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Teoria do Adensamento

Tópicos complementares

GEOTECNIA II

SLIDES 08 / AULA 13

Prof. MSc. Douglas M. A. Bittencourt


prof.douglas.pucgo@gmail.com
Ensaio de Adensamento

 Ensaio de compressão edométrica


 Compressão de uma amostra de solo contida em um molde que
impede qualquer deformação lateral

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Ensaio de Adensamento

 Ensaio de compressão edométrica


 Emprego de amostras indeformadas
 Atenção: evitar amolgamento
 Amostra colocada em um anel metálico (5cm ≤ D ≤ 12cm)
 Confinada no topo e na base por pedras porosas
 Permite-se a saída de água
 Sobre a pedra porosa:
 Placa rígida de aço pela qual se aplicam as cargas
 Anel metálico:
 Restrição da deformação lateral
 Permite apenas o adensamento

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Ensaio de Adensamento

 Ensaio de compressão edométrica


 Aplicação dos carregamentos em etapas, em diversos
intervalos de tempo, até a sua estabilização
 Mede-se a variação de altura em função do tempo
 Novo acréscimo de carga:
 Usualmente o dobro da tensão anterior
 Repete-se o processo
 Descarregamento em pelo menos três estágios

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Ensaio de Adensamento

 Curva de compressibilidade

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Ensaio de Adensamento

 O que acontece durante a aplicação das cargas?


 Compressão inicial:
 Deformação inicial devido à saída de bolhas de ar
 Não segue a Teoria do Adensamento
 Adensamento primário:
 Saída de água dos vazios
 Variação no estado de tensões efetivas
 Adensamento secundário:
 Deformação residual lenta sob tensão efetiva ~ constante
 Saída de água dos vazios com gradientes muito baixos

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Ensaio de Adensamento

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Ensaio de Adensamento

 Interpretação do ensaio de adensamento

Quando iniciou o adensamento primário?

Quando terminou o adensamento primário?

Qual o valor do coeficiente de adensamento (cv) do solo?

Método de Casagrande Método de Taylor

T  H d2
cv 
t
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Ensaio de Adensamento

 Método de Casagrande ou log t

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Ensaio de Adensamento

 Método de Casagrande ou log t


 Passo 1: determinar a altura inicial do CP
 Correspondente ao início do adensamento primário!
 Escolher um tempo inferior ao necessário para ocorrer 50% do
recalque:
 Por exemplo: t = 1 min
 Traçar um linha vertical até interceptar a curva
 Ponto A da figura
 Traçar uma linha horizontal
 Fazer uma linha vertical correspondente a

t/4 até interceptar a linha horizontal

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Ensaio de Adensamento

 Método de Casagrande ou log t


 Passo 1: determinar a altura inicial do CP
 O ponto que esta linha intercepta a curva é o ponto C
 O ponto que esta linha intercepta a linha horizontal é o ponto B
 Replicar a distância do segmento BC para cima e obter o ponto D
 Verificar a altura inicial do CP no eixo das ordenadas

Altura inicial do CP
H0

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Ensaio de Adensamento

 Método de Casagrande ou log t


 Passo 2: determinar 100% do adensamento primário
 Prolonga-se o trecho reto
 Traça uma tangente

passando pela parte final


da curva de adensamento
 Obtém-se a altura do CP

ao fim do adensamento
Primário (H100)

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Ensaio de Adensamento

 Método de Casagrande ou log t


 Passo 3: Obter H50 e t50
 H50 = (H0 + H100)/2
 Obter t50 pela interceptação

com a curva e o valor H50

 Calcular cv (U = 50%)

T  H d2 0,197 (0,5H 50 ) 2
cv  
t t50

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Ensaio de Adensamento

 Método de Taylor (raiz quadrada do tempo)


 Representação gráfica:

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Ensaio de Adensamento

 Método de Taylor
 Determinação do 0%
de adensamento
 Prolongar o trecho
reto da curva até
interceptar o eixo y
 Reta AB

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Ensaio de Adensamento
T  H d2 0,848(0,5H 90 ) 2
cv  
t t90
 Método de Taylor
 Determinação do 90% de
adensamento
 Em qualquer parte do trecho reto
traçar uma horizontal até tocar na
curva
 Aumentar o comprimento desta
horizontal em 15%, marcando o ponto
 Unir o ponto de 0% de adensamento
com o ponto marcado anteriormente
 O ponto em que a nova reta intercepta
a curva de adensamento corresponde
ao recalque de 90% (U = 90%)
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Ensaio de Adensamento

 Determinação de cv
 Casagrande e Taylor dão resultados próximos
 Dependendo do tipo de solo, um dos métodos será mais
adequado
 Alguns não exibem a linearidade proposta por Taylor
 O adensamento secundário pode inviabilizar Casagrande
 O cv varia de acordo com os incrementos de carga
 Deve-se determinar cv para o nível de tensões da obra

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Adensamento no campo

 Fluxo lateral no adensamento


 Condição unidimensional é válida
apenas sob uma área de
carregamento relativamente grande
 No campo as bordas abaixo da área
carregada contribuem para a
dissipação das poro-pressões
 Os recalques acontecem mais
rapidamente

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Adensamento no campo

 Influência de lentes de areia


Permitem a dissipação de poro cv  t

T
pressão na horizontal H d2
 Reduz o valor de “Hd”
 Aceleram-se os recalques
 No exemplo, a distância é reduzida
a 1/3. Logo, o tempo reduz-se
para 1/9!

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Adensamento no campo

 Retroanálise de casos reais


 A partir dos recalques medidos em campo pode-se obter os
valores reais de cv
 Normalmente, o recalque no campo ocorre mais rapidamente
que o previsto a partir dos ensaios
 Itens anteriores:

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Adensamento no campo

 Efeito do amolgamento
 Amostras deformadas versus amostras
indeformadas
 Qualidade das amostras indeformadas
 Efeitos do amolgamento:
 Aumento dos recalques
 Diminuição da tensão de pré-adensamento
 Aumento do índice de compressão

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Adensamento no campo

 Efeito do amolgamento
 Amostras deformadas versus
amostras indeformadas
 Qualidade das amostras
indeformadas
 Efeitos do amolgamento:
 Aumento dos recalques
 Diminuição da tensão de pré-
adensamento
 Aumento do índice de
compressão

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Adensamento Secundário

 Evolução de recalques
 Compressão inicial (bolhas de ar)
 Adensamento primário (dissipação de poro-pressões)
 Adensamento secundário
 Adensamento secundário
 Compressão lenta que ocorre após o adensamento
 Pequenas poro-pressões???
 Deformação viscosa/fluência???
 Com o tempo, o contato entre os minerais argila se desfaz,
descarregando as forças nos contatos vizinhos

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Adensamento Secundário

 Coeficiente de adensamento secundário


• Definido em termos de e  v
variação de deformação Ce  C 
específica ou de índice de  log(t )  log(t )
vazios
• Valores típicos de Cαε =
0,5 a 3%
• Valores são maiores
para argilas plásticas

Ce
C 
1  e0

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Adensamento Secundário

 Exemplo
 H0 = 10m
 Adensamento primário depois de 2 anos
 Considere Cαε = 1%
 Qual o acréscimo de recalque após 20 anos de construção? E após
200 anos?

 v H / H 0
C    H  C   log(t )  H 0
 log(t )  log(t )

Tempo  20 anos : H  0,01  log 20  log 2  10  H  0,10m

Tempo  200 anos : H  0,01  log 200  log 2  10  H  0,20m

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Adensamento Secundário

 Efeito na tensão de pré


adensamento
 Recalque sob tensão constante
 Passagem do ponto A para o
ponto B causou no solo uma
“pseudo tensão de pré-
adensamento”
 Comum em argilas muito
plásticas

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Processos para acelerar os recalques

 Pré-carregamento
 Aplicar uma carga maior do que a carga real de projeto
durante o período de execução da obra
 Ao se alcançar o recalque o previsto para a obra, retira-se
o carregamento
 O solo “não mais se deformará”
 Não esquecer do adensamento secundário...

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Processos para acelerar os recalques

 Drenos verticais
 Função: acelerar recalques por
meio da diminuição dos caminhos de
percolação
 Recalque total não será afetado, a
não ser que o processo construtivo
provoque amolgamento
 Cálculos: teoria de adensamento
em termo de coordenadas cilíndricas
 Executar tapete drenante para
conduzir a água
 Os drenos podem ser de:
 Areia
 Geossintéticos
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Recalques durante o período construtivo

 Velocidade de carregamento
 Ensaio de adensamento: carregamento praticamente
imediato
 Pequeno aterro: poucas semanas
 Edifício: aumento do carregamento ao longo de alguns
meses
 Barragem: construção ao longo de alguns anos

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Recalques durante o período construtivo

 Teoria de Adensamento de Terzaghi


 Considera carregamentos imediatos
 O próprio Terzaghi propôs uma forma de considerar
carregamentos não imediatos
 Carregamento linear → recalque ao fim do carregamento é
igual ao que ocorresse se fosse carga imediata no instante
médio
 Recalques admitidos como proporcionais aos
carregamentos (hipótese necessária para t < tc)
 tc = tempo de construção

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Recalques durante o período construtivo

Curva
teórica

Curva
real

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Recalques durante o período construtivo

Para todos os pontos


da curva real
(corrigida), além do
tempo tc, por exemplo
ti, as ordenadas são
iguais às curva teórica
num tempo ti – tc/2

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