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Resumo
1. Introdução
Um dos problemas estéticos mais comuns observados na maior parte das mulheres são as
estrias, que segundo Milane et al (2006), são regiões de atrofia da pele que possuem aspecto
linear, com comprimento e largura variáveis.
O autor supracitado relata ainda que inicialmente têm aspecto eritemato-violáceas, finas e
podem gerar prurido. Com a evolução do quadro, adquirem o aspecto esbranquiçado, quase
nacarado, tornando-se mais largas.
O aparecimento de estrias está relacionado a diferentes situações clínicas como, por exemplo,
o crescimento e/ou aumento de peso repentino, gravidez, alterações endocrinológicas,
especialmente as associadas a corticoides e ao estrógeno, exercício vigoroso [...]
Almeida et al (2009), relatam que as estrias tem frequência elevada, sobretudo no gênero
feminino, permite que se questione se, de fato, devem ser consideradas como anormais [...]
Baseado nesse contexto, o presente estudo busca, por meio de revisão das publicações
relevantes dos últimos 10 anos, investigar a microcorrente galvânica como tratamento de
estrias com o objetivo de fornecer tratamento individualizado a estrias.
2. Fundamentação Teórica
2.1 Tecido epitelial
A pele é uma complexa estrutura que tem como função principal o revestimento do
organismo, protegendo assim as estruturas internas do corpo humano. A pele desempenha as
seguintes funções:
Proteção– a queratina, proteína cuja síntese você irá estudar ainda nesta aula,
protege a pele contra o atrito e contra a perda de água por evaporação. O
pigmento melanina protege a pele contra a ação lesiva dos raios ultravioleta;
as células de Langerhans presentes na epiderme e outras células de defesa
presentes na derme protegem a pele contra a invasão de microorganismos.
Termorregulação– a pele apresenta importante função na regulação da
temperatura corpórea através da sua extensa rede vascular, das suas glândulas
sudoríparas e do tecido adiposo nela presente. Excreção– além da importante
função na termorregulação, as glândulas sudoríparas eliminam vários
produtos tóxicos do metabolismo celular, como uréia, amônia e ácido úrico.
Sensorial– através das células de Merkel e das terminações nervosas livres
presentes na epiderme e também de vários tipos de terminações nervosas
sensitivas presentes na derme, a pele recebe informações do meio ambiente e
as envia para o sistema nervoso central. Metabólica– a vitamina D, essencial
para a fixação do cálcio nos ossos, é produzida na pele sob a ação dos raios
solares. O tecido adiposo da hipoderme constitui uma importante reserva de
energia para o corpo (CEDERJ, 2004; BRAVIM e KIMURA, 2007).
SODRÉ e AZULAY (2004); (Bravim e Kimura, (2007), relatam ainda que a pele é dividida em três camadas. A
primeira composta por células epiteliais escamosas estratificadas, a segunda pela derme subjacente coriácea e a
terceira por um coxim de gordura subcutânea.
2.1.1.1 Epiderme
A epiderme é altamente resistente ao desgaste e as infecções, suas camadas superficiais são
virtualmente impermeáveis à água, prevenindo contra a dessecação e também contra a
passagem de água através da superfície corporal externa (DALSASSO, 2007).
Fonte: http://www.criasaude.com.br/N6436/doencas/pele.html
Figura 1: Epiderme
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2.1.1.2 Derme
Segundo Mertz (2007); Pravatto (2007); Mendonça e Rodrigues (2011), a derme é a camada
da pele, composta por fibras de colágeno e de elastina e por uma matriz extracelular, que
colaboram para a força e elasticidade da pele. As fibras de colágeno atribuem à pele sua força
e determinam as características físicas da pele.
Além disso, o autor citado acima relata que a pele contém: vasos
sanguíneos e linfáticos que conduzem oxigênio e nutrientes para as
células e removem produtos residuais; fibras nervosas e folículo
piloso, que contribuem para a sensibilidade, a regulação da
temperatura e excreção e absorção através da pele, fibroblastos que
são importantes na produção de colágeno e elastina.
A derme é composta de duas camadas de tecido conjuntivo: a derme papilar, camada mais
externa, é composta de fibras de colágeno e fibras reticulares que são importantes no processo
de cicatrização das lesões. Os capilares da derme papilar trazem a nutrição necessária para a
atividade metabólica (AZEVEDO, 2005).
Fonte: http://www.criasaude.com.br/N6436/doencas/pele.html
Figura 2: Derme
2.1.1.3 Hipoderme
A hipoderme é formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a
derme e aos órgãos subjacentes. Funcionalmente, a hipoderme além de depósito nutritivo de
reserva, participa no isolamento térmico [...]
Fonte: http://www.criasaude.com.br/N6436/doencas/pele.html
Figura 3: Hipoderme
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Fonte: http://www.criasaude.com.br/N6436/doencas/pele.html
Figura 4: Anexos da Pele
2.3 Estrias
De acordo com Carneiro e Junqueira (2004); Boneti (2010); Maio (2004), as estrias são como
um processo degenerativo cutâneo, benigno, caracterizado por lesões atróficas ocorrendo em
trajeto linear onde variam de cor, dependendo da sua fase evolutiva [...]
Fonte: http://www.ligadao.net/estrias-vermelhas/
Figura 5: Estrias
Fonte: http://www.ligadao.net/estrias-vermelhas/
Figura 6: Estrias
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2.3.2 Histologia
Analisando o aspecto histológico, Silva et al (2012), relatam que as estrias apresentam-se
como lesões atróficas que dispersam o tecido colágeno e elástico, além de redução da
presença das células da pele como queratinócitos, melanócitos e fibroblastos.
2.3.3 Etiologia
Apesar de sua etiologia ainda controversa, três teorias sugerem seu surgimento. A teoria
mecânica aponta o aumento na deposição de gordura no tecido adiposo levando a um
estiramento e ruptura das fibras elásticas e colágenas da pele, [...]
Fonte: http://images.search.conduit.com/
Figura 7: Estrias
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Fonte: http://images.search.conduit.com/
Figura 8: Corrente Galvânica
3. Metodologia
Trata-se de uma revisão literária de bibliografias publicadas nas bases de dados Scientific
Electronic Library Online (Scielo) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (Lilacs). Foram utilizados os descritores: “Microcorrente Galvânica”, “Estria” e
Tratamento”.
Para efeito de análise, configurou-se a seguinte pergunta de pesquisa: Quais os efeitos da
Microcorrente galvânica no tratamento de estrias?
Foram incluídos estudos que demonstrassem a microcorrente galvânica no tratamento de
estrias, ou que contribuíssem para o objetivo do presente estudo, publicados entre 2004 a
2014 na língua portuguesa. Foram excluídos os estudos que não atendiam ao período do
estudo e publicações que não tratavam de pesquisa científica. Não foram restringidos tipos de
estudos, se observacional ou experimental.
A análise iniciou pela leitura de todos os títulos e resumos dos artigos para excluir aqueles
que não tratavam do tema em questão e após esta etapa foram obtidos os artigos para a leitura
completa para a análise dos principais resultados encontrados e conclusões dos autores.
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4. Resultados e Discussão
Os artigos escolhidos foram criteriosamente analisados extraindo informações primordiais
relacionadas ao tipo de estudo e os métodos utilizados no tratamento de estrias.
No presente trabalho seis artigos científicos entram em discussão (Tabela 1).
Consuin (2007)
Melhora do aspecto da pele.
O presente estudo foi realizado com o objetivo demonstrar o tratamento de estrias por meio da
microcorrente galvânica.
Pereira (2006), relata que em 1780, Alexandra Volta descobriu a pilha elétrica, surgindo a
corrente galvânica ou contínua. No final do século XIX, a medicina física começou a utilizar a
corrente galvânica ou contínua para a introdução de medicamentos, tratando processos
inflamatórios e reumáticos, como soluções de sulfato de magnésia nas bursites; histamina nas
afecções reumáticas crônicas e outros.
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O autor citado acima expõe que a corrente galvânica é uma corrente com fluxo constante de
elétrons em uma só direção. O fluxo da corrente não sofre interrupção nem varia sua
intensidade na unidade de tempo. Chamada tambérn de corrente contínua, corrente direta,
unidirecional ou corrente constante. É uma corrente dita polar porque mantém definida a
polaridade durante o tempo da aplicação, com ação a nível mais superficial. Por definição, o
estimulador de corrente direta contínua não tem pulsos e consequentemente, não tem formas
de onda ou parâmetros de pulso por esse motivo, parece um erro classificar essa corrente
como sendo de baixa frequência.
Pode-se notar no presente estudo que o uso da corrente galvânica é um método eficaz na
aplicabilidade clínica, que de acordo com Bravim e Kimura (2007), isso ocorre, pois
proporciona a regeneração da pele ocasionada pelos efeitos intrínsecos da corrente contínua e
dos processos envolvidos na inflamação, obtidos pelo estímulo físico da agulha. A inserção da
agulha deve ser subepidermicamente, paralela à pele, por toda a extensão da estria. O
processo de regeneração da estria se baseia na somatização dos efeitos intrínsecos da corrente
galvânica e dos processos envolvidos na inflamação.
Entretanto para um bom resultado o autor referido acima menciona que não se deve realizar
uma nova sessão até que o quadro inflamatório tenha desaparecido por completo, evitando
assim que o processo inflamatório gerado venha a se tornar crônico, atrapalhando dessa forma
o resultado esperado.
Consuin (2007), corrobora com o estudo acima ao verificar uma melhora do aspecto da pele
com estrias com o uso da corrente galvânica em 12 voluntárias entre 18 e 22 anos que
possuíam estrias em várias regiões do corpo. As voluntárias submeteram-se a uma sessão
semanal, durante um mês, totalizando 4 sessões. A estimulação microgalvânica consistiu da
aplicação intradérmica de corrente galvânica. Para aplicação fora utilizadas como eletrodo
ativo (polo negativo), agulhas de acupuntura de 5 mm, descartáveis. A avaliação das estrias
foi feita por meio de um microscópio que analisa a superfície da pele com aumento de 10x.
Foram comparadas imagens pré-tratamento e pós-tratamento utilizando-se o método de
planimetria por contagem de pontos. Os resultados obtidos pela planimetria foi uma melhora
do aspecto da pele.
Pereira (2006), relata que tal melhora está baseada principalmente no fato de que a fibra
muscular não se regenera. Estudos preliminares mostraram que ocorre um acentuado aumento
no numero de fibroblastos jovens, uma neovascularização e o retorno da sensibilidade
dolorosa após algumas sessões de estimulação elétrica, e como consequência uma grande
melhora no aspecto da pele, que fica muito próxima do normal.
Almeida et al (2009) tem demonstrado o tratamento de estrias com corrente galvânica
utilizando as técnicas de escarificação e ponturação. A técnica de ponturação consistiu na
introdução de uma agulha de espessura 2,5 x 5,0 mm de forma subepidérmica, a 45 o de
angulação, ponturando toda a extensão da estria. O autor relata que foi utilizada uma
intensidade de 150 microamperes. Já o método de escarificação consistiu no deslizamento de
uma agulha de espessura 0,18 x 8 mm, a 90o, em relação a superfície cutânea, linearmente por
três vezes no mesmo local, utilizando uma intensidade de 300 microamperes. As aplicações
foram feitas durante quatro semanas, uma vez por semana, totalizando quatro sessões.
Uma semana após o término das sessões no estudo acima, foi realizada uma coleta de imagens
assim como no início do tratamento. Foi aplicada uma escala de satisfação do tratamento. A
satisfação foi mensurada por uma escala do tipo Likert que varia de 1 (insatisfeita) e 4
(plenamente satisfeita). Após o tratamento o resultado foi positivo, pois tanto as duas técnicas
em conjunto com a aplicação da corrente galvânica podem ser consideradas como uma opção
no tratamento de estrias devido à diminuição da extensão das áreas afetadas e consequente
melhora no aspecto geral da pele.
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5. Conclusão
De acordo com a pesquisa, a estria é um dos problemas estéticos mais comuns nas mulheres.
Diante disto a procura por tratamento tem aumentado na área Dermatofuncional.
Os autores pesquisados apontaram a corrente galvânica como um tratamento eficaz e que
possui aplicabilidade clínica, pois, intensifica a resposta inflamatória, desta forma
aumentando o edema por meio da mobilização da água dos tecidos estimulados e da resposta
vasomotora o que ocasiona aumento da migração de fibroblastos e alinhamento de colágeno,
proporcionando a regeneração da pele.
Após o tratamento com a corrente galvânica nos estudos selecionados o resultado foi positivo,
podendo ser considerada como uma opção no tratamento de estrias devido à diminuição da
extensão das áreas afetadas e consequente melhora no aspecto geral da pele. Diante disto,
pode-se concluir por meio deste estudo que a utilização da corrente galvânica apresentou
resultados positivos seja isolada ou associada a outros métodos, pois em todos os estudos
pesquisados mostrou-se um grau de satisfação nas mulheres que sofriam com estrias.
Diante desta premissa, podemos observar a aplicabilidade clínica do tratamento de estrias com
a corrente galvânica. Este estudo pode ser utilizado como fonte de dados para futuras
pesquisas, assim como servir de referência para tratamento de mulheres com estrias.
6. Referências
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utilizando as técnicas de escarificação e ponturação. Artigo apresentado como exigência parcial para obtenção
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DALSASSO, Janine Colombi. Fibro edema gelóide: um estudo comparativo dos efeitos terapêuticos, utilizando
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