A partir da segunda metade do século XX, intensificou-se o processo de globalização


com o aumento da mobilidade das atividades das transnacionais, a introdução de novas
tecnologias da informação e das telecomunicações (com dimensões planetárias), aceleradas
ainda mais devido à massificação do uso da Internet, iniciada com o surgimento do PC
(Computador Pessoal) na década de 1980. No início dos anos 1990 a internet a marca do
milhão de usuários e teve início o uso comercial da rede, provocando a expansão global da
produção e do capital e a interligação acelerada dos mercados.

          Trata-se de um processo em curso, uma nova fase do capitalismo financeiro e do


imperialismo, comandado pelas grandes empresas transnacionais, que procuram abrir novos
mercados. O poder dessas empresas ultrapassa cada vez mais o poder das economias
nacionais.

          A globalização é, portanto, um conjunto de mudanças que estão ocorrendo em nível


mundial na esfera econômica, financeira, comercial, social, cultural e nos sistemas produtivos,
intensificando a inter-relação dos países e dos povos. Ela implica também uma grande
uniformização de padrões econômicos e influências culturais, onde percebemos que valores
tipicamente ocidentais, como o casamento ao lado, mesclam-se às tradições de países tão
distantes como a Tailândia.          

          Vale ressaltar que nem todos os países se inserem na economia global no mesmo ritmo.
Com a globalização houve, a partir dos anos 1980, um crescimento do comércio mundial porém
a acentuada concorrência capitalista criou um espaço econômico instável, que exige
competitividade. Neste processo, os países subdesenvolvidos participam com apenas 30%
desse comércio global. Está ocorrendo uma maior concentração de riquezas: os países ricos
ficam mais ricos e os pobres mais pobres. Essa concentração de renda explica-se, entre outros
motivos, pela redução das tarifas de importação nos países da periferia, que beneficiou muito
mais os produtos exportados pelos países mais ricos.

          Os países mais pobres não têm conseguido exportar produtos agrícolas para os mais
ricos, pois estes subsidiam a produção interna. Para os países pobres, os custos sociais da
globalização são muito altos, pois ela tem ocasionado a minimização do valor da mão-de-obra
e o aumento do desemprego e, por conseqüência, dos excluídos. Esse desemprego é causado
pelo alto grau de desenvolvimento tecnológico alcançado na produção industrial, com o uso
intensivo de máquinas que automatizam o processo produtivo, intensa utilização de robôs, e,
principalmente, a terceirização de funções menos técnicas. Esse tipo de desemprego é
denominado "desemprego estrutural" porque afasta o trabalhador por longos períodos.

          Para concorrer com o capital externo, as empresas nacionais são obrigadas a diminuir
custos, reduzir salários e demitir funcionários. A mão-de-obra menos qualificada é descartada e
adota-se a prática da terceirização do trabalho (para serviços gerais, limpeza, vigilância,
manutenção de equipamentos menos sofisticados, etc.), eliminando-se muitos dos direitos dos
trabalhadores e eliminando-se muito das conquistas sindicais.

          Desta forma, a globalização tem gerado duas tendências contraditórias. Se, de um lado,
necessita de novos mercados consumidores, de outro consolida uma economia baseada em
mão-de-obra barata (principalmente a dos países em desenvolvimento), reduzindo o poder de
compra de grande parcela da população mundial.

          Muitos problemas sociais surgiram com a redução dos salários e a deterioração das
condições de trabalho. A globalização tem aumentado a imigração de pessoas de países
pobres para os países ricos, a economia informal e o sub-emprego expandiu-se com o
aumento dos desempregados, principalmente nos países subdesenvolvidos, que ainda sofrem
com a falta de escolas de ensino básico e ensino técnico de qualidade, com péssimos serviços
de saúde, saneamento, segurança e assistência social. Um dos resultados mais visíveis desse
processo de degradação é o aumento da violência, estampada diariamente nas televisões,
jornais, revistas e à nossa volta.

Os produtos e as marcas
          O crescimento astronômico da riqueza e
da influência cultural das corporações
transnacionais nos últimos quinze anos pode,
sem sombra de dúvida, ter sua origem situada
em uma única e aparentemente inócua idéia
desenvolvida por teóricos da administração em
meados da década de 1980: as corporações de
sucesso devem produzir principalmente
marcas, e não produtos.
(...) Todo mundo pode fabricar um produto, raciocinam eles (...) Essa tarefa
simples, portanto, pode e deve ser delegada a terceiros cuja única
preocupação é atender às encomendas a tempo e
dentro do orçamento (e o ideal é que fiquem no
Terceiro Mundo, onde a mão-de-obra é quase de
graça, as leis são frouxas e isenções fiscais e
redução de impostos conseguidas aos montes). As
matrizes, enquanto isso, estão livres
para se concentrar em seu verdadeiro
negócio - criar uma poderosa rede de
convencimentos (marketing) para
impor modismos e necessidades a
esses toscos objetos apenas
assinalando-os com seu nome. O que importa, verdadeiramente,
é o valor da marca agregada ao produto.
in Território e Sociedade no mundo globalizado. Elian Alabi Lucci e outros. 2005. p.128 (adaptado)

 
As Multinacionais
          No contexto da economia mundial globalizada, a disputa
econômica entre as empresas tem como palco o mercado
mundial. Vivemos rodeados por produtos das mais diversas
origens, fabricados por multinacionais bastante conhecidas.

          As empresas multinacionais ampliaram seus mercados,


vendem seus produtos em praticamente todos os países,
aumentaram o número de filiais em todo o globo e compraram
muitas empresas em vários países, principalmente nos
subdesenvolvidos.

          Cerca de 90% das maiores corporações industriais financeiras e


comerciais está situada em três regiões geográficas: Estados Unidos
(responsáveis por mais de 40%), Europa e Japão.

          Multinacionais de vários setores -


alimentos, vestuário,
comércio, indústria,
telecomunicações,
bancos,
entretenimento, etc. -
ampliaram a sua presença no mundo inteiro.
Mas o destino dos lucros transferidos pelas
filiais, as grandes decisões sobre
investimentos, marketing e localização dos
centros de pesquisas para desenvolvimento de tecnologia, permanecem
concentrados nas sedes dessas empresas, situadas nos países
desenvolvidos. Muitas delas controlam recursos naturais, terras e jazidas
minerais de vários países do mundo.

          Algumas empresas movimentam anualmente um capital


superior à economia de vários países reunidos. Em conjunto,
são responsáveis por cerca de 70% do comércio mundial de
mercadorias. Os países escolhidos para os investimentos
dessas empresas são aqueles que oferecem as maiores
vantagens: mão-de-obra barata, abundante e com razoável
qualificação, matérias-primas abundantes e de fácil acesso,
significativo mercado consumidor, baixos custos para
instalações das plantas industriais e, principalmente, incentivos
fiscais como redução ou isenção de impostos, energia de baixo custo, redes
de transportes e comunicações eficientes, etc.

Levantamento do Institute for Policy Studies, Top 200: The Rise of Corporate
Global Power 2000 informa que "das maiores cem economias do mundo, 52
agora são corporações, apenas 48 são países". A pesquisa mostra que o
pódio das maiores "A Mitsubishi é a 22ª maior economia do mundo. A Ford é
a 31ª. Todas são economias maiores do que a Dinamarca, Tailândia, Turquia,
África do Sul, Arábia Saudita, Noruega, Finlândia, Malásia, Chile e NOva
Zelândia". O mesmo estudo contabiliza que "em 1999 o valor das vendas das
corporações General Motors, Wal-Mart, ExxonMobil, Ford Motors e
DaimlerChrysler, em separado, foi maior do que o PIB de 182 países. O valor
das vendas das duzentas maiores corporações cresce mais rápido do que a
economia global". No entanto, diz a pesquisa, essas "duzentas maiores
corporações do mundo responsáveis por quase 30% da atividade da
economia global, empregam menos de 1% da força de trabalho do mundo.
Enquanto o lucro delas cresceu 362% entre 1983 e 1999, o número de
empregos cresceu apenas 14,4%. Essas companhias, ao comprar
competidores, eliminam empregos duplicados", encerra o trabalho. As mil
companhias mais ricas do mundo controlavam mais de 80% da produção
industrial do planeta, apurou o veterano correspondente internacional
americano Robert Kaplan [The Atlantic Monthly, em 1997].

            

Marketing orientado pelo foco do cliente

Quando falamos em estratégias de vendas, logo percebemos que para qualquer plano de
Marketing ser funcional, devemos segmentar o mercado e atender a um nicho do publico, o
chamado público-alvo. O porquê dessa segmentação?

Atualmente, as empresas vêem adotando um conceito relativamente novo quando o tema é


cliente, criado na década de 90, veio a quebrar o antigo paradigma de que deveria “abraçar o
mundo”, atender a todo mundo, sem distinção, afinal não somos todos iguais, temos
necessidades diferentes. Devemos selecionar apenas os clientes lucrativos, ou seja, atender
bem os clientes que trazem compensações para a empresa.

Certo, a partir da afirmação anterior, todos nos podemos perceber como é vital para uma
empresa identificar o seu publico e satisfaze-lo certo?

Mas como o mundo esta cada dia mais dinâmico, a velocidade da informação e a precisão de
praticidade, os clientes estão correndo atrás das empresas que mais lhe agradam e satisfazem
suas necessidades de consumo.

Daí surge o foco do cliente onde o conceito é: O cliente selecionara a empresa no qual mais se
“adequar” as suas pretensões, suas necessidades e estilo de vida.

Usando esse conceito, as empresas devem executar pesquisas para entregar exatamente o
que o seu publico, seus clientes precisam.

• Deve-se ouvir o seu cliente, crie canais de acesso para facilitar a comunicação, como e-mail
ou central de suporte.
• Pesquisar o setor no qual se atua identificar vontades de grandes massas, e satisfazer
individualmente cada um de seus clientes.
• Planejar o resultado com as informações colhidas pelos processos de pesquisas, ter visão
para criar, satisfazer e inovar.
• Analisar a concorrência e sempre fazer o possível para obter um destaque, um diferencial sob
seus produtos ou serviços.
• Fidelização não existe, nenhum cliente utilizara seus produtos ou serviços para sempre, esta
na mente humana a mudança, é um processo natural, o que deve-se tentar fazer é prolongar a
estada do cliente em sua empresa com um bom atendimento e um excelente produto.

Boa sorte na arte de vender seu produto e atender o seu cliente, pois lembre-se, uma porta
aberta sem clientes é um espaço vazio sem lucros.

No atual estágio de desenvolvimento de mercado, é natural que algumas organizações


comecem a direcionar seu principal foco a aquilo que o cliente deseja, não basta
ofertar produtos e serviços, é necessário conhecer o que o cliente deseja.
Desde o início da revolução industrial, a tecnologia começou a ganhar mais
importância no dia a dia das empresas, da mesma forma o conhecimento também teve
que ser adaptado ao contexto do negócio da organização.
A orientação do Marketing para o foco do cliente permite a empresa entregar
exatamente o que é desejado pelo mercado, ao contrário do que ocorreu
anteriormente, onde o cliente comprava o que era ofertado, independente de gostar ou
não, pois havia uma necessidade muito maior do que o desejo de possuir o produto.
O nível de exigência dos consumidores aumentou com o passar dos anos, da mesma
forma com a qual a concorrência entre as organizações aumentou a oferta de produtos
e possibilitou a escolha por parte dos clientes, a comparação entre produtos e serviços
similares e ouvir seus amigos passou a ter muito mais importância do que a
comunicação utilizada pela organização para informar aos clientes sobre seus
produtos e serviços.
Para que o Marketing seja orientado ao cliente, alguns pontos devem ser destacados,
como:

 Ouvir: abrir canais para a comunicação do cliente com a empresa é um dos


primeiros passos, entregando assim os produtos e serviços realmente úteis e
que atendam aos desejos e necessidades dos consumidores, mas ouvir
somente não basta, todo este processo deve ser o início do planejamento para
a fabricação, ou prestação do serviço, adequado a aquele cliente;
 Pesquisar: as pesquisas têm como finalidade auxiliar no planejamento,
demonstrar quais foram as mudanças exigidas, que materiais podem ser
aceitos pelo consumidor, que ações chegarão ao público-alvo corretamente,
que tipo de informações devem ser disponibilizadas na comunicação etc., para
isso, o cliente é ouvido, suas informações passam por filtros e então são
aplicadas aos desejos e necessidades do consumidor;
 Planejamento: sair ouvindo e pesquisando o consumidor pode ser o
necessário, mas tudo deve seguir um planejamento, saber onde buscar as
informações, porquê buscar estas informações, onde serão usadas as
informações etc., são a base para que tudo funcione corretamente e tenha um
caminho estabelecido corretamente;
 Concorrentes: prestar atenção ao que é feito pelos concorrentes permite a
empresa compreender mais variáveis do mercado, todas as empresas estudam
a concorrência, conhecem os produtos ou serviços oferecidos, por isso é
importante manter dados históricos e os motivos pelos quais os consumidores
escolhem a outra marca e não a sua;
 Fidelização: o processo utilizado para fidelizar os clientes deve sempre estar
alinhado com os objetivos da organização, permitindo que o cliente torne-se
muito mais do que um consumidor de produtos e serviços, ele é um parceiro da
empresa e até sente-se dono da marca.

Direcionar o foco da empresa para o foco do cliente pode exigir muito esforço, mas os
concorrentes já o fazem, cada vez mais o cliente ganha conhecimento sobre os
produtos e serviços, escolhe os produtos que mais lhe agradam e até mesmo o que os
amigos indicam, as redes de relacionamento de consumidores têm ganhado muito
mais importância e hoje as empresas devem estar ao lado dos consumidores, antes
que os concorrentes o façam.

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