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Registro Macunaíma 12/11/2019

by Yara Prates

ATIVIDADES

Objetivo: As atividades têm o objetivo de preparar os atores para a cena que devem
representar.

1. Mensagem para os alunos do P1- cada um dos alunos do P2, que estavam presentes,
receberam 2 fotos para escrever mensagens para 2 alunos não determinados do P1.
2. Exercício corporal com os 4 elementos: água, fogo, ar e terra. O exercício foi realizado
em três níveis: baixo, médio e alto.
3. Silvia formou grupos e distribuiu as cenas que cada grupo vai desenvolver para
apresentar no encontrão do dia 08 de dezembro.
4. Atividade de desenvolvimento das cenas
Momento 1. Uma pessoa do grupo fica de olhos fechados e os demais lêem o roteiro
aos sussurros em diferentes partes do corpo do ouvinte.
Momento 2. Expressar o texto corporalmente sem usar mímica.
Momento 3. Todos andando como um dos elementos desenvolvido no item 2. Ao soar
uma palma todos devem parar exceto o grupo que quiser apresentar
sua cena, até que seja dado o comando para parar.

EMBASAMENTO TEÓRICO DAS ATIVIDADES REALIZADAS

O Método Stanislavski é o método usado no Macunaíma. Nele foi possível identificar algumas
ferramentas, que foram utilizadas nessa aula:
Ações Físicas

Um dos pilares do método de Stanislaviski é considerar que o que for que aconteça no
palco tem que ter um propósito determinado. A cena não pode ser vazia sempre tem que ter
algo em ação. A ação, o movimento é o fundamento basilar da arte perseguida pelo ator. As
ações sejam elas internas ou externas sempre implicam num objetivo. Qualquer que seja a
ação sem uma motivação interior, é incapaz de prender a atenção seja do parceiro em cena
ou do público. A ação não deve carecer de realidade, de justificação interior, de lógica e mais
do que tudo precisa ser coerente com as circunstâncias. A cena precisa copiar as nossas
vidas (quando uma ação leva a outra e a outra mais) criando um impulso natural. Como na lei
de Newton, toda ação leva a uma reação, que por sua vez, intensifica a primeira. Em uma
obra teatral ao lado da ação principal, e. encontra-se a contra-ação. O resultado inevitável
desse jogo de forças é mais ação.

As Circunstâncias Dadas

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Para Stanislaviski dar vida ao personagem segundo o modelo, só era possível se fossem
assimilados, em profundidade, os aspectos interiores e demais referências dadas pelo texto.
Para nortear os estudos, ele indica alguns itens:

 Época da história encenada


 Localização geográfica
 Condições de vida
 Posição social
 Aspectos exteriores
 Costumes da época
 caráter, modos, movimentos, voz, dicção, entonações

Do estudo profundo o ator cria em sua imaginação o modelo e o encarna em si mesmo.

Resumindo:

“Toda criação da imaginação do ator deve ser minuciosamente elaborada e


solidamente erguida sobre uma base de fatos. Deve estar apto a responder todas
as perguntas (quando, onde, porque, como) que ele fizer a si mesmo quando
inicia suas faculdades inventivas a produzir uma visão, cada vez mais definida,
de uma existência de ‘faz de conta'. "

Entre o momento 1 e 2, da atividade de desenvolvimento da cena, percebi que ela poderia


ser dividida em partes menores e cada uma dessas partes poderia ter um nome como se fora
um rótulo que a identificasse.

Para fazer esse registro busquei na edição espanhola do livro El trabajo del actor sobre si
mismo en el proceso creador de la vivencia de Konstantin Stanislaviski, alguma conceituação
teórica que o subsidiasse. Qual não foi a minha surpresa, por quê não dizer satisfação, em
encontrar a validação do trabalho intuitivo que fiz no texto.

Unidades de Ação
“O ator deve desempenhar seu papel sem guiar-se pela imensidade de pormenores
impossíveis de recordar, mas sim pelos marcos mais importantes, que marcam o caminho da
criação.”

“Ao descartar o supérfluo e reunir as pequenas partes em outras maiores se cria o fio condutor
da apresentação.”

“ Somente durante o processo preparatório utilizamos os pedaços menores, porém no


momento da criação os reunimos em partes maiores levando o volume ao máximo e o número
ao mínimo, desse modo fica mais fácil englobar através deles a obra e o papel em sua
totalidade.”

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A técnica do processo de divisão é bastante simples. Faça essas perguntas:

 Sem quais elementos a peça em análise não pode existir?


 O que não pode faltar?
 O que mais é imprescindível?

“Com essas perguntas fazemos um como se fora um voo de pássaro sobre a obra e a
dividimos em suas partes orgânicas (unidades). São as partes maiores, essenciais, dos quais
se compõem toda a obra. A mesma divisão é feita em cada uma das partes.”1
“A divisão da obra em partes resulta necessária não só para analisa-la e estudá-la mas
também por outra razão mais importante, oculta na essência interior de cada pedaço é a tarefa
criadora. A tarefa nasce organicamente de sua unidade, ou reciprocamente é engendrada.
Tudo o que foi dito da unidade vale para a tarefa, decorrente do nexo orgânico que existe
entre elas.
A criação cênica consiste em propor-se grandes tarefas e uma ação autêntica, criadora,
orientada a um objetivo, para realizá-las.”

Stanislavski ressalta que:

O erro cometido pela maioria dos atores é o de pensar no resultado, em vez de


apenas na ação que o deve preparar. Evitando a ação e visando diretamente o
resultado, obtemos um produto forçado que só pode levar à canastronice. Evitem
fazer força atrás do resultado. Atuem com sinceridade, plenitude e integridade de
propósitos.

Nota do autor

Os trechos aspeados e os em negrito, foram selecionados e traduzidos por Yara Prates e a fonte é Stanislavski,
Konstantín. El trabajo del actor sobre sí mismo en el proceso creador de la vivencia (Spanish Edition) . Alba
Editorial S.L.. Edição do Kindle.

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