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CURITIBA
2018
SUMÁRIO
1 EPIDEMIOLOGIA .................................................................................................................................................................. 3
1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS ................................................................................................................................................. 3
1.2 DEFINIÇÃO ........................................................................................................................................................................... 5
1.3 OBJETIVOS PRINCIPAIS DA EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................................ 5
1.4 UTILIDADES MAIS CITADAS DA EPIDEMIOLOGIA ..................................................................................................... 6
1.5 ÁREA DE ATUAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA .................................................................................................................... 7
1.6 EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA ............................................................................................................................. 7
2 SAÚDE ...................................................................................................................................................................................... 8
2.1 FATORES DETERMINANTES EM SAÚDE ..................................................................................................................... 9
3 DOENÇA ................................................................................................................................................................................... 9
3.1 ETIOLOGIA OU CAUSALIDADES DAS DOENÇAS ..................................................................................................... 10
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO ..................................................................................................................... 11
4 INDICADORES DE SAÚDE ............................................................................................................................................... 13
4.1 PRINCIPAIS MODALIDADES DE INDICADORES DE SAÚDE .................................................................................. 14
4.2 INDICADORES DE MORTALIDADE ............................................................................................................................... 15
4.2.1 MORTALIDADE PROPORCIONAL POR CAUSAS ................................................................................................... 16
4.2.2 MORTALIDADE INFANTIL ............................................................................................................................................ 18
4.2.3 MORTALIDADE MATERNA .......................................................................................................................................... 19
4.2.4 INDICADORES DE FECUNDIDADE ............................................................................................................................ 20
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO ..................................................................................................................... 21
5 MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇAS ................................................................................................................... 23
5.1 INCIDÊNCIA DE DOENÇAS ............................................................................................................................................. 23
5.2 PREVALÊNCIA DE DOENÇAS ........................................................................................................................................ 24
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO ..................................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................... 29
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1 EPIDEMIOLOGIA
EPI = Sobre
DEMIO = Povo
LOGIA = Estudo
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O primeiro registro do emprego dessa expressão na área da Saúde Coletiva data de 1802,
na Espanha, no sentido de estudar epidemias locais.
Isso determinou não somente o início formal da epidemiologia como também as suas mais
espetaculares descobertas.
Os achados de John Snow, de que o risco de contrair cólera em Londres estava
relacionado ao consumo de água proveniente de uma determinada companhia, proporcionaram
uma das mais espetaculares conquistas da epidemiologia.
John Snow identificou o local de moradia de cada pessoa que morreu por cólera em
Londres entre 1848-49 e 1853-54 e notou uma evidente associação entre a origem da água
utilizada para beber e as mortes ocorridas. A partir disso, Snow comparou o número de óbitos
por cólera em áreas abastecidas por diferentes companhias e verificou que a taxa de mortes foi
mais alta entre as pessoas que consumiam água fornecida pela companhia Southwark.
Baseado nessa sua investigação, Snow construiu a teoria sobre a transmissão das
doenças infecciosas em geral e sugeriu que a cólera era disseminada através da água
contaminada.
Dessa forma, foi capaz de propor melhorias no suprimento de água, mesmo antes da
descoberta do micro-organismo causador da cólera. (BONITA, 2010)
Figura 2: fotografia do médico inglês John Snow (1813 York – 1858 Londres)
Fonte: (RESTREPO, 2010)
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À medida que o conhecimento sobre as doenças infectocontagiosas evoluiu durante o
século 19, o conhecimento epidemiológico avançou na perspectiva de identificar os mecanismos
de transmissão das doenças e de controle de epidemias.
A aplicação do raciocínio epidemiológico no estabelecimento dos fatores determinantes
de outras doenças e agravos foi somente iniciada no século 20.
1.2 DEFINIÇÃO
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1.4 UTILIDADES MAIS CITADAS DA EPIDEMIOLOGIA
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1.5 ÁREA DE ATUAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA
O alvo de um estudo epidemiológico é sempre uma população humana, que pode ser
definida em termos geográficos ou outro qualquer. Por exemplo, um grupo específico de
pacientes hospitalizados ou trabalhadores de uma indústria pode constituir uma unidade de
estudo.
Em geral, a população utilizada em um estudo epidemiológico é aquela localizada em uma
determinada área ou país em um certo momento do tempo. (BONITA, 2010).
Em termos gerais, saúde pública refere-se a ações coletivas visando melhorar a saúde
das populações. A epidemiologia, uma das ferramentas para melhorar a saúde pública, é
utilizada de várias formas. Os primeiros estudos epidemiológicos tinham por objetivos investigar
a causa (etiologia) das doenças transmissíveis. Tais estudos continuam sendo essenciais porque
possibilitam a identificação de métodos preventivos. Nesse sentido, a epidemiologia é uma
ciência médica básica que tem por objetivo melhorar a saúde das populações, especialmente
dos menos favorecidos.
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Em tratando-se de saúde pública a epidemiologia atua em quatro áreas:
2 SAÚDE
Segundo o dicionário Aurélio, saúde significa conservação da vida, robustez, vigor, estado
em que se é sadio ou são, disposição do organismo, moral ou mental.
Segundo Almeida Filho (2003), saúde vem do latim “salutis” que origina também, desde
salvar (livrar do perigo, afastar o risco), até saudar (desejar saúde) e são; de “sânus” se originam
sanidade e sanitário.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência de
doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social.
Ou seja, o conceito de saúde transcende à ausência de doenças e afecções.
Por outras palavras, a saúde pode ser definida como o nível de eficácia funcional e
metabólica de um organismo a nível micro (celular) e macro (social).
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2.1 FATORES DETERMINANTES EM SAÚDE
MICRODETERMINANTES:
✓ características genéticas e imunológicas;
✓ acesso a serviços de saúde;
O Produto Nacional Bruto (PNB) é a somatória
✓ escolaridade/educação; de todas as riquezas produzidas por empresas
pertencentes a um país, independentemente do
✓ posição na sociedade; local em que elas estejam atuando. Por exemplo:
o PNB do Brasil é o conjunto de riquezas
✓ personalidade; geradas a partir de produtos fabricados por
✓ hábitos; empresas brasileiras, independentemente se
essas empresas atuarem no país ou não.
✓ cuidados em terceira idade e outros.
MACRODETERMINANTES:
Qual é a diferença entre PIB e PNB?
✓ políticas públicas; A diferença entre Produto Interno Bruto e
✓ desenvolvimento sustentável; Produto Nacional Bruto está no fato de o PIB ser
a somatória de todas as riquezas produzidas
✓ Produto Nacional Bruto (PNB); dentro do território sem considerar a sua
nacionalidade e sem levar em consideração as
✓ desigualdades de renda; remessas advindas do exterior. Por isso, fala-se
em “interno”, pois diz respeito apenas ao
✓ ambiente social; território do país. Já o PNB não se preocupa com
a localidade, e sim com a nacionalidade, haja
✓ iniquidades sociais; vista que as empresas nacionais que atuam no
✓ posição hierárquica. exterior remetem parte de seus lucros para o seu
país de origem.
3 DOENÇA
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Os principais dicionaristas da língua portuguesa definem doença como: alteração ou
perturbação na saúde, no equilíbrio dos seres vivos; moléstia.
A palavra doença procede do latim dolentia, de dolens, entis, particípio presente do verbo
doleo, dolere, sentir ou causar dor, afligir-se, amargurar-se. Doença, em latim, era designada por
morbus, donde mórbido, morbidade, morbífico, morbígeno etc.
Etiologia vem do grego aitía que significa causa, associado ao já conhecido logos, estudo.
Etiologia é o estudo das causas, por isto usamos o termo agente etiológico para definir o
causador de uma doença ou patologia.
Embora algumas doenças sejam causadas unicamente por fatores genéticos, a maioria
delas resulta da interação destes com fatores ambientais.
A diabetes, por exemplo, apresenta os componentes genéticos e ambientais. Nesse
contexto, o ambiente é definido da forma mais ampla possível para permitir a inclusão de
qualquer fator biológico, químico, físico, psicológico, econômico e cultural, que possa afetar a
saúde.
O comportamento e o estilo de vida são de grande importância nessa conexão, e a
epidemiologia é cada vez mais usada para estudar a influência e a possibilidade de intervenção
preventiva através da promoção da saúde.
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO
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RESPOSTAS:
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4 INDICADORES DE SAÚDE
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A qualidade dos indicadores de saúde vai depender da sua validade (capacidade de medir
o que se pretende); confiabilidade (reprodutibilidade), mensurabilidade, relevância e custo-
efetividade.
Para que sejam efetivamente utilizados, os indicadores precisam ser organizados,
atualizados, disponibilizados e comparados com outros indicadores. No planejamento local,
podem estar voltados para o interesse específico da unidade de saúde que vai utilizá-los.
Quem melhor define os indicadores são os profissionais de saúde, a população e os
gestores diretamente envolvidos no processo de trabalho. (BOING, 2016)
Essas ações foram implementadas ao longo de 2014 e, ao final desse período, é essencial
que se tenha o indicador de mortalidade infantil atualizado; afinal, é preciso saber se as ações
surtiram efeito ou se não alteraram a realidade e precisam de modificações.
Outro exemplo: por meio de indicadores de saúde, determinada equipe pôde identificar
que, historicamente, entre os meses de janeiro e fevereiro, há expressivo aumento nos
atendimentos na Unidade de Saúde por diarreia, micose e insolação.
Sabendo disso, os profissionais podem, em novembro e dezembro, desenvolver ações
para minimizar essa demanda no serviço de saúde, como atuar com os agentes comunitárias de
saúde em instruções às pessoas durante as visitas domiciliares e promover ações intersetoriais
no ambiente, como drenagem de córregos, pavimentação de ruas e limpeza urbana antes da
temporada de chuva.
Por exemplo, em 2013, no Brasil, morreram 1.210.474 pessoas. Desse total de óbitos,
339.672 foram por doenças do aparelho circulatório (DAC).
Aplicando-se a fórmula anterior, ou seja, dividindo-se 339.672 (número de óbitos por DAC)
por 1.210.474 (total de óbitos no período) e, em seguida, multiplicando-se o valor obtido por 100,
chega-se a 28,06%.
Portanto, de cada 100 mortes que ocorreram no Brasil, em 2013, 28,06 foram por doenças
do aparelho circulatório.
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O gráfico 1, a seguir, representa a evolução da mortalidade proporcional por causas
segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a
Saúde (CID), no Brasil, de 1930 a 2009.
Note que há uma redução expressiva na proporção de óbitos por doenças infecto
parasitarias e um aumento na proporção de óbitos por doenças circulatórias e neoplasias ao longo
do período. Esse fenômeno é conhecido como transição epidemiológica, que vem ocorrendo
paralelamente à transição demográfica no nosso país, caracterizada pela queda da fecundidade
e envelhecimento populacional.
No Brasil, as doenças cardiovasculares são a principal causa de óbito (responsáveis por
quase um terço do total de mortes). Em segundo lugar encontram-se as neoplasias e em terceiro
as causas externas.
Cabe destacar, no entanto, que algumas regiões e grupos populacionais mais pobres do
Brasil ainda conjugam altas taxas de doenças infectocontagiosas, carência nutricional e
morbidade materno-infantil com doenças crônicas e mortes por causas externas.
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Figura 6: Distribuição proporcional das principais causas de morte segundo capítulos da Classificação
Internacional de Doenças
Fonte: BOING, Antonio Fernando. Epidemiologia. 2016
A taxa, ou coeficiente de mortalidade infantil, é uma estimativa do risco de morte a que está
exposta uma população de nascidos vivos em determinada área e período, antes de completar o
primeiro ano de vida. A taxa de mortalidade infantil é um dos indicadores mais consagrados
mundialmente, sendo utilizado, internacionalmente como indicador de qualidade de vida e
desenvolvimento, por expressar a situação de saúde de uma comunidade e as desigualdades de
saúde entre grupos sociais e regiões.
A taxa de mortalidade infantil é calculada por meio da seguinte equação:
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Calcula-se a taxa de mortalidade neonatal através da seguinte equação:
Relatório da Organização Mundial da Saúde mostrou que onze países da América Latina
e do Caribe apresentaram avanços significativos na redução das mortes relacionadas com
complicações durante a gravidez e no parto desde 1990 (OMS, 2014).
O Brasil está entre os onze países da região com melhores resultados, reduziu em 43% a
mortalidade materna. O Uruguai foi o país que obteve maior redução (-67%), seguido do Peru (-
64%). Nesse cenário, o Brasil foi incluso na categoria dos países com “baixa” mortalidade
materna (menos de 100 mortes por 100.000), passando de 120 mortes por 100.000 nascidos
vivos em 1990, para 69/100.000 nascidos vivos, em 2013 (OMS, 2014).
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4.2.4 INDICADORES DE FECUNDIDADE
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO
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RESPOSTAS:
2. A diferença entre indicadores e índices de saúde é que os primeiros incluem um único aspecto,
como a mortalidade enquanto que os segundos expressão situações com múltiplas dimensões,
incorporando numa única medida diferentes indicadores.
4. Os dois Países com o maior IDH são: Noruega com 0,944 e Austrália com 0,933. Os dois Países
com o menor índice são: República Democrática do Congo com 0,338 e Nigéria com 0,337.
5. - Indicadores de morbidade
- Indicadores de mortalidade
- Indicadores relacionados à nutrição, crescimento e desenvolvimento:
- Indicadores demográficos:
- Indicadores socioeconômicos
6. A mortalidade proporcional, como o próprio nome diz, é um indicador do tipo proporção, que
apresenta, no numerador, os óbitos (por região, causa, sexo ou idade), e, no denominador, o total de
óbitos cuja fração se deseja conhecer..
7. A taxa, ou coeficiente de mortalidade infantil, é uma estimativa do risco de morte a que está
exposta uma população de nascidos vivos em determinada área e período, antes de completar o primeiro
ano de vida.
8. A 10ª revisão da Classificação Internacional de Doenças define morte materna como a “morte
de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da
duração ou da localização da gravidez, devido a qualquer causa relacionada com ou agravada pela
gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais.”.
9. Fertilidade é a capacidade de gerar filhos. Toda mulher, teoricamente, tem essa capacidade
desde a menarca até a menopausa. Fecundidade se refere à realização do potencial de procriar, que
pode ser alterado por esterilidade ou uso de métodos anticoncepcionais.
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5 MEDIDAS DE FREQUÊNCIA DE DOENÇAS
Doenças são marcadores culturais das sociedades humanas, decorrentes da forma como
nossa espécie organiza sua vida social e da forma como ela convive com outras espécies e com
o meio ambiente.
É possível, assim, compreender como doenças “aparecem” e “somem”, e como vão se
transformando ao longo do tempo.
O que se compreende como doença inclui: disfunção física ou psicológica; estado subjetivo
em que a pessoa percebe não estar bem; e um estado de disfunção social que acomete o
indivíduo quando doente. As doenças não são, portanto, apenas algo diagnosticado por
profissionais de saúde, mas também fenômenos subjetivos auto percebidos.
Descrever as condições de saúde da população, medindo a frequência com que ocorrem
os problemas de saúde em populações humanas, é um dos objetivos da epidemiologia. Para fazer
essas mensurações, utilizamos as medidas de incidência e prevalência.
A incidência diz respeito à frequência com que surgem novos casos de uma doença num
intervalo de tempo, como se fosse um “filme” sobre a ocorrência da doença, no qual cada quadro
pode conter um novo caso ou novos casos. É, assim, uma medida dinâmica.
A constante é uma potência com base de 10 (100, 1.000, 100.000), pela qual se multiplica
o resultado para torná-lo mais “amigável”, ou seja, para se ter um número inteiro.
É muito mais difícil compreender uma taxa de 0,15 morte por 1.000 habitantes a uma taxa
de 15 mortes por 100.000 habitantes.
Quanto menor for o numerador em relação ao denominador, maior a constante utilizada.
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Imagine, como exemplo, que, entre 400 crianças cadastradas na Estratégia Saúde da
Família e acompanhadas durante um ano, foram diagnosticados, neste período, 20 casos novos
de anemia.
O cálculo da taxa de incidência será:
Multiplicando por 1.000 (constante) nos dará a seguinte taxa de incidência: 50 casos novos
de anemia por 1.000 crianças no ano.
Como você pode notar, os casos novos, ou incidentes, são aqueles que não estavam
doentes no início do período de observação, mas que adoeceram no decorrer desse período.
Para que possam ser detectados, é necessário que cada indivíduo seja observado no
mínimo duas vezes, ou que se conheça a data do diagnóstico.
b) Prevalência de período
Frequência de casos existentes em um período de tempo (ex.: durante um ano).
c) Prevalência na vida
Frequência de pessoas que apresentaram pelo menos um episódio da doença ao longo da
vida.
Ao contrário da incidência, para medir a prevalência os indivíduos são observados uma
única vez.
Vejamos como calcular a prevalência:
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Voltemos ao exemplo das crianças acompanhadas pela Equipe de Saúde da Família.
Suponha que em determinada semana todas as crianças fizeram exames laboratoriais. Das 400
crianças participantes, foram encontradas 40 com resultado positivo para Ascaris lumbricoides.
Multiplicado por 100 (constante), nos dará a seguinte prevalência: 10 casos existentes de
verminose por Ascaris a cada 100 crianças.
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Como podemos ver, a prevalência é alimentada pela incidência. Por outro lado,
dependendo do agravo à saúde, as pessoas podem se curar ou morrer.
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Para conhecer mais sobre a aplicação do método epidemiológico, sobretudo no caso de
epidemias, sugiro o filme: E a vida continua.
2. No ano de 2013 moravam em Santa Catarina 749.213 idosos (pessoas com 60 anos ou
mais de idade). Nessa população foram diagnosticados 97 novos casos de Aids no mesmo ano.
Já em 2003, a população era de 467.017 idosos e surgiram 49 casos novos da doença (BRASIL,
2013).
Qual a medida que deve ser calculada: prevalência ou incidência?
Quando o risco de ter tuberculose foi maior em Santa Catarina, em 2003 ou em 2013?
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3. Quais são as medidas de frequência de doenças?
4. O que é incidência de uma doença?
5. O que é prevalência de uma doença?
6. Cite dois fatores que aumentam a prevalência de uma doença:
7. Cite dois fatores que diminuem a prevalência de uma doença:
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RESPOSTAS:
1. Como se trata de casos existentes, calculamos a prevalência. Nesse exemplo, não se verificou
quantos casos novos de HAS surgiram, o que caracterizaria incidência, mas se identificou quantas
pessoas estavam com doença em determinado período, ou seja, é uma medida estática (prevalência).
E como calculamos a prevalência?
É bastante simples. Dividimos o número de pessoas com a doença pelo total da população e
multiplicamos por uma constante.
Prevalência = 1.248 ÷ 4.622 x 100 = 27%
Com esses dados, podemos comparar se a prevalência de hipertensão nessa área (que pode ser
um bairro) é parecida com o que se observa nos bairros vizinhos, no restante do município, no estado ou
no país. Valores mais elevados exigirão especial atenção da equipe e as ações para o controle da doença
no bairro precisarão ser rediscutidas ou, caso não existam, implementadas. Além disso, a medida pode
ser utilizada para fazer comparações no tempo, ou seja, verificar se a prevalência está aumentando,
diminuindo ou estabilizou ao longo de meses ou anos.
2. Nesse exemplo tratamos de casos novos, assim calculamos a incidência. Não se tratou de
quantas pessoas estavam com Aids, mas sim de quantas pessoas desenvolveram essa doença nos
períodos identificados.
Como calculamos a incidência?
Também é simples. Basta dividir o número de casos novos surgidos
Incidência em 2003 = 49 ÷ 467.017 x 100.000 = 10,5 casos novos de AIDS por 100.000 hab
Incidência em 2013 = 97 ÷ 749.213 x 100.000 = 13 casos novos de AIDS por 100.000 hab
Podemos afirmar que o risco de desenvolver AIDS entre os idosos catarinenses foi maior em 2013
quando comparado com 2003. Isso porque a incidência no ano de 2013 foi maior que em 2003.
4. A incidência de uma doença diz respeito à frequência com que surgem novos casos de uma
doença num intervalo de tempo.
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6 CONQUISTAS DA EPIDEMIOLOGIA
VARIOLA
A erradicação da varíola contribuiu enormemente para a saúde e o bem-estar de milhares
de pessoas, principalmente nos países pobres. A varíola ilustra as realizações e frustrações da
saúde pública moderna.
Em 1790 foi demonstrado
que a contaminação pela
varíola bovina conferia
proteção contra a varíola
humana. No entanto, somente
200 anos mais tarde é que
foram aceitos e difundidos os
benefícios dessa descoberta.
Uma intensa campanha
para eliminar a varíola humana
foi coordenada durante muitos
anos pela Organização
Mundial de Saúde (OMS).
A epidemiologia desempenhou papel central nesse processo, principalmente por:
● fornecer informações sobre a distribuição dos casos e sobre o modelo, mecanismos e
níveis de transmissão;
● mapeamento de epidemias da doença; e
● avaliação das medidas de controle instituídas
O fato de não haver hospedeiro animal e o baixo número médio de casos secundários à
infecção a partir de casos primários foi fundamental para o sucesso alcançado.
Quando o programa de erradicação da varíola em 10 anos foi proposto pela OMS em
1967, 10 a 15 milhões de novos casos e dois milhões de mortes ocorriam anualmente em 31
países. Entre 1967 e 1976, houve registro da doença somente em dois países, sendo que o
último caso notificado, em 1977, era o de uma mulher que havia sido contaminada pelo vírus em
laboratório. A varíola foi declarada erradicada em 8 de maio de 1980.
Vários fatores contribuíram para o sucesso desse programa: compromisso político
universal, objetivos técnicos definidos, cronograma preciso, treinamento adequado aos
profissionais de saúde e estratégias flexíveis. Além disso, a doença possuía muitas
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características que tornaram a sua eliminação possível, e havia disponibilidade de uma vacina
termoestável efetiva.
Em 1979 a OMS possuía estoque suficiente para vacinar contra varíola 200 milhões de
pessoas. Esse estoque foi, em seguida, reduzido para 2,5 milhões de doses, mas dada a
possibilidade de a varíola ser usada como uma arma biológica, a OMS continua a manter em
estoque uma quantidade adequada de vacina.
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Asbesto: silicato do gênero anfibólio, fibroso, inalterável ao fogo, cuja variedade
mais pura é o amianto.
Os estudos epidemiológicos podem fornecer medidas quantitativas da contribuição de
diferentes fatores ambientais na causalidade das doenças.
FRATURA DE QUADRIL
A pesquisa epidemiológica sobre acidentes envolve, frequentemente, a colaboração entre
epidemiologistas e profissionais das áreas sociais e ambientais.
Traumas relacionados a quedas, sobretudo fratura de colo de fêmur (fraturas de quadril)
em pessoas idosas, têm atraído a atenção dos pesquisadores devido às implicações para os
serviços de saúde quanto ao atendimento dessa população.
As fraturas de colo de fêmur aumentam exponencialmente com a idade. Isto se deve à
maior tendência de sofrer quedas, à intensidade do trauma na queda e à capacidade de o osso
suportar esses traumas.
Com o aumento da população idosa, se esforços não forem dirigidos visando à prevenção
de acidentes, a incidência de fratura de quadril tenderá a aumentar proporcionalmente.
Dentre todos os traumas, a fratura do colo do fêmur é a que responde pelo maior tempo
de hospitalização e pelos mais elevados custos de tratamento.
Em um estudo realizado na Holanda sobre o custo decorrente de traumas, a fratura de
quadril – que ocupou somente a décima quarta colocação entre 25 tipos de acidentes –
respondeu por 20% de todos os gastos associados a acidentes.
HIV/AIDS
A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) foi identificada, inicialmente, como uma
doença completamente distinta em 1981, nos EUA. Em 1990, foi estimado que 10 milhões de
pessoas estavam infectadas pelo vírus da imunodeficiência adquirida (HIV).
Desde então, 25 milhões de pessoas morreram de AIDS e mais 40 milhões de pessoas
foram infectadas pelo HIV,27 o que torna a doença uma das maiores epidemias infecciosas já
registradas na história da humanidade.
Dentre as 3,1 milhões de mortes por AIDS em 2005, aproximadamente 95% ocorreram
em países pobres, sendo 70% na África e 20% na Ásia. A maioria dos 4,3-6,6 milhões de pessoas
recém-infectadas pelo HIV vive nessas regiões.
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Entretanto, os níveis de infecção e a forma de transmissão variam consideravelmente
nessas regiões e entre seus países A AIDS tem um longo período de incubação e, sem
tratamento, cerca de metade dos infectados com o vírus da imunodeficiência humana
desenvolvem a doença dentro de nove anos de infecção.
O vírus é encontrado no sangue, sêmen e nas secreções vaginais. A transmissão ocorre
principalmente através da relação sexual ou do compartilhamento de agulhas contaminadas. O
vírus pode, também, ser transmitido através da transfusão de sangue contaminado ou de seus
derivados, e de uma mãe infectada ao seu bebê durante o parto ou ainda pela amamentação.
4. Em que ano foi registrado o último caso de varíola, onde foi e como foi a contaminação?
7. Quais as principais condições que tornam a febre reumática e doença cardíaca reumática um
problema de saúde pública?
9. Na sua opinião o porquê houve um aumento significativo de câncer de pulmão entre os homens
a partir da década de 30?
11. Na sua opinião qual foi a contribuição da epidemiologia no combate a epidemia de AIDS?
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA FILHO, Naomar. Epidemiologia &. Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003
BONITA, R. et al. Epidemiologia básica [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. -
São Paulo, Santos. 2010
BORGES, Ana Paula Abreu e COIMBRA, Angela Maria Castilho. Envelhecimento e Saúde da
Pessoa Idosa. Rio de Janeiro, RJ. Fundação Osvaldo Cruz. 2010
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