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10/07/2008
As estatísticas demonstram que existe uma elevada percentagem de vítimas mortais
de acidentes de trabalho ocorridos na montagem, utilização, manutenção,
transformação e desmontagem de andaimes, começou por lembrar José Palhas
Lourenço, que orientou as acções de formação dedicadas a este tema, promovidas
pela AECOPS.
No que concerne ao enquadramento legal, refira-se o Decreto-Lei n.º 50/2005, de 25
de Fevereiro, que transpõe a Directiva sobre prescrições mínimas de segurança e
saúde para a utilização de equipamentos de trabalho e que introduz já referências
específicas ao uso de andaimes e à sua estabilidade. Contudo, a legislação nacional
continua a ser omissa no que respeita à montagem, utilização, desmontagem e
cálculo de resistência e estabilidade destes equipamentos, pelo que se deve recorrer
ao documento de harmonização HD 1000 - andaimes de serviço e trabalho, com
elementos pré-fabricados, não cobertos e com altura até 30 m. Neste documento são
referidos os principais aspectos a considerar aquando da montagem, utilização e
desmontagem de andaimes, tal como as regras relativas ao cálculo da resistência e
estabilidade. De igual forma, não deverão ser esquecidas as especificações e
orientações dadas pelos fabricantes de cada equipamento.
Os acidentes mais frequentes com andaimes são as quedas ou colapso da estrutura
(motivados pela cedência de apoios, contraventamentos ou sobrecargas excessivas),
as quedas em altura (falta de protecções colectivas, acessos deficientes ou
inexistentes ou ruptura de tábua de pé) e a queda de materiais (movimentação de
cargas e falta de protecções, como rodapés e coberturas).
Regras "básicas"
Uma das regras "básicas" diz que todos os andaimes e cavaletes devem ser
devidamente contraventados, garantindo que os pontos de ligação do travamento
estão executados nos nós de união das travessas com os prumos, sendo que estes
devem ser travados junto ao solo. Tendo em conta que, nos cavaletes, existem dois
sentidos principais, os contraventamentos serão feitos nos mesmos sentidos.
As diagonais, que criam as condições de equilíbrio para o pórtico do andaime, devem
ser alternadas, paralelas ou em Cruz de Santo André.
O andaime deverá ainda ser amarrado à fachada, através de ancoragens horizontais,
não sendo permitida a sua fixação a cofragens ou a elementos susceptíveis de
movimento.
O dimensionamento do andaime deve considerar três factores: as acções
permanentes (peso próprio dos componentes, a rede de protecção quando existir, o
peso do betão no caso do cavalete de suporte à cofragem de uma laje), as variáveis
(peso dos trabalhadores em circulação, o dos materiais e o vento) e as acidentais
(choque de veículo num prumo).
Outro factor a ponderar são as condições geológicas do terreno onde será instalado o
andaime, a identificar claramente, devendo-se garantir o seu nivelamento ou
compactação, sempre que tal se revele necessário para o apoio da estrutura
provisória. De igual forma, há que prever a drenagem para escoamento de águas de
escorrimentos superficiais e utilizar bases sólidas para degradação das cargas
transmitidas pelos prumos, os quais, por seu lado, deverão ficar em tensão,
garantindo-se que não existem folgas entre as cabeças destes e/ou forquetas e as
vigas que nele se apoiam.
Protecções obrigatórias
Andaimes móveis