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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

INDUSTRIAIS - ELETROTÉCNICA
AULA 5

Prof. Samuel Polato Ribas


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, serão estudados alguns tópicos especiais em instalações


elétricas industriais, como dispositivos de proteção contra surtos e grupos
motor-gerador.
Começaremos abordando os dispositivos de proteção contra surtos e
seus dispositivos de proteção, e a importância desse tipo de proteção para as
instalações industriais.
Na sequência, será estudada a compatibilidade eletromagnética em
instalações elétricas, além de como elas acabam afetando a instalação e seus
equipamentos e a importância de conhecer esse fenômeno. Também será visto
como ela influencia a instalação elétrica.
Como mencionado anteriormente, grupos motor-gerador também serão
objetos de estudo. Estudaremos esse tipo de equipamento focando os
principais aspectos de funcionamentos.
Depois, será feito um estudo relacionado a áreas classificadas em
instalações industriais, e sobre quais aspectos e cuidados devem ser levados
em consideração nesse tipo de instalação.
Por fim, ainda relacionado a áreas classificadas, serão vistos os pontos
que devem ser levados em consideração para certificar os equipamentos que
podem ser utilizados nessas áreas.

TEMA 1 – DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS

Quando nos referimos a dispositivo de proteção contra surtos, estamos


nos referindo a dispositivos que protegem os equipamentos e,
consequentemente, a instalação contra variações na tensão de alimentação,
sendo que tais variações normalmente são sobretensões. Nesse sentido, os
dispositivos de proteção contra sobretensões transitórias (DPS) normalmente
são instalados no painel de baixa tensão, e devem ser do tipo não curto-
circuitante, constituídos de para-raios.
Esses para-raios podem ser do tipo de resistência não linear ou de
expulsão, um em cada fase, instalado diretamente entre elas e o barramento
de equipotencialização (BEP).
Os dispositivos de proteção primária devem possuir corrente nominal
igual ou superior a 20 kA em áreas críticas, com elevada exposição a raios, e
correntes iguais ou superiores a 10 kA nas demais áreas. Essas duas
situações consideram a tensão máxima residual de 700 V de pico. Já a tensão
nominal deve ser maior do que 175 V para tensões entre fase e terra menores
que 127 V, e para tensões entre fase e terra menores que 220 V.
Vale ressaltar que a norma NBR 5410:2004 torna obrigatório o uso de
DPS em instalações de baixa tensão. Nesta instalação de DPS também deve
ser levado em consideração o nível de proteção efetivo. No caso em que a
instalação do dispositivo limitador acontece entre neutro e terra, deve ser
assegurado um nível de proteção igual à soma da tensão nominal de descarga,
considerando a frequência nominal do limitador, e considerando a tensão entre
fase e neutro do dispositivo limitador
Já quando o limitador é instalado entre a fase e a terra da instalação, na
baixa tensão, a condição é a mesma do caso anterior, ou seja, leva-se em
consideração a soma da tensão nominal de descarga, juntamente com a
frequência do limitador com a tensão entre fases da instalação.
Para compreender melhor como é feita a instalação dos DPS em uma
instalação, analise a Figura 1.
De acordo com a Figura 1, percebe-se que o terminal de entrada dos
DPS está conectado a uma das fases da instalação no ponto de interesse.
Perceba que esse dispositivo está ligado antes dos dispositivos que realizam o
seccionamento.
Ainda em relação à Figura 1, a ligação da barra equipotencial ou da
barra de proteção depende de onde os dispositivos de proteção contra surtos
serão instalados, e como a barra de equipotencialização será instalada na
prática. Dessa forma, a ligação deve ser feita na BEP quando esta se situar
depois do quadro de distribuição principal, e depois que os dispositivos de
proteção forem instalados diretamente junto à BEP, e não no quadro principal.
Ou, ainda, se os DPS estiverem instalados no quadro principal da
instalação, e a barra de proteção fizer também a função da barra de
equipotencialização. Nessa situação, a ligação será na barra de proteção
quando os dispositivos de proteção contra surtos forem instalados no quadro
de distribuição e a barra de proteção do quadro não acumular a função de
barreira de equipotencialização.

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Figura 1 – Esquemas de ligação de DPS segundo a norma NBR 5410:2004

Fonte: Creder, 2018.

Para se ter uma ideia do aspecto físico de um dispositivo de protetor


contra surtos, veja a Figura 2.
Ainda sobre a Figura 1, nota-se que um dos terminais dos DPS é
conectado a terra. Essa ligação deve seguir uma das maneiras mencionadas a
seguir.

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Figura 2 – Dispositivo de proteção contra surtos (DPS)

Fonte: Creder, 2018.

O terminal do DPS deve ser ligado a um conjunto interligado que


compreende todas as massas e todos elementos condutores que não fazem
parte da instalação, dos pontos que são alimentados por esta instalação. Outra
maneira é ligar o terminal do DPS a um eletrodo de aterramento independente,
definido por uma resistência máxima admissível e pela máxima corrente de
falta.
Além dos limitadores de surtos de tensão, é relevante mencionar a
importância dos dispositivos contra quedas e faltas de tensão. Nesse sentido, a
NBR 5410:2004 também estabelece critérios para a instalação desses
dispositivos.
Uma das especificações estabelece que esses dispositivos podem ser
temporizados quando o equipamento protegido admitir, durante o seu
funcionamento, quedas de tensão com duração curta. Além disso, caso se opte
por dispositivos de religamento automático, a sua atuação não deve impedir o
religamento dos demais dispositivos de proteção e comando. Sendo assim,
quando o religamento for automático, mas a sua atuação puder gerar
inconvenientes para a instalação, é altamente recomendável que esses
dispositivos de religamento automático não sejam utilizados.
Outro aspecto que deve ser observado é que os dispositivos de proteção
contra surtos não são os únicos dispositivos de proteção de uma instalação
elétrica. Normalmente são associados a dispositivos de proteção contra
sobrecorrentes e a dispositivos de proteção diferencial residual. Sendo assim,

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deve haver uma coordenação entre esses dispositivos de forma a proteger a
instalação da maneira correta.
A seletividade entre os DPS e os dispositivos de proteção contra
sobrecorrentes deve ser feita levando em consideração as características de
operação de cada equipamento.
Em relação aos dispositivos de proteção de sobrecorrente, para
qualquer corrente de falta, o tempo de atuação do dispositivo mais próximo da
fonte deve ser superior ao tempo do mais distante.
Além disso, dispositivos de proteção do tipo residual diferencial, os DR,
quando associados a dispositivos de proteção de sobrecorrente, não devem
ser danificados em qualquer situação de curto-circuito, mesmo em virtude de
desbalanceamento de fases ele não deve sofrer danos.

TEMA 2 – COMPATIBILIDADE ELETROMAGNÉTICA EM INSTALAÇÕES


ELÉTRICAS

A compatibilidade eletromagnética é um assunto que está diretamente


ligado a equipamentos eletrônicos utilizados em subestações e instalações
elétricas de maneira geral. Os ruídos emitidos por aparelhos eletrônicos podem
interferir diretamente em outros equipamentos. A esse fenômeno dá-se o nome
de interferência eletromagnética (EMI, do inglês eletromagnetic interference). A
compatibilidade eletromagnética é a capacidade de equipamentos de um
sistema elétrico, sejam eles elétricos, sejam eles eletrônicos, de operar de
forma satisfatória dentro do ambiente eletromagnético em que atuam.
Quando se fala em compatibilidade eletromagnética, é comum a
associação direta a equipamentos eletrônicos, porém, sistemas elétricos de
alta potência, que operam em alta tensão e/ou alta corrente, são fontes de
campos elétrico e magnético que podem afetar o funcionamento de
equipamentos que estejam ao alcance e sejam susceptíveis a eles.
De maneira geral, os problemas gerados por interferência
eletromagnética são os mesmos em usinas, subestações e instalações
elétricas de baixa tensão. Um desses problemas está relacionado a sistemas
eletrônicos que operam com sinais elétricos muito pequenos. Quando os
equipamentos que operam com esses sinais – analógicos ou digitais – ficam
sob a ação de campos magnéticos muito intensos pode surgir uma tensão
induzida no equipamento que cause ruídos ou distorções nos pequenos sinais,
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fazendo com que o equipamento apresente um funcionamento inadequado.
Outro problema é que esse equipamento afetado por campos eletromagnéticos
pode gerar tensões induzidas em outros equipamentos, e essa interferência
pode se propagar para outros equipamentos, e assim por diante.
Evitar a ausência de interferência eletromagnética em toda a instalação
é algo praticamente impossível, principalmente devido à grande faixa de
frequências que existe em uma instalação. Sendo assim, a situação mais viável
é utilizar equipamentos eletrônicos com alto grau de imunidade a interferências
externas e baixa emissão de interferência eletromagnética. Lembre-se de que a
integração de vários equipamentos com baixo nível de susceptibilidade a
interferência eletromagnética aumenta a robustez do sistema como um todo.
A faixa de frequência que normalmente é estudada para efeitos de
compatibilidade eletromagnética está entre 10 a 100 GHz. Dentro dessa faixa
de frequência existe uma série de condições que devem ser satisfeitas para
que se possa chegar à existência de interferência eletromagnética.
Obviamente, uma delas é a existência de uma fonte emissora de ruído
eletromagnético. É necessário também que exista um dispositivo susceptível a
esse ruído, ou seja, um receptor. E, por fim, a existência de um caminho por
onde essa interferência possa se propagar dentro do equipamento. A esse
caminho dá-se o nome de acoplamento.

2.1 Tipos de acoplamento

Existem quatro tipos de acoplamentos, e eles serão apresentados a


seguir.

1. Acoplamento indutivo: também chamado de acoplamento magnético, é


um tipo de acoplamento que existe entre dois sistemas, sem que haja
conexão física entre eles, ou seja, entre a fonte emissora e o receptor.
Depende da distância entre os equipamentos e da indutância mútua
entre eles. É causado devido a ruídos derivados da corrente, sendo que
quanto maior o nível de ruído, maior a interferência. Ele é irradiado pelo
ar, normalmente por dispositivos que fazem o papel de antena, como
linhas de transmissão e trilhas de circuitos eletrônicos.
2. Acoplamento capacitivo: também chamado de acoplamento
eletrostático, possui as mesmas características do acoplamento indutivo,

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mas em decorrência dos efeitos de ruídos associados à tensão.
Também se irradia pelo ar, mas devido a elementos capacitivos
existentes entre a fonte emissora e repetidora.
3. Acoplamento resistivo: também chamado de acoplamento por condução.
Diferentemente dos acoplamentos indutivo e capacitivo, nesse caso há
ligação física entre a fonte emissora e a fonte receptora, que na grande
maioria dos casos é o sistema de aterramento, devido à circulação de
correntes por ele.
4. Acoplamento por irradiação eletromagnética: acontece quando ondas
eletromagnéticas irradiadas pela fonte emissora através do ar chegam
até o receptor. Para que esse tipo de interferência ocorra é necessário
que a distância entre a fonte emissora e o receptor não seja superior a
1/6 do comprimento da onda.
Lembre-se de que esse comprimento pode ser calculado assim:

v
 (1)
f

em que λ é o comprimento da onda, v é a velocidade de propagação, e f a


frequência da onda.

2.2 Tipos de campos que causam interferência eletromagnética

Além do conhecimento dos tipos de acoplamento, é de extrema


importância conhecer os tipos de campos responsáveis pelas interferências
eletromagnéticas.

 Campo elétrico: é considerado o campo em que a densidade de campo


elétrico é maior que a densidade de campo magnético, ou seja,
caracteriza-se por sistemas de baixa corrente e alta tensão. Essa
relação deve ser superior a aproximadamente 377 Ω;
 Campo magnético: é considerado o campo em que a densidade de
campo magnético é maior que a densidade de campo elétrico, ou seja,
caracteriza-se por sistemas de baixa tensão e alta corrente, em que
essa relação é maior que 377 Ω;
 Radiação eletromagnética: uma radiação é considerada eletromagnética
quando a relação entre as densidades de campos elétrico e magnético
são constantes e ficam na faixa de 377 Ω. Nessa situação, as ondas
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referentes aos campos elétrico e magnético se propagam de forma
ortogonal.

Perceba que as caracterizações de campo elétrico, campo magnético e


radiação eletromagnética são dadas diretamente pela relação entre a
densidade de campo elétricos e a densidade de campo magnético. A Figura 3,
apresenta essa relação e a representação dos campos e da irradiação em
função do valor de impedância.

Figura 3 – Dispositivo de proteção contra surtos.

Fonte: Engeparc, S.d.

Dentro dos campos elétrico e magnético, ainda existem subdivisões:

 Campo próximo: esse campo caracteriza-se quando a distância entre a


fonte emissora e o receptor é menor que o comprimento de onda e
menor que 2π.
 Campo remoto: esse campo caracteriza-se quando a distância entre a
fonte emissora e o receptor é maior que o comprimento de onda e maior
que 2π.

2.3 Interferência eletromagnética em subestações e medidas de


prevenção

Mesmo que grande parte dos equipamentos sujeitos a interferência


eletromagnética sejam eletrônicos, sistemas de alta potência também podem
sofrer os efeitos das interferências eletromagnéticas. Em subestações, por
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exemplo, existem situações que contribuem para o aumento da irradiação
proveniente de equipamentos de potência. Lembre-se de que os ruídos estão
diretamente associados a variações abruptas de tensão e corrente. Quanto
mais rápida for essa variação, maior será a irradiação emitida. Dentre as
causas de emissão de ruídos e as formas de acoplamento, pode-se citar as
seguintes.

 Há possibilidade de existirem ruídos provenientes de arcos elétricos


originados a partir de chaveamentos feitos de maneira incorreta em
circuitos de potência. Caso isso ocorra, haverá uma grande variação de
corrente em um intervalo de tempo muito pequeno, o que poderá
provocar a emissão de ruídos que afetem circuitos eletrônicos.
 Quando circuitos de alta indutância são manobrados, a variação de
tensão pode chegar à casa de kV, com frequências na faixa de kHz.
 Manobras de abertura de banco de capacitores devido à variação
instantânea da tensão da rede em relação à tensão dos capacitores.
Esse fenômeno se acentua em capacitores de média tensão, em que os
picos de tensão atingidos são maiores que aqueles em baixa tensão.
 Correntes de curto-circuito entre fase e terra podem irradiar tensões na
faixa de dezenas de kV e frequências que podem ir de kHz até MHz.
 Abertura de contatores, disjuntores ou acionamento de dispositivos de
proteção que interrompam o fluxo de potência de maneira inesperada
frente a curtos-circuitos.

Para prevenir a instalação contra emissões de interferência


eletromagnética e surtos em equipamentos podem ser tomadas algumas
medidas a fim de reduzir a emissão de ruídos emitidos pelas fontes, diminuindo
a influência que essa irradiação potencialmente terá sobre equipamentos
eletrônicos e outros que sejam susceptíveis a esse tipo de emissão. As
principais medidas a ser adotadas são:

 melhoria dos sistemas de aterramento: o mais recomendado é utilizar


duas malhas de terra conectadas para melhorar o escoamento de
correntes de alta e baixa frequência que possam ser existir em cada um
dos sistemas, além de melhorar a equalização das potências.
 aumento das distâncias entre fontes e receptores de ruídos: quanto
maior a distância entre os emissores e os receptores de emissão de

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ruídos eletromagnéticos, menor a possibilidade de acoplamento entre
eles e, consequentemente, menor a interferência.
 blindagens de ambientes elétricos e equipamentos sensíveis a
interferência eletromagnética magnética:
o blindagem metálica: pode ser utilizada para minimizar os efeitos de
campos magnéticos gerados por correntes contínuas ou alternadas.
Normalmente são constituídas de ferro fundido ou aço.
o blindagens condutivas: normalmente são construídas em alumínio e
tendem a diminuir os efeitos das correntes parasitas. Nesse tipo de
blindagem são minimizados os efeitos dos campos magnéticos
originados por corrente alternada.
o blindagem de subestações: pode ser feita por telas para blindagens
fixadas nas paredes e estruturas de concreto ligando umas às outras
por meio de barras de metal com boa condutividade. Caso existam
janelas em recintos fechados, elas devem ser conectadas ao restante
da blindagem.
 supressão de surtos conduzidos: recomendado para a proteção de
equipamentos eletrônicos suscetíveis à ação de emissões
eletromagnéticas provenientes de descargas atmosféricas e por
chaveamento. Para a proteção contra surtos nos equipamentos
eletrônicos podem ser utilizados varistores de óxido metálico. Já em
circuitos de força, recomenda-se o uso de fusíveis ligados em série com
os dispositivos de proteção contra sobretensões transitórias (DPS). A
norma NBR 5410:2004 detalha como deve ser feita a instalação dessas
proteções.
 transformadores isoladores: a própria indutância dos enrolamentos serve
como filtro para ruídos de alta frequência. Além disso, a adoção de
blindagens eletrostáticas aterradas diminui a transferência de ruídos do
primário para o secundário.
 proteção contra descargas atmosféricas: gaiolas de Faraday podem ser
utilizadas quando ligadas em forma de malha. A norma NBR 5419:2001
estabelece critérios para esse tipo de proteção.
 utilização de fibras óticas: utilizadas na transmissão de dados, são
praticamente imunes a efeitos eletromagnéticas devido à transmissão de
dados ser feita por sinais luminosos, mesmo a grandes distâncias.

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TEMA 3 – GRUPO MOTOR-GERADOR

Os grupos motor-gerador são bastante utilizados em usinas de geração


de energia industriais. Entretanto, a sua utilização requer alguns cuidados e
cálculos indispensáveis para o bom funcionamento do equipamento e,
consequentemente, da instalação.

3.1 Emissão de ruídos

Esse é um dos principais aspectos relacionados ao uso de grupos


motor-gerador. O nível de ruído no lado externo da casa de máquinas em que
se encontra o grupo motor-gerador não pode ser superior a 60 dB. Para reduzir
esse valor são utilizados atenuadores de ruído nas entradas e saídas de ar.
Também é utilizado um isolamento acústico nas paredes da casa de máquinas,
com lã e vidro de no mínimo 50 mm de espessura. A Figura 4 apresenta um
exemplo de grupos motor-gerador instalados dentro de uma casa de máquinas
com o devido tratamento acústico.
Ainda em relação à questão dos ruídos emitidos, é importante conhecer
quais são esses ruídos:

 Ruídos mecânicos: provenientes principalmente dos motores de


combustão interna, em que o movimento das peças mecânicas é
realizado em velocidades elevadas. Entre esses elementos, podemos
citar os mecanismos de acionamento, engrenagens e mancais.

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Figura 4 – Exemplo de grupos motor-gerador instalados em casa de máquinas

Crédito: ballchadowdesign/Shutterstock.

 Ruídos de combustão: são ruídos provenientes da queima do


combustível dentro da câmara de combustão. Também são associados
ao mau funcionamento do motor a combustão.
 Ruídos de ventiladores: são ruídos provenientes dos sistemas de
ventilação, principalmente do radiador do motor e do ventilador de
refrigeração do gerador.
 Ruídos devido à variação de carga: são ruídos provenientes do fluxo de
gases que existe no sistema de sucção e descarga.

Assim como é importante saber as causas de ruídos em grupos motor-


gerador, é indispensável conhecer as técnicas para reduzi-los:

 Manta acústica: são aplicadas às paredes e ao teto da casa de


máquinas conforme mostrado na Figura 4. São feitas de lã de vidro
resistente ao fogo.
 Porta acústica: normalmente também possui um revestimento de lã de
rocha. Além disso, o portão deve abrir para o lado de fora da casa de
máquinas, constituído de duas partes. A junção entre as duas partes do

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portão, as paredes, o teto e o piso devem ser feitos em forma de
caixilho, para minimizar o nível de ruído.
 Atenuadores de ruído: são utilizados nos sistemas de entrada e saída de
ar de refrigeração.

Todas as formas de atenuação devem garantir que o nível de ruído


externo à casa de máquinas não ultrapasse os 60 dB.

3.2 Instalação de grupos motor-gerador

Falaremos primeiramente da base em que o grupo motor-gerador será


instalado. Obviamente, a base não é de responsabilidade do engenheiro
eletricista, e, sim, de um engenheiro civil, que deve observar aspectos como o
peso do conjunto, além das frequências de vibração para determinar se a
estrutura necessitará de algum tipo de reforço. O cálculo da espessura da base
pode ser feito pela seguinte equação:

Pm g
Eb  (2)
7182  L  C

em que Eb é a espessura da base, em metros (m), P m-g é o peso do grupo


motor-gerador em quilogramas (kg), L é a largura da base, em metros (m), que
é a largura do grupo motor-gerador acrescido de 30 cm para cada lado, e C é o
comprimento do conjunto motor-gerador, em metros (m), acrescido de 30 cm
de cada lado.
O engenheiro civil projetista ainda deve levar em consideração que se o
grupo motor-gerador não possuir amortecedores para vibração, a espessura da
base, Eb, deve ser multiplicada por 1,25. Além disso, caso existam outros
grupos motor-gerador juntos na mesma estrutura, então a espessura da base
deve ser multiplicada por 2. O engenheiro civil também deve ficar atento ao fato
de que a base do grupo motor-gerador não pode ser a mesma da usina, para
evitar que ocorram danos à base do grupo motor-gerador devido à ressonância
que pode haver entre a vibração da estrutura da usina e do grupo motor-
gerador.
Além da espessura da base há outros aspectos que não são de natureza
elétrica e que serão citados a partir deste ponto.

 Calor irradiado pelo motor, Qm (kcal/h)

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Pmd  Ceoc  Vcoc  Ceirm
Qm  (3)
100

em que Pm é a potência nominal do motor, em CV, C eoc é o consumo


específico de combustível do motor, em kg/CV.h, Vcoc é o valor calorífico
para o óleo combustível, e Ceirm é o calor específico irradiado pelo motor a
combustão em porcentagem do calor, que corresponde à quantidade de
combustível injetado. Os valores de Ceirm são definidos de acordo com a
potência e o tipo do motor:
o motores com potência de até 100 CV: 6%;
o motores com potência de 120 a 500 CV: 5%;
o motores com potência acima de 500 CV: 4%;
o motores refrigerados a água: 7%.
 Calor devido a perdas do gerador, Qm (kcla/h)

 1 
Q g  Pg  F pg    1  860 (4)
 
 g 

em que Pg é a potência nominal do gerador, em kVA, F pg é o fator de


potência do gerador, e ηg é o rendimento do gerador. Esse calor é atribuído
ao calor gerado pelas bobinas do gerador.
 Volume de ar para dissipar a quantidade de calor do motor, V adm (m3/h)

Qm
Vadm  (5)
C ear   tar

em que Cear é o calor específico do ar, igual a 0,31, e ∆tar é a variação de


temperatura ambiente máxima admitida no ambiente interno e a máxima
temperatura exterior, medida por 4 horas consecutivas.
 Volume de ar necessário à combustão, V ac (m3/h)

Vac  Pm  C ac (6)

em que Cac é o consumo específico do ar de combustão, dado em m3/CV.h.


 Volume de ar necessário ao processo, Var (m3/h)

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Q g  Qm
Var   K  Vac (7)
C ear   tar

Esse volume representa todo o volume de ar necessário para o processo


de combustão e de resfriamento do grupo motor-gerador.
O fator K representa o fator de correção relacionado às condições
atmosféricas. Seu valor segue a norma DIM 62770, em condições
normais de pressão atmosféricas a 760 mmHg e temperatura de 27ºC. O
gráfico para obtenção do valor de K é mostrado na Figura 5.

Figura 5 – Gráfico para obtenção do valor de K

Fonte: Mamede, 2018.

3.3 Tanque de combustível

A Figura 6 apresenta um exemplo de tanque de combustível utilizado


para grupos motor-gerador.

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Figura 6 – Exemplo de tanque de combustível

Crédito: engineer story/Shutterstock.

Na Figura 6 é possível identificar o sistema de alimentação que tem a


função de manter o tanque com combustível suficiente para operar o gerador.
Também é possível identificar o próprio tanque de combustível, além da
abertura de vista e da bacia de contenção, que tem a função de reter o
combustível em caso de vazamento.
As dimensões do tanque de combustível devem ser tais que atendam
aos requisitos de funcionamento do grupo motor-gerador. O volume do tanque
deve ser calculado de maneira que alguns dos requisitos sejam atendidos,
principalmente no que diz respeito ao tempo de utilização do grupo motor-
gerador. O volume de um tanque de combustível deve ser calculado utilizando
a seguinte equação:

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1,078  N hd  N dm  Png  C eoc
Vt  (8)
  10 6  Poc

Na Equação (8), Vt é o volume do tanque de combustível considerando-


se um mês de operação, dado em m3. A variável Nhd é o número de horas por
dia de operação da usina, e Ndm é o número de dias mensais de operação da
usina. A variável Ceoc é o consumo específico de óleo, em g/CV.h. No caso do
óleo diesel, o valor é de 170 g/CV.h. O Png é a potência nominal do sistema de
geração dado em kVA, η é o rendimento do grupo motor-gerador, e a variável
Poc é o peso do combustível em kg/l, que vale 0,85 kg/l.
O volume do tanque de combustível também pode ser calculado fazendo

  Dt2
Vt   Lt (9)
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Utilizando a Equação (9), o volume do tanque é calculado em função do


diâmetro do tanque, Dt, dado em metros, e do comprimento do tanque, L t,
também dado em metros.

3.4 Aspecto físico de um grupo motor-gerador

A Figura 7 apresenta o aspecto geral de um grupo-motor gerador. Nela é


possível identificar as partes mais relevantes do sistema como um todo, com
exceção do tanque de combustível, que deve ser localizado em uma área
externa.

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Figura 7 – Exemplo grupo motor-gerador

Crédito: Yentafern/Shutterstock.

TEMA 4 – ÁREAS CLASSIFICADAS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


INDUSTRIAIS
Em determinados segmentos industriais é comum e necessária a
utilização de produtos inflamáveis, produtos químicos e produtos que possuem
alto potencial de causar danos à instalação e às pessoas. Por isso, é preciso
existir uma forma de classificação dessas áreas que siga alguns passos. O
primeiro passo é verificar quais tipos de substâncias podem estar presentes no
local. O segundo passo é verificar a probabilidade de essas substâncias se
tornarem inflamáveis. O terceiro é determinar a extensão da área em que essa
mistura poderá ser encontrada. Realizadas essas observações, podemos dizer
que a área foi classificada, ou seja, que ela se caracteriza como uma área
classificada

4.1 Classificação de áreas

No Brasil, as normas para classificação seguem as normas


internacionais. Os órgãos responsáveis pelo entendimento de como é feita a
classificação de áreas são o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e

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Qualidade Industrial (CONMETRO), que é parte integrante do Instituto Nacional
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). O Conmetro é um órgão
colegiado que tem o Inmetro como sua secretaria executiva. É um conselho
que atua em ramos industriais, sendo que uma de suas funções é participar de
atividades internacionais relacionadas à normalização e a certificações de
avaliações de qualidade.
A classificação de áreas normalmente está associada a propriedades
inflamáveis de materiais e a substâncias encontradas em uma determinada
área de uma instalação industrial. Sendo assim, alguns termos são utilizados
para caracterizar propriedades dessas áreas, os quais serão citados a seguir:

 limites de inflamabilidade: são definidos em função da concentração da


mistura inflamável e da concentração de oxigênio. Essa mistura pode
ser do tipo pobre, quando há pouca concentração do produto inflamável
e grande concentração de oxigênio; do tipo rica, quando há grande
concentração do produto inflamável e pouca concentração de oxigênio;
e do tipo ideal, quando a relação entre as concentrações de oxigênio e
oxigênio estão dentro da faixa de inflamabilidade.
 ponto de fulgor: é a menor temperatura na qual uma substância líquida
libera vapor em quantidade suficiente para que resulte no surgimento de
uma substância inflamável.
 densidade: é a propriedade que define se o gás ou o vapor inflamável,
ao ser liberado, é mais denso ou menos denso que o ar. Se for menos
denso que o ar, a tendência é que o gás suba, se for mais denso que o
ar, a tendência é que o gás desça.
 temperatura de ignição: é a temperatura na qual um vapor liberado de
uma substância ou de um líquido inicia a combustão.

Como mencionado anteriormente, o Brasil costuma elaborar suas


normas com base em padrões internacionais, como os da International
Electrotechnical Commission (IEC), por exemplo. Entretanto, há também a
visão norte-americana sobre esse assunto, a qual será estudada a partir de
agora.

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4.2 Classificação de áreas segundo o padrão norte-americano

Antes de iniciarmos este tópico, vale ressaltar que o fato de existirem


padrões diferentes não significa, necessariamente, que um dos padrões está
correto e o outro não; são apenas abordagens diferentes de um mesmo tema.
A abordagem norte-americana classifica os ambientes segundo o tipo de
substância encontrada, e dentro de cada classe há uma subdivisão em grupos.

Quadro 1 – Classe I: gases e vapores inflamáveis

Grupo Substâncias
A Acetileno
Butadieno, óxido de eteno, hidrogênio, gases manufaturados,
B
com risco equivalente ao do hidrogênio.
C Ciclopropano, éter etílico, eteno, sulfeto de hidrogênio etc.
Acetona, álcool, amônia, benzeno, benzol, butano, gasolina,
D hexano, metano, nafta, gás natural, propano, butano, GLP,
vapores de vernizes etc.

Fonte: Jordão, 2002.

Quadro 2 – Classe II: pós combustíveis

Grupo Substâncias
Pós metálicos combustíveis, como alumínio, magnésio e suas
E
ligas, ou outros pós combustíveis que apresentem risco similar.
Pós carbonáceos combustíveis, tendo mais de 8% no total de
F materiais voláteis ou similares, como carvão, grafite, pó de
coque etc.
Pós combustíveis não enquadrados nos grupos E e F, incluindo
pós de cereais, de grãos, de plásticos, de madeira, de
G processos químicos. Por exemplo: açúcar, ovo em pó, farinha
de trigo, goma arábica, celulose, vitamina B1, vitamina C,
aspirina, algumas resinas termoplásticas etc.

Fonte: Jordão, 2002.

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A classe III abrange as fibras combustíveis ou o material flutuante de
fácil ignição, mas com probabilidade muito baixa de entrar em suspensão e
iniciar uma mistura inflamável.

4.3 Classificação de áreas segundo o padrão internacional IEC e o padrão


brasileiro ABNT

As abordagens internacional e brasileira em relação à classificação de


áreas consistem na divisão de ambientes e equipamentos elétricos em grupos,
conforme listados a seguir.

 grupo I: mineração subterrânea;


 grupo II: indústrias de superfície. Para gás e vapor há três subdivisões:
o IIA: (gasolina etc.);
o IIB: (eteno etc.);
o IIC: (acetileno + hidrogênio).
 grupo III: pós ou fibras combustíveis. Também são divididos em três
subgrupos:
o IIIA: aplicado a ambientes com fibras combustíveis;
o IIIB: para ambientes com pós combustíveis que não conduzem
eletricidade;
o IIIC: aplicável para os pós combustíveis que conduzem eletricidade.

Os ambientes ainda são designados de acordo com zonas: Zona 0,


Zona 1 e Zona 2 para as indústrias que operam com gases ou vapores
inflamáveis. Existem também as zonas 20, 21 e 22 para indústrias que operam
com fibras ou pós inflamáveis.
A Zona 0 é dita com sendo aquela em que a ocorrência de uma mistura
inflamável é contínua ou existe por longos períodos.
Na Zona 1, considera-se que há ocorrência de misturas inflamáveis em
condições normais de operação de máquinas e equipamentos.
Por fim, a Zona 2 é considerada como sendo aquela em que a
probabilidade de acontecer uma mistura inflamável é pouco provável, e caso
ocorra, estará associada a um funcionamento anormal do processo industrial.
O padrão IEC entende que fatores externos podem influenciar o volume
de gases ou vapores nos ambientes, e por isso deixa em aberto para que cada
um estabeleça seus próprios critérios, desde que sejam respeitados os

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conceitos de Zona 0, Zona 1 e Zona 2. Há uma proposta de padronização que
é aceita por alguns países, principalmente na Europa, que é a mostrada a
seguir.

Quadro 3 – Proposta de padronização aceita por alguns países, principalmente


na Europa

Zona Presença de mistura inflamável


0 1000 horas ou mais por ano (10%)
1 10 < horas por ano < 1000 (0,1% a 10%)
2 1 < hora por ano < 10 (0,01% a 0,1%)
Área não
Menos do que 1 hora por anos
classificada

Fonte: Jordão, 2002.

TEMA 5 – CERTIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS EM ÁREAS


CLASSIFICADAS

Em áreas classificadas é indispensável a utilização de equipamentos


elétricos especiais, conhecidos como Ex. Desde o início do processo de
industrialização no Brasil, nos anos 1950, foram introduzidos testes específicos
para que equipamentos Ex possam ser certificados. No decorrer dos anos, os
testes e critérios para certificação sofreram alterações em função da publicação
de novas portarias. Essas portarias são as listadas a seguir.

 164/91, de 16/07/1991;
 039/93, de 05/02/1993;
 238/94, de 29/12/1994;
 121/96, de 24/07/1996;
 176/00, de 17/07/2000;
 083/06, de 03/04/2006;
 179/10, de 18/05/2010.

De todas essas portarias, destaca-se a 179/2010, que inclui pontos


importantes na certificação de equipamentos Ex:

 ampliação e atualização das referências normativas sobre atmosferas


explosivas: inclusão das normas técnicas da NBR e IEC em relação a

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atmosferas com gases explosivos e poeiras como normas do novo
regulamento;
 introdução de mecanismos para certificação de produtos Ex de acordo
com as normas publicadas pela ABNT e pela IEC;
 referências normativas para os serviços de classificação de áreas,
projeto, montagem e manutenção de instalações Ex e de serviços de
reparos, revisão e recuperação de equipamentos Ex;
 novos tipos de proteção considerados na certificação compulsória;
 extinção da Declaração de Importação em Pequenas Quantidades
(DIPQ);
 introdução do modelo de situações especiais para produtos importados:
introdução de um novo modelo de avaliação e de inspeção de produtos
Ex importados, por meio de documentos avaliados tecnicamente;
 restrição de quantidade e prazos para a informação de equipamentos Ex
sem certificação brasileira;
 possibilidade de importação de produtos Ex seriados em situações
especiais, desde que estejam contidos em skid: introduzida a
possibilidade de importação de equipamentos Ex sem certificação
nacional, em situações especiais, desde que os equipamentos façam
parte de unidade modular de processo (skid);
 emissão de certificado de conformidade brasileiro com base na análise
de relatórios de ensaios realizados por laboratório integrante do IECEx:
o IEXEc é um esquema global utilizado para a certificação de
equipamentos instalados em atmosferas explosivas;
 certificação compulsória de equipamentos Ex para atmosferas
explosivas de poeiras combustíveis;
 marcação Ex de acordo com os requisitos internacionais sem detalhes
ou restrições específicas para o mercado brasileiro;
 avaliação do sistema de garantia de qualidade do fabricante de
equipamentos Ex com base em documento operacional do IECEx;
 determinação de prazo para adequação de serviços e reparos de
equipamentos Ex;
 considerações gerais sobre o processo de evolução de certificados de
equipamentos, serviços e competências pessoais em atmosferas
explosivas.
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Todos esses pontos são descritos em detalhes no livro Pequeno manual
de instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas (2018),
Dácio de Miranda Jordão.

FINALIZANDO

Esta aula teve como um de seus objetivos apresentar os dispositivos de


proteção contra surtos provocados por descargas atmosféricas, suas
características e ligações. Também apresentou os aspectos relacionados à
compatibilidade eletromagnética em instalações elétricas. Na sequência, foram
apresentados importantes aspectos relacionados a instalações de grupos
motor-gerador e cálculos relacionados aos aspectos da máquina e dos
combustíveis utilizados. Por fim, foi realizado um estudo sobre áreas
classificadas e certificação de equipamentos utilizados nessas atmosferas.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR


5410:2004. Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2004.

_____. NBR 5419:2001. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas.


Rio de Janeiro: ABNT, 2001

COMPATIBILIDADE ELETROMAGNÉTICA EM SUBESTAÇÕES E RECINTOS


ELÉTRICOS. Engeparc, S.d. Disponível em:
<http://www.engeparc.com.br/cariboost_files/5-
Compatibilidade_Eletromagnetica.pdf>. Acesso em: 21 nov. 2019.

CREDER, H. Instalações elétricas. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.

JORDÃO, D. M. Pequeno manual de instalações elétricas em atmosferas


potencialmente explosivas. 1. ed. digital. São Paulo: Blucher, 2018.

MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 9. ed. Rio de Janeiro:


LTC, 2018.

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