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Outro importante pensador, Karl Marx, dizia que a educação é diretamente relacionada aos
interesses de classe. “Conforme o conteúdo de classe ao qual estiver exposta, ela pode ser uma
educação para a alienação ou para a emancipação”.
O professor Tosi Rodrigues (2002) coloca que Marx, a partir de seus estudos sobre as
conseqüências da Revolução Industrial, na vida dos trabalhadores ingleses, concluiu que o tipo
de educação dado às crianças operárias era tão precário que só poderia servir para perpetuar
as relações de opressão às quais as crianças e seus pais estavam sujeitos.
Jean-Jaques Rousseau Seria, para ele, a educação responsável pela formação do cidadão em
todos os sentidos. Pois acreditava que o homem nasce bom, mas a sociedade o perverte.
Jean-Jaques Rousseau (1712-1978), filósofo e escritor suíço, Foi uma das principais inspirações
ideológicas da segunda fase da Revolução Francesa: inspirou fortemente os revolucionários, que
defendiam o princípio da soberania popular e da igualdade de direitos. Estudioso da filosofia da
educação, enalteceu a “educação natural”, defendendo um acordo livre entre o mestre e o
aluno.
Chegando ao Brasil
Vamos conhecer os liberais e suas idéias sobre a educação, que eram defendidas com
um grande otimismo pedagógico: eles queriam reconstruir a sociedade por meio da
educação (GADOTTI, 1993).
Para os Liberais, “o homem é produto do meio”; ele e sua consciência se formam em suas
relações acidentais, que podem e devem ser controladas pela educação, a qual deve trabalhar
para a manutenção da ordem vigente, atuando diretamente com o sistema produtivo. O
objetivo primeiro da educação é produzir “indivíduos competentes para o mercado de trabalho,
transmitindo eficientemente informações precisas, objetivas e rápidas” (LÍBANEO, 1989).
Freire (1997), também nos ensina que a educação não é neutra, ao contrário, é um dos
instrumentos capazes de: garantir aos cidadãos o atendimento às necessidades que permitem
o seu desenvolvimento integral, que possibilita a integração entre o pensar e agir, porque
quando o pensar é privado de realidade e o agir, de sentido, ambos ficam sem significado. Caso
contrário, podemos reproduzir uma educação que se coloca como mera transmissora de
informações descontextualizadas historicamente, sem autor, sem intencionalidade “clara” e
privada de sentido, a que o autor denominou de educação bancária. “Minha presença no mundo
não é a de quem nele se adapta, mas de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não
ser apenas objeto, mas sujeito também da história” (FREIRE, 1983, p. 57).
Bem, recapitulando, Filosofia é uma palavra grega “philosophia” – sophia, que significa
sabedoria; philo significa amor, ou amizade. Então, literalmente, um filósofo é um amigo ou
amante de sophia, alguém que admira e busca a sabedoria.
Na Idade Média, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino são pensadores cristãos
que ocupam papel de realce. Santo Agostinho é tido como filósofo da fé e São Tomás
de Aquino, como embasador do catolicismo, afirma que o conhecimento tem primazia
sobre a ação.
Na Idade Moderna, começa-se a negar a fé e a ampliar os caminhos da ciência.
Projetam- se vários filósofos, como Descartes, no racionalismo, Bacon, no empirismo,
Hegel, na dialética, Kant, na epistemologia, na metafísica e na antropologia e Comte,
no positivismo.
Na época contemporânea, acentua-se uma reação à Filosofia do século XIX, idealista e
positivista, bem como a Filosofia moderna geral. Destacam-se: Kierkegaard, considerado o
fundador do Existencialismo, Hidegeer, que analisou a existência humana e Husserl, que dá
ênfase ao estudo dos fenômenos – a fenomenologia.
O “progresso” das formas de pensar, a partir do uso da razão (se necessário, re-
leia a aula 2 – Na rota da filosofia) e da lógica, contribuiu para afastar interpretações
baseadas em suposições, superstições e crenças, representou uma mudança de
paradigma e abriu espaço para a constituição de um novo saber sobre os fenômenos
histórico-sociais. E, conseqüentemente, para a formulação de uma nova atitude
intelectual diante dos fenômenos da natureza e da cultura.
A lógica é uma ciência de índole matemática e fortemente ligada à Filosofia.
Já que o pensamento é a manifestação do conhecimento, e que o
conhecimento busca a verdade, é preciso estabelecer algumas regras para
que essa meta possa ser atingida. O principal organizador da lógica clássica
foi Aristóteles, com sua obra chamada Organon. Ele divide a lógica em
formal e material.
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica Acesso em: 13 jun. 2007.
Esta postura influenciou os historiadores escoceses da época, como David Hume (1711- 1776) e
Adam Ferguson (1723-1816), e seria posteriormente desenvolvida e amadurecida por Hegel e
Karl Marx.
Foi também dessa época a disposição de tratar a sociedade, a partir do estudo de seus grupos e
não dos indivíduos isolados. Frutifica o entendimento de que os homens e as mulheres
produzem ao longo de suas vidas: conhecimentos, crenças, valores, linguagem, arte, música.
Criamos, destruímos, inventamos, re-inventamos. Enfim, fazemos Cultura. Sendo assim, a
sociologia se debruça sobre todos os aspectos da vida social e tem como preocupação estudar
desde o funcionamento de macro-estruturas (o estado, a classe social) até o comportamento
dos indivíduos.
Para Durkheim, o objeto da sociologia é o fato social. Sendo a educação considerada como o
fato social, isto é, se impõe, coercitivamente, como uma norma jurídica ou como uma lei. a
doutrina pedagógica, se apóia na concepção do homem e sociedade, onde o processo
educacional emerge através da família, igreja, escola e comunidade. Para o autor as gerações
adultas exercem uma forte pressão sobre os mais novos, que tem por objetivo suscitar e
desenvolver na criança determinados números de estados físicos, intelectuais e morais
(DURKHEIM, 1973).
Dessa forma, para o autor, o indivíduo é funcional para o sistema social. De acordo
com Durkheim e Parsons, a educação não é um elemento para a mudança social, mas
sim , pelo contrario, é um elemento fundamental para a conservação e funcionamento
do sistema social.
Mas existem autores que têm pensamento oposto, entre eles, destacamos Dewey e
Mannheim. O ponto de partida desses autores é que a educação constitui um
mecanismo dinamizador das sociedades através de um indivíduo que promove
mudanças.
Dessa forma, para o autor, o indivíduo é funcional para o sistema social. De acordo
com Durkheim e Parsons, a educação não é um elemento para a mudança social, mas
sim , pelo contrario, é um elemento fundamental para a conservação e funcionamento
do sistema social.
Mas existem autores que têm pensamento oposto, entre eles, destacamos Dewey e
Mannheim. O ponto de partida desses autores é que a educação constitui um
mecanismo dinamizador das sociedades através de um indivíduo que promove
mudanças.
A nossa história de educação formal, tal como conhecemos hoje, oferecida nas
escolas, começa no Brasil, com a chegada da “Companhia de Jesus” - padres jesuítas
que integravam a comitiva dos colonizadores e foram os responsáveis pelo lançamento
das bases de um vasto sistema educacional, que se desenvolveu progressivamente.
A ordem dos jesuítas nasceu da união de sonhos de seu fundador, Inácio de Loyola
e dos esforços aplicados no momento em que a Igreja Católica mais precisava. A
possibilidade de expansão do protestantismo acelerou o movimento de reação, exigindo
atuação de Papas reformistas e do Concílio de Trento.
O Pe. Manoel da Nóbrega, através da “Companhia de Jesus”, propôs o Ratio
Studiorum,ou seja, um plano de ensino, constituído de duas etapas:
Na etapa I – ensinavam-se português, doutrina cristã e a escola de “ler e escrever”.
Na etapa II – ensinavam-se música instrumental e o canto orfeônico. Nesse plano,
era possível progredir nos estudos, ou para a formação técnica ou para a continuidade
dos estudos de gramática que, depois, para os filhos dos que detinham poder
econômico seriam finalizados na Europa. Não havia oportunidade para todos, ao
contrário, apenas para uma pequena parcela: os filhos das elites.
Nesse sistema, a educação era rígida, caracterizada por um professor que sabia
tudo – dono de um saber inquestionável -, a preocupação era ensinar para uma
aprendizagem por memorização e os conteúdos, descontextualizados da realidade dos
alunos.
Os jesuítas exerceram forte influência em nossa educação, sobre a sociedade,
especialmente na burguesia, que foi formada em suas escolas. Eles introduziram, no
período colonial, uma concepção de educação que contribuiu para o fortalecimento das
estruturas de poder hierarquizadas e de privilégios para um pequeno grupo. Incutiram a
idéia de exploração de uma classe sobre a outra e a escravidão, como caminho normal
e necessário para o desenvolvimento. Enfim, a educação tinha o papel de ajudar a
perpetuar as desigualdades sociais e de classe.
Os jesuítas criaram também os aldeamentos e os recolhimentos destinados à
catequese, à evangelização e à preparação de mão-de-obra, “civilizando” as tribos
indígenas para que colaborassem na exploração das riquezas da terra. Por ordem
da Coroa Portuguesa, os jesuítas celebravam os rituais religiosos nas aldeias,
batizavam os nativos, ensinavam a estes a língua portuguesa, os bons costumes e
o catecismo, além de forçá-los ao trabalho (BRETAS, 1991).
Com a difusão das idéias do Iluminismo na Europa, o Marquês de Pombal (ou
Conde de Oieras), simpatizante das mesmas, e com o poder de ministro de estado em
Portugal, resolveu expulsar em 1759, a Companhia de Jesus de Portugal e de suas
colônias.
Pois é, após a expulsão dos Jesuítas, deu início uma nova fase da educação no
Brasil. Conhecido como um homem pragmático, simpatizante das idéias Iluministas (ver
aula 5), pretendia colocar o país – Portugal – na rota do desenvolvimento.
As idéias do Marquês valorizavam a razão, a experiência, as sociedades liberais,
que influenciaram a criação de uma educação cidadã. Tem início, então, o embrião do
“ensino público” no Brasil. Uma educação mantida pelo estado e sem atrelamento a uma
ordem religiosa.
Na prática, o modelo implantado pelos jesuítas perdeu o curso de humanidades
para as aulas régias (latim, grego, filosofia e retórica), que continuaram a ter sua
conclusão de estudos na Europa, sob a influência das idéias Iluministas de Bacon,
Hobbes, Descartes, Kant, que se opunham às explicações divinas e religiosas, às
superstições a aos mitos e, por conseqüência, indo de encontro às estruturas
conservadoras da poderosa Igreja Católica, às práticas da inquisição e aos dogmas
inabaláveis.
A Revolução de 30 foi o resultado de uma crise que vinha, de longe, destruindo o monopólio
do poder das velhas oligarquias, favorecendo à criação de algumas condições básicas para a
implantação definitiva do capitalismo brasileiro [...]. É aqui que a demanda social da educação
cresce e se consubstancia numa pressão cada vez mais forte pela expansão do ensino
(ROMANELLI, 1997, p.48).
Vamos conhecer um pouco mais e entender por que o Manifesto dos Pioneiros da Escola
Nova, documento redigido por Fernando de Azevedo, em 1932, influenciado por diferentes
correntes de pensamento, desde o filósofo John Dewey ao sociólogo Émile Durkheim,
constituído por uma clara concepção pedagógica, ações didáticas e propostas de política
educacional, marcou nossa história.
A escola passou, então, a ser vista como o local, o ponto de partida dessa mudança
social, originando, no nosso país, um sistema com duas vertentes: uma, voltada para a
educação propedêutica, para os filhos da burguesia, dona de terras e de riquezas, e
outra, a educação, profissionalizante, dirigida aos filhos dos trabalhadores, que
precisavam ser preparados para ocupar os postos de trabalho que estavam sendo
criados.