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EsIE - ELETRICIDADE - PÁGINA 1

ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 2

- Finalidade

- Objetivo

- Descrição geral

2. APRESENTAÇÃO....................................................................................... 3 à 8

- Nomenclatura

- Descrição das partes componentes

- Características técnicas

- Funcionamento

- Aplicação de cálculos básicos

3. OPERAÇÃO........................................................................................... 09 à 12

- Condições normais

- Condições anormais ( - 10º \ + 55º )

4. MANUTENÇÃO ORGÂNICA................................................................... 13 à 15

- Manutenção de 1º Escalão

- Manutenção de 2º Escalão

INTRODUÇÃO

1. Finalidade:
Esta apostila está baseada no Manual Técnico T 5-210 ( GRUPO ELETROGÊNEO DE 4 - 5 E
7,5 KVA OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO 1ª Edição de 1989 ), e tem por finalidade apresentar as
instruções de operação e manutenção orgânica dos grupos eletrogêneos de 4 -5 KVA, que são
idênticos, exceto a potência e alguns componentes, que têm um maior dimensionamento devido a
maior corrente.
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2. Objetivo:
O objetivo desta apostila é possibilitar ao aluno ser o operador do grupo eletrogêneo ou fazer
parte da equipe de manutenção da OM para operar e manutenir o grupo eletrogêneo, obtendo
dele o melhor rendimento e proporcionando a ele uma maior durabilidade, obedecendo as regras
de operação e manutenções previstas.

3. Descrição geral:

a. O grupo eletrogêneo é dividido basicamente em quatro partes: Motor, Gerador, painel


de comando do motor e Painel de Instrumentos.

b. O grupo eletrogêneo destina-se ao fornecimento de energia elétrica em corrente


alternada, com tensão de saída de 110V ou 220V, freqüência de 60 Hz, para uma potência de 4
ou 5 KVA.

c. O grupo eletrogêneo ou grupo gerador, é um equipamento destinado a fornecer


energia elétrica, a partir da transformação da energia térmica contida em um combustível.

d. Ele é montado em duas estruturas metálicas, separadas por amortecedores de


vibração. Entre o motor e o gerador a transmissão do movimento é feita através de um
acoplamento elástico, que destina-se a corrigir pequenos desalinhamentos entre os eixos e
absorver a esforços torsionais.

e. Existem vários tipos de grupos eletrogêneos , que são fabricados conforme as


diferentes aplicações. Sendo assim, um grupo rústico e robusto fabricado para fornecer energia
elétrica para um acampamento, obviamente não serve para alimentar um sofisticado centro de
processamento de dados ( aparelhos eletrônicos: rádios, computadores, radares etc.. ). Esta
observação deve-se ao fato de que os geradores geralmente são acionados por motores díesel
pequenos, de um cilindro ou dois cilindros no máximo. Esses motores díesel tem um alto grau de
irregularidade, tornando a energia elétrica fornecida pelo grupo bastante rústica.

f. Suas principais aplicações são: Iluminação, alimentação de pequenos motores,


ferramentas, aquecedores e etc... .

APRESENTAÇÃO
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GRUPO ELETROGÊNEO

NOMENCLATURA:
Os grupos eletrogêneos tem várias denominações e são conhecidas, também como:
 Grupo gerador.
 Grupo moto-gerador.
 Grupo díesel.
 Grupo díesel gerador.
 Sistema de geração de energia elétrica.
O Exército Brasileiro, no entanto, usa mais comumente o termo Grupo Eletrogêneo, o qual será
usado por nós durante este curso.
DESCRIÇÃO DAS PARTES E COMPONENTES:
a. Motor Díesel - É o acionador, a parte motriz do grupo. Fornece a energia mecânica a partir da
energia térmica contida no óleo díesel. É o responsável em dar movimento rotativo ao gerador.
b. Gerador ou alternador - É o elemento acionado pelo motor díesel. aproveita a energia mecânica
fornecida pelo motor díesel e a transforma em energia elétrica. Sua potência é usualmente
expressa em KVA. Está montado rigidamente sobre a estrutura metálica interna através de dois
suportes soldados na carcaça do alternador. É composto de: Carcaça, estator, pólos, anéis
coletores, porta-escovas, escovas, tampas laterais, ventilador e rolamentos.
c. Acoplamento elástico ou luva elástica - É o componente que transmite a potência do motor
díesel ao alternador. Sua outra função é amortecer as pulsações e vibrações provenientes da
explosão dentro do cilindro do motor díesel, de modo a tornar mais constante a freqüência de
saída de tensão do alternador. Faz a união física entre o volante
do motor díesel e o eixo do alternador. Sua característica elástica garante a transmissão de
esforços torsionais sem quebras e corrige pequenos desalinhamentos.
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d. Painel de comando ou painel de instrumentos ou controle - Neste componente, normalmente,
temos Instalados o regulador de tensão, os instrumentos de leitura (voltímetro,
freqüencímetro, amperímetro), os equipamentos de proteção elétrica ( disjuntor, fusível, chave
seletora de tensão ), uma chave LIGA/DESLIGA iluminação do painel e terminais de saída de
energia principal.
d.1- Regulador de tensão - Dispositivo, normalmente eletrônico, que mantém constante a tensão
de saída do alternador. Possui um fusível de proteção e um potenciômetro de ajuste de tensão, o
qual permite um pequeno ajuste de tensão na saída do grupo eletrogêneo.
d.2- Voltímetro - Instrumento que permite a leitura da tensão de saída do grupo eletrogêneo.
d.3- Amperímetro - Instrumento que permite a leitura da corrente que a carga está exigindo do
grupo eletrogêneo.
d.4- Frequencímetro - Este instrumento nos fornece a freqüência do grupo eletrogêneo, que
normalmente deve ser de 60 Hz. Para ajustar a freqüência basta agir na alavanca de aceleração
do motor díesel.
d.5- Chave de força ou disjuntor ou chave de carga - É o componente que faz a conexão da
energia do grupo com a carga. Pode ser desde uma simples chave de faca até um disjuntor
termo-magnético.

e. Painel de comando do motor - Este painel tem a função de comandar o motor díesel, e somente
ele. Está separado do painel de instrumentos, para efeito de facilidade de manutenção. contém os
seguintes componentes:
e.1- Chave de ignição - Liga o sistema elétrico.

e.2- Botão de partida - Quando pressionado, faz acionar o motor de partida, o qual irá girar o
motor díesel.
e.3- Lâmpada piloto - Indica se o sistema elétrico está ligado e se o alternador está carregando a
bateria.
e.4- Horímetro - Instrumento destinado a medir a quantidade de horas trabalhadas. Sua
importância é vital para a vida útil do equipamento, pois a manutenção preventiva depende de seu
funcionamento. Indica o tempo de funcionamento do motor díesel. É ativado toda vez que se liga a
chave de ignição.
e.5- Manômetro do óleo lubrificante - Indica a pressão do óleo lubrificante do motor díesel.

f. Base ou estrutura metálica - Na base, construída em aço são apoiados e fixados o motor díesel
e o gerador. A base, mantém o alinhamento e rigidez do conjunto, além de servir de apoio no
piso ou no reboque em que estiver montado.

g. Coxins ou amortecedores de vibração - São instalados sob a base e sua principal função é
amortecer a transmissão de vibrações e ruídos do grupo eletrogêneo para o piso ou para o
reboque. São geralmente fabricados em borracha.

h. Carenagem ou capota - É uma estrutura, geralmente metálica que protege o grupo eletrogêneo
para operação ao tempo.

i. Silencioso ou silenciador - Montado na tubulação dos gases de descarga, serve para diminuir o
nível de ruído produzido pelos gases de escape.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS:
É sempre importante conhecer todas as características técnicas de construção e operação de um
equipamento, pois pode-se precisar delas algum dia, para uma determinada aplicação,
manutenção e cálculo. Sendo assim, incluímos nesta apostila os dados técnicos mais importantes
de um grupo eletrogêneo.

a. Características elétricas :
 Potência.......................................................... 4 KVA
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 Fator de potência ........................................... 0,8
 Freqüência...................................................... 60 Hz
 Tensões de operação...................................... 110 / 220 VCA
 Corrente máxima em 110 VCA........................ 36 A
 Corrente máxima em 220 VCA........................ 18 A
 Tensão auxiliar de bateria............................... 12 VCC

b. Características mecânicas :
 Peso em condições de operação........................................................485 Kg
 Dimensões:
 comprimento.................................................................. 1.100 mm
 altura............................................................................. 1.050 mm
 largura........................................................................... 1.000 mm
 Inclinação máxima para todas as direções.......................................... 20 graus
 Rotação de operação do motor........................................................... 1.800 RPM
 Rotação de operação do alternador.................................................... 1.800 RPM
 Faixa de temperatura de operação...................................................... - 10ºC à + 50º C
 Óleo lubrificante................................................................................... SAE 30
 Capacidade do cárter........................................................................... 2,5 litros
 Capacidade do tanque de combustível................................................. 11 litros
 Capacidade do filtro de ar do tipo banho de óleo................................. 0,5 litros
 Pressão do óleo do motor à 60 Hz ....................................................... 1,8 Kg \ cm

FUNCIONAMENTO:
1 – Existem dois tipos de alternadores sendo empregados em nossos grupos eletrogêneos de 4
KVA. Ambos possuem o mesmo princípio de funcionamento, ou seja, possuem magnetismo
residual, responsável pela excitação inicial do alternador. Porém se diferem internamente, quanto
a excitação e a produção, como falaremos a seguir : O modelo mais antigo possui o campo
magnético fixo ( estator \ “massas polares” ), e a produção de corrente é induzida no rotor. O
modelo modernizado possui o campo magnético rotativo ( rotor \ “núcleo de ferro” ) e a produção
de corrente é induzida no estator. O principal motivo que levou a essa modernização, é o
aproveitamento da corrente produzida através da indução eletromagnética. Havia nos modelos
mais antigos uma perda de corrente, pois a corrente que era produzida no rotor, antes de ser
aproveitada tinha que passar por um contato mecânico, anel coletor e escova. Já nos modelos
modernizados, este problema foi solucionado, tendo em vista que a corrente é produzida no
estator, e não há contatos mecânicos até o seu aproveitamento, evitando assim a perda de
corrente.

2 - O alternador compõe-se basicamente de :

a) Um elemento rotativo, o rotor, o qual é acionado mecanicamente pelo motor díesel. É


composto de quatro pólos onde estão enroladas as bobinas.

b) Uma parte estacionária, também chamada de estator, montada na carcaça do alternador,


também composta de bobinas e presas por massas de ferro chamadas sapatas polares.

c) Uma carcaça onde é montada o estator e os rolamentos do eixo do rotor.

d) Outras partes elétricas, tais como: anéis coletores, escovas e porta escovas.

e) Um sistema de excitação e controle de tensão, montado fora do alternador, no painel de


comando.

3 - O princípio de funcionamento do alternador é o seguinte:

a) Inicialmente, o motor díesel está imprimindo um movimento rotativo ao rotor.


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b) No modelo antigo: Há um magnetismo residual nas sapatas polares, que por sua vez
produzem um pequeno campo magnético, que ao ser cortado pelas bobinas do rotor,
produzirão nas bobinas do rotor uma tensão que é chamada de tensão remanente.

c) No modelo modernizado: O magnetismo residual está no rotor que possui uma leve
magnetização em seu núcleo, onde é criado um campo magnético que ao cortar as bobinas do
estator induzirá no estator, uma tensão que é chamada de tensão remanente.

d) Esta tensão remanente será levada até o regulador de tensão, localizado no painel de
comando, o qual fará sua retificação para corrente contínua e a aplicará de volta ao campo do
alternador.

e) Como o campo recebeu de volta esta corrente retificada, irá aumentar o campo magnético. Este
processo continua até atingir a “tensão nominal”, quando o regulador de tensão inicia a limitação
da aplicação de corrente contínua no campo, de modo a manter a tensão nominal.

f) Nesta condição, o regulador de tensão supervisiona constantemente a tensão de saída, e regula


a tensão aplicada no campo de modo a mantê-la o mais próxima possível da nominal.

g) Na aplicação de carga ao alternador, há uma tendência de queda de tensão. O regulador


reconhece esta queda imediatamente, e aplica um valor maior de tensão no campo, fazendo com
que a tensão de saída se mantenha.

ESQUEMA ELÉTRICO DO MODELO ANTIGO:


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ESQUEMA ELÉTRICO DO MODELO MODERNIZADO:

APLICAÇÃO DE CÁLCULOS BÁSICOS:

a. Potências:
Todos os grupos eletrogêneos devem ter sua potência expressa em KVA ( Quilovolt - Ampér ).
Essa unidade de potência pode ser obtida apartir da potência em KW ( quilowatt ).
A potência em KVA é chamada de Potência aparente, enquanto que a potência em KW é
chamada de potência ativa.
Podemos obter a potência em KVA, dividindo-se a potência em KW pelo fator de potência (
FP ), também chamado de Cos PHI ( leia-se “coseno fi” ) ou seja :

KVA = KW
FP
O fator de potência é uma característica exclusiva da carga, e não do grupo eletrogêneo.
Exemplificando, uma carga resistiva tal qual uma lâmpada incandescente ou um aquecedor tem
fator de potência igual a 1. Por outro lado, um motor elétrico é uma carga indutiva, e tem fator
de potência de cerca de 0,8. Para fins de padronização, os montadores de grupos eletrogêneos (
e também de transformadores ) estabeleceram o fator de potência de 0,8 para apresentação da
potência de seus grupos. Assim um grupo de 3,2 KW é apresentado com uma potência de 4
KVA.
3,2 = 4 KVA
0,8
Note-se, porém, que apesar do grupo ter uma potência de 4 KVA, se ele for alimentar uma carga
exclusivamente resistiva, com fator de potência igual a 1, ele só poderá fornecer :

3,2 = 3,2 KVA


1,0
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Por essa explicação, percebe-se que a potência básica e correta para fins de cálculo de uma
aplicação é a potência expressa em KW e, dependendo do fator de potência da carga, chega-se à
potência em KVA.

b. Forma de cálculo para a aplicação de um grupo eletrogêneo :

 Quando se dispõe de um grupo eletrogêneo para alimentar uma carga, depara-se com o
problema de calcular que carga poderá ser aplicada ao grupo.

 método mais prático e rápido para determinarmos a carga que poderá ser aplicada ao grupo, é
o seguinte:

 Calcula-se a potência do grupo, em KW.


 Como já explicado anteriormente, os fabricantes de grupos eletrogêneos estipulam um fator de
potência de 0,8.

 Assim, a potência do grupo, expressa em KW, será:

Potência ( KVA ) x FP = Potência ( KW )


4 x 0,8 = 3,2 KW

 Somam-se as cargas a serem aplicadas, em KW, até atingirem o total da potência do grupo
em KW, como ilustrado a seguir:

12 lâmpadas de 100 W = 1.200 W ..................1,2 KW


01 chuveiro elétrico de 1.500 W ........................1,5 KW
01 freezer de 500 W ..........................................0,5 KW
TOTAL DA CARGA ...........................................3,2 KW

c. Cálculo da corrente:

Durante a operação de um grupo eletrogêneo, não há indicação de quanta potência ele está
fornecendo, a não ser através da corrente, lida no instrumento ( amperímetro ).
Assim torna-se necessário saber qual a corrente máxima que o grupo poderá fornecer em uma
determinada aplicação.

A fórmula geral para cálculo de corrente é:


Monofásico = potência ( KW ) x 1.000 = Corrente ( A )
FP x Tensão ( V )

Trifásico = potência ( KW ) x 1.000 = Corrente ( A )


FP x Tensão ( V ) x 1,73

No nosso exemplo , de um equipamento de iluminação n.º 3, a corrente máxima que o grupo


poderia fornecer, estando ele operando em 220 V, seria :

3,2 ( KW ) x 1.000 = 14,54 A


1,0 x 220 ( V )

Nota-se que o fator de potência considerado foi de 1,0, pois a carga alimentada era, quase que
exclusivamente, resistiva ( lâmpadas e chuveiro ). A única carga não resistiva, seria o freezer com
seu motor elétrico, mas com valor muito pequeno em comparação com o restante da carga.
Normalmente , para a aplicação do equipamento de iluminação n.º 3, deve-se considerar o fator
de potência = 1,0 , pois a maioria das carga são resistivas.
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Outra maneira bem prática de se calcular a corrente máxima do equipamento, é multiplicar a
corrente escrita na placa de identificação Po 0,8. No nosso caso, a corrente da placa seria 18,18 A
. A corrente máxima seria, então: 18, 18 x 0,8 = 14,54 A

A corrente máxima de 18,18 A, escrita na placa de identificação é a real desde que a carga
tenha um fator de potência de 0,8 , isto é, seja constituída, basicamente, de motores elétricos e
lâmpadas fluorescentes, o que não é o caso normal encontrado em campanha.
O uso do grupo eletrogêneo em outros locais, por exemplo na OM, poderá ser complemente
diverso, alimentando motores elétricos de bombas, ferramentas elétricas e etc.... Neste caso,
deve-se estimar o fator de potência para o cálculo correto da corrente.

Finalizando esse item, com relação à aplicação do grupo eletrogêneo, é Importante saber
que :
 A potência do grupo eletrogêneo, ou equipamento de iluminação n.º 3, fornecida pelo
fabricante, é a nominal, para trabalho contínuo, 24 horas por dia.
 Em casos especiais o grupo poderá fornecer 10% a mais de sua potência nominal, por um
período máximo de 6 horas em cada 24 horas.
 Todos esses cálculos, são efetuados, considerando-se que o grupo está operando na tensão
nominal, 110 V ou 220 V, e com uma freqüência de 60 Hz.
 O equipamento de iluminação n.º 3 e grupos eletrogêneos equipados com motores díesel de 1
a 2 cilindros, não são indicados para alimentar rádios e aparelhos de comunicações, pois,
apesar de funcionarem, causam bastante interferência, podendo até causar panes.
 As fórmulas apresentadas valem para qualquer grupo eletrogêneo de qualquer potência ( a
única diferença está na construção do alternador, se monofásico ou trifásico ).
 Nos grupos trifásicos, na hora de se fazer as ligações das cargas, deve-se tomar cuidado com
o balanceamento das mesmas, ou seja, deve-se dividi-las igualmente entre as três fases do
grupo e o neutro.

OPERAÇÃO

OPERAÇÃO EM CONDIÇÕES NORMAIS:

A operação de um grupo eletrogêneo é extremamente simples, desde que se tomem alguns


cuidados básicos, e que sejam seguidas todas as recomendações dos fabricantes.
Listamos a seguir, as recomendações mais comuns para a correta operação do grupo
eletrogêneo de 4 KVA ou do equipamento de iluminação n.º 3.
Para outros grupos, de outros fabricantes, modelos, tipos e potências, podem existir
algumas diferenças, mas a conduta básica é a mesma.

1 - ESCOLHA DO LOCAL DE OPERAÇÃO:

Em geral o grupo eletrogêneo está instalado sobre um reboque que será transportado até o
local de operação.
Deve-se considerar os seguintes pontos, para a correta localização do equipamento:

a) Verificar a direção predominante dos ventos. O grupo deverá ficar sempre localizado de
modo que o vento não leve o calor e os gases de escape para o local onde ficarão as pessoas, e
nem de volta para dentro do grupo. O tubo de saída do escapamento deverá ficar na direção do
vento, levando os gases de escape para longe do grupo.
b) Se possível, localizar o equipamento atrás de alguma colina, ou obstáculo, de modo a
diminuir o ruído para o local de acampamento.
c) Observar a posição do reboque, para que o equipamento funcione o menos inclinado
possível, apesar de o grupo poder operar até inclinações de 20º.
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d) Observar o correto travamento do reboque ( freios ) e se o local não está sujeito a
desbarrancamentos. Lembrar que o grupo, em operação, tem uma certa vibração, Que poderia
levar a deslocamentos perigosos do reboque.

2 - PROCEDIMENTOS PARA ANTES DA PARTIDA:

a) Interligação elétrica - Os cabos de interligação entre o grupo eletrogêneo e a carga


devem ser conectados da seguinte maneira:
= Operação em 110 VCA - Utilizar os terminais 2 e 3 do painel de comando.
= Operação em 220 VCA - Utilizar os terminais 1 e 2 do painel de comando.

b) Verificar o nível de óleo díesel no tanque. Para isso abrir uma das portas laterais e olhar o
nível no visor de plástico localizado na parte de trás do tanque. Caso o grupo seja do modelo mais
antigo, o qual não possui visor de nível, deve-se retirar a tampa do tanque de combustível, o copo
de filtragem grossa, e com uma vareta de madeira verificar o nível de combustível do tanque.
Completar o óleo díesel se necessário.

c) Verificar o nível de óleo lubrificante no cárter. Abrir a porta lateral direita da carenagem e
localizar a vareta de medição. Retirar a vareta, limpá-la, colocá-la e retirá-la novamente. O nível
de óleo lubrificante deve estar entre as marcas Máx e Min. Se a marca deixada pelo óleo
lubrificante estiver sobre a marca Min ou abaixo dela, completar o nível com óleo SAE 30.

d) Verificar se não existem ferramentas ou quaisquer materiais estranhos no grupo


eletrogêneo, que possam prejudicar sua correta operação. Dar atenção especial para a área do
acoplamento elástico, pois qualquer objeto que esteja junto do acoplamento, ao funcionar o motor,
poderá causar um acidente, ou até mesmo danificar o acoplamento.

e) Verificar se todas as conexões elétricas estão devidamente apertadas, assim como todos
os parafusos e porcas do grupo eletrogêneo, afinal a trepidação do funcionamento do grupo acaba
folgando porcas e parafusos, e até mesmo soltando os fios de seus terminais.

3 - PROCEDIMENTOS PARA A PARTIDA:

a) Verificar se os disjuntores de proteção da saída de carga estão desligados.

b) Verificar se a chave Liga/Desliga do regulador de tensão encontra-se na posição Desliga.


Se não estiver coloque-a.

c) Selecionar a tensão de operação, 110V ou 220V, através da chave comutadora de tensão


localizada no painel de comando.

d) Partida elétrica do motor díesel - Ligar a chave de ignição localizada no painel de


comando do motor. A lâmpada do alternador deverá acender e o horímetro deverá entrar em
funcionamento. Pressionar o botão de partida até que o motor funcione, soltando-o em seguida.

e) Partida manual no motor díesel :


 abrir as portas lateral direita e frontal da carenagem.
 encaixar a manivela de partida no encaixe frontal do motor.
 Girar a alavanca de descompressão, situada na lateral direita superior do motor, e puxar o
botão auxiliar de partida ( BAP ), também do lado direito do motor, ao lado da alavanca de
aceleração.
 Girar o motor díesel, com a ajuda da manivela, mantendo a alavanca de descompressão
acionada. Obtendo uma boa rotação, desacione a alavanca de descompressão, que permitirá
que o motor entre em funcionamento e logo em seguida retire a manivela rapidamente.

f) Com o motor em funcionamento, verifique sua correta operação e ausência de


vazamentos e ruídos anormais.
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g) Acelerar o motor díesel, através da alavanca de aceleração, até próximo do fim do curso.

h) Colocar a chave do regulador de tensão na posição LIGA. Caso o regulador de tensão


seja da marca Transmil, para seu acionamento, deve-se apertar o botão de escorvamento até que
a lâmpada de iluminação do painel acenda, ou até que o voltímetro forneça a leitura de tensão
gerada.

i) Verificar, através do Frequencímetro, se a freqüência está acima de 60 Hz. Se não estiver,


ajustar através da alavanca de aceleração, até que a freqüência atinja 61 ou 62 Hz.

j) Verificar, através do voltímetro, se a tensão está correta, ou seja, 110 ou 220 VCA. Se
necessário algum ajuste, fazer através do potenciômetro de ajuste de tensão, localizado no
próprio regulador de tensão, que está fixado no painel de instrumentos.

l) Ligar os disjuntores. Apartir desta operação, o grupo eletrogêneo estará fornecendo


energia aos terminais de saída.

m) Com a carga conectada, checar os ajustes de tensão e freqüência. Corrigi-los, se


necessário.

n) Verificar através do manômetro instalado no painel de comando do motor, se a pressão


do óleo lubrificante está correta, ou seja, com o ponteiro indicador na “faixa verde” ou marcando
aproximadamente 1,8 Kg\cm2. Se não estiver, siga os procedimentos para a parada
imediatamente.

4 - PROCEDIMENTOS DURANTE O FUNCIONAMENTO :

a) Ao aplicar as cargas no grupo eletrogêneo, verificar, através do amperímetro, que a


corrente não ultrapasse os valores nominais para a tensão selecionada, ou seja:
a.1 - Corrente máxima de 36 A para tensão de 110 VCA.
a.2 - Corrente máxima de 18 A para tensão de 220 VCA.

b) Quando a tensão selecionada for 220 VCA, estarão energizados os terminais 1 e 2 e as


tomadas de 220 VCA . Pode-se dispor também de 110 VCA, tanto nas tomadas, como entre os
terminais 2 e 3. No entanto as cargas em 110 VCA devem ser de pequeno porte, e a corrente
nunca deverá ultrapassar a 18 A.

c) Quando a tensão selecionada for 110 VCA, somente as tomadas em 110 VCA estarão
energizadas, além dos terminais 2 e 3.

d) O regulador de tensão nunca deverá ser desligado enquanto o grupo estiver com carga.

e) Para alterar a tensão de operação de 110 para 220 VCA ou vice-versa, proceder da
seguinte maneira:
e.1 - Desligar os dois disjuntores de proteção.
e.2 - Desligar o regulador de tensão.
e.3 - Posicionar a chave comutadora para a posição desejada.
e.4 - Ligar o regulador de tensão.
e.5 - Ligar os dois disjuntores.

f) Em casos de emergência, para se retirar a tensão dos terminais, ou das tomadas, pode-se
desligar os disjuntores ou passar a chave comutadora de tensão para a posição zero.

5 - PROCEDIMENTOS PARA A PARADA :

a) Desligar os disjuntores de proteção do painel de instrumentos.

b) Colocar a chave do regulador de tensão na posição DESLIGA.


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c) Mover a alavanca de aceleração, diminuindo a rotação do motor díesel gradativamente,


até o mesmo ficar em marcha lenta.

d) Aguardar cerca de três minutos, nesta condição, para normalização das temperaturas
internas do motor díesel.

e) Empurrar totalmente a alavanca de aceleração, até a parada total do motor díesel.

f) Desligar a chave de ignição localizada no painel de comando do motor.

“ADVERTÊNCIA”- NUNCA PARAR O MOTOR ATRAVÉS DA ALAVANCA DE


DESCOMPRESSÃO. ESTE PROCEDIMENTO PODERÁ CAUSAR SÉRIOS DANOS AO
MOTOR.

OPERAÇÃO EM CONDIÇÕES ANORMAIS :

O grupo eletrogêneo pode ser operado em condições climáticas anormais, ou seja, desde -10º
C, até + 55º C.

1 – Clima frio:

a) Na operação abaixo de + 10º C, a partida do motor díesel pode se tornar difícil, pois a nafta
existente no óleo díesel tende a se cristalizar, e a temperatura na antecâmara de combustão
não é suficiente para dar início à ignição do óleo díesel. Nestas situações pode-se misturar
querosene ao óleo díesel do tanque, em uma proporção de 10 a 20 % de querosene para 90
a 80 % de óleo díesel.

b) Em situações extremas, abaixo de 0º C, pode-se ir aumentando a proporção de querosene,


até que se consiga a ignição do motor díesel.

c) É importante observar que o querosene deve ser usado somente para a partida do motor
díesel, e nunca para a operação contínua do mesmo. Isto se deve ao fato de o querosene
não ter as mesmas características lubrificantes do óleo díesel.

d) Após o motor díesel ter entrado em operação, ir adicionando o máximo de óleo díesel no
tanque, a fim de diminuir a proporção de querosene.
e) Após a parada do motor díesel, e tendo-se a certeza que a nova partida também se dará em
condições de extremo frio, deve-se deixar a mistura de querosene pronta no tanque. Isto
evitará durante o período de inatividade do grupo eletrogêneo, a cristalização da nafta
existente no óleo díesel, facilitando a próxima partida.
f) Em condições de extremo frio deve-se ter cuidado com os fios de interligação e conecções,
que se tornam duros e quebradiços.

2 – Clima quente:
a) Para operação contínua em temperatura ambiente acima de 35º C, recomenda-se utilizar óleo
lubrificante, para o motor díesel, com viscosidade SAE 40.

b) Acima de 40º C recomenda-se, também, operar o equipamento com as janelas laterais


abertas, para facilitar o arrefecimento.

MANUTENÇÃO PREVENTIVA
MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO:

1 - A manutenção de 1º escalão é realizada pelo próprio operador, e consiste em :


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a) Manter o grupo limpo e bem conservado.

b) Tomar todas as medidas necessárias para mantê-lo disponível.

c) Participar imediatamente ao comandante de fração, qualquer falha na operação.

d) Cuidar para que o grupo eletrogêneo não opere fora de suas características.

2 - Ao guardar o grupo eletrogêneo, o operador deve:


a) Guardar todas as ferramentas e acessórios.

b) Verificar se a chave de ignição e a iluminação interna estão desligados.

c) Verificar e desligar os disjuntores de saída de energia.

d) Executar as atividades de manutenção de 1º escalão.

e) fechar e travar todas as portas do grupo eletrogêneo.

f) verificar se o local onde ficará guardado o grupo eletrogêneo, oferece segurança contra
choques mecânicos, quedas ou intempéries.

3 - Os procedimentos de manutenção descritos a seguir, deverão ser executados:


a) Semanalmente, quando o grupo eletrogêneo não estiver em uso.

b) Ante de guardar, após cada utilização.

PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO DE 1º ESCALÃO:

 Equipamento - Operar e mantê-lo limpo. Lavar.

 Combustível - Abastecer e completar.

 Óleo lubrificante - Inspecionar e completar.

 Bateria - Completar a água destilada, untar os bornes com vaselina.

 Porcas e parafusos - Reapertar, quando não exigir medidor de torque.

 Motor díesel - Limpar todo o motor, principalmente as aletas de refrigeração frontais, e as do


gerador.

 Filtro de ar - Inspecionar o estado do óleo da cuba, e trocar se for o caso.

 Correia - Regular a tensão da correia.

 Gerador - Limpar e inspecionar.

 Fusíveis - Substituir quando queimados.

MANUTENÇÃO DE 2º ESCALÃO:

São os seguintes os procedimentos de manutenção preventiva de 2º escalão:

1 - Manutenção semanal ou a cada 70 horas:


a) Filtro de ar :
 Destravar o corpo do filtro de ar.
EsIE - ELETRICIDADE - PÁGINA 14
 Deixar escorrer o óleo contido na tela.
 Limpar a cuba de óleo.
 Lavar a tela, usando querosene ou óleo díesel. Nunca use água, gasolina ou qualquer outro
líquido quente.
 Adicionar 0,5 litros de óleo lubrificante, do mesmo tipo usado no cárter do motor, até o nível
indicado.
 Retirar os detritos da entrada do filtro.
 Efetuar a montagem dos componentes.

b) Troca do óleo lubrificante:


- Efetuar a troca sempre com o motor quente.
- O motor deve estar no nível ou em uma posição tal que saia todo óleo do cárter.
- Retirar o bujão magnético, logo após Ter desligado o motor.
- Deixar escorrer completamente o óleo em uma vasilha.
- Limpar o conjunto filtro de óleo do cárter e o bujão magnético.
- Montar as peças, não esquecendo de trocar os anéis de vedação do bujão magnético e do
conjunto do filtro de óleo.
- Encher o cárter com 2,5 litros de óleo lubrificante, até o nível superior da vareta.
- Colocar o motor em funcionamento por alguns minutos sem carga.

2 – Manutenção a cada 200 horas:


- Esvaziar o tanque de combustível e limpá-lo internamente. Nunca usar estopa, para que
não fiquem fiapos dentro do tanque.
- Desenroscar o filtro de combustível do cabeçote do mesmo.
- Instalar um elemento filtrante novo, apertando-o com a mão no cabeçote do filtro.
- Encher o reservatório de combustível.
- Sangrar o sistema, soltando o parafuso superior do cabeçote do filtro, até que saia todo o ar
do sistema.
- Reapertar o parafuso.

3 – Operações de manutenção:

Listamos a seguir as operações que são atribuídas ao 2º escalão, porém, não necessariamente
preventivas.

Equipamento:

- pintura quando necessário.


- Substituição das portas e laterais das capota, dobradiças e fechaduras.
- Substituição de tubulações em geral, placas de instruções, ferramentas, livro registro e
manual de instruções.
- Conservação do manual de operação, manutenção e peças e outras publicações.

Motor díesel:
- Regulagem das válvulas do motor e substituição da junta da tampa.
- Troca do filtro de respiro a cada 1000 horas.
- Substituição dos coletores de admissão e escape.
- Substituição do mecanismo da manivela de partida.
- Substituição do filtro de ar.
- Limpeza ou substituição do tanque de combustível e suas conexões.
- Substituição dos tubos de escapamento e silenciosos.
EsIE - ELETRICIDADE - PÁGINA 15

- Substituição de mangueiras.
- Teste e substituição do alternador auxiliar.
- Substituição dos instrumentos do painel de comando do motor.

Painel de comando:
- Substituição de lâmpadas, disjuntores e chaves.

Bateria:
- Recarga e substituição da bateria.
- Substituição dos cabos e terminais da bateria.

Alternador:
- Limpeza dos anéis coletores.
- Substituição das escovas e porta – escovas.
- Limpeza do sistema de ventilação.

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