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EQUIDADE DE GÊNERO NA ENGENHARIA FLORESTAL NO BRASIL SOB A PERSPECTIVA DA

DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO

Introdução
O setor florestal é há muito tempo considerado um reduto masculino, no qual as oportunidades
de participação das mulheres raramente equivalem as oportunidades de participação
masculinas.

As características do setor estão conectadas a estereótipos de gênero que, historicamente,


codificam diferenças como naturalmente femininas ou masculinas, atribuindo habilidades e
tarefas distintas para homens e mulheres (BIROLI, 2018). Tais diferenças, consideradas naturais,
influenciam processos de seleção, avaliação e promoção dentro das organizações, alimentando
assim, a hegemonia masculina no setor florestal.

No ambiente acadêmico o cenário não é diferente, de acordo com a UNESCO (2015), as


mulheres são mais propensas a encontrar problemas com seu supervisor, a se sentirem
desconfortáveis em termos de padrões de trabalho, horas de trabalho e competição entre pares,
o que leva a se sentirem isoladas dentro do seu grupo de pesquisa. O resultado dessa equação
é que as mulheres se sentem intimidadas pela atmosfera competitiva e que a carreira acadêmica
exige muito sacrifício em relação a outros aspectos de sua vida, além do próprio
desencorajamento de seguirem a carreira científica devido aos desafios que enfrentam como
mulher.

A igualdade de gêneros é uma questão de direitos humanos e trabalhistas fundamentais e é um


dos principais incentivos ao desenvolvimento e a sustentabilidade mundial (OIT, 2016). Não se
trata apenas de promover a inserção da mulher nas mais diversas atividades profissionais, mas
sim a de fomentar a sua atuação de forma equânime, além de incentivar sua aceitação por todos
os elementos do sistema a fim de conquistarmos uma sociedade mais igualitária, evoluída e
diversificada.

A divisão sexual do trabalho e a inequidade de gêneros no mercado de trabalho


A divisão sexual do trabalho é uma das bases materiais da relação social entre homens e
mulheres, na qual existem dois princípios organizadores: a separação e a hierarquização. A
separação pode ser caracterizada como a destinação prioritária dos homens à esfera produtiva
e das mulheres à esfera reprodutiva, a hierarquização pode ser tipificada como a ocupação pelos
homens das funções de forte valor social agregado. Pode ser considerada ainda, uma das bases
da hierarquia de gênero que produz identidades, vantagens e desvantagens que conduzem a
trajetória das mulheres no mercado de trabalho (BIROLI, 2018).

Não só a atuação no mercado de trabalho, mas também, a participação das mulheres em


decisões estratégicas e políticas está conectada aos padrões da divisão sexual do trabalho que,
por possuir práticas e valores fundamentados em concepções convencionais do feminino e do
masculino, fazem com que as mulheres tenham chances menores de ocupar espaços de
expressão política e de debate público (BIROLI, 2018).

A participação das mulheres no universo do trabalho é consideravelmente inferior à dos


homens, como mostra o relatório Mulheres no Trabalho – Tendências 2016 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT, 2016), as mulheres representam 49,6% do trabalho global,
número que sofreu uma queda entre 1995 e 2015 (Figura 1). As taxas de atividade global
sofreram queda durante o período tanto para homens quanto para mulheres. Contudo, as
oportunidades de participação das mulheres no mercado de trabalho mundial continuam em
torno de 27% inferiores às oportunidades de participação dos homens.

Atividade global da população


79,900% 76,100%
80,00%
52,400% 49,600%
60,00%

40,00%

20,00%

,00%
Mulheres Homens

1995 2015

Figura 1 - Gráfico de atividade global da população comparando mulheres e homens. Fonte: OIT, 2016

A menor taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho representa menos


oportunidades de emprego, menor mobilidade e ascendência entre cargos e dificuldade em
manter rendimentos e atingir um estado de segurança econômica (OIT, 2016).

A condição é agravada quando observarmos que de acordo com o Relatório de Desenvolvimento


Humano (PNUD, 2015) as mulheres representam 75% da força de trabalho não remunerado e
que os homens representam 65% da força de trabalho remunerado (Figura 2). Os números
podem ser explicados pelo cotidiano da mulher na sociedade que diferencia a sua trajetória, as
suas possibilidades e a sua posição quando, por meio do princípio organizador da separação,
responsabiliza e onera as mulheres com tarefas que os homens são liberados (BIROLI, 2018).

Trabalho não remunerado Trabalho remunerado

25% 35%
75% 65%

Mulheres Homens Mulheres Homens

Figura 2 - 1) Grafico de trabalho porcentagem de trabalho não remunerado comparando mulheres e homens. 2)
Grafico de trabalho porcentagem de trabalho remunerado comparando mulheres e homens. Fonte: OIT, 2016.

Em se tratando de seguridade social para mulheres, as menores taxas de acesso a empregos


formais e assalariados acarretam menor tempo de contribuição social e, por consequência, uma
cobertura insuficiente de programas sociais, principalmente na maternidade e na terceira idade.
Mundialmente, o número de mulheres amparadas por programas sociais como a aposentadoria
é inferior ao de homens, são 200 milhões de mulheres em idade avançada que vivem sem renda
regular de benefício social contraposto a 115 milhões de homens na mesma situação (OIT,
2016).

Ao considerarmos as taxas de desemprego mundiais, mais uma vez, observamos o produto da


desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho, em que as mulheres tem
maiores chances de ficar desempregadas, já que as taxas de desemprego dos homens são
menores do que as taxas de desemprego das mulheres em todo mundo, exceto no Leste
Asiático, no Leste Europeu e América do Norte (Figura 3) (OIT, 2016).

Taxa de desemprego global


6,200%

6,200%
6,00%
5,800% 5,500%
5,600%
5,400%
5,200%
5,00%
Mulheres Homens

Figura 3 - Gráfico da taxa de desemprego global comparando mulheres e homens. Fonte: OIT, 2016.

Dentro de um contexto desequilibrado que dificulta a entrada e permanência da mulher no


mercado de trabalho, as mulheres que superam as desigualdades e ocupam cargos em
empregos formais enfrentam a discrepância salarial entre gêneros. As Mulheres recebem,
aproximadamente, 23% a menos que homens que ocupam o mesmo cargo e função (Figura 4)
(OIT, 2016).

Diferença salarial
100

77
100

80

60

40

20

0
Mulheres Homens

Figura 4 - Gráfico da diferença salarial entre mulheres e homens. Fonte: OIT, 2016.

A diferença salarial entre homens e mulheres já foi maior e houveram tímidas melhorias nos
últimos anos em virtude de recentes políticas de contraposição a inequidade de gênero
distribuídas pelo mundo. Contudo, se a tendência atual for mantida, serão necessários mais 70
anos para que as diferenças salariais entre homens e mulheres sejam extintas (OIT, 2016).

A existência de políticas de equidade de gênero não significa que elas sejam efetivas,
representativas e muito menos suficientes. Uma vez que a liderança feminina influencia a ênfase
da equidade de gênero nas políticas e ações afirmativas (Clots-Figueras, 2012; Smith, 2014), a
sub representação das mulheres nos espaços e posições de decisão interfere nos avanços desta
esfera. A hegemonia masculina em posições de tomada de decisão limita as vozes das mulheres
e sua capacidade de influenciar a concepção de políticas governamentais em nível internacional
e local (UNESCO, 2018).

As mulheres estão sub representadas em cargos de liderança, os números apontam que apenas
22% ocupam cargos de liderança e 32% das empresas não contam com administradores do sexo
feminino (Figura 5Figura 6). A segregação prevalece ao longo do tempo e é transversal aos níveis
econômicos, tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento (PNUD, 2015). No
Brasil, quanto mais alto o cargo é menor a proporção de mulheres (Figura 6Figura 5) (TANURE,
CARVALHO NETO; ANDRADE, 2007; SANTOS et al., 2014).
A sub representação feminina em espaços de decisão pode ser ilustrada pelo fenômeno do “teto
de vidro” que significa uma representação simbólica de uma barreira transparente e sutil, mas
ao mesmo tempo forte, porque não é nítida, que dificulta muito a ascensão de mulheres aos
cargos de liderança e tomada de decisão (ANDRADE, 2010; DAVIDSON; COOPER, 1992;
MORRISON; GLINOW, 1990; MORRISON et al., 1994; MOORE; BUTTENER, 1997; NEWMAN,
1993; STEIL, 1997; WRIGHT; BAXTER, 2000; MADALOZZO, 2013; SANTOS et al., 2014).

Mulheres em cargos de liderança


30%
25%
25%
19%
20%

15%

10%
6%
5%

0%

Figura 5 - Gráfico de mulheres em cargos de liderança. Fonte: TANURE, CARVALHO NETO; ANDRADE, 2007; SANTOS
et al., 2014

O fenômeno do “teto de vidro” pode ser entendido de acordo com dois aspectos, a
discriminação e a diferença comportamental (COELHO, 2006; SANTOS et al., 2014). O aspecto
da discriminação destaca 2 modelos: a discriminação por preferência e a discriminação
estatística, nos quais são levados em consideração a preferência por homens, mesmo que a
produtividade entre os gêneros seja a mesma devido a fatores culturais e psicológicos e o
estigma social de que as mulheres são menos produtivas que os homens, respectivamente. O
aspecto da diferença comportamental segue 2 outros modelos: primeiro que as mulheres estão
envolvidas em demasiado com atividades da esfera reprodutiva e não são capazes de
estabelecer vínculos estáveis com o trabalho e o segundo que afirma que o fenômeno só atinge
mulheres que não estão em cargos de liderança, nos quais a compensação pelo rendimento não
é capaz de fazer com que as mulheres estejam vulneráveis às tarefas relacionadas a esfera
reprodutiva (ARROW, 1998; BECKER, 1971; COELHO, 2006; SANTOS et al., 2014). No segundo
modelo do aspecto da diferença comportamental, no qual o fenômeno desaparece após as
mulheres alcançarem determinada posição de liderança, deve ser ressaltado que, mesmo que
ocorra uma mudança no paradigma do fenômeno, ela está posicionada dentro dos limites de
outras hierarquias e formas de exploração e seu benefício é restrito a uma parcela distinta das
trabalhadoras (BIROLI, 2018).

Em ambos os aspectos, percebemos que existe um estigma relacionado a mulher e ao seu lugar
na estrutura social, no qual a hierarquia e a separação de gêneros, bases da divisão sexual do
trabalho, limita e conduz a trajetória feminina no mercado de trabalho.

Cargos de liderança

22%

78%

Mulheres Homens

Figura 6 - Gráfico da representatividade em cargos de liderança comparando homens e mulheres. Fonte: PNUD, 2015.

O estereótipo feminino, criado de acordo com as expectativas relacionadas a esfera reprodutiva,


limita os modelos a serem seguidos, as possibilidades de superação de segregação e por
consequência a participação de forma equitativa no âmbito político, social e econômico, bem
como no setor das decisões e de liderança (OIT, 2016).

A representatividade feminina na área acadêmica percorre o mesmo caminho visto no mercado


de trabalho e no setor da política e das decisões estratégicas, na qual a força de trabalho docente
feminina concentra-se em posições de menos autoridade e a dos homens em posições de gestão
e cargos de direção (UNESCO, 2018).

No tocante a pesquisa científica, os números são ainda mais desafiadores, já que menos de 30%
dos pesquisadores, em todo mundo, são mulheres (Figura 7). Entretanto, com o cenário
histórico de inequidade entre gêneros e com os inúmeros fatores que comungam para a
perpetuação das enormes disparidades denunciadas nos últimos anos, torna-se mais fácil
entender o porquê apenas 17 mulheres receberam o prêmio Nobel em física, química ou
medicina desde Marie Curie, em 1903, em comparação a 572 homens (UNESCO, 2018a).
Pesquisadores em todo mundo

28%

72%

Mulheres Homens

Figura 7 - Gráfico da representatividade em pesquisa científica comparando homens e mulheres. Fonte: UNESCO,
2018a.

A posição desigual das mulheres na Engenharia Florestal


Aproximando a realidade ao setor florestal, as mulheres correspondem menos da metade dos
pesquisadores empregados pelo governo, universidades e organizações sem fins lucrativos na
área agrária (UNESCO, 2018).

Os dados quantitativos da representação da mulher no setor florestal são fragmentados e


insuficientes para determinar o número exato de mulheres que trabalham na cadeia e os níveis
que ocupam. Contudo, as pesquisas disponíveis fornecem a percepção clara da sub
representação da mulher no setor florestal (FAO, 2006).

Os dados disponíveis sugerem que as mulheres estão presentes, principalmente, em áreas


administrativas e em funções juniores, com baixa presença na silvicultura em todos os países
pesquisados. As informações apontam ainda que no trabalho florestal autônomo elas estão em
condições de absoluta invisibilidade (FAO, 2006).

A situação de desequilíbrio entre gêneros no setor florestal ocorre devido aos fatores já
discutidos anteriormente, como a influência de fatores culturais, sociais e históricos que são
sustentados por estereótipos dos papéis masculinos e femininos responsáveis pela
padronização de funções de trabalho. Tais estereótipos criam barreiras que vão desde a
formação nos cursos de graduação e pós-graduação até a disputa por um emprego na área. O
número de mulheres nos cursos de engenharia florestal tende a ser inferior ao número de
homens, padrão que ainda não foi revertido. Contudo, as mulheres que ingressam nos cursos
de engenharia florestal, são tão bem sucedidas quanto os homens (FAO, 2006).

Existe um histórico de preconceito e de discriminação contra as mulheres no setor que, mesmo


com o combate por meio de leis e normas de equidade de gênero que resignificou muitos
valores das corporações, ainda se faz presente de maneira menos explícita, no entanto as
oportunidades para as mulheres continuam inferiores às dos homens (FAO, 2006).

A pouca flexibilidade nas jornadas e nos cargos, impacta as mulheres que ainda são
responsabilizadas pela maior parte dos cuidados infantis. Ainda assim, as mulheres relutam em
solicitar trabalho flexível devido a preocupações sobre suas perspectivas de carreira, resultando
em abandono do mercado de trabalho (FAO, 2006).
O desequilíbrio entre os gêneros é considerado maior no nível sênior, mesmo não havendo
diferença na qualificação de mulheres e homens. Tal fenômeno já discutido como “teto de
vidro” sugere uma discriminação prévia e contínua em níveis explícitos e implícitos (FAO, 2006).

No setor florestal mundial a desigualdade de gênero é de grandes proporções, mesmo com leis
e políticas centradas na igualdade de gênero, os homens dominam o setor (FAO, 2006). Como
exemplo, a formulação de políticas de manejo florestal formal são áreas dominadas por homens,
assim as mulheres raramente contribuem para a tomada de decisão na área florestal (FSC,
2016).

Desta forma, “as questões e preocupações de gênero são banalizadas em decisões e


negociações de políticas fundamentais nos setores florestais formal e informal" (AGUILAR, 2011,
p.221).

A necessidade de uma discussão aprofundada e protagonizada pelas engenheiras


Não se pode negar que existe um espaço dedicado às discussões de gênero no setor florestal,
todavia a participação das mulheres no processo se mantém periférica. Mesmo que a discussão
esteja democratizada, a importância ao tema, assim como as decisões acerca do que será
discutido continuam a ser dominadas pelos homens. Reflexo de um setor, historicamente,
construído e legitimado por homens e para homens.

O momento atual envolve um cenário de maior diversidade, no qual mulheres conquistaram


espaços e são encontradas em diversos níveis do setor, inclusive em espaços tradicionalmente
ocupados por homens. Mas a questão apresentada não é a diversidade, e sim, a equidade da
ocupação desses espaços no que tange as decisões que norteiam o setor. Existem mulheres em
todos os níveis da cadeia florestal, do campo a indústria, mas qual é o impacto da participação
dessas mulheres na construção de um paradigma de equidade de gêneros?

O cenário de diversidade que permite o acesso da mulher ao mercado de trabalho é o mesmo


que a mantém em posição de subordinação, o mesmo que não cria um ambiente favorável para
a permanência dessas mulheres quando é necessário acumular as atividades da esfera produtiva
às atividades da esfera reprodutiva. O cenário de diversidade é insuficiente para garantir que as
mulheres terão as mesmas oportunidades que os homens dentro das corporações púbicas e
privadas. O cenário de diversidade não é democrático e não comporta a hierarquia de gênero
que produz identidades, vantagens e desvantagens que conduzem a trajetória das mulheres no
mercado de trabalho (BIROLI, 2018).

A hierarquia de gênero se faz presente, mais uma vez, quando a força de trabalho feminina é
remunerada com apenas 75% do valor que os homens que possuem a mesma qualificação e
ocupam o mesmo cargo. Neste caso, podemos caracterizar o cenário de diversidade como sendo
uma estratégia econômica, no qual o empregador diminui seus custos sem perder em qualidade.

Em se tratando das informações disponíveis acerca do mercado de trabalho, existe uma


significativa lacuna, não se encontram informações a respeito de assédio moral ou sexual. Temas
relevantes no que toca a discussão das relações de trabalho em um ambiente historicamente
masculinizado.

O protagonismo feminino nas discussões e decisões que devem conduzir a política e todas as
diretrizes de combate a inequidade de gênero no setor florestal é o alicerce para que as
demandas da engenheira florestal sejam atendidas. Tal protagonismo é o rompimento com a
posição de subordinação, na qual a mulher se encontra no setor florestal.

Conclusões
A engenharia florestal continua sendo um reduto masculino, explícito pela hegemonia
masculina nas esferas onde ocorrem as decisões e as negociações das políticas fundamentais do
setor. Contudo, é inegável que a participação das mulheres, ainda que na maioria das vezes, em
posição de subordinação nos espaços de decisão, tem direcionado o setor para a discussão de
novos paradigmas.

Independente da elaboração de políticas para melhorar a representação feminina no setor,


poucas foram as garantias da participação igualitária das mulheres nos espaços de decisões
florestais. Os homens permanecem dominando a força de trabalho no setor florestal e
continuam com maiores rendimentos que as mulheres igualmente qualificadas.

O acesso aos espaços de decisão, em igualdade de número e valor, é fundamental à definição


coletiva e a expressão pública das necessidades e interesses (BIROLI, 2018) da engenheira
florestal, findando o paradigma da agenda política unilateral.

Neste sentido, o fenômeno do “teto de vidro” é o grande limitador da visibilidade feminina no


setor florestal. No momento em que as mulheres estão inseridas no mercado de trabalho e
ocupam de forma igualitária os espaços de decisão, as discussões acerca de igualdade salarial,
diversidade, preconceito, desemprego, flexibilização da jornada, maternidade e valorização da
força de trabalho feminina são protagonizadas por elas e para elas, dando fim ao processo de
silenciamento estrutural.

Contudo, não existe ajuste rápido das demandas de gênero dentro do setor florestal, uma vez
que existe uma miríade de questões a serem equacionadas e que influenciam de maneira direta
e indireta a equidade de gênero no setor.

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