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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium


Curso de Pós Graduação “Lato Sensu” em MBA em Gestão
Empresarial

Regiane Cristina de Aquino Salvador

O PROCESSO PRODUTIVO DO BIODIESEL


CONTRIBUINDO NA GESTÃO AMBIENTAL

Lins - SP
2011
REGIANE CRISTINA DE AQUINO SALVADOR

O PROCESSO PRODUTIVO DO BIODIESEL CONTRIBUINDO NA GESTÃO


AMBIENTAL

Monografia apresentada à Banca


Examinadora do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium, como
requesito parcial para obtenção do título
de especialista em MBA em Gestão
Empresarial sob a orientação dos
Professores Esp. Ana Beatriz Lima e M.a.
Heloisa Helena Rovery da Silva.

Lins - SP
2011
Salvador, Regiane Cristina de Aquino
S173p O processo produtivo do biodiesel contribuindo para a Gestão
Ambiental / Regiane Cristina de Aquino Salvador. – – Lins, 2011.
65p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico


Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para Pós-
Graduação “Lato Sensu” em Administração, 2011.
Orientadores: Ana Beatriz Lima; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Biodiesel. 2. Gestão Ambiental. 3. Processo Produtivo.


Título.

CDU 658
REGIANE CRISTINA DE AQUINO SALVADOR

O PROCESSO PRODUTIVO DO BIODIESEL CONTRIBUINDO NA GESTÃO


AMBIENTAL

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,


para a obtenção do título de especialista em MBA em Gestão Empresarial.

Aprovada em:___/___/___

Banca Examinadora:

Prof. Especialista em MBA em Gestão Empresarial – Unisalesiano – Lins/SP.


Ana Beatriz Lima

_____________________________________________________

Prof. Ms Heloisa Helena Rovery da Silva


Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG

____________________________________________________

Lins – SP
2011
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, por mais uma vez ter me
abençoado com a inteligência e a sabedoria necessária para essa realização.

Dedico a minha família, por me ajudado a crescer, lutar e vencer,


mesmo havendo obstáculos para serem enfrentado.

Dedico aos amigos que contribuíram direta ou indiretamente na


construção do meu trabalho.
.
Dedico aos funcionários no Unisalesiano, em especial ao Sr Luiz.

Com muito amor dedico a meu amado, por estar sempre ao meu lado,
ajudando e apoiando.

REGIANE CRISTINA DE AQUINO SALVADOR


AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de estar no


mundo.
Aos meus pais, Luiz de Aquino e Edna Maria de Aquino,
Também meus pais “adotivos”, Francisco Salvador e Marlene Salvador, aos
meus Irmãos, Flavia, Junior e Otavio, ao meu sobrinho Heitor, aos meus
cunhados Neto, Letícia, Gabriela e Erickson, agradeço todo o amor, carinho,
compreensão e respeito.
Aos amigos, que todos os dias lembram que eu existo.
As muitas das pessoas que passaram e passam pelo meu caminho.
Tenho muito a agradecer e a muitas pessoas. Não cito nomes para não ser
injusta com pessoas que me auxiliaram até onde já cheguei...
A todos que colaboraram direta ou indiretamente para a concretização deste
sonho.

Meus agradecimentos especiais ao meu amado:

Pela colaboração, por ser um marido maravilhoso comigo, pela amizade,


companheirismo, dedicação e sinceridade nas palavras; e por me amar muito e
por não cansar de dizer todos os dias que eu sou sua vida.

Os professores e orientadores, pela disponibilidade, amizade e sabedoria, que


através de provas mostraram que podemos vencer e conquistar nossos
objetivos.
Para vocês, ofereço esta página...
Que os versos do dia-a-dia formem os mais belos poemas da poesia da vida...
Muito obrigada a todos!

REGIANE CRISTINA DE AQUINO SALVADOR


RESUMO

A preservação do meio ambiente converteu–se em um dos fatores de


maior influência dos anos 90 e da primeira década de 2000, com grande
rapidez de penetração de mercado. A gestão ambiental não é apenas uma
atividade filantrópica ou um tema para ecologista e ambientalistas, mas
também uma atividade que pode proporcionar ganhos financeiros para as
empresas. A gestão ambiental visa ordenar as atividades humanas para que
estas originem o menor impacto possível sobre o meio. O impacto ambiental é
a alteração no meio ou em algum de seus componentes por determinada ação
ou atividade que provoque o desequilíbrio das relações constitutivas do
ambiente. Devido ao aumento da degradação do meio ambiente foi necessário
um acordo internacional nomeado Protocolo de Kyoto que propõem a redução
da emissão de gases de efeito estufa dos países industrializados e garante um
modelo de desenvolvimento limpo ao país. A produção do Biodiesel tem como
objetivo contribuir na gestão ambiental, pois é um produto utilizado de fontes de
recursos renováveis, apresentando grandes vantagens ambientais, é
biodegradável, reduz a emissão de poluentes na atmosfera, não contém
enxofre e ainda melhora a lubrificação no motor movido a diesel. Atento aos
inúmeros benefícios que a matrizes energéticas trazem aos panoramas
ambiental, econômico, social e tecnológico, muitas empresas aposta na
produção de biodiesel, no qual requer o atendimento dos requisitos de
sustentabilidade em sentido amplo. O biodiesel é uma das mais promissoras,
porque a demanda de energia vai aumentando enquanto a economia estiver
crescendo. E pode–se dizer que o Brasil já se dispõe do conhecimento
tecnológico para a produção do biodiesel em escala comercial.

Palavras-chave: Biodiesel. Gestão Ambiental. Produção.


ABSTRACT

The preservation of the environment become - in some of the factors


most influential of the 90s and early 2000s, with great speed of market
penetration. Environmental management is not just a philanthropic activity or a
theme for an ecologist and environmentalist, but also an activity that can bring
financial gains for companies. Environmental management aims to sort human
activities so that they entail the least possible impact on the environment. The
environmental impact is the change in environment or any of its components for
a particular action or activity that causes the imbalance of the constitutive
relationships of the environment. Due to increased environmental degradation
was an international agreement named the Kyoto Protocol that proposed to
reduce the emission of greenhouse gases in industrialized countries and
provides a model of clean development in the country. The production of
biodiesel is to contribute to environmental management because it is a product
used sources of renewable resources, with strong environmental benefits, is
biodegradable, reduces the emission of pollutants into the atmosphere, contains
no sulfur and significantly improves the lubrication in the engine moved diesel.
Mindful of the many benefits they bring to the energy matrices panoramas
environmental, economic, social and technological development, many
companies betting on biodiesel, which requires meeting the requirements of
sustainability in its broadest sense. Biodiesel is one of the most promising,
because energy demand is increasing while the economy is growing. And we
can say that Brazil already has the technological expertise to produce biodiesel
on a commercial scale.

keywords: Biodiesel. Environmental Management. Production.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Gestão Ambiental............................................................................ 16


Figura 2: Sustentabilidade.............................................................................. 25
Figura 3: Evolução Histórica........................................................................... 31
Figura 4: Evolução do Biodiesel..................................................................... 40
Figura 5: Processo Produtivo......................................................................... 42
Figura 6: Benefícios........................................................................................ 45

LISTA DE SIGLAS

ANP: Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis


Apas: Associação Paulista de Supermercados
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CIDE: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
CNPE: Conselho Nacional de Política Energética
CO2: Gás Carbônico
COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CONFAZ: Conselho Nacional de Política fazendária
DNPM: Departamento Nacional de Produção Mineral
DOU: Diário Oficial da União
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos naturais
Renováveis
ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Prestação de Serviço
MAPA: Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MDA: Ministério de Desenvolvimento Agrário
MG: Minas Gerais
MME: Ministério de Minas e Energia
PIS/PASEP: Programa de integração Social
PNPB: Programa Nacional de Produção e uso do Biodiesel
Pronaf: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
SGA: Sistema de Gestão Ambiental
SMA: Secretaria Estadual do Meio Ambiente
Pró-oléo: Plano de Produção de Óleos Vegetais para fins energéticos
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................. 11

CAPÍTULO I – GESTÃO AMBIENTAL


1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL............................................ 13
1.1 Impacto ambiental........................................................................... 16
1.2 Benefícios da gestão ambiental...................................................... 17
1.2.1 Benefício da adoção de um sistema de gestão ambiental.............. 19
1.2.2 Benefícios econômicos.................................................................... 20
1.2.3 Benefícios estratégicos................................................................... 20
1.3 Desenvolvimento econômico em relação à gestão ambiental........ 21
1.4 Desenvolvimento sustentável.......................................................... 22
1.5 Sustentabilidade ambiental............................................................. 24
1.6 Política ambiental............................................................................ 25
1.7 Responsabilidade ambiental na empresa....................................... 27
1.6 Legislação ambiental....................................................................... 27

CAPÍTULO II - BIODIESEL
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO BIODIESEL..................................... 31
2.1 Processo do biodiesel..................................................................... 40
2.2 Vantagens do biodiesel................................................................... 42
2.2.1 Outras vantagens............................................................................ 44
2.3 Benefícios ambientais do biodiesel................................................. 45
2.4 Órgãos reguladores......................................................................... 46
2.5 Documentos legais e normativas do biodiesel................................ 46

CONCLUSÃO.............................................................................................. 49
REFERÊNCIAS........................................................................................... 50
ANEXOS...................................................................................................... 52
11

INTRODUÇÃO

Há algumas décadas que o mundo tem buscado um desenvolvimento


sustentável, ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente
viável. A preocupação com diversas questões ambientais não se limita à
preservação do planeta.
Estudos apontam para a necessidade de adoção imediata de medidas
mitigadoras ou de reversão dos danos já causados ao meio-ambiente, sob
pena de impossibilitarmos a existência de vida em nosso planeta em poucas
décadas.
Em ação coletiva mundial, muitos países estão comprometendo-se com
a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, através de metas
que possam melhorar o meio ambiente.
O Brasil, apesar de não estar entre os países que cumprirão metas,
buscou repensar políticas que permitissem colaborar com os objetivos
mundiais. Entre as medidas adotadas, buscou aprofundar o uso de energias
limpas e renováveis.
Detém uma posição de vanguarda na tecnologia e produção do etanol e
apresenta vocação natural para agronegócios. Além disso, vem pesquisando a
substituição do diesel por biodiesel.
A produção do biodiesel tem como principal meta, a inclusão social,
onde se faz necessário buscar junto a comunidade o incentivo para as
empresas trabalhar com mais seriedade e comprometimento.
A utilização do biodiesel evita dentre outras catástrofes, desastres
ambientais de forma contribuir para a redução de gases poluentes que afetam
toda a população.
O mundo já despertou para o potencial do nosso país, sendo visível o
aumento de investimentos no biodiesel em todo o território nacional, com
recursos nacionais e internacionais.
Conforme a ANP, o país vem aumentando a sua capacidade industrial
instalada para a produção de biodiesel, devendo superar 1,9 bilhão de litros
nos próximos dois anos, somando a atual capacidade de produção de 751
milhões de litros mais as unidades em construção, abrindo importantes
oportunidades de negócios também em oferta de serviços e suprimentos.
12

Diante dos pressupostos teóricos apresentados levantou-se o


questionamento: Até que ponto a produção do Biodiesel influência na Gestão
Ambiental.
O objetivo deste trabalho é verificar se o processo produtivo do biodiesel
contribui para uma eficiente gestão ambiental fundamentando teoricamente e
apresentando as facilidades e dificuldades encontradas ao longo da história,
abordando sua evolução e os aspectos positivos.
O presente trabalho fica assim organizado:
Capítulo I – Conceitua a Gestão Ambiental.
Capítulo II – Descreve a Evolução Histórica do Biodiesel.
Encerrando apresenta-se a Conclusão, a Referência e os Anexos.
13

CAPÍTULO I

GESTÃO AMBIENTAL

1 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

No Brasil, a conscientização ambiental dos dirigentes de uma empresa


pode provocar alterações em suas prioridades estratégicas e algumas
mudanças de abordagem que poderão modificar as atitudes e o
comportamento de todos os funcionários.
Afirma-se que a preocupação ecológica e sua interiorização
organizacional é, sem dúvida, uma característica administrativa.
A Gestão Ambiental não é apenas uma atividade filantrópica ou um tema
para ecologistas e ambientalistas, mas também uma atividade que pode
propiciar ganhos financeiros para as empresas.
As empresas atualmente buscam novas estratégias mercadológicas
para a conquista e manutenção de clientes e para identificação de novos
nichos de mercado. A Gestão Ambiental entra nesse contexto como aspecto
que promove oportunidades de negócios e não somente efeito de cumprimento
da legislação. Vive-se num novo tempo onde ser uma empresa responsável
torna-se vital para a sobrevivência organizacional.
A Gestão Ambiental possui caráter multidisciplinar. Profissionais dos
mais diversos campos podem atuar na área, desde que devidamente
habilitados, ela objetiva ordenar as atividades humanas para que estas
originem o menor impacto possível sobre o meio.
A necessidade de buscar novos clientes para as empresas faz com que
o administrador pense em novas estratégias e novas ferramentas onde a
Gestão Ambiental torna-se uma arma diferenciada para melhorias da imagem
da organização perante novos consumidores. Atualmente, os consumidores
têm oportunidade de escolher os produtos e serviços das melhores empresas.
14

Em vista disso, é oportuno afirmar que retribuir seu sucesso para a


sociedade através de benefícios sociais e ambientais gera uma nova realidade
mercadológica para a empresa, que passa a ser vista como uma organização
que pensa no futuro de seus consumidores, proporcionando a manutenção de
boas condições de qualidade de vida.
A prática da Gestão Ambiental introduz a variável ambiental no
planejamento empresarial e, bem aplicada, permite a redução de custos diretos
pela diminuição dos desperdícios de matérias-primas e de recursos naturais
cada dia mais escasso e mais dispendioso, como água e energia, e o de custos
indiretos, relacionados a danos ao meio ambiente ou à saúde de funcionários e
da população de comunidades que tenham proximidade geográfica com as
unidades de produção da empresa.
O governo tem papel fundamental na consolidação de desenvolvimento
sustentável, porque ele é o responsável pelo estabelecimento das leis e
normas que estabelecem os critérios ambientais que devem ser seguidas por
todos, em especial o setor privado que, em Idade Média, com a conseqüente
poluição na água e no ar, resultando em gravíssimos problemas de saúde
pública, sendo que a industrialização veio agravar o problema ao contribuir de
forma acentuada para a poluição do meio ambiente. (GESTÃO AMBIENTAL,
2011).
A recompensa virá na forma de estratégias de negócios inovadoras, de
uma liderança capaz de sensibilizar os diferentes públicos da empresa, de
credibilidade para o esforço e de profundidade que só se consegue quando a
conduta baseia – se em princípios, quando os discursos e a prática são iguais.
O novo padrão de gestão ambiental e de responsabilidade social
consiste em contextualizar as empresas em termos ambientais e ecológicos,
propiciar ações reguladoras e legislativas ágeis e racionais por parte do
Governo e manter postura ambientalista compatível com os objetivos
econômicos – empresariais.
Algumas ações devem dar direção à formação de profissionais com
formação generalista, aptos a dialogar com as distintas áreas do conhecimento,
a conduzir equipes multidisciplinares e a reportar – se a múltiplas instituições,
pois questões ambientais exigem empresariais coerentes com os novos
tempos de ética e responsabilidade civil em suas decisões.
15

A responsabilidade social e ambiental pode ser resumida no conceito de


efetividade, como a alcance de objetivos do desenvolvimento econômico e
social, a efetividade está relacionada à satisfação da sociedade, ao
atendimento de seus requisitos sócio, econômico e cultural.
O termo gestão ambiental é bastante abrangente, ele é freqüentemente
usado para designar ações ambientais em determinados espaços geográficos,
como gestão ambiental de bacias geográficas, gestão ambiental de parques e
de reservas florestais, gestão de áreas de proteção ambiental e outras.
A gestão ambiental empresarial, esta essencialmente voltada para a
organização, ou seja, companhias, corporações, firmas, empresas ou
instituições e pode ser definida como um conjunto de política.
No Sistema de Gestão Ambiental (SGA), empresas planejam suas
atividades visando à minimização e eliminação de impactos ambientais, o
sistema é uma ferramenta para que as organizações se mantenham consciente
das interações que seus produtos e atividades têm com o meio ambiental,
melhorando o nível de seu desenvolvimento e administrá-las. (FRANZO;
OLIVEIRA JUNIOR; PEREIRA, 2007).
Para iniciar o SGA, contudo, o primeiro passo deve ser a formalização
por parte da direção da empresa, perante a sua corporação, do desejo da
instituição em adotá-lo deixando claro suas intenções, e enfatizando os
benefícios a serem obtidos com sua adoção.
Isso se traduz em comprometimento de sua alta administração, ou, em
alguns casos, dos gerentes e chefias de suas unidades, com a realização de
palestras de conscientização e de esclarecimentos da abrangência pretendida,
realização de diagnósticos ambientais, definição formal do grupo coordenador,
definição de um cronograma de implantação, e, finalmente, no lançamento
oficial do programa de implantação do SGA.
A organização deve estabelecer e manter procedimentos para a
comunicação interna ente vários níveis hierárquicos e para receber e responder
as partes externas.
Compete ainda à organização estabelecer e manter informações que
descreve os elementos base do SGA e da sua interação, controlando todos os
documentos exigidos pela norma e as operações de rotina que estejam
16

associadas aos impactos ambientais consideráveis, devendo ser alvo de um


controle eficaz.
Cabe à direção, com uma freqüência definida por ela própria, rever o
sistema de gestão ambiental e avaliar a adequabilidade e eficácia do mesmo,
num processo que deverá ser devidamente documentada.
A complexa relação entre o meio ambiente e o mundo dos negócios
requer boas técnicas administrativas e habilidades organizacional para que as
empresas alcancem aprendizagem necessária para transformar suas
estratégias ambientais em vantagem competitivas e financeiras.

Fonte: Mundo das Tribos, 2010


Figura 1: Gestão Ambiental

1.1 Impacto Ambiental

A expressão impacto ambiental teve uma definição mais precisa nos


anos 70 e 80, quando diversos países perceberam a necessidade de
estabelecerem diretrizes e critérios para avaliar efeitos das intervenções
humanas na natureza.
17

A característica do impacto ambiental não é qualquer alteração nas


propriedades do ambiente, mas as alterações que provoquem o desequilíbrio
das alterações constitutivas do ambiente, tais como as alterações que excedem
a capacidade de adsorção do ambiente considerado.
Impacto Ambiental é qualquer modificação do meio ambiente, adversa
ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou
serviços de uma organização. Juridicamente, o conceito de impacto ambiental
refere-se exclusivamente aos efeitos das ações humanas sobre o meio
ambiente.
Considerando-se impacto ambiental qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
qualquer forma de matéria ou energia, resultante das atividades humanas, que
direta ou indiretamente, afetam-se: a saúde, a segurança e o bem – estar da
população: as atividades sociais e econômicas: a biota: as condições estéticas
e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos naturais (KRAEMER,
2004).
Portanto, fenômenos naturais como tempestades, enchentes, incêndios
florestais por causa natural, terremotos e outros, apesar de provocarem as
alterações ressaltadas não caracterizam um impacto ambiental. Um exemplo
de impacto ambiental gerado pelas atividades industriais, através das emissões
gasosas, é a chuva ácida.
De maneira geral, os impactos ambientais mais significativos encontram-
se nas regiões industrializadas, que oferecem mais oportunidades de emprego
e infra-estrutura social, acarretando, por isso, as maiores concentrações
demográfica.

1.2 Benefícios da Gestão Ambiental

A crescente conscientização ambiental da sociedade aumentou a


pressão sobre a comunidade empresarial de que os padrões de produção e
consumo correntes são insustentáveis. Assim, as empresas entenderam que,
para continuarem funcionando, terão que integrar, cada vez mais,
18

componentes ambientais as suas estratégias comerciais e seu planejamento


estratégico.
Atualmente, as empresas que oferecem mais informações sobre o seu
desempenho ambiental melhoram as relações com acionistas, fornecedores e
consumidores, representando uma vantagem de mercado.
Normalmente, iniciar o sistema de gestão ambiental é um processo
voluntário. O grande motivo para a implantação desse sistema é que o meio
ambiente representa ao mesmo tempo riscos e oportunidades, para que uma
empresa seja bem-sucedida ela deve controlar os riscos e desenvolver as
oportunidades.
Ao optar pela implantação de um SGA, as companhias não recebem
apenas benefícios financeiros, como economia de matéria-prima, menores
gastos com resíduos, aumento na eficiência na produção e vantagens de
mercado, mas sim, estão também diminuindo os riscos de não gerenciar
adequadamente seus aspectos ambientais, como acidentes, multas por
descumprimento da legislação ambiental, incapacidade de obter crédito
bancário e outros investimentos de capitais, e perda de mercados por
incapacidade competitiva.
Um grande exemplo, que esta colaborando com a Gestão Ambiental é a
diminuição de sacolas plástica nos supermercados. Um acordo firmado entre o
governo do Estado de São Paulo, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(SMA) e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) prevê a substituição
das atuais embalagens por sacolas biodegradáveis até o fim do ano.
O objetivo da iniciativa é contribuir com a preservação do meio
ambiente, trocando as sacolas plásticas, que são produzidas a partir do
polietileno obtido do petróleo ou do etanol, no qual o tempo de decomposição
na natureza é de 100 anos, por uma sacola também produzida por polietileno,
mas com amido de milho e um elemento pró-degradante, que se decompõe
após dois anos.
Termos práticos e ambientais, que determinam prazo de seis meses
para que os estabelecimentos deixem de distribuir as sacolas, isso significa a
retirada de 2,4 milhões de sacolas por mês dos supermercados de São Paulo.
19

Em Belo Horizonte (MG) foi a primeira grande cidade brasileira a abolir


as sacolas plásticas, em abril de 2011, foram retiradas de circulação cerca de
350 mil delas por dia. (REVISTA PLANETA, 2011)
A APAS pretende expandir a experiência para todo estado de São
Paulo, em todos os supermercados paulista, o consumidor também poderá
comprar a versão biodegradável ou utilizar outros meios como, caixas de
papelão, carrinhos de feiras, sacolas de algodão entre outras.
Portanto, esta iniciativa ajudará no desenvolvimento sustentável do país.

1.2.1 Benefícios da adoção de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA):

Segundo o SGA (2009), seus benefícios são:

a) conformidade legal, evita: Penalidades; Indenizações civis e


Processo criminal;
b) menor tolerância das autoridades; Paralisação das atividades;
Mudança de local.
c) melhoria da imagem da companhia (reputação), pois: Os
consumidores preferem produtos ecologicamente corretos, e o
mercado reconhece e valoriza organizações ambientalmente
corretas;
d) instituições financeiras e seguradoras avaliam o desempenho
ambiental das empresas;
e) transparência e empresas “limpas” são bem vistas;
f) melhoria da competitividade (vantagem de mercado), pois:
Compromisso ambiental é prática básica no comércio internacional;
g) consumidores mais influentes começam a exigir critérios ambientais;
h) padrões internacionais mais rigorosos para acesso a mercados;
i) com a globalização da economia mundial e a criação de grandes
blocos internacionais, como a União Européia, o cuidado com o meio
ambiente passa a ser um fator estratégico.
20

j) redução de custos, devido à: Minimização dos desperdícios de


matéria-prima e insumos;
k) eliminação de risco de passivo ambiental e despesas dele
decorrentes;
l) melhoria contínua (estar sempre um passo adiante dos
concorrentes).
O cuidado com meio ambiente não é apenas sinônimo de despesa, pois
o gerenciamento ambiental também pode significar economia de insumos,
maior valor agregado ao produto, novas oportunidades de negócios e boa
reputação para as empresas identificadas como ecologicamente corretas.

1.2.2 Benefícios Econômicos

Segundo Figueira et al (2008), os benefícios econômicos são:

a) economia de custos;
b) redução de consumo de água, energia e outros insumos;
c) reciclagem, o aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes;
d) redução de multas e penalidades por poluição;
e) incremento de Receita;
f) aumento da participação no mercado, devido à inovação dos
produtos à menor concorrência;
g) linhas de novos produtos para novos mercados;
h) aumento da demanda para novos produtos que contribuem para a
diminuição da poluição.

1.2.3 Benefícios Estratégicos

a) melhoria da imagem institucional;


b) renovação da carteira de produtos;
c) aumento da produtividade;
21

d) alto comprometimento do pessoal;


e) melhoria nas relações de trabalho;
f) melhoria da criatividade para novos desafios;
g) melhoria das relações com órgãos governamentais, comunidade e
grupos ambientalistas;
h) acesso assegurado ao mercado externo;
i) melhor adequação aos padrões ambientais.

1.3 Desenvolvimento Econômico em relação à Gestão Ambiental

Os avanços ocorridos na área ambiental quanto aos instrumentos


técnicos, políticos e legais são os principais atributos para a construção da
estrutura de uma política de meio ambiente inegável e inquestionável. Nos
últimos anos, saltos quantitativos foram dados, em especial no que se refere à
consolidação de práticas e formulação de diretrizes que tratam a questão
ambiental de forma sistêmica e integrada.
Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia deverá ser orientado
para metas de equilíbrio com a natureza e de incremento da capacidade de
inovação dos países em desenvolvimento, e o programa será atendido como
fruto de maior riqueza, maior benefício social eqüitativo e equilíbrio ecológico.
O conceito de desenvolvimento sustentável apresenta pontos básicos
que devem considerar, de maneira harmônica, o crescimento econômico, maior
percepção com os resultados sociais decorrentes e equilíbrio ecológico na
utilização dos recursos naturais.
Assume-se que as reservas naturais são finitas, e que as soluções
ocorrem através de tecnologias mais adequadas ao meio ambiente. Deve-se
atender às necessidades básicas usando o princípio da reciclagem. Parte-se
do pressuposto de que haverá uma maior descentralização, que a pequena
escala será prioritária, que haverá uma maior participação dos segmentos
sociais envolvidos, e que haverá prevalescência de estruturas democráticas. A
forma de viabilizar com equilíbrio todas essas características é o grande
desafio a enfrentar nestes tempos.
22

Neste sentido, o retorno do investimento, antes, entendido simplesmente


como lucro e enriquecimento de seus acionistas, passa fundamentalmente,
pela contribuição e criação de um mundo sustentável.
Estes processos de produção de conhecimento têm oportunizado o
desabrochar de práticas positivas e pró-ativas, que sinalizam a criação de
métodos e de experiências que comprovam, mesmo que em um nível ainda
pouco disseminado, a possibilidade de fazer acontecer e tornar real o novo,
necessário e irreversível, caminho de mudanças.
As estratégias de marketing ecológico, adotadas pela maioria das
empresas, visam à melhoria de imagem tanto da empresa quanto de seus
produtos, através da criação de novos produtos verdes e de ações voltadas
pela proteção ambiental.
Contemplando essa assertiva, Figueira et al (2008), o gerenciamento
ambiental passa a ser um fator estratégico que a alta administração das
organizações deve analisar.

1.4 Desenvolvimento Sustentável

Acompanha-se no dia-a-dia o quanto o ser humano está destruindo o


meio ambiente. O crescimento das cidades, as indústrias e os veículos estão
causando transtornos para o ar, o solo e as águas. O desenvolvimento é
necessário, porém, o ser humano precisa respeitar o meio ambiente, pois
dependemos dele para sobreviver.
Desenvolvimento sustentável significa conseguir obter o necessário
desenvolvimento econômico, garantindo o equilíbrio ecológico.
O meio ambiente da empresa é constituído por diversas formas de
relacionamento, considerando as disciplinas gerenciais, as técnicas e o
processo de produto junto às instalações e o meio interno e externo, incluindo-
se também a relação entre mercado, cliente, fornecedores, comunidade e
consumidor.
O conceito de desenvolvimento sustentável serviu como base para a
formulação da agenda 21, onde mais de 170 países se comprometeram
23

baseados em um conjunto de metas, com a criação de um mundo mais


equilibrado.
O desenvolvimento sustentável às vezes é confundido com crescimento
econômico, mas o crescimento econômico depende dos crescimentos do
consumo de energia e de recursos naturais que, conseqüentemente, gera um
esgotamento dos recursos naturais.
Segundo Figueira et al (2008), existem algumas maneiras de ajudar no
desenvolvimento sustentável como:

a) reciclagem de diversos tipos de materiais: papel, alumínio, plástico,


vidro, ferro e borracha;
b) coleta seletiva de lixo;
c) tratamento de esgotos industriais e domésticos para que não sejam
jogados em rios, lagos, córregos e mares.
d) descarte de baterias de celulares e outros equipamentos eletrônicos
em locais especializados. Estas baterias nunca devem ser jogadas
em lixo comum;
e) geração de energia através de fontes não poluentes como, por
exemplo, eólica, solar e geotérmica;
f) substituição, em supermercados e lojas, das sacolas plásticas pelas
feitas de papelão;
g) uso racional (sem desperdício) de recursos da natureza como, por
exemplo, a água;
h) diminuição na utilização de combustíveis fósseis (gasolina, diesel),
substituindo-os por biocombustíveis;
i) utilização de técnicas agrícolas que não prejudiquem o solo;
j) substituição gradual dos meios de transportes individuais (carros
particulares) por coletivos (metro);
k) criação de sistemas urbanos (ciclovias) capazes de permitir a
utilização de bicicletas como meio de transporte eficiente e seguro;
l) incentivo ao transporte solidário (um veículo circulando com várias
pessoas);
m) combate ao desmatamento ilegal de florestas;
n) combate à ocupação irregular em regiões de mananciais;
24

o) criação de áreas verdes nos grandes centros urbanos;


p) manutenção e preservação de ecossistemas;
q) valorização da produção e consumo de alimentos orgânicos;
r) implantação, nos grandes centros urbanos, da técnica do telhado
verde.
As instituições sociais precisam compreender seu papel na
transformação e desenvolvimento da humanidade, pois precisam conscientizar-
se dos efeitos que as atividades humanas geram sobre o meio ambiente,
comprometendo-se a reavaliar os níveis de consumo e perceber que o
crescimento econômico causa impacto tanto no meio ambiente como na
sociedade.

1.5 Sustentabilidade Ambiental

A sustentabilidade é um ideal sistemático que se perfaz principalmente


pela ação, e pela constante busca entre desenvolvimento econômico e ao
mesmo tempo preservação do ecossistema. Podem-se citar medidas que estão
no centro da questão da sustentabilidade ambiental: a aquisição de medidas
que sejam realistas para os setores das atividades humanas.
Os pontos elementares da sustentabilidade visam à própria
sobrevivência no planeta, tanto no presente quanto no futuro. Esses princípios
são: utilização de fontes energéticas que sejam renováveis, em detrimento das
não renováveis.
Pode-se exemplificar esse conceito com a medida e com o investimento
que vem sido adotado no Brasil com relação ao bicombustível, que visa reduzir
o uso ao petróleo. O segundo princípio refere-se ao uso moderado de toda e
qualquer fonte renovável, nunca ultrapassado o que ela pode render. Em um
quadro mais geral, pode-se fundamentar a sustentabilidade ambiental como um
meio de amenizar (a curto e longo prazo simultaneamente) os danos
provocados no passado.
A sustentabilidade ambiental também se correlaciona com os outros
diversos setores da atividade humana, como o industrial, por exemplo.
25

A sua aplicação pode ser feita em diversos níveis: a adoção de fonte de


energias limpas está entre as preocupações centrais, algumas empresas tem
desenvolvidos projetos de sustentabilidade voltando-se para aproveitamento do
gás liberado em aterros sanitários, dando energia para populações que
habitam proximamente a esses locais. Outro exemplo de sua aplicação está
em empresas, como algumas brasileiras de cosméticos, que objetivam a
extração cem por cento renováveis de seus produtos. O replantio de áreas
degradadas, assim como a elaboração de projetos que visem áreas áridas e
com acentuada urgência de tratamento.
Pode-se afirmar que as medidas estatais colaboram com a
sustentabilidade ambiental. Sendo necessário não apenas um investimento
capital em tecnologias que viabilizem a extração e o desenvolvimento
sustentável, mas também conta com atitudes sistemáticas em diversos órgãos
sociais e políticos.

Fonte: Arqueambiente, 2010


Figura 2: Sustentabilidade

1.6 Política Ambiental


26

A estrutura econômica atual e os novos cenários sócio-ambientais


nacionais e internacionais apontam a necessidade urgente do estabelecimento
de um novo paradigma para a sustentabilidade planetária – a educação
ambiental – instrumento imprescindível, que proporciona aos diversos autores
sociais consciência e responsabilidade individual e coletiva na preservação do
meio ambiente.
As pessoas e empresas estão preocupadas com a questão ambiental ou
com vistas à sustentabilidade, sabem plenamente que é por meio da educação
e da formação permanente que se estabelece as grandes e efetivas mudanças,
pois levam a solução de problemas ambientais que afetam o futuro de todos,
não excluindo pobres ou ricos, países desenvolvidos ou em desenvolvimento.
De acordo com Gottardo (2006), a análise de todos e qualquer
empreendimento apresentado ao sistema BNDES avaliará os impactos de
natureza social, ambiental e de suprimentos e racionalização de energia. Serão
consideradas como condicionantes do apoio do sistema as previdências para
neutralizar eventuais efeitos negativos, cujos gastos poderão ser incluídos
como itens financiados.
O melhor momento para implantar uma política ambiental dentro da
empresa é quando se obtém o comprometimento total da alta administração da
organização. O custo para implantar a política ambiental é estar certo de que
trata de investimento e não de custo, tendo sempre em mente a seguintes
primícias, segundo Gottardo (2006):
a) cumprir a legislação é dever de todo mundo;
b) descumprir a legislação gera multas, paralisações e prejudica a
imagem da empresa;
c) poder tornar visível a preocupação ambiental da empresa rompe
barreiras e abre mercados;
d) qualidade de vida no trabalho gera satisfação na equipe e aumenta
produtividade em qualquer lugar no mundo;
e) resíduos não gerados, é matéria-prima melhor utilizada.
A responsabilidade da implantação de um projeto ambiental é de toda a
empresa, isto é, a participação de cada um é de extrema importância. O
sucesso depende do comportamento de todos os níveis e funções,
27

especialmente da alta administração e deve ser apropriada à natureza, escala


e impactos ambientais e suas atividades, produtos ou serviços.
A política ambiental é uma espécie de cartão de visita da empresa e
deve estar disponível ao publico interno e externo, equilibrando a proteção
ambiental e a preservação de poluição com as necessidades socioeconômicas,
para uma melhor qualidade de vida para todos, visando reduzir a postura
agressivas do agentes econômicos frente aos problemas ambientais.

1.7 Responsabilidade Ambiental na empresa

Para a empresa, o meio ambiente constitui simplesmente o suporte


físico que fornece os recursos necessários para desenvolver sua atividade
produtiva e o receptor de resíduos que se geram.
Alguns setores já assumiram tais compromissos com o novo modelo de
desenvolvimento, ao incorporarem novos modelos de gestão a dimensão
ambiental. A gestão de qualidade empresarial passa pela obrigatoriedade de
que sejam implantados sistemas organizacionais e de produção que valorizem
os bens naturais, as fontes de matérias-prima, as potencialidades do quadro
humano criativo, as comunidades locais e devem iniciar o novo ciclo, onde a
cultura do descartável e do desperdício sejam coisas do passado. Atividades
de reciclagem, incentivo à diminuição do consumo, controle de resíduo,
capacitação permanentes dos quadros profissionais, em diferentes níveis e
escalas de conhecimento, fomento ao trabalho em equipe e às ações criativas
são desafios-chave neste novo cenário.
A nova consciência ambiental, surgida das transformações culturais
ganhou proporções maiores nas décadas atuais e situou o meio ambiente
como um dos princípios fundamentais do homem moderno. Os gastos com
proteção ambiental começaram a ser vistos pelas empresas líderes não
primordialmente como custos, mas como investimentos, paralelamente, como
vantagem competitiva.

1.8 Legislação Ambiental


28

Quando uma empresa inicia suas atividades é imprescindível que ela


esteja atenta à legislação ambiental federal e municipal do local onde se
encontra instalada, pois a legislação ambiental municipal varia de acordo com o
município, afirma Machado (apud ROBLES JR., 2003).
A legislação brasileira, apesar de não ser cumprida de forma adequada,
é muito rica, o que ajuda a preservar e utilizar o patrimônio ambiental do país.
Segundo Machado (apud ROBLES JR., 2003), as mais importantes
legislações ambientais brasileiras são:

a) lei da ação civil pública: lei de interesses difusos trata da ação civil
de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao
consumidor e ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico;
b) lei dos agrotóxicos: a lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação
dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle,
fiscalização e também o destino da embalagem. Impõe a
obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxico;
c) lei da área de proteção ambiental: lei que criou as estações
ecológicas, áreas representativas de ecossistemas, sendo que 90%
delas devem permanecer intocadas e 10% podem sofrer alterações
para fins científicos e as áreas de proteção ambiental, áreas que
podem conter propriedades privadas e onde o poder público limita as
atividades econômicas para fins de proteção ambiental;
d) lei das atividades nucleares: dispõe sobre a responsabilidade civil
por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos
relacionados com as atividades nucleares. Determina que se houver
um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação
tem a responsabilidade civil pelo dano, independente da existência
de culpa. Em caso de acidente nuclear não relacionado a qualquer
operador, os danos serão assumidos pela União;
e) lei de crimes ambientais: reordena a legislação ambiental no que se
refere às infrações e punições. A pessoa jurídica, autora ou co-
autora da infração ambiental pode ser penalizada, se ela tiver sido
criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A
29

punição pode ser extinta caso se comprove a recuperação do dano


ambiental. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50.000.000,00;
f) lei da engenharia genética: estabelece normas para a aplicação da
engenharia genética, desde o cultivo, manipulação e transporte de
organismos modificados, até sua comercialização, consumo e
liberação no meio ambiente. Define engenharia genética como
atividade de manipulação em material genético que contém
informações determinantes de caracteres hereditários de seres
vivos;
g) lei de exploração mineral: esta lei regulamenta as atividades
garimpeiras para qual é obrigatória a licença ambiental prévia que
deve ser concedida pelo órgão ambiental competente;
h) lei da fauna silvestre: a lei classifica como crime o uso, perseguição,
apanha de animais silvestres, caça profissional, comércio de
espécies de fauna silvestre e produtos derivados de sua caça, além
de proibir a introdução de espécies exóticas e a caça amadorística
sem autorização do IBAMA. Criminaliza também a exportação de
peles e couros de anfíbios e répteis brutos;
i) lei das florestas: determina a proteção de florestas nativas e define
como áreas de preservação permanente onde a conservação da
vegetação é obrigatória, numa faixa de 30 a 500 metros nas
margens dos rios, de lagos e de reservatórios, além de topos de
morro, encostas com declividade superior a 45 graus e locais acima
de 1.800metros de altitude. Também exige que propriedades rurais
da região sudeste do país preservem 20% da cobertura arbórea,
devendo tal reserva ser averbada em cartório de registro de imóveis;
j) lei do gerenciamento costeiro: define as diretrizes para criar o plano
nacional de gerenciamento costeiro, ou seja, define o que é zona
costeira como espaço geográfico da interação do ar, do mar e da
marítima e outra terrestre. Este gerenciamento costeiro deve
obedecer as normas do Conselho Nacional do Meio ambiente;
k) lei de criação do IBAMA: compete executar a política nacional do
meio ambiente, atuando para conservar, fiscalizar, controlar e
fomentar o uso racional dos recursos naturais;
30

l) lei do parcelamento do solo urbano: estabelece regras para


loteamentos urbanos proibidos em áreas de preservação ecológica;
m) lei do patrimônio cultural: lei que organiza a proteção do patrimônio
histórico e artístico nacional, incluindo bens de valor etnográfico,
arqueológico, monumentos naturais, sítios e paisagens de valor
notável pela natureza ou a partir de uma intervenção humana;
n) lei de proteção agrícola: coloca a proteção do meio ambiente entre
seus objetivos e como um de seus instrumentos. Define que o poder
público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água,
da fauna e da flora, realizar zoneamento agro ecológicos,
desenvolver programas de educação ambiental e fomentar a
produção de mudas de espécies nativas;
o) lei da política nacional do meio ambiente: é a lei ambiental mais
importante e define que o poluidor é obrigado a indenizar danos
ambientais que causar, independente da culpa;
p) lei dos recursos hídricos: a lei prevê a criação do sistema nacional
de informação sobre os recursos hídricos para a coleta, tratamento,
armazenamento, recuperação de informação sobre recursos hídricos
e fatores intervenientes;
q) lei de zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição: atribui
aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões
ambientais para a instalação e licenciamento das indústrias, exigindo
o Estudo de Impacto Ambiental.
31

CAPITULO II

BIODIESEL

2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO BIODIESEL

Fonte: ANP, (2011)


Figura 3: Evolução Histórica

Os investimentos e as perspectivas oferecidas pela agroenergia


constituíram tema central nas discussões do agronegócio. Atualmente, o
governo brasileiro tem feito esforços para implantar o combustível no mercado.
32

Devido a isso, a biotecnologia agrícola esteve no auge de seu avanço


tecnológico, onde há a possibilidade do aumento do uso desta tecnologia neste
setor.
A segurança energética deve ser alcançada com a produção crescente
de combustíveis de fontes renováveis e isso requer o atendimento dos
requisitos de sustentabilidade em sentido amplo: ambiental, econômica, social
e tecnológica.
O Biodiesel já é conhecido desde o início do século passado,
principalmente na Europa. O Dr. Rudolf Diesel desenvolveu o motor diesel, em
1895, tendo levado a sua invenção para a amostra mundial em Paris, em 1900,
usando óleo de amendoim com combustível.
Os primeiros motores tipo diesel eram injeção indireta, os motores eram
alimentados por petróleo filtrado, óleos vegetais e ate mesmo por óleos de
peixe. O uso direto de óleos vegetais como combustíveis foi rapidamente
superado pelo uso de óleo diesel derivado de petróleo por fatores tanto
econômicos, quanto técnicos.
Diferente do combustível produzido e utilizado na Europa, o Biodiesel
brasileiro possui seu próprio projeto, o Programa Nacional de Produção (PNPB)
e uso de Biodiesel, elaborado pelo governo federal e que prevê a produção e
uso de diferentes fontes oleaginosas em diversas regiões, com enfoque na
inclusão social e no desenvolvimento regional. (ANP, 2011)
Pelas suas condições de solo e clima, o Brasil tem grande potencial de
produção de biomassa. A agregação de valor à produção primária representa
importante vantagem comparativa para o Brasil.
O biodiesel é uma dessas possibilidades, talvez a mais promissora,
porque a demanda de energia vai aumentar enquanto a economia mundial
estiver crescendo.
Isso implica dizer que a demanda por agroenergia não pára de crescer,
ao contrário do que ocorre com a maioria dos produtos do agronegócio.
Neste contexto, o Governo vislumbrou a possibilidade – que na prática,
já está se concretizando – de engajar agricultores familiares e produtores de
regiões mais pobres do País na cadeia produtiva do biodiesel.
Isso foi feito mediante estímulos tributários às empresas que adquirirem
oleaginosas produzidas por esses segmentos.
33

Para inserir essa estratégia numa lógica de mercado, a mistura do


biodiesel ao diesel do petróleo, em proporções crescentes nos próximos anos,
foi tornado obrigatória por força de lei.
O uso energético de óleos vegetais no Brasil foi proposto em 1975,
originado o Pró-óleo, Plano de Produção de Óleos Vegetais, para fins
energéticos. Seu objetivo era gerar um excedente de óleo vegetal capaz de
tornar seus custos de produção competitivos com os do petróleo. Previa-se
uma mistura de 30% de óleo vegetal no óleo diesel, com perspectivas para sua
substituição integral em longo prazo.
O Brasil é o país de maior biodiversidade, o que explica sua riqueza em
oleaginosas. Entretanto, restringe suas culturas para fins alimentícios,
desprezando algumas espécies com alto rendimento lipídico. Existe um
potencial grande a ser explorado, tanto em relação ao aproveitamento
energético de culturas temporárias e perenes quanto ao aproveitamento
energético do óleo residual proveniente da alimentação.
Foram realizados vários testes com bicombustíveis, dentre os quais com
biodiesel puro e com um mistura de 70% de óleo diesel e 30% de biodiesel
(B30). Embora os resultados tenham constatado a viabilidade técnica da
utilização do biodiesel como combustível, os elevados custos de produção, em
relação ao óleo diesel, impediram seu uso em escala comercial.
O biodiesel reduz 78% das emissões poluentes como o dióxido de
carbono que é o gás responsável pelo efeito de estufa que está alterando o
clima à escala mundial, e 98% de enxofre na atmosfera.
Apesar de o motor chamado ciclo diesel ter funcionado inicialmente com
óleo vegetal, baixos preços do petróleo acabaram adiando seu uso. A
necessidade de reduzir a poluição ambiental deu outro impulso importante,
sendo testados os biocombustíveis em varias parte do mundo, tendo Alemanha
seu maior consumidor.
O Brasil já foi detentor de uma patente para fabricação de biodiesel em
1970, e acabou expirando, sem que o País adotasse o biodiesel, mas a
experiência ficou e consolidou ao longo do tempo.
Existem também empresas que já produzem biodiesel para diversas
finalidades, pode-se dizer que o Brasil já dispõe de conhecimento tecnológico
para produção de biodiesel em escala comercial.
34

Atualmente, o Brasil está entre os maiores produtores de biodiesel,


sendo fabricado de diversas matérias-primas como: sebo bovino, girassol,
mamona, pinhão manso, entre outros.
Há linhas de financiamento com encargos financeiros reduzidos e prazos mais
longos de carência e amortização para toda a cadeia produtiva do biodiesel,
abrangendo investimentos em equipamentos e plantas industriais e
financiamentos ao cultivo de matérias-primas para produção de biodiesel.
Esses financiamentos são concedidos por bancos oficiais com recursos do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e de
outras fontes.
Dada a atratividade econômica da produção de biodiesel, outras
instituições de crédito estão financiando ou planejam financiar elos da cadeia
produtiva do biodiesel, como vem ocorrendo com o Banco do Brasil lançou dia
01 de agosto de 2005 o Programa de Apoio a Produção e Uso do Biodiesel –
BB Biodiesel. O objetivo é contribuir para a expansão do processamento de
biodiesel no país a partir do incentivo à produção de oleaginosas que
constituem matéria-prima desse combustível, à instalação de plantas
agroindustriais e à comercialização do produto, em nível nacional e
internacional.
A presente Chamada Pública, fomento ao desenvolvimento tecnológico
e à inovação no âmbito do programa nacional de produção e uso do biodiesel,
tem por objetivo selecionar propostas para concessão de apoio financeiro a
unidades produtivas de demonstração para produção de Biodiesel associadas
ao extrativismo ou à produção agrícola familiar, visando à difusão das
tecnologias para obtenção desse combustível.
O direcionamento de recursos de fundos federais de incentivo e
financiamento ao desenvolvimento tecnológico é outro instrumento importante
do PNPB. Esses incentivos incluem a seleção de matérias-primas segundo as
características diferenciadas de solo e clima regionais, aspecto dos mais
importantes devido à diversidade de oleaginosas e ao fato de as mesmas
representarem algo em torno de 75% dos custos de produção do biodiesel.
Outro componente importante é o desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de
processos de produção industrial mais eficiente e testes em motores e
35

componentes com diferentes proporções de biodiesel, inclusive para apoiar


tecnicamente o uso de misturas biodiesel/diesel em percentuais superiores a
5% num futuro próximo.
Novos usos e aplicações para os co-produtos da fabricação de biodiesel
(principalmente farelos, tortas e glicerina) também recebem apoio para o
desenvolvimento tecnológico.
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis),
em 2002, a demanda total de diesel no Brasil foi de 39,2 milhões de metros
cúbicos, dos quais 76% foram consumidos em transportes. O país importou
16,3% dessa demanda, o equivalente a US$ 1,2 bilhão. Como exemplo, a
utilização de biodiesel a 5% no país, demandaria, portanto, um total de dois
milhões de metros cúbicos de biodiesel.
O biodiesel, não deve ser visto apenas como um produto, mas também
como um projeto a nível governamental, que tem como missão, promover em
curto prazo, a fusão dos recursos renováveis (biocombustível) com os
esgotáveis (petróleo), subentendendo-se que; somente os as refinarias
autorizadas pela ANP poderão proceder à mistura dos esgotáveis com os
renováveis e a conseqüente comercialização através de conveniados.
A Lei nº 11.097, publicada em 13 de janeiro de 2005, introduziu o
biodiesel na matriz energética brasileira e ampliou a competência
administrativa da ANP, que passou desde então assumiu as atribuições de
especificar e fiscalizar a qualidade dos biocombustíveis e garantir o
abastecimento do mercado, em defesa do interesse dos consumidores. A
Agência também executa as diretrizes do Conselho Nacional de Política
Energética para os biocombustíveis.
Segundo a Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, biodiesel é um
biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a
combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento,
para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou
totalmente combustíveis de origem fóssil”.
Desde 1º de janeiro de 2010, o óleo diesel comercializado em todo o
Brasil contém 5% de biodiesel. Esta regra foi estabelecida pela Resolução nº
6/2009 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), publicada no
Diário Oficial da União (DOU) em 26 de outubro de 2009, que aumentou de 4%
36

para 5% o percentual obrigatório de mistura de biodiesel ao óleo diesel. A


contínua elevação do percentual de adição de biodiesel ao diesel demonstra o
sucesso do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel e da
experiência acumulada pelo Brasil na produção e no uso em larga escala de
biocombustíveis.
O Brasil está entre os maiores produtores e consumidores de biodiesel
do mundo, com uma produção anual, em 2010, de 2,4 bilhões de litros e uma
capacidade instalada, no mesmo ano, para cerca de 5,8 bilhões de litros.
O biodiesel é um combustível produzido a partir de óleos vegetais ou de
gorduras animais. Dezenas de espécies vegetais presentes no Brasil podem
ser usadas na produção do biodiesel, entre elas soja, dendê, girassol, babaçu,
amendoim, mamona e pinhão-manso. Entretanto, o óleo vegetal in natura é
bem diferente do biodiesel, que deve atender à especificação estabelecida pela
Resolução ANP n° 7/2008.
Para se tornar compatível com os motores a diesel, o óleo vegetal
precisa passar por um processo químico chamado transesterificação, realizado
nas instalações produtoras de biodiesel autorizadas pela ANP.
É possível, também, usar mais de uma fonte vegetal no mesmo
biodiesel. A mamona, por exemplo, se usada em mistura com outros óleos,
agrega propriedades positivas ao produto final, como a redução do ponto de
congelamento, sem alterar as especificações exigidas pela ANP.
Pela Lei nº 11.097/2005, a partir de janeiro de 2008 será obrigatório, em
todo território nacional, a mistura B2, ou seja, 2% de biodiesel e 98% de diesel
de petróleo. Em janeiro de 2013, essa obrigatoriedade passará para 5% (B5).
Há possibilidade também de empregar percentuais de mistura mais elevados e
até mesmo o biodiesel puro (B100) mediante autorização da Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A venda de diesel BX – nome da mistura de óleo diesel derivado do
petróleo e um percentual de biodiesel – foi testado, dentro do Programa de
Testes coordenado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, que contou com a
participação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea). Os resultados demonstraram, até o momento, não haver a
necessidade de qualquer ajuste ou alteração nos motores e veículos que
utilizem essa mistura.
37

A Lei nº 11.097, publicada em 13 de janeiro de 2005, introduziu o


biodiesel na matriz energética brasileira e ampliou a competência
administrativa da ANP. A partir da publicação da citada lei, a ANP assumiu a
atribuição de regular e fiscalizar as atividades relativas à produção, controle de
qualidade, distribuição, revenda e comercialização do biodiesel e da mistura
óleo diesel-biodiesel (BX).
No desempenho dessa nova função, a ANP editou normas de
especificação do biodiesel e da mistura óleo diesel-biodiesel, promoveu a
adaptação das normas regulatórias e realizou leilões para estimular a oferta do
biocombustível para a mistura.
A produção e o uso do biodiesel no Brasil propiciam o desenvolvimento
de uma fonte energética sustentável sob os aspectos ambiental, econômico e
social e também trazem a perspectiva da redução das importações de óleo
diesel, gerando divisas para o País.
Além da diminuição da dependência do diesel importado, o biodiesel traz
outros efeitos indiretos de sua produção e uso, como o incremento a
economias locais e regionais, tanto na etapa agrícola como na indústria de
bens e serviços. Com a ampliação do mercado do biodiesel, milhares de
famílias brasileiras são beneficiadas, principalmente agricultores do semi-árido
brasileiro, com o aumento de renda proveniente do cultivo e comercialização
das plantas oleaginosas utilizadas na produção do biodiesel.
Outro benefício para a sociedade, resultante da ampliação do uso do
biodiesel, é o efeito positivo sobre o meio ambiente, acarretando a diminuição
das principais emissões veiculares em comparação ao diesel derivado do
petróleo.
A ANP realiza, desde 2005, os leilões de biodiesel. Nos leilões,
refinarias compram o biodiesel para misturá-lo ao diesel derivado do petróleo.
O objetivo inicial dos leilões foi gerar mercado e, desse modo, estimular a
produção de biodiesel em quantidade suficiente para que refinarias e
distribuidores pudessem compor a mistura (BX) determinada por lei.
Os leilões continuam sendo realizados para assegurar que todo o óleo
diesel comercializado no país contenha o percentual de biodiesel determinado
em lei. A produção e o uso do biodiesel no Brasil propiciam o desenvolvimento
de uma fonte energética sustentável sob os aspectos ambiental, econômico e
38

social e também trazem a perspectiva da redução das importações de óleo


diesel.
Pelas suas condições de solo e clima, o Brasil tem grande potencial de
produção de biomassa. A agregação de valor à produção primária representa
importante vantagem comparativa para o Brasil. O biodiesel é uma dessas
possibilidades, talvez a mais promissora, porque a demanda de energia vai
aumentar enquanto a economia mundial estiver crescendo. Isso implica dizer
que a demanda por agroenergia não pára de crescer, ao contrário do que
ocorre com a maioria dos produtos do agronegócio.
Nesse contexto, o Governo vislumbrou a possibilidade – que, na prática,
já está se concretizando – de engajar agricultores familiares e produtores de
regiões mais pobres do País na cadeia produtiva do biodiesel. Isso foi feito
mediante estímulos tributários às empresas que adquirem oleaginosas
produzidas por esses segmentos.
Para inserir essa estratégia numa lógica de mercado, a mistura do
biodiesel ao diesel de petróleo, em proporções crescentes nos próximos anos,
foi tornada obrigatória por força de lei.
Foi concebido um modelo tributário do biodiesel com o propósito de
conceder redução total ou parcial dos tributos federais incidentes sobre os
combustíveis (CIDE, PIS/PASEP e COFINS) para produtores de biodiesel que
apóiem a agricultura familiar, de modo a viabilizar o atendimento dos princípios
orientadores básicos do PNPB de promover a inclusão social e reduzir
disparidades regionais mediante a geração de emprego e renda nos
segmentos mais carentes da agricultura brasileira. O modelo parte da regra
geral de uma tributação federal no biodiesel nunca superior à do diesel mineral.
Entretanto, os produtores de biodiesel que adquirem matérias-primas de
agricultores familiares, qualquer que seja a região brasileira, poderão ter
redução de até 68% nos tributos federais. Se essas aquisições forem feitas de
produtores familiares da região Norte, Nordeste ou no Semi-Árido, a redução
pode chegar a 100%. Se as matérias-primas e regiões forem as mesmas, mas
os agricultores não forem familiares, a redução máxima é de 31%.
Para usufruir desses benefícios tributários, os produtores de biodiesel
precisam ser detentores de um certificado: o Selo Combustível Social.
39

O registro identificado pelo Selo Combustível Social materializa-se num


certificado, concedido aos produtores de biodiesel que adquirem matérias-
primas de agricultores familiares, dentro de limites mínimos, variáveis segundo
a região, e atendam as demais exigências, adiante mencionadas. Como
previsto nas Instruções Normativas MDA números 01 e 02, de 2005, o Selo
Combustível Social é concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA) a produtores de biodiesel habilitados pelas leis brasileiras a operar na
produção e comercialização desse novo combustível e que atendam aos
seguintes requisitos:
a) adquiram percentuais mínimos de matéria-prima de agricultores
familiares, sendo de 10% nas regiões Norte e Centro-Oeste, de 30%
nas regiões Sul e Sudeste e de 50% no Nordeste e no Semi-Árido;
b) celebrem contratos com os agricultores familiares estabelecendo
prazos e condições de entrega da matéria-prima e respectivos
preços e lhes prestem assistência técnica.
As empresas detentoras do Selo Combustível Social podem ter redução
parcial ou total de tributos federais, conforme definido no modelo tributário
aplicável ao biodiesel. Podem também participar dos leilões de compra desse
novo combustível e usar esse certificado para diferenciar a origem/marca do
biodiesel no mercado.
Nas demais esferas governamentais (Estados e Municípios), o Governo
Federal vem procurando estimular iniciativas que impulsionem a produção e o
uso do biodiesel. A definição de carga tributária estadual compatível com o
modelo tributário federal vem merecendo debate constante no Conselho
Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), órgão responsável pela
coordenação das medidas voltadas ao imposto estadual incidente sobre a
comercialização de combustíveis (ICMS).
A organização de agricultores familiares em associações ou
cooperativas de produtores, visando conferir escala econômica à produção de
matérias-primas, é outro exemplo de iniciativa conjunta entre Governo Federal,
Prefeituras e entidades da sociedade civil organizada, dada sua importância
para o atendimento dos objetivos do PNPB.
40

Parcerias com organizações não-governamentais e cooperação


científica e tecnológica com outros países também integram a dinâmica do
PNPB.
Assim sendo, os estímulos econômicos à produção de biodiesel no
Brasil decorrem da própria evolução desse mercado cativo e da conquista de
mercados externos, cabendo às políticas públicas proporcionar condições para
que ele funcione de modo eficiente e atenda aos objetivos de promover a
inclusão social e o desenvolvimento das regiões mais carentes, com
sustentabilidade em sentido amplo.

Fonte: Biodiesel E-Library, 2010


Figura 4: Evolução do Biodiesel

2.1 Processo do Biodiesel

Para produzir e comercializar biodiesel no Brasil é necessário,


inicialmente, obter autorização da ANP, cujos requisitos estão expressos em
sua Resolução nº 41/2004.
Em seguida, é preciso obter o registro junto à Secretaria da Receita
Federal do Ministério da Fazenda, como estabelecido na Lei nº 11.116/2005 e
na Instrução Normativa SRF nº 516/2005.
41

As empresas que desejam usufruir benefícios tributários direcionados à


inclusão social e ao desenvolvimento regional (geração de emprego e renda
para agricultores familiares, especialmente das regiões mais carentes do País),
devem obter, adicionalmente, o Selo Combustível Social.
O biodiesel é um produto resultante da reação química entre óleos
vegetais ou sebo bovino e álcool. Este produto pode ser usado como
combustível em qualquer motor sem a necessidade de alteração, pois não
contem componentes derivados do petróleo.
Para produção do biodiesel, a matéria-prima é retirado do vegetal ou
animal e misturado com álcool e depois estimulado a um catalisador. O
catalisador é um produto usado para provocar uma reação química entre a
matéria-prima e o álcool. Depois a matéria-prima é separado da glicerina e
filtrado.
Existem processos alternativos para a produção do biodiesel, tais como:
o craqueamento, a esterificação ou a transesterificação, que pode ser etílica,
mediante o uso do álcool comum (etanol) ou metílico, com o emprego do
metanol.
A transesterificação ocorre entre os triglicerídeos de origem
vegetal/animal que reagem com o metanol, na presença de um catalisador
alcalino produzindo glicerol (subproduto) e o éster metílico de ácido graxo
(biodiesel). Esta reação pode ser catalisada por ácido ou base.
Após a reação de transesterificação, os ésteres resultantes devem ser
separados da glicerina, dos reagentes em excesso e do catalisados da reação,
que podem ser feito em dois passos:
Primeiro separa a glicerina via decantação ou centrifugação
seguidamente elimina os sabões, resto de catalisador e de metanol/etanol por
processo de lavagem com água fervente ou utilização de silicato de magnésio,
requerendo este último uma filtragem, ou por destilação, que dispensa o uso
químico para promover a purificação.
O biodiesel pode ser usado misturado ao óleo diesel proveniente do
petróleo em qualquer proporção, sem necessidade de qualquer alteração
mecânica nos atuais motos diesel. A concentração de biodiesel é informada por
meio de uma nomenclatura especifica, defina por “BX”, onde X refere-se à
42

percentagem em volume do biodiesel ao qual é misturado ao diesel do


petróleo.
A produção do biodiesel pode cooperar com o desenvolvimento
econômico de diversas regiões do Brasil, uma vez que é possível explorar a
melhor alternativa de matéria-prima.

Fonte: Biodieselunirb, 2011


Figura 5: Processo Produtivo.

2.2 Vantagens do Biodiesel

Este combustível renovável permite que a economia de divisas com a


importação de petróleo e o óleo diesel e também reduz a poluição ambiental,
além de gerar alternativas de empregos em áreas geográficas menos atraente
para outras atividades econômicas e, assim, promover a inclusão social.
A disponibilização de energia elétrica para comunidades isoladas,
considerado hoje custo elevado em função do diesel, também deve ser incluída
43

como forma de inclusão que permitem outras, como a inclusão digital, o acesso
a bens, serviços, informação, à cidadania.
Há que se considerar ainda uma vantagem estratégica que a maioria
dos países importadores de petróleo vem inserindo em suas prioridades trate-
se da redução da dependência das importações de petróleo, a chamada
petrodependencia.
Deve-se enfatizar também que a introdução do biodiesel aumentará a
participação de fontes limpas e renováveis em nossas matrizes energéticas,
somando-se principalmente à hidroeletricidade e ao álcool e colocando o Brasil
numa posição mais privilegiada no cenário internacional.
Em médio prazo, o biodiesel torna-se importante fonte de divisas para o
país somando-se ao álcool como fonte de energia renovável que o Brasil pode
oferecer as comunidades mundiais.
É energia renovável, as terras cultiváveis podem produzir grandes
quantidades em uma enorme variedade de oleaginosas, como fonte de
matéria-prima para o biodiesel.
É constituído de carbono neutro. As plantas capturam CO2 emitido pela
queima de biodiesel e separam-no em carbono e oxigênio gerando balanço
entre emissão de veículos e absorção de plantas.
Contribui ainda para geração de empregos no setor primário, que no
Brasil é de suma importância para o desenvolvimento social. Com isso, evita o
êxodo do trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e
favorecendo o ciclo da economia auto-sustentável, essencial para a autonomia
do país.
Com a incidência de petróleo e poços cadê vez mais profundo, muitos
dinheiros está sendo gasto na sua prospecção, o que torno cada vez mais
onerosa a exploração e refino das riquezas naturais do subsolo do Brasil,
havendo então a necessidade de se explorar os recursos da superfície o que
pode ter um fim social para o país, visto que o cultivo e a colheita de plantas
oleaginosas, tais como a mamona e o pinhão manso, são plantas naturais do
semi-árido e não requerem nenhum investimento, uma vez que a colheita será
feita manualmente pelos próprios nordestinos, evitando o êxodo rural para os
grandes centros.
44

2.2.1 Outras Vantagens

De acordo com BiodieselBR (2011), outras vantagens do biodiesel são:

a) O biodiesel é um ótimo lubrificante e pode aumentar a vida útil do


motor;
b) O biodiesel tem risco de explosão baixo. Ele precisa de uma fonte de
calor cima de 150 graus Celsius para explodir;
c) O biodiesel é mais seguro do que o diesel do petróleo;
d) A exaustão do biodiesel é menos ofensiva;
e) Tem fácil transporte e fácil armazenamento, devido ao seu menor
risco de explosão;
f) A viabilidade do uso direto foi comprovada na avaliação dos
componentes do motor, que não apresentou qualquer tipo de
resíduo que comprometesse o desempenho;
g) O uso do biodiesel resulta numa notável redução dos odores, o que
é um benefício real em espaços confinados;
h) Como o biodiesel é oxigenado, apresenta uma combustão mais
completa;
i) Para a utilização do biocombustível, não precisa de nenhuma
adaptação em caminhões, tratores ou máquinas;
j) O biodiesel é usado puro nos motores, porém aceita qualquer
percentual de mistura com o diesel, pois é um produto miscível;
k) Outra grande vantagem é que, na formação das sementes, o gás
carbônico do ar é absorvido pela planta;
l) Pouca emissão de partículas de carvão. O biodiesel é um éster e,
por isso, já tem dois átomos de oxigênio na molécula;
m) Na queima do biodiesel, ocorre a combustão completa;
n) É necessária uma quantidade de oxigênio menor que a do diesel;
o) Não são necessárias alterações na tecnologia (peças e
componentes) e de regulagem. Apenas é preciso que o biodiesel
tenha uma qualidade definida. Por ser um produto natural e
45

biodegradável, surgem problemas de degradação natural. Ao utilizar


biodiesel você estará utilizando qualidade;
p) O biodiesel é uma alternativa econômica, tendo a vantagem de ser
confiável, renovável e fortalecer a economia do país gerando mais
empregos;
q) Promover o desenvolvimento, ampliar o mercado de trabalho e
valorizar os recursos energéticos;
r) Proteger os interesses do consumidor quanto a preço, qualidade e
oferta dos produtos;
s) Proteger o meio ambiente e promover a conservação de energia.

2.3 Benefícios ambientais do Biodiesel

Fonte: Hielscher, (2010)


Figura 06: Benefícios

Reduzir a poluição ambiental é hoje um objetivo mundial. Todo dia


noticiam estudo indicando os males do efeito estufa, o uso de combustível
fóssil tem sido apontado como o principal responsável por isso.
A Comunidade Européia, os Estados Unidos, Brasil e diversos outros
países vêm estimulando a substituição do petróleo por combustível de fontes
renováveis, incluindo principalmente o biodiesel, diante de expressiva
46

capacidade de redução da emissão de diversos gases causadores de efeito


estufa, a exemplo do gás carbônico e enxofre.
Melhorar as condições ambientais, sobretudo nos grandes centros
metropolitanos, também significam evitar gastos dos governos e dos cidadãos
no combate nos males da poluição.

2.4 Órgãos Reguladores do Biodiesel

Conforme o Sebrae (2008), o segmento do biodiesel tem como órgãos


reguladores as seguintes instituições:

a) CNPE – Conselho Nacional de Política Energética, um órgão de


assessoramento do presidente da República que tem como
atribuição a formulação de políticas e diretrizes de energia;
b) MME – Ministério de Minas e Energia, com responsabilidade pela
execução da política energética;
c) ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, com
delegação para regular o mercado de segmento de biodiesel com as
mesmas funções da regulação, da contratação e da fiscalização das
atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do gás
natural e dos biocombustíveis;
d) MDA – Ministério de Desenvolvimento Agrário, com a missão de
conceder o Selo Combustível Social;
e) MAPA – Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com a
responsabilidade pelo zoneamento agrícola.

2.5 Documentos Legais e Normativas do Biodiesel

O PNPB apóia-se em leis, decretos e outros documentos legais e


normativos. Os considerados básicos são listados a seguir:
47

a) lei nº 11.097, de 13.01.2005: define biodiesel como novo


combustível na matriz energética brasileira, estabelece mistura
obrigatória de 2% a partir de janeiro de 2005 e de 5% em janeiro de
2013, em todo o território nacional.
Estabelece competência à ANP para regular e fiscalizar a produção e
comercialização de biocombustíveis.

a) lei n° 11.116, de 18.05.2005: define o modelo tributário federal


aplicável ao biodiesel (isenção ou redução de CIDE, PIS/PASEP e
COFINS, por região, tipo de produtor e matéria-prima oleaginosa).
b) instruções Normativas SRF nº 516, de 22.02.2005, e nº 628, de
02.03.2006, que estabelecem, respectivamente, condições para o
registro de produtor e importador de biodiesel e regime especial de
apuração e pagamento dos tributos federais PIS/PASEP e COFINS.
c) decreto nº 5.448, de 20.05.2005: fixa em 2% o percentual de mistura
de biodiesel e autoriza percentuais superiores para uso em
geradores, locomotivas, embarcações e frotas veiculares cativas.
d) instruções Normativas MDA nº 01, de 05.07.2005 (estabelece
critérios e procedimentos para concessão de uso do Selo
Combustível Social) e MDA nº 02, de 30.09.2005 (fixa critérios e
procedimentos para enquadramento de projetos de produção de
biodiesel no mecanismo do Selo Combustível Social).
e) 20 Resoluções da ANP, dentre as quais a nº 41, que dispõe sobre o
produtor de biodiesel, e a nº 42, que dispõe sobre a comercialização
e fiscalização de biodiesel, ambas de 24.11.2004.
f) resolução BNDES nº 1.135/2004: institui o Programa de Apoio
Financeiro a Investimentos em Biodiesel, prevendo financiamento
para todas as etapas da cadeia produtiva (financia até 90% dos
projetos com Selo Combustível Social e até 80% sem essa
característica).
Para estimular a produção de biodiesel enquanto sua mistura ao diesel
mineral não é obrigatória (até janeiro de 2008), foram definidos leilões de
compra pela ANP.
48

Esses leilões são regulados por instrumentos emitidos pelos órgãos


competentes: Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), Ministério de
Minas e Energia (MME) e ANP e deles somente podem participar empresas
detentoras do Selo Combustível Social.
Foram realizados quatro leilões, tendo sido adquiridos 840 milhões de
litros de biodiesel, beneficiando cerca de duzentos e cinco mil famílias de
agricultores familiares.
Como os preços médios finais praticados foram declinantes, há os
primeiros indicadores reais do cumprimento dos objetivos do PNPB e da
tendência de o biodiesel tornar-se cada vez mais competitivo com o diesel
mineral, ocupando espaço crescente nos mercados interno e externo. No
Brasil, o B2 já é comercializado em mais de 2.000 postos revendedores.
49

CONCLUSÃO

A Gestão Ambiental é um importante conceito de crescimento, presente


no debate político internacional em especial quando se trata de questões
referentes à qualidade e à distribuição global de uso de recursos.
A sociedade como um todo acaba por sofrer as conseqüências de um
problema nascido de sua relação com o meio ambiente. Os grandes problemas
que emergem da relação da sociedade com o meio ambiente são densos,
complexos e altamente inter-relacionados e, portanto, para serem entendidos e
compreendidos nas proximidades de sua totalidade, precisam ser observados
numa ótica mais ampla.
A implantação de um sistema de gestão ambiental poderá ser a solução
para uma empresa que pretende melhorar a sua posição em relação ao meio
ambiente.
O comprometimento hoje exigido às empresas com a preservação
ambiental obriga mudanças profundas na sua filosofia, com implicações diretas
nos valores empresariais, de estratégias, de objetivos, de produtos e de
programas.
O fato de o meio ambiente sempre ter sido considerado recurso
abundante e classificado na categoria dos bens livres, dificultou a possibilidade
de estabelecimento de certo critério em sua utilização e tornou disseminada a
poluição ambiental, passando a afetar a totalidade da população através de
uma apropriação socialmente indevida do ar, da água e do solo.
Mas, por outro lado, devido a todos estes acontecimentos, as empresas
passaram a tomar consciência e produzir produtos biodegradáveis para
usufruto da população.
50

REFERÊNCIAS

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<http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/465/supermercados-paulistas-
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<http://www.biodiesel.gov.br/docs/cartilha_sebrae.pdf>.Acesso em: 22 de junho
de 2011.
52

ANEXOS
53

Anexo A - LEI Nº 11.097, DE 13.1.2005 - DOU 14.1.2005

Dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira; altera as


Leis nºs 9.478, de 6 de agosto de 1997, 9.847, de 26 de outubro de 1999 e
10.636, de 30 de dezembro de 2002; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. O art. 1º da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar


acrescido do inciso XII, com a seguinte redação:
“Art. 1º
XII - incrementar, em bases econômicas, sociais e ambientais, a participação
dos biocombustíveis na matriz energética nacional.” (NR)
Art. 2º. Fica introduzido o biodiesel na matriz energética brasileira, sendo
fixado em 5% (cinco por cento), em volume, o percentual mínimo obrigatório de
adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final, em
qualquer parte do território nacional.
§ 1º O prazo para aplicação do disposto no caput deste artigo é de 8 (oito)
anos após a publicação desta Lei, sendo de 3 (três) anos o período, após essa
publicação, para se utilizar um percentual mínimo obrigatório intermediário de
2% (dois por cento), em volume.
§ 2º Os prazos para atendimento do percentual mínimo obrigatório de que trata
este artigo podem ser reduzidos em razão de resolução do Conselho Nacional
de Política Energética - CNPE, observados os seguintes critérios:
I - a disponibilidade de oferta de matéria-prima e a capacidade industrial para
produção de biodiesel;
II - a participação da agricultura familiar na oferta de matérias-primas;
III - a redução das desigualdades regionais;
IV - o desempenho dos motores com a utilização do combustível;
V - as políticas industriais e de inovação tecnológica.
§ 3º Caberá à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis -
ANP definir os limites de variação admissíveis para efeito de medição e
aferição dos percentuais de que trata este artigo.
54

“§ 4º O biodiesel necessário ao atendimento dos percentuais mencionados no


caput deste artigo terá que ser processado, preferencialmente, a partir de
matérias-primas produzidas por agricultor familiar, inclusive as resultantes de
atividade extrativista." (NR)
Art. 3º. O inciso IV do art. 2º da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 2º
IV - estabelecer diretrizes para programas específicos, como os de uso do gás
natural, do carvão, da energia termonuclear, dos biocombustíveis, da energia
solar, da energia eólica e da energia proveniente de outras fontes alternativas;
...............................................................................................” (NR)
Art. 4º. O art. 6º da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar
acrescido dos incisos XXIV e XXV, com a seguinte redação:
“Art. 6º
XXIV - Biocombustível: combustível derivado de biomassa renovável para uso
em motores a combustão interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de
geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de
origem fóssil;
XXV - Biodiesel: biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em
motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme
regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir
parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.” (NR)
Art. 5º. O Capítulo IV e o caput do art. 7º da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de
1997, passam a vigorar com a seguinte redação:

“CAPÍTULO IV
DA AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E
BIOCOMBUSTÍVEIS

Art. 7º Fica instituída a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e


Biocombustíves - ANP, entidade integrante da Administração Federal Indireta,
submetida ao regime autárquico especial, como órgão regulador da indústria do
petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis, vinculada ao Ministério
de Minas e Energia.
55

...............................................................................................” (NR)
Art. 6º. O art. 8º da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, passa a vigorar com
a seguinte redação:
“Art. 8º A ANP terá como finalidade promover a regulação, a contratação e a
fiscalização das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo, do
gás natural e dos biocombustíveis, cabendo-lhe:
I - implementar, em sua esfera de atribuições, a política nacional de petróleo,
gás natural e biocombustíveis, contida na política energética nacional, nos
termos do Capítulo I desta Lei, com ênfase na garantia do suprimento de
derivados de petróleo, gás natural e seus derivados, e de biocombustíveis, em
todo o território nacional, e na proteção dos interesses dos consumidores
quanto a preço, qualidade e oferta dos produtos;
VII - fiscalizar diretamente, ou mediante convênios com órgãos dos Estados e
do Distrito Federal, as atividades integrantes da indústria do petróleo, do gás
natural e dos biocombustíveis, bem como aplicar as sanções administrativas e
pecuniárias previstas em lei, regulamento ou contrato;
IX - fazer cumprir as boas práticas de conservação e uso racional do petróleo,
gás natural, seus derivados e biocombustíveis e de preservação do meio
ambiente;
XI - organizar e manter o acervo das informações e dados técnicos relativos às
atividades reguladas da indústria do petróleo, do gás natural e dos
biocombustíveis;
XVI - regular e autorizar as atividades relacionadas à produção, importação,
exportação, armazenagem, estocagem, distribuição, revenda e comercialização
de biodiesel, fiscalizandoas diretamente ou mediante convênios com outros
órgãos da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios;
XVII - exigir dos agentes regulados o envio de informações relativas às
operações de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento,
tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem,
estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de produtos
sujeitos à sua regulação;
XVIII - especificar a qualidade dos derivados de petróleo, gás natural e seus
derivados e dos biocombustíveis.” (NR)
56

Art. 7º. A alínea d do inciso I e a alínea f do inciso II do art. 49 da Lei nº 9.478,


de 6 de agosto de 1997, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 49
I - 25% (vinte e cinco por cento) ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para
financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento
tecnológico aplicados à indústria do petróleo, do gás natural e dos
biocombustíveis;
II - 25% (vinte e cinco por cento) ao Ministério da Ciência e Tecnologia, para
financiar programas de amparo à pesquisa científica e ao desenvolvimento
tecnológico aplicados à indústria do petróleo, do gás natural e dos
biocombustíveis.
...............................................................................................” (NR)
Art. 8º. O § 1º do art. 1º da Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 1º
§ 1º O abastecimento nacional de combustíveis é considerado de utilidade
pública e abrange as seguintes atividades:
I - produção, importação, exportação, refino, beneficiamento, tratamento,
processamento, transporte, transferência, armazenagem, estocagem,
distribuição, revenda, comercialização, avaliação de conformidade e
certificação do petróleo, gás natural e seus derivados;
II - produção, importação, exportação, armazenagem, estocagem, distribuição,
revenda, comercialização, avaliação de conformidade e certificação do
biodiesel;
III - comercialização, distribuição, revenda e controle de qualidade de álcool
etílico combustível.
...............................................................................................” (NR)
Art. 9º. Os incisos II, VI, VII, XI e XVIII do art. 3º da Lei nº 9.847, de 26 de
outubro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3º
II - importar, exportar ou comercializar petróleo, gás natural, seus derivados e
biocombustíveis em quantidade ou especificação diversa da autorizada, bem
como dar ao produto destinação não permitida ou diversa da autorizada, na
forma prevista na legislação aplicável:
57

Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de


reais);
VI - não apresentar, na forma e no prazo estabelecidos na legislação aplicável
ou, na sua ausência, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, os documentos
comprobatórios de produção, importação, exportação, refino, beneficiamento,
tratamento, processamento, transporte, transferência, armazenagem,
estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização de petróleo,
gás natural, seus derivados e biocombustíveis:
Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de
reais);
VII - prestar declarações ou informações inverídicas, falsificar, adulterar,
inutilizar, simular ou alterar registros e escrituração de livros e outros
documentos exigidos na legislação aplicável, para o fim de receber
indevidamente valores a título de benefício fiscal ou tributário, subsídio,
ressarcimento de frete, despesas de transferência, estocagem e
comercialização:
Multa - de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco
milhões de reais);
XI - importar, exportar e comercializar petróleo, gás natural, seus derivados e
biocombustíveis fora de especificações técnicas, com vícios de qualidade ou
quantidade, inclusive aqueles decorrentes da disparidade com as indicações
constantes do recipiente, da embalagem ou rotulagem, que os tornem
impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o
valor:
Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de
reais);
XVIII - não dispor de equipamentos necessários à verificação da qualidade,
quantidade estocada e comercializada dos produtos derivados de petróleo, do
gás natural e seus derivados, e dos biocombustíveis:
Multa - de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais).”
(NR)
Art. 10. O art. 3º da Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar
acrescido do seguinte inciso XIX:
“Art. 3º.....................................................................................
58

XIX - não enviar, na forma e no prazo estabelecidos na legislação aplicável, as


informações mensais sobre suas atividades:
Multa - de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 1.000.000,00 (um milhão de
reais).” (NR)
Art. 11. O art. 5º da Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 5º Sem prejuízo da aplicação de outras sanções administrativas, a
fiscalização poderá, como medida cautelar:
I - interditar, total ou parcialmente, as instalações e equipamentos utilizados se
ocorrer exercício de atividade relativa à indústria do petróleo, gás natural, seus
derivados e biocombustíveis sem a autorização exigida na legislação aplicável;
II - interditar, total ou parcialmente, as instalações e equipamentos utilizados
diretamente no exercício da atividade se o titular, depois de outorgada a
autorização, concessão ou registro, por qualquer razão deixar de atender a
alguma das condições requeridas para a outorga, pelo tempo em que
perdurarem os motivos que deram ensejo à interdição;
III - interditar, total ou parcialmente, nos casos previstos nos incisos II, VI, VII,
VIII, IX, XI e XIII do art. 3º desta Lei, as instalações e equipamentos utilizados
diretamente no exercício da atividade outorgada;
IV - apreender bens e produtos, nos casos previstos nos incisos I, II, VI, VII,
VIII, IX, XI e XIII do art. 3º desta Lei.
...............................................................................................” (NR)
Art. 12. O art. 11 da Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar
acrescido do seguinte inciso V:
“Art. 11. A penalidade de perdimento de produtos apreendidos na forma do art.
5º, inciso IV, desta Lei, será aplicada quando:
V - o produto apreendido não tiver comprovação de origem por meio de nota
fiscal.
...............................................................................................” (NR)
Art. 13. O caput do art. 18 da Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 18. Os fornecedores e transportadores de petróleo, gás natural, seus
derivados e biocombustíveis respondem solidariamente pelos vícios de
qualidade ou quantidade, inclusive aqueles decorrentes da disparidade com as
59

indicações constantes do recipiente, da embalagem ou rotulagem, que os


tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor.
...............................................................................................” (NR)
Art. 14. O art. 19 da Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, passa a vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 19. Para os efeitos do disposto nesta Lei, poderá ser exigida a
documentação comprobatória de produção, importação, exportação, refino,
beneficiamento, tratamento, processamento, transporte, transferência,
armazenagem, estocagem, distribuição, revenda, destinação e comercialização
dos produtos sujeitos à regulação pela ANP.” (NR)
Art. 15. O art. 4º da Lei nº 10.636, de 30 de dezembro de 2002, passa a vigorar
acrescido do seguinte inciso VII:
“Art. 4º
VII - o fomento a projetos voltados à produção de biocombustíveis, com foco na
redução dos poluentes relacionados com a indústria de petróleo, gás natural e
seus derivados.
..........................................................................................……….....” (NR)
Art. 16. (VETADO)
Art. 17. (VETADO)
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 13 de janeiro de 2005; 184º da Independência e 117ºda República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto
Dilma Vana Rousseff

FONTE: AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E


BIOCOMBUSTÍVEIS, (2005)
60

Anexo B - RESOLUÇÃO CNPE Nº 6, DE 16.9.2009 - DOU 26.10.2009

Estabelece em cinco por cento, em volume, o percentual mínimo


obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor
final, de acordo com o disposto no art. 2º da Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de
2005.
O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA
ENERGÉTICA - CNPE, no uso das atribuições que lhe confere o art. 2º da Lei
nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, o art. 1º, incisos I e IV do Decreto nº 3.520,
de 21 de junho de 2000, e o parágrafo único do art. 15 do Regimento Interno
do CNPE, aprovado pela Resolução nº 17, de 16 de dezembro de 2002, tendo
em vista o disposto no art. 2º da Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, e
considerando que os prazos para atendimento do percentual mínimo
obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado para o
consumidor final, em qualquer parte do território nacional, nos termos do art. 2º
da Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, podem ser reduzidos pelo CNPE; a
expansão da participação do biodiesel na matriz energética nacional é, em
bases econômicas, sociais e ambientais, um objetivo da Política Energética
Nacional; o maior uso de biodiesel favorece a agregação de valor às matérias-
primas oleaginosas de origem nacional, o desenvolvimento da indústria
nacional de bens e serviços e a ampliação da geração de emprego e renda em
sua cadeia produtiva, com caráter nitidamente social, com enfoque na
agricultura familiar; o biodiesel é uma fonte energética renovável e favorece a
redução das emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, assim como
possibilita a redução da importação de diesel derivado de petróleo, com
efetivos ganhos na Balança Comercial; e a capacidade de produção de
biodiesel instalada no País é suficiente para atender à elevação do percentual
de adição de quatro para cinco por cento, a partir de 1º de janeiro de 2010,
sendo que essa adição não exigirá alteração dos motores e da frota veicular
em circulação,
Resolve:
Art. 1º Fica estabelecido em cinco por cento, em volume, o percentual mínimo
obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel, a partir de 1º de janeiro de
2010.
61

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

EDISON LOBÃO
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

Presidência da República

DESPACHO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Exposição de Motivos

Nº 45, de 23 de outubro de 2009. Encaminhamento da Resolução nº 6, de 16


de setembro de 2009, do Conselho Nacional de Política Energética - CNPE.
Aprovo. Em 23 de outubro de 2009. (Publicada na seção 1 do DOU de 26 de
outubro de 2009, página 16).

FONTE: AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E


BIOCOMBUSTÍVEIS, (2009)

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