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Otorrinolaringologia

Heitor Alvito
Karine Fonseca
ÍNDICE

• 1. Amidalite
• 2. Respirador bucal
• 3. Rinites
• 4. Rinossinusites
AMIDALITES
São infecções das vias aéreas
superiores que acometem a
mucosa faríngea e as
tonsilas palatinas.
ETIOLOGIA
➢Viral: Adenovírus, vírus coxsackie, vírus sincicial respiratório,
influenza A e B e parainfluenza 1, 2 e 3.
➢Bacteriana: Estreptococo β hemolítico do grupo A, H.
influenzae, Moraxella catarrhalis e S. aureus.

EPIDEMIOLOGIA
➢80%-90% dos casos são virais
➢Terceira principal causa de atendimentos em emergência
➢São causas comuns de consultas médicas na Pediatria Geral e
na Otorrinolaringologia
CLÍNICA

• BACTERIANA
• VIRAL

➢História de Infecção de vias ➢Febre alta


aéreas superiores ➢Adenopatia cervical inflamatória
acentuada
➢Obstrução nasal
➢Início abrupto
➢Rinorréia
➢Exsudato amidaliano purulento
➢Diarréia ➢Dor forte
➢Tosse
DIAGNÓSTICO

➢ Anamnese

➢ Exame físico
➢ Teste rápido
➢Cultura
➢Testes sorológicos específicos
(IgM e IgG)
TRATAMENTO

• VIRAL • BACTERIANO

➢Antitérmico
➢Penicilina Benzatina - Dose única
➢Analgésico
➢Amoxicilina – 30-50mg/Kg/dia - 10 dias
➢ Medidas locais (higiene nasal com
solução fisiológica e gargarejos com ➢ Cefalosporinas - 10 dias
analgésicos)

➢ Macrolídeos - 10 dias
COMPLICAÇÕES

• PRECOCES • TARDIAS

Abscessos localizados: ➢Febre reumática


➢Periamigdaliano ➢Artrite reativa
➢Retrofaríngeo ➢Doenças renais
➢Parafaríngeo
Respirador bucal
➢ Decorrente de múltiplos fatores
que levam a uma obstrução
nasal completa ou incompleta,
podendo ser uni ou bilateral.

➢ Representa uma queixa


frequente nos ambulatórios de
otorrinolaringologia, pediatria e
clínica médica
ETIOLOGIA

Pode ser didaticamente separada por faixa etária para simplificar a elaboração de
hipóteses diagnósticas, mas sabe-se que mais de 90% das causas são por obstrução
nasal.
• Período Neonatal
➢Luxação do septo nasal
➢Atresia coanal
➢Estenose de fossa nasal
➢Dismorfismos craniofaciais: Crescimento maior do arco maxilar do que do arco
mandibular ; Crianças com Síndrome de Down apresentam macroglossia
➢Pseudotumores
➢Inflamatórias / infecciosas: Infecção viral e bacteriana
➢Neoplásicas
• Infância e Puberdade

➢Inflamatórias / Infecciosas
-Rinites e Rinossinusites
-Polipose nasal

➢ Hipertrofia adenoidiana

➢Traumáticas
-Desvio septal cartilaginoso
-Fratura nasal
-Corpo estranho nasal
SINAIS E SINTOMAS

➢ Obstrução nasal ➢ Sonolência / Irritabilidade


➢ Facies de respirador oral crônico ➢ Dificuldade alimentar / aerofagia
➢ Dor de garganta ➢Mau aproveitamento escolar
➢ Ardência ou prurido na faringe ➢ Halitose
➢ Muco espesso aderido à garganta ➢Aumento de cáries dentárias
➢ Tosse seca persistente ➢Deformidades dento-faciais
➢ Cefaléia matinal ➢Faringe opaca com metaplasia
➢ IVAS recorrentes granulosa e mais vascularizada
➢Sintomas isolados pode mascarar a respiração oral => Desafio diagnóstico

➢ Anamnese => Questionar os hábitos => uso de chupetas e mamadeiras


ou hábito de chupar o dedo.

➢Perguntar preferência por alimentos macios e moles, e bebe muito líquido


junto com os alimentos => devido à dificuldade de mastigar.

➢Sua mastigação costuma ser ruidosa e desordenada, com os lábios


entreabertos
CARACTERÍSTICAS
➢Estrutura facial alterada: a face torna-se longa e
estreita.
➢Lábio superior hipotônico, curto e elevado
➢Eversão de lábio inferior
➢Lábios separados e ressecados.
➢Protrusão da arcada superior
➢Mordidas aberta e cruzada
➢Língua hipotônica, volumosa, repousando no
assoalho bucal.
➢Nariz pequeno, afilado, tenso ou com a pirâmide
alargada.
➢Olheiras profundas e olhos caídos
➢Distúrbios da fala, deglutição e mastigação
Hipertrofia da Adenoide

• Alteração está localizada na região


do cavum (nasofaringe)

• Quando hipertrofiada, a adenoide


afunila a passagem do ar
EXAMES
• Raio-X de cavum: • Nasofibroscopia:

➢A vegetação adenoidiana é vista ➢Padrão-ouro


como uma estrutura com opacidade
de partes moles que se projeta na
parede posterior do cavum. ➢Invasivo

➢Exame evidenciando coluna de ar ➢Visualização direta da estrutura


=> afasta hipertrofia de adenoide
➢Um acúmulo de tecido
linfoide projetando-se para a
➢Exame que não evidencia coluna de cavidade nasal posterior
ar => não é conclusivo
REPERCUSSÕES
SISTÊMICAS LOCAIS

• Sistema respiratório: Menor • Desenvolvimento dento-crânio-facial:


ventilação e oxigenação dos alvéolos Tendência a face alongada
mais periféricos. • Orofaríngeas: Ressecamendo da parede
• Sistema cardiovascular: Hipertensão anterior da faringe ocasiona o aumento
pulmonar dos folículos linfóide
• Sono: Hipersonolência diurna • Otológicas: Favorecimento do
aparecimento de otites médias
• Hematopoético: Hipoxemia durante
sono e policitemia compensatória • Rinussinusite crônica ou recorrente: A
obstrução nasal predispõe a estase das
• Gastro-intestinal: Disfagia
secreções nasossinusais, facilitanto a
• Endócrino: Produção inadequada de infecção.
hormônios
TRATAMENTO
• De acordo com a etiologia

• Deve ser precoce, para um crescimento facial harmonioso.

• Indivíduos com deformidades craniofaciais e alterações da respiração


nasal devem ter acompanhamento multidisciplinar:
➢Otorrinolaringológico
➢Ortodôntico
➢Fonoaudiológico
RINITE
Inflamação da mucosa de
revestimento nasal,
caracterizada pela presença de
um ou mais dos seguintes
sintomas: obstrução nasal,
rinorreia, espirros, prurido e
hiposmia.
ETIOLOGIA
• INFECCIOSA : Viral, bacteriana ou fúngica

• ALÉRGICA

• NÃO ALÉRGICA:
- Induzida por drogas: vasoconstritores tópicos (rinite medicamentosa), AINH, anti-
hipertensivos, antipsicóticos, cocaína
- Hormonal
- Rinite eosinofílica não alérgica (RENA)
- Rinite neurogênica
- Rinite ocupacional
- Rinite atrófica
- Rinite idiopática
RINITE ALÉRGICA

• Classificação:

- Intermitente
- Persistente
- Sintomas Leves
- Sintomas Graves
EPIDEMIOLOGIA E PATOGÊNESE

• Observada em 10 a 25% da população


• Crianças e adolescentes mais afetados que adultos
• Indivíduo predisposto e sensibilizado exposição a alérgenos IgE
• Resposta imediata: degranulação de mastócitos
• Resposta tardia: migração de células inflamatórias (principalmente
eosinófilos)
• Principais agentes: ácaros do pó domiciliar
CLÍNICA

• Rinorreia clara, congestão nasal, prurido em olhos, nariz, orelhas e


palato, saudação alérgica

• Gotejamento pós-nasal, respiração bucal, tosse, ronco,


anormalidades dentárias, prega nasal horizontal

• Edema de conjuntiva, coceira, hiperemia e lacrimejamento, olheiras


alérgicas

• Rinoscopia: mucosa nasal pálida ou cinza azulada, edemaciada,


secreção clara
DIAGNÓSTICO

• História completa (familiar, detalhes do ambiente, outras condições


alérgicas)
• Exame físico (nariz, olhos, orofaringe)
• Testes cutâneos de hiperssensibilidade imediata
• Níveis de IgE alérgeno-específica
• IgE total e eosinofilia não são bons indicadores
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Rinites não alérgicas:
1. Infecciosas:
• Viral: rinovirus, Coronavirus, Parainfluenza Vírus, Adenovirus,
Enterovirus, Influenza e VSR. Resolução espontânea, tratamento
sintomático, sem febre ou complicações.
• Bacteriana: S. aureus, S. pneumoniae, S. pyogenes . Mais comum em
infecção viral favorecendo uma sobreinfecção bacteriana.
2. Vasomotora:
• Rinorreia clara e espirros. Inalação de fumaça, produtos químicos,
gases, odores fortes, ar frio e seco, alimentos apimentados.
3. Rinite eosinofílica não-alérgica
• Espirros, rinorreia e prurido nasal, piores pela manhã. Eosinofilia
nasal com testes cutâneos e IgE normais. Rara em crianças.

4. Rinite medicamentosa
• Descongestionantes nasais, anti-hipertensivos, cocaína, AINH.
Mucosa avermelhada ao exame nasal.

5. Causas anatômicas
• hipertrofia de tonsilas faríngeas, atresia de coanas, pólipos nasais,
corpos estranhos
TRATAMENTO
• Controle do ambiente
• Corticosteroides: intranasais para controle dos sintomas, orais por 5-7
dias em caso de sintomas graves
• Anti-histamínicos (anti-H1 de 2a geração)
• Descongestionantes: até 5 dias, evitar em lactentes.
• Antileucotrienos -
• Brometo de ipratrópio
• Cromoglicato dissódico
• Imunoterapia
RINOSSINUSITES
Processo inflamatório que
acomete as estruturas do
nariz e das cavidades
paranasais.
EPIDEMIOLOGIA
• É o quinto diagnóstico mais comum a justificar a prescrição de
antibióticos

• A rinossinusite viral é mais comum que a bacteriana

• O seio maxilar é o mais afetado

• A população pediátrica apresenta de 6 a 10 episódios de


rinossinusite ao longo de um ano.
CLASSIFICAÇÃO

Duração:
• Rinossinusite Aguda: aquela com duração < 12 semanas
• Rinossinusite Crônica: sintomas de inflamação sinusal com duração
> 12 semanas
• Rinossinusite Aguda recorrente: 6 episódios/ano com normalidade
inter- crises
• Rinossinusite Crônica agudizada: persistem os sintomas clínicos
inter crises
Etiologia :
• Infecciosa : viral, bacteriana ou fúngica
• Não infecciosa
FATORES PREDISPONENTES

• IVAS de repetição • Obstrução mecânica:


• Atopia -Hipertrofia de adenóide
• Imunodeficiências -Hipertrofia de cornetos
• Fibrose cística -Desvio de septo nasal
• DRGE -Polipose nasal
• Traumatismo -Atresia de coanas
• Agentes irritantes -Corpo estranho
• Obstrução mecânica -Tumores
-Fatores predisponentes
DIAGNÓSTICO
Clínico:
• SINAIS + SINTOMAS + EVOLUÇÃO TEMPORAL
• Pelo menos 2 dos:
-Obstrução nasal
-Tosse
-Febre
-Congestão facial
-Rinorréia anterior ou posterior
-Hiposmia ou anosmia
-Dor ou pressão facial
• No Exame Físico podem ser observados:
- Secreção purulenta no meato médio, edema ou obstrução deste e
pólipos nasais

• Nas rinossinusites virais, os sintomas cessam em aproximadamente


10 dias. Quando há persistência dos sintomas por mais de 10 dias, ou
piora destes após 5 dias, suspeita-se de rinossinusite bacteriana.
Somente nesse momento os antibióticos devem ser prescritos.
EXAME COMPLEMENTAR

NÃO PRECISA DE RADIOGRAFIA PARA


O DIAGNÓSTICO!
TRATAMENTO

• 1ª opção de tratamento: Amoxicilina • Tratamento sintomático:


40-45 mg/kg de peso por 14 dias ou 7
dias após remissão dos sintomas.
• Opções: -Desobstrução nasal:
● Dobrar a dose de amoxicilina(80-90 -Higiene nasal-lavagem com solução salina
mg/kg de peso) [opção em caso de falha -Antihistamínicos
inicial]
-Vasoconstrictores
● Amoxicilina/Clavulanato
-Corticoterapia tópica e sistêmica
● Cefalosporinas 2a geração
-Combate a dor e febre
● Cefalosporinas 3a geração/IM/EV
-Fluidificantes e/ou mucolíticos
● Macrolídeos
COMPLICAÇÕES

• Celulite periorbital e orbital


• Abscesso epidural
• Meningite
• Abscesso cerebral
• Osteomielite do osso Frontal
• Mucoceles
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Nelson tratado de Pediatria -HAL B. JENSON e Richard E. Behrman-


19ª edição

• Otorrinolaringologia na infância- Renata Cantisani Di francesco,


Ricardo Ferreira Bento- Coleção Pediatria. Instituto da Criança HC-
FMUSP,2009

• Práticas Pediátricas- Vera L. T. Aires, 2006

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