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Redundância de proteção de equipamentos

Um sistema de proteção pode não atuar quando solicitado,


caracterizando o que comumente se denomina de recusa de atuação. A
recusa pode se originar de várias causas, tais como: erro de projeto, erro de
montagem, defeito no disjuntor, defeito no dispositivo de proteção. Esta
recusa pode ocasionar danos a equipamentos e risco de vida, sendo
fundamental prover um sistema de proteção alternativo que forneça
redundância de proteção. Esta proteção é denominada de retaguarda
(back-up) ou secundária.
O sistema de proteção de retaguarda destina-se a atuar quando de
eventual falha de outro sistema de proteção. Quando esse sistema está
instalado no mesmo local do sistema de proteção a ser coberto, trata-se de
retaguarda local; quando está instalado em local diferente daquele onde
está o sistema de proteção a ser coberto, trata-se de retaguarda remota.
O sistema de proteção principal, para uma determinada zona de
proteção, também chamado de proteção primária deve atuar
instantaneamente e isolar o menor trecho possível do sistema elétrico.
Quando aplicada a retaguarda local composta por um sistema de
proteção com todos os componentes duplicados, independentes e
funcionalmente idênticos à proteção principal, a mesma é denominada
proteção alternada. Como economicamente não é justificável a duplicação
de transformadores de instrumento e dos disjuntores, a prática é utilizar
núcleos independentes dos TC e enrolamentos secundários diferentes dos
TP para as proteções principal e alternada. No caso dos disjuntores a prática
é a utilização de duas bobinas de disparo, alimentadas por circuitos de
corrente contínua independentes.
Para as instalações da Rede Básica de tensão de 230 kV ou acima, é
exigida pelos requisitos dos Procedimentos de Rede do ONS a utilização de
dois sistemas de proteção, principal e alternada, independentes e
redundantes, com as mesmas funções de proteção, com o objetivo de
fornecer maior segurança e confiabilidade no desempenho da proteção
instalada.
Entretanto, em níveis menores de tensão pode-se optar por um
sistema de proteção redundante menos oneroso, porém menos seletivo.
Nesse caso a proteção de retaguarda pode ser mais lenta, do que a proteção
principal e pode causar a remoção de mais elementos do sistema de
potência para sanar uma falta.
Na proteção de retaguarda local os relés estão instalados na mesma
subestação da proteção principal, porém podem promover
compartilhamento de estrutura e atuar no mesmo disjuntor, estando
sujeitas a falhas de modo comum.
Na proteção de retaguarda remota os relés, os transformadores de
instrumento e o disjuntor no qual eles atuam são completamente
independentes, o que torna também os esquemas independentes. Todavia,
são funções temporizadas e desligam mais equipamentos do que o
necessário para eliminar o defeito, aumentando a abrangência da
perturbação.
Outro aspecto considerar na utilização de proteção de retaguarda
remota é que a sua aplicação pode implicarem alcances extremamente
elevados originando problemas de atuações incorretas de proteção
durante condições de carregamentos elevados e oscilações de potência. Em
função disso, a proteção de retaguarda remota dificilmente é aplicada em
sistemas de transmissão de alta e extra alta tensão, ficando sua aplicação
mais restrita a sistemas radiais

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