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RADIOPROTEÇÃO

Profº Danilo Peron


Cursos Técnicos - Uninove
Natureza da radiação ionizante
 Descoberta dos Raios X
 Estudos sobre as emissões de partículas
provenientes de corpos radioativos
 Nesta época, destacaram-se dois cientistas,
Pierre e Marie Curie, pela descoberta do polônio
e o rádio e ainda deve-se a eles a denominação
“Radioatividade” (propriedade de emissão de
radiações por diversas substâncias)
 O nome “radiação penetrante” se originou da
propriedade de que certas formas de energia
possuem de atravessar materiais opacos à luz
visível
Explosão da bomba
nuclear (16 de Julho de
1945, Novo México)
Primeira explosão nuclear em
baixo d’água. Baía de Chyornaya,
21 setembro, 1955 (Novaya
Zemlya Island)
SE O PRIMEIRO USO DA ENERGIA
ELÉTRICA FOSSE NESTAS
CONDIÇÕES, VOCÊ SERIA A FAVOR
DE SEU USO?
HISTÓRICO DA RADIAÇÃO
 08/11/1895 - Wilhem Conrad Roentgen observou um
fraco brilho esverdeado numa tela fluorescente ativado
por um tipo de emanação desconhecida de um tubo de
crookes excitado eletrostaticamente

 05/01/1896 - O Viena Press publica um resumo e a


notícia se espalha rapidamente no mundo

 Antes do final do ano, trabalhadores sofrem severas


queimaduras devido aos raios X. Uma assistente de T.
Edson - Clarence Doll - talvez tenha sido a primeira que
sabidamente morreu de câncer induzido por raios X
HISTÓRICO DA RADIAÇÃO
 No mesmo mês da descoberta de Roentgen, A. H.
Becquerel descobriu que algum tipo de raio similar ao
raio X era continuamente emitido por compostos de
urânio natural

 Em 12/1898, Pierre e Marie Curie anunciavam, a partir


de compostos de urânio, a descoberta de um material
altamente radioativo, que chamaram de RADIUM. Era
constituído de três tipos de raio; um deles foi chamado
de Raios Gama - com menor energia, mas maior
capacidade de penetração
HISTÓRICO DA RADIAÇÃO
 Os Raios Gama pareciam atuar em tecidos vivos. Em
1901, Becquerel sofreu queimaduras por causa de
um frasco de Radium que levava no bolso; Pierre
Curie queimou seu braço intencionalmente. Neste
mesmo ano se deu início ao uso medicinal do
Radium em doenças dermatológicas

 Histologias de tecidos irradiados foram estudadas por


Bergonie e Tribondeau, que elaboraram a lei da
Radiobiologia: “células imaturas em estado de divisão
são mais sensíveis à irradiação do que células
adultas ou estacionadas.”
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
As radiações ionizantes existem no
Planeta Terra desde a sua origem,
sendo portanto um fenômeno
natural. No início, as taxas de
exposição a estas radiações eram
certamente incompatíveis com a
vida. Com o passar do tempo, os
átomos radioativos, instáveis, foram
evoluindo para configurações cada
vez mais estáveis, através da
liberação do excesso de energia
armazenada nos seus núcleos
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 No final do século XIX, com a utilização das radiações
ionizantes em benefício do homem, logo seus efeitos na
saúde humana tornaram-se evidentes. Ao longo da
história, estes efeitos foram identificados e descritos,
principalmente, a partir de situações nas quais o homem
encontrava-se exposto de forma aguda (acidentes e uso
médico)

 Efeitos que porventura pudessem decorrer de exposições


às radiações em condições naturais foram pouco
estudados e pouco entendidos. Recentemente um esforço
no sentido de melhor se entender o papel destas
radiações junto à vida tem sido desenvolvido e a
expectativa é que possam ser emitidos novos conceitos a
respeito dos efeitos biológicos das radiações ionizantes
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 Os seres vivos são constituídos, principalmente, por
átomos de carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e
nitrogênio (N). Estes átomos, combinados entre si,
constituem a base das moléculas biológicas

Material % de % em peso
moléculas
H 2O 97,9 60
Proteínas 0,01 17
Gorduras 0,5 15
Osso mineral 0,98 4
Sais 0,5 1
Glicogênio 0,0001 2
Carboidratos 0,015 1
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 A interação das radiações ionizantes com a
matéria é um processo que se passa em nível
atômico. Ao atravessarem um material, estas
radiações transferem energia para as partículas
que forem encontradas em sua trajetória

 Ionização

 Excitação
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA

 Excitação: os elétrons são levados a níveis de


energia mais elevados

 Ionização: remoção completa de um ou mais


elétrons da camada de valência. Esses elétrons
estão envolvidos nas ligações químicas de
átomos em moléculas, assim, o comportamento
químico dos átomos ou das moléculas, ambos
alterados pela radiação, é diferente de seu
comportamento original
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
A interação das radiações ionizantes com a
matéria
consiste na transferência de energia da
radiação
para o meio irradiado

 Considerando que as moléculas biológicas são


constituídas, principalmente, por átomos de
carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, os
elétrons que provavelmente serão arrancados de
um átomo, no caso de irradiação de um ser vivo,
serão elétrons de átomos destes elementos
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 Para que ocorra ionização em um material biológico, a
energia da radiação deve ser superior ao valor da energia
de ligação dos elétrons ligados aos átomos destes
elementos

 A transformação de uma molécula específica (água,


proteína, açúcar, DNA, RNA, etc) pela ação das radiações
leva a consequências que devem ser analisadas em função
do papel biológico desempenhado pela molécula atingida

EFEITO DIRETO
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 Radiólise da água
 A molécula de água é a mais abundante em um
organismo biológico. A água participa praticamente de
todas as reações metabólicas em um organismo
 Moléculas de água irradiadas sofrem radiólise
 Radicais livres

EFEITO INDIRETO
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 Na exposição de seres humanos a altas doses de
radiação, como em acidentes nucleares, uma grande
parte das células do corpo é afetada, impossibilitando
a sustentação da vida

 Por outro lado, há ainda muita incerteza quanto aos


efeitos da exposição de pessoas a baixas doses de
radiação uma vez que, caso haja efeitos, estes, em
via de regra, são mascarados pela ocorrência natural
de doenças que podem ou não ser provocadas pela
exposição à radiação, como é o caso do câncer
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 Para que um estudo sobre os efeitos da radiação a
baixas doses seja estatisticamente válido, é preciso
observar uma população de milhões de pessoas
expostas a esses níveis baixos de radiação, durante
várias gerações, já que os organismos dispõem de
mecanismos de reparo e, mesmo que haja morte
celular, as células podem vir a ser prontamente
substituídas por meio de processos metabólicos
normais
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 Há alguma evidência experimental de que baixas
doses de radiação podem estimular uma
variedade de funções celulares, incluindo seus
mecanismos de reparo, bem como aprimorar o
sistema imunológico, fortalecendo os
mecanismos de defesa do corpo  HORMESIS

 Assim, sob o ponto de vista de proteção


radiológica, considera-se, por prudência, que
qualquer dose de radiação está associada a uma
probabilidade de ocorrência de efeitos nocivos à
saúde, não importando quão baixa seja essa
dose
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 Transferência de energia

 A quantidade de ionização é dependente da


energia liberada no meio
 Diferentes tipos de radiação podem ser
comparados tomando por base a energia média
liberada por unidade de comprimento ao longo
do caminho percorrido no meio irradiado

TRANSFERÊNCIA LINEAR
DE ENERGIA - TLE
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 Por exemplo, para um valor típico de TLE de 0,25 keV/μm,
para um elétron posto em movimento pela radiação do Co-
60, serão liberados 250 eV de energia ao longo de uma
trajetória de 1 μm de comprimento

 Radiações eletromagnéticas como raios X e gama, ou,


ainda, partículas β, têm uma probabilidade baixa de interagir
com os átomos do meio irradiado e, portanto, liberam sua
energia ao longo de uma trajetória relativamente longa

 Partículas alfa, prótons, ou mesmo nêutrons (ou seja,


partículas pesadas) liberam sua energia ao longo de uma
trajetória mais curta, em decorrência da maior probabilidade
de colisão com o meio
RADIAÇÕES IONIZANTES E A VIDA
 No caso de valores de TLE altos, ocorrerão, em uma
dada área-alvo, muitos eventos de ionização com alta
probabilidade de efeitos biológicos danosos, mesmo a
baixas doses

 Valores baixos de TLE, ao contrário, provocam efeitos


pequenos e isolados, de tal forma que o reparo
molecular é possível

 Assim, o efeito biológico causado por radiações de


tipos diferentes (alfa, beta, gama) não é
necessariamente o mesmo, ou seja, doses idênticas
podem produzir efeitos diferentes em um mesmo tecido
ou órgão
Radioatividade
 Emissão espontânea de radiação corpuscular e
eletromagnética por um núcleo atômico que se
encontra num estado excitado de energia

 Existem tipos diferentes de radiação:


 Radiação corpuscular: - Partículas Alfa
- Partículas Beta
 Radiação eletromagnética: - Raios Gama
- Raios X
Radioproteção
 Dispositivos Básicos
 Obrigações básicas (realizar prática x conformidade)
 Requisitos básicos de proteção radiológica
 Requisitos administrativos (estrutura, organização,
meios e recursos [materiais, humanos, etc])
 Requisitos de gestão (cultura de segurança)
 Requisitos técnicos
Objetivos
 O objetivo primário da proteção radiológica é
proporcionar um padrão apropriado de proteção
para o homem sem limitar indevidamente as
práticas benéficas que causam exposição à
radiação.

 Proteger as pessoas
 Garantir o uso seguro em benefício das pessoas.
Obrigações Básicas
 Qualquer ação envolvendo práticas, ou fontes
associadas a essas práticas, só pode ser
realizada em conformidade com os requisitos de
segurança e proteção radiológica da CNEN, a
não ser que resulte em exposição excluída do
controle regulatório da CNEN, ou que a fonte
esteja isenta ou dispensada desse controle.
Requisitos Administrativos
 A direção da instalação é responsável por
estabelecer e implementar as medidas técnicas e
organizacionais necessárias para garantir a
segurança das fontes sob sua responsabilidade e
a proteção radiológica em exposições
ocupacionais, exposições médicas e de
indivíduos do público.
Radioproteção – Início
 Relatos sobre danos biológicos após a
descoberta dos raios X e da desintegração
nuclear
 Pesquisadores
 Profissionais

 Descoberta do poder de ionização sobre as


células animais e vegetais
Histórico
 Uso indiscriminado das radiações ionizantes
 Necessidade de estudos meticulosos
 Observações iniciais:
 Danos na pele
 Queda de cabelos
 Efeitos nos descendentes
ICRP
 1928 – ICRP
 Comissão Internacional de Proteção Radiológica
 Mantida por organizações internacionais e governos

 Atua nos aspectos de proteção contra as radiações


ionizantes em todas as áreas em que elas se aplicam

 Estabelece recomendações em proteção radiológica


que formam a base para programas e
regulamentações mais detalhadas emitidas por
outras organizações internacionais e por autoridades
regionais e nacionais.
ICRP
 Publicou seu primeiro relatório em 1928
 Publicação 1
 Recomendações adotadas somente em 1958
 Outras recomendações foram publicadas em
1964, 1966 e 1977
 A publicação 26 (1977) ampliada em 1978 foi
aprimorada nos anos de 1980 e 1987
 Revisadas e publicadas em 1991 (Publicação
60)
CNEN
 Comissão Nacional de Energia nuclear
 Autoridade regulatória na área nuclear
 Criada em 1956
 Responsável pela segurança no uso da
energia nuclear em território nacional.
 Referencia nas áreas de radioproteção e
enriquecimento de urânio e responsável pela
publicação das normas que regulamentam a
utilização da radiação ionizante no Brasil
CNEN
 Normas de radioproteção

 Estabelece princípios básicos de radioproteção,


os limites de dose e as grandezas utilizadas em
radioproteção.
Tipos de radiação e seus efeitos
 Partícula Alfa
 Pouco penetrante (0,1mm na pele)
 Inalação ou ingestão danosas
 Blindada por uma folha de papel

 Radiação Beta
 Efeitos superficiais
 Blindada por acrílico

 Radiação Gama e X
 Efeitos ocorrem de maneira distribuída (alto poder de
penetração)
 Blindada por chumbo

 Neutrons
 Alto poder de penetração
 Blindada por parafina
Serviços de Saúde
 Maior emprego das radiações ionizantes
 Maior exposição em termos de dose coletiva
 Produzir o maior benefício com o menor risco
 Apesar dos esforços de alguns órgãos
governamentais em difundir conhecimentos
voltados para as atividades de Proteção
Radiológica (Comissão Nacional de Energia
Nuclear - CNEN, através do Instituto de
Radioproteçao e Dosimetria - IRD) é ainda, de
pouco domínio, mesmo entre os profissionais da
área, o conhecimento a respeito dos efeitos
maléficos produzidos por exposições que
ultrapassam os limites permitidos.
Serviços de Saúde
 80% dos trabalhadores que lidam diretamente
com fontes emissoras de radiação ionizante
pertencem ao setor saúde.
 Orientação ao usuário de materiais e fontes
radioativas a desenvolver uma cultura baseada
nos princípios da radioproteção e na prevenção
de acidentes iminentes e/ou potenciais.
 O conhecimento dos equipamentos e as suas
aplicações, dos processos de trabalho e os
insumos utilizados, são ferramentas
indispensáveis na identificação dos riscos das
instalações radioativas.
Serviços de Saúde
 Crescente instalações de novos serviços
radiológicos
 Profissionais desqualificados
 Formação adequada
Fontes de Radiações Ionizantes
 Radiações que são capazes de ionizar átomos
 Podem ser de origem:
 Naturais
 70% da exposição
 Artificiais
Fontes Naturais
 Produtos do decaimento do Urânio e Tório
(Radônio e Torônio)
 Encontrados em rochas, solos, sedimentos e
minérios
 São gasosos
 Depositam nas camadas mais profundas devido
seu alto peso atômico
 Representam 80% da dose total recebida pelo
homem devido á radiação natural
Fontes Naturais
 Radiação cósmica
 Espaço (explosões solares e estelares)
 Protegidos pela atmosfera
 Porcentagem importante atinge o ser humano
 Buraco na camada de ozônio
Fontes Naturais
 Radiação natural tem duas origens
 Externas
 Radiação cósmica
 Internas
 Elementos espalhados na crosta terrestre

 340 nuclídeos são encontrados na natureza


 70 são radioativos
 Inalados (dispersos no ar) ou ingeridos
(plantações)
Fontes Artificiais
 Maior contribuição deve-se ás irradiações
médicas
 Necessário controle e redução dessas
irradiações
Fontes Artificiais
 Fontes elétricas e não elétricas
 Fontes Elétricas:
 Eletricidade como fonte de energia
 Ampola de RX
 Aceleradores de partículas (RDT)
 Fontes Não Elétricas
 Fontes “vivas”
 Emitem radiação continuamente
 Radiadores com radioisótopos (RInd)
 Usinas nucleares
 Medicina nuclear
 Radioterapia
Fontes utilizadas na Medicina

Tubos de
Raio-X e
Elétricas
Aceleradores
de partículas
Fontes

Não-elétricas Irradiadores
ou “fontes com
vivas” radioisótopos
Radioterapia
por 60Co,
Seladas
irradiadores
industriais

Fontes

Não-seladas Radiofármacos
Braquiterapia

Introdução das agulhas periféricas, Acoplagem do aplicador de


com controle ecográfico das suas sementes a uma das agulhas.
posições relativas. Após a carga a agulha é
retirada.
Radiografia

Aplicador em posição,
firmemente encostado Introdução manual das sementes
à grelha de colocação das radioativas.
agulhas. A mão esquerda mantém o aplicador fixo.
Controle de Exposição: Tempo, Distância e
Blindagem
 O controle da exposição à radiação, necessário para
garantir o atendimento aos requisitos estabelecidos em
normas de radioproteção, fundamenta-se em três fatores
principais:

 Tempo de Exposição - Prevenção de acúmulo


desnecessário de Dose, pela redução do tempo de
permanência na proximidade de fontes de radiação;

 Distância da Fonte - Atenuação da radiação, baseada


na lei do inverso do quadrado da distância;

 Blindagem - Atenuação da radiação, por meio de


anteparos de concreto, chumbo, aço, alumínio, entre
Tempo de exposição

 A redução, tanto quanto possível, do tempo


de permanência em áreas onde estão
presentes fontes de radiação ionizante é
uma maneira simples de evitar exposições
desnecessárias, uma vez que a Dose
acumulada é diretamente proporcional ao
tempo de exposição a essa radiação (Dose
= Taxa de Dose x Tempo)
Distância da fonte
 O aumento da distância entre uma fonte de radiação
ionizante e um indivíduo é, também, uma solução
simples para minimizar a Exposição, e,
consequentemente, o acúmulo de Dose. No caso de
fontes puntiformes, é valida a Lei do Inverso do
Quadrado da Distância, qual seja:

D1 / D2 = (d2/ d1)2

Onde D1 e D2 são as Taxas de Dose nas distância d1 e


d2 da fonte, respectivamente
Blindagem

 Quando os níveis de radiação permanecem altos,


mesmo que, dentro do viável, seja mínimo o tempo
de permanência em locais que possuam fontes
emissoras de radiação e máxima a distância
mantida dessa fonte, é necessário introduzir o fator
blindagem, para fins de limitação de Dose.
Acessórios como colimadores, biombos, aventais e
óculos de proteção são exemplos de dispositivos
empregados para minimizar a Exposição à radiação
 A determinação da espessura e material adequado para
confecção desses dispositivos depende do tipo (raios –X,
raios gama, partículas alfa ou beta, nêutrons) e da
intensidade da radiação (por exemplo, Atividade do material
radioativo ou potência do equipamento emissor de raios-X),
bem como do valor de Dose aceitável, após a atenuação
pela blindagem
 Da mesma forma, para o cálculo da blindagem de uma

instalação, são considerados os fatores mencionados


anteriormente, sendo que, após a escolha dos
materiais de construção, tanto da instalação em si
como da blindagem adicional, calculam-se as
espessuras, levando em conta, também, a localização
dos equipamentos ou fontes emissores de radiação, as
direções de incidência do feixe, o tempo de operação
dos equipamentos ou manuseio das fontes radioativas
bem como os fatores de ocupação da instalação e das
áreas vizinhas, entre outros aspectos
Segurança das fontes de radiação
 As fontes emissoras de radiação ionizante devem ser
mantidas em local seguro, de modo a evitar que sejam
roubadas ou danificadas e, ainda, de modo a prevenir seu
uso não autorizado, minimizando, assim, a probabilidade de
ocorrência de acidentes. Assim:

 O controle sobre a fonte de radiação não deve ser


abandonado sem que sejam atendidos os requisitos
especificados pela Autoridade Competente para tal fim;
 A fonte de radiação não deve ser transferida sem
autorização específica válida;
 Inventários periódicos devem ser realizados, de modo a
confirmar que as fontes de radiação estejam em seus
locais previamente designados e em segurança.
Proteção do operador
 Os indivíduos que empregam, em seu trabalho, fontes de
radiação ionizante devem ter a sua disposição equipamentos
de proteção adequados, incluindo, conforme aplicável,
vestimentas apropriadas, como jalecos ou macacões,
equipamentos de proteção respiratória, biombos para
atenuação das radiações, aventais de chumbo e outras
blindagens específicas para determinados órgãos, luvas e
sapatilhas.

 As condições de trabalho devem ser as mais intrinsicamente


seguras possíveis, isso podendo ser alcançado pela adoção de
boas práticas de engenharia (dispositivos elétricos e
mecânicos de controle do acesso à fonte, por exemplo) de
modo a minimizar a necessidade de implementação de
procedimentos administrativos ou de emprego de
Treinamento
 As pessoas envolvidas em atividades com fontes de radiação
devem estar adequadamente treinadas de modo a assimilar a
necessidade de respeitar os regulamentos de segurança
radiológica, estando sempre cientes dos riscos associados ao
emprego de radiações ionizantes.

 Dentro do contexto de uma cultura de segurança, programas


de treinamento e reciclagem devem ser periodicamente
ministrados, de modo a encorajar uma atitude de aprendizado
e questionamento quanto aos aspectos de segurança
radiológica, desestimulando atitudes complacentes e
colocando em perspectiva que assuntos relacionados à
proteção e segurança devem receber a prioridade compatível
com sua importância, tendo em mente a saúde do trabalhador
e do público em geral bem como a preservação do meio
ambiente.
Princípios Fundamentais
 Justificação
 Nenhuma prática envolvendo exposição à radiação
deve ser adotada a menos que produza, pelo
menos, benefício suficiente para os indivíduos
expostos ou para a sociedade, para compensar o
detrimento da radiação que ela causa.
 Benefício tem que ser tal que compense o
detrimento
 Relação entre a probabilidade de ocorrência e grau
de gravidade do efeito
Princípios Fundamentais
 Otimização
 Em relação a qualquer fonte de radiação em
particular dentro de uma prática, todos as medidas
razoáveis devem ser tomadas para ajustar a
proteção de modo a maximizar o benefício líquido,
levando-se em conta fatores econômicos e sociais
 Numero de pessoas expostas
 Doses individuais
 Probabilidade de ocorrência de efeitos nocivos
devem ser tão baixos quanto razoavelmente
ezequíveis
 Princípio ALARA – As Low As Resonably
Achievable)
Princípios Fundamentais
 Limitação de Dose
 Finalmente, um limite deve ser aplicado às doses
recebidas (exceto em exposições médicas) por
qualquer indivíduo como resultado de todas as
práticas as quais ele estiver exposto.
 Dose individual de trabalhadores e indivíduos do
público não deve exceder os limites de dose
recomendados

 Prevenção de acidentes
 Todo esforço deve ser direcionado no sentido de
estabelecer medidas rígidas para a prevenção de
acidentes
Sistema de Proteção Radiológica
 Efeitos biológicos são cumulativos

 Para a proteção radiológica de exposições


externas considera-se:
 Distancia
 Tempo
 Blindagem
Prática x Intervenção
 Prática
 Qualquer atividade humana que possa resultar em
exposição á radiação

 Intervenção
 Qualquer atividade humana que possa reduzir a
exposição total
Classificação das Exposições
 Médica
 Tratamento ou diagnóstico
 Acompanhantes
 Voluntários
 Participantes de pesquisa científica
 Não há limite de dose
 Determinada pela necessidade médica
 Recomenda-se uso de níveis de referência
 Ocupacional
 Ocorrida no ambiente de trabalho

 Pública
 Todas as outras
Frequência e Tipos de Exposições
 Exposição única
 Radiografia convencional

 Exposição fracionada
 Radioterapia

 Exposição periódica
 Rotina de trabalho com materiais radioativos

 Exposição de corpo inteiro


 Irradiadores de alimentos
 Acidentes radioativos
Frequência e Tipos de Exposições
 Exposição parcial
 Acidentes
 Manipulação de radionuclídeos
 Exposição colimada
 Radioterapia
 Feixe intenso
 Esterilização e conservação de alimentos
 Radioterapia
 Feixe médio
 Radiodiagnóstico
 Feixe fraco
 Radioatividade natural
Radiação Natural de Fundo
 Toda a população está exposta a este tipo de
radiação

 Raios cósmicos
 Radiações eletromagnéticas e corpusculares advindas
do espaço exterior (ex.: Sol)

 Substâncias radioativas naturais


 Presente em todos os materiais (ex.: superfície
terrestre, interior do corpo humano)
Radiação Natural de Fundo
 Maior contribuição é do 222Rn
(Radônio) como
produto de decaimento do 226Ra (Rádio) que
tem T1/2 de 1603 anos
 O 222Rn é emanado do solo em forma de gás e
pode acumular-se em residências (t1/2=3,8
dias)
 O nível de exposição á radiação varia de lugar
para lugar, em geral, por um fator 3, mas em
alguns locais podem ocorrer variações de 10 e
até mesmo 100 vezes os níveis típicos de
exposição natural
Radiação Natural de Fundo
 No Brasil, destacam-se algumas regiões
 ES e MG
 Taxas de dose absorvida no ar de até 0,09 e
0,003mGy/h, respectivamente (incluindo
radiação cósmica e terrestre)
 A dose efetiva anual média/pessoa é de
2,4mSv
 A variação típica entre os diversos locais está
entre 1mSv e 10mSv
Uso Médico de Radiações
 Maior fonte artificial de exposição
 Crescimento contínuo
 Abrange grande parte da radiologia
 Devem ser limitadas a regiões anatômicas
 Indicadas com um propósito clínico específico
que beneficiam diretamente o indivíduo
examinado ou tratado
 Estimativas indicam uma tendência constante a
aumento do nº de procedimentos em radiologia
médica
Uso Médico de Radiações
 Exposições terapêuticas
 Doses muito mais altas
 Depositadas em uma determinada região
 Erradicação da doença ou paliativo
Uso Médico de Radiações
 A dose efetiva média anual/pessoa devido ao
radiodiagnóstico é de 0,4 mSv
 TC responsável pela maior contribuição para a
exposição

RADIOGRAFIA
TC
TÓRAX
QUANTIDADE 5% 30%
DOSE 34% 3%
Exposição Ocupacional
 Atividades que implicam exposição às
radiações ionizantes

 Nível comum de exposição, em geral, é baixo

 Exposição à trabalhadores é restringida por


limites internacionalmente reconhecidos, que
são 10 vezes a exposição média por radiação
natural

 As doses demonstradas na tabela a seguir são


doses resultantes exclusivamente da atividade
Outras Fontes de Exposição
 Resíduos das explosões de testes de
armamentos nucleares a céu aberto (1958 a
1962)

 Grande quantidade de material radioativo na


atmosfera

 Maiores lançamentos de radionuclídeos já


feitos no meio ambiente

 Níveis residuais de longa meia vida ainda


permanecem no ambiente
Outras Fontes de Exposição
 Acidente de Chernobyl – 26 de abril de 1986

 Reator nuclear de produção de energia

 Trabalhadores expostos a altas doses

 Consequências para saúde ou morte

 Até 1998, 1800m casos de câncer de tireóide


em crianças da Ucrânia, Bielorrúsia e Rússia
Outras Fontes de Exposição
 240 mil pessoas (trabalhadores)
 100mSv
 116 mil moradores evacuados da região
 30mSv
 Outros países
 1mSv
 Em termos da dose efetiva global média por
pessoa moradora do Hemisfério Norte, houve,
em 1986, decréscimo de 0,04mSv para cerca
de 0,002mSv nos anos seguintes
Outras Fontes de Exposição
 Geração de energia elétrica por usinas tende a
aumentar, a dose na população ficaria:

 Em operações normais:
 Dose coletiva de 6mSv para cada Gigawatt/ano
 Estima-se uma produção atual seja de 250gigawatt/ano,
a dose efetiva anual média por toda a população é de
0,0002mSv.
Irradiação x Contaminação
 IRRADIAÇÃO
 Paciente não se torna “radioativo”
 Não contamina outras pessoas ou o meio
ambiente
 Procedimentos com raios X
 Feixes de elétrons
 Radioterapia
 Irradiação severa
 Explosões de usinas nucleares
 Bombas atômicas
Irradiação x Contaminação
 CONTAMINAÇÃO
 Contato com fontes não seladas
 Medicina nuclear
 Fonte radioativa incorpora-se ao corpo do
paciente ficando radioativo

 Acidentes radioativos
 Goiânia (1987) – Césio 137
 Ingestão
 Absorção epitelial
Classificação das áreas
 Toda instalação radioativa está sujeita a regras
especiais de proteção radiológica
 Obrigatoriedade de delimitação de áreas
 ÁREA LIVRE
 Isenta de regras especiais de segurança
 Níveis de radiação menores que 1mSv/mês
Classificação das áreas
 ÁREA RESTRITA
 Acesso controlado
 Níveis de radiação maiores que 1mSv/mês

 Subdivididas em:
 Área supervisionada
 Níveis de radiação entre 1mSv/mês e 3mSv/mês
 Área controlada
 Níveis de radiação maiores que 3mSv/mês
Avaliação de doses individuais
 Monitores de área
 Locais de fácil acesso e visualização
 Acionados sempre que os níveis de radiação
ultrapassam os limites de segurança
 Uso obrigatório
 Monitoração individual
 Filme dosimétrico
 TLD (dosímetro termo-luminescente)
 Caneta dosimétrica
Avaliação de doses individuais
 Dosímetro de tórax
 Sempre posicionado na parte superior do tórax
 Registra dose de corpo inteiro
 Deve ser usado SOBRE o avental de chumbo
 Nesse caso, deve-se avisar á empresa que fará a
leitura para que aplique o fator de correção
adequado (1/10) para o cálculo de dose efetiva
 Dosímetro de extremidade
 Pulseira ou anel
 Utilizado por profissionais que lidam com fontes
seladas ou equipamentos de fluoroscopia
Níveis de referência
 Nível de registro
 0,2mSv
 Aplicado no programa de monitoração individual

 Nível de investigação
 1,2mSv
 Valor acima do qual justifica-se investigação
 Relativo a um só evento

 Nível de intervenção
 4mSv
 Interdição do serviço
 Afastamento do profissional para investigação
Riscos relativos
 Chances de morrer em conseqüência de
atividades comuns em nossa sociedade (1 em 1
milhão)
 Fumas 1,4 cigarros (câncer de pulmão)
 Passar 2 dias em NY (poluição)
 Dirigir 65km em um carro (acidente)
 Voar 2500 milhas de avião (acidente)
 Praticar 6 minutos de canoagem
 Receber 0,1 mSv de radiação (câncer)
Riscos relativos

FATORES DE RISCO DE EFEITO RELATIVO


CÂNCER (RADIAÇÃO)
RADIAÇAO IONIZANTE 1
ÁLCOOL 1,5
COMPORTAMENTO SEXUAL 3,5
INFECÇÕES 5
FUMO 15
DIETA 18
Equipamento de Proteção Individual
 Equipamento destinado a proteger os indivíduos
contra os efeitos das radiações ionizantes
 Especificações e equivalência em chumbo que
devem ser adequadas ao tipo de radiação a qual
vai ser exposto
 Utilizar sempre que possivel
 Profissional, acompanhantes e pacientes
(quando possivel)
EPI’s
 Avental de chumbo
 Protetor de tireoide
 Protetor de gonadas
 Oculos plumbifero
 Luva plumbifera
 Manga protetora
 Inserir imagem de cada um deles
EPI’s
 Cuidados de manipulação
 Frágeis
 Manuseio cuidadoso
 Cabide apropriado ou posição horizontal (sem
dobras)

 Maus tratos
 Fissuras
 Rompimento do lençol de chumbo
 Diminuição da vida útil
EPC’s
 Equipamento de proteção coletiva
 Todo e qualquer elemento que proteja 2 pessoas
ou mais
 Parede blindada
 Vidro plumbífero
 Porta plumbífera
 Biombo de chumbo
Valores Típicos de dose em
diagnóstico
 RADIOGRAFIA
 Tórax PA: 0,03mSv
 Abdome AP: 0,5mSv
 Pelve AP: 0,2mSv

 FLUOROSCOPIA
 Enema opaco: 3,1mSv
 Angiografia cerebral: 18mSv
 Stent coronairano: 50mSv
Valores Típicos de dose em
diagnóstico
 MEDICINA NUCLEAR
 Screening ósseo (Tc-99m): 4,4mSv
 Perfusão miocárdica (Tl-201): 18mSv

 TOMOGRAIFA COMPUTADORIZADA
 Crânio: 1,3mSv
 Tórax: 5,5mSv
 Pelve e abdome: 8mSv

 DENSITOMETRIA ÓSSEA
 Corpo inteiro: 0,01mSv
IMPORTANTE
 Estes valores nunca são iguais para os
indivíduos, cada pessoa possui uma estrutura
corpórea diferente das demais

 Deve-se levar em conta também o tipo e as


condições de cada equipamento usado
durante a realização dos procedimentos (Ex:
calibração do feixe, filtração etc)
UNIDADES DE RADIAÇÃO
 Quatro grandezas físicas são definidas
para medir a radiação:

 Exposição (X)

 Dose absorvida (D)

 Dose equivalente (H)

 Dose equivalente efetiva (HE)


UNIDADES DE RADIAÇÃO

 Exposição (X): é uma medida da habilidade ou


capacidade dos raios X e gama em produzir
ionizações no ar. Ela mede a carga elétrica total
produzida por raios X e gama em um kilograma de ar.
A unidade atual da grandeza exposição é o coulomb
por kilograma (C/kg). A unidade antiga é o roentgen
(R)
X = ΔQ / Δm
Em que ΔQ é a soma das cargas elétricas de todos os
íons de um mesmo sinal, produzidos no ar, quando
todos as cargas liberadas pelos fótons da radiação X
ou gama, num volume de ar cuja massa é Δm, são
completamente freadas no ar
UNIDADES DE RADIAÇÃO
 Dose absorvida (D): grandeza mais abrangente que a
grandeza exposição, pois é válida para todos os tipos
de radiação ionizante (X, gama, alfa e beta) e é valida
para qualquer tipo de material absorvedor. Ela é
definida como a quantidade de energia depositada pela
radiação ionizante na matéria, num determinado
volume conhecido. A unidade atual da grandeza dose
absorvida é o gray (Gy) e a unidade antiga é o rad.

D=E/m
Em que E é a energia absorvida da radiação pela
massa m do absorvedor
UNIDADES DE RADIAÇÃO
 Dose equivalente (H): os efeitos químicos e
biológicos que ocorrem num meio exposto à
radiação dependem não só da energia absorvida
pelo meio, mas também do tipo de radiação
incidente e da distribuição da energia absorvida.
Esta grandeza é definida como o produto de dose
absorvida D pelo fator de qualidade Q e pelos
fatores de modificação N

H=D.Q.N

 A unidade de dose equivalente até 1975 foi o rem, depois


foi mudada para o sievert (Sv): 1 Sv = 1 Gy
UNIDADES DE RADIAÇÃO
 O fator de qualidade Q leva em conta que a radiação
que produz maior número de ionização no tecido, por
unidade de comprimento, causa maior dano biológico
do que aquela que produz menor número de ionização
por unidade de comprimento. No primeiro caso estão
as partículas α, fragmentos de fissão, e no segundo,
raios X, raios gama e elétrons

Tipo de radiação Fator de qualidade Q


Raios X, raios gama e
1
elétrons
Nêutrons e prótons 10
Partículas alfa e de carga
20
superior a 1
UNIDADES DE RADIAÇÃO

 N é o produto de todos os outros fatores de


modificações especificadas pela ICRP, que se
relacionam também com o número de ionização
produzido no tecido por unidade de
comprimento, além de seus valores dependerem
do meio onde ocorre a ionização. A obtenção do
valor de N para cada caso é muito complicada e
a ICRP fixou seu valor em 1, até que se encontre
uma forma mais apropriada para esse cálculo
UNIDADES DE RADIAÇÃO

 Dose equivalente efetiva (HE): com o objetivo de se


limitar o risco dos efeitos estocásticos, foi introduzido o
conceito de dose equivalente efetiva. Esta grandeza
está baseada no princípio de que para um certo nível
de proteção, o risco deve ser o mesmo se o corpo
inteiro for irradiado uniformemente, ou se a irradiação é
localizada em um determinado órgão. A dose recebida
em cada órgão do corpo humano é multiplicada por um
fator de ponderação (WT), o qual leva em conta o risco
de efeitos estocásticos

HE = D . Q . WT
UNIDADES DE RADIAÇÃO
 Fatores de ponderação para órgãos do corpo
humano

Órgão Fator de ponderação


Gônadas 0,25
Mamas 0,15
Medula óssea 0,12
Pulmão 0,12
Tireóide 0,03
Osso 0,03
Restante do corpo 0,06
LIMITES DE DOSE

Dose
Trabalhador Público
Equivalente
Dose equivalente 20 mSv (2 rem) 1 mSv (0,1 rem)
efetiva
Dose equivalente 500 mSv (50 rem) 50 mSv (5 rem)
para a pele
Dose equivalente 150 mSv (15 rem) 50 mSv (5 rem)
para o cristalino
Dose equivalente 500 mSv (50 rem) 50 mSv (5 rem)
para extremidades
UNIDADES DE RADIAÇÃO

Dose letal ao ser humano: 4 Gy =


400 rad = 4 Sv

Antiga Nova Símbolo Relação


Dose Rad Gray Gy 1 rad = 1 cGy
Dose
Rem Sievert Sv 1 rem = 0,01 Sv
equivalente
Radioatividad Becquer 1Ci = 3,7 x 1010
Ci Bq
e el Bq
Interação da radiação com as células
 Transferência de energia
 Ionização e excitação
 Modificação na estrutura celular

 Efeitos físico-químicos acontecem


instantaneamente e não consegue-se controlá-lo
 Efeitos biológicos acontecem em intervalos de
tempo que vão de minutos a anos
 Efeitos orgânicos são doenças
 Incapacidade de recuperação
 Catarata, leucemia, câncer
Tipos de exposição e seus
efeitos
 Exposição externa
 Resultado de fontes externas ao corpo

 Exposição interna
 Entrada de material radioativo no organismo por
inalação, ingestão, ferimentos ou absorção pela
pele

 Tempo de manifestação dos efeitos


 Tardio: manifestam-se após 60 dias á exposição
 Imediatos: ocorre a poucas horas ou até 60 dias
após a exposição
Tipos de exposição e seus
efeitos
 Efeitos, quanto a nível de dano
 Somáticos: acontecem na própria pessoa que foi
irradiada
 Hereditários: manifestam-se na prole do indivíduo
como resultado de danos causados nas células dos
órgãos reprodutores
EFEITOS BIOLÓGICOS
 Características gerais

 Especificidade: os efeitos biológicos das radiações


podem ser provocados por outros agentes físicos,
químicos ou biológicos

 Reversibilidade: a célula possui mecanismos de


reparo, podendo, em caso de danos parciais, re-
sintetizar ou restaurar uma estrutura danificada

 Transmissividade: a maior parte das alterações


causadas pelas radiações ionizantes que afetam
células e organismos não se transmitem a outras
células ou outros organismos, exceção feita à
irradiação das gônadas, que pode resultar em
alterações transmissíveis aos descendentes
EFEITOS BIOLÓGICOS
 Radiosensibilidade: nem todas as células, tecidos
órgãos ou organismos respondem igualmente à
mesma dose de radiação. A radiosensibilidade das
células é diretamente proporcional a sua capacidade
de reprodução e inversamente proporcional ao seu
grau de especialização

 Fatores de Influência: pessoas expostas à mesma


dose de radiação não apresentam, necessariamente os
mesmos danos e o mesmo tempo de resposta. Por
exemplo, o indivíduo é mais vulnerável à radiação
quando criança (processo de multiplicação celular mais
significativo) ou quando idoso (processo de reparo
celular pouco eficiente)
EFEITOS BIOLÓGICOS

 Tempo de Latência: há um período de tempo que


decorre entre o momento da irradiação e o
surgimento do dano visível ou detectável

 Limiar: certos efeitos exigem, para se manifestar,


que a dose de radiação seja superior a uma dose
mínima. O efeito eritema, por exemplo, é
observado para uma dose limiar da ordem de 3,5
Sv (350 rem)
Propriedades dos Sistemas
Biológicos
 Mecanismo de reversibilidade
 Não acontece transmissividade (a não ser
hereditário)
 Fatores de influência são decisivos
 Pessoas que receberam a mesma dose, podem
não apresentar o mesmo dano
 Idade
 Sexo
 Estado físico
EFEITOS BIOLÓGICOS
 Os efeitos podem ser classificados:

 Segundo a dose absorvida


 ESTOCÁSTICOS ou DETERMINÍSTICOS

 Segundo o tempo de manifestação


 IMEDIATOS ou TARDIOS

 Segundo o nível de dano biológico


 SOMÁTICO ou GENÉTICO
EFEITOS BIOLÓGICOS
ESTOCÁSTICO

 Leva à transformação celular. Sua causa deve-se a


alteração aleatória no DNA de uma única célula que
continua a se reproduzir. Quando o dano ocorre em
célula germinativa, efeitos genéticos ou hereditários
podem ocorrer

 Não apresenta limiar de dose: o dano pode ser


causado por uma dose mínima de radiação.
Tumores altamente malignos podem ser causados
por doses baixas e outros benignos por doses altas.
A severidade é constante e independente da dose
Efeitos Estocásticos
 Causam alteração aleatória no DNA em uma única
célula
 Continua a reproduzir-se
 Levam á transformação celular
 Efeitos hereditários são estocásticos
 Não apresentam limiar de dose
 Pode ser causado por dose mínima de exposição
 Aumento da dose aumenta a probabilidade e não a
severidade do dano
 Severidade determinada pelo tipo e localização do
tumor
 Mecanismos de defesa muito eficientes
 Maioria das transformações neoplásicas não evoluem
para câncer
Efeitos Estocásticos
 Quando o mecanismo falha, após um período
muito grande de latência, o câncer aparece
 Período de latência
 Leucemia: ~5-7 anos
 Tumores sólidos: ~20 anos

 Efeitos são cumulativos


 Quanto maior a dose,maior a probabilidade de
ocorrência
 Quando o efeito ocorre em célula germinativa,
efeitos hereditários podem ocorrer
Efeitos Estocásticos
 A probabilidade de ocorrência é função
da dose

 São difíceis de serem medidos


experimentalmente, devido ao longo
período de latência

 Exemplos: câncer, (leucemia de 5 a 7


anos; tumores sólidos de 15 a 10 anos ou
mais), efeitos genéticos
Efeitos Estocásticos
 O estabelecimento de conclusões sobre o
efeito estocástico não é direto e muito menos
individualizado

 Os melhores dados epidemiológicos existentes,


são dos sobreviventes de Hiroshima e
Nagasaki (1945)
Efeitos Estocásticos
 Grupo distinto

 Irradiação uniforme pelo corpo inteiro


 86.000 pessoas
 35.000 faleceram
 421 mortes por câncer além do esperado
 334 mortes por tumores
 87 por leucemia

 Conclusões completas deste estudo demorarão


para sair
Efeitos Estocásticos
 Cada pessoa tem sensibilidade diferente à
indução do câncer por radiação

 Cânceres induzidos por radiação não são


distinguíveis dos demais

 O processo que vai da criação de um par de


íons no DNA para a manifestação de um
câncer é raramente completado
EFEITOS BIOLÓGICOS
DETERMINÍSTICOS
 Leva à morte celular
 Existe limiar de dose: os danos só aparecem a partir de
uma determinada dose
 A probabilidade de ocorrência e a gravidade do dano
estão diretamente relacionadas com o aumento da dose
 Geralmente aparecem num curto intervalo de tempo
 Exemplos: catarata, leucopenia, náuseas, anemia,
esterilidade, hemorragia, eritema e necrose
Efeitos Determinísticos
 Relação entre dose e dimensão do dano
esperado
 Acontece a partir de uma determinada dose
 Probabilidade de ocorrência e severidade do
dano diretamente relacionados com o aumento
da dose
 Alterações são somáticas
 Efeitos clínicos podem aparecer
 Eritema (3-5Gy)
 Necrose (20Gy)
 Difere em cada biotipo
EFEITOS BIOLÓGICOS
Forma Dose Absorvida Sintomalogia
Infra-clínica < 1 Gy Ausência de sintomas na
maioria dos adultos
Reações gerais leves 1 – 2 Gy Astenia, náuseas, vômitos
Hematopoiética Leve 2 – 4 Gy Função medular atingida:
linfopenia, leucopenia,
trombopenia, anemia.
Recuperação em 6 meses
Hematopoiética 4 – 6 Gy Função medular gravemente
Grave atingida
Gastro-Intestinal 6 – 7 Gy Diarréia, vômitos.
Morte em 5-6 dias
Pulmonar 8 – 9 Gy Insuficiência respiratória,
coma. Morte entre 14-36
horas
Cerebral > 10 Gy Colapso do sistema nervoso
central. Morte em poucas
EFEITOS BIOLÓGICOS
SOMÁTICOS
 Surgem de danos nas células do corpo, e apresentam-se
apenas em pessoas que sofreram a irradiação, não
interferindo nas gerações posteriores
 Classificam-se em:
 Imediato: aqueles efeitos que ocorrem em um período
de horas até algumas semanas após a irradiação. Ex.:
eritema, queda de cabelos, necrose de tecido,
esterilidade temporária ou permanente, alterações no
sistema sanguíneo, etc
 Tardio: quando os efeitos ocorrem vários meses ou
anos após a exposição à radiação. Ex.: aparecimento
de catarata, o câncer, a anemia aplástica, etc
EFEITOS BIOLÓGICOS
GENÉTICOS
 Danos provocados nas células que participam do
processo reprodutivo de indivíduos que foram expostos à
radiação, podem resultar em defeitos ou má formações
em indivíduos de sua descendência

 Os efeitos genéticos das radiações podem ocorrer com


qualquer nível de dose, seja ela crônica ou aguda, pois
não há um limiar para que iniciem as alterações
genéticas, a exemplo como ocorre nos efeitos somáticos.
Sabe-se que quanto maior a dose, maior a probabilidade
de ocorrência de mutações genéticas
EXPECTATIVA DE PERDA DE VIDA
POR DIVERSOS MOTIVOS
CAUSA DIAS CAUSA DIAS
Ser homem solteiro....................3500 Fumar charutos................................330
Homem fumante........................ 2250 Acidentes em trab. Arriscado...........300
Doenças do coração..................2100 Fumar cachimbo..............................220
Ser mulher solteiro.....................1600 Comer 100 cal/dia A MAIS...............210
Ter sobrepeso em 30%..............1300 Acidentes com veículos mot............207
Ser mineiro de carvão...............1100 Pneumonia – gripes ........................141
Ter câncer....................................980 Alcoolismo........................................130
Ter sobrepeso em 20%................900 Acidentes domésticos .......................95
Escolaridade (8a. Série)...............850 Suicídios........................................... 95
Mulher fumante............................800 Diabete..............................................95
Ser pobre.....................................700 Homicídios....................................... .90
Hemorragia cerebral....................520 Uso impróprio de drogas.................. .90
Viver em estado desfavorável......500 Acidentes de trabalho....................... 74
EXPECTATIVA DE PERDA DE VIDA
POR DIVERSOS MOTIVOS
CAUSA DIAS CAUSA DIAS
Afogamento.......................................41 Envenenamento (gás).......................... 7
Trab. ocup. com mat. rad. ...............40 Café...................................................... 6
Quedas..............................................30 Anticoncepcionais.................................5
Acidentes com pedestres..................37 Acidentes c/ bicicletas, motos...............5
Trab. seguro – acidentes...................30 Combinação de todas catástrofes......3,5
Fogo – queimaduras..........................27 Bebidas dietéticas.................................2
Geração de energia...........................24 Acidentes com reatores.........................2
Uso ilícito de drogas..........................18 Radiação da ind. nuclear.......................9
Envenenamento (sol. – líq)................17
Sufocamento......................................13
Acid. com armas de fogo...................11
Radiação natural.................................8
Raios X médicos................................6
Efeitos da Exposição Pré Natal
 Um gameta modificado nas gônadas, pode
transmitir informação hereditária incorreta e
causar efeitos estocásticos nos descendentes
(hereditário)

 Dois tipos de danos genéticos radioinduzidos


são caracterizados importantes:
 As mutações genéticas
 Alterações nas unidades elementares da hereditariedade
(genes)
 Aberrações cromossômicas
 Alterações na estrutura ou no número de cromossomos
Efeitos da Exposição Pré Natal
 Mutação dominante
 Efeitos manifestados na primeira geração de
descendentes

 Mutação recessiva
 Quando o efeito não é tão manifesto
Efeitos da Exposição Pré-natal
 Dose máxima em gestantes = 100 mGy
 Depende de quando ocorreu a exposição após
a concepção
 Falha no implante
 Morte do embrião
 3 primeiras semanas de concepção
 Não acontece efeito determinístico ou estocástico
 Após a 3º semana
 Malformações
 Efeito determinístico ou estocástico
Efeitos da Exposição Pré-natal
 Cretinismo (Hiroshima e Nagasaki)
 8º a 25º semanas:
 Dose fetal cima de 100 mGy
 Diminuição perceptível do Q.I.
 Dose fetal acima de 1000 mGy
 Elevada probabilidade de retardamento mental grave
 8º a 15º semana > sensibilidade
 16º a 25º semana < sensibilidade
 Após 25º semana mais resistente
Sistema de Proteção Radiológica
 Fornecer um padrão apropriado de proteção para
o homem, sem limitar os benefícios criados pela
aplicação das radiações ionizantes

 Evitar efeitos determinísticos


 Existe o limiar de dose

 Manter as doses abaixo do limiar relevante

 Prevenir os efeitos estocásticos


 Uso de recursos disponíveis para a proteção
radiológica
RESPONSABILIDADE
SEMPRE...
 Assim como qualquer atividade profissional, o
uso das radiações ionizantes exige regras
básicas de segurança
 Quando um acidente ocorre numa atividade
qualquer, o impacto social e ambiental pode ser
contornado e comprometem parte da população
e do meio
 Mas quando um acidente com radiações
ionizantes ocorre devido a negligência quanto às
regras de segurança, consequências
catastróficas para toda a sociedade e meio
ambiente poderão ter impactos importantes,
capazes de comprometer nossas vidas assim
como as das gerações futuras
Custo x Benefício

O estabelecimento de um padrão apropriado de


proteção, considerando a melhor relação entre
custos e benefícios, não pode ser obtido apenas
com base em conceitos científicos, mas deve
considerar todos os diferentes tipos de riscos de
importância significativa e fazer um balanço entre
os riscos e benefícios associados.
Detecção das radiações
 A percepção da radiação, seja qualitativa ou
quantitativa, só pode ser realizada com a ajuda
de materiais ou instrumentos capazes de captar
e registrar sua presença.
 A detecção é realizada pelo resultado produzido
da interação da radiação com um meio sensível
(detector).
 Em um sistema detector os detectores de
radiação são os elementos ou dispositivos
sensíveis a radiação ionizante utilizados para
determinar a quantidade de radiação presente
em um determinado meio de interesse.
Detecção das radiações
 A integração entre um detector e um sistema de
leitura (medidor), como um eletrômetro ou a
embalagem de um detector é chamado de
monitor de radiação.
 Os sistemas detectores que indicam a radiação
total a que uma pessoa foi exposta são
chamados de dosímetros.
 A diferença entre cada uma das categorias está
relacionada com a faixa de energia de cada tipo
de radiação que se deseja medir, bem como a
resolução e eficiência que se deseja da medição.
Cada tipo de detector possui uma aplicação onde
sua eficiência será melhor e sua precisão maior
Tipos de detectores e características
 Emulsão fotográfica
 Faixa e sensibilidade baixa à radiação. Usada na
monitoração pessoal e e base para radiografias. A radiação
produz alterações na densidade (enegrecimento) do filme
revelado. Desta forma pode-se quantificar a exposição de
radiação. O uso de filtros ajuda a separar exposições de
radiações menos penetrantes (beta) de daquelas mais
penetrantes (gama).
Tipos de detectores e características
 Caneta dosimétrica
 Portátil. Leitura imediata. Precisão baixa. A caneta
dosimétrica foi desenvolvida para permitir a avaliação da
dose recebida por um trabalhador durante a realização de
um trabalho.
Detectores a gás
 Os detectores a gás são conhecidos também
como detectores por ionização em gases. Isto
porque a radiação incidente no volume sensível
(o gás) cria pares de íons que podem ser
contados em um dispositivo de medida elétrica
(unidade de leitura) os eletrômetros

 Câmara de Ionização
 Proporcional
 Geiger-Müller
Detectores a gás
 Câmara de ionização
 Portátil, faixa ampla e exatidão das medidas. A corrente
gerada não é dependente da tensão aplicada, mas sim uma
função do número de interações com os fótons incidentes
Detectores a gás
 Contador (câmara) proporcional
 Instrumento de laboratório, exato e sensível a radiação.
Usado na medida de radionuclídeos. No contador
proporcional, os elétrons são acelerados em direção ao ânodo
com energia suficiente para ionizar outros átomos. Este
detector é conhecido como proporcional pois o pulso elétrico
gerado é um múltiplo da interação ocorrida no gás
Detectores a gás
 Contador Geiger muller
 Portátil, usado na monitoração pessoal e
estacionária. É o mais conhecido instrumento de
detecção de radiações.
 O contador Geiger é baseado na propriedade
ionizadora das emissões radioativas.
 É constituído basicamente de:
 Uma ampola detectora de radiação;
 Uma fonte de energia elétrica;
 Um dispositivo para medir a corrente elétrica;
 Um amplificador e um alto-falante.
Contador Geiger Muller
Detectores a gás
 Dosimetria termoluminescente
 Faixa ampla
 Exato e sensível a radiação
 Monitoração pessoal e estacionária
 A aplicação mais conhecida é os dosímetros individuais em
serviços de radiodiagnóstico
Detectores a gás
 Detector de cintilação
 Faixa limitada. Muito sensível. Pode ser um
instrumento portátil ou estacionário. Utilizado em
espectroscopia e produção de imagens. Materiais
cintiladores podem absorver a energia cedida pelas
radiações ionizantes e convertê-las em luz. Os
materiais mais usados são o iodeto de sódio, o
sulfeto de zinco e cintiladores plásticos. Os
detectores são a associação destes materiais
cintiladores acoplados a uma fotomultiplicadora
Câmaras de cintilação
Dosímetro
 Medidor de dose de radiação ionizante
 Cristais com propriedades termoluminescentes
(TLD)
Dosímetro - Funcionamento
 Quando aquecidos em um curto período de
tempo à uma certa temperatura, emitem luz UV
 Intensidade proporcional á dose de radiação
incidente
 Em temperatura normal, os cristais acumulam a
energia da radiação incidente durante longos
períodos (meses)
 Liberam essa energia em forma UV, quando lidos
no laboratório
Dosímetro padrão
 Idêntico ao individual
 Utilizado como referência na leitura
 Deve ser armazenado em local isento de
exposição á radiação
 Dose do profissional – dose do dosímetro padrão
 Desconto de eventual exposição recebida pelo
conjunto dos dosímetros durante o transporte ou
armazenamento
 Não deve ser utilizado como dosímetro pessoal
Dosímetro padrão
 Quando utilizado de forma incorreta, a empresa
responsável pela leitura adverte:

“ O dosímetro padrão recebeu dose acima do


normal. Favor verificar as condições de uso do
padrão, isto é, colocá-lo juntamente com os
dosímetro em não uso, em local livre de radiação
e jamais utilizar o dosímetro padrão para
monitorar pessoas ou ambientes com radiação.”
Dosimetria pessoal
 Determinar o nível de doses de radiação
recebida
 Indicador das condições de funcionamento da
aparelhagem
 Dose elevada:
 Maneira incorreta de trabalho
 Instalação com problema de blindagem
 Aparelhagem defeituosa
Utilização do dosímetro
 Uso exclusivo
 Permanente durante todo o período de trabalho
em apenas uma instituição
 Deve estar visível, preferencialmente, na região
mais exposta do tronco
 Acima do avental plumbífero
 Nada deve ficar a sua frente (caneta, cartão,
etc...)
 Quando não estiver utilizando, armazenar
juntamente com o dosímetro padrão em local
livre de radiação
Troca x Devolução
 Data de base do período identificada no
dosímetro
 Cores para cada período
 Dosímetro de Tórax e de Nêutrons
 AZUL – meses pares
 VERDE – meses ímpares
 Dosímetro Anel
 AMARELO – meses pares
 LARANJA – meses ímpares
 Dosímetro de pulso
 Não utiliza sistema de cores, data no verso da
pulseira
Laudo de Dose Mensal
 Relatório das doses recebidas pelo usuário
durante o período
 Período de uso do dosímetro: 1 mês
 Inicia-se no dia 01 ou 15 de cada mês
 Em caso de atraso da remessa os dosímetros
podem ser utilizados por mais alguns dias
 Registro na CNEN
 IRD – Instituto de radioproteção e dosimetria
 As doses são apresentadas em 3 colunas
 Mês, trimestre e ano.
Laudo de Dose Mensal
 Abreviações utilizadas
 BG-Background ou radiação de fundo
 Dose menor que 0,2mSv
 ND-Não Devolvido
 DD-Dose Desconhecida
 Não foi possível ler o dosímetro
 *- sinal seguido da dose significa que houve leitura
de urgência
 Irradiação acidental
 Leitura imediata
 Leitura de dois dosímetros (acidente + outro do período
restante)
Limites primários anuais
 Substitui o antigo conceito de Dose Máxima
Permissível
 Estipulados pelas diretrizes básicas de
radioproteção da CNEN (NN 3.01)
 Não devem ser ultrapassados por trabalhadores
ou público durante um período de 12 meses
Níveis de referência (Dose mensal)
 Nível de Registro - BG à 1,2mSv
 Registrado na instituição

 Nível de Investigação – 1,2mSv à 4mSv


 Investigar causas que justifiquem a exposição
 Instruções e recomendações da empresa leitora

 Nível de Interferência – acima de 4mSv


 Medidas de interferência no processo de trabalho
 Relatório deve ser enviado à CNEN
Dose elevada
 Acima de 4mSv
 Relatório de investigação
 Registro de atitudes tomadas
 Anexar laudos mensais de doses
 De 50mSv a 100mSv
 Relatorio de investigação
 Laudos mensais anteriores
 Enviar cópia para Coordenação Geral do Grupo de
Analise de Doses Elevadas – GADE/CNEN
 Acima de 100mSv
 Realizar contato imediato com GADE/CNEN e
receber instruções de medidas a serem tomadas
Relatório de Investigação
 Sucinto
 Objetivo
 Identificação da causa real da exposição
 Circunstância que ocasionou a alta dose
 Medidas corretivas adotadas
 Dados pessoais
 Nome do usuário
 Período da dose
 Atitudes tomadas
Relatório de Investigação
 Exemplo:
 A investigação sobre os motivos desta exposição,
levou-nos a constatar que...
 Durante a realização dos exames o referido usuário
utilizou, ou não utilizou um avental de plumbífero
para sua proteção de corpo inteiro?
 Da mesma forma o dosímetro foi usado sobre ou
sob o avental?
 Os exames laboratoriais de rotina foram realizados
e constatou-se ou não alterações no exame de
sangue?
(Contagem de plaquetas, hemograma completo do
usuário.)
Normas Vigentes
 Norma CNEN NE 3.01
 As Diretrizes Básicas de Radioproteção - Norma CNEN NE 3.01
estabelece os princípios, limites, obrigações e controles básicos para
quem trabalha com Radiação Ionizante. Esta norma pode ser obtida
junto à CNEN. ( www.cnen.gov.br)

 PORTARIA 453 de 01/07/88


 A Portaria 453 aprova o Regulamento Técnico que estabelece as
diretrizes básicas de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico
Médico e Odontológico, dispõe entre outros sobre o uso dos raios x
diagnósticos em todo o território nacional.

 A Portaria 453 estabelece que: “Nenhuma instalação pode ser


construída, modificada, operada ou desativada, nenhum
equipamento de radiodiagnóstico pode ser vendido, operado,
transferido de local, modificado e nenhuma prática com Raios-X
diagnóstico pode ser executada sem que estejam de acordo com os
requisitos estabelecidos neste regulamento”
SINALIZAÇÕES
MANUAL DAS BOAS PRÁTICAS DE
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
Ações do técnico em radiologia para
radioproteção nos serviços
radiológicos.
 Como um profissional totalmente responsável pelas
próprias ações, a responsabilidade da radioproteção
tanto do paciente quanto dos companheiros de
trabalho é particularmente importante para os
técnicos.

 Um estudo completo e a compreensão da


radioproteção é essencial para todos os profissionais
envolvidos com a Radiologia.

 É da responsabilidade de todo técnico sempre se


certificar de que a dose de radiação recebida tanto
pelo paciente quanto pelo examinador seja a mínima
Proteção do técnico
 Os técnicos devem sempre lembrar que pela própria
natureza de seu trabalho sofrem exposição
ocupacional à radiação e, portanto, devem seguir
todas as práticas de segurança possíveis para limitar
a exposição.

 A seguir é fornecido um resumo de quatro formas


importantes pelas quais pode ser alcançado este
objetivo:
1- Sempre usar um dosímetro ou outro dispositivo de
monitorização, embora o dosímetro não diminua a
exposição do usuário, a existência de registros
precisos em longo prazo de dosímetro ajuda na
avaliação de um programa de segurança radiológica.
 2 - Se for necessário conter o paciente, a pessoa que
auxilia na contenção NUNCA deve ficar na frente do
feixe primário ou útil e deve SEMPRE usar aventais de
proteção e outros dispositivos.

 Utilizar aparelhos ou faixas de contenção sempre que


possível (sempre consultar o responsável pelo
paciente antes da contenção!), e apenas como
último recurso deve alguém permanecer na sala para
conter os pacientes, esta pessoa nunca deve
pertencer à equipe de radiologia.
 3- Em exames no leito ou de pacientes traumatizados
e em procedimentos de fluoroscopia, SEMPRE usar
aventais de chumbo e permanecer o mais distante
possível (princípio da distância) da fonte de raios X
para proteção contra exposição à radiação difusa.
 4 - Praticar o uso da colimação, filtração do feixe
primário, técnicas de maior kv, écrans de alta
velocidade, e mínima repetição de exames.

 A exposição do radiologista é devida basicamente à


radiação dispersa do paciente. Portanto, a redução
da exposição do paciente resulta em redução da
exposição do radiologista também.
CAMPO DO FEIXE TEM QUE SER LIMITADO PARA NÃO
ATINGIR ORGÃOS VITAIS COMO O CRISTALINO E A
TIREÓIDE.
Proteção do paciente.

 Todo profissional técnico está sujeito a um código de


ética que inclui responsabilidade pelo controle e
limitação da exposição à radiação dos pacientes sob
seus cuidados.

 Esta é uma responsabilidade séria e cada uma das


seis formas específicas, fornecidas a seguir para
reduzir a exposição do paciente deve ser
compreendida e posta em prática.
1. Repetição mínima de radiografias:
 A primeira e mais básica forma de evitar radiação
desnecessária é evitar a repetição desnecessária de
radiografias.

 Uma das causas de repetição de radiografias é a má


comunicação entre o técnico e o paciente. Instruções
confusas e não compreendidas sobre a respiração são
uma das causas mais comuns de movimento e da
necessidade de repetição das radiografias.

 Quando os procedimentos não são claramente


explicados, o paciente pode apresentar maior ansiedade
e nervosismo devido ao medo do desconhecido.
 Esta tensão decorrente da incerteza e do medo
freqüentemente aumenta o estado de confusão
mental do paciente e compromete a capacidade de
cooperar totalmente.

 Para evitar isso, o técnico deve explicar


cuidadosamente e completamente as instruções
respiratórias, bem como o procedimento geral em
termos simples que o paciente possa compreender
 Os pacientes devem ser avisados antecipadamente de
quaisquer movimentos ou ruídos estranhos do
equipamento durante a exposição.

 Também qualquer sensação de queimação ou outros


possíveis efeitos de injeções durante exposições
devem ser explicados ao paciente.

 O descuido no posicionamento ou a seleção de fatores


de exposição incorretos também são causas comuns
de repetições e devem ser evitados.
 O posicionamento correto e preciso requer um bom
conhecimento e compreensão de anatomia porque
estes permitem ao técnico visualizar o tamanho,
formatos e localizações das estruturas
radiografadas.
2 . Filtração correta:

 A filtração do feixe primário de raios X reduz a


exposição do paciente pela absorção da maioria dos
raios X “inúteis” de menor energia que expõe
basicamente a pele e o tecido superficial do paciente.

 O efeito final da filtração é um “endurecimento” do


feixe de raios X, resultando em um aumento da
energia efetiva ou da penetrabilidade do feixe de raios
X.
3 . Colimação:
 Colimação precisa é outra forma importante de
reduzir a exposição do paciente por limitação do
tamanho e do formato do feixe de raios X apenas à
área de interesse clínico, ou àquela área que deve
ser visualizada no filme ou em outro receptor de
imagem.

 O colimador retangular variável é comumente usado


em equipamento radiográfico diagnóstico para fins
gerais. O campo iluminado define cuidadosamente o
campo do feixe de raios X em equipamento
precisamente calibrado e pode ser usado de forma
eficaz para determinar a região irradiada.
 A prática da colimação à área de interesse clínico
resulta em uma significativa diminuição da exposição
do paciente e aumenta a qualidade da imagem
através de diminuição da dispersão.

 Regra de Colimação: Uma regra geral indica que os


limites da colimação devem ser visíveis no filme em
todos os quatro lados, se o tamanho do filme for
suficientemente grande para permitir isto, sem cortar a
anatomia essencial.
 Para algumas partes do corpo, tal como um grande
abdômen de adulto, pode não ser possível colimação
lateral visível na radiografia. Entretanto, na maioria
dos exames, tal como dos membros superiores e
inferiores, coluna vertebral e crânio, a colimação dos
quatro lados visível na radiografia é possível sem
cortar a anatomia essencial.
4. Proteção de áreas específicas:

 A proteção de área específica é necessária quando


tecido ou órgãos particularmente sensíveis, tais como o
cristalino, mamas e gônadas, estão dentro ou próximas
do feixe útil.

 Exemplos deste tipo de proteção da área são os


protetores da mama e gônadas que podem ser usados
sobre mamas e gônadas juvenis para determinados
exames, tal como exames da coluna.
 A proteção da área mais comum é a proteção das
gônadas, usada para proteger os órgãos reprodutivos
da irradiação quando estão dentro ou próximo do feixe
primário.

 Os escudos das gônadas para homens devem ser


colocados distalmente à margem inferior da sínfise
púbica, cobrindo a área dos testículos ou escroto.
 É um pouco mais difícil determinar a proteção da
gônada em mulheres para cobrir a área dos ovários,
trompas de falópio e útero. Uma regra geral para
mulheres adultas é cobrir uma área 8-10 cm acima da
sínfise púbica e 4-5 cm para cada lado da linha média
pélvica. Podem ser usados vários formatos de escudo
tais como oval, redondo, em forma de coração, em
forma de V ou U e triangular. A área protegida seria
proporcionalmente menor em jovens com apenas
cerca de 2,5 cm de largura e 4 cm de comprimento
colocado diretamente acima da sínfise púbica.
 Para mulheres estes escudos de contato planos
colocados corretamente sobre as gônadas podem
reduzir a exposição em cerca de 50%.

 A redução da exposição das gônadas em pacientes


do sexo masculino é maior, de até 90-95 % quando
escudos de contato são usados corretamente.
5. Proteção nas gestações:

 As gestações e possíveis gestações exigem


consideração especial para todas as mulheres em
idade de procriação em virtude da evidência de que o
embrião em desenvolvimento é particularmente
sensível à radiação.

 Esta preocupação é particularmente crítica durante os


dois primeiros meses de gravidez quando o feto é
mais sensível à exposição à radiação, e a mãe
geralmente não está ciente da gravidez.
 Portanto, devido à preocupação com possíveis
gestações de mulheres em idade fértil, a regra dos
dez dias foi recomendada pela CIRP (Comissão
Internacional de Rádio-Proteção).

 Regra dos dez dias: esta regra afirma que todos os


exames radiológicos da pelve e da parte inferior do
abdômen devem ser marcados durante os primeiros
dez dias após o início da menstruação. Este é o
período em que se tem maior certeza de não haver
gravidez.
 A exceção a esta regra seria se o médico considera
que é melhor que a paciente seja submetida a este
exame mesmo após este período de dez dias, com os
possíveis riscos.

 Em grandes departamentos não é prático, ou é


mesmo impossível, certificar-se de que todos os
exames sejam marcados seguindo esta regra dos dez
dias. Entretanto, cartazes ou letreiros devem ser
colocados nas salas de exame e de espera,
lembrando à paciente que deve informar alguém sobre
sua certeza ou possibilidade de gravidez.
 Se a regra dos dez dias não pode ser sempre seguida
para possíveis gestações, é importante utilizar todas
aquelas práticas de proteção radiológica,
principalmente a colimação cuidadosa e a proteção
das gônadas.

 Na gestação conhecida, os exames a seguir resultam


em maiores doses para o feto e podem exigir
confirmação do médico solicitante e do radiologista
quanto à indicação do exame: Coluna lombar – Pelve
– Sacro e Cóccix – Fêmur proximal e quadril –
Urografia intravenosa – Vesícula biliar –
Procedimentos fluoroscópicos (Abdômen) –
Tomografia computadorizada (abdômen).
6. Fatores de exposição ótimos e
combinações filme-écran de alta
velocidade:

 Outra prática importante de proteção radiológica


envolve o uso daqueles fatores de exposição ótimos e
de combinações filme-écran de alta velocidade, que
redizem a exposição do paciente.
 A seleção de fatores de exposição ótimos não deve
apenas resultar na maior qualidade possível da
radiografia fornecendo o máximo de informações
diagnósticas, mas também deve resultar na menor
dose possível para o paciente.

 O uso de técnicas de elevada kV com menor mAs


reduz significativamente a dose para o paciente. Foi
fornecida uma regra geral que afirma que devem ser
selecionados a maior kV e o menor, mAs possíveis
que resultem em uma radiografia aceitável.
 O uso de combinações filme-écran ideais também
reduz fortemente a dose recebida pelo paciente. Para
écrans de velocidade média, cerca de 95% da
exposição radiográfica resultam da luz emitida pelos
écrans intensificadores e apenas 5% dos raios
primários.

 Esta percentagem é ainda maior com écrans de alta


velocidade comumente usados hoje, tal como écrans
de terras raras, assim reduzindo ainda mais a dose
recebida pelo paciente.

 Determinados filmes com emulsão mais espessa ou


com diferentes sais químicos são mais rápidos ou
mais sensíveis, reduzindo, assim, o grau de
Acidentes
 Classificação
 Contaminação externa (pele)

 Contaminação interna (penetração no organismo)

 Exposição aguda

 Exposição crônica
Providências
 Isolamento da área
 Identificação da fonte de contaminação ou
irradiação
 Contatar o SPR
 Contatar ANVISA sobre a ocorrência para
devidas providencias
 Proceder a analise de estimativa de dose
 Descontaminar a área, no caso de fontes não
seladas
 Convocar os potencialmente irradiados ou
contaminados para exame médico
 Analisar o ocorrido e implementar procedimentos
para evitar novos acidentes
Principais causas de acidentes
 Falha nas instalações
 Defeitos nos EPI’s
 Defeitos de equipamentos
 Fadiga do operador
 Horário inadequado de trabalho
 Rotina cansativa e monótona
 Extravio ou furtos de fontes
 Incêndio
 Colisão de viatura transportando materiais radiativos
 Relaxamento nas medidas de segurança decorrentes da
monotonia da rotina
 Falta de treinamento/reciclagem
Medidas preventivas
 Existência de condições seguras
 Prática de atos seguros
 Personalidade do trabalhador
HIROSHIMA E NAGASAKI

Em 6 de Agosto de 1945 às 8:15 da manhã, uma bomba atômica carregada de Urânio explodiu 580 metros acima da
cidade de Hiroshima com um grande Flash brilhante, criando um gigante bola de fogo, a temperatura no centro da
explosão chegou aos 4.000ºC. Mandou raios de calor e radiação para todas as direções, soltando uma grande onda de
choque, vaporizando em milissegundos milhares de pessoas e animais, fundindo prédios e carros, reduzindo uma cidade
de 400 anos à pó.
A BOMBA
 Tamanho: 3,2 m

 Diâmetro: 74 cm

 Peso: 4,3 toneladas

 Mecanismo: uma bala de


2,26 kg de urânio 235
dispara num alvo de 7,71 kg
de U-235. Quando as duas
peças se encontram, ocorre
uma reação em cadeia.

 Nome: Litle Boy

 Uso: foi detonada às 8h e


15min do dia 6 de Agosto de
1945, a 576 metros acima do
Hospital Cirúrgico de
Hiroshima

 Vitimas: 186.940 mortos


Fim!

Obrigado!

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