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20/05/2014

Apresentação

Tema
Clima urbano e problemas
ambientais climáticos

Luiz Carlos da Cruz


Email: luicarlos2000@yahoo.com.br

Clima Urbano

Maior parte da população mundial, inclusive brasileira, vive


em centros urbanos;

Meio urbano:
Espaço remodelado pelo homem no qual os vários
elementos primários, orgânicos e inorgânicos, entre eles o
ser humano, são afetados por esses novos padrões.

modificações refletem-se na própria composição da


atmosfera, e portanto no seu comportamento;
atmosfera da cidade: um dos elementos mais atingidos no
processo de urbanização;

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Cont...

 Expansão urbana: ao apropriar-se de novos espaços impõe uma nova


estruturação horizontal na ocupação, alterando a cobertura original e
incorporando novos elementos nova dinâmica no lugar e muitas
vezes ausência de políticas públicas de ordenamento do território;

 Verticalização, um dos principais agentes modificadores do


meio urbano, contribuindo para que o indivíduo perca a noção
de espaço (o horizonte não está a vista);

 Impõe uma rugosidade peculiar, formando corredores de


circulação artificiais (“canyons urbanos”, Oke, 1981) alterando o
padrão climático;

Cont...

Crescimento das cidades incompatível com a conservação


do ambiente;

A alteração da rugosidade influi na temperatura, pressão


atmosférica, ventos (direção e velocidade), albedo,
turbulência, convecção, umidade, evaporação,
evapotranspiração, nebulosidade e precipitação.

Resultado: Formação de ilhas e calor

Ilha de Calor: termo usado pela 1a. vez em 1958


Define-se como cidades mais quentes do que seus arredores,
especialmente após o por do sol e no inverno, com isotermas
concêntricas ao redor do centro urbano

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Características das ilhas e calor


 Armazenamento de calor de dia devido às propriedades térmicas
dos materiais urbanos, com devolução noturna;

 Produção de calor antropogênico; > ao longo do dia (indústria,


transporte, calefação, iluminação...);

 Menos vegetação < evaporação/ evapotranspiração

 > absorção de calor (materiais, cores...) e consequentemente <


albedo;

 Altera a reflexão de acordo com o tipo e cor dos materiais e da


geometria da cidade;

Cont...

A radiação total sobre a superfície horizontal é de 15 a 20% menor em


comparação com áreas rurais;

Nas áreas urbanas a radiação ultravioleta é 5% menor no verão e 30% menor


no inverno;

A duração da insolação também e reduzida de 5 a 15 % nas áreas urbanas,


parcialmente por causa da poluição. Muitos dos poluentes servem como
núcleos de condensação. Há assim abundancia de núcleos nas cidades;

A cobertura de nuvens é da ordem de 5 a 10% a mais com relação a áreas


rurais;

A precipitação em termos de quantidade total, de 5 a10 % a mais que áreas


rurais;

Núcleos higroscópicos: formados de sal, poeira, aerossois, muitas partículas de sais e de ácidos que são
encontradas na atmosfera, partículas produzidas de emissões biogênicas de enxofre, produtos de queima de
vegetação, poluentes da queima de materiais fósseis produzem tipos de sais na atmosfera. Tais núcleos são
incentivadores do processo de condensação.

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Cont...

A umidade nas áreas urbanas é substancialmente abastecida através da


evaporação e dos processos industriais e dos automóveis, que emitem
grande quantidade de vapor d’água. Há consequentemente aumento
na nebulosidade, assim como na frequência e na intensidade dos
nevoeiros

As partículas de fumaça, juntamente com o nevoeiro, ajudam a


reduzir a visibilidade nas áreas urbanas. A tendência da precipitação é
aumentar sobre as áreas urbanas e esse fato deve-se parcialmente
aos poluentes que asseguram uma abundancia de núcleos de
condensação.

Outros fatores que auxiliam para explicar a incidência de maior


precipitação sobre as áreas urbanas são: o acréscimo de vapor
d’água devido aos processos de combustão, a convecção térmica
sobre a ilha de calor urbano e a turbulência mecânica causada pelo
efeito de fricção das estruturas da cidade sobre os fluxos de ar.

Consequências
 Meteorológicas: convecção urbana pelo aquecimento, > nebulosidade e
precipitação (< nival, mas chuvas ácidas), criação de brisa urbana (periferia-
centro), > temperatura, < UR (ilhas de secura);

 Socioeconômicas: < calefação em áreas frias, > demanda de refrigeração


no verão, aumento de doenças respiratórias, alteração no preço da
terra, característica da habitação...;

 Biológicas:espécies adaptadas em detrimento das originais; alteração


no período de florescimento, proliferação de aves, insetos, vetores de
doenças...

Os elementos do clima que afetam diretamente as funções


fisiológicas do homem e incluem radiação (insolação),
temperatura, umidade, vento e pressão atmosférica.

Além destas, cita-se também enchentes, movimentos de


massa

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Baixa Umidade - Provoca


• Mal estar / Cansaço / Desânimo / Dor de cabeça / Irritação no nariz e
garganta / Sangramento no nariz / Doenças respiratórias

O clima influencia o crescimento, a propagação e a difusão da alguns


organismos patogênicos ou de seus hospedeiros.

As temperaturas extremamente baixas diminuem a resistência do corpo


humano a infecção;

A neblina, associada a poluentes esta frequentemente relacionada com o


aumento das doenças respiratórias;

Similarmente o ar seco e carregado de pó tende a tornar as vias respiratórias


mais suscetíveis as infecções e enfermidades cardiovasculares (infarto);

O vento é importante fator na incidência e difusão da febre, pois controla o


transporte dos germes causadores.

Inversão térmica e o agravamento da poluição atmosférica


urbana
• Em condições normais, o ar resfria-se de baixo para cima a razão de 0,6º C a
cada 100 m, fenômeno este denominado de gradiente térmico vertical;

• O fenômeno denominada e inversão térmica pode ter várias causas como


super-resfriamento de superfície (inversão por radiação), núcleo de
anticiclone (inversão por corrente descendente) ou entrada de uma frente fria
(inversão frontal);

• Em qualquer caso, o banco de ar frio acumulado junto a superfície, favorece a


concentração de poluentes atmosféricos, porque a camada de inversão
interrompe as correntes ascendentes, bloqueando a dispersão das partículas
poluidoras;

• As inversões térmicas são mais frequentes no inverno e geralmente são


responsáveis pelos episódios mais críticos de poluição urbana

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Cont...
Quando da superfície aquecida - o ar quente sobe e o ar frio que está mais
acima desce, provocando a movimentação dos ventos e contribuindo para a
dispersão dos poluentes presentes na atmosfera.

Dias frios – mais comuns nas manhãs de


inverno, a superfície não consegue aquecer o
ar o suficiente para fazer com que ele suba,
formando uma camada de ar quente logo
acima dele. Como o ar frio, mais pesado, já se
encontra abaixo do ar quente, não há
movimentação do ar, diminuindo a circulação
dos ventos e impedindo a dispersão dos
poluentes.

Superfície impermeabilizada. Eis o que deveria acontecer

Cont...

Para entender o fenômeno é preciso ter em mente o seguinte: o ar quente,


menos denso e mais leve, tende a subir e o ar frio, mais denso e pesado,
tende a descer;

Durante a maioria dos dias, o movimento do ar na atmosfera é vertical e


linear. O ar quente, fruto da ação dos raios solares no solo, sobe para dar lugar
ao ar frio;

Nesse movimento, os poluentes, que são mais quentes e menos densos que o
ar, sobem ainda mais e se dispersam;

Para que ocorra a inversão térmica é preciso alguns fatores específicos


como baixa umidade do ar. O fenômeno pode ocorrer em qualquer época do
ano, mas fica mais intenso nas épocas de noites longas, com baixas
temperaturas e pouco vento.

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Cont...

Mas o que efetivamente acontece com a inversão térmica?


Quando chega o final da tarde de um dia de inverno, os raios solares tornam-se
mais difusos e frágeis, assim o solo da cidade se resfria rapidamente;

Consequentemente, o ar próximo do solo se resfria rapidamente;

Aquele ar quente que ainda está na atmosfera continua a subir, mas o ar frio
próximo ao solo, por ser mais denso e pesado, fica parado;

Assim a temperatura cai ainda mais e os poluentes, que normalmente são


"levados" pelo ar quente, acabam retidos na camada mais baixa da atmosfera.
Sol

O sol ilumina as partes mais elevadas (1, 2 e 4)


em detrimento o fundo do vale, o que leva a
formação de uma camada de ar mais quente nas
partes mais elevadas e de uma camada mais fria
no fundo do vale (3). O ar quente funciona então
como um bloqueio e não permite os
movimentos verticais de convecção.

Em suma
A diminuição no fluxo dos ventos por causa do efeito de fricção das estruturas urbanas reduz a troca de
ar da cidade com o ar mais frio da zona rural circundante, afetando os processos evaporativos que podem
contribuir com os resfriamentos.

Produção de calor como resultado das propriedades térmicas das cidades. Os edifícios, os
pavimentos e as ruas nas cidades absorvem e armazenam radiação durante o dia e gradualmente
liberam esta radiação no interior da atmosfera, no decorrer da noite alimentando a ilha e calor.

O SO2 (dióxido de enxofre), CO (monóxido de carbono), CO2 (dióxido de carbono), O3 (ozônio),


hidrocarbonos e vários óxidos de nitrogênio. Poluentes de quatro principais fontes: combustão,
processos industriais, trafego viário e queima de lixo. Em muitos processos industriais, as substancias
como a clorina, o hidrogênio, o fluridico, o ácido hidroclorico, os sulfetos e o berilo são emitidos além
dos produtos normais das queimas dos combustíveis. As piores substâncias são as das indústrias
petroquímicas e de cimento.

A secura das superfícies urbanas: falta de uma extensa cobertura vegetal e ausência de lagoas ou
reservatórios de água, nos quais promoveriam a evaporação/transpiração

As árvores ajudam a amenização do efeito da ilha de calor urbano: mais energia será utilizada para a
transpiração e então, menor será a quantidade de energia disponível para aquecer o ar, além de
utilizar a radiação para fotossíntese

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Fonte: http://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/8/8c/Ilhadecalor.swf

Referencias
AYOADE, J. D. Introdução à Climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: E.
Bertrande, do Brasil, 1991.

CONTI, José Bueno. Clima e meio ambiente. 7º edição, 2011. São Paulo.
Editora atual

Guia Iclei – Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Limpo: Oportunidades


para Governos Locais. Coordenação geral laura Silvia Valente de Macedo. Rio
de Janiero: ICLEI/LACS, 2005. 112p.

TAVARES, Antônio Carlos. Mudanças Climáticas. (IN) GUERRA, Antônio José


Teixeira e VITTE, Antônio Carlos. Reflexões sobre Geografia Física no Brasil. Rio
de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

TORRES, Fillipe Tamiozzo Pereira; MACHADO, Pedro José de Oliveira.


Introdução à Climatologia. São Paulo: Cengage, 2011. 256 p. ISBN 978-85-221-
1147-3
http://wiki.sj.ifsc.edu.br/wiki/images/8/8c/Ilhadecalor.swf

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