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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS)

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA (POSGRAP)


PROGRAMA DE PÓS-GRADAUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS
(PRORH)

Leonardo de Carvalho Souza Santa Rita

Localização de pontos geográficos em bacia hidrográfica


sergipana utilizando o software Quantum GIS

São Cristóvão - SE
16 de Setembro de 2019
Leonardo de Carvalho Souza Santa Rita

Localização de pontos geográficos em bacia hidrográfica


sergipana utilizando o software Quantum GIS

Relatório apresentado ao Programa de Pós-


graduação em Recursos Hídricos da Universidade
Federal de Sergipe como requisito de avaliação
parcial na disciplina PROR0028 - Introdução ao
Geoprocessamento no período letivo de 2019.2.

Docente: Prof. Dr.André Quintão de Almeida

São Cristóvão - SE
16 de Setembro de 2019
Sumário
1 INTRODUÇÃO 4

2 OBJETIVOS 5

3 METODOLOGIA 6
3.1 Caracterização da área de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.2 Utilização do QGIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 8

5 CONCLUSÃO 9
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Câmara e Davis (2001), o geoprocessamento é a área de conhecimento
que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento de informações
geográficas, permitindo análises de alta complexidade e disponibilizando bancos de dados
abrangentes e georreferenciados.
Em um país com grande extensão territorial como o Brasil, informações geográficas
adequadas para a tomada de decisões sobre os problemas urbanos, rurais e ambientais, são
escassas. O geoprocessamento, mais especificamente os Sistemas de informação Geográfica
(SIG), são excelentes ferramentas para contornar essa limitação, permitindo ainda estimar
características físicas da bacia (parâmetros morfométricos, como área, comprimento do
rio, declividade, entre outros), por meio da utilização de modelos digitais de elevação que
ajustam pontos altimétricos do terreno (MARTINS, 2017). Além de permitir estimar
parâmetros não registrados, a ferramenta proporciona o levantamento de informações mais
precisas, atualizando bases cartográficas existentes, implementando melhorias em estudos,
modelos e no planejamento da gestão de recursos.
Para o caso das bacias hidrográficas, existe interligação dos sistemas hidráulicos de
reversão de águas, por rede de drenagem urbana, por movimentos de terra de origem
antrópica, dentre outros, que faz com que o manejo dos seus recursos necessite transpor as
fronteiras naturais (divisores de água) que as delimitam. Destarte, estudos cartográficos e
de uso e ocupação do solo, entre outros, necessitam de informações abrangentes a respeito
do espaço geográfico que se quer representar (LEAL, 2000).
No estado de Sergipe, onde a falta de informações relativas ao gerenciamento das
bacias hidrográficas é relevante, os sistemas de informação geográfica preenchem algumas
lacunas, permitindo o melhoramento das pesquisas, modelagens e tomadas de decisão a
respeito do tema. Possuindo rede de monitoramento (hidrológico, climatológico, etc.) com
baixa densidade, o uso de SIGs como ferramenta de suporte a decisões no estado é de
fundamental importância.

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2 OBJETIVOS
O objetivo principal deste relatório é a localização de dois pontos geográficos na bacia
hidrográfica do rio Japaratuba: um na foz do rio e outro no interior da bacia; através de
arquivo no formato “.txt” inserido no QGIS.
Para tanto, os seguintes objetivos específicos foram traçados:

• Adicionar e manipular diferentes camadas para representar a bacia de forma clara e


objetiva através de um layout;

• Capturar as coordenadas dos pontos a serem localizados através da ferramenta de


captura de coordenadas do QGIS, para, através do arquivo “.txt”, criar uma camada
com tais pontos; e

• Elaborar um fluxograma com as etapas seguidas e as ferramentas utilizadas na


realização do relatório.

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3 METODOLOGIA
3.1 Caracterização da área de estudo
A bacia hidrográfica do rio Japaratuba é uma das oito sub-bacias do estado de Sergipe,
possui uma área de 1.674,24 km2 , equivalente a 7,65% do território estadual, e abrange
dezoito municípios sergipanos. O curso de água principal é o rio Japaratuba com uma
extensão de 113,21 km, que tem sua nascente na Serra da Boa Vista, na divisa entre os
municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso, e deságua no Oceano Atlântico, no município
de Pirambu Os principais afluentes são os rios Japaratuba-Mirim, Lagartixo, Siriri, Cancelo
e Riacho do Prata. Ressalta-se que, por sofrer influência do clima semiárido, na parte alta
da bacia o rio é intermitente e, à medida que avança em direção ao litoral, passa por uma
planície larga, onde se desenvolve o cultivo da cana-de-açúcar (SERGIPE, 2015).
O clima na bacia varia de subúmido, com estação chuvosa no inverno (abril a agosto),
a semiárido, com elevados valores de evapotranspiração potencial durante a primavera,
o verão e o outono, e alta umidade somente nos meses de inverno. Cerca de 10% de sua
área pertencem à região semiárida, 30%, à porção litoral úmido e 60% estão localizados
no agreste. A temperatura média anual na bacia é de 25 ◦ C, com umidade relativa do ar
de 74% e precipitação média anual de 1.270 mm. A altitude na bacia varia do máximo de
289,0 m até a cota de 1,0 m, registrada em sua foz. Assim, a declividade média, parâmetro
essencial para o cálculo do tempo de resposta dos eventos chuvosos, é de 0,0040 m/m
(CRUZ, 2009; ARAGÃO et al., 2011; MAYNARD; CRUZ; GOMES, 2017).
Abrigando o maior campo petrolífero terrestre do país, o campo de Carmópolis, que
possui mais de 150 km2 de área superficial e 1.200 poços perfurados, a bacia do rio Japa-
ratuba tem importância estratégica para a economia do estado de Sergipe. Contrastando
com o desenvolvimento trazido pela extração petrolífera, a atividade provoca degradações
ambientais na biota do rio, devido ao despejo inadequado das águas residuárias do processo
de exploração (CRUZ, 2009).

3.2 Utilização do QGIS


O software Quantum GIS, alimentado com dados (shapes) do Atlas, foi utilizado para a
localização dos pontos geográficos: ponto de coleta no interior da bacia e de monitoramento
na foz do rio Japaratuba. Para tanto, algumas ferramentas do programa foram utilizadas
como, por exemplo:
• Adição de camadas em forma de vetor: shapes (i) do Brasil, (ii) das bacias
hidrográficas do Estado de Sergipe e (iii) da hidrografia do Estado;
• Seleção de feição específica através da Tabela de Atributos da camada, para
salvar como nova camada: extração da bacia hidrográfica do rio Japaratuba da
camada das bacias hidrográficas do Estado para salvá-la como uma nova camada;

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• Utilização da ferramenta “Diferença” sequencialmente para a obtenção da
hidrografia da bacia hidrográfica do rio Japaratuba isoladamente: com as camadas
da hidrografia do Estado como “entrada” e a da BH do rio Japaratuba como “saída”,
foi criada uma camada temporária que representa a hidrografia do Estado descontada
a hidrografia da BH Japaratuba. Em seguida, foi feito o mesmo procedimento com
a hidrografia do Estado como “entrada” e a temporária como “saída”, resultado na
hidrografia isolada da BH Japaratuba;

• Adição de vetor delimitado por texto: com as coordenadas UTM capturadas


anteriormente, foi salvo um arquivo “.txt”, que foi adicionado no QGIS como um
vetor temporário. Salvando como nova camada, os pontos geográficos foram obtidos
em formato “.shp” (shapefile).

Ressalta-se que outras ferramentas foram utilizadas, como alteração de propriedades


das camadas, para melhor visualização do layout que será demonstrado nos resultados.
Para a elaboração deste, foram inseridos mapas representativos, com suas devidas escalas,
assim como a legenda, as informações do DATUM e a orientação do Norte geográfico. O
fluxograma (Figura 1) demonstra resumidamente as ferramentas utilizadas e os subprodutos
obtidos para a localização dos pontos geográficos.
Quanto aos dados utilizados para a localização dos pontos geográficos, eles se classificam,
basicamente, em vetores do tipo cadastral, visto que eles trazem informações cadastrais
referentes ao que se quer representar (nome, área da bacia, extensão do curso de água,
etc.)

Figura 1: Fluxograma para a localização dos pontos requeridos

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O mapa com a localização dos pontos geográficos de interesse está representado na
Figura 2. A bacia hidrográfica do rio Japaratuba foi localizada partindo do território
brasileiro, demonstrando-se os pontos de interesse: o ponto de coleta no interior da bacia
e o ponto de monitoramento na foz do rio.

Figura 2: Localização dos pontos de monitoramento foz) e de coleta (interior da bacia)

Observa-se ainda a hidrografia resumida da bacia, extraída do shape da hidrografia do


Estado. O sistema de coordenadas utilizado foi o SIRGAS 2000, UTM Zona 24S, conforme
demonstrado na Figura 2.

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5 CONCLUSÃO
O relatório apresenta a metodologia utilizada para a localização de pontos de interesse
(ponto de coleta e de monitoramento) em uma bacia hidrográfica com o uso do software
Quantum GIS.
Utilizando-se informações georreferenciadas (vetores) da bacia em estudo, foi possível
elaborar um mapa de localização dos pontos requisitados com precisão, rapidez e simpli-
cidade adequadas, demonstrando a aplicabilidade da ferramenta para diversos tipos de
estudo, desde o simples monitoramento até modelagens computacionais mais complexas.

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Referências
ARAGÃO, R. et al. Mapeamento do potencial de erosão laminar na bacia do rio
Japaratuba, SE, via SIG. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, scielo,
v. 15, p. 731 – 740, 07 2011. ISSN 1415-4366. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci\_arttext&pid=S1415-43662011000700012&nrm=iso>.

CRUZ, M. Caracterização da bacia do rio japaratuba em sergipe com auxílio de


geotecnologias. In: . [s.n.], 2009. p. 617624. Disponível em: <http://www.ipabhi.org/
serhidro/anais/anais2009/doc/pdfs/p86.pdf>.

CâMARA, G.; DAVIS, C. Introdução. In: CâMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO,
A. M. V. (Ed.). Introdução à Ciência da Geoinformação. São José dos Campos:
INPE, 2001, (Geoinformática: Teoria e Aplicações, 1). Disponível em: <http:
//www.dpi.inpe.br/gilberto/livro/introd/cap1-introducao.pdf>. Acesso em: 07 set. 2019.

LEAL, A. C. Gestão das aguas no Pontal do Paranapanema - São Paulo.


Tese (Doutorado) — Universidade Estadual de Campinas, 2000. Disponível em:
<http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/287348>.

MARTINS, L. C. Vazão máxima em pequena bacia hidrográfica parcialmente urbanizada


em Uberlândia - MG. Tese (Doutorado) — Universidade Federal de Uberlândia, 2017.
Disponível em: <http://www.ppgmq.iciag.ufu.br/sites/ppgmq.iciag.ufu.br/files/Disserta\
\%C3\\%A7\\%C3\\%A3o\_Lorraine\\%20Campos\\%20Martins\_PPGMQ.pdf>.

MAYNARD, I. F. N.; CRUZ, M. A. S.; GOMES, L. J. Aplicação de um índice de


sustentabilidade na bacia hidrográfica do rio Japaratuba em Sergipe. Ambiente Sociedade,
scielo, v. 20, p. 201 – 220, 06 2017. ISSN 1414-753X. Disponível em: <http://www.scielo.
br/scielo.php?pid=S1414-753X2017000200201&script=sci\_arttext&tlng=pt>.

SERGIPE. Relatório de Resumo Executivo: Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba,


institution = Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SERGIPE),
series = Elaboração dos planos das bacias hidrográficas dos rios Japaratuba, Piauí e
Sergipe, address = Aracaju, SE, pages = 63,. [S.l.], 2015.

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