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UNIVERSIDADE

DE SÃO PAULO

Instituto de Física de São Carlos - IFSC

Psicologia da Educação – SLC0631

Licenciatura em Ciências Exatas

CANNABIS

Autoria: Cynthia Regina Ferrari










São Carlos
2016

Maconha. Ganja. Marijuana. Erva. Existem muitas maneiras diferentes de se
denominar a maconha. Ela é a droga ilícita mais popular do mundo e a mais usada no
Brasil entre os estudantes.
Existem três tipos de plantas do gênero Cannabis [1] e muitas combinações
(cruzamentos) entre elas: a sativa, indica e ruderalis (Figura 1).


Figura 1: Três espécies do gênero Cannabis.

As mais utilizadas são as duas primeiras tanto para o fumo como em outras
aplicações como na medicina, indústria e culinária.
Acredita-se que o tipo indica tenha sua origem em uma região perto do
Afeganistão chamada “Hindu Kush”, onde a planta desenvolveu camadas resistentes
de resina para sobreviver às condições climáticas bastante duras.
Já a do tipo sativa se desenvolveu em regiões temperadas, mais perto da linha
equatorial, e está mais apta a sobreviver em condições de temperatura mais variáveis,
mas menos extremas do que os locais onde a indica sobrevive.

A planta pode ser assim descrita (Figura 2):


Folha: são opostas, apresentam de 5 a 9 folíolos dentados de cor amarelo-
esverdeado, brilhante e pegajosa, coberta de pelos e nervuras;
Flores: pequenas e sem perfume, cor esverdeada, situadas na metade superior
da planta;
Fruto: pequeno e ovalado, cor amarelo-esverdeado claro.
A fibra do Cânhamo é um dos produtos mais utilizados da planta e é obtida dos
talos da mesma.


Figura 2: imagem evidenciando as diferentes partes da planta de Cannabis.

Evidências da inalação de fumaça de Cannabis são encontradas desde o
terceiro milênio a.C. [2], como indicado por sementes carbonizadas da Cannabis
encontradas em um braseiro usado em rituais em um antigo cemitério na atual
Romênia. Em 2003, uma cesta de couro cheia de fragmentos de folhas e sementes de
Cannabis foi encontrada ao lado do corpo mumificado de um xamã de 2500-2800 anos
de idade em Xinjiang, no noroeste da China.
Era amplamente utilizada há mais de cinco mil anos na Mesopotâmia, na Pérsia,
na Índia, na China, para tratar as mais diversas doenças.
Os antigos assírios a utilizavam em rituais para entrarem em um estado de
“transe” queimando as flores da Cannabis.
Até Shakespeare se beneficiou das propriedades psicotrópicas da planta. Um
estudo publicado no jornal sul-africano Journal of Science indicou que nos cachimbos
desenterrados do jardim de sua casa na Inglaterra, continham vestígios de Cannabis.

Farmacologicamente [3], o principal constituinte psicoativo da planta é o


tetrahidrocanabinol (THC), um dos 400 compostos da planta, incluindo outros
canabinoides, como o canabidiol (CBD), canabinol (CBN) e tetrahidrocanabivarin
(THCV).
Tetra-hidrocanabinol (Δ9-tetra-hidrocanabinol) ou dronabinol (sintético) é a
principal substância psicoactiva e pode ser obtido por extração a partir da planta ou
por síntese em laboratório.
Não se sabe ao certo até que ponto este composto é responsável pelos efeitos
verificados com o consumo da planta. Entretanto, após estudos com o consumo do
produto puro e da planta indicam que os efeitos psicotrópicos causados não se devem
apenas ao THC, mas também a outros compostos tais como o canabinol (CBN) e
canabidiol (CBD). Além disso, O THC reforça a ação sedativa de outras substâncias
psicotrópicas como o álcool e as benzodiazepinas.

O THC possui o grupo fenol (hidroxila ligada a um anel aromático) em sua


estrutura:

Figura 3: Estrutura química do Δ9-tetra-hidrocanabinol

Esta substância é encontrada em todas as partes da planta, mas especialmente


nas flores e resina das plantas fêmeas. Já a sua concentração em cada planta depende
de vários fatores, tais como o tipo de solo, o clima e a época de colheita.

A posse, o uso ou a venda da Cannabis começou a se tornar ilegal no início do


século XX em diversos países ocidentais, principalmente nos Estados Unidos. A
proibição do consumo da erva se tornou global após a Convenção Internacional do
Ópio, assinada em 1912 na cidade de Haia, quando diversas nações decidiram
proibir o comércio mundial do "cânhamo indiano". Desde então, as leis que
regulamentam a proibição da planta se intensificaram ao redor do mundo. Na
década de 20 o Brasil adotou leis federais antimaconha [4].

Por outro lado, a visão de que as drogas seriam tanto um problema de saúde
quanto de segurança pública, desenvolvida pelos tratados internacionais da primeira
metade do século passado, foi então colocado na legislação nacional. Em 1940, o
Código Penal nacional confirmou a opção do Brasil de não criminalizar o consumo. A
Lei 6.368/1976 separa as figuras penais do traficante e do usuário [5].

Nas últimas décadas, no entanto, surgiram diversos movimentos pela


legalização da Cannabis, enquanto alguns países e regiões passaram a permitir o uso
do psicoativo em certas circunstâncias, como foi o caso dos Países Baixos. Em 10 de
dezembro de 2013, o Uruguai se tornou o primeiro país do mundo a legalizar o cultivo,
a venda e o consumo.

A Cannabis é frequentemente consumida por seus efeitos psicoativos e


fisiológicos que podem incluir bom humor, euforia, relaxamento e aumento do apetite.
Entre os efeitos colaterais indesejados estão a diminuição da memória de curto prazo,
boca seca, dificuldade motora, vermelhidão dos olhos e sentimentos de paranoia ou
ansiedade (Figura 3).

Figura 4: Ilustração dos principais efeitos causados pelo uso da Cannabis [4].

Mas a Cannabis é muito mais que isso. Ela pode ser usada por suas
propriedades medicinais como, por exemplo, para diminuir ânsias de vômitos e
náuseas em pacientes de câncer que são submetidos a tratamentos por radiação e
também em pessoas com glaucoma, a fim de diminuir a pressão do globo ocular e
evitar uma possível cegueira.

Ela também encontra aplicações na indústria de papel em que a fibra do


cânhamo é a matéria prima e na indústria têxtil usando o tecido de cânhamo.
Assim, as diferentes aplicações encontradas para a planta serão detalhadas a
seguir.

O Fumo
São 181,8 milhões de usuários [6]. Em busca dos efeitos psicoativos, esses
usuários fazem uso da droga geralmente através do fumo. A biodisponibilidade do THC
quando fumado é de cerca de 20%. [7]. Ao ser inalado a fumaça atravessa os alvéolos
pulmonares, entra na circulação e atinge o cérebro em minutos. O pico dos efeitos
causados pela droga ocorre em 30 minutos e acaba após cerca de duas ou três horas.

O tempo de meia-vida do THC pode variar desde 20h até 10 a 13 dias e a


eliminação total pode demorar até 30 dias [8]. Assim, se a pessoa usar maconha
repetidamente em intervalos menores que esse, a concentração de THC no seu sangue
irá aumentar, provocando efeitos mais intensos.

Além da maconha existem outras duas formas comuns de se processar a


Cannabis que é o uso do haxixe que também pode ser fumado e apresenta maiores
concentrações de THC, e do Hashoil ou óleo de Cannabis, que é a forma líquida e mais
potente da droga de uso intravenoso. Como anteriormente mencionado, o haxixe é a
resina que fica acumulada nas flores e folhas da planta, que é seco e transformado em
bolotas ou tabletes para serem fumados ou mascados. Existe também o skank que é
uma variedade da Cannabis sativa obtida por cruzamento e seleção natural e que
contém 20 a 30% a mais de THC que a planta comum [8].

Hoje em dia, o nível médio de THC das plantas cultivadas e consumidas em


coffeeshops nos Países Baixos é de 18 a 19%, mas novas regras adotadas pelo governo
do país em 2011 obrigam que o teor de THC na Cannabis vendida nos cafés tenha um
teto máximo de 15% [6].

Mas o que acontece com uma pessoa que fuma maconha? Podem ocorrer
problemas de saúde com o uso prolongado?
Muitos efeitos colaterais têm sido citados como: ansiedade, pânico, paranoia,
diminuição das habilidades mentais especialmente da atenção e memória, diminuição
da capacidade motora e aumento do risco de ocorrerem sintomas psicóticos [9].

Segundo o biólogo Lucas Maia [10], pesquisador do Centro Brasileiro de


Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) [11], os efeitos do uso da maconha no
organismo podem variar de acordo com as características do usuário, com seu estado
de espírito, com o ambiente em que ocorre o consumo. Para ele, a maconha promove,
de maneira geral, uma diminuição da atividade motora, fazendo com que a pessoa se
movimente menos e possa chegar a um estado de sonolência e a temperatura corporal
sofre uma diminuição.

A frequência cardíaca também pode ser alterada de forma significativa


principalmente em pessoas que usam a droga pela primeira vez. Quanto aos efeitos no
humor do usuário, a droga tanto pode provocar relaxamento e calma quanto uma
sensação de ansiedade e angústia. A maconha prejudica principalmente a memória de
curto prazo e também a chamada memória de trabalho. Entretanto, após 28 dias sem
usar a substância, as funções de memória e cognição voltam a ficar estabilizadas.

Quanto à dependência pode ser caracterizada pela necessidade de aumentar a


dose para obter os mesmos efeitos e também pelos sintomas de abstinência, como
irritabilidade, falta de apetite e insônia.

O cigarro de maconha contém muitos dos componentes também presentes no


cigarro de tabaco comum que pode promover um declínio da capacidade pulmonar.
Porém, ele cita um artigo científico de 2012 (The Journal of the American Medical
Association) que diz que o uso moderado, por até sete anos não causa grandes
prejuízos aos pulmões, contrário do que é constatado em fumantes de tabaco comum.

Um trabalho realizado no Departamento de Neurologia, Psiquiatria e Psicologia


Médica, da FMRP-USP [12] reporta que há uma pequena evidência de que usuários de
longo prazo que iniciaram um uso regular no início da adolescência apresentam atrofia
cerebral assim como redução na substância cinzenta. Estes estudos foram realizados
usando a técnica de neuroimagem funcional em pacientes com o cérebro “em
repouso” (dias depois do consumo da droga) relatam aumento na atividade neural em
regiões que podem estar relacionadas com intoxicação por Cannabis, alteração do
humor (lobos frontais mesial e orbital) e redução na atividade de regiões relacionadas
com funções cognitivas prejudicadas por intoxicação aguda [12].

A relação entre o uso de Cannabis, funcionamento e morfologia cerebral foi


estudada em 57 usuários crônicos da droga (32 homens e 25 mulheres). Os autores
avaliaram as medidas dos volumes cerebrais (cérebro total, volumes dos ventrículos
laterais e substância branca e cinzenta). A análise indicou que os sujeitos que
começaram a usar maconha durante o início da adolescência – antes dos 17 anos de
idade –, comparados com aqueles que começaram depois, apresentavam menor
porcentagem de substância cinzenta cortical, com maior diferença nos lobos frontais.
Adicionalmente, os usuários que iniciaram o uso precocemente tinham maior
porcentagem de substância branca cerebral [12].

Rigoni e col. [9] em um trabalho de revisão de literatura destacam que há


evidências de que o uso prolongado de maconha é capaz de causar prejuízos
cognitivos relacionados à organização e integração de informações complexas. As
alterações neuropsicológicas relevantes identificadas em usuários crônicos desta
substância são déficits em tarefas psicomotoras, atenção e memória de curto prazo.

Estes prejuízos podem afetar de maneira crucial a vida dos usuários, podendo
afetar a motivação para a realização das atividades do cotidiano.

Sally B. Zachariah [13] relatou dois casos de Acidente Cerebral Vascular em dois
jovens adultos na faixa dos 30 anos após fumo intenso de maconha. Apesar de ser um
relato incomum pode-se dizer que também são casos pouco conclusivos uma vez que
ambos os pacientes também faziam uso de tabaco, mas negaram uso de outras drogas
ilícitas e álcool.

Evidência de atrofia cerebral foi demonstrada por Campbell e col. [14] em dez
pacientes com história de consumo de maconha consistente ao longo de um período
de 3-11 anos. A idade média dos pacientes era de 22 anos, todos eram do sexo
masculino. Anfetaminas e dietilamida do ácido lisérgico (L.S.D.) também foram
consumidas neste período, mas em quantidades muito menores. Foram observados
que as medições dos ventrículos laterais foram significativamente diferentes daqueles
do grupo de controle de uma faixa etária semelhante.

Raulin e Wert [15] também investigaram o comprometimento cerebral de


usuários crônicos baseados também em uma extensa revisão de literatura e
concluíram que não há nenhuma evidência de que a maconha produz alterações
cerebrais estruturais graves e pouca evidência de que ela resulte em prejuízo
funcional, embora comprometimento sutil não possa ser descartado.

Muito se sabe, mas muito mais pesquisas ainda precisam ser realizadas. Isto
porque não existem muitos estudos controlados a respeito da planta devido à forma
como a maconha é classificada por governos do mundo todo.
Nos EUA, por exemplo, para fazer pesquisas clínicas com a maconha é
necessária uma licença da Divisão Estadual de Narcóticos e da aprovação do estudo
pela FDA. Além disso, para obter a matéria-prima, é necessário passar pelo Instituto
Nacional de Abuso de Drogas.

Maconha: Remédio Proibido


A revista Superinteressante publicou no ano de 2014 [16] um artigo sobre a
eficácia do uso terapêutico da maconha destacando que para inúmeras doenças
graves, sem medicamentos eficazes no mercado farmacêutico, ela pode ser uma
excelente alternativa.

Indicada para casos graves de câncer na redução de náuseas e vômitos. Para


pacientes com Aids em estágio terminal, para estimular a fome. E para casos de dor
com efeitos analgésicos. A maconha tem um caráter extremamente versátil que não
pode ser ignorado.

Dentre os diferentes usos terapêuticos indicados na publicação, a droga


também tem demonstrado efetividade dos efeitos do THC contra os espasmos
provocados pela esclerose múltipla, lesão na medula espinhal e na síndrome de
Tourette, não só diminuição dos tiques, mas também melhoria do comportamento.
Mas um dos casos mais interessantes de uso da droga é no tratamento de
crianças que sofrem de convulsões e distúrbios do movimento. Alguns casos no Brasil
já conseguiram na Justiça a permissão de importar um medicamento à base de
canabidiol (CDB).

Diante da comprovação da necessidade, a Anvisa passou a autorizar a


importação legal de remédios com canabidiol e THC, trata-se da Resolução DC/ANVISA
N0 66 de 18 de março de 2016.

Tudo começou com o caso de uma garotinha brasiliense de 5 anos, a Anny.

O parágrafo a seguir foi retirado do artigo original [16]:

“Ela enfrentava até 80 crises por semana (número equivalente a uma crise a
cada duas horas), causadas por uma rara síndrome genética, a CDKL5, que desencadeia
um tipo grave e incurável de epilepsia. Remédios pesados faziam parte da rotina, mas
sem resultados. O antídoto para as convulsões estava num óleo à base de canabidiol
(CBD), componente extraído da maconha, sem qualquer efeito psicoativo. Katiele
Bortoli e Norberto Fischer, mãe e pai dela, ouviram falar do caso de uma menina
americana, portadora da mesma síndrome, que estava controlando as convulsões com
CBD. Apesar de nunca terem imaginado que maconha poderia ser remédio, decidiram
arriscar. Compraram a substância de um laboratório dos Estados Unidos, enviada
ilegalmente para o Brasil. Em apenas nove semanas de tratamento, o diário onde os
pais anotavam as crises ficou limpo. Três meses depois, quando as ampolas do óleo
acabaram, os registros de ataques epiléticos voltaram. A impossibilidade de continuar
o tratamento comoveu e revoltou o País. Katiele, que viu a filha voltar a convulsionar,
não teve medo de tornar o caso público assumindo que, perante a lei, ela era
traficante. E continuaria sendo, para garantir a saúde e a qualidade de vida da filha.......
A família conseguiu uma ordem judicial e Anny foi a primeira paciente do Brasil a ter
autorização para importar um medicamento à base de maconha. Após dez meses de
tratamento, os avanços dela estão cada vez mais visíveis.”

Diante de tantos benefícios terapêuticos, muitos países tem descriminalizado o


uso medicinal da maconha. Nos EUA, vinte e três estados e o Distrito Federal já
legalizaram o uso medicinal da maconha para tratar sintomas de câncer, AIDS, artrite,
esclerose múltipla, enxaqueca, epilepsia, náuseas e outras condições [17].
Outros países também autorizam o uso em restrito (Figura 5) como o Canadá,
Finlândia, Republica Tcheca, Inglaterra, Itália, Bélgica, Holanda, Espanha, Romênia,
Dinamarca, Suíça, Suécia, Eslovênia, França, Austrália, Nova Zelândia, Bangladesh,
Coréia do Norte, Índia, Israel, Chile e Uruguai.


Figura 5: Uso terapêutico da Cannabis em diferentes países [16].



Cannabis Gourmet
Tão antigo quanto o uso da Cannabis com ação terapêutica é o seu uso na
culinária. Muitos historiadores concordam que a primeira evidência cultural da
Cannabis vem da China, há cerca de 6.500 anos atrás. Os Yang-Shao, a mais antiga
cultura neolítica conhecida na China, colhiam sementes de Cannabis para ser usado
como grãos. As sementes eram moídas em farinha, assadas inteiras ou cozidas [18].

Os indianos antigos usavam as sementes como grãos para cozinhar e preparar a


manteiga chamada de ‘Ghee’ para ser usada numa infinidade de receitas. Ghee, um
ingrediente comum na comida indiana moderna, é uma deliciosa manteiga clarificada.

Convém esclarecer que a semente da planta não contem THC, por isso a sua
utilização é totalmente segura. Vinte e cinco por cento das sementes é constituída de
proteína e aminoácidos inclusive alguns essenciais, os quais o corpo humano não
consegue produzir. Além disso, o consumo destas sementes ajuda na produção de
albumina sérica e globulina [19].

Hoje, cozinhar com marijuana está em alta. Geneticamente trabalhada, a erva


dá origem a cepas com nomes que refletem sua vocação: Chocolate Chunk, Grape
Sorbet, Mango Kush, Mother of Berries, Lime Haze [20].

Diversas receitas da “culinária canábica” podem ser encontradas na internet e


muitas publicações já ganham as livrarias em volumes específicos: assados,
sobremesas, bebidas. O site theCannabischef.com traz um tutorial para fabricar cada
ingrediente – leite, farinha (de folhas e flores), manteiga, óleo, tintura e ainda
disponibiliza diversas receitas.

Fibra de Canhamo
Além do consumo medicinal, alimentício e recreativo da maconha, essa planta
incrivelmente versátil, pode ser explorada também para a obtenção de produtos
têxteis, cosméticos, na fabricação de plásticos, papéis, biocombustíveis e até na
construção civil a partir da fibra de cânhamo [21].
A planta é integralmente utilizada para os mais diversos fins, mas destaca-se
especialmente a sua fibra (Figura 6). Na indústria de papel, um hectare de cânhamo
produz o mesmo que quatro hectares de eucaliptos, num período de vinte anos.


Figura 6: Fibra de cânhamo

A indústria têxtil utiliza o tecido cânhamo que é cinco vezes mais resistente que
o algodão. O cânhamo dura de 3 a 5 vezes mais que o algodão e seu cultivo ainda
dispensa a utilização de agrotóxicos e herbicidas, poluentes do solo e lençóis freáticos.

Outra interessante aplicação é na fabricação de cordas e amarras de navios


bastante resistentes.

A Figura 7 apresenta um produto produzido com fibra de cânhamo, obtido da


extração das fibras de Cannabis ruderallis (Hemp) a partir do caule das plantas. Este é
um produto cuja malha é produzida na França e importado pela empresa fabricante do
tênis. No Brasil não existe a fabricação de malha ou tecido de cânhamo, havendo a
necessidade de importação para produção de roupas e acessórios.

Figura 7: Tecido de Cânhamo (HEMP)


Apesar de não representar nenhuma ameaça à saúde ou segurança, as
plantações de Cânhamo da espécie Cannabis ruderallis (não possui substancias
psicoativas) são proibidas no Brasil e frequentemente destruídas pela força policial.


REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

1- http://verdinha.club/tipos-de-maconha-entenda-a-diferenca-entre-eles/
2- https://pt.wikipedia.org/wiki/Cannabis_(psicotr%C3%B3pico)
3- Russo EB, Mc Partland JM. “Cannabis is more than simply delta(9)-
tetrahydrocannabinol” Psychopharmacology, 165(4), 431-2; 2003.
4- http://biografias.hi7.co/a-historia-da-maconha-parte-01-5643af11367e9.html
5- https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/dependencia-
quimica/iniciativas-do-governo-no-combate-as-drogas/historia-do-combate-as-
drogas-no-brasil.aspx
6- https://www.unodc.org/documents/wdr2015/World_Drug_Report_2015.pdf
Consultado em 31 Ago 2016.
7- http://www.mdsaude.com/2008/09/marijuana.html
8- http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/thcprincipal-componente-ativo-
maconha.htm. Acesso em 10 de agosto de 2016.
9- M. S. Rigoni, M. S. Oliveira, I. Andretta, “Consequências Neuropsicológicas do
uso da maconha em adolescentes e jovens adultos”. Ciências & Cognição, 08,
118-126, 2006.
10- http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/12/entenda-os-efeitos-do-uso-da-
maconha-no-organismo-humano.html.
11- http://www.cebrid.epm.br/index.php
12- J. A. Crippa, A. L T Lacerda, E. Amaro, G. B. Filho, A. W. Zuardi, R. A Bressan,
“Efeitos cerebrais da maconha – resultados dos estudos de neuroimagem”, Rev
Bras Psiquiatr., 2005;27(1):70-8.
13- Sally B. Zachariah; “Stroke After Heavy Marijuana Smoking”, Stroke, 22 (3), 406-
409, 1991. Downloaded from http://stroke.ahajournals.org/. Acesso em 10 de
agosto de 2016.
14- Campbell AM, Evans M, Thomson JL, Williams MJ. “Cerebral atrophy in young
Cannabis smokers”, Lancet.,2(7736), 1219-24, 1971
15- Renee C. Wert, Michael L. Raulin; “The Chronic Cerebral Effects of Cannabis Use.
I. Methodological Issues and Neurological Findings”. The International Journal of
the Addictions, 21(6), 605-628, 1986.
16- Camila Almeida, Maconha: Remédio proibido. Revista Superinteressante
http://www.casamaodeobra.com.br/saude/maconha-remedio-proibido-838100.shtml
17- https://pt.wikipedia.org/wiki/Tetraidrocanabinol.
18- http://culturacannabica-hemp.blogspot.com.br/2012/07/historia-da-culinaria-
com-maconha.html.
19- http://sociedadevegan.com/sementes-proteina-canhamo/
20- http://www.cartacapital.com.br/revista/806/maconha-na-mesa-9883.html.
21- http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAyCAAG/fibra-canhamo-maconha

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