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Sistemas Híbridos

Análise Econômica Aplicada a Sistemas Híbridos


Considerações iniciais

▪ O desenvolvimento de uma análise econômica criteriosa sobre


qual, entre dois ou mais tipos de sistemas de geração de
eletricidade, é o melhor para se investir, ou simplesmente se a
instalação irá auferir lucros, deve considerar as figuras de mérito
econômico, os custos de investimento inicial e de operação e
manutenção (O&M), a vida útil dos equipamentos e, principalmente,
o custo da energia elétrica gerada.
Fluxo de caixa

▪ O diagrama de fluxo de caixa é um gráfico que apresenta, de forma


ordenada e objetiva, todas as receitas e despesas de cada uma das
alternativas consideradas na análise econômica.

▪ Normalmente considera-se que a despesa realizada no período 0 refere-


se ao investimento inicial (D0 = I), e que nesse período não há verificação
de qualquer receita. O caixa líquido do projeto é definido como a
diferença entre as receitas e as despesas verificadas ao fim de cada
período.
R1 R2 R3 R4 Rn

0 1 2 3 4 ... n

Do = I D1 D2 D3 D4 Dn
Valor temporal do dinheiro

▪ Algumas características típicas de análises financeiras, como as


vantagens e as desvantagens da antecipação de pagamentos ou
de recebimentos de uma quantia durante determinado período de
tempo, fazem surgir a necessidade da criação de uma relação de
equivalência entre um valor monetário no presente e um valor
monetário no futuro.
Valor temporal do dinheiro

▪ Para isso, deve-se conhecer o valor envolvido, o período de tempo


associado a ele, e uma taxa percentual de retorno esperada (taxa
de juros, ou taxa de desconto)

1
VP  VF
1  i n '
Valor temporal do dinheiro

▪ Outro conceito também associado à variação do dinheiro com o


tempo é o de anuidades (a), que são definidas como séries de
pagamentos ou recebimentos que ocorrem ao longo do tempo de
análise de um projeto.

▪ A anuidade é obtida multiplicando o valor presente pelo fator de


recuperação de capital (a = VP*FRC)
Fator de recuperação de capital (FRC)

𝑖
𝐹𝑅𝐶 = −𝑛
1− 1+𝑖
Custos não uniformes

▪ Na prática, o que ocorre na maioria dos projetos analisados durante considerável


período de tempo é a verificação de um investimento inicial, de anuidades
uniformes atuando como receitas ou despesas, além de outros pagamentos e
recebimentos não uniformes dispostos ao longo do tempo de análise do projeto.
Os custos não uniformes trazidos ao presente (CNU), recebidos ou pagos,
podem ser obtidos:

Valor 1 Valor 2 Valor n


CNU    ... 
1  i  1  i 
1 2
1  i n
Horizonte de planejamento

▪ A decisão pelo horizonte de planejamento de um projeto pode


depender de vários fatores, como a capacidade financeira do
investidor, a política de investimento adotada, entre outros. Outra
forma, mais simples, de se definir o horizonte de planejamento
do projeto é considerá-lo como o maior tempo de vida útil
dentre todos os equipamentos do sistema.
Horizonte de planejamento

▪ Quando duas ou mais alternativas são comparadas, consideram-se duas


opções básicas de horizontes de planejamento: com tempos iguais
para ambas as alternativas e com tempos diferentes entre essas. No
caso de alternativas com tempos de vida útil diferentes, e analisadas sob
um mesmo horizonte de planejamento, supõem-se reposições, quantas
forem necessárias, dos equipamentos com vidas úteis mais curtas, para
que o sistema opere normalmente até o fim do período considerado.
Indicadores financeiros
▪ Valor presente líquido (VPL)
n
VPL  I  CNU   VPa
j 1

VP
j 1
a  CU / FRC

CU  Custo Uniforme
Valor presente líquido (VLP)

▪ A conclusão alcançada é que o negócio é atrativo se VPL > 0, não é


atrativo se VPL < 0, e é indiferente se VPL = 0

▪ Uma variação do método do VPL é o método do valor presente líquido


anualizado (VPLa), que nada mais é do que o valor médio do VPL
distribuído ao longo de todos os períodos considerados no horizonte de
planejamento. Este método é utilizado quando se deseja comparar
projetos com horizonte de planejamento diferente.
Valor presente líquido anualizado (VLPa)

VPLa  VPL * FRC

0 1 2 3 4 0 1 2 3 4

VPL VPLa VPLa VPLa VPLa


Índice Benefício/custo

▪ O índice benefício/custo (IBC) é um indicador que demonstra quanto se pode


ganhar por unidade de capital investido em um negócio. É a relação entre o VPL
das receitas pelo das despesas

VPL( R )
IBC 
VPL( D )
Índice Benefício/custo

▪ Como pode ser facilmente observado, o valor do IBC será maior que 1 caso o VPL do
projeto seja positivo (VPL(R) > VPL(D)). Portanto, a referência básica do indicador
IBC é que a análise do projeto merece ser continuada somente se IBC > 1.

▪ Interpretação: se IBC = 1,2; tem-se que a cada $ 1 investido, o proprietário de capital


espera obter $ 1,2 ao final do horizonte de planejamento do projeto. Em outras
palavras, IBC = 1,2 representa que o negócio apresenta uma rentabilidade de 20 %
dentro do horizonte de planejamento do projeto.
Taxa interna de retorno (TIR)

▪ Por definição, a taxa interna de retorno (TIR) é aquela que faz com
que o VPL se iguale a zero. Indica que, caso taxa de juro definida
para o projeto seja menor que a TIR, a análise do projeto merece
ser continuada.

n
0  I  CNU   VPa
j 1
Taxa interna de retorno (TIR)
▪ Uma das principais vantagens da TIR é que ela fornece um bom
indicativo sobre os riscos do projeto. Quanto mais próxima ela
estiver da taxa de juro utilizada no projeto, maior será o risco. Sua
grande desvantagem é a maior complexidade de seus cálculos. A
TIR costuma ser normalmente calculada através de algoritmos
iterativos. Outra desvantagem é que seu cálculo não se aplica a
fluxos de caixa onde não haja inversão de sinal.
Tempo de retorno de investimento (Payback)

▪ O tempo de retorno de investimento (Payback) é o tempo


necessário para que os benefícios resultantes do negócio
retornem o investimento realizado. É um bom indicador
de risco, visto que à medida que o Payback se aproxima
do final do horizonte de planejamento, mais arriscado é o
investimento.
Payback descontado

Descontando-se 10%
a.a.

De onde veio os 10% a.a.?


Ferramentas do Excel
Ferramentas do Excel

Investimento Taxa de desconto


Ferramentas do Excel

Chute inicial
Ferramentas do Excel
Ferramentas do Excel
Ferramentas do Excel
Ferramentas do Excel
+ Investimento
Custo de investimento inicial
▪ Sistema de geração fotovoltaico
▪ Sistema de geração eólico
▪ Grupos geradores à diesel
▪ Componentes auxiliares: banco de baterias, controladores de carga
e inversores
▪ Rede de distribuição
▪ Instalação
Custo de Operação e Manutenção
▪ Geração fotovoltaica: até 1% do investimento ao ano.
▪ Geração eólica: entre 1,5 a 2% (custo do aerogerador) ao ano.
▪ Geração à diesel: custos de combustível (considerados como
custos operacionais), troca de peças, óleos lubrificantes, revisões
periódicas (custos de manutenção), entre outros.
▪ Os custos de O&M dos componentes auxiliares são reduzidos e
podem ser associados aos custos de operação e manutenção dos
sistemas fotovoltaico e eólico, já comentados.
Custo da energia elétrica
▪ Qualquer tecnologia de geração de energia elétrica apresenta também receitas,
estando relacionadas ao lucro obtido com a venda da energia ou à economia
resultante da redução no consumo de combustível ou de outras taxas. A
necessidade de o investidor cobrir os custos de despesas e auferir lucro é o que
determinará o custo da energia para o consumidor.
▪ onde CE é o custo da energia elétrica, CCVa é o custo do ciclo de vida anualizado
do sistema, que é a denominação mais utilizada na engenharia para o VPLa, se
negativo, e EC é a energia elétrica consumida no período de um ano (t = 8.760 h).

CCVa
CE 
EC
Estudo de Caso

▪ Considere um sistema híbrido, do tipo fotovoltaico-eólico-


diesel de 26,7 kW de capacidade instalada, sendo 7,5 kW
de geração eólica, 3,2 kWP de geração fotovoltaica e 16
kW de geração diesel-elétrica, e que atenda uma
pequena comunidade composta por 60 residências. Para
esse sistema calcule o custo da energia elétrica.
Estudo de Caso

Mês Geração Consumo da Geração Diesel-


Renovável (kWh) carga (kWh) elétrica (kWh)
Janeiro 1.397,18 1.550,00 152,83
Fevereiro 692,08 1.400,00 707,93
Março 919,18 1.550,00 630,83
Abril 777,91 1.500,00 722,09
Maio 846,46 1.550,00 703,54
Junho 746,58 1.500,00 753,43
Julho 910,33 1.550,00 639,68
Agosto 1.168,75 1.550,00 381,25
Setembro 1.497,05 1.500,00 2,95
Outubro 1.519,19 1.550,00 30,81
Novembro 1.450,16 1.500,00 49,84
Dezembro 1.457,55 1.550,00 92,45
Total 13.382,42 18.250,00 4.867,63
Estudo de Caso

Componente Custo (R$)


Subsistema eólico 87.500,00
Subsistema fotovoltaico 57.500,00
Banco de baterias 8.750,00
Gerador a diesel 11.250,00
Controle e supervisão 35.000,00
Acessórios 12.500,00
Rede de distribuição 17.500,00
Total 230.000,00
Estudo de Caso

▪ O horizonte de planejamento escolhido toma como referência o


tempo do componente de vida útil mais longa do sistema, os
módulos fotovoltaicos, com n sendo considerado igual a 25 anos. A
taxa mínima de atratividade (TMA) é considerada igual a 12 %.
Estudo de Caso

▪ Os custos de O&M consideram os gastos com


combustível, o pagamento de operadores e os
procedimentos periódicos de manutenção preventiva e
corretiva. Com relação aos custos de combustível,
considerando que o grupo gerador opere com 50 % de
carregamento médio durante o ano (8 kW).
Estudo de Caso

▪ Os custos de reposição devem levar em consideração a


vida útil dos componentes. Não são previstas
substituições apenas para os módulos FV. Os demais
componentes têm seus tempos de vida útil e número de
reposições ao longo do horizonte de planejamento do
projeto.
Estudo de Caso

Tempo de vida útil


Componente
estimado (anos)

Aerogerador e torre 20
Banco de baterias 4
Gerador a diesel 10
Inversor de tensão 10

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