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Selecao Adestramento Emprego Caodeguerracompleto PDF
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Selecao Adestramento Emprego Caodeguerracompleto PDF
ADESTRAMENTO E
EMPREGO DO
CÃO DE GUERRA
DE DUPLA APTIDÃO
1ª Edição
Julho de 2015
Primeira Edição
Conselho Editorial
ISBN 978-85-413-0394-1
CDD 636.70887
CDU 636.76
SELEÇÃO,
ADESTRAMENTO E
EMPREGO DO
CÃO DE GUERRA
DE DUPLA APTIDÃO
Julho de 2015
Ruy Barbosa
Agradecimentos,
PREFÁCIO ................................................................................................................................. 5
CAPÍTULO 1
SELEÇÃO DOS CONJUNTOS .................................................................................................... 15
1.1 SELEÇÃO DOS MILITARES .................................................................................................. 15
1.1.1 CONDUTOR ................................................................................................................... 15
1.1.2 FIGURANTE E ADESTRADOR .......................................................................................... 16
1.2 PRESERVAÇÃO E RENOVAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS DA SCG .................................. 17
1.2.1 VALORIZAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS ................................................................... 18
1.2.2 Um exemplo de credo para SCG: .................................................................................... 18
1.3 SELEÇÃO DOS CÃES .......................................................................................................... 19
1.3.1 SELEÇÃO DE FILHOTES ................................................................................................... 19
1.3.2 SELEÇÃO DO CÃO ADULTO ............................................................................................. 22
CAPÍTULO 2
AGRESSIVDADE CANINA E
PREVENÇÃO DE ACIDENTES ................................................................................................... 27
2.1 AGRESSIVIDADE CANINA .................................................................................................. 27
2.2 PREVENÇÃO DE ACIDENTES .............................................................................................. 34
CAPÍTULO 3
EQUIPAMENTOS ..................................................................................................................... 39
3.1 FOCINHEIRA ..................................................................................................................... 39
3.2 EQUIPAMENTOS PARA CÃO NOVATO ................................................................................ 40
3.3 GUIA LONGA .................................................................................................................... 41
3.4 GUIA RETRÁTIL ................................................................................................................. 42
3.5 GUIA DE ADESTRAMENTO ............................................................................................... 42
3.6 GUIA CURTA ..................................................................................................................... 42
3.7 COLAR DE ELOS GRANDES ............................................................................................... 43
3.8 ENFORCADOR DE GARRA ................................................................................................. 45
3.9 ENFORCADOR DE CORDA ................................................................................................. 45
3.10 COLEIRA ELETRÔNICA ..................................................................................................... 46
3.11 CLICADOR ....................................................................................................................... 48
CAPÍTULO 4
ADESTRAMENTO BÁSICO ....................................................................................................... 49
4.1. FUNDAMENTOS DO ADESTRAMENTO ............................................................................. 49
4.1.1 REALISMO ..................................................................................................................... 49
4.1.2 PRONTO EMPREGO ....................................................................................................... 50
4.1.3 PLANEJAMENTO ............................................................................................................ 50
4.1.4 REPETIÇÃO .................................................................................................................... 51
4.1.5 QUEBRA-CABEÇA ........................................................................................................... 51
4.1.6 PRÊMIO ......................................................................................................................... 52
4.1.7 COMANDOS ................................................................................................................... 53
4.2 MARCADOR ...................................................................................................................... 55
4.3 COERÇÃO E CORREÇÃO .................................................................................................... 59
4.4 SESSÃO DE ADESTRAMENTO ........................................................................................... 61
4.4.1 INDIVIDUAL ................................................................................................................... 63
4.4.2 DOIS MILITARES ............................................................................................................. 63
4.4.3 TRÊS MILITARES ............................................................................................................. 63
4.4.4 SESSÃO COLETIVA .......................................................................................................... 63
4.4.5 SESSÃO NOTURNA ........................................................................................................ 64
4.4.6 ENTROSAMENTO COM SUBUNIDADE ............................................................................ 64
4.4.7 SESSÃO DE SIMULAÇÃO ................................................................................................ 65
4.5 SEQUÊNCIA DE EXERCÍCIOS .............................................................................................. 66
4.6 TROCA DE POSIÇÕES COM PETISCO .................................................................................. 67
4.7 ALVO OU MARCA .............................................................................................................. 72
4.8 JOGO DE CABO DE GUERRA E DE BUSCAR DO CÃO COM SEU CONDUTOR ....................... 72
4.9 MANEIRAS PARA O CÃO LARGAR O MORDENTE ............................................................... 80
4.9.1 ARRANCAR O MORDENTE ............................................................................................. 80
4.9.2 IMOBILIZAÇÃO DO MORDENTE ..................................................................................... 80
4.9.3 MARCADOR E PETISCO ................................................................................................. 80
4.9.4 TROCA DE MORDENTE .................................................................................................. 81
4.9.5 LEVANTAR O CÃO PELA COLEIRA .................................................................................... 81
4.9.6 SACODE ......................................................................................................................... 81
4.10 CHAMADA DO CÃO ......................................................................................................... 81
4.11 ZONA DE CONFORTO ..................................................................................................... 82
4.12 POSIÇÃO DE FINALIZAÇÃO .............................................................................................. 83
4.13 ANDAR JUNTO AO CONDUTOR ...................................................................................... 84
4.14 POSIÇÃO DEITADO .......................................................................................................... 86
4.15 POSIÇÃO NO MEIO DAS PERNAS DO MILITAR ................................................................. 87
4.16 POSIÇAO DE PÉ ............................................................................................................... 87
4.17 COMANDO EM FRENTE .................................................................................................. 88
4.18 BUSCA DE OBJETOS LANÇADOS PELO CONDUTOR ......................................................... 89
4.18.1 COMER PETISCO LANÇADO E RETORNAR AO CONDUTOR ............................................ 90
4.18.2 BUSCAR OBJETO LANÇADO .......................................................................................... 91
4.18.3 manter um objeto em sua boca e soltar somente sob comando ................................... 92
4.18.4 andar na guia carregando objeto na boca ..................................................................... 93
4.18.5 ABOCANHAR NO CHÃO ............................................................................................... 93
4.18.6 GENERALIZAÇÃO DE OBJETOS ..................................................................................... 93
4.19 POSIÇÃO SENTADO ......................................................................................................... 94
4.20 TRANSPOSIÇÃO DE OBSTÁCULOS ................................................................................... 95
4.20.1 SALTO .......................................................................................................................... 96
4.20.2 TRANSPOSIÇÃO DE CURSO DE ÁGUA ........................................................................... 98
4.20.3 ESCALADA ................................................................................................................... 98
4.20.4 OBSTÁCULOS TIPO TÚNEL ............................................................................................ 99
4.21 RECUSA DE ALIMENTOS ............................................................................................... 103
4.22 ACHAR E APREENDER X ACHAR E INDICAR ................................................................... 105
4.22.1 LATIR SOB COMANDO ................................................................................................ 106
4.23 AGITAÇÃO ..................................................................................................................... 108
4.23.1 COM O PRÓPRIO CONDUTOR .................................................................................... 108
4.23.2 AGITAÇÃO COM O FIGURANTE ................................................................................... 108
4.23.3 ESTÍMULOS POR IMPULSOS PARA CAÇAR ................................................................... 110
4.23.4 ESTÍMULOS POR IMPULSOS PARA LUTAR ................................................................... 116
4.23.5 LARGAR SOB COMANDO ........................................................................................... 118
4.23.6 AGITAÇÃO CIVIL ......................................................................................................... 121
4.23.7 LUVA OCULTA ............................................................................................................. 121
4.23.8 COMBATE COM FOCINHEIRA ...................................................................................... 122
4.23.9 APREENSÃO EM PONTOS ALTERNATIVOS .................................................................. 124
4.24 PROCURA POR OPONENTE ........................................................................................... 127
4.24.1 RONDAS NOTURNAS ................................................................................................. 127
4.24.2 ADESTRAMENTO PARA PROCURA E INDICAÇÃO DE SUSPEITO POR FARO .................. 128
4.24.3 PROCURA EM INSTALAÇÕES ....................................................................................... 129
CAPÍTULO 5
ADESTRAMENTO DO CAO DE DETECÇÃO ............................................................................. 133
5.1 SEGURANÇA ORGÂNICA DAS ORGANIZAÇÕES MILITARES .............................................. 133
5.2 CÃO DE DUPLA APTIDÃO ................................................................................................ 134
5.3 HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA ADESTRAMENTO DO CÃO DE DETECÇÃO .................. 135
5.4 ESCOLHA DE ODORES .................................................................................................... 135
5.5 CONDICIONANDO O CÃO PARA RECONHECER OS ODORES DESEJADOS ......................... 136
5.6 IMPREGNANDO O MORDENTE ....................................................................................... 137
5.7 PSEUDO ODOR ............................................................................................................... 138
5.8 CONTAMINANTES DO ODOR .......................................................................................... 139
5.9 JOGO DE CABO DE GUERRA E DE BUSCAR ..................................................................... 140
5.10 CAIXA DE INDICAÇÃO DE AREIA .................................................................................... 141
5.11 CAIXA DE DETECÇÃO HOLANDESA ................................................................................ 142
5.12 CONE DE ODOR ............................................................................................................ 145
5.13 AUXILIAR ...................................................................................................................... 145
5.14 DUPLO CEGO ................................................................................................................ 146
5.15 PROCURA EM ÁREA ...................................................................................................... 147
5.16 ALTURA DE ESCONDERIJO ............................................................................................ 148
5.17 ESCONDERIJOS ENTERRADOS E SUBMERSOS ............................................................... 149
5.18 DISTRAÇÕES ................................................................................................................. 150
5.19 REGISTRO DAS SESSÕES DE ADESTRAMENTO .............................................................. 150
5.20 REALISMO .................................................................................................................... 152
5.21 MANUTENÇÃO DO CÃO ADESTRADO .......................................................................... 153
5.22 PADRÃO DE PROCURA .................................................................................................. 154
5.23 PERSISTÊNCIA NA PROCURA ......................................................................................... 154
5.24 ACIDENTES ................................................................................................................... 156
5.25 INTELIGÊNCIA ............................................................................................................... 156
CAPÍTULO 6
EMPREGO DO CÃO DE GUERRA ........................................................................................... 159
6.1 REGRAS DE ENGAJAMENTO ........................................................................................... 159
6.2 USO DE FORÇA MÍNIMA PROPORCIONAL E PROGRESSIVA .............................................. 160
6.3 LEGÍTIMA DEFESA DE SEU CONDUTOR .......................................................................... 162
6.4 RESISTÊNCIA A PRISÃO/DETENÇÃO ................................................................................ 162
6.5 PRESUNÇAO DE VIOLÊNCIA ............................................................................................ 162
6.6 CONTROLE ...................................................................................................................... 163
6.7 CONDICIONAMENTO DO CÃO ......................................................................................... 163
6.8 PROCURA POR SUSPEITO EM UMA ÁREA SEM FOCINHEIRA ........................................... 163
6.9 RESISTÊNCIA PASSIVA ..................................................................................................... 165
6.10 ABUSOS ....................................................................................................................... 166
6.11 USO DA FOCINHEIRA .................................................................................................... 167
6.12 TRIANGULAÇÃO PARA ABORDAGEM E NEGOCIAÇÃO .................................................... 168
6.13 APOIO DO CONDUTOR ................................................................................................. 169
6.14 REVISTAS DE PESSOAL ................................................................................................. 171
6.15 UTILIZAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS E FUMAÇA .......................................................... 172
6.16 UTILIZAÇÃO DE LANTERNA .......................................................................................... 173
6.17 POSIÇÕES DE TIRO COM O CÃO .................................................................................... 175
6.18 BREVE HISTÓRICO DO EMPREGO DO CÃO DE GUERRA ............................................... 177
6.19 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO ................................................................................... 179
6.20 MISSÃO E VISÃO DE EMPREGO DO CÃO DE GUERRA ................................................... 179
6.21 MISSÃO DO EXÉRCITO ................................................................................................. 179
6.22 Missão Síntese do Conjunto Condutor-Cão de guerra ..................................................... 179
6.23 Visão de Futuro ............................................................................................................ 180
6.24 PROGRAMA DE DISSUASÃO DE AMEAÇAS .................................................................... 180
6.25 GUARDA E CONDUÇÃO DE DETIDOS ............................................................................ 181
6.26 CONTROLE DE MULTIDÃO ............................................................................................. 181
6.27 CONTROLE DE DISTÚRBIO CIVIL ................................................................................... 183
6.28 SEGURANÇA ORGÂNICA EM ORGANIZAÇÕES MILITARES ............................................. 185
6.29 CÃO ESCLARECEDOR ..................................................................................................... 187
6.30 CÃO RASTREADOR ....................................................................................................... 187
6.31 OPERAÇÕES DE CERCO E VASCULHAMENTO ................................................................. 189
6.32 FORÇA DE REAÇÃO – EQUIPE DE RESPOSTA RÁPIDA ..................................................... 190
6.33 PROCURA EM INSTALAÇÕES ......................................................................................... 192
6.34 CÃO DETECTOR DE MINAS TERRESTRES ....................................................................... 194
6.35 CÃO DETECTOR DE EXPLOSIVOS ................................................................................... 195
6.36 CÃES SENTINELAS ......................................................................................................... 195
6.37 AÇÃO DE POLÍCIA NA FAIXA DE FRONTEIRA .................................................................. 199
6.37.1 PONTOS DE BLOQUEIO E CONTROLE DE ESTRADAS – EMPREGO DO CÃO DE
DUPLA APTIDÃO NA REPRESSÃO DE CRIMES TRANSFRONTEIRIÇOS ..................................... 204
6.38 OPERAÇÕES DE GARANTIA DA LEI DA ORDEM ............................................................. 210
6.39 MOBILIDADE ................................................................................................................ 210
6.39.1 ACONDICIONAMENTO DOS CÃES .............................................................................. 210
CAPÍTULO 7
PROVAS DE HABILITAÇÃO ..................................................................................................... 213
7.1 AVALIAÇÃO DO JOGO ...................................................................................................... 219
7.2 PRESCRIÇÕES GERAIS ÀS PROVAS DE HABILITAÇÃO DO CONJUNTO CONDUTOR E
CÃO DE GUERRA .................................................................................................................. 221
7.2.1 DESQUALIFICAÇÃO EM QUALQUER MOMENTO DA PROVA .......................................... 222
7.2.2 PENALIZAÇÃO DE 3 PONTOS EM QUALQUER MOMENTO DA PROVA ............................ 222
7.3 PRESCRIÇÕES PARA O FIGURANTE DA CERTIFICAÇÃO ..................................................... 223
7.4 EQUIPAMENTOS AUXILIARES PARA O FIGURANTE .......................................................... 224
7.5 PROVA DE RESISTÊNCIA .................................................................................................. 225
7.5.1 DESCLASSIFICAÇÃO ...................................................................................................... 227
7.5.2 TESTE DA PRESERVAÇÃO DA CAPACIDADE DE TRABALHO ........................................... 227
7.6 PROVA BÁSICA DE HABILITAÇÃO DE CÃO DE GUERRA .................................................... 228
7.6.1 SALTO DE OBSTÁCULO DE LARGURA ........................................................................... 229
7.6.2 ESCALADA DE OBSTÁCULO .......................................................................................... 229
7.6.3 ESCALADA DE OBSTÁCULO COM AUXÍLIO DO CONDUTOR ........................................... 229
7.6.4 NATAÇÃO ..................................................................................................................... 230
7.6.5 TROCA DE POSIÇÕES A DISTÂNCIA ............................................................................... 230
7.6.6 BUSCA DE OBJETO LANÇADO PELO CONDUTOR .......................................................... 231
7.6.7 REJEIÇÃO DE COMIDA OFERECIDA PELO FIGURANTE ................................................... 231
7.6.8 REAÇÃO A TIRO DE FESTIM ......................................................................................... 231
7.6.9 COMANDO PARA DEITAR A DISTÂNCIA, CHAMADO EM DIREÇÃO AO CONDUTOR ........ 232
7.6.10CONDUÇÃO DE FOCINHEIRA NO MEIO DE GRUPO DE PESSOAS ................................. 232
7.6.11 APREENSÃO DE FIGURANTE PELA PERNA .................................................................. 232
7.6.12 REVISTA EM TRIANGULAÇÃO ..................................................................................... 233
7.6.13 ATAQUE LANÇADO COM O CÃO USANDO FOCINHEIRA E FIGURANTE CIVIL
SEM PROTEÇÃO, SEM LUVA NEM MACACÃO DE MORDIDA .................................................. 233
7.6.14 ATAQUE INTERROMPIDO. .......................................................................................... 233
7.6.15 PROVA DE DETECÇÃO DE EVIDÊNCIAS/MATERIAL MILITAR EXTRAVIADO ................... 233
7.7 CÃO DE DETECÇÃO (CD) NARCÓTICOS, CADÁVER, ARMAS .............................................. 235
7.8 CÃO DE DETECÇÃO EXPLOSIVOS ..................................................................................... 237
7.8.1 DESQUALIFICAÇÃO ...................................................................................................... 240
7.9 HABILITAÇÕES ESPECÍFICAS – BREVÊS ............................................................................ 241
7.9.1 PROVA DE HABILITAÇÃO PARA CÃO DE GUARDA - CÃO PARA POSTO FIXO
DE SENTINELA ...................................................................................................................... 241
7.9.2 CAO ESCLARECEDOR .................................................................................................... 243
7.9.3 CÃO DE PATRULHA ....................................................................................................... 243
7.9.3.1 PROVAS SUBSEQUENTES DE AVERIGUAÇÃO DO CÃO DE PATRULHA ......................... 245
7.9.4 HABILITAÇÃO DE CÃO DE APOIO A EQUIPE DE INTERVENÇÃO RÁPIDA/
FORÇA DE PRONTA RESPOSTA ............................................................................................. 246
7.9.5 HABILITAÇÃO DE CÃO DE CHOQUE DE OPERAÇÃO DE CONTROLE DE DISTÚRBIO ........ 247
7.9.6 HABILITAÇÃO DE CÃO RASTREADOR ............................................................................ 248
7.10 PROVAS DE AVERIGUAÇÃO ........................................................................................... 250
7.11 DUPLO-CEGO ................................................................................................................ 251
7.12 AVALIAÇÕES INOPINADAS EM SITUAÇÃO REAL ............................................................. 252
7.13 COMPETIÇÕES CANINAS ............................................................................................... 252
CAPÍTULO 8
SANIDADE DO CÃO DE GUERRA .......................................................................................... 253
8.1 ALIMENTAÇÃO ................................................................................................................ 253
8.2 PRINCIPAIS CAUSAS DE DESCARGA, MORTE OU EUTANÁSIA DE CÃES MILITARES: .......... 254
8.3 SUPORTE VETERINÁRIO .................................................................................................. 254
8.4 DENTES ......................................................................................................................... 255
8.5 INTERMAÇÃO ................................................................................................................. 256
8.6 DILATAÇÃO GÁSTRICA-VÓLVULO ..................................................................................... 258
8.7 DOENÇAS GENÉTICAS ..................................................................................................... 259
8.8 SÍNDROME DE CANIL ...................................................................................................... 259
8.9 BEM ESTAR DO CÃO DE GUERRA ................................................................................... 261
8.10 DESMOBILIZAÇÃO DO CÃO DE GUERRA ....................................................................... 262
8.10.1 MOTIVOS PARA DESMOBILIZAÇÃO ............................................................................. 262
8.10.2 DESTINO .................................................................................................................... 263
8.10.3 AVALIAÇÃO DE TEMPERAMENTO ............................................................................... 263
8.11 LEGISLAÇÃO DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS - LEGISLAÇÃO VIGENTE ............................... 264
ANEXO A - ........................................................................................................................... 265
ANEXO B - ........................................................................................................................... 268
GLOSSÁRIO .......................................................................................................................... 270
REFERENCIAS ....................................................................................................................... 287
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
CAPÍTULO 1
1.1.1 CONDUTOR
O condutor de cão de guerra é o militar que recebe um determinado
cão para compor conjunto, recebe orientação e instrução para desempenhar
missões específicas que serão definidas a partir das provas de habilitação
dos conjuntos. Tem a obrigação de realizar exercícios diários para
manutenção das habilidades do cão e estar sujeito a avaliações periódicas
através das provas de habilitação e pronto para emprego em missões reais.
O candidato a condutor será soldado engajado, com sua formação
básica completa que já tenha passado por situações que permitiram avaliá-
lo, como testes de aptidão física, testes de aptidão de tiro, campos, serviços
ou marchas regulamentares. Com alguma experiência nas rotinas da
unidade, demonstrou profissionalismo, competência e motivação; é um
militar pronto, que será especializado. O candidato a condutor demonstra
muita iniciativa, segue obstinadamente objetivos claros e definidos a médio
e longo prazo para seu cão. Tem disponibilidade de trabalhar em horários
fora do expediente regular; o conjunto trabalha à noite; trabalhar no escuro
é a regra e não a exceção. É determinado para superar desafios e
dificuldades.
“O difícil nós fazemos imediatamente. O impossível
demora um pouco mais.”
—Slogan do Corpo de engenharia do Exército
Americano
16
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
19
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
20
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
Ficha de Avaliação de Temperamento para filhote no processo seleção para Cão de Guerra
TESTE PONTOS DESCONTADOS
Filhote solto no meio de uma sala estranha
Inicia a exploração da sala imediatamente depois de ser largado;
postura corporal relaxada; comportamento confiante 0
Explora depois de alguma hesitação; postura corporal tensa;
cuidadoso 5
Quase não explora ou não explora; muito cuidadoso 10
Não explora nada; claros sinais de insegurança Não serve para Cão de guerra
Aproximação para um ser humano estranho
Filhote se aproxima imediatamente com postura confiante 0
Filhote se aproxima imediatamente, mas com postura levemente
tensa 5
Filhote se aproxima depois de um tempo; postura corporal tensa 10
Filhote não se aproxima e demonstra medo Não serve para Cão de guerra
Buscar bolinha
Imediatamente persegue, abocanha e corre com ela na boca 0
Imediatamente persegue, mas investiga antes de abocanhar 5
Aproxima-se da bola lentamente, investiga com receio 10
Não segue a bola 20
Tem medo da bola rolando no chão Não serve para Cão de guerra
Pressão da pata por 5 segundos, pressão suficiente para o filhote
demonstrar desconforto, puxar a patinha ou ganir
Demonstra desconforto; demonstra alguma reação de defesa;
tenta morder o avaliador e, quando solto, imediatamente se
aproxima do avaliador sem receio algum 0
Demonstra desconforto; não demonstra agressividade; quando
solto, se aproxima do avaliador ser for motivado para isso 5
Demonstra claro desconforto; tenta se livrar; quando solto,
hesita e não se aproxima do avaliador 15
Barriga para cima
Tenta se virar energicamente, se torna agressivo 0
Permanece parado, mas tenso 5
Descansa confiante e relaxado 10
Medo, pode urinar Não serve para Cão de guerra
Barulho forte
Imediatamente investiga a origem do som, se aproximando 0
Olha para direção do som, mas permanece imóvel 5
Reação inicial é de susto, mas recupera rápido e investiga 15
Claramente se assusta com o barulho, se afasta da origem do
som e pode demonstrar pânico
Não reage (filhote pode ser surdo) Não serve para Cão de guerra
Papel amassado e arremessado à frente do filhote
Imediatamente persegue o papel amassado, abocanha e carrega 0
Persegue e abocanha 5
Persegue depois de ser estimulado na segunda ou terceira
tentat iva 15
Não persegue, não percebe 25
Cabo de guerra gentil com paninho macio
Brinca animadamente; não se distrai por barulho ou até o toque
do avaliador em seu corpo; não desiste com facilidade; se
avaliador soltar o pano, carrega vivamente 0
Brinca, mas se distrai facilmente 5
Não brinca Não serve para Cão de guerra
21
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
o cão está nervoso por ter sido embarcado em carro, pela viagem ou o que
quer que seja; na verdade, o que interessa na avaliação é o desempenho
do cão isolado e sob condições de estresse. O se espera é que cão perceba
a aproximação e mantenha o eixo do corpo na direção do avaliador o tempo
inteiro. Responde à altura, se o avaliador se aproxima de maneira neutra,
amistosa, o cão não pode demonstrar medo, submissão ou inquietação.
Caso o cão demonstre agressividade exagerada sem sequer ser
estimulado ele pode ser descartado ou aceito. Será aceito levando em
consideração a experiência do pessoal do canil e possibilidades de futuro
emprego nas missões da SCG.
O avaliador inicia a figuração com mordente, luva, manga o que
achar conveniente; começa estimulando o cão em impulso por caça e faz
alguns movimentos de desafio, como gestos de ameaça ou aproximação
direta e frontal. É avaliado o interesse em perseguir um objeto em
movimento, morder e carregar. Insegurança e mordidas de ponta de dente
são avaliadas com rigor. Depois disso, o avaliador pede para o condutor
pegar o cão e conduzi-lo em pisos diferentes, asfalto, grama, lajota, piso
molhado, poças de água, ambientes internos, externos, ambientes escuros,
e escadas. O cão é embarcado em uma viatura e é transportado por alguns
minutos; demonstração de medo ou descontrole são avaliados com rigor.
Se o cão tiver impulso por caça suficiente para interagir com o avaliador,
este finge que lança o mordente em uma área e marca o tempo e interesse
do cão na procura, usando o faro. Cães com pouco ou nenhum interesse
inicial ou que não mantenham interesse por, pelo menos 2 minutos, são
descartados. Quanto mais tempo o cão demonstrar interesse, melhor. Outro
avaliador que não aquele que agitou o cão no poste, pode tentar realizar o
jogo com cão, o melhor desempenho é o cão que realiza intenso jogo de
cabo de guerra, demonstrando claro interesse pela brincadeira com o
condutor, interesse e excitação maior pela brincadeira do que pelo
mordente sozinho. Caso o condutor solte o mordente, pega outro igual e
excita e provoca o cão, motivando-o a continuar a brincadeira, o melhor
cão vai abandonar o mordente inanimado na sua boca ou no chão e perseguir
o mordente sendo agitado na mão do condutor.
A realização de um jogo de cabo de guerra intenso é uma situação
rara para ser encontrada em um cão adulto, sem preparação alguma.
não retorna. Isto demonstra baixo impulso social e baixo impulso por caça,
novamente, a necessidade do canil naquele momento é considerada. Um
canil maduro, com bons cães, não terá lugar ou necessidade para um cão
limitado.
O candidato canino é colocado a trotar ou caminhar por, pelo menos,
3 km. Mesmo um cão sedentário cobre 3 km sem maiores dificuldades;
intolerância ao exercício ou manqueira, descartam o candidato canino.
Quanto maior a distância que o cão percorra com conforto, melhor.
O cão é colocado em movimento, subindo e descendo escadas,
descendo mesa de adestramento, realizando pequenos saltos, sentando
várias vezes, isto é feito com cão frio, antes e depois dos exercícios e da
caminhada. Lesões artríticas são mais bem percebidas com o cão com o
corpo frio, lesões tendíneas e musculares são verificadas com o cão com
o corpo quente.
Um exame veterinário inclui imagens radiográficas de cotovelo,
coxofemoral e, se possível, vértebras lombo-sacrais; exame odontológico
à procura de fraturas, faltas de dentes, falhas de mordedura; se o cão não
permitir, será sedado; um exame oftalmológico é feito, verificando a
presença de opacidade de córnea, defeitos nas pálpebras, cataratas ou
degeneração da retina; um exame otorrino pesquisa otite crônica, rinite/
sinusite crônica e testes sorológicos de Dirofilaria immitis e de
Leishmaniose. Estes exames têm custo significativo, por isso, candidatos
duvidosos na avaliação de comportamento e testes físicos não avançam
nesta etapa.
Se, neste momento, o candidato canino apresenta bom potencial,
seu histórico de vacinação e vermifugação é verificado e fica a critério do
Oficial Veterinário revacinar o cão com as vacinas previstas pelo calendário
profilático anual imposto pela Seção de Remonta Veterinária. O cão é
vermifugado e recebe algum produto de combate contra pulgas, carrapatos
e mosquitos, como coleiras ou outros produtos específicos, antes do cão
ser alojado na SCG para finalização de sua avaliação.
Um termo de doação/venda será assinado, conforme modelo
NORCCAN e será estipulado no termo, um prazo para devolver o cão em
caso de descoberta de vícios redibitórios de pelo menos 10 dias. O ideal
seriam 30 dias, mas o doador ou vendedor pode oferecer resistência,
alegando risco de o animal contrair alguma doença. Se os 10 dias forem
bem empregados, dificilmente algum problema sério passará despercebido.
Ao receber o cão, seu adestramento começa imediatamente e,
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CAPÍTULO 2
AGRESSIVDADE CANINA E
PREVENÇÃO DE ACIDENTES
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CAPÍTULO 3
EQUIPAMENTOS
3.1 FOCINHEIRA
O condutor, rapidamente, coloca e tira a focinheira, o cão de guerra
será condicionado a ficar confortável com ela. É fundamental para a
segurança, principalmente em viaturas, embarcações ou aeronaves. É o
pilar do trabalho de proteção do cão pronto, que combate agressivamente
de focinheira, empregando o peso do seu corpo para dominar o oponente.
A focinheira de serviço tem as características de uma focinheira de
combate.
cães prontos. Mangas duras, de tecido sintético de bite suit, são perigosos
em mãos de figurantes inexperientes, cães podem fraturar dentes,
especialmente caninos. Se não houver figurante experiente ou equipamento
em perfeitas condições, é melhor não utilizar a manga de proteção, apenas
equipamentos macios como macacão de mordida, jambier de perna, etc.
Não há pressa nem exigência para usar equipamentos duros, quem define
o prazo é a maturidade do cão em relação ao exercício, uma vez que há
desenvolvimento da musculatura da cabeça e pescoço. A real necessidade
de usar equipamentos duros é constantemente avaliada, tomando em conta
o nível técnico do figurante. Sempre que possível usar luvas macias com
refil de sisal natural, luvas com corda, para agitar melhor e dar puxadinhas
quando o cão estiver no giro da vitória. Luvas duras são exigidas em
competição de cão de trabalho, não tem função no cão de trabalho além
de permitir a verificação de mordida de boca cheia. A luva é mais cômoda
para o figurante e permite alguns artifícios interessantes que são mais
difíceis de fazer com o macacão de mordida, permite trabalhar com duas
luvas, entregar rapidamente a luva para o cão, e excitá-lo para combate
com a segunda luva, o que, entre outras coisas, condiciona o cão ainda
em impulso por caça a ter mais interesse pelo combate do que pela luva
sozinha ou, em outras palavras, mais interesse pelo oponente do que pelo
equipamento. Sempre lembrar que o oponente em situação real não usa
luva ou macacão de mordida.
Mosquetão no colar, de
forma que fique travado.
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canil, o condutor já habituado e com liderança sobre seu cão, pode realizar
alguns exercícios de obediência, como sentar, deitar ou ficar em um canto
do canil, com o cão sem equipamento algum ou, se julgar necessário, com
o cão apenas de focinheira, sem enforcador de nenhum tipo nem coleira.
Caso o cão não realize os exercícios, o condutor o colocará na posição
correta, manipulando o cão. Um exercício interessante é mandar o cão
deitar antes de entregar a ração e somente permitir que o cão coma com
um comando de liberação. É um exercício de dificuldade média, mas que
deixa muito claro na cabeça do cão quem, verdadeiramente, é o líder.
3.11 CLICADOR
Clicador é um pequeno instrumento de plástico com uma lâmina de
metal interna que quando pressionado pelo polegar se movimenta e emite
um som metálico. Sua simplicidade garante que o som seja sempre o
mesmo, até para audição mais acurada do cão. Serve para ser associado
com algum prêmio, comida, petisco ou cabo de guerra. Marca precisamente
para o cão qual o momento exato, ou melhor, qual comportamento exato
proporciona o premio. Facilita muito tanto para o cão como para o condutor,
e pode ser usado inclusive por um auxiliar, preferenencialmente mais
experiente que condutor, que indicará o momento de premiar.
Clicador
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
CAPÍTULO 4
ADESTRAMENTO BÁSICO
O programa de adestramento apresentado objetiva preparar o cão
de dupla aptidão, que demonstre agressividade controlada e use o faro
com alguma finalidade de interesse militar.
A base fundamental de todo o programa é o jogo de cabo de guerra
e de buscar o mordente, realizado entre o condutor e seu cão. Este jogo
permitirá adestrar e manter o cão nas habilidades de morder sob comando,
usar seu faro a serviço do condutor e na manutenção de exercícios de controle.
A capacidade de ser adestrado e trabalhar do cão tem como pedra
fundamental seu instinto social. Seu condutor assumirá como uma versão
humana do líder da matilha. A matilha terá agora dois elementos, um
humano e um cão e será chamada de conjunto. O instinto gregário do cão
estimula-o para sentir-se recompensado quando seu condutor demonstra
satisfação e sentir-se corrigido quando seu condutor o desaprova. Espera-
se de um bom cão de guerra que procure fortalecer o vínculo social com
seu condutor procurando sua aprovação e carinho. Espera-se de um bom
condutor que use todos os artifícios para estimular e corrigir seu cão
guiando-o corretamente para o trabalho.
4.1.3 PLANEJAMENTO
O Chefe da SCG estabelece objetivos para cada conjunto, impõem
data limite e não permite o terrível vício de criar justificativas ou desculpas
para não atingir os objetivos propostos nos prazos corretos. Estabelece
avaliações frequentes, monitora etapas intermediárias nas provas de
habilitação e simulações de provas de habilitação para atingir a meta final
que é a excelência no desempenho da missão real. Dessa maneira, se o
objetivo final for certificar como cão de detecção, quando o cão tiver 12
meses de vida, pontos de checagem são estabelecidos para avaliar o cão
aos 3 meses, 6 meses, 9 meses de idade, etc.
Ciclo Planejar, realizar, monitorar, corrigir
Planejar Basear nos Regulamentos e Legislação, e doutrina
vigentes;Estabelecer prazos e metas;Estabelecer regras de
engajamento claras;Adestrar com foco para cumprimento de
missões específicas
Realizar Realizar as tarefas e missões para quais tenha sido preparado
Monitorar Avaliar imediatamente pós-ação – registrar oportunidades de
melhora;Registrar informações nos momentos de checagem e
mensuração de desempenho – Provas de habilitação, Registrar
e arquivar Fichas de adestramento de detecção.
Corrigir Melhorar seleção, adestramento e emprego de conjuntos,
equipamentos e táticas, processo contínuo de melhora.
4.1.4 REPETIÇÃO
Repetição é o número de vezes que determinado exercício é
realizado. A repetição é a base do adestramento, nas repetições o cão
será condicionado a fazer o exercício sob comando e o fará imediatamente.
Para aprender um exercício novo é melhor não deixar um intervalo maior
que 24h. Um cão começa a ter capacidade de retenção do de um exercício
novo depois de pelo menos 10 dias realizando diariamente. Não é
conveniente um cão ficar sem trabalhar mais de 72 hora para manutenção
de exercícios já condicionados; quando o cão não realiza o exercício, vai
perdendo a habilidade com o tempo, até deixar de realizar, chamado de
regressão ou tendência instintiva.
4.1.5 QUEBRA-CABEÇA
Todos os exercícios reais ou de provas de habilitação são
completamente executados a cada 10 sessões de adestramento. O
exercício é fracionado como peças de um quebra-cabeça e adestrados
muitas vezes como exercícios independentes. Por exemplo, o exercício
que o condutor manda o cão deitar, condutor se afasta e chama seu cão,
não é adestrado do início ao fim rotineiramente. O condutor todos os dias
manda seu cão deitar, se afasta, se aproxima, caminha a volta do cão, e
apenas libera o cão para sair da posição deitado quando se aproximar
dele. A chamada será adestrada em outra oportunidade, com um assistente
que segura o cão, enquanto o condutor o chama, e então libera para o cão
voltar correndo e com energia para seu condutor, tão logo chegue junto de
seu condutor, é premiado. Adestrar o exercício completo ou deixará o cão
lento, ao retornar ao condutor, ou, o cão eventualmente vai antecipar e
sair da posição no momento errado, realizando o exercício de forma
inconsistente. O conceito de adestrar o exercício como quebra cabeça
também é utilizado quando o exercício é adestrado na sequencia invertida.
No exercício de buscar objetos, onde, a última “peça” deste quebra-cabeça,
o cão entrega o objeto ao condutor, é o primeiro exercício adestrado com
o cão.
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
4.1.6 PRÊMIO
O condutor premia o cão de diversas formas: elogio, afago, alimento
na forma de petisco, jogo de cabo de guerra ou jogo de buscar.
O elogio é apenas verbal, não físico; é um reforço positivo
secundário. No início, sempre é associado com afago e petisco e, depois,
empregado isoladamente. Cada condutor condiciona algumas palavras que
seu cão interpreta como elogio. O cão, quando entende o elogio, demonstra
claramente com linguagem corporal, por exemplo, abanando o rabo. Ele
entende como uma sinalização de seu condutor para que continue o
comportamento que está fazendo.
O afago é contato físico agradável do condutor com seu cão e o
condutor descobre o que seu cão aprecia como contato físico. O condutor
descobrirá como excitar e premiar seu cão sem nenhum mordente, usando
apenas as mãos. Alguns cães gostam de simular brigas sendo empurrados
por seu condutor, outros gostam de carinho, outros de tapinhas nas
costelas.
O cão de trabalho jamais recebe afago quando ele solicita, é afagado
como recompensa e é reservado para exercícios executados com perfeição
ou rapidez. Se o condutor afaga muito seu cão, o cão desvaloriza o carinho
e a mensagem recebida pelo cão será que está acima do condutor na
hierarquia da matilha.
O afago pode ser usado para acalmar, passando a palma da mão
pela lateral do corpo do cão ombros ou costelas bem lentamente ou falando
lentamente, em tom suave, sempre as mesmas palavras. É um bom
momento para usar o “bom” seguido do comando, por exemplo, se o cão
estiver mordendo de boca cheia, recebe o afago e ouve lentamente em
tom suave “boa mordida”, intervalo de 5 segundos, e novamente “boa
mordida”.
Evita-se o afago na parte superior cabeça do pescoço, dos ombros
ou dorso, pois será interpretado pelo cão como sinais de imposição de
dominação social.
O condutor pode utilizar outro tipo de afago para excitar e estimular
seu cão, usualmente funciona a técnica de tapinhas suaves mas rápidos
nos ombros e costelas.
O cão pode ser premiado com petisco, que é algo diferente do que
habitualmente come e que demonstre apreciar. Cuidado para não
desbalancear a dieta ou perturbar a proporção correta de Cálcio e fósforo
recomendada para filhotes. O petisco é macio e em pedaços pequenos. A
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4.1.7 COMANDOS
Cada comando dado que não é cumprido, enfraquece-o. Como boa
prática o condutor se policia para não repetir um comando sem garantir
que o cão realize o comportamento. Os comandos são sons, mais do que
palavras, com ênfase na primeira sílaba. Elegem-se poucos comandos que
são trabalhados literalmente centenas de vezes.
“Menos é mais.”
Robert Browning
4.2 MARCADOR
Para um cão associar um comando, um prêmio ou uma correção
com um determinado comportamento, não pode demorar mais do que 3
segundos. Quanto mais próximo melhor, se for simultâneo é ideal.
Se o adestrador não quer que o cão crie uma associação indesejável
entre um estímulo e um comportamento, garantirá um intervalo de, pelo
menos, cinco segundos; quanto mais tempo, melhor. Se o adestrador abre
a porta do canil e permite que o cão saia imediatamente, este criará
associação indesejável de liberação para sair e porta abrindo. A conduta
correta é abrir a porta do canil, mandar o cão deitar, fechar e abrir a porta
várias vezes; na última vez, abrir e esperar, pelo menos, cinco segundos e,
então, liberar o cão para sair.
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
O que é o marcador?
Marcador é indutor positivo secundário, um tipo de ajuda. É um som
simples, bastante preciso para condutor e cão. Tanto o prêmio com petisco
como prêmio com o jogo precisam ter marcadores para facilitar a associação
do prêmio com o comportamento desejado. O clicador metálico é muito
preciso para o cão e o condutor mas, por praticidade ou falta de
disponibilidade de clicador, pode ser feito um som com a boca do condutor,
som, não comando: pacs, tsssh. A dificuldade é fazer sempre o mesmo som.
-individual, -noturna,
-com dois militares, -entrosamento com subunidade
-três militares, -simulação
-coletiva,
4.4.1 INDIVIDUAL
A sessão pode ser individual, quando o militar realiza jogo de cabo
de guerra e de buscar com seu cão, usa a mesa para adestrar troca de
posições com petisco, faz a ronda na organização militar, corre com seu
cão.
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
2. Jogo de cabo de guerra e de buscar Troca de posições durante o jogo (em pé,
sentado, no meio das pernas do condutor)
Troca de Posições na mesa com petisco:
Deitado, Sentado, Em pé, Andar junto
Jogo com petisco: Chamada Passar por
baixo das pernas do condutor, com o
condutor de pé
Passar por baixo das pernas do condutor,
com o condutor com um joelho no solo e
outro estendido.
Jogo de buscar o mordente
Em frente
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
Há aplicação operacional para o cão ficar entre as pernas de seu condutor e será
natural se for adestrado com petisco e durante o jogo de cabo de Guerra e de buscar
quando estiver em cima da mesa e isso cria uma associação positiva muito
forte. Se o cão ficar nervoso ou agitado, o condutor segura o cão pela guia,
tranquiliza-o, e tão logo se acalme, tira-o da mesa. O condutor não grita,
nem corrige, apenas não permite que o cão jogue-se da mesa nem se
agite. O animal não pode ser alimentado em outra circunstância, condutor
espera alguns minutos e tenta novamente. Caso o cão resista se alimentar,
ele é retirado da mesa, colocado na caixa de transporte onde espera por
outra sessão de adestramento.
Uma vez que o cão fique tranquilo e busque o petisco/ração na
mão do condutor, é hora de adestrar a ginástica correta da troca de
posições. O condutor faz o cão perceber o petisco na mão fechada, o induz
a ter grande interesse e acompanhar sua mão. Gesticula em um movimento
circular com, cerca de 1/3 de um círculo completo, induz o cão a sentar, a
ficar de pé e a deitar. O cão sempre é induzido a ficar de pé entre as
posições sentado e deitado. Esta sequência é importante para ginástica
correta para o cão desenvolver a coordenação de posteriores, importante
para trocar posições sem sair do junto, quando sentar na frente do condutor
não se afastar ou para negociar pisos irregulares como escombros e
entulhos, obstáculos, entrada em veículos.
suavemente para baixo. Quando o cão deitar pela primeira vez, é pago
uma “bolada” de prêmio, dar bastante petisco entre os anteriores do cão,
e elogiar e afagar muito o cão. É importante que o primeiro acerto seja
muito evidente para o cão, e o exagero do condutor neste momento é
correto.
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
Sequencia de fotos da troca durante o jogo, cão está com mordente na boca, e é
atraído pelo mordente na mão do condutor. Se o cão não soltar o mordente, condutor
não oferece o combate do cabo de guerra, se soltar é premiado com vigoroso
combate, elogiado e o condutor libera o mordente para o cão (conjunto 3ºBPE).
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
4.9.6 SACODE
O condutor comanda para soltar e, imediatamente, sacode o cão
pela coleira, levantando os membros anteriores do cão do solo, sem
agressividade ou raiva, apenas com bastante energia. No terceiro ou quarto
comando, não será necessário sacudir, mas o condutor tem que estar pronto
para isso. A ideia é oportunizar ao cão a possibilidade evitar ser sacudido
ao largar prontamente o mordente. O objetivo é demonstrar de forma muito
clara a dominância do condutor e não causar dor ou susto. Imediatamente,
o condutor agita mordente e manda o cão morder. O cão, imediatamente,
ao soltar, sempre é premiado com o reinício do cabo de guerra.
Como gesto, o condutor pode dar um tapa na coxa no lado que quer
que cão assuma a posição, mas não permite que o cão cruze sua frente.
Pode usar obstáculos como um muro, obstruindo a passagem do cão por
sua frente para adestrar as trocas de lado.
O condutor sinaliza para o cão mudança de direção: o cão de guerra
está focado no seu condutor, olha para onde ele olha, se movimenta
naturalmente ao seu lado, cobrindo grandes áreas e deslocamentos sem
esforços desnecessários nem posturas antinaturais cobradas em algumas
competições esportivas.
No início, fazer círculos com raio grande, com o cão fora do círculo
com rapidez e energia para o cão aprender a corrigir os posteriores para
acompanhar o condutor. Ir diminuindo o raio do círculo conforme o cão vai
dominando o exercício; é mais difícil para o condutor manter o cão na
posição certa em linha reta, mais fácil em círculo. Neste primeiro momento,
o objetivo é o cão estar focado no condutor, criar uma associação positiva,
o cão é condicionado a sempre procurar a posição correta no junto, a
distância percorrida neste momento é irrelevante, poucos metros feitos
corretamente cumprirão o objetivo. O condutor tem em mente para não
exigir demais do cão, demorar muito para premiar; se o cão faz correto por
3 passos, o condutor adota escala variável por uma ou duas sessões,
premiar em qualquer momento, desde no primeiro passo, no segundo ou
no terceiro. Na próxima sessão de adestramento, escala variável para seis
passos, pois o cão nunca sabe quando vai ouvir o marcador e receber o
prêmio, se no primeiro passo, se no último ou em qualquer passo
intermediário. Uma situação importante é saber o limite daquela sessão,
se o cão se desengaja do exercício no décimo passo, na próxima repetição,
premiar no primeiro passo e na repetição seguinte, premiar no máximo no
sétimo ou nono passo.
A correção do exercício de andar junto é melhor realizada da
seguinte maneira: o condutor dá meia volta e permite que o cão erre, se
afastando. Marca o erro (som gutural ahhh) e então dá trancaços quando
o cão estiver na extremidade da guia. Quando o cão se aproximar suspende
os trancaços e quando o cão assumir posição básica correta, elogio/
carinho/prêmio. É criada uma zona de conforto muito clara na cabeça do
cão. Próximo de seu condutor durante o comando de junto coisas boas
acontecem, quando se afasta, sofre desconforto. Quanto mais longe for a
correção, mais rapidamente o cão entenderá o exercício.
O condutor não dá pequenos trancaços quando o cão está próximo,
ou quando o cão se afasta apenas um pouco da posição correta. Ficará
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
mais fácil para o cão entender e fugir da correção quando o condutor deixa
a situação evidente, permitindo que o cão se afaste até a extremidade da
guia. O condutor também não fica tensionando a guia com o cão puxando
o tempo inteiro pois induz o reflexo de oposição, comum em cães de
companhia que usam peiteiras. O condutor mantém sempre o enforcador
em sua posição correta. O condutor marca o comportamento desejado e
premia oportunamente, em uma escala variável de intervalo. Não estimula
o cão o tempo inteiro.
O ideal é o cão de guerra andar junto tanto ao lado esquerdo quanto
ao lado direito a comando de seu condutor. Um tapa na coxa do próprio
condutor indica ao cão o lado que ele deve se posicionar. Não é prudente
um cão de guerra estar condicionado a movimentar-se e posicionar-se
apenas no lado esquerdo de seu condutor.
4.16 POSIÇAO DE PÉ
Já foi descrito como é importante colocar o cão em pé, entre o
sentado e o deitado, fazendo o cão realizar a ginástica correta dos
posteriores que se mexem quando deita, enquanto os anteriores e sua
cabeça permanecem no mesmo lugar. Já no emprego operacional a posição
em pé não tem tanta importância quanto a posição deitado. O comando
de ficar em pé servirá mais para adestramento das trocas de posições,
mas pode auxiliar em algumas situações como exames veterinários e
melhorar a postura do cão quando a vista do público, quando não é possível
ou conveniente mandar o cão sentar ou deitar (piso quente, por exemplo).
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
(canil, oponente), mas o gesto é sempre o mesmo: apontar com a mão que
não emprega arma, cassetete/tonfa (mão fraca – se destro, usa mão
esquerda, se canhoto, usa mão direita). Durante as repetições, o alvo se
mantém no lugar, quem se afasta é o conjunto, cão e condutor. O alvo é
algo evidente para o cão e, neste exercício, é fundamental que o cão perceba
claramente seu alvo antes de ser liberado pelo condutor. O alvo no campo
de adestramento pode ser um cone laranja de sinalização, tampa plástica
de um vasilhame, cano de pvc com uma bandeirola, etc. Outros alvos
evidentes para o cão: seu próprio canil, biombo, sua caixa de transporte,
sua própria viatura ou um figurante.
O cão pode ser condicionado a tocar ou chegar ao alvo e no alvo ter
seu indutor primário, petisco, mordente ou figurante, ou pode ser
condicionado a tocar no alvo, ouvir o marcador e, então, receber o prêmio.
Quando o indutor primário positivo for o alvo, ou colocado dentro
do alvo, dentro do canil, caixa de transporte ou dentro da viatura, por
exemplo, o condutor excita o cão e deixa-o evidentemente interessado,
recua, olhando para o alvo, aponta para o local, e libera o cão somente se
estiver focado no alvo.
Quando o cão chegar, continua elogiando o cão com a voz – se for
ração, tenta mantê-lo no alvo, se for mordente, chama-o de volta.
O condutor pode estimular seu cão colocando-o entre suas pernas,
ou sentado ou deitado. É muito importante que cão se acostume a receber
comando de seu condutor em silhueta diminuída.
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
Iniciando com petisco, o condutor joga o petisco, tão logo o cão abocanhe o petisco,
atrai o cão de volta e dá outro petisco.
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reagir em sua boca, ouvirá o marcador sonoro e será premiado com petisco.
O condutor associa um som ao exercício de manter o objeto na boca
calmamente, como “pega”.
Uma vez que esteja bem claro para o cão esta etapa, que recebe da
mão do condutor um objeto, abocanha e mantém firme até receber o sinal
sonoro, solta e recebe o prêmio, o condutor vai acrescentar ao quebra-
cabeça a peça do comando para soltar. Uma fração de segundo antes de
usar o marcador sonoro, comanda para soltar, marca e premia o cão, até
que não seja necessário mais o marcador, apenas o comando, o
comportamento correto e o prêmio.
4.20.1 SALTO
Como pré-requisitos para saltar, o cão já realiza com perfeição o
exercício de ir em frente, sobe rampas e escadas com facilidade, toca em
uma marca e joga cabo de guerra com o auxiliar. O primeiro exercício será
planejado para imprimir velocidade e confiança. O obstáculo será montado
bem baixo, mas largo. Primeiro o cão dominará o salto em largura, depois
em altura. O salto em largura adestra o cão a calcular o ponto de salto
preparando-o para salto em altura.
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
pode ser usada a repreensão verbal com um forte não ou ahhh nas primeiras
vezes. A primeira impressão do exercício do salto será conduzida de
maneira que não permita o cão errar, como desviar pelos lados do obstáculo,
ou começar muito alto ou muito largo de que assuste o cão ou faça-o
derrubar.
Os obstáculos de salto são construídos de tal maneira que permitam
regular a altura ou a largura, começando bem baixo ou bem curto e a
altura e largura aumentam gradativamente conforme os sucessos do cão.
A semelhança dos obstáculos para salto de equitação, os obstáculos de
salto são construídos de maneira que caso o cão apoie, ele se desmonte.
Para salto em altura, dois pequenos obstáculos, cada um deles feito
com um cano ou cabo de vassoura com um palmo de altura e da mesma
largura do obstáculo principal, serão usados sempre que possível, antes e
depois do obstáculo principal. A distância destes obstáculos de referência
ao obstáculo principal é de um metro antes e o outro a um metro depois.
Desde o primeiro salto, e sempre que possível, o cão terá estes pequenos
obstáculos de referência para auxiliá-lo em um arco de salto adequado.
4.20.3 ESCALADA
Semelhante ao obstáculo de adestramento para saltar em largura,
o obstáculo de escalada é construído de tal sorte que permita que sua
altura seja gradativamente aumentada. O lado de abordagem pelo cão
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Barreira horizontal(5ºRCMec)
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4.23 AGITAÇÃO
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Figurante na postura para estimular os impulsos por caça: de lado, não encara o
cão, diminui sua silhueta e não ameaça o cão com o bastão flexível. Pode deixar o
bastão caído ao chão durante agitação para estimular impulsos por caça
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Estimulando impulso por defesa/luta. Figurante aumenta sua silhueta, fica de frente
para o cão, encara o cão, ameaça com bastão, mostra seus dentes, grita. Linguagem
corporal adequada do cão que busca engajamento ao inclinar-se para frente o que é
evidenciado na guia tensionada.
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
O cão não solta por dor ou susto, o objetivo é gerar leve desconforto
e dar tempo do cão tomar a decisão de soltar. Ao fazê-lo, premiar
imediatamente com mordida, o cão tem que ouvir e confiar no condutor,
se ouvir e largar, não recebe desconforto. O condutor somente dará o
segundo comando para largar quando o cão estiver efetivamente largando,
quando largar, imediatamente o desconforto cessa. Outra maneira de fazer
o cão largar a manga: o figurante libera a luva para o cão, o condutor puxa
o animal para sua proximidade, pega com as duas mãos a coleira e sacode
forte o cão, o condutor não o força para largar por desconforto, mas por
evidente demonstração de dominância sobre seu cão. Eleva os membros
anteriores do cão e sacode com força. Da mesma maneira, o comando de
largar é dado fração de segundo antes de iniciar, somente dará o segundo
se necessário, e quando o cão estiver soltando.
peso e energia do impacto contra o figurante, bem como faz o cão focar no
figurante e no combate e não no equipamento de proteção. Cães que não
realizam combate com focinheira intenso, agressivo, dominando o figurante
não podem ser considerados cães sérios para trabalho de proteção.
Como pré-requisitos, o cão já está habituado a usar focinheira há,
pelo menos, três semanas, sem tentar tirá-la, o cão está atacando,
mordendo de boca cheia, soltando sob comando, está demonstrando
agressividade por forte impulso por luta.
Para verificar se a focinheira está bem ajustada, o condutor levanta
o cão puxando-o pela focinheira, enfia uma mão em cada lado da focinheira,
abaixo das orelhas do cão e levanta até que os anteriores do cão fiquem a
meio palmo de altura do chão, dá tapinhas na frente da focinheira, se ela
incomodar o cão ou ela movimentar-se, roçando nos olhos do cão, trocar
ou ajustar por focinheira para o tamanho adequado.
Com a focinheira é empregada a chamada técnica sanduíche,
semelhante a um sanduíche, que tem uma fatia de pão, recheio e outra
fatia de pão: o cão vai realizar um ataque sem focinheira e um com, seguido
imediatamente por um ataque sem focinheira.
A partir de 18 meses de idade, verificar se o cão é estimulado com
impulso por luta e se já suporta pressão do figurante, o cão já deve ter
tido muitas sessões de adestramento nas quais foi desafiado e saiu-se
vencedor.
O primeiro exercício causa uma impressão forte e positiva na cabeça
do cão. Ele começa com o figurante na posição usual, agitando o cão com
focinheira, quando o cão estiver bem excitado, a focinheira é retirada
rapidamente e o cão morde. Quando o cão ataca de focinheira, está sempre
na guia de dois metros, seu condutor trabalha com o cão como um ioiô,
libera-o para ataque, o figurante exagera a reação do impacto, cai, o
condutor puxa o cão novamente e libera para novo ataque. O figurante
pode ficar ajoelhado para facilitar a dramaticidade da queda quando o
cão tocá-lo. Outra possibilidade é colocar um pequeno obstáculo entre o
cão e o figurante, obrigando o animal a dar um pequeno salto e o figurante,
exageradamente, cai ao solo e o condutor puxa rapidamente o cão. Nestes
primeiros exercícios, é demonstrado ao cão a capacidade de derrubar o
oponente com seu próprio peso, mas ainda não é o momento de deixá-lo
persistir no combate de focinheira.
O exercício é repetido algumas vezes desta maneira, mal o cão
toque o figurante, este cai dramaticamente. O condutor jamais larga a
123
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
guia de dois metros, trabalha como se cão fosse um ioiô, tão logo o animal
toque no figurante, puxa-o, excita-o e libera a guia o suficiente para tocar
no figurante, esse é um daqueles momentos em que é importante o condutor
elogiar e estimular o cão e, finalmente, retirá-lo do combate, elogiando.
Retira a focinheira e deixa o cão morder o figurante, coloca a focinheira, o
objetivo das primeiras repetições é fazer o cão acreditar que tem força
para derrubar e dominar o figurante sem precisar morder. Repetir o mesmo
exercício, na mesma sequência por pelo menos três sessões, a partir da
quarta sessão, sempre deixar o cão morder e, então, liberar a guia o
suficiente para o cão, com focinheira, atingir o figurante que cai, luta,
estimula o cão e, então, fica imóvel. Para o condutor afastar o cão do
figurante, se o cão latir, o figurante premia com mordida e combate
vigoroso; caso não lata, o figurante permanece imóvel e o cão é retirado
de perto e levado para trás do biombo, para não ver o figurante levantar,
sair ou trocar de equipamento.
Uma preparação do esporte Mondio Ring para adestrar o cão a
usar seu peso contra o figurante é colocar o mordente no peito ou barriga
do figurante e estimular o cão a morder nesta posição. Quando o cão
estiver bem focado neste alvo claro, realizar a técnica sanduíche (sem
focinheira, com focinheira, sem focinheira).
125
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
132
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
CAPÍTULO 5
missão. Um cão de dupla aptidão tem plenas condições, pois existem outros
impulsos que o motivam a trabalhar por seu condutor, como impulso social,
impulso por luta ou por caça. Cães dóceis, exclusivamente farejadores
como labradores, na situação dos canis militares, podem ser negligênciados
pelo condutor militar na manutenção de seu condicionamento físico. Um
cão de dupla aptidão terá mais missões e atividades para realizar e ser
cobrado pelo Chefe da Seção de Cães de Guerra, inibindo o descaso com
as atividades físicas do cão.
2. TNT
136
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
137
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
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143
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
144
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
5.13 AUXILIAR
Desde muito cedo no adestramento e por toda a vida útil do cão, o
exercício será montado por um auxiliar. Isto tem duas importantes funções:
a primeira é como o condutor ignora o esconderijo, será obrigado a
interpretar e confiar na linguagem corporal do cão durante a procura e
saber reconhecer indicação correta. A segunda é função é preparar o
condutor para ter um padrão de procura consistente, como ignora quantos
esconderijos existem na área, cobre toda a área com o cão, e se achar
necessário, checa pela segunda vez algum ponto que tenha dúvida até
definir pelo fim da procura. O condutor declara então que a área não tem
mais nenhum esconderijo remanescente.
Quando o condutor sabe onde está o esconderijo, acaba induzindo
o cão a indicar o esconderijo correto e o animal aprende a ler seu condutor
e não a farejar. Outra situação é que, muitas vezes, o primeiro esconderijo
indicado não é a mais importante, uma bagana de cigarro de maconha
pode encerrar uma busca em um depósito antes de achar 2 kg de cocaína.
A mesma situação da busca de instalações para suspeitos, a busca somente
145
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
termina quando toda a área foi varrida com segurança e não quando o
primeiro oponente foi detectado.
O auxiliar monta o exercício e deixa claro qual é a área do exercício.
Sempre coloca dois ou mais esconderijos corretos e movimenta objetos e
contamina com seu próprio odor em outros pontos da área de procura.
Esta contaminação é importante para o cão detectar o esconderijo e não
odor do auxiliar ou de material remexido ou ambiente alterado.
Se o cão indicou de forma considerada duvidosa ou fraca, o condutor
afasta o cão, excita-o novamente com o comando de busca e verifica se o
cão indica novamente o mesmo lugar. Quando o condutor entender que o
animal está indicando um esconderijo correto – fala que achou o local, se
a indicação estiver correta, o auxiliar sinaliza para o condutor. Com a
confirmação do auxiliar, o condutor premia o cão pela indicação correta.
Indicações incorretas são ignoradas e o condutor aponta e excita o cão
para outro lugar. Leva algum tempo para o condutor e auxiliar trabalharem
corretamente, mas é fundamental ter essa rotina.
Outra maneira de realizar o duplo cego é ter uma equipe que tenta
passar o ilícito pelo posto de controle sem aviso prévio. Para varredura de
áreas para explosivos, treinamentos são marcados em prédios públicos
como escolas e tribunais que são evacuados por outros motivos como
detetização, treinamento de incêndio e os conjuntos são acionados sem
serem notificadas que se trata de um exercício. Isto será feito tantas vezes,
que quando for a situação real, o estresse da situação será enfrentado em
níveis que não comprometam o desempenho do conjunto. Estas simulações
não devem ser alardeadas, pois é sabido que treinamentos e demonstrações
de busca de explosivos aumentam trotes de denúncias de explosivos,
especialmente em escolas. A estória de cobertura ideal é justificar busca
por drogas.
148
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
5.18 DISTRAÇÕES
Sempre montar os exercícios com distrações: ruas movimentadas
em frente a colégios, caminhão de lixo, banda marcial, lojas, galpões,
depósitos, casas abandonadas, terrenos baldios, mercados, farmácias,
borracharias, postos de gasolina, carros, dormitórios ou quartos de hotel,
presença de outros animais, como galinhas, patos, gatos, etc. A guia é
usada na rua para a segurança do cão.
O cão, desde filhote, participa de toda rotina militar, simulada ou
real. Patrulhas, campanas, treinamento e provas de tiro, deslocamentos
em viaturas, longas esperas em viaturas ou na rua, etc. Tudo o que,
possivelmente, o animal vá enfrentar no trabalho real, ele deve ser
habituado sem estresse algum.
O condutor trabalha a transposição de toda sorte de obstáculos,
auxiliando seu cão, colocando-o em seus ombros e empurrando ou puxando-
o pela peiteira. O cão confia no condutor, entrará em ambientes estreitos
e obedecerá aos comandos e estímulos para subir, descer, entrar etc. O
condutor condiciona o cão a aceitar sua ajuda, carrega o cão abraçando-o
com um braço passando pelo peito e outro por baixo da barriga do cão,
colocando-o em cima de mesas, de pilhas de sacos, de viaturas, etc.
Quando necessário, o cão será ajudado a entrar e a subir em lugares para
procurar sem receio e sem se desconcentrar da busca.
Odores de alimentos podem ser distrações intencionais ou não,
comida pode ser colocada em uma das caixas holandesas, e o cão nada
recebe por indicação errada. O adestramento para recusa de alimentos
também ajudará, e o cão ouvirá o comando para deixar a comida que
eventualmente estiver contaminando a área de busca. Sempre verificar se
a comida ou restos de comida não estão encobrindo um esconderijo do
que é o objetivo da procura, e o cão pode estar dando a indicação correta.
Qualquer outro tipo de odor pode confundir ou dificultar a busca do
cão despreparado. Exercícios são montados em toda sorte de cenários
para adestrar o cão para isolar o odor desejável entre outros. Postos de
combustível, depósitos de alimentos, farmácias, etc.
5.20 REALISMO
O Chefe da SCG, adestrador e auxiliares serão criativos, pois os
traficantes, marginais e terroristas sempre serão. Vários locais podem
servir de esconderijo, como forro de casas velhas, no telhado, fundo falso
de malas, automóveis, solados de sapatos, as possibilidades são infinitas
e o conjunto perceberá a dificuldade inicial do cão em farejar esconderijo
no alto, o condutor reconhece as limitações do animal e aprimora os
exercícios diariamente. O lugar de adestramento não pode ser apenas
onde é mais próximo ou mais fácil. Usar os registros do diário para auxiliar.
Pode-se trabalhar em supermercados/depósitos, no meio de café,
achocolatados, verduras, frutas, etc. Também há a possibilidade de se
trabalhar em farmácias, onde o cão estará no meio de outras drogas/
remédios de uso legal, borracharias, dormitórios, hotéis, postos de
gasolina, lojas de material de construção, especialmente o monte de areia,
depósitos de empresas de toda a sorte de materiais, carros em ferro velho
152
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
3. Padrão de busca;
4. Persistência na busca;
5.24 ACIDENTES
O condutor sempre carrega água oxigenada a 10 volumes. Se o cão
ingerir algo suspeito, droga ou veneno, imediatamente o condutor força
na boca do cão, com uma seringa sem agulha cerca de 40 a 80 ml de água
oxigenada. Espera por 10 minutos, se o cão não vomitar, repete o
procedimento. Alguns cães precisam de muita água oxigenada para induzir
o vômito. O condutor saberá como localizar o Oficial Veterinário da OM ou
o veterinário que presta assistência em caso de acidente em qualquer
horário. Carrega, também, sempre uma cordinha ou focinheira para
amordaçar o cão. Um cão machucado pode morder por defesa.
5.25 INTELIGÊNCIA
É fundamental existir a total colaboração entre as agências que
usam cães de detecção. As agências trocam informações de apreensões e
eventuais artimanhas dos traficantes e contrabandistas para camuflar as
drogas, para esconder armas e munições, e explosivos que podem ser
usados em assaltos a caixas eletrônicos ou terrorismo. Estas preciosas
informações serão usadas para incrementar o realismo dos exercícios. As
equipes que adestram cães, frequentemente, precisam receber amostras
de apreensões recentes para adestramento. Eventuais adestramentos com
amostras grandes de droga (um quilo ou mais) ou explosivos são
programadas com a segurança necessária com apoio das delegacias
156
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
157
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
158
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
CAPÍTULO 6
abaixo do emprego de força letal (arma de fogo), mas o uso de força letal
é mais permissivo que a legislação brasileira; fugitivos de cenas de crime
de estupro ou assassinato podem ser contidos, caso se neguem a parar,
com emprego de força letal, bem como suspeitos que possam estar
armados e se aproximam de policiais, não respondendo a ordem de parar
e se render. Na maioria dos estados americanos, a relutância em seguir
ordens de um policial é equivalente a resistência à prisão e é pouco
tolerada. Em alguns estados, praticamente todos policiais portam pistolas
de choque “tasers” junto com a arma curta de serviço; já os condutores de
cães não utilizam esta pistola, apenas tonfa e arma de fogo, para justificar
o emprego do cão. Na legislação alemã, o cão é considerado auxiliar do
policial, se o policial não conseguir agarrar ou dominar um suspeito que
resiste, pode, imediatamente, empregar o cão, ou seja, na escala de uso
de força, o emprego do cão está legalmente muito disponível para a Polícia
Alemã.
Contenção Contenção
físic a; Algem as; Agentes física;Emprego do
químic os,bastão ou
tonfa;Taser (pistola de
cão;Algemas;Agentes
químic os,bastão ou
?
choque);Emprego do tonfa;Taser (pistola de
cão;Munição de baixa choque);M unição de
letalidade ou não ba ixa letalidade ou não
letalArma de fo go. letalArma de fo go.
6.6 CONTROLE
Outra questão importante para o engajamento é o condutor ter
condições de suspender o ataque do cão quando o oponente se submeter
ou for submetido e contido. O que protegerá legalmente a instituição é o
condutor ter e demonstrar controle sobre o cão de guerra.Caso chegue na
esfera judicial, a lesão corporal causada no infrator será justificada desde
que tenha cessado imediatamente com a imobilização do suspeito.
6.10 ABUSOS
Como qualquer arma considerada não letal, há oportunidades de
abuso. A má utilização do cão de guerra foi divulgada no mundo inteiro,
com fotos de uma prisão do Iraque, o uso dos cães para torturar os detentos
ficou evidente.
Outro risco é o militar por displicência permitir que imagens sejam
feitas estando muito próximo de presos ou detidos, o cão sem focinheira,
e estas imagens serem divulgadas como tortura. Atualmente existe grande
disponibilidade de celulares, óculos ou canetas que fotografam e filmam,
o condutor tem o compromisso com a imagem e com a instituição para
estar atento para demonstrar uma conduta impecável e inconfundível o
tempo inteiro.
Abuso como tortura, cão muito próximo de oponente rendido Prisão militar
Americana de Abughraib no Iraque, dez. 2003: evidente emprego do cão como tortura.
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
Cães do 5º RCMec
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
o cão, primeiro entra junto com o cão e depois estimula o cão a entrar na
área de fumaça agitado pelo figurante.
Cães militares devidamente treinados toleram muito bem as
Granadas de efeito moral, e ficam condicionados com a explosão como
um marcador sonoro do início da ação. Empregar cães militares que não
foram devidamente dessensibilizados e habituados ao estouro das
granadas é desastroso.
Cães são descontaminados dos agentes químicos para seu conforto
e dos humanos que irão manipulá-los. Usar água corrente abundante, sem
esfregar, esfregar apenas faz com que a química penetre no pelo. Galões
de água são levados na viatura, para oferecer água para os animais e,
como primeira descontaminação, tão logo seja possível, lavar o cão com
água fria abundante em uma mangueira de jardim, por exemplo.
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
175
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
Estas posições com a silhueta diminuída serão cobradas nas provas de habilitação
para anúncio, negociação ou decisão de lançar o cão. O condutor cria o reflexo
correto de abrigar-se ou cobrir-se.
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
Esquema de área protegida por cão de guarda, isolada por cerca dupla.
Paiol do 5º RCMec
Cabo de aço, abrigo para o cão, como afastador foi montado um cano de
metal no cabo de aço. (EsSA)
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
Cão de guerra detector sendo empregado pelo Pelotão Destacado de Fuzileiros do 58º
BIMtz da Base de Corixa, fronteira BRASIL-BOLÍVIA, durante um PBCE em operação
conjunta com policiais militares e agentes da Defesa Civil de Cáceres na Rodovia
174-MT, utilizando o Posto da Policia Rodoviária Federal-PRF, e em um segundo
momento, no final da Rodovia Estadual MT-070.
6.39 MOBILIDADE
Figura 42
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
CAPÍTULO 7
PROVAS DE HABILITAÇÃO
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SIM NÃO
Senta rapidamente
Deita rapidamente
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225
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
7.5.1 DESCLASSIFICAÇÃO
- sinais de dor, claudicação, exaustão, ferimentos nas solas das
patas, em qualquer momento da prova, em especial nos intervalos para
prosseguir ou não.
40 minutos 5km
60 minutos 8 km
1 hora e 45 minutos 12 km
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
7.6.4 NATAÇÃO
Um obstáculo de transposição de água é montado. O que é avaliado
não é a resistência em grandes distâncias, apenas o destemor do cão em
entrar na água e transpor pequenos trechos nadando, a distância
considerada pode ser a mínima que permita avaliar isto no cão. O cão
pode ser incentivado a entrar na água, a procura de um objeto lançado por
seu condutor, ou pela agitação de um figurante do outro lado da água ou
até mesmo dentro da água. Para a primeira prova de habilitação pode ser
usado um auxiliar que segura o cão do outro lado do obstáculo e o cão
será chamado por seu condutor. Isto não será aceito nas provas de
averiguação subsequentes.
Se for escolhido o uso de objeto, este é lançado na água e o cão
busca e devolve ao condutor. Evidente atenção é dada à escolha do objeto,
que flutua e não pode oferecer riscos ao cão.
Se não houver piscina, açude, canal onde o exercício possa ser
realizado com segurança, então uma lâmina de água, com meio palmo de
profundidade, é montada com lona plástica, e o cão busca um objeto jogado
na água. O militar avaliador pode solicitar que o condutor mande o cão
sentar ou deitar na lâmina de água, mas se fizer isso, o mesmo será
solicitado a todos conjuntos participantes.
caso exceda o tempo limite de 15 minutos; caso não indique nenhum dos
dois objetos, pela segunda indicação falsa, caso pegue o objeto e não entregue
ao condutor, bem como o cão indique o objeto por qualquer auxílio de seu
condutor puxada na guia, comando de voz, etc.
Profundidade máxima
Altura máxima para ser enterrado
236
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
Penalização de 2 pontos
Penalização de 20 Pontos
Cão não indica dois ou Por cada esconderijo que deixar de indicar
mais esconderijos
237
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
http://www.signaturescience.com/National%
20Security%20K-9%20Scent%20Training%20Aids/
Profundidade máxima
Altura máxima para ser enterrado
Prescrições gerais:
Cães não veem nem acessam esconderijos.
Condutor não pode perturbar de maneira alguma o cenário de
detecção, não pode abrir portas, gavetas, armários.
Na detecção em veículos, pelo menos cinco veículos são usados,
sendo possível apenas um esconderijo por veículo e pelo menos um veículo
sem esconderijo algum.
Dependendo do tamanho da aeronave, mais de um esconderijo pode
ser usado pelo militar avaliador.
Detecção em bagagens são feitas em não menos do que 20 volumes
de materiais diferentes, bolsas, sacolas, malas plásticas, de couro,
alumínio, etc. O condutor não pode perturbar as malas de qualquer maneira.
Se for em rodoviária ou aeroporto, o cão pode caminhar por cima das malas
ou por cima da esteira.
7.8.1 DESQUALIFICAÇÃO
Cão deixa de indicar qualquer esconderijo;
Qualquer indicação falsa, cão indica onde não há esconderijo;
Indicação incorreta de esconderijo de drogas, cadáver ou odor
humano propositadamente colocado na área de procura pelo militar
avaliador;
Falta de energia, desinteressado, distraído;
Urina ou defeca na área de detecção;
Cão demonstra agressividade ou brincadeira com o local indicado,
morde, arranha, etc.
240
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
242
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
b) Penalização de 3 pontos
- cada minuto extra depois do tempo concedido de 5 minutos
- condutor ilumina o cão com lanterna
- cada indicação incorreta do cão
- posicionamento incorreto do conjunto no grupo de intervenção
rápida
- distanciamento do militar de segurança
Montagem da Prova
O exercício é montado pelo figurante sem proteção em um ponto
marcado como início da trilha como um carro abandonado, ponto de cerca,
ou objeto “abandonado”.
O cão pode trabalhar sozinho ou com outro cão, se estiver treinado
para isso. Os cães estão de focinheira de trabalho bem ajustada e checada.
Dois figurantes sem macacão de mordida nem luva oculta adentram
a mata. Não é permitido o uso de macacão de mordida, uma vez que não
avaliaria a capacidade do cão em farejar odor humano inespecífico, mas
248
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
250
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
7.11 DUPLO-CEGO
É a maneira reconhecida pela técnica forense internacional para
validar a confiabilidade de determinado teste. Basicamente, tenta isolar
os resultados das influências pessoais dos avaliadores. Os testes e suas
avaliações são realizados por pessoas diferentes, onde números indexam
os testes, substituindo a identificação direta de indivíduos e amostras.
Exercícios são montados com pequenos cilindros metálicos impregnados
com três grupos de odores variados. O primeiro grupo são os odores de
ilícitos para quais o cão foi treinado e deve indicar tais como drogas, armas,
munições, etc. O segundo grupo são de cilindros impregnados com odores
neutros que o cão não deve indicar (comida, esterco de animais, etc.). O
terceiro grupo é composto por cilindros sem impregnação alguma de odor,
o chamado grupo controle ou placebo. Os cilindros são lavados, secos, e
manuseados com pinças metálicas, sem contato humano direto. Os
cilindros do grupo controle são guardados em vidros herméticos, sem odor
algum, os cilindros dos grupos um e dois são armazenados juntamente
com aqueles materiais que se queira impregnar odor desejado. Um membro
da equipe indexa os cilindros metálicos e seus respectivos odores. Outro
membro da equipe de avaliação, recebe apenas os cilindros impregnados
com odor e suas numerações. Os cilindros são colocados em suportes
251
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
252
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
CAPÍTULO 8
8.1 ALIMENTAÇÃO
O Chefe da Seção de Cães de Guerra não poupa esforços para
adquirir rações específicas para cão de trabalho, com proteína de qualidade
e energia metabolizável adequada, pelo menos 4000 kcal/kg. Rações que
produzem muito volume de fezes, ou fazem os cães defecarem
frequentemente, não são rações boas e possuem grande quantidade de
produtos de origem vegetal como milho, arroz, farelo de trigo ou soja. É
aconselhável substituir estas rações por outras que mantêm o cão em
condição excelente com menor quantidade, e produzem volume e frequência
menores de defecação. Para que a Seção de Cães de guerra receba uma
ração adequada no processo licitatório, ela será minuciosa e
criteriosamente descrita. Usualmente apenas as melhores rações atendem
o critério de energia metabolizável e digestibilidade altas, descritas em
rótulo aprovado pelo Ministério da Agricultura. Outra exigência que
seleciona as melhores rações é a indicação “exclusiva” para cães de
trabalho, presente no rótulo registrado no ministério da Agricultura.
Algumas rações conseguem registrar uma mesma ração para toda sorte
de categoria de cães, há rações no comércio que apresentam em seu rótulo
indicação para filhotes, cães adultos, cães de trabalho, convalescentes. O
que desclassificará esse tipo de fraude é a palavra “exclusiva”
cuidadosamente presente na descrição do edital. Rações melhores, com
maior energia metabolizável custam mais por quilograma, mas acabam
sendo mais econômicas pois o cão come menos.
Além da economia, há a questão de saúde. Rações mais
concentradas permitem alimentar os cães com menor volume. A dilatação
gástrica seguida de vólvulo foi umas das principais causas de óbito de
cães militares em um estudo retrospectivo de 927 casos em 3 anos do
Programa de Cães de trabalho militares do Departamento de Defesa dos
Estados Unidos.
253
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
254
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
8.4 DENTES
Dentes de um cão são o seu principal instrumento de trabalho, é
obrigação do condutor verificar frequentemente as condições da boca e
dentes de seu cão, e comunicar imediatamente qualquer alteração ao Oficial
Veterinário. Fraturas de dentes não podem ser negligenciadas, causam
dor e podem complicar com sérias infecções. Os dentes caninos estão
mais sujeitos a traumas e fraturas que outros dentes. Acúmulo de tártaro,
desgastes irregulares, gengivites também podem aparecer e serem
percebidos no simples exame de rotina.
255
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
Canino fraturado
8.5 INTERMAÇÃO
A intermação acontece quando o cão não consegue baixar sua
temperatura durante ou logo após trabalho e ou em situações de
temperatura ambiente elevada, tem gravidade variável mas no pior cenário
pode levar ao óbito.
O cão tem mais problemas com calor do que com o frio. Cães de
esporte de tração de trenós têm sido acompanhados em competições
extenuantes como a corrida de Iditarod. Temperaturas contínuas de até
45ºC negativos não afetaram negativamente cães aclimatados e bem
condicionados. Estes mesmos cães começaram a demonstrar alguns sinais
de desconforto durante a atividade de corrida em temperaturas superiores
a 6ºC negativos.
Calor demais pode matar o cão, o condutor tem que ter muito
cuidado em alojamentos provisórios insuficientemente ventilados e dentro
de viaturas. Jamais deixar cão no sol forte, sozinho, sem proteção. O cão
de guerra, diferentemente de seu condutor, não usa coturno, cautela com
o asfalto quente no verão, que causam queimaduras e desconforto nas
patas. Cães que patrulham bastante acabam tolerando mais piso quente,
mas há limites a serem respeitados pelo condutor.
256
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
8.10.2 DESTINO
O oficial veterinário, ou na falta dele na unidade, o Chefe da SCG
seguirá o protocolo previsto pela Normas para Controle de Caninos na
Força Terrestre para descarregar o cão. Um dos itens a serem preenchidos
no termo de imprestabilidade é o destino a ser dado. No caso de descarga
por senilidade, a primeira opção é oferecer como doação ao condutor que
compõem conjunto com o cão. Se ele não tiver interesse ou condições, o
cão será oferecido para outros militares do canil, como adestrador, outros
condutores, tratadores ou figurantes. A prioridade é ordenada pelo maior
convívio com o cão. Esgotados todos possíveis candidatos da SCG, o cão
será ofertado a militares da unidade, e a prioridade será definida por
antiguidade e por quem tiver as melhores condições para mantê-lo.
Com objetivo de máxima transparência, para dirimir qualquer dúvida
de conflito de interesses, quando o cão for descarregado por qualquer
outro motivo que não senilidade, que dependeu de avaliação de membros
da SCG, destinos adequados serão instituições e/ou entidades
governamentais, organizações não governamentais de assistência ou de
proteção à animais.
Evitar a doação para empresas e particulares não militares. O
candidato para receber a doação terá checada sua capacidade financeira
e outros meios e recursos como disponibilidade de tempo e espaço para
manter o cão em excelentes condições de saúde e bem estar. Isto criará
dificuldades, estreitando em muito o universo de candidatos para adotar
se o motivo para decarga tenha sido doença de longo tratamento, ou crônica
ou degenerativa. Por questões humanitárias, para casos mais graves,
principalmente de dor crônica não responsiva, talvez a única alternativa
seja eutanásia.
são peculiares ao cão e as que são sanáveis. Estes serão manejados por
adestramento, desensibilização e socialização. O candidato a receber o
cão será escolhido caso tenha um perfil que possa enfrentar e superar os
limitantes não resolvidos pelo período de desmobilização.
A última etapa de desmobilização inclui sessões de convívio com
os novos donos. Um termo de compromisso será assinado e arquivado na
SCG, com o compromisso de cuidar do cão, respeitar os limites levantados
nas avaliações e atender as necessidades já identificadas e as que
eventualmente aparecerão.
264
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
ANEXO A -
Exemplo de ordem de instrução para realização das provas.
1. FINALIDADE
Regular a Aplicação da Prova de Habilitação de duplas de militares
condutores e seus respectivos Cães de Guerra referente ao 2º Semestre
de 2011.
2. REFERÊNCIAS
3. OBJETIVOS
A prova de habilitação semestral tem como objetivos verificar:
4. EXECUÇÃO
03 0800 NOV 11
Até as 1000 h
05 0800 NOV 11
Até as 1000 h
266
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
267
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
1) Constituição:
a) um Oficial ou Sgt da Cia PE;
b) um oficial ou Sgt do BCSv designado pelo S3;
c) um Oficial Vet.
5. Anexos
ANEXO B -
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
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JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
GLOSSÁRIO
ALFA
AD: título de trabalho de resistência. O cão trota ao lado da bicicleta do condutor por
12 milhas (+/- 18 km). No término, realiza alguns exercícios simples de obediência.
AFIADO: baixo limiar para morder; tem tendência a reagir exageradamente frente a
estímulos.
AGITAÇÃO CIVIL: quando o figurante não usa nenhum equipamento contra mordidas, o
cão está de focinheira ou ele está inacessível para o cão (lugar alto ou gaiola).
AGRESSIVIDADE IDIOPÁTICA: O cão agride sem causa aparente, um estímulo que outras
vezes não despertou agressividade, em determinado episódio desperta um ataque rápido
e violento. Da mesma maneira abrupta e sem motivo que começou, cessa. Provavelmente
associado a algum componente genético ou de má formação.
simpatia e vingança são aspectos humanos. Algumas definições valem para cães e
humanos, disposição para trabalho, espírito de luta, resistência. Não usar conceitos
que gerem controvérsias como inteligência do cão, pois há especialistas que discordam
que haja inteligência nos cães, outros defendem com fervor contrário. O que é fato é
que alguns cães aprendem exercícios mais rápidos e guardam por mais tempo. Ver
Adestrabilidade e capacidade de retenção.
ATESTADO DE MORTE DE CANINO (AMC) Documento que substitui o AOC quando não
houver Oficial Veterináriona OM ou na Guarnição, elaborado por uma comissão
composta pelo Fiscal Administrativo (Fisc Adm) e dois outros militares, nomeada em
BI pelo Cmt/Chefe da/Dirt OM, para cada óbito. Ocorrendo o óbito do animal em
viagem, será elaborado pelo responsável pelo transporte e por uma testemunha.
ATESTADO DE ÓBITO DE CANINO (AOC) Documento elaborado por Of Vet, para cada
óbito, necessário ao processo de descarga do animal, por óbito, com o enquadramento
da “causa mortis” obedecendo as Normas Relativas ao Emprego da Nomenclatura
Nosológica dos Equinos e Caninos do Exército
BRAVO
BELGIUM RING: País de origem, Bélgica, raça que mais se destaca é Pastor Belga de
Malinois. O objetivo da prova é desafiar o cão com cenários, objetos e movimentos
diversos e inesperados. Até mesmo o exercício de busca o objeto é definido pelo juiz, só
não pode ser metal. Privilegia agilidade, rapidez e independência do cão. Quando
possível, há exercício dentro ou passando por água. A qualidade da mordida nem o
local são cobrados.(ver Ring)
271
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
BONÉ: gorro com forma de empada parafusado na aba como suporte para bolinha.
Quando o condutor desejar, vira a cabeça e libera a bolinha para o cão.
CHARLIE
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
CLICADOR: aparelho com lingueta de metal; quando acionado, faz barulho; usado
como marcador no adestramento.
CLIPS DE CRACHÁ: suporte de metal que segura crachá; usado para segurar salsicha ou
bolinha com corda, saindo facilmente quando puxado pelo condutor.
COLETE PARA ADESTRAMENTO: colete com vários bolsos, permitindo levar petiscos,
mordentes, de forma que sejam facilmente retirados para premiar o cão. Alguns podem
vir com bolso com velcro ou ímã, para sacar rápido o mordente.
273
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
DELTA
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
ECO
EXCITAR: estimular o cão com mordente, dificultando um pouco para aumentar o seu
impulso. Uma boa indicação é quando o cão dá mordidas no ar.
EXTINÇÃO: um comportamento que não gere consequência positiva tende a não ser
repetido e com o tempo se extinguir.
FOXTROT
FARO DE RASTREIO: quando o cão trabalha com o focinho no chão, detectando o odor
da pegada humana, das micropartículas que se desprendem do corpo, do hálito ou
respiração e roupas e chegam ao solo, do próprio solo alterado, bactérias ou grama
pisoteada em decomposição.
FARO DE VENTEIO: quando o cão trabalha com o focinho elevado, captando odor humano
trazido pelo vento. O cão pode perceber um intruso sem necessariamente ter percorrido
a trilha que ele deixou.
FUSTA, CHICOTE DE ESTALO: usado pelo figurante em adestramento para irritar o cão,
fazê-lo latir, ou colocá-lo em impulso por luta. Quando o chicote for usado corretamente
faz um barulho forte. O cão não pode ter receio do chicote, bastão ou fusta.
GOLF
GESTOS DE AMEAÇA: são gestos e posturas que o figurante realiza diante do cão para
induzir que o cão responda com defesa; o figurante pode ficar imóvel por alguns
segundos, se aproximar em linha reta direto para o cão, se colocando de frente, silhueta
alta, ombros eretos, encarando o cão. Ameaça o cão com as mãos como se fossem
garras, fazendo gestos de ameaça como socos no ar.
GESTOS DE CAÇA: são gestos e posturas que o figurante realiza diante do cão para
induzir que ele responda com impulso por caça; o figurante realiza movimentos rápidos
e erráticos, em forma de arco, em zigue-zague, se posiciona de lado para o cão, diminui
sua silhueta se curvando, braços juntos ao corpo, ombros encolhidos; desvia o olhar
e jamais encara.
GUIA LONGA: guia de corda ou lona de, pelo menos 5 m, usualmente 10 metros de
comprimento, sem alça para pulso; equipamento utilizado em todas as etapas de
adestramento do cão, na obediência e na agitação, em que um auxiliar corrige e prepara
o cão para obedecer sem guia. Também é usado na prova de faro do CT. Todo exercício
é adestrado com guia fina de 2 metros, depois com guia longa em que o auxiliar corrige
o cão, depois guia curta (30 cm).
HOTEL
HALTER: objeto de madeira que o cão busca e entrega ao condutor; objeto usado no
exercício de busca de objeto lançado pelo condutor nas provas de Cão de Trabalho.
Conforme o nível, CT I, CT II ou CT III aumenta de peso e tamanho.
INDIA
IMPULSO POR COMIDA: capacidade do cão se motivar fortemente com comida, capaz
de realizar exercícios difíceis apenas com prêmio por comida. É o cão que come além
da fome, glutão; realiza facilmente atividades em troca de comida.
277
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
IMPULSO POR CONFORTO: será evidente no cão com outros impulsos desejáveis
considerados baixos. Busca incessantemente o conforto, se fadiga rápido, se ressente
exageradamente de correção ou de eventuais erros no adestramento, mantém afastado
do condutor por algum tempo, depois que o condutor pisa inadvertidamente em seu pé.
IMPULSO POR DEFESA: quando o cão não tem opção de fuga. Quando ameaçado, se
submete, gesto de evitação social, fugir ou lutar. Se for ameaçado o suficiente, sem
opção de fuga, até um rato se defende. Não é correto estimular defesa no cão de polícia.
Se colocarmos um cão contra um muro, sem rota de fuga e fustigarmos até que morda,
isso é defesa, método ultrapassado para cães fracos de nervos. O bom figurante faz
gestos de ameaça intercalados com gestos de caça. O cão será estimulado para
procurar o combate e não ser forçado a morder por não ter oportunidade ou rota de
fuga (usualmente, trabalho feito contra um muro ou outro obstáculo). Gestos de ameaça
intercalados com gestos de caça fazem do figurante um desafiante inseguro, e isso faz
o cão ganhar autoconfiança. Gestos de ameaça persistentes em um cão despreparado,
podem colocá-lo em submissão, gesto de evitação social ou até mesmo fuga.
IMPULSO POR FUGA: os veados têm baixo limiar para fuga, com qualquer barulho ou
cheiro estranho podem fugir. As onças têm alto limiar, se aproximam, investigam e só
então tomam a decisão de lutar ou fugir.
278
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
INSEGURO: cão com desempenho irregular; rosna, fica com pelos do dorso eriçados,
recua e avança quando ameaça o figurante, busca encostar-se ao condutor quando
pressionado. Quando não for desafiado o suficiente, pode mascarar insegurança.
INSTINTO: todo cão tem, alguns compartilhados com outros canídeos. É a resposta a
determinado estímulo ou situação que não depende de experiência prévia, mas que
pode melhorar. No instinto de caça, por exemplo, todo o filhote persegue pequenas
caças em movimento e são estimulados pelos mais velhos da matilha a fazer isso.
Lobos mais velhos e experientes caçam melhor. O que chamamos de impulso é o grau
que o cão exibe o instinto, que pode ser exagerado por seleção genética e por bom
adestramento. O bom adestramento não cria impulso, apenas o desperta no cão.
JULIET
JAMBIER: Proteção para a perna do figurante. É facilmente retirada por velcro para
entregar para o cão.
KILO
LIMA
279
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
MIKE
MACACÃO DE MORDIDA: macacão usado no Ring, macio; o cão pode morder em qualquer
lugar, perna, braço, antebraço, coxas, etc. Por ser macio, os cães gostam de morder. As
mãos ficam expostas.
MANGA DE PROTEÇÃO: equipamento usado em provas civis de CT. Dura, tem formato
em V para o cão morder, é segura e confortável para o figurante, a mão e ombro ficam
bem protegidos; o cão é direcionado a morder no braço, onde tem o formado de “V”,
mas pouco dura e muito evidente para o cão; este tem que acertar a mordida, pode
haver risco de acidentes e lesões no cão, principalmente no figurante inexperiente.
MANGA OCULTA: manga discreta que pode ser escondida embaixo de jaqueta ou
casacão, importante passo para o cão não focar no equipamento e mais no oponente.
Muita cautela: mãos e todo o resto do corpo não têm proteção; o cão tem que ser
direcionado para o braço correto que é o braço protegido, tanto pela atuação do
figurante como atuação do condutor.
MARCADOR DE LIBERAÇÃO: comando OK, sem emoção ou excitação; libera o cão para
o liberdade no canil ou na área específica ou destinada a defecar e urinar. O condutor
jamais deixa o cão sem atenção: ou o coloca na caixa, amarra em local seguro ou o
libera. Não começa a conversar ou fazer outra atividade e permitir que o cão, por si
mesmo, desengaje do trabalho com o condutor.
MARCADORES: Base do adestramento moderno, o condutor sabe usar bem pelo menos
5 marcadores: marcador negativo, marcador manutenção de exercício correto, marcador
positivo, marcador de brincadeira de luta com seu condutor e marcador de liberação.
MESA PARA AGITAÇÃO: um pouco mais comprida que o comprimento do cão. O cão é
preso com peiteira e é agitado. Objetiva melhorar o foco de cães dispersivos, a mordida
por reflexo de oposição, a confiança do cão que fica em posição mais elevada em
relação ao figurante. Não realizar agitação antes que o cão esteja perfeitamente à
vontade em cima da mesa.
MESA PARA OBEDIÊNCIA: mesa estreita e um pouco mais comprida que o comprimento
do cão. Tem suporte de metal em cima, para amarrar o cão e furos em baixo para
passar a guia. Serve para adestrar a troca de posições com petisco. Não realizar
exercícios antes que o cão esteja perfeitamente à vontade em cima da mesa.
MONDIO RING: um híbrido entre o Circuito Belga (Belgium Ring) e o circuito francês
(French Ring), tornando possível a competição de duplas oriundas desses dois esportes.
(ver Ring).
NOVEMBER
NERVOS FRACOS: cão aparentemente normal para coisas habituais, mas cede facilmente
à pressão, perdendo o foco, ou entrando em fuga. Demonstra ter nervos fracos por
procurar apoio no condutor, se escondendo atrás dele, tentando pular em seu colo,
urinando e defecando frequentemente, mascando mordente ou luva de proteção; morde
apenas com caninos, solta facilmente um mordente ou luva. Não há como corrigir,
281
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
NÍVEL DE ENERGIA: busca do cão por atividade ou movimento, pode ser por impulsos
positivos (impulso por brincar ou caça) ou negativos (nervos fracos).
OSCAR
OBSTÁCULO . RAMPA A: obstáculo de provas de CT, em que o cão tem que escalar para
um dos exercícios de busca do halter.
OBSTÁCULO PARA SALTO EM ALTURA: obstáculo de provas de trabalho, que o cão tem
que saltar obstáculo que conforme a certificação varia de 0,9m a 1,1m de altura. Na
prova de CT, é de 1,0 m e faz parte do exercício de busca do halter.
PAPA
PEITEIRA: para conter o cão e aumentar a excitação por reflexo de oposição, melhora
mordida. Usar sempre peiteira em agitação, não há motivo para conter o cão pelo
enforcador, mesmo travado. A peiteira é mais confortável e segura para o cão, o
enforcador é para controle, para diminuir a excitação. Cão que faz agitação com
enforcador ou se ressente e diminui a energia no trabalho, ou cães realmente bons e
duros serão dessensibilizados e necessitarão de correções cada vez mais pesadas no
enforcador quando for realmente necessário (controle/obediência). É ajustável e
forrada com feltro ou lã de ovelha, com área triangular no peito do cão, ficando justa
e confortável; a ideia é estimular que o cão faça força e permaneça alinhado com o
figurante. Tem a alça nas costas do cão, para facilitar contenção no trabalho e para
elevar o cão (viaturas, sótãos, etc), e argolas e fivelas dimensionadas para as trações
e forças que sofrerão durante o trabalho rotineiro de agitação.
PRECISÃO: ser muito preciso no momento de aplicar indutor ou correção. Quanto mais
preciso, mais fácil o cão vai ser condicionado no exercício proposto. O uso de
marcadores facilitam a precisão.
QUEBEC
ROMEO
INDUTOR NEGATIVO: é a coerção, força ou desconforto causado no cão até ele executar
o comportamento adequado. O desconforto inicia antes do comportamento e cessa
quando o cão realiza o comportamento desejado.
PRÊMIO ESCALA VARIÁVEL: critério de exigência variável para premiar o cão. Para ser
premiado, o cão somente receberá o prêmio se fizer mais rápido, melhor ou por mais
tempo. O cão nunca sabe quando receberá o premio. Etapa importante do adestramento.
Ao não ser premiado imediatamente por um comportamento que vinha sendo
repetidamente recompensado, o cão vai realizar o exercício com mais intensidade na
expectativa da recompensa, e então é premiado na segunda ou terceira tentativa.
SIERRA
SANFONAR: erro do figurante que não gira para amortecer a mordida do cão. Este se
ressente e começa a se proteger, diminuindo velocidade reduzindo a velocidade alguns
passos antes do figurante. O figurante recebe o cão visando protege-lo de lesões, como
se tentasse amortecer o impacto, girando ou dando um passo para trás.
SCHUTZHUND= CT= IPO: País de origem é Alemanha, a raça que mais se destaca é o
Pastor Alemão. Esporte que privilegia padronização dos exercícios, controle sobre o
cão e dependência do condutor. Foco no adestramento; os exercícios são pontuados
por perfeição. Dividido em três seções bem distintas, realizadas em horários e até
mesmo locais diferentes: faro, obediência e proteção. Poucos exercícios misturam
conceitos das seções como, por exemplo, a condução do figurante. Prova de faro por
rastreio, com indicação passiva de objetos. Busca de objeto padronizado, um halter
com peso determinado, figurante realiza movimentos coreografados e padronizados
284
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
SINAIS TRANQUILIZADORES: sinais que cães usam para outros cães e para humanos,
para aliviar uma situação de estresse social: virar a cabeça de lado, se movimentar
lentamente na aproximação, se aproximar em arco e não em linha reta.
TANGO
TÉCNICA DO TERCEIRO OLHO – Direcionar a arma para o mesmo local que observa; o
orifício do cano da arma será o terceiro olho.
TERMO DE NECROPSIA (TN) Documento elaborado por Oficial Veterinário para cada
animal necropsiado. Acompanhará o AOC.
285
JOSÉ LUIZ FONTOURA DE ANDRADE
TESTE DE CORAGEM: prova do CT em que o cão tem que atacar o figurante que corre em
sua direção, ameaçadoramente.
VICTOR
286
SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
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SELEÇÃO, ADESTRAMENTO E EMPREGO DO CÃO DE GUERRA DE DUPLA APTIDÃO
297
Livro produzido pela
Câmara Brasileira de Jovens Escritores
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
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