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Sistemas de Proteção Elétrica

Aula 1: Introdução à Proteção de Sistemas Elétricos


INTRODUÇÃO
O que é necessário para que a energia elétrica seja utilizada em residências,
estabelecimentos comerciais, indústrias…?

Em um contexto geral: é necessário um complexo sistema através do qual a energia é


gerada, transmitida e distribuída.

Em um contexto específico: é necessário realizar a distribuição dentro de cada instalação


para que a energia seja utilizada para fins específicos
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O sistema elétrico, como um todo, deve obedecer a padrões legais
preestabelecidos para fornecimento de energia elétrica aos consumidores

Nenhum sistema é isento de problemas

Como consequência de fatores externos e internos, é impossível tornar


este sistema imune a perturbações, defeitos e falhas diversos

Os esquemas de proteção são planejados para receberem as informações das


grandezas elétricas do sistema em tempo real, de forma a atuarem sempre que
condições anormais ocorram.

Conceitos Fundamentais
Proteção: É a ação automática para controlar (abrir ou fechar) um circuito a partir da
sensibilização de algum sensor em relação a alguma situação anormal.
Qual a diferença entre defeito, falha e falta?
Defeito: É uma alteração física de um componente elétrico, que não corresponde ao seu
projeto original, diferenciando-o de um componente em perfeito estado de conservação.
Pode comprometer a segurança ou o funcionamento do componente.
Exemplo: cabo com isolação danificada, DTM com caixa quebrada.
Falha: É uma alteração funcional de um componente elétrico, que não corresponde ao
seu projeto de funcionamento original. Um componente pode falhar, assim como também
um sistema maior pode falhar.
Exemplo: um DTM que deixa de abrir, um disjuntor religador que não efetua o religamento
conforme seus ajustes.
Falta: É um contato ou um arco elétrico entre partes vivas da instalação que possuem
potenciais diferentes. Pode ser uma falta direta, quando a impedância é nula, e uma falta
indireta, quando há impedância. As faltas dão origem às correntes de falta.

Corrente de fuga: É a corrente elétrica originada de faltas indiretas e de


impedâncias de contato relativamente elevadas. Estão, normalmente,
na ordem de miliamperes. Devem ser monitoradas ou eliminadas por
dispositivos como DRs.
choque
Curto circuito: É a falta direta em um sistema
elétrico e que, normalmente, produzirá uma corrente de curto
circuito. Os curto circuitos podem ser trifásicos, bifásicos e
monofásicos, sendo este último o mais comum.
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Corrente de Sobrecarga: É a corrente que está pouco acima do valor da corrente nominal
de um circuito e tem seu limite prático associado à temperatura máxima de sobrecarga da
isolação dos condutores. Pode ser até 3 vezes ou mais o valor da corrente nominal. E
pode durar alguns segundos ou, até, minutos.
Corrente de Curto Circuito: É a corrente que está muito acima do valor da corrente
nominal e tem o seu limite associado à temperatura máxima de curto circuito da isolação
dos condutores. Pode assumir valores entre 3 a 10 vezes a corrente nominal, ou maiores.
Deve ser eliminada rapidamente podendo deteriorar completamente o isolamento dos
condutores .
Proteção e Anomalias
- A anomalia mais comum em qualquer sistema de potência é a falta direta, cujo
efeito imediato é a corrente de curto-circuito, de valor elevadíssimo em relação às
correntes normais do circuito
- Outras anomalias que podem existir são as sobrecargas, as subtensões, as
sobretensões, as subfrequências e as sobrefrequências, todas sendo
características de um sistema elétrico que, por si mesmo, não é perfeito nem
infalível.
- Ou seja, as anomalias são inerentes ao funcionamento dos sistemas de energia,
apesar das precauções e cuidados tomados na elaboração do projeto e na
execução das instalações, mesmo seguindo as normas mais severas e as
recomendações existentes.
Essas anormalidades poderão ter consequências irrelevantes ou desastrosas,
dependendo do sistema de proteção preparado para aquela instalação em particular

A principal função de um sistema de Em segundo lugar, o sistema de proteção


proteção é assegurar a desconexão de tem a função de fornecer informações
todo sistema elétrico submetido a necessárias aos responsáveis por sua
qualquer anormalidade que o faça operar operação, de modo a facilitar a
fora dos limites previstos, ou de parte identificação dos defeitos e a sua
dele. consequente recuperação

A detecção de uma anomalia em um sistema elétrico é obtida, de forma geral, pela


aplicação de um dos seguintes critérios:
Elevação da corrente.
Elevação e redução da tensão.
Inversão do sentido da corrente.
Alteração da impedância do sistema.
Comparação de módulo e ângulo de fase na entrada e na saída do sistema.
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E como essa proteção é feita?
Quais são os equipamentos utilizados?
Como eles são conectados entre si?
Estrutura Básica de um Sistema de Proteção

1. responsável pelo suprimento da corrente ao elemento de avaliação da corrente que se


quer controlar.
2. responsável pelo fornecimento da tensão ao elemento de avaliação da tensão que se
quer controlar.
3. interruptor ou disjuntor responsável pela desconexão do sistema.
4. fonte auxiliar de corrente que supre os diversos elementos envolvidos na proteção.
Em geral, trata-se de uma fonte de corrente contínua.
5. elemento de avaliação das medições de corrente e tensão que tem as seguintes
funções: gerenciar as condições operacionais do componente elétrico protegido, tais
como a linha de transmissão, o transformador de potência etc.; decidir, a partir dos
valores recebidos de corrente e tensão, as condições em que se dará a desconexão.
6. Elemento lógico da estrutura; recebe as informações do elemento de avaliação,
compara com os valores ajustados e, se for o caso, libera o sinal de atuação para o
interruptor ou disjuntor.
7. Elemento que modula o sinal de disparo do interruptor ou disjuntor.
8. elemento de sinalização ótica ou visual de todas as operações realizadas na estrutura
básica de proteção.
9. elemento responsável pela recepção de sinais de comando originados ou não de
outros pontos distantes da parte do sistema sob proteção; pode ser a própria régua de
borne dos condutores dos circuitos de proteção.

Estatísticas
As concessionárias de energia elétrica, geradoras e distribuidoras, acompanham e
avaliam rigorosamente as interrupções de seus sistemas, a fim de se orientarem no
planejamento estratégico e operacional, objetivando melhorar a qualidade do
fornecimento de energia aos seus clientes
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Causas das interrupções
- Fenômenos naturais: 48%
- Falhas em materiais e equipamentos: 12%
- Falhas humanas: 9%
- Falhas diversas: 9%
- Falhas operacionais: 8%
- Falhas na proteção e medição: 4%
- Objetos estranhos sobre a rede: 4%
- Condições ambientais: 6%
Origem das interrupções
- Linha de transmissão: 68%
- Rede de distribuição: 10%
- Barramento da subestação: 7%
- Transformador de potência: 6%
- Gerador: 1%
- Próprio sistema: 4%
- Consumidor: 4%
Duração das interrupções (em minutos)
- 1< T < 3: 57%
- 3<T<15: 21%
- 15<T<30: 6%
- 30<T<60: 4%
- 60<T<120: 3%
- T>120: 9%
Custos

Quais os custos envolvidos quando o sistema de proteção causa a desconexão de uma


parte do sistema, gerando uma interrupção?
Tipo de curto circuito
- Monofásico: 78%
- Bifásico: 14%
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- Trifásico: 8%
Requisitos Básicos
Quais as características básicas que um sistema de proteção deve ter?
Um projeto de proteção deve considerar algumas propriedades fundamentais para se
obter um bom desempenho
1) Seletividade
Técnica utilizada no estudo de proteção e coordenação por meio da qual somente
o elemento de proteção mais próximo do defeito desconecta a parte defeituosa do
sistema elétrico.
Um projeto de proteção deve considerar algumas propriedades fundamentais para se
obter um bom desempenho

2) Zonas de Atuação

Durante a ocorrência de um defeito, o elemento de proteção deve ser capaz de

definir se aquela ocorrência é interna ou externa à zona protegida. Se a ocorrência


está nos limites da zona protegida, o elemento de proteção deve atuar e acionar a
abertura do disjuntor associado, num intervalo de tempo definido no estudo de
proteção.
Se a ocorrência está fora dos limites da zona protegida, o relé não deve ser
sensibilizado, ou, se for, deve bloquear sua atuação
3) Velocidade

Desde que seja definido um tempo mínimo de operação para um elemento de


proteção, a velocidade de atuação deve ser a de menor valor possível, a fim de
reduzir ou mesmo eliminar as avarias no sistema protegido.
4) Sensibilidade

Consiste na capacidade de o elemento de proteção reconhecer com precisão a


faixa e os valores indicados para a sua operação e não operação.
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5) Confiabilidade

É a propriedade de o elemento de proteção cumprir com segurança e exatidão as


funções que lhe foram confiadas.
6) Automação

É a propriedade de o elemento de proteção operar automaticamente quando for


solicitado pelas grandezas elétricas que o sensibilizam e retornar sem auxílio
humano, se isso for conveniente, à posição de operação depois de cessada a
ocorrência.

Aula 2: Dispositivos de Proteção

Introdução
- Os principais dispositivos de proteção de
sobrecorrente são os disjuntores e fusíveis
- Disjuntores de potências elevadas, aplicáveis em
subestações de potência de concessionárias ou
em subestações industriais de
grande porte, dependem, para
seu funcionamento como
elemento de proteção, dos dispositivos sensores denominados

.
relés

Fusíveis

São dispositivos que operam pela fusão do seu elemento


metálico construído com características específicas de
tempo x corrente
- Em condições normais, o circuito no qual está ligado
opera normalmente, sem nenhuma ou “quase nenhuma” interferência em suas
características
- No caso de uma elevação do valor da corrente normal de funcionamento, ocorre
uma elevação de temperatura no seu elemento fusível até que ocorra a sua fusão,
seccionando o circuito após determinado tempo.
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Classificação quanto à Utilização


Podem ser classificados como categoria “a” ou categoria “g”. Compõe a primeira letra de
sua especificação
- “a” - Proteção contra curto-circuito VA a
- “g” - Proteção contra sobrecarga e curto-circuito
G
Classificação quanto à Classe de Operação
A segunda letra está relacionada à classe de operação dos fusíveis
- “G” - Proteção de linha (uso geral)
- “M” - Proteção de circuito de motores
- “R” - Proteção de semicondutores (ultrarrápido)
- “Tr” - Proteção de transformadores

Tipos - Tipo Silized


- Faca - Sitor
- Rolha - NH
- Cartucho - HH
- Tipo D - DH
- Tipo Neozed

Tipos
- NH
- Curto circuito em instalações elétricas industriais
- Categoria gL/gG
- Correntes nominais de 6 a 1250A
- Elevada capacidade de interrupção (120 kA em até 690VCA)

Tipos
- NH - Curto circuito em instalações elétricas industriais, distribuição
- Diazed - instalações elétricas comerciais e industriais até 100A, maior
confiabilidade
- Neozed - tamanho reduzido, residenciais, comerciais e industriais, até 63A,
prevenção contra toque acidental
- Sitor - ultrarrápidos, proteção de semicondutores (6 a 2400A)
- Silized - ultrarrápidos, proteção de semicondutores (16 a 100A)
- D - seguros, podem ser manuseados sem choque elétrico
- ultrarrápido - também semicondutores
- HH - cabines primárias, trafos, BCs, motores em média tensão
- DH - média tensão, proteção de quipamentos e ramais de distribuição
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Disjuntores

Esta curva típica é, na realidade, formada por duas


curvas, estabelecendo uma faixa de atuação entre
valores de tempo mínimo (curva inferior) e tempo
máximo (curva superior).

K1 e K2 correspondem às correntes de não atuação


e de atuação
A corrente de não atuação (K1) está na faixa de 5 a
15% acima da nominal (IN)
Enquanto a de atuação (K2) estará com valor
máximo de 1,45xIZ, em que IZ corresponde à corrente máxima admissível em situação
normal e sob temperatura de regime contínuo para o condutor, na temperatura ambiente
prevista para a sua instalação.

Relés de Proteção
Relés de Proteção
O relé de proteção é um dispositivo destinado a:
- detectar anormalidades no sistema elétrico, atuando diretamente sobre um
equipamento ou sistema
- retirar de operação os equipamentos/componentes envolvidos com a anormalidade
- acionar circuitos de alarme quando necessário

Também pode ser o elemento que, satisfeitas certas condições de normalidade, irá dar a
permissão para a energização de um equipamento ou de um sistema

Funções

- Medir as grandezas atuantes;


- Comparar os valores medidos com os valores de ajustes aplicados;
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- Operar (ou não) em função do resultado dessa comparação;
- Acionar a operação de disjuntores ou de relés auxiliares;
- Sinalizar sua atuação via indicador de operação visual e/ou sonoro.

Um pouco de história…

- 1901 – Primeiro dispositivo de proteção (eletromecânico) – relé de proteção de


sobrecorrente
- 1930 – Surgem os primeiros relés de proteção com tecnologia à base de
componentes eletrônicos (não alcançaram aceitação do mercado – por quê?)
- 1980 – Desenvolvimento acelerado da microeletrônica – não absorvida pelo
mercado nacional de imediato (usados como retaguarda)

Tipos de Relés de Proteção

Relés Eletromecânicos de Indução

- São equipamentos dotados de bobinas, disco de indução,


molas, contatos fixos e móveis que lhes garantem uma
grande robustez.
- São de fácil manutenção e de fácil ajuste dos parâmetros
elétricos.
- As dimensões externas dos relés para cada função são
padronizadas entre os fabricantes

- Atualmente, os relés eletromecânicos de indução não são


mais fabricados.
- No entanto, existem ainda milhares desses dispositivos instalados nas subestações
das concessionárias de energia elétrica, fábricas, prédios comerciais etc.

- São dispositivos com tempo de vida útil longo e somente são substituídos
normalmente quando é feita alguma intervenção no sistema de proteção da
subestação, motivada por reforma, ampliação ou necessidade de se alcançar
melhor desempenho operacional.
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Relés Eletrônicos
- Também conhecidos como relés estáticos, tiveram o
mesmo destino dos relés eletromecânicos de indução.
- Apresentam dimensões mais reduzidas do que as dos
relés eletromecânicos de indução, propiciando painéis
de comando e controle com menores dimensões.
- São constituídos de circuitos integrados dedicados a
cada função desempenhada.

- Apresentam uma precisão elevada e simplicidade nos


ajustes, além de elevada velocidade de operação.
- O relé eletrônico trouxe pouca inovação aos sistemas de proteção.
- Na prática, as funções de proteção desenvolvidas para os relés eletromecânicos,
através de peças mecânicas e tecnologia de indução magnética, foram
reproduzidas nos relés eletrônicos, utilizando-se agora circuitos impressos.
- Esses relés não apresentam padronização nas dimensões.
Relés Digitais
- Dominam totalmente o mercado.
- Com a automação cada vez mais crescente dos sistemas elétricos industriais e de
potência, os relés digitais passaram a ser elementos obrigatórios nos esquemas de
proteção.
-São constituídos de circuitos eletrônicos providos de
chips de alta velocidade de processamento.
-Funcionam através de programas dedicados que
processam as informações que chegam pelos
transformadores de medida.
-Seus ajustes são efetuados ou no frontal do relé por
meio de instruções específicas ou através de um
microcomputador conectado no frontal do relé
-Não apresentam nenhuma padronização nas
dimensões
- Os relés digitais revolucionaram os esquemas de proteção, oferecendo vantagens
impossíveis de serem obtidas dos seus antecessores.
- Além das funções de proteção propriamente ditas, os relés digitais realizam
funções de comunicação, medidas elétricas, controle, sinalização remota, acesso
remoto etc.

Características de Relés de Proteção


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- As funções de proteção e manobra são caracterizadas por um código numérico
que indica o tipo de proteção a que se destina um relé.
- Monofunção x Multifunção
- Tabela de funções padronizada pela ANSI
Forma Construtiva e Operacional

- Relés fluidodinâmicos.
- Relés eletromagnéticos.
- Relés eletrodinâmicos.
- Relés de indução.
- Relés térmicos.
- Relés eletrônicos.
- Relés digitais.

Reles
Relésfluido
fluidodinâmicos.
dinâmicos
- Êmbolo móvel + óleo (em geral, óleo de vaselina) como elemento temporizador
- Não são mais fabricados desde que a NBR 14039 eliminou o seu uso como
proteção principal de subestação de consumidor
- Ainda é grande a quantidade desse relé em operação em pequenas e até em
médias instalações industriais.
- Em geral, foram empregados na proteção de subestações de até 1000 kVA
Relés fluidodinâmicos.
õ
- Não foram utilizados pelas concessionárias de energia elétrica na proteção de suas
subestações de potência devido a dificuldade de coordenação com os elos fusíveis
de proteção da rede
- Outra restrição envolve não ser possível instalá-lo no tempo

Relés
Relés eletromagnéticos
eletromagnéticos
- Se baseia na força de atração exercida entre elementos de material magnético.
- Antes do advento e domínio do mercado dos relés fluidodinâmicos para proteção
de pequenas subestações, os eletromagnéticos eram largamente utilizados.
- Não são mais fabricados, mas ainda presentes em algumas subestações.

Re ia
Relés de indução
- Os relés de indução são largamente empregados em
subestações industriais de potência e de
concessionárias de serviço público, na proteção de
equipamentos de grande valor econômico

- Não são mais fabricados


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Relés
Reléstérmicos
térmicos
- Em geral, algumas máquinas, tais como transformadores, motores, geradores etc.,
sofrem drasticamente com o aumento da temperatura dos seus enrolamentos, o

F
que implica a redução de sua vida útil e, consequentemente, falha do equipamento.

- Existem relés dotados de elementos térmicos ajustáveis, chamados de réplicas


térmicas.

- Esses relés são chamados também de imagem térmica, por simularem a mesma
curva de aquecimento do equipamento a ser protegido.

Relés
Reléseletrônicos
eletrônicos
- São fruto do desenvolvimento tecnológico da eletrônica dos sistemas de potência.

- Na época em que eram fabricados, atendiam a todas as necessidades de proteção


dos sistemas elétricos, competindo em preço e desempenho com os modelos
eletromecânicos

- A tecnologia estática apresenta como vantagens adicionais sobre os relés


convencionais eletromecânicos a compacidade, a precisão nos valores ajustados e
a facilidade de modificação das curvas de operação em uma mesma unidade

Retés
Relés digitais
Fitas
- É uma proteção baseada em técnicas de microprocessadores.

F
- Chegaram ao mercado brasileiro nos meados da década de 1980

- Oferecem novas funções aos seus usuários adicionando maior velocidade, melhor
sensibilidade, interfaceamento amigável, acesso remoto, armazenamento de
informações...

- As grandezas de entrada continuam sendo analógicas, e são convertidas


internamente para sinais digitais através de conversores (A/D).

Feagia
Relés digitais - vantagens
-
-
aje
Pequeno consumo de energia e elevada confiabilidade
Diagnóstico de falha por meio de armazenamento de dados de falha

- Possibilidade de se comunicarem com um sistema supervisório e de serem


ajustados à distância

- Durante os procedimentos de alteração nos ajustes, mantêm a proteção do sistema


con an as
elétrico ao nível dos ajustes existentes
t
- Elevada precisão e amplas faixas de ajuste com vários degraus

- Indicação dos valores de medição e dos dados de falha por meio de display.
Ialares de medição e falha mostrado no
Desempenho display
Os relés de proteção devem apresentar os seguintes requisitos básicos quanto ao seu
desempenho:
Desempenho
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Básico
a -Sensibilidade
na-Rapidez
-Confiabilidade

Grandezas Elétricas
Tipos:
- Relés de tensão O relé de corrente é o principal devido à grande
- Relés de corrente variação com que a corrente elétrica pode circular
- Relés de frequência numa instalação, indo desde o estado vazio (corrente
- Relés direcionais basicamente nula), passando pela carga nominal,
- atingindo a sobrecarga e, finalmente, alcançando o
Relés de impedância
seu valor supremo, nos processos de curto-circuito
ata Temporização franco.
- Apesar de se esperar a
maior rapidez possível na
atuação de um relé, normalmente, por questões de seletividade entre os vários
elementos de proteção, é necessário permitir aos relés uma certa temporização
antes que ordene a abertura do disjuntor. a

- Logo, os relés podem ser classificados quanto ao tempo de atuação em:


- Relés instantâneos
- Relés temporizados com retardo dependente
- Relés temporizados com retardo independente
- Relé instantâneo
- Não apresenta nenhum retardo intencional no tempo de atuação
- O retardo existente é função de suas características construtivas, implicando
certa inércia natural do mecanismo, temporizando assim sua atuação.
- Relé temporizado com retardo dependente
- São os mais utilizados em sistemas elétricos em geral utilizados
- São caracterizados por uma curva de temporização normalmente inversa,
cujo retardo é função do valor da grandeza que o sensibiliza
curvadetemporização
- norm inversa
Esses relés apresentam uma família de curvas com as mais diversas
declividades em razão das variadas aplicações
requeridas na prática dos projetos de proteção
- Relé temporizado com retardo dependente
independente
- Caracterizado por um tempo de atuação constante,
independentemente da magnitude da grandeza que o
sensibiliza tempodeatuaçãoconstante
- Podem ser ajustados, em geral, para vários tempos de
atuação, dependendo das necessidades de um projeto
de proteção específico
ajustados aváriostemposde
atuação de acordocom o projeto
deproteção específico
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- Relé temporizado com retardo independente

Formas de Acionamento
- Relés primários (relés de ação direta)
- São largamente empregados na proteção de pequenas a médias instalações
industriais
- Apresentam a grande vantagem de, geralmente, dispensar transformadores
redutores, pois estão diretamente ligados ao circuito que protegem
- Não necessitam de fonte auxiliar para promoverem o disparo do disjuntor
- Relés primários (relés de ação direta)

Relésprimários
açãodireta

reléssecundários
- Relés secundários (relés deação
ação indireta
indireta)
- Amplamente empregados nas instalações de médio e grande porte
- Apresentam custos mais elevados devido a utilização de transformadores
redutores e de uma fonte auxiliar de alimentação
- Em geral, os relés secundários apresentam maior confiabilidade, além de
possuírem ajustes mais precisos e curvas de temporização mais bem
definidas
- Não atua diretamente sobre o mecanismo de acionamento do disjuntor
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- Quando opera, propicia o fechamento dos contatos do circuito da bobina do
disjuntor que estão ligados a uma fonte auxiliar, geralmente de corrente
contínua
- Atualmente são utilizados disjuntores com bobina de abertura alimentada
por capacitor, que substitui o retificador/carregador e o banco de baterias,
reduzindo o custo

Proteção de Sobrecorrente
- Sobrecorrentes são os eventos mais comuns que ocorrem nos sistemas
elétricos de forma geral
- Submetem os componentes elétricos aos maiores níveis de desgaste e
comprometimento de sua vida útil
- Podem ser classificadas em dois diferentes níveis: sobrecargas e curtos-
circuitos

Sobrecarga
Proteção de Sobrecorrente - Sobrecarga
- São variações moderadas da corrente que flui no sistema elétrico. Se
ocorrerem limitadas no seu módulo e no tempo, não prejudicam os
componentes elétricos do sistema.
- Quando o valor da corrente de sobrecarga ultrapassa os limites permitidos
de qualquer dos componentes de um sistema elétrico, o valor da corrente
deve ser reduzido ou o equipamento retirado de operação.
Proteção de Sobrecorrente - Curtos-circuitos
- Os curtos-circuitos são variações extremas da corrente que flui no sistema
elétrico. Se não forem limitados no seu módulo e no tempo, danificam os
componentes elétricos por meio dos quais são conduzidos.
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- Enquanto os tempos permitidos nos eventos de sobrecarga podem chegar a
vários segundos , os tempos permitidos para a duração dos curtos-circuitos
não devem superar o valor de 2 segundos. Normalmente, devem ser
limitados entre 50 e 1000 ms.
Proteção de Sobretensões
-Os valores da tensão máxima não devem superar o valor de 110%
da tensão nominal
-Podem causar problemas no
isolamento dos equipamentos
-As sobretensões podem ter diferentes
origens:
-Descargas Atmosféricas (diretas ou
indiretas)
-Chaveamento
-Curtos-circuitos monopolares

Proteção de Subtensões
- A proteção de subtensões tem por finalidade proteger as máquinas elétricas,
principalmente os motores e os geradores, das quedas de tensão que
possam danificar esses equipamentos.
- A proteção de subtensões também tem por objetivo retirar de operação os
grandes geradores elétricos quando estes estão na iminência de perda de
estabilidade.
- Normalmente, os sistemas elétricos toleram tensões em níveis de até 80%
do valor nominal por período de aproximadamente 2 s.
Proteção de Frequência
- É
A proteção de frequência é empregada nos sistemas elétricos quando são
atingidos por eventos de sobrefrequência ou subfrequência, como resultado
da alteração na velocidade das máquinas girantes; as consequências são
aquecimento, vibrações etc.
O módulo 8 do PRODIST diz:
O sistema de distribuição e as instalações de geração conectadas ao mesmo devem, em
condições normais de operação e em regime permanente, operar dentro dos limites de
frequência situados entre 59,9 Hz e 60,1 Hz.

Quando da ocorrência de distúrbios no sistema de distribuição, as instalações de geração


devem garantir que a frequência retorne, no intervalo de tempo de 30 (trinta) segundos
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após a transgressão, para a faixa de 59,5 Hz a 60,5 Hz, para permitir a recuperação do
equilíbrio carga-geração.
Havendo necessidade de corte de geração ou de carga para permitir a recuperação do
equilíbrio carga-geração, durante os distúrbios no sistema de distribuição, a frequência:
- não pode exceder 66 Hz ou ser inferior a 56,5 Hz em condições extremas;
- pode permanecer acima de 62 Hz por no máximo 30 (trinta) segundos e acima de
63,5 Hz por no máximo 10 (dez) segundos;
- pode permanecer abaixo de 58,5 Hz por no máximo 10 (dez) segundos e abaixo de
57,5 Hz por no máximo 05 (cinco) segundos.

Seletividade
Definição
É a característica que um sistema de proteção deve ter para que, ao ser submetido a
correntes anormais, faça atuar os dispositivos de proteção de maneira a desenergizar
somente a parte do circuito afetado.
Em um projeto de um sistema de proteção cada elemento protetor deve ter uma abrangência de
atuação, denominada zona de proteção. Há dois casos a considerar:

- Proteção de primeira linha

- Proteção de retaguarda.

- Proteção de primeira linha: Corresponde ao elemento de proteção para o qual é definida


uma zona de responsabilidade dentro de limites predefinidos, devendo atuar num tempo
previamente ajustado, sempre que ocorrer um defeito nessa zona.

- Proteção de retaguarda: Corresponde ao elemento de proteção responsável pela


desconexão do sistema caso haja uma falha na proteção de primeira linha, dentro de um
intervalo de tempo definido no projeto de coordenação.
Exemplo:
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Tipos
A seletividade em um sistema de proteção pode ser efetuada por meio de três diferentes
formas:
- Corrente
- Tempo
- Lógica
Tipos – Seletividade Amperimétrica
It Armperimétrica oudecorrente
- Também conhecida como seletividade por corrente, esse tipo de seletividade
fundamenta-se no princípio de que as correntes de curto-circuito aumentam à
medida que o ponto de defeito se aproxima da fonte de suprimento.
- A seletividade amperimétrica é aquela que é utilizada quando existe uma
impedância muito grande entre os pontos em que se está fazendo a

-
seletividade.
Fina
Mais aplicada em sistemas de distribuição de energia elétrica
distribuição
de

Para uma corrente de defeito no ponto A de valor igual a Ics e valores de ajuste das
proteções P1 e P2 respectivamente iguais a Ip1 e Ip2, a seletividade amperimétrica estará
satisfeita se ocorrer que:

- A primeira proteção a montante do ponto de


defeito deve ter uma corrente de atuação com
valor inferior à da corrente de curto-circuito
ocorrida dentro da zona protegida
- As proteções situadas fora da zona protegida
devem ter uma corrente nominal com valores
superiores à da corrente de curto-circuito

toTiposCronológica ou de tempo
– Seletividade Cronológica
- A seletividade cronológica é aquela realizada aplicando intervalos de tempo entre
os dispositivos de proteção situados à jusante e à montante, de forma que se
garanta que eles irão operar de forma seletiva e coordenada.
- Os procedimentos desse tipo de seletividade fundamentam-se no princípio de que
a temporização intencional do dispositivo de proteção próximo tao ponto de
i
defeito devetest
nas
ser inferior à temporização intencional do dispositivo de
proteção a montante.
a
- A seletividade cronométrica consiste, portanto, em retardar uma proteção instalada

_o
a montante para que a proteção instalada a jusante tenha tempo suficiente para
atuar eliminando e isolando a falta.
20
- A diferença dos tempos de disparo de duas proteções consecutivas deve
corresponder ao tempo de abertura do disjuntor, acrescido de um tempo de
incerteza de atuação das referidas proteções. Essa diferença, denominada
a
intervalo de coordenação, é assumida com valores entre 200 e 400 ms.

Pode conduzir a tempos de


atuação da proteção muito
elevados, à medida que se
aproxima da fonte de suprimento, o
que traz algumas desvantagens de
projeto:
-Nos sistemas de potência em que
existem várias subestações
seccionadoras em série, ligadas
por linhas de transmissão curtas,
há dificuldades de se obter uma
seletividade adequada devido ao
crescimento dos tempos de
coordenação.

Pode conduzir a tempos de


atuação da proteção muito
elevados, à medida que se
aproxima da fonte de suprimento, o
que traz algumas desvantagens de projeto:
- Por admitir a corrente de defeito por um tempo excessivo, podem ocorrer quedas
de tensão prejudiciais ao funcionamento das demais cargas.
- O valor elevado da corrente de curto-circuito, aliado ao tempo excessivo de
atuação da proteção, poderá danificar os elementos da instalação em virtude da
duração do arco elétrico.
Tipos – Seletividade Lógica
Lógica
- Surgiu a partir dos relés digitais
- Combina a proteção de sobrecorrente com uma comunicação entre os dispositivos
de proteção para obter intervalos de
tempo reduzidos, mas seletivos
- Elimina os inconvenientes dos
esquemas de seletividade
amperimétrica e cronométrica Adota-
se, normalmente, o tempo de 50ms
para a proteção mais próxima do ponto
de defeito, ajustando as demais
proteções para 100ms
- O sinal de bloqueio tem uma duração
entre 150 e 200ms para permitir que a
proteção imediatamente a montante
possa atuar
21
Exemplo de atuação:
- Falta na barra D
- Disjuntor P1 falha
- Disjuntor P2 atua como retaguarda

Comunicação

Possibilita a troca de informações entre os elementos de proteção de um sistema elétrico:


- Comunicação entre as subestações
- Comunicação entre as subestações e os Centros de Operação
Existem alguns meios utilizados:
- Linhas físicas – Fibra ótica e Fio piloto
- Sinal de Rádio
- Onda Portadora

Aula 3: Transformadores de Medida


Introdução
- Transformadores de medida permitem que os instrumentos de medição funcionem
sem que seja necessário suportarem as correntes e tensões nominais do circuito
principal
- No sistema de proteção, são utilizados os Transformadores de Corrente e de
Potencial.
22

Transformador de Corrente

- Transformam correntes elevadas que circulam no seu primário em pequenas


correntes secundárias segundo uma relação de transformação (RTC)
- Em sua forma mais simples, possui um primário com poucas espiras e um
secundário com muitas espiras e cuja corrente nominal é de 5A
- O TC deve ser ligado em série com a carga do circuito primário
- O enrolamento primário deve ser construído com fio grosso, enquanto o secundário
com fio mais fino

Finalidades
- Isolar o circuito primário, de altas tensões e correntes, do circuito secundário, em
que estão localizados os dispositivos de medida e proteção
- Oferecer, em seu circuito secundário, correntes proporcionais às do circuito
primário
- Oferecer, em seu circuito secundário, corrente de valor adequado aos dispositivos
de medida e proteção
Circuito Equivalente
23
Características Construtivas
- TC tipo Barra
- TC tipo Enrolado
- TC tipo Janela
- TC tipo Bucha
- TC tipo núcleo dividido
- TC com vários enrolamentos primários
- TC com vários núcleos secundários
- TC com vários enrolamentos secundários

Relação de Transformação de Correntes (RTC) e Correntes Nominais


A RTC é a inversa da relação de tensões:

Como a padronização da corrente secundária é de 5A, a RTC é dada como:

onde x é a corrente primária


24
RTC e Correntes Nominais

O TC deve se comportar o mais próximo possível de um transformador ideal, o que


significa que seu projeto busque:

- Uma elevadíssima indutância magnetizante

- Baixa corrente de perdas do ferro

- Funcionamento na região linear do laço de magnetização

Isso tem a ver com sua classe de exatidão


25
Fator de Sobrecorrente (FS)
- As correntes de curto-circuito são muitas vezes maiores que a corrente nominal
- Não desejamos que o transformador entre em uma região de saturação para que
se mantenha sua exatidão
- Também denominado fator de segurança, FS é o fator pelo qual se multiplica a
corrente primária do TC para se obter a máxima corrente no circuito primário
- A norma brasileira estabelece valores de 5, 10, 15 e 20 vezes a corrente nominal.
No entanto, há uma tendência de, seguindo a norma estadunidense ANSI, utilizar
no Brasil o valor de 20
26
Reatância dos TCs
Os transformadores de corrente são classificados pela reatância dos seus enrolamentos
primários em:
- TCs de baixa impedância
- Enrolamento primário é constituído de uma única espira
- Ex.: Transformadores do tipo barra, janela e bucha
- Normalmente são constituídos por correntes nominais muito elevadas,
necessitando um enrolamento com condutores de grande seção transversal
Os transformadores de corrente são classificados pela reatância dos seus enrolamentos
primários em:
- TCs de alta impedância
- Enrolamento primário é constituído de várias espiras enroladas em torno do
núcleo magnético
Erro e Classe de Exatidão

TC de Medição x TC de Proteção

O erro está associado à corrente de excitação


ie

•Se a corrente de excitação de um TC é nula,


significa que o ramo magnetizante é de
impedância infinita, o que caracteriza um
transformador ideal: sem perdas magnéticas ou
perdas no ferro

• Se a corrente de magnetização tem um valor de 5% da corrente secundária do TC, o


TC tem classe de exatidão de 5%

• Quanto maiores as perdas magnéticas de um TC, maior seu erro de transformação


Erro e Classe de Exatidão - ANSI
27
• É definida a partir da máxima tensão sobre a carga total do seu secundário
• Multiplica-se a máxima corrente secundária (100A) pela sua carga secundária
• As possíveis combinações são: ex L v ou ex H v, onde
• ex = classe de exatidão
• L = baixa reatância e H = alta reatância
• v = tensão máxima: 10, 20, 50, 100, 200, 400 e 800V
A classe de exatidão associada à máxima tensão secundária define, também, a máxima
carga secundária de um TC: Zmáx = Vmax/100. Este conceito inclui toda impedância no
circuito secundário do TC
Exemplos:
TC 5L100, TC 10H400

Qual a carga máxima (Zmáx) no secundário para cada um desses TCs?

Erro e Classe de Exatidão - ABNT


- É definida a partir da verificação de sua máxima potência secundária em VA
- A designação é dada por: A (ou B) ex F f C c, onde:
- A = alta reatância, B = baixa reatância
- ex = classe de exatidão
- F= fator de sobrecorrente de valor f = 5, 10, 15 ou 20
- C = carga em VA de valor c = 2,5, 5, 12,5, 22,5, 25, 45, 50, 90, 100 ou 200
Exemplos:
A5F10C50, B10F20C22,5; A2,5F20C100
28
Cargas Nominais

Impedância Máxima

A impedância máxima vista pelo secundário é denominada, em inglês, Burden, e equivale


à soma da impedância da fiação entre o TC e sua carga e da impedância da própria
carga.
29
Exemplo: Calcular a carga (em VA) do transformador de corrente destinado à proteção de
sobrecorrente principal de uma subestação de 230kV. O cabo de interligação entre os TCs
e os relés digitais é de 6mm² de seção transversal e tem um comprimento de 120m.

Transformador de Potencial

- O TP tem o objetivo de reproduzir em seu secundário uma tensão que seja uma
réplica da tensão primária, devidamente rebaixada em módulo

- Sua relação de transformação (RTP) estabelece a relação entre as tensões do


primário e do secundário

- Na sua forma mais simples, os transformadores de potencial possuem um


enrolamento primário de muitas espiras e um secundário por meio do qual se
obtém a tensão desejada

- A tensão nominal no secundário é de 115V ou 115/raiz(3)


30
Tipos de Transformadores de Potencial

- Indutivo x capacitivo
- Grupo 1, Grupo 2 e Grupo 3

Indutivo: Funciona pelo princípio da indução


eletromagnética. Utilizado para tensões de até 138kV

Capacitivo: Utilizado em tensões acima de 69kV como


um divisor de tensão para diminuir custos. Ao contrário do
resistor, não consome potência ativa.

Grupo 1: Ligação fase-fase. Até 34,5kV.

Grupo 2: Ligação fase-neutro de sistemas diretamente aterrados

Grupo 3: Ligação fase-neutro com aterramento insuficiente

Tensões Nominais
31
Carga Nominal e Classe de Exatidão

A carga nominal (em VA) de um TP é definida como a máxima potência aparente possível
de ser conectada ao seu secundário para que não se ultrapasse a sua classe de exatidão

As classes de exatidão para os TPs podem ser: 0,1%, 0,3%, 0,6%, 1,2% e 3%. As três
primeiras classes destinam-se a TPs de medição

Onde estão as perdas do TP?

No TP, a classe de exatidão está


relacionada às quedas de tensão
internas (em suas reatâncias de
dispersão primária e secundária)

Como os aparelhos de medida de tensão são de elevada impedância, a corrente que


circula na impedância de carga ligada aos terminais do secundário do TP é de baixo
valor, o que não provocará quedas de tensão muito elevadas, facilitando a construção
de TPs de classe de exatidão de baixos percentuais

Segundo a NBR 6855:

- A exatidão normalmente é expressa por um valor percentual seguido da letra P


e do valor da potência da maior carga nominal com que se verifica essa classe de
exatidão
- Exemplos: 0,3P75, 0,3P200, 0,6P400, etc.
32

Aula 4: Funções de Relés


Relés de Sobrecorrente (50/51)
Introdução

- Aquele que responde à corrente que flui no elemento do sistema que se quer
proteger quando o módulo dessa corrente supera o valor previamente ajustado

- Todos os segmentos dos sistemas elétricos são normalmente protegidos por


relés de sobrecorrente, que é a proteção mínima a ser garantida

- É a mais econômica das proteções utilizadas nos sistemas de potência


trata
- É a proteção que mais
a
frequentemente necessita de reajuste

- Relés de sobrecorrente são dispositivos eletromecânicos, eletrônicos ou digitais


(microprocessados) que têm a possibilidade de:

- Ajuste de corrente de acionamento (atuação, disparo ou trip)

- Ajuste de tempos de resposta a essa corrente -> temporizado ou


instantâneo

Relés de Sobrecorrente Primários

- Também conhecidos como relés de ação direta


33
- Não são mais aceitos pela NBR 14039 para proteção geral de unidades
consumidoras supridas em média tensão

- São utilizados na proteção de outras


partes ou componentes dos sistemas de
média tensão internos à unidade
consumidora.

Relés de Sobrecorrente Secundários

- Também conhecidos como relés de


ação indireta

- Geralmente são alimentados por


transformadores de corrente

- São utilizados na proteção de

subestações industriais
de médio e grande
portes, na proteção de
motores e geradores,
bancos de capacitores e
subestações de
potência das
concessionárias

-Podem ser de indução,


estáticos ou digitais
Curvas de Operação

- Nos relés de indução, as curvas


são pré-definidas dispositivos
eletromecânicos cuna
- pré
Nos relés digitais, é possível determinadas
escolher a característica de tempo
e corrente alterando-se os
parâmetros no próprio relé
34
150
Relés de Indução – Ajuste da unidade temporizada de fase (51)

- A corrente de ajuste ou tap


corresponde ao valor da corrente que
estará no limiar da atuação do relé
A ca de ajusteprecisa de um ator umpoumaior
- Para relés eletromecânicos, se utiliza um
múltiplo de valor 1,5 e relés digitais de
1,1
Pq característica do
- dispositivo
Relés eletromecânicos atingem o limiar
de operação mas necessitam de uma
força extra
a de ajuste
A corrente de ajuste deve corresponder à maior15corrente EFE FiIme de cônico
sobrecarga (Iac)
previamente definida. Para isto, escolhe-se o múltiplo M igual a 1,5 (relé
eletromagnético) e se calcula a corrente de ajuste da seguinte forma:

comsobrecarga
Questão de prova
Iai ftp.o
Secundário
-
curto circuito
de
E
É importante que a corrente de ajuste seja menor do que a mínima corrente de
eletromecânica
Fator
Sobrecarga

m
- Valores mais próximos do limite inferior são mais recomendados pois garantem
maior sensibilidade ao relé
- Garante que o relé atue para correntes de sobrecarga profunda a partir
do valor e do tempo desejado pelo projetista
- O fator de sobrecarga garante que sobrecargas normais não desliguem o
circuito protegido

- O fator de multiplicação garante resposta suficientemente rápida do dispositivo


35
Relés de Indução – Ajuste da unidade instantânea de fase (50)

- O critério para a definição do ajuste a unidade instantânea (Iaji) é baseado no


valor já definido para a presumida corrente de curto-circuito mínima

µ Do

O valor do ajuste da unidade instantânea pode estar relacionado ao da unidade


temporizada

Relés de Indução – Ajuste da unidade


temporizada de neutro (51N)
Ajuste do neutro
É utilizado um fator Kn entre 0,1 e 0,3 para representar a taxa de desequilíbrio máximo
admitida nos condutoresFator
fase de desequilíbrio
ce de neutro geralmente desejaseraconentede
sarece neutro
titinei
sistemas
quando

nao Em_tt
E desequilibradoou bijutaria
t
tem
temporizada
deneutro
Relés de Indução – Ajuste da unidade instantânea de neutro (50N)

A corrente mínima de acionamento Tenor que oà co


deve ser inferior
monofásico
menor corrente assimétrica de
curto-circuito monopolar do trecho protegido pelo disjuntor

Relés de Indução – Exercício Curbo assimétricoaparece a corrente de neutro


Considere o sistema elétrico:

a) Calcule a corrente nominal do alimentador considerando que o trafo opera a


plena carga

b) Dimensionar o RTC do TC necessário para os relés que acionam o disjuntor 52.1. A


corrente de curto circuito máxima é de 7,5kA
a Comente nominal em
plena carga
De 3 F If Se V I

B VEI BEGIN
Pp 34 I 3J B
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1 801,5 120A no 1
d Temporizada
de
Neutro
K OR
Iajt
fft K.pt

921AJ
IIajl
Sistema
36 69kV
los
A y
los tt
tas
fé É
10MVA
69113,8kV
2 7,5

e O
c) Calcule a corrente de ajuste da proteção temporizada de
fase (51), considerando uma sobrecarga de 30%
F
p I
est

d) Obter o ajuste temporizado de neutro para k = 0,2


µ ETs
Relés Digitais

Normalmente, os relés de sobrecorrente digitais são


µ µ µ
q
cargas
comercializados em unidades trifásicas

Da mesma forma que os relés de indução, são dotados das funções de sobrecorrente
instantânea (50) e temporizada (51).

Como as funções são trifásicas, o relé atua quando pelo menos uma das correntes de
fase atinge o valor ajustado.

Nos relés digitais as


características tempo versus
corrente são representados
por equações e essas
equações mudam de acordo
com a norma. Apresenta-se a
seguir as mais usuais.
51 a temporizado
cura e um tempo que t
irei atuar

curva
37

Um relé de sobrecorrente digital instalado no primário de um transformador de 1500


kVA, com tensões de 13,8 kV (primária) e 0,48 kV (secundária) e impedância interna
de 5, deve coordenar com outro situado a jusante (no secundário), também digital, cujo
tempo de atuação é de 0,3 segundos. A corrente de curto-circuito secundária, referida
ao primário, é de 1255 A. Sabendo-se que o ajuste de pick-up deste relé é de 90 A no
primário, e que a curva que deve ser utilizada é IEC-MI (Muito Inversa), calcular o dial
de tempo.

A ideia é a mesma do relé de


indução, a diferença é que utilizamos
I um fator de 1,05 a 1,1

x
Ipva Atividade: Encontrar um catálogo de

nntfãifi
um relé digital de sobrecorrente
su com informações sobre funções,
curvas, ajustes disponíveis

tempão

Ia 125511µF
Ipsoa
curvam
mim 95s

Me13,94

aiii
ausruseamória
su
ass tmsfFF.IM
38

Relé Diferencial de Corrente (87)


Introdução

A proteção diferencial é baseada na primeira lei de Kirchhoff aplicada à proteção de


equipamentos e dispositivos do sistema elétrico.

A proteção diferencial faz a comparação entre a corrente que entra e a que sai de
um equipamento e se esta diferença for superior ao ajuste da proteção, o
equipamento, dispositivo ou circuito é considerado estar sob falta e medidas serão
adotadas por esta proteção.

A seção do sistema compreendida entre os dois terminais é denominada de zona


protegida, isto é, qualquer defeito que ocorra entre esses terminais o relé faz operar os
seus contatos.

A proteção diferencial tem uma


zona de proteção delimitada pelos
TCs.

Este elemento protegido pode ser


um gerador, transformador, motor
ou uma linha de transmissão

O número que expressa a função ANSI do relé diferencial é o 87. Pode receber uma
letra adicional como 87T (diferencial de transformador), 87B (diferencial de barra), 87G
(diferencial de gerador), 87M (diferencial de motor), etc

A proteção diferencial só deve operar


para faltas internas a sua zona de
proteção (área delimitada pelos TC),
qualquer corrente fora desta área não
deve causar sua atuação;

Se o elemento protegido for um


transformador ou qualquer
equipamento que tenha níveis de
tensão diferentes entre as zonas de
proteção, as correntes I1 e I2 serão determinadas pela relação de transformação do
elemento protegido e cujas diferenças deverão ser compensadas pelas relações de
transformação dos TC.
39

Tipos de Relés Diferenciais

Existem dois tipos básicos de relés diferenciais:

- Relé diferencial amperimétrico


- Constituído apenas de um relé de sobrecorrente instantâneo conectado,
operando de forma diferencial
- Relé diferencial percentual
- Além da bobina de operação, possui uma bobina de restrição dividida em
duas metades

- O relé diferencial amperimétrico é simplesmente um relé de sobrecorrente 50


ou 51 ligado na configuração diferencial.

- Este tipo de ligação utilizando relé de sobrecorrente na configuração diferencial


apresenta problemas quando da ocorrência de elevado curto-circuito fora da
zona seletiva, porém muito próximo dos TC.

Isto se deve a vários fatores, tais como:

- Não ser perfeito o casamento entre os TC; Saturação dos TC; etc

Estas imperfeições inerentes ao sistema podem causar atuação indevida deste tipo de
configuração.

O relé diferencial percentual melhora a resposta da proteção diferencial, principalmente


frente a situações que causam a saturação do TC.

Relé Diferencial Percentual de Corrente


40

Relé de Sobretensão (59)


Introdução

Detecta condições de tensão acima de um valor aceitável para a operação do sistema

- Pode enviar sinais de alarmes, de chaveamento para bancos de capacitores e,


dependendo das características do sistema ou do equipamento a ser protegido,
enviar comando de abertura para disjuntores

- Pode ser de ação instantânea ou temporizada

Utilizado para operar em caso de sobretensões causadas por:

- Chaveamento de bancos de capacitores, transformadores, reatores, linhas de


transmissão, rejeição de carga, etc.

- Defeitos monopolares em sistemas isolados


ou aterrados com alta impedância, quando
ocorre uma falta para a terra

Podem ser:

- Eletromecânicos
- Estáticos
- Digitais
41
Relé de Sobretensão Eletromecânico - Unidade Temporizada (59T)

Relés temporizados são geralmente ajustados para atuar em caso de sobretensão


acima de 15% da tensão de linha de fornecimento

Relé de Sobretensão Eletromecânico - Unidade Instantânea (59I)

Relés instantâneos são geralmente ajustados para


atuar em caso de sobretensão acima de 20% da
tensão de linha de fornecimento

Relé de Sobretensão Digitais

A ideia de funcionamento é similar aos relés


eletromecânicos

- A leitura da tensão é realizada de maneira


analógica e depois convertida para informação
digital

Relé de Subtensão (27)

Introdução

- Atua quando a tensão no


sistema cai para um valor
abaixo de um limite aceitável
para a operação do sistema,
podendo ser utilizada para a
operação de equipamentos,
tais como motores
42

A proteção instantânea é geralmente


ajustada para 80% da tensão nominal
e a temporizada para 90% da tensão
nominal

Relé Direcional (67)


Introdução

- Este relé tem como principal característica a sensibilidade à direção do fluxo de


potência

- A proteção direcional é feita com relés que só enxergam as correntes de falta


em um determinado sentido previamente ajustado

- Se a falta provocar uma corrente no sentido contrário (corrente inversa ou


reversa) ele não é sensibilizado, não havendo atuação

- Configurado normalmente no sentido oposto ao do fluxo de carga normal


43
- O principal emprego do relé direcional
se dá em linhas de transmissão e
sistemas de distribuição que operam
sob a configuração em anel, onde é
difícil de se conseguir uma boa
seletividade através de relés de
sobrecorrente

- Não faz sentido aplicá-los em sistemas


radiais

- Em circuitos de corrente alternada, isto é realizado pelo reconhecimento do


ângulo de fase entre a corrente e a grandeza de referência (polarização)

Sistema Radial - Não há necessidade de proteção direcional

Sistema Anel - Há necessidade de proteção direcional


44
Exemplo: Falta no ponto II -> D3 e D4

Exemplo: Falta no ponto II -> D5, D6, D7, D8…

Sistema Multialimentado - Há necessidade de proteção direcional


45

Sistema de múltiplas linhas - Há necessidade de proteção direcional

Exemplo: Ocorrência de falta em L3 -> Disjuntor 10

Exemplo: Ocorrência de falta em L3 -> Disjuntores 9, 11 e 12

Exemplo: Ocorrência de falta em L2 -> Disjuntor 10


46
Princípio de Funcionamento

Este relé precisa de duas grandezas de atuação:

- Uma grandeza de polarização, a tensão é a


mais utilizada

- Uma grandeza de atuação,geralmente a


corrente elétrica

- A direcionalidade é dada pela comparação


fasorial das posições relativas da corrente de
operação e a tensão de polarização. Esta
defasagem é que produz o sentido da
direção do fluxo de energia da corrente de
operação.

As conexões utilizadas para os relés direcionais são 30º, 60º e 90º, sendo a mais usual a
de 90º

Exemplo de conexão 90º


47
Seminário
Funções de Relés

Temas:

- Proteção de Distância (21)


- Proteção de Religamento (79)
- Proteção de Frequência (81)
- Proteção de Sincronismo (25)
- Proteção de Imagem Térmica (49)
- Proteção Auxiliar de Bloqueio (86)

Instruções:

- Itens mínimos da apresentação:


- Definição do tipo de proteção
- Tipos diferentes (quando for o caso)
- Exemplos de onde é utilizada
- Ajustes

Instruções:

- Trabalho realizado em grupos de 2 ou 3 pessoas


- A apresentação deve ter entre 10 e 15 minutos
- Devem ser utilizadas pelo menos 3 referências bibliográficas
- Podem ser utilizados estudos de caso/artigos/vídeos para apresentar
- Data da apresentação: 14/09 - Enviar apresentações até 13/09 às 23:59

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