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PERGUNTAS
PARA UM EXAME
TEOLÓGICO

Teologia Sistemática & História


Ética & Administração Eclesiástica

ROTEIRO DE ESTUDOS NA FORMA DE


UMA PROVA MODELO

Pr. Jul io Abre u

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250
PERGUNTAS
PARA UM EXAME TEOLÓGICO

Teologia Sistemática & História


Ética & Administração Eclesiástica

ROTEIRO DE ESTUDOS NA FORMA DE


UMA PROVA MODELO

Pr. Julio Cesar Sampaio de Abreu


E-mail: julioabreupr@yahoo.com.br
Tel.: 31-9359-8519
Igreja Batista Lírio dos Vales
www.iblv.com.br – Tel.: 31-3496-2162
Belo Horizonte - MG

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho foi elaborado como um manual com base na experiência vivida e
vista de muitos Exames Teológicos, feitos por diversas Comissões, ao longo dos
primeiros anos que seguiram ao meu próprio exame e ordenação ao ministério, como
pastor na CBN – Convenção Batista Nacional. Há muito tenho desejado publicá-lo. Em
todo esse tempo, vi material semelhante sendo colocado à disposição dos candidatos ao
exame e cumprindo seu papel de auxiliá-los. Meu trabalho não é exatamente um livro,
mas tenho certeza que somará e contribuirá com o mesmo propósito ao lado dos demais.
O trabalho está dividido em duas partes. A primeira contém perguntas
organizadas em cada doutrina básica da Teologia Sistemática; Ética; Administração
Eclesiástica; o Modelo de Governo Batista Nacional e suas Instituições; e, ainda, sua
História. Na segunda parte estão as respostas.

As 250 perguntas aqui apresentadas são, apenas, um roteiro para o tipo de


perguntas que ocorrem para as doutrinas na processualística do exame oral da Ordem
dos Ministros Batistas Nacionais – ORMIBAN. Não são únicas ou fixas e nem
representam o número de questões que podem ser requeridas pelos examinadores. As
respostas, tampouco, são absolutas. Algumas, evidentemente, não permitem opção.
Outras, que peçam explanação sob o entendimento próprio e referências bíblicas que as
justifiquem, podem ser diferentes das daqui e se desdobrarão em mais respostas, e
ainda assim, estarão corretas. Lembramos que quando o exame é oral, adquire sempre
uma dinâmica a cada ocasião, e algumas perguntas são um desafio sobre o que o futuro
pode reservar. Faça o propósito de não olhar as respostas. Sugiro que imponha um teste
simples a si mesmo e responda tudo como se estivesse participando de um concurso
público ou um vestibular para uma universidade federal. É uma forma de avaliar ou
reciclar-se em seu conhecimento “teórico” que não é exigido desta forma no dia a dia,
mas é sempre necessário. Vale a pena experimentar.
Estuda-las, simplesmente, não capacitará ninguém à aprovação. Muitos valores
estarão presentes e deverão ser considerados. Além do preparo acadêmico devido que é
comum, esperado e familiar aos seminaristas recém-formados, temos a fé, as convicções
e a espiritualidade de uma vida consagrada com sabedoria e discernimento. Pesa, ainda,
o equilíbrio emocional-psicológico na sincera certeza pessoal das razões de se estar ali
submetendo à prova.
O Exame é uma norma de uma Ordem em uma instituição, estabelecido por
homens; porém, tem a legalidade da aprovação Divina, ante o temor e reverência com
que se propõe para não impormos as mãos precipitadamente ao reconhecermos a
autoridade profética e pastoral de outros homens perante a Igreja, perante o mundo e
perante o inferno. (1 Tm 5.22) Jamais deve ser subestimado como uma formalidade
qualquer e nunca deve ser valorizado como a garantia final de qualificação e
confirmação para o exercício do pastorado. Ele faz parte do preparo e andará ao lado
das experiências e frutos diários em contínua renovação.

Ser aprovado no Exame Teológico não torna ninguém um pastor, mas é ele quem
no seio das Igrejas Batistas Nacionais, dá a LEGITIMIDADE aos pastores chamados por
nosso amado Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Sumo Pastor e Bispo das nossas almas
(Hb 13.20,21) (1 Pe 2.25; 5.4) para serem humildes portadores do título de: PASTOR
BATISTA NACIONAL. Para casos especiais a ORMIBAN pode propor e normatizar
exames e avaliações com características justas e diferenciadas; assim, apresentar-se
como pastor batista, não tendo se submetido ao Exame que lhe seja proposto é,
portanto, um desrespeito a si mesmo, ao rebanho, aos colegas e à Instituição. É a
quebra de um princípio de autoridade moral e espiritual.
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PERGUNTAS

De seu testemunho de conversão e explique porque você acredita ter o chamado


pastoral.

TEOLOGIA PRÓPRIA

1) Apresente um argumento racional que evidencie a existência de Deus: argumento não


bíblico.
2) Apresente um argumento com uma referência bíblica como prova da existência de
Deus, que não seja uma declaração de um personagem.
3) Defina Deus: E quem é Deus para você?
4) Deus é pessoa? Quais os atributos de uma pessoa que dão essa característica a
Deus?
5) Deus é espírito? Prove com uma referência bíblica:
6) Que é Ateísmo?
7) Teísmo?
8) Deísmo?
9) Panteísmo?
10) Animismo?
11) Politeísmo?
12) Agnosticismo
13) Cite os atributos naturais de Deus em relação a si mesmo – incomunicáveis, e
explique cada um:
14) Cite os atributos naturais em relação ao universo e toda a criação – incomunicáveis,
e explique-os:
15) Cite os atributos morais em relação ao homem:
16) Defina a Trindade e dê uma referência bíblica:
17) Defina Triunidade:
18) O que é a Teoria da Evolução? Apresente um argumento bíblico que o refute
cientificamente:
19) Que é religião e qual sua relação com a teologia?
20) Que é doutrina?

Você já caiu em pecado? Quantas vezes? Você é um pecador? Já se desviou?

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CRISTOLOGIA

1) O que significa: Cristo? Quem é? Por quê? Prove biblicamente:


2) O que significa o nome de Jesus? Prove:
3) Jesus é Deus? Prove com uma citação sua e a de um escritor bíblico:
4) Qual a missão de Jesus? Cite referências:
5) Cite os ofícios de Jesus, com referências:
6) Como ele foi criado?
7) Onde nasceu e onde cresceu?
8) Quantas são e quais são as naturezas de Jesus? Em que proporção?
9) Explique o porquê das naturezas:
10) Prove biblicamente, citando ocasiões em que se mostrou homem.
11) Se era homem, ele podia pecar? Ele pecou? Prove:
12) Por quê Jesus chorou à entrada de Jerusalém? (Lc 19.41-44)
13) O que foi o cálice da oração no Getsêmani? Jesus queria desistir?
14) Explique o que o autor aos Hebreus quis dizer sobre Jesus ter que sofrer para
aprender a ser obediente? (Hb 5.7-9)
15) Quem mais profetizou sobre ele e foi chamado de profeta messiânico? Dê um
exemplo:
16) Quem profetizou sobre o local de se nascimento? Cite a referência:
17) Cite 3 pessoas que sejam Tipos de Cristo no AT: Explique:
18) Cite outros 3 Tipos (símbolos) no A.T. (não pessoas) e explique por que:
19) Cite as palavras de Jesus na cruz:
20) Se ele morreu numa sexta-feira e ressuscitou na madrugada de domingo, como pode
ter ficado 3 dias e 3 noites sepultado?
Quem é Jesus para você?

PNEUMATOLOGIA

1) Quem é o Espírito Santo? Cite provas de sua deidade:


2) Cite uma manifestação de sua presença no AT e outra no NT:
3) Cite 5 símbolos de ES e explique:
4) Cite a obra do ES com relação ao homem na Criação:
5) Com relação ao homem no Evangelho:
6) Com relação ao crente:
7) Cite 3 manifestações de livre atuação na vida de Jesus:

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8) Qual a expressão correta: batismo com o ES ou no ES? Explique a diferença: O que é
o batismo?
9) Como se dá o batismo? Qual sua fórmula? O que é preciso fazer para merecer?
10) De onde ele vem? Com que finalidade? Prove:
11) Quando ele veio a primeira vez sobre a Igreja? Cite referências:
12) De acordo com Pedro, veio para quem? Com que base afirmou?
13) Havia batismo no AT? Explique:
14) Quantos e quais são os dons citados em: (1 Co 12.1-11) ?
15) Qual a prova do batismo? Qual dom? Por quê?
16) De que outros dons a Bíblia fala em: (Rm 12.6-8) (1 Co 12.28) (Ef 4.7-11) ?
17) Quais os frutos do ES conf. (Gl 5.22,23)? Por que se diz: o fruto?
18) O Amor é dom ou fruto, afinal? (1 Co 13)
19) O que é ser cheio do ES?
20) Que é o batismo com fogo, conf. falou João Batista? (Mt 3.11)
21) Pode uma pessoa receber o ES e ser possuída por demônios? Explique o episódio
de Saul em: (1 Sm 10.9-15; 16.14-23; 19.21-24)

Você é batizado? Tem todos os dons? Quais dons você tem? Por quê?

SOTEROLOGIA

1) O que é Salvação? Salva-se de que? Quem salva?


2) Por quê a Salvação é necessária?
3) O que o homem precisa fazer para ser salvo?
4) Como o homem pode contribuir com sua salvação?
5) Quais os meios providenciados para a Salvação? Quem providenciou? Cite textos:
6) Quando foi providenciada?
7) A Salvação é imediata ou um processo?
8) Quais os quatro passos da Salvação? Fale sobre cada um:
9) 9) O que é Redenção?
10) Que é Remissão?
11) Eleição?
12) Livre arbítrio?
13) Predestinação?
14) Salvação se perde?
15) Você é Calvinista ou Arminiano?
16) Que é graça irresistível?
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17) O diabo matou Jesus? Se o matou, ele co-autor da salvação?

ANTROPOLOGIA / HARMATIOLOGIA

1) O que significam estas doutrinas?


2) Explique a natureza do homem quanto à dicotomia e tricotomia: Dê sua opinião
pessoal com referências:
3) Em que estado foi criado o homem original? Cite um texto:
4) Com que propósito foi criado?
5) Em que o homem era à imagem e semelhança de Deus? Ainda é? Por quê?
6) Explique a teoria do Autoctonismo:
7) Aloctonismo:
8) Preadamismo:
9) A teoria da preexistência da alma:
10) Da criação imediata da alma:
11) Que é pecado?
12) Qual foi o pecado original e qual foi sua conseqüência para o homem; a mulher; a
terra?
13) Por quê a consciência do pecado não se deu quando Eva comeu do fruto; mas,
somente, após Adão ter comido.
14) Como o pecado é transmitido à humanidade? Através do corpo ou da alma?
15) A Alma já é criada, inevitavelmente, com o pecado ou ele se adquire?
16) Os homens são culpados do pecado de Adão?
17) João, em sua 1ª Carta diz que aquele que declara não ter pecado é mentiroso e a
Palavra de Deus não está nele, e acusa a Deus de mentiroso; mas, diz também, que
quem é nascido de Deus não pratica o pecado, e se peca é do diabo. Explique: Há
contradição? (cap. 1.8-10; 3.6-10)
18) Onde surgiu o pecado?
19) Satanás tem perdão? Por quê?
20) Para onde irá o pecador impenitente? Cite referências:
21) O que é o pecado para morte?
22) Quantas mortes há? Explique:
23) O que é o purgatório? Refute citando um texto sobre o juízo após a morte:
Como está sua comunhão com Deus e santificação; hoje; agora?

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ANGELOLOGIA / HERESIOLOGIA

1) Quem são os anjos?


2) Quantas classes são conhecidas e quais suas funções?
3) Qual o caráter dos anjos?
4) Anjos voam? Têm asas? Sexo? Fale a respeito:
5) Qual o número dos anjos e quantos caíram?
6) Satanás era um anjo? Cite textos:
7) Qual caráter, sua obra e seu poder?
8) Se Deus criou o diabo, e este gerou o pecado e todo o mal; então, o mal saiu de Deus
e Deus é mau?
9) O que significam os nomes: satanás, diabo? De alguns outros citados na Bíblia:
10) Qualquer pessoa pode expulsar demônios de alguém possuído?
11) O que é a reencarnação?
12) Podem os mortos se comunicar com os vivos? Explique a teoria espírita de que João
Batista era Elias, e o episódio de Saul consultando Samuel através da médium de En-
Dor: (Lc 1.7)(1 Sm 28) Cite textos que refutem a afirmação espírita.
13) O Adventismo ensina que após a morte do corpo a alma adormece, fica num estado
de inatividade, silêncio, inconsciência, incomunicabilidade. Quem está certo?
14) Dentre as doutrinas dos Testemunhas de Jeová, está a proibição de transfusão de
sangue. Explique o porquê e refute biblicamente:
15) Que é o Unicismo? Qual sua base?
16) Pode um crente ser Maçon? Por quê?

ESCATOLOGIA

1) Que é o arrebatamento e quando se dará?


2) O que são a primeira e a segunda ressurreição?
3) O que virá após o arrebatamento, na terra, e quanto tempo durará?
4) E no céu; que fatos ocorrerão neste período?
5) O que são as Taças e as Trombetas? Cite 3 exemplos de cada:
6) O que são as Bodas do Cordeiro?
7) Fale sobre o Tribunal de Cristo e O Julgamento das Nações:
8) De quantas vindas de Cristo a Bíblia nos fala?
9) Haverá salvação durante a Grande Tribulação? Como?
10) Quem é o anticristo? Será homem ou um espírito em forma de homem?
11) O que detém o espírito do diabo e do anticristo? Dê uma referência:
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12) Quantas e o que são as bestas no Apocalipse?
13) Quem são as duas Testemunhas? O que elas testemunham?
14) O que é a batalha do Armagedom? Quando se dará? O que virá depois?
15) O que será o Milênio? O que o seguirá?

BIBLIOLOGIA

1) O que significa: Bíblia?


2) O que é a Bíblia?
3) Quem é seu autor?
4) Quantos são os seus escritores e quantos livros a compõem?
5) Durante quanto tempo foi escrita? De quando a quando?
6) Quantas vezes você já a leu toda?
7) Em que partes principais se divide? De que tratam?
8) Cite os livros do AT e NT, e em que blocos são agrupados?
9) Em quantas línguas foi escrita?
10) O que é Revelação; Inspiração; Iluminação?
11) Dê uma referência de que é inspirada:
12) Cite provas de sua autenticidade – em si mesma:
13) Qual a importância da Bíblia?
14) O que é o “Canon”? Qual a origem do nome?
15) O que é a “Septuaginta”?
16) O que é o chamado período Interbíblico?
17) Qual é o maior e qual o menor livro da Bíblia?
18) Qual é o maior e qual o menor capítulo da Bíblia?
19) Qual é o maior e qual o menor versículo da Bíblia?
20) O que é Dispensação e quais são?
21) O que é Aliança ou Concerto e quais são?
22) Cite 5 símbolos (figuras) da Bíblia:

ECLESIOLOGIA

1) Qual o significado da palavra: Igreja?


2) Em que sentido a palavra é usada popularmente?
3) No sentido cristão, quais são vistos no NT?
4) Quem fundou e quem é seu dono? Cite referências:
5) Quando foi fundada?

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6) Cite alguns nomes e símbolos pelos quais a Bíblia se refere a ela?
7) Cite nomes pelos quais os membros são chamados no NT?
8) Quem são os membros da Igreja?
9) Qual a sua principal regra de fé e prática?
10) Quais suas ordenanças e quais seus sacramentos?
11) Que é sacramento?
12) O que significa o Batismo e qual a forma correta?
13) O que é o Batismo em nome de Jesus, conforme Pedro ensinou?
14) Qual é a expressão correta: Ceia do Senhor ou Santa Ceia? O que significa?
15) Quais são as teorias que falam do valor e misticismo na Ceia? Explique:
16) O que é a Ceia livre, restrita e ultra-restrita? Qual você defende?
17) Qual a missão integral da Igreja?
18) Quais características de crescimento se deve ter na Igreja?
19) Qual o plano financeiro para a Igreja? Cite textos:
20) Fale sobre a forma ou sistema de governo na Igreja Primitiva: Dê um exemplo:
21) Quais formas de governo encontramos, hoje, nas igrejas?
22) Quais os tipos de disciplina; e que significam? Dê uma referência.
23) Quais os 5 tipos de disciplina corretiva aplicados hoje?

CBN / ORMIBAN / ÉTICA

1) O que é a Convenção Batista Nacional?


2) Quando foi organizada? Por quê?
3) Qual é sua atual estrutura administrativa?
4) O que é uma CBE?
5) O que é a JAMI? Qual sua função?
6) Como são chamadas as organizações internas que representam os homens e as
mulheres, respectivamente?
7) Qual é a instituição de ensino teológico em seu Estado?
8) Em que modelo de Igreja Evangélica a CBN se enquadra e que métodos, estratégias
e liturgias devem ser seguidas?
9) Quais são os oficiais da Igreja segundo o NT? Quais a CBN adota?
10) Qual sistema de governo os batistas adotamos?
11) O que é a ORMIBAN e qual sua função?
12) Por quais instrumentos a ORMIBAN é regida?

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13) O que é a ANEM?
14) O que é ÉTICA, para você? Você tem ética?
15) Ao ser edificado com boa leitura e sermões de outros, você repassa à Igreja? Como?
16) Que critério deve ser adotado no uso de ilustrações no sermão?
17) Qual a melhor atitude quando surge um confronto entre o pastor e a liderança da
igreja? É assim que você age?
18) Quais os principais textos que apresentam as qualificações do pastor no NT?
19) O que fazer se a igreja se dividir em dois grupos num conflito direto?
20) Qual deve ser a influência do pastor na tesouraria?
21) Ao ser procurado por “ovelhas” que já não estão sob seu cuidado, como deve agir?
22) Como você recebe as críticas e queixa contra colegas? E como as faz?
23) Com que freqüência convém ao pastor sair de sua igreja para ministrar fora?
24) Como se recepciona num culto, um pastor visitante, desconhecido? E um famoso?
25) Qual sua atitude se no uso de seu púlpito um convidado seu, defender heresias, usar
de irreverência vulgar, ou pregar usos e costumes e disciplina?

CONCLUSÃO

Encerramos aqui nosso questionário, repetindo que ele é apenas um apanhado do


tipo de perguntas que costumam ocorrer nos exames para cada novo candidato,
normalmente, sem experiência ministerial. Seja assim ou na possibilidade de um modelo
para quem já exerce o pastorado, é pastor, creiam, entendam e lembrem-se que mais do
que as dezenas de perguntas que são feitas neste dia, é o confronto diário das questões
sem respostas, o grande desafio no chamado.
No grego do Novo Testamento, prova, teste, provação, é “ peirasmus”, que
também, se traduz como tentação. O Exame Teológico da Ordem dos Ministros Batistas
Nacionais é uma parte pequena, uma porta de entrada e/ou degrau na longa jornada
para os discípulos de Cristo. Um aparente fracasso é uma provação. Um pretenso
sucesso é uma tentação. Não devemos cair diante de nenhum. Toda realização, todo
bom fruto, toda boa dádiva, toda conquista, justiça e prosperidade vêm Dele; vêm do
alto. Não se engane, o homem, em imaginar-se pronto, aprovado e grande. Um só é
perfeito; e a este, somente a este, são devidas a honra e a glória: JESUS.
Quanto a nós, humilde, sincera, profunda e inteiramente gratos, prossigamos para
o alvo, de fé em fé, até que ouçamos do céu, nosso nome, e ser chamado: Vem!

OS BATISTAS NA HISTÓRIA
FÉ - LIBERDADE - DEMOCRACIA

O COMEÇO

Os Batistas, na história do cristianismo, ainda que tidos como protestantes,


defendemos que nossa origem é bem anterior à "Reforma" que teve no monge Martin
Lutero seu maior expoente. Alguns ramos chegam a afirmar que a Igreja de Cristo teve
início em João, o batista, quando o próprio Jesus a ele se dirigiu para ser batizado e,
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assim, outorgou a legitimidade e autoridade de Sua Nova Aliança. Quando em 325 D.C.
o imperador romano Constantino promoveu o 1º concílio tornando a Igreja Cristã, a
religião oficial do Estado, esta começou a entrar no cone de sombra até alcançar a Idade
das Trevas, à partir do Séc. XI. Em diversos pontos da Europa houve durante a Idade
Média, grupos religiosos fiéis à Escritura, que viviam marginalizados e escondidos,
lutando contra a corrupção da igreja dominante, combatendo as heresias pagãs e
batizando por imersão os novos fiéis, mediante seu arrependimento pelos pecados
cometidos, e sua confissão em Jesus como único salvador. Os de fora dos grupos,
diziam que os fiéis que eram aspergidos estavam sendo rebatizados, e chamavam-nos
de Anabatistas. O nome de origem grega "Baptizo" quer dizer, imersão, mergulho, e
"Ana" é uma preposição que significa: outra vez. Na verdade, alguns se deixavam
chamar assim, mas os grupos eram somente batistas por suas práticas e princípios.
Não existe entre os Batistas o nome de um líder único, um fundador, como há
entre outras denominações. Os Batistas resultamos de tais grupos que unidos pelos
princípios da fé apostólica, sempre foram vítimas de lutas, guerras, sofrimento, sangue e
morte. Foram duramente perseguidos não só pela "santa inquisição", o braço criminoso
que mais manchou a Igreja Católica Romana no Séc. XVI, mas também, não tolerados
pelo próprio reformador Lutero.

DA EUROPA PARA A AMÉRICA

Na Inglaterra, os grupos Batistas foram perseguidos pela igreja oficial, cujo líder
era o rei, e por grupos reformados. A primeira menção histórica de um grupo adotando o
nome Batista, ainda que tímida, mas não sem importância, acontece em 1612, quando
Thomas Hewlys volta da Holanda para Londres, já com a pregação do que pode ser
considerado o embrião dos Princípios Batistas da "Liberdade de consciência e
responsabilidade pessoal do homem, diante de Deus, não se adimitindo qualquer
mediador humano ou direção das autoridades nas questões de fé”; o que o levou à
prisão e à morte, 3 anos depois.
Os diversos grupos espalhados, com os chamados pais peregrinos deixaram,
pois, a Europa e demandaram às colônias inglesas da América do Norte. Em 1620, junto
com calvinistas, que viriam a originar os presbiterianos, desembarcaram do "May Flower"
e respiraram os ares da liberdade. Por terem uma visão própria de certos princípios dos
reformados, separaram-se e se instalaram na Ilha de Rhode, no estado da Virgínia, onde
organizaram em 1639 a Primeira Igreja Batista da América, tendo em Roger Williams,
seu principal lider. Desse começo, abriu-se a porta da liberdade religiosa, social e política
que inspirou a Constituição Americana na apologia da competência da alma humana, do
valor do indivíduo, da inviolabilidade da consciência, da igualdade de direitos e da
separação da Igreja e do Estado. É sabido que os fundadores da nação americana, os
que luraram contra o colonialismo inglês, tiveram participação de calvinistas e forte
influência e presença da Maçonaria. Mas o discurso ético e democrático que os Batistas,
já naquele tempo, reivindicavam como postura para os governantes, de que um Estado
laico (não controlado pela religião) não significa ter um governo imoral, injusto e opressor
de minorias mais fracas, em defesa de seus interesses egoístas pelo poder, muito mais,
deveria ser exemplo na prática em sua comunidade.
Desde os seus primórdios os Batistas decidimos democraticamente sobre as
questões que se referem à igreja, desde que mantidas as bases Bíblicas, das quais não
abrimos mão. A postura com a liberdade exercida pelos membros se confunde com a
história da Igreja. As famosas Declarações de Fé - documentos escritos por teólogos da
igreja que através dos séculos reproduzem nossa ideologia - já marcavam essa posição
muito antes do primeiro missionário norte americano por os pés no Brasil em 1860.

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Naquele ano, o pastor Thomas Jefferson Bowen aportou no Rio de Janeiro, capital do
Império de Brasil.

DA AMÉRICA PARA O BRASIL

O pastor Bowen foi o primeiro missionário enviado ao Brasil pela Junta de Missões
das Igrejas Batistas do Sul dos Estados Unidos. Sua missão era organizar uma igreja de
língua inglesa para os imigrantes americanos. Também tinha a intenção de trabalhar
entre os escravos, já que fôra missionário na África, onde aprendera o dialeto "iorubá",
corrente entre os negros traficados para o Brasil. Impedido pelas autoridades, sujeitas ao
clero católico, de propagar a mensagem evangélica; mais o alto custo de vida, o clima
quente, a ameaça da febre amarela e um problema crônico de saúde, Bowen acabou
ficando no país apenas nove meses. Mas nesse período, a Guerra da Secessão dos
EUA, (1859 -1865) entre os estados do norte e do sul, curiosamente promoveu uma
onda evangelística informal através dos imigrantes que vinham fugindo da guerra civil.
Ao chegar, instalaram-se no estado de São Paulo na região de Stª Bárbara
D`Oeste onde fundaram um município com o sugestivo nome de Americana. Assim
nasceu a primeira igreja Batista em território brasileiro, em 10 de setembro de 1871, sob
a coordenação do pastor Richard Ratcliff. Durante dez anos, os cultos continuaram
destinados aos imigrantes e em inglês; somente iniciando as atividades regulares em
português, em 1881, com a chegada dos casais de missionários: William e Anne Bagby,
e Zachary e Kate Taylor, que rapidamente aprenderam o novo idioma, num colégio
presbiteriano de Campinas. Um fato interessante é que um dos professores era um ex-
padre, de Alagoas, Antonio Teixeira de Albuquerque, que se converteu lendo a Bíblia, e
veio a ser o primeiro brasileiro consagrado pastor batista.
As bases já estavam lançadas e o modelo de estrutura eclesiástica
congregacional onde cada igreja local é autônoma, livre e independente, ligando-se às
co-irmãs por associação e cooperação, marca que distingue os Batistas, além da fé
inabalável, determinaram seu crescimento. Foi, pois, com essa herança, que os cinco se
mudaram para Salvador, Bahia, então com 250 mil habitantes e fundaram, em 15 de
outubro de 1882, a Primeira Igreja Batista Brasileira.
À medida que as igrejas se multiplicavam surgiu a necessidade de firmar e
propagar seu ideário, o que começou a ser feito através de publicações, sendo o
primeiro periódico editado em 1901, ainda hoje em circulação. Ao missionário e músico
de origem judia polonesa, Salomão Guinsburg, homem de visão avançada para seu
tempo, coube o mérito de idealizar, conceber e por fim congregar todas as igrejas em
uma associação que se reunindo em Assembléia em 22 de junho de 1907, formaram a
CBB - Convenção Batista Brasileira.
Em Minas Gerais, os nomes de Otis Maddox e Rosalee Mills Appleby, estão
marcadamente ligados ao que viria, décadas depois com uma radical mudança, tornar os
Batistas “ainda mais intensos em sua proclamação, mais profundos em seu culto e vivos
em sua missão”.

OS BATISTAS NACIONAIS

O intenso trabalho de D. Rosalee atravessou as décadas de 30 e 50, com uma


pregação vigorosa, sobretudo no uso da literatura. Em 1958, o pastor José Rego do
Nascimento, titular da Igreja Batista da Lagoinha, vencendo o preconceito e resistências
ao evangelho, fechou um contrato para iniciar um programa na Radio Guarani; e ao
comunicar à D. Rosalee, ela declarou profeticamente que o nome fosse: Renovação
Espiritual. O movimento de renovação proliferava em pontos dispersos por toda parte,

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espelhado no relato de Atos, capítulo 2, mas era só o começo; e um pentecostes ainda
estava para eclodir. Na noite de 18 de outubro do mesmo ano, o pastor José Rego, que
fôra batizado no Espírito Santo, quatro anos antes, voltava de uma conferência, para o
Seminário Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro, quando foi abordado e convidado
a participar de uma vigília pelos alunos. O que aconteceu naquela noite delineou a
história do ramo Batista pentecostal no país. O Espírito caiu, derramou, possuiu os
presentes, levando-os ao chão entre gemidos e lágrimas e concedendo os dons.
Imediatamente o pastor Rego comunicou-se com o pastor Enéas Tognini, que tivera sua
própria experiência há apenas dois meses, em 16 de agosto.
Logo o fogo começou a se alastrar pelas Igrejas do Rio de Janeiro onde
importantes lideranças de então embriagavam-se com o "mosto do céu". Seguidamente,
Belo Horizonte, São Paulo e Maceió, experimentaram o avivamento. Daí, a nova obra
não pode mais ser detida, o que gerou uma feroz oposição dentro da denominação,
contra o mover de Deus; acusado de heresia espírita, desagradável, negado, repudiado,
não reconhecido, condenado e estranho, num Manifesto adotado em todo Brasil pelas
demais igrejas Batistas. Assim, em 1965 sob a justificativa de divergências nas práticas
adotadas, 52 igrejas foram excluídas da Convenção Batista Brasileira, as quais, em 16
de setembro de 1967 organizaram-se na CBN, Convenção Batista Nacional.
Foi o pastor Tognini quem escreveu em certa ocasião: "Nos Estados Unidos da
América do Norte, existem mais de 33 milhões de batistas e mais de 60 grupos
diferentes, de Batistas. No Brasil há nada menos de 12 grupos diferentes. O essencial
em nossas divisões é quase sempre por questões administrativas... Divergimos no
secundário, somos um no essencial... O espírito de liberdade batista pode ser visto na
Igreja local, bem como nas convenções de âmbito nacional e, principalmente na Aliança
batista Mundial, que agrega em seu seio grupos heterogêneos nos pontos secundários.
E todos são Batistas.”

OS BATISTAS EM DADOS – (2010)

Números estatísticos sempre variam. Nas igrejas, com a dinâmica do crescimento,


eles somente serão valores aproximados, por mais que se busque a atualização. Segue,
assim, um Raio X de ambas as Convenções, com dados de dezembro de 2009:
CBB Convenção Batista Brasileira – Sede: Rio de Janeiro – Fundação: 22 de
junho de 1907 – Fiéis: 904 mil – Igrejas: 5.800 – Pastores: 5.900 - Presidente - Paschoal
Piragine Jr.
CBN Convenção Batista Nacional – Sede: Brasília DF – Fundação: 16 de
setembro de 1967 – Fiéis: 305 mil – Igrejas: 2.800 – Pastores: 2.200 – Presidente: José
Carlos da Silva
As atividades de ambas se assemelham, o que não poderia deixar de ser. Os
inúmeros seminários teológicos são reconhecidos entre os de mais alto nível de ensino;
escolas; faculdades; as mais diversas obras assistenciais próprias e projetos sociais em
parceria; importantes editoras e amplo trabalho nas redes de comunicação: Rádio e Tv.
CBB e CBN formam e enviam missionários para os cinco continentes, tomando, agora, o
caminho inverso, para o estrangeiro, de onde se deu sua origem. Vale lembrar, que um
brasileiro, já foi o presidente da Aliança Batista Mundial, que congrega cerca de 190
convenções em mais de 150 países com quase 50 milhões de membros. Diferenças à
parte, a ABM tem reconhecido e honrado pastores e lideranças Batistas do Brasil em
conferências internacionais, como ocorreu no I Congresso Latino-Americano de
Adoração, no Rio de Janeiro, em 2000.
Além das duas grandes Convenções, seguem as mais conhecidas e de origem
inteiramente desvinculadas destas: a Igreja Batista Regular; Igreja Batista Independente;
Igreja Batista Bíblica; Igreja Batista Fundamentalista.

14
O historiador batista, jornalista e professor Israel Belo de Azevedo, como diretor
do Departamento de Comunicação Social da Universidade gama Filho, no Rio, afirmou
que: "O princípio das decisões individuais produz uma democracia participativa, o que
está na raiz do pensamento batista. Não existe cristianismo sem isso, porque na
realidade ninguém pode empurrar sua responsabilidade para outro, nem para Deus."
É claro nas Escrituras, que o governo perfeito do Deus soberano, não é
democrático, mas uma Teocracia. Por meio dela, o Senhor guiou Israel até o juiz,
sacerdote e profeta Samuel, seu representante, quando este foi rejeitado; na verdade, o
próprio Deus. Sua presença e direção não impediram que os filhos da nação fizessem
mal, suas escolhas. A democracia opera em nível horizontal tentando regulamentar o
direito nas decisões, mas só pode ser bem conduzida se não perder sua relação vertical
com o Criador, que tem sempre a última palavra; e nos cabe obedecer. Como batistas
entre homens, num mundo sob o pecado, buscamos em nossas relações interpessoais
transformá-lo e conduzí-lo pela justiça, para a paz e alegria do Reino de Deus. Sir.
Winston Churchill -1874/1965 declarou: "A democracia, de todas as formas de governo
humano, é a menos pior."
Que saibamos usar todos os recursos que nos dá, neste tempo, o Senhor, com
sabedoria e temor, como luz do mundo e sal da terra, para o louvor da Sua glória.

Bibliografia
Tognini, Enéas - A História dos Batistas Nacionais
Tognini, Enéas - Eclesiologia
Revista Vinde - Nº 24 nov/97
Jornal O Batista Nacional - Edições diversas
Site CBB:www.batistas.org.br
Site CBN: www.cbn.org.br

RESPOSTAS
TEOLOGIA PRÓPRIA

1) Qualquer declaração ou apologia que se possa apresentar em defesa da existência de


Deus, ainda que irrepreensível na lógica e na solidez e coerência dos argumentos exige
fé. Deus não é matéria e objeto que possa ser percebido pelos sentidos, sem que Ele
próprio o queira, nem mensurado pelos meios científicos. A história do homem passou a
“existir” quando este passou a registrá-la; e quando o homem passou a registrá-la, ele
passou conscientemente a existir. Deus é antes da história e dos pensamentos
humanos. É eterno; mas, desde que o homem começou a pensar na sua existência e no
que estava ao seu redor, e registrou estes pensamentos, Deus esteve presente.
Alguns insistem em dizer que o homem criou Deus – a idéia da existência – para suprir
uma necessidade de sua ignorância. As tantas formas de deuses poderiam justificar o
argumento se o Deus verdadeiro e único não tivera se revelado ao homem através de
uma família, um povo por Ele escolhido; e bem mais pela excelência e grandeza dos
evidentes resultados e efeitos transformadores de sua presença na vida do homem, do
que qualquer argumento.
E finalmente, nenhum registro conhecido tem o poder incontestável que a Bíblia
possui, também, sob todas as condições de exame quanto à fidelidade autoral e histórica

15
de seu texto. Se é o caso de não se ter uma prova favorável no conceito que a ciência
exija, igualmente, a ciência jamais apresentou uma prova da não existência. Fiquemos,
então, com o Argumento Teleológico:
O absoluto equilíbrio do universo e de toda a criação revelam uma perfeita
harmonia entre suas leis, levando a pensar na possibilidade da existência de um ser
criador com sabedoria e poder superiores; não sendo assim, a criação, uma obra do
acaso.

2) A Bíblia não se propõe em ser um tratado de filosofia nem um libelo jurídico em que
Deus se preocupe em tentar provar que exista, contra a negação de homens. Instintiva e
naturalmente o homem pensa e sente a divindade para preencher seu vazio existencial.
O que Deus fez, foi cercá-lo de evidências que pudesse perceber e levá-lo a buscar, e
através da Bíblia forneceu os elementos adequados e exatos para tal, mediante a fé. O
Salmo 19 é uma exposição Teleológica e é uma declaração da fé. Gênesis 1 trás na
ordem da criação a coerência científica que parte dos elementos mais simples, para as
formas mais complexas de vida.

3) Seguem como exemplo, a definições dadas por Langston e Strong, respectivamente:


“Deus é um espírito pessoal, perfeitamente bom, que, em santo amor, cria, sustenta e
dirige tudo”. “Um espírito infinito e perfeito em quem todas as coisas têm sua origem,
existência e fim.”

4) Deus é uma pessoa, pois possui as seguintes características: o sentir; o pensar; o


querer. Deus tem consciência própria e direção própria.

5) Deus é espírito! A declaração de Jesus à samaritana. (Jo 4.24)

6) A teoria/filosofia que nega a existência de Deus.

7) A revelação bíblica de Deus como e quem Ele realmente é.

8) A idéia de um deus criador de tudo, porém distante, deixando a criação às suas


próprias leis, sem se relacionar com ela.

9) Tudo é deus ou deus está em tudo. Árvores, pedras, ar, água, terra, fogo, animais,
homem e etc..

10) É a teoria (holística / universal) da grande alma ou energia comum de onde todas as
coisas derivam. Tudo é parte desta mesma energia, menos ou mais desenvolvida.

11) Defende a existência de muitos deuses.

12) Crê que tudo deve conter fundamento lógico e satisfatório para se explicar; propor
que pode haver um deus parece uma idéia elevada, mas é fútil e pretensiosa. Nossa
mente finita e prática não alcança ou aceita, com sinceridade, o que é subjetivo e não
pode ser provado; é impossível afirmar que Deus existe.

13) Os atributos naturais em relação a si mesmo, são próprios e somente de Deus; são
absolutos, são completos e indissolúveis. São incomunicáveis porque não podem ser
doados ou compartilhados. São eles:

16
■ Unidade – Define em Deus que Ele é um só; há um só Deus; é único; é uno. Fora dele
não há outro Deus, mas nele, dentro dele, revela-se a existência coletiva da Trindade,
com uma só natureza, um só caráter e um mesmo poder. Não se divide. Não se perde.
Não se acrescenta. Não se contradiz.

■ Imutabilidade – Deus é o que é. Não muda em sua natureza nem em seu caráter. Ele é
perfeito. Pronto. Definitivo.

■ Eternidade – É eterno. Traz a idéia de tempo e além do tempo. Transcende o tempo e


não está sujeito a este. Sempre existiu e existirá.

■ Infinitude – É infinito. Traz a idéia de espaço e da imensidão ilimitada de sua grandeza.


É maior que tudo que existe e se possa imaginar.

■ Soberania – É a prerrogativa de Deus em poder fazer sempre o que decide e lhe


apraz, não sendo sujeito a nada. Ainda que nada houvesse, Ele é o Senhor.

14) Também, são exclusivos de Deus.

■ Onisciência – É o pleno e perfeito conhecimento de todas as coisas. Deus é presciente


em relação ao que faz, ao que existe e existirá. Não precisa aprender ou pesquisar nada.
É absoluto em informações, ciência e sabedoria. Nada lhe é oculto.

■ Onipresença – Em uma relação com a infinitude, descreve a grandeza de Deus


preenchendo todos os espaços. Onipresença pode ser entendida, não como Deus
estando repartido em todos os lugares ao mesmo tempo, mas, todos os lugares e
pessoas, enfim, estando em sua presença. Para alguns estudiosos, é pela Onisciência
que Deus se faz onipresente em todo o universo. Há um lugar, porém, em que esta
presença adquire uma plenitude como não em outros: No céu, entronizado de glória.

■ Onipotência – Por tudo que é e que faz, é o atributo conclusivo do ser Deus. Ele é
onipotente porque é Deus e é Deus porque é onipotente. A manifestação deste atributo é
imediata à ação criativa. Tudo pode fazer. Tudo faz. Entretanto este poder, força e
capacidade não podem estar em desarmonia com sua natureza e princípios. Deus pode,
mas, não se permite fazer o que não é certo. É impossível. Ele tem poder sobre seu
próprio poder. É o que chamam de Onipotência moral: Deus não pode mentir; não pode
negar a si mesmo; não pode ser tentado; não pode pecar; não pode cometer injustiça.

15) Deus comunica, dá ao homem estes atributos como parte da natureza pessoal e
relacional, para que sejam exercidos. Teólogos diferentes apresentam listas diferentes
para classificar os atributos sem estarem errados. Nossa lista considerou oferecer uma
resposta prática em que diversos atributos podem estar compreendidos em outros, como
conseqüência natural. São eles:

■ Sabedoria – A sabedoria comunicada aqui, não é como a sua; isto é impossível. Em


Deus está a plenitude perfeita. Para o homem ele disponibiliza o conhecimento, a
inteligência e discernimento em constante aperfeiçoamento nele, e ainda, uma sabedoria
como dom especial por seu Espírito em momentos especiais.

■ Verdade – É a retidão e integridade do caráter. Incorruptível e sem engano, é


impossível coexistir a verdade com a mentira e haver duas verdades diferentes sobre
uma mesma questão. Ser verdadeiro é ser autêntico.

17
■ Justiça – A rigor, é a equidade e equilíbrio para julgar, deliberar, ponderar e determinar
a solução acertada sob normas, princípios e direitos, sem ferir, perverter e desprezar a
liberdade das razões e dos sentimentos. Estabelece-se pela verdade.

■ Fidelidade – Na raiz hebraica, as palavras fidelidade e fiel, significam: escorar,


amparar, sustentar, suportar e firmar. A fidelidade de Deus caracteriza sua lealdade,
honestidade, honra, dignidade, credibilidade, e a fé que podemos ter nele. Se constitui
em uma aliança eterna a qual sua natureza divina não se permite trair. Ela advém do
cumprimento da justiça.

■ Santidade – Literalmente, santidade significa, primeiro, separação. Deus está separado


de tudo, pois que nada se compara ou iguala a Ele; é maior em excelência do que tudo.
Tomando o significado de “absoluto”, da química, quer dizer: aquele elemento, aquela
substancia que não admite mistura. É pura; e nesta pureza satisfaz um propósito
exclusivo, ideal e definitivo. Assim, como segundo significado, temos a dedicação ou
consagração a sua vontade. A santidade separa Deus da criação porque Ele é
incontaminável, imaculável e intocável; e por si só esta santidade consome toda a
impureza. Somente o seu bom querer permite que nos aproximemos dele para que
sejamos feitos santos.

■ Amor – De todos os atributos morais, relacionais e comunicáveis, o amor é o que


melhor revela seu caráter, e é o que dele nos aproxima. Não é um impulso resultante de
uma forte emoção, mas a permanência de um intenso sentimento favorável de aceitação
e querer apesar do conhecimento de razões para não tê-lo. Se a santidade nos separa,
seu amor nos atrai e nos constrange em um misto de orgulho e vergonha por sermos tão
amados e incapazes de retribuir o amor do qual Ele é digno. Como fruto do Espírito, o
amor se caracteriza em: graça; bondade; benignidade; misericórdia e longanimidade.

16) De forma simples, significa: três em unidade na unidade. Vemos a Deus, que é uno,
em três formas e manifestações pessoais distintas de si mesmo, com identidade e
atividade próprias, conservando, contudo, a mesma essência, natureza e eterna
divindade em sua relação com o homem: O Pai; O Filho; O Espírito Santo. Um em três.

17) Na Triunidade, a ênfase está na comunhão e coexistência das três pessoas divinas
consigo mesmo em que cada uma é o mesmo e único Deus, sendo presentes as duas
outras em cada pessoa. Três em um.

18) É a teoria de que o universo, a terra e o homem surgiram de uma fonte primária,
espontânea e elementar comum, que por combinações aleatórias e sucessivas
desenvolveu e resultou, finalmente, nas formas de vida que se vê, numa “seleção
natural”. Neste processo, Deus é desnecessário e inexistente. Seu autor, Charles
Darwin, (1809-1889) consolidou o que naturalistas como Charles Lyell (1797-1875) e
Jean Batiste LaMarck (1744-1829) já defendiam em suas observações, tornando-se o
maior e mais expressivo pensador e estudioso.
Quanto ao homem, afirma, não que este tenha evoluído do macaco; mas que
todas as espécies ou raças de macacos, (símeos) e o homem tiveram um ancestral
comum; e apenas uma, a que deu origem ao homem, evoluiu.

■ A narrativa do Gênesis mostra na ordem dos seis dias plena coerência com o que diz a
ciência quanto à formação dos elementos no universo e na Terra, surgindo a vida, das
formas mais simples para as mais complexas. A teoria do “Big Bang”, da grande
explosão que teria dado origem ao universo é muito parecida com (Gn 1.3) “Haja luz”!

18
Lembrando das leis da Física, a tal explosão se deveria ter dado sobre alguma massa ou
energia, já existente, em reação. É a primeira lei da Termodinâmica que diz que toda
massa é ou se converte em energia e vice versa, sempre em valores constantes. Outra
Lei, a da Biogênese, afirma que a vida só provém de vida e refuta a Geração
Espontânea – vida surgindo do nada; o que provou Louis Pasteur. Até para que
houvesse a explosão, o Big Bang, algo ou alguém deveria prover a substância a explodir.

O próprio tempo é mostrado em sua relatividade quando um dia é descrito como tendo
mil anos e mil anos durando um dia para Deus. (Sl 90.4) (2 Pe 4.1) O dia de quase 24
horas existe em função da rotação da Terra sobre seu eixo, e ao redor do Sol. O mesmo
Sol criado no 4º dia. Aqui podemos entender cada dia como Eras, períodos diferentes
entre si que tiveram um princípio, meio e fim de duração. A criação, como Deus nos
revela, não é estúpida e não contradiz as Leis da ciência que Ele mesmo, Deus,
estabeleceu. O que os homens não querem é admitir um Deus Senhor e que exige
santidade.

19) Religião é a expressão da busca do homem, de uma experiência sobrenatural com


algum tipo de força ou ser superiores ou uma divindade em resposta às suas perguntas
e anseios existenciais. Envolve emoções e razões; certas ou erradas. Biblicamente e
literalmente, religião é a religação com Deus. A teologia, portanto, que significa: “estudo
de Deus”, é a forma natural e necessária para se conhecer a Deus a partir da
experimentação religiosa de sentimentos pessoais, para através do ensino, adquirir
conhecimento e viver a prática da verdadeira religião.

20) Doutrina pode ser definida como um conjunto de idéias e princípios imprescindíveis
que formam as correntes de pensamentos de um grupo social e expressam suas crenças
e conhecimentos. A doutrina propõe modelos de vida e de valores, forma opiniões e
juízos e orienta quanto às ações. A doutrina deve conter verdades fundamentais
apresentadas com clareza e coerência, interpretando antecipadamente as mudanças por
sua aplicação sob preceitos bem organizados. Em nosso caso, doutrina, que significa
ensinamento: é a instrução das verdades bíblicas de modo lógico, ordenado e
sistemático. Assim, vale a doutrina, pelo poder de suprir a crença sem a restrição de um
credo e a prisão de um dogma; vale a doutrina, pela revelação do conhecimento da
verdade, na razão da fé; vale a doutrina, pelos frutos produzidos no caráter do crente e
pelo caminho apontado para os homens.

CRISTOLOGIA

1) Cristo, do grego e Messias, do hebraico Mashisch, significa: Ungido. Jesus era o


Cristo. O Ungido era a figura central da esperança judaica; o que representava a
reconciliação plena com o Deus Eterno: Yahweh. A unção no AT estabelecia autoridade
reconhecida, enviada, confirmada e aprovada. O Cristo era O Ungido sobre todos os
ungidos. (Is 61.1-3) (Lc 4.14-18) (Mt 16.16,17)

2) Jesus, do grego ou Josué, latinização do hebraico Ieshua, significa: Salvador. Jeová


Salva. Era um nome comum que retratava a esperança de Israel, por isso mesmo, muito
usado. (Mt 1.21) (Lc 1.30-33; 2.10,11,21)

3) As declarações de Jesus implicam, bem mais, na reivindicação da divindade pelos


atributos, poder e direitos exclusivos de Deus que ele tomou para si e, os que criam
aceitavam. Estes estavam claros na Lei e eram naturais na cultura hebraica; e assim as

19
autoridades religiosas não tiveram dúvidas: se não era Deus, se dizia igual, um mesmo
com Ele; Jesus disse ser Deus. Motivo legal de seu julgamento: Blasfêmia.

■ Suas: (Mt 14.33) (Mc 2.5-12) (Lc 7.48-50) (Jo 4.24-26; 5.16-18, 23-26; 8.56-58; 9.35-
38; 10.30-38; 14.9,15). Antes e depois da ressurreição. (Mt 28.9) (Ap 1.17-20; 5.6-14)

■ Outros: (Jo 1.1,10-14) (Rm 9.1-5) (Tt 2.13) (Hb 1.1-8) (Tg 2.1) (1Pe 5.10,11; 2Pe 2.1)
(1 Jo 5..20)

4) Isaías 61.1 – João 4.18

5) Profeta: (Jo 4.19) (At 7.37) Sacerdote: (Hb 3.1) Rei: (Lc 23.42) (Jo 18.36)

6) Não foi criado. Foi gerado pelo E.S. de forma única. (Lc 1.26-35) (Hb1.1-16)

7) Belém (Lc 2.4-7) Nazaré (Lc 2.39,51)

8) Duas. Humana e Divina. 100% homem e 100% Deus. (Fl 2.5-11)

9) Era divino em perfeita santidade para que o sacrifício vicário tivesse valor e, humano,
para que o sangue fosse derramado e o sacrifício consumado. (Hb 2.14-18; 4.14,15;
9.22,27,28)

10) Comeu e bebeu: A ceia. (Mt 26) Dormiu: No barco. (Mt 8.24) Morreu.

11) Sim, mas não pecou. (Hb 2.17,18; 4.15)

12) Por ver o futuro do povo judeu em rejeitar o messias; o sofrimento e juízo eterno para
a humanidade que o rejeitaria e por sua própria dor, em todas as dimensões, que se
seguiria. – Consultar referências e considerar suas próprias conclusões.

13) Não há uma resposta conclusiva absoluta. Vale convicção pessoal, naturalmente,
embasada na Palavra. Como no choro à entrada da cidade, agora, os sentimentos eram
mais intensos; chegara a hora. Creio, pessoalmente, que se tratava da luta do Jesus
divino para NÃO ceder e lançar mão ao pleno poder e impedir o sofrimento e sacrifício do
Jesus humano. Isto revogaria o Decreto e propósito do amor eterno e imutável pela
salvação.

14) Interpretação pessoal. Nos três versículos o autor aos Hebreus disseca as naturezas
divina e humana de Jesus e a relação conflitante de todo homem, entre a razão e a
sensibilidade; mente e coração; o que se sabe e o que se sente. A dupla natureza única
e atípica de Jesus, só será conhecida na Glória. O servo perfeito em obediência, ao Pai e
ao seu próprio querer, (Mt 26.38,39) (Jo 10.17,18; 12.27) não poderia ser sujeitado a um
castigo que lhe impusesse sofrimento para aprender a obedecer, e só assim, ser
aperfeiçoado, como parece sugerir o texto. Isto seria duvidar, vacilar, incredulidade,
pecar. (Is 53.11) (1Pe 1.11) (Sl 22.24) Deus se fez homem para impor a si mesmo o alto
preço da justiça e juízo que decretou contra o homem, e pagar, por amor.

15) Isaías.

16) Miquéias. (Mq 5.2)

20
17) Exemplos.
■ Isaque: O sinal mais evidente de sua vida foi o ser levado ao sacrifício por seu pai
Abraão; (Gn 22) mas, um dos mais impressionantes e mais belos momentos está no
envio de Eliezer, servo de Abraão e figura do Espírito Santo em busca de uma esposa
para Isaque. (Gn 24) Eliezer não vai a uma terra de estranhos e encontra Rebeca, figura
da Igreja. Todo o episódio é o completo relato profético, repetido em Cantares,
ministrado pelo próprio Jesus e consumado no Apocalipse, do encontro de Cristo com a
Igreja. O Arrebatamento. (Gn 24.63-67) (Ct 3.6,7; 6.10; 8.5) (Mt 25.1-12) (Ap 19.7)

■ José: O que é traído pelos irmãos; vendido por moedas de prata; tido como morto; o
que recebe aos que o negaram em um banquete, se dá a conhecer e perdoa. O humilde
servo que se torna senhor da terra, abaixo, somente, do grande rei, que lhe dá o nome
de: salvador do mundo. (Gn 37 a 46)

■ Moisés. Não é necessário dizer muito. O libertador. (Dt 18.17,18) (At 3.22) (Hb 3.1-19)

18) Exemplos.
■ A Arca de Noé: A Salvação do juízo divino foi proclamada e estabelecida de forma
única e condicional à entrada na Arca, pela fé. (Gn 6 à 9) (Hb 11.7) (Ef 4.5) O abrigo da
Arca é símbolo do batismo – morte e ressurreição em Jesus Cristo; novo nascimento
pela água e pelo Espírito. (1Pe 3.20,21) (Jo 3.5)

■ A serpente no deserto: A serpente enrolada numa haste é o símbolo da medicina É


símbolo de cura e saúde para o corpo e para a alma. (Nm 21.4-9) No deserto, depois do
pecado de murmuração, rebeldia, veio a morte por serpentes ardentes; a ordem de Deus
era o olhar – ir ao encontro da serpente de metal para perdão e vida. Jesus confirmou o
símbolo. O Filho do Homem no madeiro; levantado, (Jo 3.14,15) se fazendo maldito ao
levar a nossa maldição. (Gl 3.13) Como profetizou Davi: olhar para ele. (Sl 34.5)

■ O Tabernáculo: O santuário e todos os elementos e peças sagradas nele contidos,


bem como o propósito de sua edificação; a oferta de sacrifícios, prefiguram o sacrifício
maior e perfeito do Cordeiro de Deus – do Sumo Sacerdote Jesus. (Hb 81-5; 9.6-12;
10.19-23)

19) ■ “Deus meu ...” (Mt 27.46)


■ “Pai, perdoa-lhes ...” (Lc 23.34)
■ “Em verdade te digo ...” (Lc 23.43)
■ “Pai, nas tuas mãos ...” (Lc 23.46)
■ “Mulher, eis aí ...” (Jo 19.26,27)
■ “Tenho sede.” (Jo 19.28)
■ “Está consumado.” (Jo 19.30)

20) Para debate:


A maioria dos teólogos, seguindo a tradição, apresenta a sexta-feira como dia da
morte, afirmando que os 3 dias e as 3 noites foram simbólicos. É a resposta de uma
exegese e hermenêutica rendida ao que parece ser mais fácil entender. Jesus, o
21
cordeiro pascal, declarou que ficaria 3 dias e 3 noites sepultado, tendo morrido no dia da
preparação da Páscoa; e os discípulos testemunharam isso. (Mt 12.39,40) (Lc 24.18-21)
O que acontece é que, segundo os lingüistas, por “preparação”, o dia do sacrifício do
cordeiro, ter o mesmo radical do nome do sexto dia, no hebraico, e porque Marcos e
Lucas usam esta expressão, generalizam e desconsideram o que está escrito em
Levítico sobre a santificação sabática dos outros dias. Apegados numa tradução literal,
para o que lhes convém, fecham os olhos ao que os mesmos Evangelistas continuam a
dizer e dispensam uma afirmação bíblica ou prova histórica, insistindo, em outra
conveniência: nos dias simbólicos. As referências das Escrituras sugerem mais outros
dias e deixam lacunas entre a morte e a ressurreição. O sábado é a chave.

Os principais dias das diversas festas eram santificados e eram considerados


como um sábado com a paralisação. É preciso lembrar que sábado – shabbath, significa:
descanso, parada, paralisação, etc.. Vejamos: O Pentecostes. No dia imediato ao sétimo
sábado; (Lv 23.15,16,21) o primeiro dia no sétimo mês. (Lv 23. 24,25) A Expiação. No dia
dez do sétimo mês. (Lv 23. 26-32) O Tabernáculo. Dia quinze do sétimo mês; dias de
santa convocação, sem obras – sábados que não eram o sétimo dia. E oito dias depois,
um novo sábado solene. (Lv 23. 33-36) Outra lembrança importante é que estamos
considerando os dias religiosos; de uma tarde à outra tarde. (vs 32)

No que implica à Páscoa, não se pode ignorar o contexto da lei que segundo o AT
impunha normas à celebração. (Ex 12.1-20) (Lv 23.4-8) (Dt 16.1-8) A Páscoa acontecia
no primeiro mês. (Religioso – Abibe, antes do cativeiro Babilônio e Nissãn, após e
atualmente) No dia 10 o cordeiro era escolhido e separado, e no dia 14 preparado sendo
sacrificado à hora nona, às 15:00 horas. Ao por do sol, após às 18:00 hs, era o início do
dia 15, o sábado santo, litúrgico, cerimonial da Páscoa, a Páscoa propriamente dita,
quando o cordeiro era comido (em família) com pães asmos e ervas amargas; era o
Sêder, a refeição da Pessach. Páscoa era o momento em que o anjo da morte passava
sobre os lares egípcios; a Passagem. Nele nenhuma obra se fazia. Do dia 16 ao dia 20,
o trabalho era parcialmente liberado. Ao iniciar sempre no dia 14 do mês, os dias da
semana são rotativos. Jesus, o cordeiro, morreu no dia da preparação. (Mt 27.57-64) (Mc
15.42-46) (Lc 23.54-56) Poderia ser qualquer um, mas para termos os 3 dias até o
domingo, o 14 naquele ano deveria ser quarta-feira; Como responder? Fosse qual fosse
ele, o dia 15, seguinte à preparação, era de paralisação solene. Contados os sete dias,
nova paralisação; era o segundo sábado cerimonial da Páscoa: representando a
segunda passagem: a do povo pelo mar vermelho. E é claro, que nesta semana religiosa
o sétimo dia, o sábado verdadeiro, estava incluído; podendo fazer com que a semana
tivesse três sábados. – Mas, uma única sexta-feira. Em qual deles?
Outra evidência a se discutir e entender, está em que os textos sugerem a Ceia,
próxima ou durante a preparação, celebrada no cenáculo, (Mt 26.17-19) (Mc 14.12-16)
(Lc 22.7-13) na passagem do dia 14 para o dia 15. Ora, como Jesus foi morto na
preparação, dia 14, na hora nona, às 15:00 horas, como poderia cear a Páscoa após às
18:00 horas do mesmo dia? E se a Ceia fora o Sêder da Pessach, comemorado
conforme a Lei, sua morte se teria dado no dia 15, durante pleno sábado “solene” de
paralisação, incorrendo uma frontal violação e contradição pelos próprios sacerdotes,
diante de uma população perigosamente multiplicada e agitada naqueles dias. É o
apóstolo João quem responde, revelando que Jesus antecipara o Sêder, ao celebrar a
Ceia do sacrifício Pascal, Seu sacrifício, um dia antes. (Jo 13.1,2)
Os textos continuam e dizem que no dia seguinte, 15, de santa convocação
durante a Pessach, os sacerdotes foram a Pilatos pedir guardas para o sepulcro, e as
mulheres adquirir e preparar especiarias para ungir o corpo; mas por ser um sábado

22
“solene”, não puderam fazê-lo. Assim, no dia 16 as mulheres deram prosseguimento aos
preparativos dos ungüentos, porém, mais uma vez não concluíram em tempo de ir ao
sepulcro; e com a chegada do sábado “verdadeiro”, o sétimo dia da semana, dia 17,
recolheram-se. (Mc 16.1,2) De acordo com o evangelista Marcos, a compra ter-se-ia
dado após o sábado, restando a alta noite e madrugada de domingo para ir ao mercado.
Impossível. Improvável, se fosse o sétimo dia. As compras, então, se deram depois de
passar o dia 15 do sábado “cerimonial” da Pessach, durante o dia 16. Ao chegar, afinal,
o primeiro dia da semana, dia 18, quase comum na semana da festa Pascal, as mulheres
saíram para cumprir ao propósito da unção. Findara o sábado; (Mt 28.1-4) Nascia o sol;
(Mc 16.2) Era alta madrugada; (Lc 24.1) Ainda escuro; (Jo 20.1) e elas foram ao
sepulcro, mas Ele já não estava lá. Passados 3 dias e 3 noites, ressuscitou.

Finalmente, foi no Concílio de Nicéia em 325 DC, que se determinou a


comemoração da páscoa no 1º domingo após a 1ª lua cheia da primavera, no hemisfério
norte – outono, no hemisfério sul, entre 22 de março e 25 de abril, tornando a “sexta da
paixão”, um dogma. Dogma papal católico apostólico romano. Você já pensou nisso?

Nota: O tema acima foi estudado nas fontes constantes no apêndice ao final.

PNEUMATOLOGIA

1) É Deus. A terceira pessoa da Trindade, não por ordem de importância, mas, pela
revelação de seu ministério para com o homem no propósito divino. É Deus – A
declaração de Pedro a Ananias: (At 5.3,4)

2) Livre citação. AT (2Cr 24.20) (Ez 37.9,10,14) NT (At 2.1-4)

3) ■ Água – Poder purificador. Limpa. Refrigera. Santifica.


■ Óleo – Unção. Revestimento. Autoridade. Cura.
■ Fogo – Poder sobre o pecado; sobre o diabo. Força. Justiça e Juízo.
■ Vento – Soberania e presença. Liberdade em obediência. Serviço.
■ Pomba – Mansidão. Paz. Pureza. Fidelidade.

4) Prover a vida. O sopro, o fôlego. (Gn 2.7)

5) Convencer do pecado da justiça e do juízo. (Jo 16.8)

6) Regenerar; santificar; consolar; guiar; fortalecer; testificar; ensinar; edificar; interceder;


revestir de poder; etc.. (Consultar textos para cada afirmação)

7) Na concepção. (Lc 1.35) No batismo. (Lc 3.21,22) No deserto. (Mt 4.1)

8) Na prática, tanto faz. O uso da preposição “com”, indica o modo e ao mesmo tempo
dá a idéia de uma relação de parceria: junto. O uso de: “no”; a combinação da
preposição “em” + o pronome “o”, sugere: um lugar e aponta para uma presença
pessoal; é demonstrativo. O batismo com, ou no Espírito Santo, é a doação de uma
manifestação presencial de Deus. É uma “experiência sensorial concreta”. Aqueles que a
têm, evidenciam em si mesmos, atributos e capacidades humanas que jamais adquiriram

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e, outras, sobre-humanas. São atuações no interior da alma e espírito do batizado, por
meio de frutos e dons e, exteriores através de dons “de poder”.

9) É uma doação de Deus. Em sua misericórdia Ele nos dá porque quer um


relacionamento mais profundo e porque necessitamos. Não é resultado do merecimento
de pretensos santos cheios de fé. É preciso ter fé, sim, para receber; mas, não somos
nós quem medimos a fé. É uma promessa para o que nasceu de novo. (At 2.38) Não há
fórmula mística de palavras, ou ações. Deve se ter uma postura de paz, confiança e
entrega de si próprio sob um sincero desejo.

10) Vem de Deus. (Jo 14.16; 15.26) Vem com a finalidade de nos suprir por completo
todos os dias e conferir poder sobrenatural para pregarmos e Evangelho confrontando as
trevas. (Lc 24.49) (At 1.8)

11) No dia de Pentecostes, após a ascensão de Jesus. (At 1.1-11; 2.1-4)

12) Citando a profecia de Joel, (Jl 2.28-32) afirmou que era a promessa para sobre toda
a “carne”, todos os filhos de Israel, todos de todos os povos, todos os servos de Deus,
todos os que invocarem o nome do Senhor com arrependimento para salvação, a todos
quanto Ele chamar. (At 2.14-22, 38,39)

13) Como no Pentecoste, para a Igreja, não. Havia uma doação, um revestimento, uma
unção, uma cobertura, um enchimento. Eram manifestações individuais sobre pessoas
escolhidas por Deus com finalidades específicas. P/ex.: Os artífices do Tabernáculo; (Ex
31.1-11; 35.30-36) os setenta anciãos separados para auxiliar a Moisés. (Nm 11.16,17,
24-30) Os juízes. Os profetas.

14) Nove: Palavra de Sabedoria; ■ Palavra de Ciência; ■ Fé; Dons de Curar; ■ Operação
de Milagres ou Maravilhas; ■ Dom de Profecia; ■ Discernimento de Espíritos; ■
Variedade de Línguas; ■ Interpretação de Línguas.

15) Quando se fala de prova a intenção é satisfazer cobranças externas. As correntes


pentecostais ensinam que é a presença do dom de línguas em razão de que em quase
todas as ocasiões de batismo no NT, ele se evidencia. Nenhum dos apóstolos afirmam
ou negam o dom de línguas como sinal de confirmação. Paulo, escrevendo aos
Coríntios, (1Co 14) ensina que este é o menor em importância e efeito dentre os dons
porque, segundo ele, edifica ao que o possui, e pouco ou nada à igreja e aos de fora.
Testemunhar a presença do dom como presença do batismo edifica quem sabe o que é
a manifestação; mas não significa, necessariamente, que seja a prova única. Cremos
que ao proceder ao batismo com o dom de línguas, Deus o faz para que de um modo
imediato e simples não deixe nenhuma dúvida do ocorrido; o que outro dom não faria.
O que deve ser observado como prova é a razão do batismo, nas palavras do
próprio Jesus: Autoridade e poder para pregar o Evangelho. (Lc 24.49) (At 1.7,8) Pregar
não só com palavras; mas, com conhecimento, sabedoria, convicção e a ousadia de uma
vida sem temor do mundo e plena de amor e paixão por Ele e pelas almas, sendo capaz
de revelar a Sua glória ao anunciá-lo. (Jo 14.16-27; 16.1-14) Você concorda?

16) Sete; Oito e Cinco, respectivamente:

Aos Romanos, Paulo agrega dons sobrenaturais com os talentos inatos do homem, que
podem ser aprimorados em excelência como dons divinos; são eles: ■ Profecia; ■

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Ministério ou Servir; ■ Ensinar; ■ Exortar ou dar ânimo, encorajar; ■ Contribuir; ■ Presidir
ou liderar; ■ exercer Misericórdia.

Na continuidade aos Coríntios há uma nova mistura entre dons de liderança e ministério
com os sobrenaturais e talentos inatos, vocacionais: ■ Apóstolos; ■ Profetas; ■ Mestres;
■ Operações de Milagres; ■ Dons de Curar; ■ Prestação de Socorro; ■ Governo ou
administrar; ■ Variedade de Línguas.

Em Efésios, os dons de ministério: ■ Apóstolos, ■ Profetas, ■ Evangelistas, ■ Pastores ;


■ Mestres.

17) Amor, alegria/gozo, paz (interior), longanimidade/paciência, benignidade, bondade,


fé, mansidão, temperança/domínio próprio. Diz-se fruto, no singular, porque são todas
características de um fruto primeiro e maior: o amor. É o que Paulo aponta em sua
descrição do amor. (1Co 13)

18) É fruto, mas também é dom. Paulo compara e apresenta o amor ao enumerar uma
lista de dons, mas não se refere ao amor chamando-o de dom. Ele descreve a sua
excelência. Podemos considerar como dom a partir do momento que entendemos que é
uma bênção, uma dádiva de Deus. O verdadeiro e perfeito amor vem dele, pois é a sua
natureza. (1Jo 4.8) Nós o recebemos pelo derramar de seu Espírito. (Rm 5.5-8) mas é
fruto, porque é plantado e semeado em nós para que se desenvolva e permaneça para
sempre, também, pelo nosso desejo e nosso trabalho.

19) Não há quem seja; mas, podemos e devemos estar cheios pela renovação contínua.
Se falamos em nos encher é porque nos esvaziamos. Encher é experimentar, viver em
constante, profunda e integral comunhão com Deus, pelo Espírito. É buscá-Lo de todo
coração e entendimento e, ao encontrá-Lo, aproveitar ao máximo e voltar a fazer o
mesmo, depois de se exaurir nas atividades, provações e tentações diárias.

20) Há duas interpretações aceitas: Um batismo sob o simbolismo do poder do fogo,


manifestado na força das ações, paixão e amor, que impulsionam àquele que é batizado
e um batismo em que o crente estará submetido e mergulhado em desafios, provações e
lutas “ardentes como no fogo”.

21) O momento do AT é diferente do que vivemos a partir do NT e do Pentecostes para a


Igreja. A experiência de Saul, também é resultado da soberania de Deus em seu
propósito. O crente, hoje, nascido de novo, feito nova criatura, filho de Deus, justificado
por Cristo, tornado templo do Espírito Santo, não pode ser possuído por demônios.
Pode, no entanto, ser oprimido, afastar-se da Fé e servir ao diabo e, então, pelo
arrependimento, voltar. Essa discussão, porém, entra no campo da validade e
sustentabilidade da salvação. Se o crente a perde ou não. Qual a relação entre a graça
doadora com as obras de quem a recebeu. Vale estudar Romanos e orar muito.

SOTEROLOGIA

1) É o ato da maravilhosa graça e amor de Deus em oferecer por Seu favor e boa
vontade, sem que os homens façamos algo anteriormente para merecer receber, o
livramento da condenação do pecado, que é a morte, por intermédio do sacrifício de Seu
filho Jesus Cristo. (Jo 3.16) (Rm 6.23)

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2) Porque todos pecaram; (Rm 3.23) estamos sob a herança do pecado original em Adão
e, o salário, a consequência do pecado é a morte. (Rm 6.23)

3) (At 2.37,38; 16.30,31) (Rm 10.8-10,13) Crer em Jesus como seu único e suficiente
Senhor e Salvador, arrepender-se de seus pecados e confessar-se pecador, pedindo
perdão e entregando sua vida a Ele.

4) Não pode. Deve apenas crer e obedecer. (Ef 2.8,9)

5) Há somente um: Jesus.

6) Em Deus, em Seu propósito, na eternidade; (1Pe 1.18-20) (Ap 13.8) “antes da


fundação do mundo”.

7) Ambos. Do ponto de vista de Deus, é imediata. Ele é soberano; o sacrifício de Jesus é


eficaz e, quando somos declarados justos é a expressão da verdade em Seu poder para
nos dar salvação. Nele, nossa salvação está consumada. (Ef 1.3-6) Para nós, em nossa
ótica humana limitada e imperfeita; cremos na fidelidade da declaração de Deus, pela fé,
mas nos confrontamos com nossa própria realidade. Nela, devemos viver a nossa luta
diária perseverando pelo nosso aperfeiçoamento na salvação. (1Co 9.24-27) (2Co 7.1)
(Fl 3.12-14) (Cl 3.1-17) (Hb 13.20,21) (1Pe 5.10) (1Jo 1.7)

8) Regeneração – Justificação – Santificação – Glorificação.

■ Regeneração é ser gerado de novo: É o ato do novo nascimento; da conversão; da


mudança; transformação em uma nova criatura pelo sangue de Jesus. (Jo 3.3) (Tt 4.5)

■ Justificação é o ato judicial de Deus em nos declarar justos. Em sua onisciência e


soberania Ele vê a Regeneração operada em nosso coração a atesta que estamos
justificados perante Ele e, cumprida a exigência da lei do pecado, livres da condenação.
(Rm 5.1; 8.30-33)

■ Santificação é o início da restituição da imagem e semelhança da natureza divina no


homem. É o ato contínuo à Regeneração e Justificação, sendo nós, separados do
mundo e do pecado por Ele e para Ele pelo seu Espírito Santo. (1Ts 3.13) ( Hb 12.14)
(1Pe 1.2)

■ Glorificação é o estado final reservado para o crente. Ser feito e transformado em um


corpo incorruptível, glorificado, como o de Cristo após a ressurreição. (1Co 15.50-58)
(Rm 8.30-33)

9) Redenção é o ato ou efeito de redimir; ajudar; salvar; libertar; remover a culpa e


receber e/ou dar uma nova condição; ser transformado, transformar em definitivo.

10) Remissão é o perdão da dívida; (do pecado) aceitando o credor, (Deus) uma
compensação que o satisfaça plenamente como pagamento e, assim, desconsiderando
o rigor da exigência inicial.

11) Eleição é a escolha de Deus nos dando acesso a todas as suas bênçãos; aos
servos, o direito de serem filhos: à salvação. Esta escolha em Cristo é uma eleição geral
e eterna para todo aquele que se candidatar a receber o voto de aprovação de Deus. Ser

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candidato (ao céu) é ter a “marca da candura”, a brancura, ser tornado alvo, ser
purificado. (Ef 1.3-6)

12) Liberdade de decidir e julgar o que lhe parecer melhor para si; liberdade de escolha.

13) É a doutrina que ensina que Deus decretou, já “previamente” pela sua soberania,
que os homens estão escolhidos e destinados a um fim, independente do que façam ou
aparentam ser: uma parte deve ser salva e a outra parte condenada.
Segundo ela, nada ou qualquer ação pode mudar este fato; “Deus não é injusto,
pois não é obrigado a salvar ninguém. A culpa é do homem; a queda de Adão foi sua
própria falta. Jesus não morreu por todos; mas, apenas pelos salvos. Não fosse assim,
os que se perdem atribuiriam fracasso à expiação”. Apenas, não sabem os homens,
quem faz ou fará parte de cada grupo. É irreversível.

14) Afirmar que se perde ou não é uma pretensão humana sobre o conhecimento da
Teologia cujo propósito pouco acrescenta à prática da vida cristã. Bem mais importante
do que definir um ponto doutrinário, é desfrutar e viver a salvação conforme o caráter
que o Salvador Jesus definiu para os salvos.
O candidato examinado deve apresentar sua convicção pessoal sob base bíblica, porém,
este autor apresenta as seguintes respostas a serem consideradas:

1º) Santidade de vida é o padrão e perfil exigido de quem está e é salvo. Entendemos
que o homem obtém a salvação mediante o reconhecimento e arrependimento de suas
culpas e a confissão sincera e completa de seus pecados, tornando-se nova criatura pelo
Novo Nascimento. (Jo 3.3-6) Sob este ponto de vista, assim como o nascimento físico só
ocorre uma vez, o nascimento do Espírito só deve, igualmente, ocorrer uma única vez.
Assim, ao nascer de novo e se tornar “filho de Deus”, a salvação é absoluta, pois faz
parte da natureza interior e implica em transformação, conversão, metanóia. Por esta
ótica, salvação não é algo que se possua como um objeto e seria impossível perdê-la
sem perder a vida, literalmente. Jesus, mesmo, disse que não abre mão, ou perde os
que vão a Ele. (Jo 6.37) Perder é uma ocorrência involuntária. Quem perde algo fica
separado e sem o conhecimento de onde esteja o objeto perdido. E sendo a salvação
adquirida em Cristo e por meio de Cristo – sempre presente – perder é inconcebível.

2º) Por outro lado, sabemos que os nossos pecados fazem separação entre nós e Deus;
(Is 59.2) e João, pelo Espírito, afirma que mesmo os salvos, pecam, (1 Jo 1.7-10) e
Paulo, falando de si mesmo, descreve o esforço, trabalho e determinação para
permanência na salvação. (Rm 7.14-25) (Fp 3.7-14) Ora, se somos salvos pela graça de
Cristo – e somos, mas devemos viver uma vida de obras – testemunho de retidão,
santidade, verdade e justiça, que só é possível com a ajuda e força que vem de Deus,
então, ao cair nas tentações, se não perdemos, lançamos fora a salvação.

Concluímos que há dois pontos de vista. O de Deus e o dos homens. Em Deus, a


salvação é definitiva. É um ato. Nos homens é relativa e condicional à continuidade de
vida nos padrões de Deus diariamente. Afirmar sobre perder ou não a salvação, é julgar
temerariamente a sinceridade do próximo quanto a sua entrega a Deus; é de forma
arrogante pretender dizer o que está em cada coração e cada espírito. Não compete à
criatura discutir ou discorrer sobre tal aspecto da salvação. Deve o homem, vivê-la e
cuidar de si, pois que prestará contas ao Senhor.

15) Identifique os dois teólogos: João Calvino e Jacob Armínio, exponha suas afirmações
e declare sua posição.
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16) É a base da teologia Calvinista, desenvolvida sobre a pregação de Agostinho, em
que a salvação é por mérito exclusivo de Deus, manifestando uma graça atrativa
irresistível a qual os predestinados à salvação são incapazes de se oporem a ela. Assim,
de modo sobrenatural os que devem ser salvos serão atraídos pelo poder desta graça,
inevitavelmente.

17) Tal pergunta é um sofisma. Jesus deu a sua vida voluntariamente. A morte do
Inocente cercada de injustiça e brutalidade e, envolvendo a mentira e o ódio, são da
natureza maligna. Porém, a condenação do homem à morte como sentença pelo pecado
foi decreto de Deus; e não uma atribuição imposta pelo diabo. A natureza divina/humana
vista em Jesus era algo inimaginável, até para aquele que fora participante da glória de
Deus. Matar o Salvador seria a 1ª opção de um impasse. A 2ª seria levar Jesus a desistir
da sua morte, a qual daria a salvação, ao tornar tudo mais grave por meio da tortura dos
flagelos, das humilhações e afrontas. Cremos que no seu desespero o diabo não teve o
controle da barbárie. A morte do Cordeiro foi o plano Eterno e exclusivo de Deus.

ANTROPOLOGIA / HARMATIOLOGIA

1) São as: do homem (da raça humana), sua origem, existência, conformação, natureza;
e a doutrina do pecado.

2) A discussão em base bíblica sobre o que é o homem em sua estrutura e natureza


deságua nas duas correntes dentro da doutrina formando as duas “sub-doutrinas”.
Teólogos de renome se dividem; mas, somente uns poucos afirmam ser uma, certa e a
outra errada em assunto tão complexo. De certa forma, ambas, sob seus respectivos
pontos de vista, são corretas. É preciso distinguir o que cada uma destaca e entender
que Dicotomia e Tricotomia se compreendem e, a Tricotomia completa a Dicotomia. São
elas, assim definidas:

DICOTOMIA – Afirma que o homem se divide somente em duas partes; corpo e alma.
Ensina que espírito e alma não têm distinção. São uma mesma existência, substância e
natureza. TRICOTOMIA – Ensina que a divisão se dá nas três partes; corpo, alma e
espírito. E mesmo que as duas últimas tenham uma natureza substancial comum, se
distinguem por suas finalidades. As duas podem apresentar versículos e interpretações
para justificar suas posições, que isoladamente do contexto e do propósito as fazem
parecer absolutas, excluindo a outra tendenciosamente; o que não fazemos.

■ Os Dicotomistas partem da criação do primeiro homem (Gn 2.7) para se firmarem.


Dizem que Deus criou uma alma e, aí quando se usa a palavra espírito, só tem sentido
relacional e não existe outra forma de existência qualquer. Mas o próprio texto fala de
“fôlego”, como o mesmo espírito de Gênesis 6.17: Vida. Já, Zacarias (Zc 12.1) fala de
espírito no sentido criativo da vida, mas permite uma interpretação de espírito pessoal.
Por estas referências a conclusão é evasiva e não nos responde se foram criados alma e
espírito; diferenciados, ou se são um só. Tratando da morte do homem, as palavras se
revezam: Salomão fala de espírito; (Ec 12.7) João fala de alma; (Ap 6.9) Jesus fala de
alma; (Mt 10.28) Tiago, espírito. (Tg 2.26) Entendemos que quando se fala da alma, na
morte, relaciona-se com morte da natureza física e existencial, com a identidade original
do ser. Quando se menciona espírito, aponta-se para a redenção, há uma relação
superior ligada à vida e à morte eternas. (Hb 12.22,23) (Ap 4.2)

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■ Os Tricitomistas consideram tais referências, mas concordam que não são conclusivas;
por isso mesmo destacam os textos que apresentam alma e espírito com sentido
diferenciado, ainda que ninguém explique tudo plenamente; entre eles: (Is 57.16) Há,
entretanto, dois textos determinantes em favor da Tricotomia: (1Ts 5.23) (Hb 4.12) Diante
do exposto e sobre a explicação de SCOFIELD, consideramos a Tricotomia como a
melhor posição: “Sendo o homem, espírito, é capaz de ter conhecimento de Deus e ter
comunhão com Ele; sendo alma, ele tem conhecimento de si próprio; sendo corpo,
através dos sentidos, conhecimento do mundo.”

3) Salomão declara que o homem foi feito reto, por Deus. (Ec 7.29) A narrativa da
criação no Gênesis, (Gn 1.26) feito, o homem, à imagem, conforme a semelhança de
Deus, e depois, a sua queda (Gn 3) ao tomar do fruto da árvore do conhecimento do
bem e do mal, ratificam a inocência original.

4) Muito pode ser dito: Para exercer o domínio sobre a terra, a criação, povoar a terra e
fazê-la produzir frutos; (Gn 1.26-29; 2.5) numa relação pessoal e íntima, para o louvor de
Sua glória. (Ef 1.3-14)

5) Os ensinamentos das Escrituras a respeito da Imagem de Deus no homem dão base


para as duas seguintes afirmações:

■ As palavras imagem e semelhança em Gênesis 1.26 são empregadas como sinônimo


e uma pela outra; e, portanto, não se referem a duas coisas diferentes. No versículo 26,
temos ambas, mas no 27, somente a primeira; e mais adiante, há citações únicas sem
qualquer distinção. Semelhança; (Gn 5.1) Imagem; (Gn 9.6) Imagem; (1Co 11.7)
Semelhança. (Tg 3.9)

■ Em Gênesis 1.26 as palavras imagem e semelhança se reforçam mutuamente,


contudo parece não terem o mesmo significado. O homem como imagem de Deus, é um
ser racional e moralmente responsável. Como semelhança de Deus, ele se parece com o
criador em sua natureza mental.
O que se vê é: muita confusão como se fossem, intelecto e moral, possíveis de
separar da mente. É preciso bom senso e humildade para submeter-se aos limites que o
próprio Deus nos dá para, então, aprender.

IGUAL SEM SER O MESMO – Dizer que o homem foi criado à semelhança de
Deus, não é o mesmo que dizer que seja absolutamente igual a Deus; o que é óbvio.
Primeiro, porque o homem é antes, um corpo físico e Deus é espírito. Segundo, porque
no homem jamais haverá a absoluta perfeição do único e poderoso Deus. Contudo há
uma perfeição para nós estabelecida que pode e deve ser alcançada. (Gn 17.1) (Dt
18.13) (1Re 11.4) (Sl 101.2) (Mt 5.48) (Cl 1.28) (1Pe 5.10) Sabemos que só Jesus Cristo,
o segundo Adão, possui em si mesmo o resplendor da glória e a expressão exata de
Deus. (Hb 1.3) Só ele é a imagem do Deus invisível. (Cl 1.15) Não em sua aparência
encarnada, mas no todo de seu caráter; e a nós, cabe-nos, nele permanecer. (Jo 15)

IMAGEM PERCEBIDA – A Imagem de Deus segundo o homem, certamente inclui


quatro características elementares assim denominadas: Justiça Original; Espiritualidade;
Imortalidade e Domínio.

■ Justiça Original: ou mais especificamente, o verdadeiro conhecimento ou consciência,


justiça e santidade originais, perdidas devido ao pecado. Característica, esta, que não
pode estar restringida totalmente como perda. Ela inclui, também, elementos que

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pertencem à constituição natural do homem. São elementos que compõem o homem
como tal, como as faculdades intelectuais, os sentimentos e a liberdade moral, que não
perdeu com o pecado, e que não poderia perder sem deixar de ser homem. Esta parte
da imagem de Deus, de fato, foi corrompida pelo pecado, mas ainda pertence ao
homem, mesmo depois da queda. O homem, independente da sua condição espiritual,
ainda é apresentado como imagem de Deus. Nos Evangelhos, e por todo o NT, a
doutrina da Salvação em seus aspectos da responsabilidade pessoal, Justificação e
Regeneração graciosas, o confirmam.

■ Espiritualidade: é outro elemento incluído na imagem de Deus, que é espírito; e assim,


é simplesmente natural se esperar que esta característica também ache sua expressão e
lugar no homem como imagem de Deus.

■ Imortalidade: “dom” que só Deus tem; (1Tm 6.16) e isto parecia excluir a idéia da
imortalidade humana. Deus a tem como qualidade essencial de sua natureza; tem-na em
Si e de Si próprio, mas aprouve-lhe por seu desígnio conceder a imortalidade ao espírito
do homem; ao homem.

■ Domínio: há considerável diferença de opiniões quanto a se o domínio do homem


sobre a criação inferior, também fazia parte da imagem de Deus. A autoridade não é
causa da imagem e semelhança, mas são ambas o fundamento da autoridade.

SEMELHANÇA PERCEBIDA – Alguns teólogos têm interpretado esta imagem de


Deus, como: Semelhança Natural; Semelhança Moral e Semelhança Social.

■ Semelhança Natural: Deus é um espírito pessoal. A alma humana é um espírito


pessoal. Os atributos essenciais de uma pessoa são; a razão, sensibilidade e vontade.
Um espírito é um agente racional e moral; portanto, também, livre. Ao criar o homem à
Sua própria imagem, Deus o dotou dos atributos que pertencem à Sua natureza como
pessoa espiritual. O homem, assim, difere de todos os habitantes deste mundo, e está
imensuravelmente acima deles. Ele pertence à mesma ordem de seres que o próprio
Deus e é, portanto capaz de perceber e ter comunhão com seu criador.
Langston é um dos teólogos modernos que admitem que, intelectualmente, o homem se
parece com Deus, porque, se não houvesse conformidade na estrutura mental, seria
impossível a comunicação de uma com o outro, e o homem não poderia receber a
revelação de Deus. O fato de Deus se manifestar ao homem prova que o homem pode
receber e compreender esta manifestação. “Assim sendo, a semelhança natural entre
Deus e o homem perdura sempre, porque o homem não poderá jamais deixar de ser
uma pessoa como Deus o é.”

■ Semelhança Moral: A identidade de Deus no homem consiste tanto de sua natureza


racional, quanto de sua conformidade moral com Deus. O homem, indubitavelmente,
possuía retidão e santidade; Gênesis 1 e 2 demonstram isso. Apenas com base nisto foi
possível para o homem ter comunhão com Deus, que não pode contemplar, aceitar em
conformidade e indiferença a perversidade. (Hb 1.13) A semelhança moral consiste nas
qualidades que faziam e ainda fazem parte do caráter de Deus. Tendo sido criado: bom
e dotado de relativa justiça, as tendências do homem e os sentimentos de seu coração,
eram voltadas e inclinados para Deus; contudo, ao dar lugar ao pecado desviou-se do
padrão, sendo preciso que Deus enviasse Seu Filho para restaurá-lo e dar uma nova
identidade.

30
■ Semelhança Social: A natureza social de Deus é embasada em Suas afeições e são
relacionais. Os objetos de seu amor se encontram na trindade e implicam no que Ele
sente, sabe e nas intenções de sua relação para com o homem. Assim como Deus tem
uma natureza social, por desejo e vontade própria, Ele também dotou o homem de uma
natureza social, em que se inclui a necessidade sobre o desejo e vontade. (Gn 2.18; 3.8)

CONCEITO EVANGÉLICO – Ao considerar que o homem foi criado em um estado


de relativa perfeição; não significa que ele já se encontrara no mais elevado estado de
excelência desejado e possível. Ele estava destinado a alcançar um grau de perfeição
pela obediência. Sua condição era temporária, podendo levar à glória ou acabar em
queda. A perda da justiça original foi a perda da própria natureza de seu estado ideal,
significando o enfraquecimento e deterioração de sua humanidade. O homem poderia
perdê-la e continuar sendo homem, mas podia não perdê-la para continuar a ser O
Homem. É muito estreita, é imensurável a relação existente entre a IMAGEM e
SEMELHANÇA de Deus no estado original do homem e, por isso, não podemos separar.

6) O Autoctonismo é a teoria que defende que os homens que possuem uma mesma
raça e cultura são originados da própria região em que vivem. Mas, o Autoctonismo esta
passando por uma redefinição sob as seguintes considerações:
A tradicional idéia das 3 raças: branca, negra e amarela (ou vermelha) divididas em
regiões distintas do planeta tem perdido sua força a mediada que mais valores comuns
são descobertos; e a cor da pele e aparência diferentes, bem com as distâncias não
explicam.
A Ciência Natural, mesmo defendendo a Evolução das Espécies, considera as
diferenças entre os homens, variedades de uma raça original, sendo elas, frutos da
seleção e adaptação ao habitat, ao longo dos tempos e após seu deslocamento. E a
Biologia, com as descobertas do Genoma humano e DNA, afirma hoje, que há
infinitamente mais características comuns do que diferentes.
A tradição histórica de cada povo apresenta em senso comum, a origem dos homens a
partir de um Homem em um Centro, que depois distribuiu-se em muitos povos.
A Filologia, estudando as línguas, sugere que todas parecem ser ramos de um
mesmo tronco, uma mesma raiz; e que Babel é uma possibilidade.
Assim, defendendo um lugar único e uma só origem para toda a Espécie humana, o
homem, e não as Raças, Evolução e Criação se aproximam no Autoctonismo.

7) Aloctonismo é a teoria que abrange todas as demais teorias que defendem que o
homem se originou em diferentes centros fora de seu habitat.

8) O Preadamismo afirmava a princípio que antes de Adão haviam outros homens,


sendo Adão, o cabeça da raça judaica. Posteriormente, acrescentou que os Preadamitas
seriam menos desenvolvidos sem serem primitivos; guardando todas as raças, porém,
um fator de unidade e igualdade pela agência de um criador.

9) Dentro da teologia, afirma que Deus criou todas as almas no começo da existência, e
à medida que os homens são gerados, ou antes do nascimento, elas como que
encarnam ou reencarnam.

10) Ensina que Deus cria uma alma para cada corpo e esta não possui qualquer relação
direta com a hereditariedade, a raça ou a espécie. Sabemos, porém, que as
semelhanças com os nossos ascendentes não são apenas físicas; herdamos muito mais.
São talentos e aptidões inatos e expressões comportamentais que se manifestam,
mesmo fora de uma influência direta. Outro problema está na relação com o pecado:

31
neste caso ou o pecado é só no corpo, ou Deus cria uma alma pecaminosa, já carregada
de pecado; sendo assim, o homem, inocente e Deus, culpado. (Ez 18.19-22)

11) É antes de tudo uma posição (Em Oposição) à boa, agradável e perfeita santidade e
vontade de Deus. Surge de sentimentos e pensamentos arrazoados contra Deus e em
favor de si mesmo, dos próprios interesses, acabando por atingir a terceiros; ao próximo.
Não devemos confundir pecado com o ato pecaminoso gerado por ele. Peca-se por
pensamento e sentimento, ainda que ocultados e não expressados; peca-se, então, por
atitudes, comportamento; em seguida peca-se pelas palavras proferidas; e por último,
peca-se pelas más ações consumadas ou pela omissão, quando se sabe do bem e do
certo e se recusa a fazê-lo.

12) Em Adão, ou para o homem, em todas as raças da espécie humana, podemos listar:
o Egoísmo na valorização exagerada de si mesmo, quando tentado, seduzido e adulado
em ser como igual a Deus; a Vaidade decorrente desta aceitação; a Arrogância e
Pretensão com que deu cabo ao que passou a crer; a Desconfiança e Descrença no
caráter de Deus, atribuindo-lhe mentira e falsidade; a Desobediência consciente no único
ato que lhe fora restringido; a Covardia e Hipocrisia em não admitir seu erro e ao lançar a
culpa sobre a mulher, e sobre o próprio Deus que a criara e a dera como companheira.
A conseqüência foi a morte geral da criação; morte como fim natural da vida e
morte como perda das bênçãos, favores e facilidades que haviam sobre ela enquanto
corria. Na declaração do Gênesis, (Gn 3.16-24) lemos e entendemos:
Para a mulher, a multiplicação das dores e sofrimentos da gravidez e do parto e a
sujeição ao marido. Depreende-se que não são apenas as dores físicas, mas, toda a
miséria vista hoje sobre a maternidade. Estupro, aborto, o abandono, abuso infantil dos
filhos pelos pais, deformidade e morte na gestação pelo consumo de drogas, a violência
doméstica dos companheiros sobre as mulheres.
Sobre o homem, o trabalho que passa a ser pesado, numa terra que não
responde mais com os frutos, mas com todos os tipos de espinhos que uma cruel e
verdadeira metáfora possa permitir. A escravidão, a exploração da mão-de-obra mal
paga, A pobreza de tantos debaixo da riqueza e ganância de alguns, a corrupção e
injustiça, as doenças do trabalho e os sonhos sepultados nos cemitérios.
Sobre a terra, sobre as formas de vida inferiores ao homem, em dignidade, um poder
destrutivo e degenerado que este não pode controlar. Desde a força dos climas e
elementos da natureza até as epidemias causadas pela vida microscópica. Maldição.
Enfim, a expulsão do Jardim, a perda da comunhão, a separação espiritual de Deus.

13) Entendem os teólogos, que tendo sido Adão, O Homem, o que fora criado
originalmente por Deus, nele estava e está toda a humanidade; inclusive, é evidente e
especialmente, a primeira mulher, que dele saíra, somente pela intervenção do Criador.
Assim, Eva estava nele, Adão; que a abrigava e tinha sobre ela a autoridade, governo e
responsabilidade. Nele, os dois eram uma carne. Nele estava a consciência moral. Mais,
fora a ele quem Deus ordenara a proibição de não comer do fruto. No entanto, sobre a
culpa exclusiva de Adão, pode-se suscitar a presunção da inocência de Eva, e/ou a
pergunta de qual seria o resultado se ele não tivesse provado, mas apenas ela.

14) 15) 16) As três perguntas devem ser respondidas em um só contexto, como segue:

A teoria da Transmissão ensina que os pais transmitem aos filhos a totalidade da


natureza, no corpo, na alma e espírito; ainda que a vida na alma seja dada por Deus.
Esses dois últimos seriam como uma só substância, recebedora de características

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próximas, porém, respectivamente definidas sobre o que recebem das impressões do
corpo por meio do qual recebem.
É impossível para a ciência médica, para a filosofia e a teologia definirem,
identificarem e separarem a fronteira entre o cérebro a mente e a alma humana. Certo é,
que aquilo que somos e fazemos, é resultado de todas as informações e impressões
percebidas e assimiladas durante a vida. Todos os homens as recebem da mesma
forma: do corpo para a alma, e desta para o corpo. Podemos considerar a mente (Nous,
do grego) como o elo entre o corpo material e a alma/espírito imaterial. E em tudo em
todos, se manifesta o mesmo pecado original.
Aqui a unidade da espécie/raça é completa e o ser humano é parente de cada
membro da humanidade. Herda-se toda potencialidade para o bem e para o mal; geral e
pessoal, na família em que se é gerado. Cada indivíduo, como parte da raça é co-
responsável pelo pecado de todos; ou seja: é participante na, e da natureza pecaminosa
de Adão. Assim, podemos intuir que qualquer que estivesse no seu lugar cometeria o
mesmo ato, e é possuidor da mesma culpa. Por isso mesmo, também é recebedor de um
mesmo e único ato de redenção executado por um único homem: Jesus. (Rm 5.12-19)
O pecado e a culpa que dele advém são inerentes à raça. O corpo peca, mas
antes o pecado se origina na alma; e todos são de igual natureza. Desde a infância,
consciente ou não, ou instintivamente o padrão comportamental é um. (Pv 22.15) É
importante que esta interdependência universal seja bem entendida, ou levará o homem
para longe de seu livre arbítrio e de sua responsabilidade pessoal, na tentativa de
isentar-se de culpa; pois, quando a culpa é de todos acaba não sendo de ninguém.

17) João discorre o mesmo ensino de Paulo quando fala da luta da carne contra o
espírito. (Gl 5.16,17) (Rm 7.15-22; 8.4-6) O que o apóstolo quer dizer é que apesar de
nossa nova natureza, ainda estamos sujeitos a pecar, enquanto neste mundo, enquanto
neste corpo, nesta vida; e que Deus nos deixa claro esta verdade. Entretanto, nos
exorta a perseverar na santidade e resistir e evitar o pecado na dependência do Espírito
de Deus e na confiança no sacrifício de Jesus, que nos justifica. Ele fala da prática do
pecado; quer dizer: viver pecando voluntária e conscientemente. O pecado já não é
regra, é exceção. O que é nascido de Deus não está sob o poder do pecado de forma
que não possa resistir-lhe e vencê-lo. Não faz mais parte da natureza dos filhos de Deus,
a presença do pecado no seu dia a dia. O testemunho revela os filhos de Deus. Cometer
pecados de forma contumaz sob a desculpa da humanidade é, pois, ser falso crente; é
ser filho do diabo.

18) No céu, ante a glória de Deus, no coração do, então, querubim ungido, no íntimo de
satanás. (Ez 28.1-19)

19) Não. (2Pe 2.4) Pois teve diante de si, a glória da face de Deus. Era o mais excelente
dos anjos, de todas as criaturas em beleza e honra; menor, somente, que o próprio Deus
trino. Deus, conhecendo seu coração e suas obras, por decisão soberana, justa e
irrevogável decretou a sentença de juízo que o condena. (Ez 28.18,19) (2Ts 2.1-10) (Ap
20.1-10)

20) Inúmeras são as declarações diretas e metáforas quanto ao juízo, quanto à


condenação a morte eterna; ao fogo; ao inferno. (Ez 18.4) (Mt 7.13,14, 21,22; Mt 25.31-
33, 41-46) (2Pe 2.9, 17; 3.7, 10-12) (Ap 20.11-15; 21.8; 22.14,15)

21) Para todo pecado há perdão – quando confessado mediante sincero e completo
arrependimento. Sem perdão, pecado para morte, é aquele cometido voluntariamente,
assumindo-se o pleno conhecimento da conseqüência e, declarando o não desejo da

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graça salvadora de Jesus. Mais do que o prazer no pecado, se estabelece a revolta e
resistência a qualquer ação de Deus. Ensinam, ainda, os teólogos, ser a “blasfêmia”
contra o Espírito Santo; que consiste em atribuir à Suas palavras e obras, a procedência
maligna: que Deus é mal, é o próprio diabo. Finalmente, considera-se para morte por
negar-se a todo o plano de redenção revelado na Trindade:
Tal pecador rejeita o amor de Deus Pai, que enviou Seu Filho; rejeita o Filho, que
intercede junto ao Pai, em favor do homem; e rejeita a intercessão do Espírito, que busca
convencer ao homem de seu pecado. Não havendo mais quem interceda, finda-se a
esperança e resta a morte. (1Jo 5.16,17) (Mt 12.27-32) (Is 53.12) (Hb 2.3,4; Hb 7.22,25)
(Rm 8.34; 8.26,27)

22) Há duas. A morte física, natural da vida do corpo e a morte espiritual que se
manifesta em duas condições: Quando o homem está na prática do pecado, separado da
comunhão com Deus, e diz a Escritura que está morto; e quando se der o juízo final e for
consumada a morte espiritual. (Rm 6.23) (Tg 1.15) (Ef 2.1,2,5,6) (Cl 2.13) (Ap 2.11; 20.6;
21.8) Os textos apresentam, ainda, a metáfora da morte para o pecado e para o mundo,
seguida da ressurreição com Cristo; o novo nascimento. (Rm 6.8-13) Mas, morte efetiva,
como dano resultante do pecado, são as duas.

23) Segundo a teologia Católica Romana é um lugar intermediário entre o céu e o inferno
para a expiação e punição das almas dos fiéis que morreram em pecado venial
(desculpável, leve) não perdoado em vida. Esta falsa doutrina, que compõe um dos
sacramentos, ensina que as almas dos penitentes podem ser ajudadas por meio de
orações, indulgências (ofertas) e especialmente com as missas encomendadas.
As primeiras menções da existência de tal lugar, vêm da religião persa e do
budismo. Na Grécia do século IV AC., Platão escreveu sobre a sua possibilidade no
Hades. No século V os padres romanos já defendiam e pregavam o purgatório como
realidade; mas, foram nos Concílios de Florença e Trento (1439/1476) que os papas
formalizaram oficialmente a doutrina. Nessas ocasiões a tormenta e o fogo foram
acrescentados e validados. Os apologistas do dogma usam de forma grosseira os textos
em (Mt 5.26; 12.32) (1Co 3.15) para justificar o credo. A refutação está na verdade,
justiça e na misericórdia de Deus, as quais encontramos em textos como: (Jo 5.24;
8.32,36) (Rm 5.1,2; 8.1) (Hb 9.26,27).

ANGELOLOGIA / HERESIOLOGIA

1) Anjo, do grego, angelos, significa mensageiro. São seres criados por Deus em seu
propósito soberano para serem testemunhas de toda a criação e de sua glória e, agentes
comunicadores de sua vontade para com o homem e executores de seu poder. Os anjos,
a semelhança de Deus e antes dos homens, também foram criados: espíritos pessoais,
pessoas, porém, sem corpos como os temos, dotados de inteligência, sentimentos e
vontade. São naturalmente santos, tendo como habitação original a proximidade do trono
de Deus, contemplando sua face; mas, são moralmente livres, possuidores de livre
arbítrio e sujeitos a tentação e ao pecado. Numa comparação em relação aos homens,
os anjos têm maior excelência em poder, porém não receberam o privilégio da intimidade
afetiva em amor dada aos filhos. Aos anjos, jamais chamou de filhos, mas em Jesus, o
unigênito, recebemos o direito por adoção. (Hb 1.5-8; 2.6,7) (Gl 4.1-7) (Ef 1.3-14)
Intérpretes consideram (Jó 1.6; 2.1) e (Sl 29.1; 89.6) a palavra filhos como uma alegoria
aos anjos pelo poder criativo e submissão.

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2) De certa forma, anjo, é a expressão genérica para todas as categorias de anjos
identificadas e interpretadas pela teologia bíblica. Aos nomes relacionados foram
atribuídas hierarquias e funções que não podemos afirmar como exclusivas e restritas,
apenas, pelo relato bíblico de uma aparição ou intervenção. Além da identificação de
categorias individuais, vemos hostes (exércitos) tronos e principados. Assim como
encontramos um anjo com a missão de proteger e auxiliar uma pessoa, (Sl 91.11) (Mt
4.6) (At 12.7-10) há aqueles com a missão de guardar uma nação. (Dn 10.21) A ordem
conhecida e aceita é: Querubim; Serafim: Arcanjo e Anjo; com as respectivas funções:

■ Querubins – Com um significado incerto de: “aquele que ora e abençoa”, os querubins
são vistos, muito mais, em função de guardas, guardiões e representantes da majestade,
domínio, glória e poder da pessoa de Deus. São 81 as citações. Seja pessoalmente, (Gn
3.24) como figura nos ornamentos sagrados na Arca e no Templo de Salomão (Ex 25.18-
23) (1Re 6.29,32) ou na linguagem poética (2Sm 22.11) (Sl 18.10) e nas visões
proféticas. (Ez 10.1-20)

■ Serafiins – Derivado do original hebraico que significa arder e queimar - pelo fogo, só
aparece 2 vezes, e no capítulo 6 em Isaías. A relação ou função parece ser com a
purificação e santificação e adoração.

■ Arcanjo – O prefixo “Arc”, elevado, maior, principal, ao compor-se com anjo, descreve
uma posição de autoridade, liderança e superioridade entre os anjos. Aparece 2 vezes
na Bíblia: (Jd 9) Identificando nominalmente a Miguel, que recebe o título e em (1Ts
4.16). Por sua vez, Miguel está em mais 4 textos: (Dn 10.13,21; 12.1) (Ap 12.7) Ainda
que somente seu nome seja citado, vemos que o é como “um dos primeiros príncipes”.
Miguel é traduzido como: “Quem é como Deus?”

■ Anjo – É a designação geral e comum para a maioria das citações tanto no AT. quanto
no Novo Testamento. O único outro nome mencionado entre os anjos é Gabriel, que
significa; “homem de Deus, soldado de Deus.” Este, mesmo sem outro título, é
reconhecido como da mais elevada e especial condição, pela missão que lhe foi dada:
(Dn 8.16; 9.21) (Lc 1.19,26)

3) São considerados santos, puros, justos e bons. Em sua retidão são obedientes para a
execução de juízos. Daí, a imagem distorcida de passividade, tolerância e benevolência
ante o pecado se desfaz na consciência que possuem sobre o caráter de Deus e no
conhecimento de Sua vontade, para agirem com punição. Entretanto, são imperfeitos
diante do único que é perfeito: o próprio Deus. A queda é uma prova. (Ez 28) Aos anjos é
vedado aceitar adoração, a qual cabe somente a Deus; (Mt 4.10) (Lc 4.8) (Ap 22.8,9) e
aos homens é proibido lhes oferecer culto e dirigir orações. (Cl 2.18) Ainda que o
Evangelho seja fruto de admiração e júbilo por parte dos anjos e eles tenham participado
do seu anúncio profético, não lhes foi dado a prerrogativa de pregá-lo por iniciativa
própria, apesar de o desejarem. (1Pe 1.12) A pregação compete à Igreja, em fé, amor,
gratidão, responsabilidade e dever. Seu anúncio integral, como o fazemos hoje, será
feito abertamente por eles na segunda metade da Grande Tribulação. (Ap 14.6)
Passíveis de erro e de pecar voluntariamente, se o anúncio que os anjos venham a
fazer, ainda é de um outro evangelho, o anunciador e sua pregação são considerados
malditos. (Gl 1.8)

4) Nem todas as citações de anjos voando ou movendo-se nos ares falam de asas.
Tomemos 3 exemplos. (Ap 10.1) (Sl 18.10) (Jz 13.20) No caso de juízes, a referência é
ao Anjo do Senhor, que é interpretado como uma manifestação visível e especial do

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próprio Deus, Javé, ou mesmo, uma aparição de Jesus no AT; afirmação justificada pela
mensagem profética de libertação e pela adoração aceita. O Anjo do Senhor se destaca,
também, com igual entendimento, em: (Gn 16.7; 22.11) com Agar, e interrompendo o
sacrifício de Isaque; (Ex 3.2) na sarça com Moisés; (Js 5.13) a Josué, sendo identificado
como homem, varão e príncipe do exército do Senhor. Nestas últimas, não há referência
a asas e em voar.
Quanto aos anjos, propriamente, vemos: Em (Ex 25.20) (1Re 8.7) os querubins
têm 2 asas; já, em (Ez 1.6,11,24; 10.21) são 2 pares de asas, 4 asas; em (Is 6.2) os
serafins têm 6 asas. Lembramos que estas são as visões de homens, das coisas
celestiais e não uma declaração descritiva de Deus.
O sexo é uma característica física e de natureza mental – racional e emocional do
ser humano desde a concepção e o nascimento. Descreve sua existência integral. Sendo
os anjos, criados com uma natureza espiritual, um gênero ou sexo inexistente ou neutro
se torna incompreensível. Jesus ao responder aos saduceus sobre a ressurreição, não
afirma, mas nos dá a entender que a natureza espiritual dos homens pode vir a ser
assexuada “como os anjos no céu”. (Mt 22.30) (Mc12.25) Entretanto, em todas as
manifestações os anjos são descritos como varões; homens. Natureza espiritual que o
próprio Deus toma para si como de Homem, como Pai, como Senhor. Ao responder,
devemos nos ater ao limite de nossa compreensão da revelação.

5) A Bíblia nos fala de exércitos, milhares e milhões. (Gn 32.1,2) (1Cr 12.22) (Jó 25.3) (Sl
68.17) (Ap 5.11) Para se ter a idéia de um número, com a expressão da palavra anjos e
a autoridade máxima de quem afirma; Jesus: façamos uma projeção com valores
disponíveis na Bíblia e na história sobre (Mt 26.53) incluindo o poder inerente ao
exemplo. Ao mencionar as legiões, naturalmente, Jesus se referia às legiões romanas de
então para o entendimento dos seus ouvintes. Cada legião chegou a possuir 6 mil
soldados; assim, apenas 12 legiões já perfazem 72 mil guerreiros. Consideremos que
cada anjo estivesse com a autoridade e poder para matar os inimigos do Filho de Deus,
como fez o anjo enviado a Jerusalém em favor de Ezequias e por intercessão de Isaías
contra o exército de Senaqueribe, quando 185 mil assírios pereceram. (2Re 19.35) (2Cr
32.21) (Is 37.36) Multiplicando 72 mil por 185 mil, chegamos a 13.320 bilhões; cerca de o
dobro da população da Terra, hoje.
Ainda que a visão do Apocalipse seja futura, os teólogos não têm dúvida quanto a
revelação ser aplicada, também, a eventos anteriores. A descrição numérica da queda
se completa no contexto da afirmação de Jesus. (Ap 9.1-4; 12.4,9) (Lc 10.18)

6) O capitulo 28 de Ezequiel, ao lado de Isaías 14.12-20 se constituem na mais completa


descrição da queda do, então, querubim. A expressão anjos, também, é encontrada em
(Mt 25.41) (2Pe 2.4) (Jd 6) e (Ap 12.9; 20.2); assim, tanto para satanás, como líder, como
para os demônios que o seguem, temos a resposta quanto a sua natureza. Sendo um
espírito que pode se apossar dos corpos de animais e do homem, a partir da possessão
da serpente no Éden, encontramos figuras de sua conformação, culminando com a do
dragão. (Is 27.1) (Ap 12.3,12,15,17; 13.4,14)

7) Pelo orgulho e pela soberba que deixou brotar e crescer em seu interior, corrompeu-
se para a mentira, injustiça, engano e toda malícia e perversidade. (Jo 8.44) (At 13.10)
(2Co 4.4; 11.3,14,15) Sua intenção é matar, roubar e destruir (Jo 10.10) (1Pe 5.8) mas,
antes, ele tenta, induz ao erro e ao pecado, (1Cr 21.1) mesmo entre os crentes a
pretexto de consagração. (1Co 7.5) Ele induz à traição, infidelidade; (Jo 13.21,26,27) é
assassino; (Jo 8.44) é caluniador e acusador; (Ap 12.10) e responsável por toda
perversão moral, sexual e relacional. (Rm 1.18-32) (Gl 5.19-21) Imprime e reproduz nos

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corações dos homens, sua avareza, egoísmo, presunção, rebeldia, crueldade,
obstinação e imundície. (2Tm 3.1-9) (2Pe 2.4-32)
Seu poder: Os desastres na vida de Jó, incluindo manifestações sobre os
elementos da natureza, descrevem um poder que somente Deus possui e pode
conceder. (2Ts 2.9) (Ap 13.11-13) Eles podem causar doenças (Mt 9.32,33; 17.14-18) e
transfigurar-se, materializando-se ou não; (2Co 11.14)

8) Deus criou a todos os seres superiores; anjos e homens, dotados de livre arbítrio. Em
sua presciência Ele não se furtou em criar e deixar que a criatura escolhesse seu próprio
caminho. Nada acontece sem sua permissão e o querer de sua soberana vontade, a
qual, pouco entendemos. O conhecimento do bem e do mal, sempre lhe pertenceu; (Gn
2.17; 3.5) Ele é o Criador Onipotente que tem o pleno controle sobre a criação. Nem a
decorrência do mal foge ao cumprimento de Seu propósito. (Is 45.7) (Os 6.1)

9) Satanás – do hebraico: Adversário, Inimigo. Diabo – do grego: Caluniador, também,


Acusador. Nomes usado tanto para o líder dos demônios como para estes. (Jo 6.70)
Demônio gr – era usado para referir a deuses, seres espirituais. As referências cruzadas
levam o nome Diabo até Abadom, hb e Apoliom, gr; o Destruidor. (Ap.9.11) Baal-Zebube
– nome de origem cananéia / siríaca: o senhor dos altos, sofreu alteração entre os
hebreus para Belzebu – deus das moscas. (2Re 1.1-6) (Mt 12.22-28)

10) O verdadeiro crente em Jesus pode e deve, nas condições que foram deixadas para
a Igreja nos diversos textos no NT. Na missão dos 12 e dos 70, Jesus nos confirmou
essa autoridade e ordenou o compromisso; (Mt 10.1-8) (Lc 10.1-19) compromisso que
deve se dar sob a unção do Espírito Santo, fé e a autoridade do nome de Jesus. (Mc
16.16-18) Há casos em que se requer especial consagração – jejum e oração, (Mt 17.21)
(Mc 9.29) mas, os demônios são obrigados a obedecer e sujeitar-se ao poder do Senhor
em nós. Essa autoridade e missão se repete nas ações e nos ensinos apostólicos. (At
19.11-15) (Rm 16.20) (Ef 6.10-18) (Tg 4.7) (1Pe 5.8,9)

11) É a falsa doutrina Espírita, e comum em praticamente todas as crenças religiosas


conhecidas, da antiguidade e atual, de todos os cantos do mundo, em que se diz que
uma mesma alma ou espírito volta a dar vida a um novo corpo diferente, após a morte do
anterior, e sucessivamente. Cada nova encarnação pode passar por animais inferiores, e
até muitas gerações de “homens” em uma evolução e para purificação.

12) Não; por vontade soberana de Deus, entre mortos e os vivos está vedada a
possibilidade de comunicação. Tentar fazê-lo é uma repulsiva afronta e desobediência.
(Dt 18.9-14) (Jó 7.9,10) (Is 8.19,20) Após a morte não há retorno nem para o corpo nem
para a alma. (Hb 9.27) Na parábola do rico e Lázaro, (Lc 16.19-31) Jesus ratificou a
proibição e impossibilidade de comunicação, seja presencial ou por mensageiros –
médiuns, entre vivos e mortos. O quadro narrado com a imagem de então, descreve a
vontade absoluta do Deus imutável.
O surgimento de um profeta semelhante a Elias era esperado, (Mt 11.14; 17.10-
13) (Lc 1.17) mas, quando este, João Batista, surgiu, os judeus o tiveram como a
ressurreição, ou melhor, a reaparição do primeiro. A semelhança se dava na postura de
caráter, tipo de pregação e vestimentas escolhidas; características que impressionaram
uma população carente da manifestação de Deus. João, porém, disse taxativamente que
não era Elias. (Jo 1.21)
Quanto ao episódio de Saul, respondemos: O que houve foi uma livre
manifestação de um espírito maligno de mentira, confusão e engano pela legalidade na
desobediência de Saul em consultar uma “bruxa” para ouvir o que queria ouvir.

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Consideremos os fatos anteriores e os decorrentes do episódio. Deus rejeitara a Saul
pela palavra de Samuel e, ambos não mais voltaram a falar com o rei; (1Sm 15.10-35) o
que Saul confirmou (1Sm 28.6,15) e Deus ratificou em nova reprovação. (1Cr 10.13) O
diálogo com o pretenso espírito de Samuel, além de atribuir contradição a Deus pelo que
determinara em (Dt 18.9-14), confere desobediência, ignorância e mentira ao “dito”
Samuel que anunciara a morte de Saul e de seus filhos para o dia seguinte; o que não
aconteceu. (1Sm 28.19) A feiticeira que conhecia o caráter corrupto e vingativo do rei e
certamente sua reação e intenção sobre o que esperar do que diria Samuel, e numa
sessão espírita; (1Sm 16.2; 28.8,9) deu a Saul a resposta que este queria. Finalmente,
lembramos que nenhum médium tem poder sobre o espírito dos santos de Deus que
Nele descansam.

13) É um erro calçado na interpretação literal e isolada das palavras sono e dormir ao se
referir aos mortos, ignorando o evidente contexto de separação e descanso do que se
tenha vivido na terra. Na parábola do rico e Lázaro, (Lc 16.22-30) Jesus expõe a
consciência como fato; o que também fica entendido em suas palavras ao ladrão na
cruz. (Lc 23.43) E João, na Revelação, (Ap 6.9,10) vê as almas dos que morreram na fé,
e por amor martirizados, clamando por justiça ao Senhor. A incomunicabilidade é com os
homens, os vivos, e não entre si ou com Deus.

14) Numa completa e deliberada ignorância e insensatez, a partir da interpretação de


que a alma ou a vida é o sangue, (Lv 17.14) recusam doutrinariamente as transfusões. É
óbvio que a vida humana em seu sentido mais amplo não é o sangue. Este é um veículo
condutor da vida biológica. O sangue perdido pode ser recuperado, regenerado. Quem o
perde não tem sua vida descaracterizada nem perde sua identidade. Por outro lado, o
homem morre sem que haja perda de sangue. A vida do homem como pessoa é a alma;
(Gn 46.22) (Lv 22.3) e esta foi feita imortal, para condenação ou glorificação.

15) É a doutrina herética que nega a revelação das três pessoas divinas da Trindade,
declarando-a como carnal e diabólica. Afirmam que Deus é somente o Espírito Santo e
que não existe a pessoa do Pai, este é um título. Ensinam que antes da encarnação de
Jesus, o Filho jamais existiu como pessoa, e que o Jesus homem, se a Trindade
existisse, teria dois pais espirituais diferentes. Jesus é a personificação material do
Espírito, só passando a existir, no nascimento em Belém, tornando-se a partir daí, o
centro da revelação e o único Deus pessoal. Nem Pai, nem Filho ou qualquer outro nome
ou título conhecido devem ser invocados. Jesus é o nome próprio de Deus; e somente
este Nome tem o poder de salvar ao ser invocado, e por meio do ato do batismo.

16) Absolutamente não! Ainda que a Maçonaria se apresente como uma sociedade
fraterna de interesses culturais e políticos, sua existência e prática estão essencialmente
imersas na religiosidade que afirma não ser seu fundamento. Como religião, possui
templos aos quais chamam: lojas, onde se celebram cerimônias rituais em seus altares
por meio de ministros oficiantes, são feias orações, se queimam incenso, tem batismo e,
muito mais, numa liturgia repleta de símbolos místicos e uma pregação que aceita todas
as formas de divindade.
Sendo desnecessário aqui, considerar as origens históricas, apenas, apontamos a
relação carregada do sincretismo e esoterismo Rosacruz: O nome invocado como
mediador é “Hiram Abif” e o deus cultuado (o grande arquiteto do universo) é “Gadu”; um
deus universal não identificável, para todos os credos. Dentre suas polêmicas figuras
mitológicas, está Bafomet: um cruzamento de homem e animais com cabeça de bode
tendo um pentagrama em sua fronte; deus e demônio. Essa imagem é negada pelos

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maçons, porém, está associada e presente em sua história e remonta ao séc.XIII, às
Cruzadas e aos Cavaleiros Templários, de quem descendem e aos místicos “Iluminati”.
Em suas reuniões em que são ordinárias as juras e pactos, todos os deuses são
exaltados e os fiéis de todos os credos não precisam negar sua fé ao ingressarem como
novos membros, mas devem declarar no ritual de iniciação, que: “são profanos e estão
vindo das trevas para a luz da maçonaria”; inclusive os cristãos. Tais reuniões são
herméticas, fechadas, secretas, e só tem acesso, aquele que é convidado e levado por
um membro. Defendendo a Maçonaria, um comentarista disse que em virtude de tudo
que é conhecido e das próprias Lojas, que são claramente identificadas, não é uma
sociedade secreta, porém, com segredos.
Se o que se ensina é bom e o que se faz tem virtude, por que ocultar aos
homens? Jesus disse que as palavras de vida e as boas obras devem ser vistas e
conhecidas. (Mt 5.13-16; 10.26,27) Mas é, sobretudo, Jesus, o grande problema Maçom.
Se, afirmam guardar valores do cristianismo, negam o Cristo Salvador por seu sacrifício
na cruz. Negam a ressurreição e a sua promessa fiel de vida eterna e proíbem que se
falem das doutrinas de Jesus em seus templos.
Os maçons enfatizam os altos valores morais como princípio fundamental para o
justo desenvolvimento da sociedade. Estão presentes em importantes movimentos
históricos mundiais contribuindo, muitas vezes, positivamente; mas, são a religião e
misticismo vividos, o grande engano e laço que prende homens bem intencionados
conduzindo-os ao inferno, pois, sem o verdadeiro Deus, as obras de justiça própria são:
trapo de imundície, (Is 64.6,7) e a virtude proclamada é mentira e apostasia. (2Ts 2.7-11)
(1Tm 4.1,2; 2Tm 3.1-5)
Para um crente, então, ser maçom é estar em adultério espiritual, infidelidade,
traição, desobediência, idolatria, rebeldia, feitiçaria. É trocar a vida pela morte.

ESCATOLOGIA

1) É a primeira parte de duas fases distintas da volta de Jesus que irá desencadear uma
série de eventos na terra e no céu para o que se pode descrever como: o Fim de todas
as coisas; o fim do mundo. O Arrebatamento será, propriamente, a saída, escape,
tomada repentina, rápida e enérgica da Igreja fiel, da terra, por Jesus, em um momento
inesperado quanto à sua exatidão, porém, cercado de sinais já profetizados. (Mt 24.3-
121) (Lc 12.35-46; 17.24-36) (Jo 14.1-3) (Rm 13.11) (1Co 15.20-23, 51-53) (1Ts 4.13-17;
5.2-4) O Arrebatamento compreende, se dará para a Igreja que estiver viva e todos os
que morreram na esperança e na fé tendo entregue suas vidas ao salvador Jesus. Ele
mesmo, Jesus, fará o chamado e os mortos ressuscitarão primeiro e receberão um corpo
glorificado, e em seguida e imediatamente, “num piscar de olhos”, os santos receberão
igualmente, o corpo glorificado sem passar pela morte, e ambos serão recebidos nos
céus. Nesta fase, Jesus não tocará seus pés na terra nem será visto; somente a Igreja
terá consciência e participação. Aos olhos do mundo será um desaparecimento brutal e
misterioso de parte da população; uma catástrofe.

2) As duas ressurreições de que nos fala a Bíblia, num sentido geral, descrevem uma
decisão e julgamento de Deus sobre os homens que participarão de ambas. A primeira
diz respeito aos salvos; a todos os que morreram na esperança e na fé desde Adão. A
segunda será a dos ímpios, igualmente, de todos os tempos desde a criação do homem.
Na primeira haverá a concessão legal e consumada dos galardões e recompensas, bem
como a vida mediante o corpo glorificado com o acesso a presença do Deus Pai. Na
segunda, os ímpios ressuscitados receberão a condenação a qual já estão sentenciados.

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(Dn 12.2) (Mt 25.31-46) (Jo 5.28,29) (Ap 20.5,11-15) Entre o desfecho de ambas há um
intervalo de mil anos, assim compreendido:
A primeira inclui três fases em três tempos e três grupos de ressuscitados em
condições características e distintas que se somarão até que se completem mutuamente.
A primeira fase é formada por Cristo – A Primícia – em sua ressurreição, resgatando e
levando consigo todos os fiéis que morreram antes e até sua morte na Cruz. (Mt 27.53)
(Lc 23.39-43) (At 26.23) (1Co 15.20,23) (Cl 1.18) A segunda fase abriga os santos que
morreram, a Igreja, depois de sua ressurreição até o momento do Arrebatamento. (1Ts
4.16) A terceira e última é formada pela Igreja que não estiver preparada, vigilante no ato
do Arrebatamento e for deixada para trás pelo Noivo (Mt 25.1-13) ante a Grande
Tribulação e neste período se reconciliar com o Salvador Jesus e, os ímpios que se
converterem, não aceitando o sinal da Besta. Estes dois grupos serão martirizados e
mortos pelas forças do Anticristo. (Ap 6.9-11; 7.9-14; 20.4; 22.12) A primeira ressurreição
se completará, então, e Jesus voltará em Glória com todos os santos e os exércitos
celestiais, sendo visto por toda a terra e prenderá Satanás por mil anos, após o qual se
dará a segunda ressurreição; o juízo final.

3)

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APÊNDICE
LEITURA INDICADA PARA O EXAME TEOLÓGICO:
Manual Básico Batista Nacional e Manual da Ormiban / CBN
Eclesiologia – Tognini, Enéias / CBN
Os Fundamentos da Nossa Fé / JUERP
Calvário e Pentecostes – Nascimento, José Rego do / CBN
História dos Batistas Nacionais – Tognini, Enéias / CBN
Esboço de Teologia Sistemática – Langston, A B / JUERP
Introdução à Teologia Sistemática – Millard, J Erickson / VIDA NOVA
Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Pearlman, M / VIDA

LEITURA COMPLEMENTAR RECOMENDADA


Teologia Sistemática – Grunden / VIDA NOVA
Teologia Sistemática – Finney, C / CPAD
Teologia Sistemática – Horton, S M / CPAD
Introdução à Teologia Sistemática Vols. 1, 2 – Strong / ED TEOLOGICA

BIBLIOGRAFIA ADICIONAL CONSULTADA

Bíblia de Estudo Pentecostal – CPAD / 1996


Bíblia de Estudo Almeida – SBB / 1999
Bíblia de Estudo Plenitude – SBB / 2003
Bíblia de Estudo Temas em Concordância – ED. CENTRAL GOSPEL / 2005
Novo Dicionário da Bíblia – ED. VIDA NOVA / 1979
Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando Boyer – ED. VIDA / 1978
Heresiologia – Oliveira, Raimundo F. / Apostila EETAD
O Catolicismo Romano – Robleto, Adolfo / JUERP
Revista Defesa da Fé – nºs diversos ICP
Jornal Palavra da Vida , nº 53 / 1977
AGONIA DO P T Blumfield
Outro
http://pt.wikipedia.org/wiki/

NOTA REFERENTE À RESPOSTA N.20 EM CRISTOLOGIA:


A questão foi apresentada e defendida no Estudo deste autor:
“OS SÁBADOS PERDIDOS”; sendo pesquisada nas seguintes fontes:

 O Novo Dicionário da Bíblia – Edições Vida Nova – 1979


 Champlin, Russel Norman – O Novo Testamento Interpretado Vrs / Vrs. - Ed Candeia
 Cabral, J. – Introdução Bíblica – Universal Produções
 Guimarães, Marcelo Miranda – A Pessoa do Messias nas Festas Bíblicas – Ministério
Ensinando de Sião – 1999
 Imbriani, Bento Rain – Três Dias e Três Noites Sepultado – IBL – 2001
 O Obreiro nº 11 – CPAD – 1980.
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 Grande Enciclopédia Larousse Cultural – Círculo do Livro Ed. Universo Ltda – 1988
 Revista A Seara – 04/1980 CPAD
 Revista Jovem Cristão – 12/1978 CPAD
 Xavier, João Leão dos Santos – Passo a Passo com Cristo Nº 3 LERBAN
 www.calendário.cnt.br/cal-judaico.htm
 http://pt.wikipedia.org/wiki/pessach
 www.visaojudaica.com.br
 www.chabadmorumbi.com.br/calendario
 www.amisrael.com.br/noticias
 www.aticaeducacional.com.br/htdocs
 www.morasha.com.br/conteudo
 www.netjudaica.com.br/novanetjudaica
 www.fierj.org.br/pessach
 http://jerusalemdeouro.tripod.com

Batismo, do grego – baptizo: significa mergulho e imersão. O simbolismo religioso,


teológico, bíblico fala de morte, sepultamento e ressurreição, com a entrada e saída da
água, depois de ser coberto por ela; e fala de novo nascimento: nascemos depois de ser
gerados envoltos em ambiente de água.

ARA EXAME TEOLÓGICO NO ÂMBITO DA


ORMIBAN
ORDEM DOS MINISTROS BATISTAS NACIONAIS

QUESTIONÁRIO EXEMPLO
PARA EXAME TEOLÓGICO NO ÂMBITO
DA ORMIBAN
ORDEM DOS MINISTROS BATISTAS NACIONAIS

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