O documento discute os principais aspectos dos sistemas de proteção em sistemas elétricos de potência, incluindo: 1) A operação dos relés de proteção depende dos sinais fornecidos pelos transformadores de instrumentação; 2) Os relés executam etapas de detecção, decisão e acionamento; 3) Os sistemas de proteção possuem níveis de atuação como proteção principal, de retaguarda e auxiliar.
O documento discute os principais aspectos dos sistemas de proteção em sistemas elétricos de potência, incluindo: 1) A operação dos relés de proteção depende dos sinais fornecidos pelos transformadores de instrumentação; 2) Os relés executam etapas de detecção, decisão e acionamento; 3) Os sistemas de proteção possuem níveis de atuação como proteção principal, de retaguarda e auxiliar.
O documento discute os principais aspectos dos sistemas de proteção em sistemas elétricos de potência, incluindo: 1) A operação dos relés de proteção depende dos sinais fornecidos pelos transformadores de instrumentação; 2) Os relés executam etapas de detecção, decisão e acionamento; 3) Os sistemas de proteção possuem níveis de atuação como proteção principal, de retaguarda e auxiliar.
Disciplina: Protees dos Sistemas Eltricos de Potncia Configurao Geral de um sistema de Proteo Sistema de Proteo O funcionamento dos rels depende diretamente dos transformadores de instrumentao a estes associados, ou seja, dos sinais fornecidos nos secundrios dos transdutores que so a base de operao dos rels, sejam estes analgicos (TCs e TPs) ou digitais (TCs pticos). Sistema de Proteo A seguinte figura mostra a representao lgica da operao dos rels de proteo, na qual cada bloco representa uma etapa a ser executada pelo rel, seja este eletromecnico ou digital.
Reles eletromecnicos Reles de estado slido ou estticos Reles microprocessados ou numricos Caractersticas dos sistemas de proteo TELEPROTEO
Sinais de comunicao de Ondas Portadoras em Linhas de Alta Tenso (OPLAT)
As linhas de alta tenso, alm da transmisso da energia eltrica, transmitem vrios tipos de sinais comunicao, como voz, dados e sinais de teleproteo, de controle e de medio.
Esses sinais so transmitidos juntamente com a energia eltrica, sem que haja interferncia mtua, para prover as necessidades de comunicao interna das concessionrias de gerao, transmisso e distribuio de energia eltrica. Caractersticas dos sistemas de proteo A conexo do sistema de teleproteo linha de alta tenso, utiliza alm do prprio equipamento de onda portadora (normalmente denominado de Carrier), outros trs dispositivos: capacitor de acoplamento, caixa de sintonia e bobina de bloqueio (ver a seguinte figura). Caractersticas dos sistemas de proteo ONDA PORTADORA Diagrama dos principais componentes de um canal de comunicao OPLAT Caractersticas dos sistemas de proteo ONDA PORTADORA Esses dispositivos impedem que a energia proveniente da subestao alcance o Equipamento carrier (portador).
O sinal de onda portadora, gerado pelo Equipamento de Onda Portadora numa S/E, passa pela Caixa de Sintonia e pelo Capacitor de Acoplamento. LOGO percorre toda a Linha de Transmisso at atingir a outra S/E, onde passa novamente pelo Capacitor de Acoplamento e pela Caixa de Sintonia at atingir NOVAMENTE o Equipamento Carrier. CARACTERSTICAS DOS SISTEMAS DE PROTEO O envio do sinal de abertura (Trip) para o disjuntor POR PARTE DO RELE DE PROTEO, determinada pelo tipo de funo que o rel est executando e de suas configuraes.
Cada aplicao (cada rele. Ex. sobrecorrente, sobretenso, etc.) exige uma parametrizao especfica de acordo com os seguintes critrios: Topologia da rede eltrica; Filosofia de proteo adotada; Poro do sistema que se deseja proteger.
Caractersticas dos sistemas de proteo Sistema de alimentao:
costume alimentar, tanto interruptores como rels com um sistema de energia eltrica, independente do sistema protegido, para garantir autonomia na sua operao.
Desta forma os reles e interruptores podem efetuar seu trabalho sem interferncia. Os servios auxiliares cumprem essa funo especfica importantssima. Caractersticas dos sistemas de proteo Sistema de comunicao:
Permite conhecer o estado dos interruptores e rels (sistema scada - Supervisory Control and Data Acquisition) a fim de poder realizar operaes e analisar o estado do sistema eltrico de potncia.
Existem vrios sistemas de comunicao (Nveis), os mais importantes so: Nvel 0 - Sistema de comunicaes para operao e controle local; Nvel 1 - Sistema de comunicaes para operao e controle na vizinhana do local; Nvel 2 - Sistema de comunicaes para operao e controle desde o centro de controle local; Nvel 3 - Sistema de comunicaes para operao e controle desde centros de controle nacional (ex. ONS).
Caractersticas dos sistemas de proteo Principais atributos dos reles de proteo: Dependibilidade o grau de certeza com a qual o rel atuar para um estado preestabelecido. Em outras palavras, um rel ter um grau de dependibilidade tima, quando ele atua no momento em que se requere, segundo o planejado. Segurana Grau de certeza no qual um rel no atuar para casos nos quais ele no tem porque atuar.
CARACTERSTICAS DOS SISTEMAS DE PROTEO Seletividade - Indica a sequncia em que os reles atuaro, de forma que se falha um elemento, seja a proteo deste elemento a que atue e no a proteo de maior capacidade de interrupo (maior prejuzo para os usurios), em forma jerarquica, precedente proteo que no atuo; Velocidade - Tempo que o rele precisa para completar o ciclo de deteco ao. Muitos dispositivos detectam instantaneamente a falha, mas tardam fraes de segundo em enviar o sinal de disparo (trip - abertura) ao interruptor associado. O tempo de atuao de um rele no pode ultrapassar o tempo em que o elemento a proteger se danifica. Caractersticas dos sistemas de proteo Simplicidade - Refere-se ao nmero de elementos que se utilizam num sistema de protees. Entre menos elementos se utilizem, mais simples ser e, portanto, mais fcil ser sua manuteno e mais reduzido o custo total do SEP. Confiabilidade Refere-se capacidade da proteo responder automaticamente no momento de aparecer uma falha, ou seja, quando um rele sensibilizado, dependendo da sua temporizao, o rele deve enviar o sinal de abertura (trip) ao disjuntor com a mnima incerteza possvel; Autonomia Refere-se operao da proteo de acordo com a coordenao e seletividade planejada. A proteo ganha autonomia dentro dessa lgica de programao.
Caractersticas do sistema de proteo Sensibilidade Um rel deve processar os sinais, determinar a existncia de uma anormalidade e ento iniciar alguma ao de sinalizao (alarme), bloqueio ou abertura de um disjuntor, de modo a isolar o equipamento ou parte do sistema afetada pela falha, impedindo que a perturbao danifique equipamentos, comprometa a operao do sistema ou propague-se para outros componentes e sistemas no afetados. Caractersticas do sistema de proteo O ponto fundamental no sistema de proteo definir quando uma situao estiver dentro ou fora do padro. Com o intuito de alcanar uma correta seletividade entre dispositivos de proteo, denominada uma margem de tempo de atuao ou intervalo de seletividade. Ver figura:
Caractersticas do sistema de proteo Caso a margem de tempo de atuao no seja adequada ou insuficiente, mais de um rel poder operar no caso de uma falta, acarretando dificuldades em determinar a localizao da falta e a interrupo desnecessria de alguns consumidores.
A margem de tempo depende de alguns fatores tais como: Tempo de Interrupo do Disjuntor O disjuntor deve interromper completamente a falta antes que o rel cesse a energizao. Esse tempo depende do disjuntor utilizado e do valor da corrente a ser interrompida. Erro de Tempo de Atuao do Rel Este erro deve ser levado em considerao no clculo da margem do tempo de atuao.
Caractersticas do sistema de proteo Tempo de Overshoot do Rel o tempo necessrio para que o rel seja desernegizado. O tempo de overshoot definido como a diferena entre o tempo de operao do rel para certo valor de corrente de entrada e a CORRENTE mxima; Erro do TC Os TCs apresentam erros de defasamento e de relao de transformao devido corrente de excitao necessria para magnetizar o ncleo dos transformadores. Nveis de atuao dos sistemas de proteo Um sistema de proteo normalmente tem trs nveis de atuao conhecidos como: proteo de principal, proteo de retaguarda e proteo auxiliar: Proteo Principal: No caso de uma falha no sistema ela quem atua. Proteo de Retaguarda: A sua atuao s ocorrer se a proteo principal falhar. Proteo Auxiliar: Possui funes auxiliares da proteo principal e de retaguarda. Portanto tem como objetivo a sinalizao, alarme e intertravamento. Nveis de atuao dos sistemas de proteo A seguinte figura mostra os diversos nveis da proteo em um sistema eltrico.
Nveis de atuao dos sistemas de proteo Percebe-se que as partes integrantes do sistema eltrico so geradores, transformadores, barramentos, linhas de transmisso, equipamentos e dispositivos de proteo.
As zonas de proteo (retngulo tracejados de cores diferentes) de cada dispositivo devem assegurar que as interrupes causadas por faltas permanentes sejam restringidas a menor seo do sistema num perodo de tempo mnimo.
Nveis de atuao dos sistemas de proteo A subdiviso dos sistemas em zonas de proteo FUNDAMENTAL, pois, cada uma controlada pelos equipamentos de proteo que atuaro somente na rea que especificada para agir.
Sua localizao (delimitao de atuao) proporciona flexibilidade operativa e garante a minimizao das reas interrompidas (Ver a figura seguinte): Zonas de proteo de um sistema eltrico de potncia Grandezas de operao e restrio das protees Direcionalidade
Os rels podem ser direcionais ou no, isto depende da sensibilidade em relao ao sentido do fluxo de potncia.
Quando o rel capaz de distinguir a origem da contribuio da corrente de curto-circuito ele dito direcional. Caso contrrio dito no-direcional (atuar baseado apenas em funo da intensidade da corrente ou da tenso e no de acordo com sua origem).
AJUSTES DOS RELES LIMIAR DE OPERAO
o estado dentro do qual o rel pode atuar.
Indica o ajuste do rel, ou seja, indica a corrente de ajuste do rel.
Deve existir um equilbrio do sistema, ou seja, a fora magntica de operao deve ser igual fora mecnica de reteno (reles eletromecnicos).
AJUSTES DOS RELES Por uma srie de motivos o rel pode ou no atuar: Atrito dos mancais dos eixos da alavanca ou atrito do embolo; Elasticidade no repetitiva e no perfeita da mola de reteno; Variao da temperatura, que produz dilatao diferenciada nas diversas peas e mecanismos do rel; Variao da presso atmosfrica, que altera a densidade do ar que envolve o rel; Umidade do ar, que causa corroso nos elementos metlicos do rel; Envelhecimento dos elementos.
O LIMIAR DE OPERAO constitui o intervalo entre a corrente de pick- up e a corrente que garante a atuao do rel. enquanto o valor da corrente cruza este intervalo que haver a atuao do rel. AJUSTES DOS RELES Corrente de pick-up (Ipick-up)
A corrente de pick-up (corrente de partida) a menor corrente que possibilita a atuao do rel. a partir deste valor de corrente que o rel entra no limiar de operao, onde pode ou no operar.
Corrente de drop-out (Idrop-out)
A corrente de drop-out a maior corrente que pode iniciar o processo de desativao de um rel. o valor de corrente que garante que em hiptese alguma o rel ir abrir seu contato normalmente aberto (NA), que se encontra fechado. SEU VALOR MENOR QUE A CORRENTE DE PICK-UP. AJUSTES DOS RELES CORRENTE DE AJUSTE
o valor de corrente para o qual o rel foi ajustado para atuar na abertura de um disjuntor na presena de uma falha.
Seu valor deve estar compreendido entre os valores das correntes de drop-out e de pick-up.
Para atender o requisito sensibilidade e atuar corretamente no sistema, o rel deve ser capaz de distinguir entre flutuaes de carga e falhas, especialmente ao identificar a menor corrente de curto-circuito no trecho protegido.
Esta corrente pode ser ajustada a partir de mudanas nos seguintes parmetros: Trao da mola de restrio; Variao do entreferro; TAP da bobina magnetizante do rel; Variao em elementos do circuito; Dados inseridos em um software.
AJUSTES DOS RELES Ajustar uma proteo significa definir os limites ou umbrais da sua caracterstica de operao para detectar as falhas.
COORDENAO DAS PROTEES
Coordenar a proteo significa definir os tempos de operao da proteo para permitir a atuao devidamente priorizada dos rels de proteo, minimizando os tempos de atuao e garantindo uma apropriada calibrao nos tempos de atuao de todas as protees, tanto das principais como as de retaguarda.
A coordenao da proteo est determinada pela necessria calibrao de tempos para a correta e oportuna atuao de todas as protees. COORDENAO DAS PROTEES Objetivos do ajuste e da coordenao de uma proteo
O ajuste e a coordenao das protees tm por objetivo assegurar que se conta com um sistema de proteo principal e de retaguarda que funciona da seguinte forma: A proteo principal deve proteger totalmente o sistema eltrico e eliminar quaisquer falha num tempo mximo de 100 ms. Este tempo equivale a uma proteo de 2 ciclos e um interruptor de 4 ciclos;
A proteo de retaguarda deve proteger totalmente o sistema e eliminar quaisquer tipo de falha num tempo mximo de 500 ms. A proteo de retaguarda da proteo principal est constituda por rels fisicamente diferentes aos da proteo principal. OPERAO DAS PROTEES As protees so programadas para operar em duas formas distintas: a. Como Protees Unitrias para detectar falhas em uma zona de proteo; b. Como Protees Graduadas (calibradas) para detectar falhas em mais de uma zona de proteo.
I 1
I 2
I 1
I 2
I 0
Rele diferencial
I 0 Corrente diferencial I 0 = I 1 +
I 2 PROTEO UNITRIA: Totalmente Seletiva Operao das protees Proteo graduada pode ser definida como: - Corrente graduada - Impedncia graduada - Tempo graduado. PROTEO GRADUADA: Relativamente seletiva Esta proteo tem caractersticas de retaguarda. Operao das protees As protees unitrias se caracterizam pelos seguintes aspectos:
So totalmente seletivas porque s detectam falhas em sua zona de proteo; No podem desempenhar funes de proteo de retaguarda porque no so sensveis a falhas fora de sua zona de proteo; Operam dentro do critrio diferencial calculando a diferena entre as correntes que entram e saem da zona protegida, pois, esta diferena indica que existe uma corrente que flui por uma falha dentro desta zona.
Operao das protees As protees graduadas (calibradas) se caracterizam pelos seguintes aspectos:
So relativamente seletivas porque detectam falhas em mais de uma zona de proteo; Desempenham funes de proteo de retaguarda porque so sensveis a falhas nas zonas vizinhas a sua zona de proteo; Operam medindo as correntes, tenses, impedncias, etc. cuja graduao estabelece a graduao de seu tempo de atuao.
Princpios gerais para o ajuste e coordenao de uma proteo SENSIBILIDADE E VELOCIDADE
Deve-se definir a operao dos rels para detectar e isolar os sistemas em falta. O ajuste e a coordenao dos reles de proteo devem ter as seguintes caractersticas:
Sensibilidade para detectar as faltas inclusive as de alta impedncia; Velocidade para detectar as faltas rapidamente.
Princpios gerais para o ajuste e coordenao de uma proteo Na proteo unitria a sensibilidade permite distinguir a operao normal de uma condio da falha. Na proteo graduada (calibrada) que alcana mais de uma zona, a sensibilidade permite detectar as falhas com a mnima corrente de falha a qual se produze com a mnima gerao no extremo das zonas vizinhas zona protegida.
A velocidade de uma proteo esta associada ao tempo de operao dos seguintes componentes: O tempo de operao do Rel que deve ser de dois ciclos. Quando se aplica um esquema de tele proteo, deve-se agregar o tempo de transmisso dos sinais; O tempo de operao do Interruptor que varia entre dois e quatro ciclos, segundo o nvel de tenso. O critrio antes mencionado aplica-se s proteo primaria que deve atuar sem nenhuma temporizao. Princpios gerais para o ajuste e coordenao de uma proteo Para a proteo secundaria se tem os seguintes limites: O tempo crtico de extino da falha por razes de estabilidade; O tempo que os equipamentos e instalaes suportam um curto- circuito sem dano fsico e sem afetar a segurana das pessoas.
uma boa prtica utilizar 500 ms nos projetos de segurana dos aterramentos. Aplica-se tambm este mesmo tempo como limite de curto-circuito nos equipamentos para manter sua vida til.
Portanto, recomendvel limitar os tempos de extino das falhas por parte das protees a 500 ms (este tempo inclui a abertura do disjuntor).
Princpios gerais para o ajuste e coordenao de uma proteo SELETIVIDADE DA PROTEO
A seletividade de uma proteo requer um apropriado ajuste para detectar todas as falhas em sua(s) zona(s) de proteo, mas tambm requere de uma atuao devidamente coordenada.
A funo objetivo do ajuste e a coordenao da proteo ter seletividade total com a mxima sensibilidade e a mxima velocidade.
Na realidade estas caractersticas no podem ser maximizadas de maneira independente, pois, esto inter-relacionadas. Quando se incrementa uma delas o mais provvel que se diminuam as outras duas.
Princpios gerais para o ajuste e coordenao de uma proteo CONFIABILIDADE E SEGURANA DA PROTEO
Para ter uma proteo com boa confiabilidade recomenda-se que a proteo principal possua redundncia, ou seja, deve ter dois rels de proteo fisicamente diferentes (proteo primria e secundria), operando de forma independente um do outro e, contar com baterias de alimentao diferentes.
Estas protees atuaro em paralelo, ou seja, qualquer uma delas poder efetuar a ao de abertura dos disjuntores. Princpios gerais para o ajuste e coordenao de uma proteo PROCESSO DE AJUSTE E COORDENAO DAS PROTEES
Compreende a integrao de vrios sub-processos inter-relacionados, de maneira que muitas das vezes necessria uma retroalimentao at atingir o resultado final.
Configuraes do sistema Anlise da operao normal do sistema Simulao de falhas no sistema Ajuste das protees principais Coordenao da proteo falha disjuntor Coordenao das protees de retaguarda Princpios gerais para o ajuste e coordenao de uma proteo Para o ajuste da proteo determinam-se previamente todas as condies de operao do sistema eltrico, as quais determinam o limite da no atuao da proteo. Portanto, devem-se considerar todas as configuraes possveis, assim como todos os cenrios de gerao e demanda.