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RELATÓRIO FINAL

ESTUDO DE VIABILIDADE DO
PARQUE ZOOLÓGICO DE SAPUCAIA
DO SUL – CONSULTA PÚBLICA
Glossário
Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos
AGERGS
Delegados do Rio Grande do Sul.

AGU Advocacia Geral da União.

BACEN Banco Central do Brasil.

Garantia de execução de proposta, garante ao Estado os


Bid Bond custos decorrentes da não assinatura do contrato pelo
vencedor da licitação.

Controladoria e Auditoria Geral do Estado do Rio Grande


CAGE
do Sul.

Do Inglês - Capital Expenditure, é o custo do


CAPEX
Investimento.

CAPM Capital Asset Pricing Model – Custo do Capital Próprio.

CDI Certificado de Depósito Interbancário.

CETAS Centro de Triagem de Animais Silvestres.

CETIP Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos.

CF Constituição Federal Brasileira de 1.988.

Comitê Gestor do Programa de Aproveitamento e Gestão


CGPAGI
dos Imóveis.

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Conselho Gestor do Programa de Concessões e de
CGPCPPP
Parcerias Público-Privadas.

CLT Consolidação das Leis de Trabalho.

Contribuição para o Financiamento da Seguridade


COFINS
Social.

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Ato pelo qual uma pessoa coletiva de direito público


encarrega outra entidade, que costuma ser particular, de
explorar certo serviço público de caráter empresarial,
concessão
serviço do qual tinha exclusividade. A pessoa que
concede assume o risco, e transfere temporariamente
para ela o exercício dos direitos correspondentes.

Concessão Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente.

Conservação fora do lugar de origem, é o processo de


proteção de espécies em perigo de extinção, de plantas
Conservação ex situ e animais pela remoção de parte da população do habitat
ameaçado e transportando-as para uma nova
localização.
Conservação de ecossistemas e habitats naturais e de
manutenção e recuperação de populações viáveis de
Conservação in situ espécies em seus meios naturais e, no caso de espécies
domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham
desenvolvido suas propriedades características.

Consórcio formado por KPMG, Manesco e Planos


Consórcio
Engenharia.

CORSAN Companhia Riograndense de Saneamento.

CPI Consumer Price Index – Inflação americana.

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CSLL Contribuição Social sobre Lucro Líquido.

DRH Departamento de Recursos Hidrícos.

Earnings before Tax – Lucro Tributável antes dos


EBT
Impostos.

EMPLASA Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano.

Estado Referência ao Estado do Rio Grande do Sul.

Estudo de Viabilidade Econômico Financeira do Parque


Estudo
Zoológico de Sapucaia do Sul.

FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental.

FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

FJZB Fundação Jardim Zoológico de Brasilia.

Ferramenta que controla a movimentação financeira (as


Fluxo de Caixa entradas e saídas de recursos financeiros), em um
período determinado, de uma empresa.
Método para avaliar a riqueza econômica de uma
empresa dimensionada pelos benefícios de caixa a
Fluxo de Caixa
serem agregados no futuro e descontados por uma taxa
Descontado
de atratividade que reflete o custo de oportunidade dos
provedores de capital.

FZB Fundação Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul.

FZB–BH Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte.

Governo Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

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Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
IBAMA
Naturais Renováveis.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

IDH Índice de Desenvolvimento Humano.

IGP-M Índice Geral de Preços do Mercado.

INEG Instituto Nacional de Estadística y Geografia do Mexico.

INSS Instituto Nacional do Seguro Social.

IPCA Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

IR Imposto de Renda.

ISS Imposto sobre Sobre Serviço de qualquer natureza.

LC Lei Complementar.

OJN Orientação Jurídica Normativa.

Do inglês Operational Expenditure, são as despesas


OPEX
operacionais.

PAGI Programa de Aproveitamento e Gestão Imóveis.

Programa de Concessões e de Parcerias Público-


PCPPP
Privadas do Estado do Rio Grande do Sul.

Seguro-garantia utilizada no Direito Administrativo


Performance Bond brasileiro como forma de assegurar a plena execução do
contrato.

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PFE Procuradoria Federal Especializada.

PGE Procuradoria Geral do Estado.

PIB Produto Interno Bruto.

PIS Programa de Integração Social.

Parceria Público-Privada: modalidade de contratação


PPP pública que pode ser através de concessão
administrativa ou concessão patrocinada.

Projeto de Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia


Projeto
do Sul.

QID Quadro de Indicadores de Desempenho.

Rb Prêmio pelo Risco Brasil.

Rc Risco de crédito.

Rf Taxa Livre de Risco.

Rm Prêmio pelo Risco de Mercado.

RMPA Região Metropolitana de Porto Alegre.

RS Estado do Rio Grande do Sul.

SELIC Sistema Especial de Liquidação de Custódia.

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Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SEMA
do Estado do Rio Grande do Sul.

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos


SEMARH
Hídricos do Distrito Federal.

SIOUT Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul.

SPE Sociedade de Propósito Específico.

Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão do


SPGG
Governo do Rio Grande do Sul.

SZB Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil.

T-bond Treasury Bond - títulos do Tesouro Americano.

Taxa Interna de Retorno é uma taxa de desconto


hipotética que, quando aplicada a um Fluxo de Caixa, faz
TIR com que os valores das despesas, trazidos ao valor
presente, seja igual aos valores dos retornos dos
investimentos, também trazidos ao valor presente.

TJLP Taxa de Juros a Longo Prazo.

Site do Governo do Estado do Rio Grande do Sul que


Transparência RS atua na disponibilização dos dados referentes as contas
públicas estaduais.
A Universidade Nacional Maior de São Marcos é uma
Universidad Nacional
universidade pública peruana com sede na capital do
Mayor de San Marcos
país, Lima.

VPL Valor Presente Líquido.

WACC Custo Médio Ponderado do Capital.

WAZA Associação Mundial de Zoológicos e Aquários.

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Zoo Abreviação para Zoológico em geral.

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Conteúdo
1 Introdução 18

1.1 Contexto 18

1.2 Estrutura do Documento 18

2 Parques Zoológicos 20

2.1 O que é um Parque Zoológico 20

2.2 Visão Geral dos Parques Zoológicos no Brasil 21

2.3 O Parque Zoológico de Sapucaia do Sul 23

2.3.1 Localização 23

2.3.2 Organização 26

2.3.3 Níveis Hierárquicos 28

2.3.1 Visitação 30

2.3.2 Plantel 31

2.3.3 Instalações 32

3 Benchmarking 33

3.1 Zoológicos Internacionais 33

3.1.1 Zoológico y Safari de Guadalajara, México 33

3.1.2 Parque Zoológico de Huachipa, Lima, Peru 39

3.1.3 BioParque Tamaikèn, Belén de Escobar, Argentina 42

3.2 Zoológicos no Brasil 46

3.2.1 Zoológico de Belo Horizonte, Minas Gerais 46

3.2.2 Zoológico de Brasília, Distrito Federal 49

3.2.3 Beto Carrero Zoo, Penha, Santa Catarina 50

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3.2.4 Zoológico de Pomerode, Pomerode, Santa Catarina 52

3.2.1 Aquário de São Paulo, São Paulo, São Paulo 54

3.3 Comparativo entre os Zoológicos Brasileiros 56

4 Matriz de Riscos 58

4.1 Análise de Risco 58

5 Modelo de Negócios 98

5.1 Seguros e Garantias 100

5.1.1 Garantia e manutenção de proposta: Garantia da proposta ou Bid Bond 100

5.1.2 Garantia de fiel cumprimento de obrigações contratuais durante a operação: Garantia


de Execução ou Performance Bond 100

5.1.3 Seguros a serem contratados pela Concessionária 100

5.2 Quadro de Indicadores de Desempenho 101

5.2.1 Indicador de Qualidade 103

5.2.2 Indicador de segurança 105

5.2.3 Indicador de sustentabilidade socioambiental 107

5.2.4 Indicador de performance financeira 108

5.3 Análise da adequação orçamentária do projeto 109

5.3.1 Situação Orçamentária do Estado do Rio Grande do Sul 110

6 Análise de viabilidade econômico-financeira. 111

6.1 Metodologia 111

6.1.1 Fluxo de caixa descontado 111

6.1.2 Taxa Interna de Retorno 112

6.1.3 Metodologia de Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial 113

6.2 Premissas Gerais 115

6.2.1 Horizonte de projeção 115

6.2.1 Premissas macroeconômicas 115

6.2.2 Moeda 116

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6.3 Premissas Operacionais 116

6.3.1 Receita 116

6.3.2 Custos e Despesas 119

6.3.1 Investimento 125

6.3.2 Depreciação / Amortização 131

6.3.3 Receitas Financeiras 131

6.3.4 Impostos 132

6.3.5 Financiamento 134

6.4 Resultados Financeiros do Estudo 135

6.4.1 Análise das margens EBITDA e Líquida 136

6.4.2 Outorga 137

6.4.3 Análise de Sensibilidade 137

7 Modelagem jurídica 140

7.1 Poder Concedente 141

7.1.1 Fundação Zoobotânica – FZB 143

7.1.2 Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMA 145

7.1.3 Concessão do Zoológico pela SEMA, antes da extinção da FZB 147

7.2 Regulação da Execução Contratual 148

7.2.1 Competências Normativas 148

7.2.2 Competências de Fiscalização, Apenamento e Apreciação de Pleitos 157

7.3 Fase Preparatória e Acompanhamento da Execução Contratual 161

7.3.1 Concessão de Serviços Públicos 161

7.3.2 Concessão de Bem Público (com aplicação subsidiária do procedimento para


concessões de serviços públicos) 164

7.3.3 Concessão de bem público (com aplicação de procedimento administrativo


próprio) 165

7.3.4 Concessão de bem público (com adoção do procedimento previsto no Programa de


Aproveitamento e Gestão de Imóveis - PAGI) 167

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8 Considerações e Conslusões 169

8.1 Considerações 169

8.2 Conclusões 169

ANEXOS 170

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Índice de Figuras
Figura 1 – Parques zoológicos e aquários no Brasil. .................................................... 22
Figura 2 – Números de Zoológicos e aquários no país por região ................................ 22
Figura 3 – Porcentagem de zoológicos existentes no Brasil pelo modelo de
administração.............................................................................................................. 23
Figura 4 – Mapa Rodoviário de acesso ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul......... 24
Figura 5 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul24
Figura 6 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul25
Figura 7 – Zoneamento Atual do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ....................... 26
Figura 8 – Estrutura Organizacional do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ............. 27
Figura 9 – Dados geográficos e estatísticos da Região Metropolitana de Porto Alegre 33
Figura 10 – Mapa do Zoológico de Guadalajara ........................................................... 34
Figura 11 – Pacotes promocionais no Zoológico de Guadalajara .................................. 35
Figura 12 – Souvenirs no Zoológico de Guadalajara ..................................................... 36
Figura 13 – Fazendinha no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à
parte ........................................................................................................................... 36
Figura 14 – Pinguinário sendo esta uma atração paga à parte ..................................... 37
Figura 15 – Aquário sendo esta uma atração paga à parte .......................................... 37
Figura 16 – Safári no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à parte . 38
Figura 17 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara ......................... 38
Figura 18 – Zoológico de Huachipa.............................................................................. 39
Figura 19 – Valor do Ingresso no Zoológico de Huachipa ............................................ 40
Figura 20 – Trenzinho atração paga à parte ................................................................. 40
Figura 21 – Parque de diversões, atração paga à parte................................................ 41
Figura 22 – Parque dos dinossauros, atração paga à parte .......................................... 41
Figura 23 – Loja de Souvenirs, atração paga à parte .................................................... 42
Figura 24 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara ......................... 42
Figura 25 – Zoológico de Temaikèn ............................................................................. 43
Figura 26 – Ingressos no Zoológico de Temaikèn........................................................ 44
Figura 27 – Atrações no Zoológico de Temaikèn ......................................................... 44
Figura 28 – Cinema 360º, atração paga à parte............................................................ 45
Figura 29 – Bosque dos Dinossauros, atração paga à parte......................................... 45

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Figura 30 – Parque das aves, atração paga à parte ...................................................... 46
Figura 31 – Resumo das características do Zoológico de Temakièn ............................ 46
Figura 32 – Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica .................................... 47
Figura 33 – Aquário, atração paga à parte.................................................................... 47
Figura 34 – Borboletário, atração paga à parte............................................................. 48
Figura 35 – Expedição Coruja, atração paga à parte..................................................... 48
Figura 36 – Resumo das características do Zoológico de Belo Horizonte. ................... 49
Figura 37 – Zoológico de Brasília ................................................................................. 49
Figura 38 – Atividades oferecidas pelo Zoológico de Brasília. ...................................... 50
Figura 39 – Resumo das características do Zoológico de Brasília. ............................... 50
Figura 40 – Oficina de Observação de Aves no Zoológico de Brasília. ......................... 51
Figura 41 – Resumo das características do Beto Carrero Zoo. .................................... 52
Figura 42 – Zoológico de Pomerode ............................................................................ 52
Figura 43 – Tabela de Preços do Zoológico de Pomerode ........................................... 53
Figura 44 – Resumo das características do Zoológico de Pomerode. .......................... 54
Figura 45 – Aquário de São Paulo ................................................................................ 54
Figura 46 – Restaurante do Aquário de São Paulo, cobrado à parte............................. 55
Figura 47 – Jurassic Aquarium, cobrado à parte. ......................................................... 55
Figura 48 – Cinema 7D, cobrado à parte. .................................................................... 55
Figura 49 – Aquário Abaixo de Zero, cobrado à parte. ................................................. 56
Figura 50 – Resumo das características do Aquário de São Paulo. .............................. 56
Figura 51 – Modelo de Negócios da Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do
Sul. ............................................................................................................................. 98
Figura 52 – Grupo de Indicadores de Desempenho .................................................. 102
Figura 53 - Quadro de Indicadores: Indicador de Qualidade....................................... 102
Figura 54 - Quadro de Indicadores: Indicador de Segurança ...................................... 103
Figura 55 - Quadro de Indicadores: Indicador de Sustentabilidade ............................ 103
Figura 56 – Quadro de Indicadores: Indicador de Performance Financeira ................ 103
Figura 57 – Relação entre Receitas e Despesas do Estado do Rio Grande do Sul. .... 110
Figura 58 – Representação esquemática do cálculo do fluxo de caixa ....................... 112
Figura 59 – Fluxo de caixa do acionista ..................................................................... 112
Figura 60 – Composição da Receita Total.................................................................. 116
Figura 61 – Composição da Receita Tarifária ............................................................. 116

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Figura 62 - Receita Tarifária ....................................................................................... 118
Figura 63 – Receita Acessória ................................................................................... 119
Figura 64 – Receita Total........................................................................................... 119
Figura 65 – Custos e despesas operacionais da Concessão no período de 30 anos por
categoria ................................................................................................................... 120
Figura 66 – Custos de mão de obra durante os 30 anos de Concessão .................... 121
Figura 67 – Despesas Complementares durante os 30 anos da Concessão do Parque
Zoológico. ................................................................................................................. 122
Figura 68 – Custos de Mão de Obra das Atrações durante os 30 anos da Concessão do
Parque Zoológico. ..................................................................................................... 123
Figura 69 – Comparativo de desembolso anual para as categorias de investimento . 125
Figura 70 – Cronograma de investimentos em reposição de plantel de animais........ 126
Figura 71 – Desembolso anual dos grupos que integram a categoria de investimento
em obras................................................................................................................... 128
Figura 72 – Projeção do investimento em equipamentos e sistemas ........................ 128
Figura 73 – Projeção de investimento em veículos ................................................... 129
Figura 74 – Projeção de investimento em veículos das atrações ............................... 130
Figura 75 – Projeção de investimentos em plantel .................................................... 130
Figura 76 – Depreciação durante a Concessão .......................................................... 131
Figura 77 – Tributos Sobre a Receita durante a concessão ....................................... 132
Figura 78 – ISS durante a concessão. ....................................................................... 133
Figura 79 – Tributos sobre o lucro durante a concessão............................................ 133
Figura 80 – Fluxo de caixa livre do projeto................................................................. 136
Figura 81 – EBITDA e margem EBITDA .................................................................... 136
Figura 82 – Lucro líquido e margem de lucro líquido ................................................. 137
Figura 83 – Fluxograma dos entes e procedimentos envolvidos na Concessão do
Zoológico. ................................................................................................................. 163

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Índice de Tabelas
Tabela 1 – Staff técnico do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ............................... 30
Tabela 2 – Cobrança pela entrada de veículos no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul
................................................................................................................................... 31
Tabela 3 – Tabela comparativa de Zoológicos no Brasil. .............................................. 57
Tabela 4 – Riscos da licitação ...................................................................................... 59
Tabela 5 – Riscos dos projetos de engenharia............................................................. 62
Tabela 6 – Riscos de construção ................................................................................. 64
Tabela 7 – Riscos na fase de operação ....................................................................... 73
Tabela 8 – Riscos econômico-financeiros .................................................................... 87
Tabela 9 – Riscos Institucionais .................................................................................. 91
Tabela 10 – Riscos ambientais e sociais...................................................................... 94
Tabela 11 – Critério para definição do indicador de qualidade.................................... 104
Tabela 12 – Métrica para apuração dos subindicadores de qualidade ........................ 105
Tabela 13 - Critério para definição do indicador de segurança ................................... 106
Tabela 14 - Métrica para apuração dos subindicadores de segurança ....................... 107
Tabela 15 - Métrica para apuração dos subindicadores de sustentabilidade
socioambiental .......................................................................................................... 108
Tabela 16 – Métrica para apuração do indicador de performance financeira .............. 109
Tabela 17 – Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial. .................................... 115
Tabela 18 – Projeções macroeconômicas. ................................................................ 116
Tabela 19 – Tipos de Bilhetes do Parque Zoológico Sapucaia do Sul ......................... 117
Tabela 20 – Tarifa de Estacionamento por tipo de veículo ......................................... 118
Tabela 21 – Cronograma de Investimentos Obrigatórios ........................................... 126
Tabela 22 - Cronograma de Investimentos Não Obrigatórios .................................... 127
Tabela 23 - Condições Financiamento ....................................................................... 134
Tabela 24 – Resumo dos resultados da modelagem econômico-financeira ............... 135
Tabela 25 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX).................................... 138
Tabela 26 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX) ................................. 138
Tabela 27 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX).................................... 139
Tabela 28 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX) ................................. 139

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1 Introdução

O presente documento, designado por Estudo de Viabilidade da Concessão do Parque


Zoológico Sapucaia do Sul, foi preparado no âmbito do contrato entre o Consórcio
KPMG/Manesco/Planos Engenharia com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul
para apoio na estruturação do Programa de Concessões e PPP e estruturação de 3
projetos de concessão de rodovias e do Parque Zoológico de Sapucaia.

1.1 Contexto
Este relatório é parte integrante do Produto 6 “Modelagem do Projeto 2”, referente a
modelagem da Concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul. O Produto 6 completo
é composto por este relatório de viabilidade econômico-financeira e jurídica e pelos
Estudos Técnicos de Engenharia:
 Estudos Técnicos de Engenharia, composto por 3 volumes:
- Volume 1: Estudos de Demanda
- Volume 2: Estudos de Engenharia
 Tomo I: Estudos Ambientais
 Tomo II: Cadastro Geral do Zoológico
 Tomo III: Intervenções Propostas
- Volume 3: Modelo Operacional.

1.2 Estrutura do Documento


O presente documento encontra-se estruturado com base nos seguintes capítulos:
 Parques Zoológicos (Capítulo 2) - Este capítulo inclui uma introdução sobre
zoológicos no Brasil e o Overview do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul bem
como a descrição da situação atual.
 Benchmarking (Capítulo 3) – Este capítulo tem como objetivo ilustrar o modelo
de negócios de zoológicos internacionais.
 Matriz de Riscos (Capítulo 4) - Este capítulo tem como objetivo identificar os
principais riscos aos quais a Concessionária e o Poder Concedente estarão
expostos ao longo da vigência do contrato de Concessão.
 Modelo de Negócios (Capítulo 5) - Este capítulo tem como objetivo apresentar
qual o Modelo de Negócio para o Projeto.
 Análise de viabilidade Econômico-Financeira (Capítulo 6) – Neste capítulo
apresenta-se a análise financeira do Projeto em função do Modelo de Negócio
identificado como o mais adequado. Este capítulo inclui ainda, o detalhe das
premissas consideradas na Análise de viabilidade Econômico-Financeira do
Projeto.
 Modelagem jurídica (Capítulo 7) – Este capítulo tem como objetivo apresentar os
maiores riscos jurídicos para o Projeto.

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 Conclusão (Capítulo 8) - Neste capítulo apresentam-se as principais conclusões
e considerações decorrentes do nosso trabalho.

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2 Parques Zoológicos

2.1 O que é um Parque Zoológico


Atuamente o conceito de zoológico é mais amplo do que apenas coleções de animais
selvagens em cativeiro para fins de recreação. Devem contemplar outros espectros,
como educação e conservação, além de atender requisitos pré-definidos por leis
federais e estaduais de caráter ambiental.
Empreendimentos de zoológicos e aquários podem ser rentáveis, mas acima de tudo
ecologicamente corretos e bem vistos pela opinião pública.
De acordo com a Associação Mundial de Zoos e Aquários (WAZA) e a Sociedade de
Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB) 1, os zoológicos e aquários são as instituições que
podem operar no espectro total das atividades de conservação, desde a reprodução ex
situ de espécies ameaçadas, à investigação científica, educação do público e formação,
bem como, exercer influência e advogar em apoio à conservação in situ das espécies,
populações e seus habitats.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA
(http://www.ibama.gov.br/), define jardim zoológico em sua instrução normativa 7, de 30
de abril de 2015:
“Artigo 10 - Jardim Zoológico: empreendimento de pessoa jurídica, constituído de
coleção de animais silvestres mantidos vivos em cativeiro ou em semi liberdade e
expostos a visitação pública, para atender a finalidades científicas, conservacionistas,
educativas e socioculturais.”
Os zoológicos modernos são regidos por 5 eixos/pilares:
 Educação ambiental;
 Pesquisa;
 Conservação da biodiversidade;
 Recreação;
 Influência em decisões políticas.

Para atender aos requisitos da WAZA e da SZB é necessário observar os indicadores conforme
quadro abaixo:
1. Populações de espécies selvagens cada vez mais asseguradas;
2. Aumento das áreas/volumes de habitat natural seguro e sustentável;
3. Aumento do conhecimento e aplicação da biologia das espécies, da ecologia e
da ciência da conservação;
4. Maior consciencialização política sobre assuntos ambientais com melhores
decisões “amigas do ambiente” e crescentes prioridades de conservação;

1
Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil. Disponível em: http://www.szb.org.br.

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5. Crescente espectro de ação nas áreas de habitat através da formação, educação
e conscientização do público.

As premissas da WAZA e da SZB, seus indicadores e finalmente os pilares dos zoológicos


modernos tiveram origem na Conferência Mundial RIO 92 com a “Convenção sobre a
Biodiversidade”, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.
O Artigo 9.º da Convenção sobre a Biodiversidade que trata da Conservação ex situ estabelece
que:
“[...] tanto quanto for possível e apropriado, e predominantemente com o propósito
de complementar medidas de conservação in situ:
a) Adotar medidas para conservação ex situ dos componentes da biodiversidade,
de preferência no seu país de origem;
b) Estabelecer e manter instalações para a conservação ex situ e fazer
investigação sobre plantas, animais e microrganismos, de preferência no país
de origem dos recursos genéticos;
c) Adotar medidas para a recuperação e reabilitação de espécies selvagens
ameaçadas, bem como para a sua reintrodução nos seus habitats de origem
sob condições apropriadas;
d) Regular e gerir a recolha de recursos biológicos dos habitats naturais para a
conservação ex situ, de forma a não ameaçar os ecossistemas e as populações
de espécies in situ, exceto onde sejam necessárias medidas temporárias ex
situ, de acordo com a alínea (c);
e) Cooperar no auxílio financeiro e outros para a conservação ex situ de acordo
com as alíneas (a) a (d), e no estabelecimento e manutenção de instalações
para conservação ex situ nos países em desenvolvimento.”

2.2 Visão Geral dos Parques Zoológicos no Brasil


Segundo a Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil (SZB), existem 116
instituições no Brasil entre zoológico e aquários, sendo 106 zoológicos e 10 aquários,
conforme Figura 1.

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Figura 1 – Parques zoológicos e aquários no Brasil.

Fonte: Google, 2017.

Ainda segundo dados da SZB, a Região Sudeste concentra mais de 50% dos zoológicos
do país e mais de 80% dos aquários, Figura 2. Das capitais brasileiras nove não
possuem jardim zoológico.
Figura 2 – Números de Zoológicos e aquários no país por região

59

22

10 9
8
6
2

Região Sudeste Região Nordeste Região Centro Região Sul Região Norte
Oeste

Zoológicos Aquários

Fonte: Sociedade de Zoológicos e Aquários no Brasil.

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Dentre os modelos de administração, segundo dados da SZB, mais de 50% dos
zoológicos são administrados pelas prefeituras municipais e 81% destes não cobram
ingresso, sendo sua única fonte de renda o repasse pela prefeitura. A Figura 3 demostra
a distribuição do modelo de administração nos zoológicos existentes no Brasil.
Figura 3 – Porcentagem de zoológicos existentes no Brasil pelo modelo de
administração

Outros
8%
Fundação
7%

Municipal
Particular
55%
25%

Estadual
5%

Fonte: Sociedade de Zoológicos e Aquários no Brasil.

Importante ressaltar que o número de zoológicos privados no Brasil vem crescendo ano
a ano e representa uma tendência, uma vez que a Administração Pública vem
enfrentando dificuldades orçamentárias e o zoológico muitas vezes representa mais um
custo, conforme dito anteriormente.

2.3 O Parque Zoológico de Sapucaia do Sul


O Parque Zoológico de Sapucaia do Sul existe desde 1962 e está vinculado à Fundação
Zoobotânica do Rio Grande do Sul desde 1973, segundo informações disponíveis no
em seu site 2. O Parque Zoológico possui hoje uma área de 780 hectares, dos quais 615
pertencem a Reserva Florestal Padre Balduíno Rambo e 165 hectares ao zoológico
propriamente dito.

2.3.1 Localização
O Parque Zoológico fica situado na BR 116, parada 41, no município de Sapucaia do
Sul – RS, a 32 km do centro de Porto Alegre.

2
Site: http://www.zoo.fzb.rs.gov.br, consultado em maio de 2017.

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Figura 4 – Mapa Rodoviário de acesso ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Google.

Figura 5 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Consórcio.

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Figura 6 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

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Figura 7 – Zoneamento Atual do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

2.3.2 Organização
Além da visitação, o zoológico também realiza atividades de educação ambiental e
reprodução em cativeiro de espécies silvestres tanto da fauna nativa quanto exótica,
além de espécies ameaçadas de extinção. Para tanto, a instituição mantém uma
estrutura organizacional dividida em quatro níveis hierárquicos: diretoria executiva,
divisões, seções e setores.

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Figura 8 – Estrutura Organizacional do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

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2.3.3 Níveis Hierárquicos
Os níveis hierárquicos serão descritos abaixo para as Divisões Técnicas, Seções e
setores específicos.

2.3.3.1 Divisão Técnica da Área Animal


Coordena e supervisiona as atividades executadas pelas seções de Zoologia,
Veterinária e Nutrição.
 Seção de Zoologia: Coordena e supervisiona as atividades executadas
pelos setores de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Controla o acervo
faunístico da instituição, tanto sob o aspecto científico como educacional.
Esta atividade se desdobra, entre outras coisas, no manejo dos animais
sob cuidados humanos, especialmente ao que se refere à criação e
reprodução de espécies.
- Setores de Aves, Mamíferos, Répteis e Anfíbios: Coordenam e
executam as respectivas atividades de manejo, como limpeza de
recintos, alimentação, reprodução e bem estar animal.
 Seção de Veterinária: Coordena todas as atividades do hospital,
triagem e quarentenário, desde de programas de cuidados veterinários
médicos e preventivos, até aspectos burocráticos e de pessoal.
- Setores de Triagem e Quarentenário: Recebe, trata e destina os
animais silvestres de vida livre, resgatados de situação de risco ou
impossibilitados de sobreviverem na natureza temporária ou
definitivamente. Também abriga novas aquisições do Zoo no período
de quarentena.
- Setor do Hospital Veterinário: Realiza serviços de medicina
preventiva e atendimento clínico e cirúrgico dos animais do Zoo.
Dispõe de um hospital laboratório, ambulatório, sala cirúrgica, setor
de internação, quarentena e serviço radiológico.
 Seção de Nutrição: Executa todas as tarefas que possibilitam a
alimentação dos animais do Parque Zoológico, seja desde o recebimento
o alimento, sua armazenagem, elaboração de dietas, preparação e
distribuição de animais.
- Setor de Controle, Preparação e Distribuição de alimentos:
Compete qualificar, quantificar, estocar, preparar, distribuir e
higienizar os alimentos aos animais do Zoo e manter a limpeza e
higienização do material envolvido no processo.
- Setor Bioetério: Compete realizar a criação de animais de
biotério que serão utilizados na alimentação dos animais do
plantel do Parque Zoológico.

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2.3.3.2 Divisão de Apoio Operacional
Coordena e supervisiona as atividades planejadas e executadas pelas seções de Áreas
Verdes e Manutenção e Conservação.
 Seção de Manutenção e Conservação: Realiza levantamentos de
necessidades de infraestrutura; executa projetos e fiscaliza obras.
Coordena a construção e conservação de recintos, prédios, móveis e
utensílios, a produção de madeira, a fabricação de telas, e os serviços de
hidráulica e elétrica.
- Setor de Limpeza: Realiza o recolhimento do lixo seco e orgânico
produzido no parque e a limpeza de áreas de visitação e de
repartições administrativas.
- Setor de Oficinas e Manutenção: Realiza a manutenção e
conservação dos veículos e equipamentos e administra o serviço
de logística do parque.
 Seção de Áreas Verdes: Planeja e supervisiona as atividades realizadas
pelo Setor de Lavouras e Horta e Setor de Ajardinamento e Silvicultura,
quanto ao preparo, manejo e conservação do solo; semeaduras e
plantios de cultura forrageiras anuais e perenes, produção de mudas
ornamentais; atividades paisagísticas; tratos culturais; podas e colheitas.
- Setor de Ajardinamento e Silvicultura: Mantém os gramados e
elabora canteiros com plantas ornamentais e seus respectivos
tratos culturais. Realiza podas de condução e de formação de
plantas nos canteiros e demais espaços de visitação. Produz
mudas de plantas ornamentais e composto orgânico.
- Setor de Lavouras e Horta: Realiza o preparo do solo, o plantio
de culturas anuais e perenes, os tratos culturais, a colheita e a
distribuição destes alimentos aos animais.
 Seção de Administração: Coordena os serviços de compras, vigilância
e almoxarifado e prestação de serviços do Setor de Atendimento ao
Público e as atividades administrativas realizadas pelo Setor de
Administração e Finanças.
- Setor de Atendimento ao Público: Realiza o atendimento ao
público visitante do parque e a venda de ingressos e material de
divulgação institucional, além de oferecer o serviço de guarda-
volumes.
- Setor de Administração e Finanças: Realiza o serviço de
tesouraria, controle de receitas, efetua pedidos de liberação de
recursos, e aquisição de materiais e serviços através de dispensa
eletrônica.
 Seção de Educação Ambiental: Atua no desenvolvimento da
conscientização e sensibilização quanto à importância da preservação do
meio ambiente, através de atividades educativas e recreativas com
escolas e outras entidades, usando temáticas expositivas e didáticas,

Pl an o s En g en h ar ia 29
realizando um trabalho inclusivo da comunidade escolar e do público em
geral.
2.3.3.3 Divisão de Reserva Florestal
Coordena e supervisiona serviços na Reserva Florestal Padre Balduíno Rambo.

Para assistir a estrutura supracitada, o zoológico de Sapucaia do Sul conta com o


seguinte staff técnico:

Tabela 1 – Staff técnico do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Função Quantidade
Médico Veterinário 2
Biólogo 3
Agrônomo 1
Técnico de Análise Clínicas 1
Técnico Agrícola 1
Técnico em Educação
1
Ambiental
Técnico em Edificações 1
Setor de Nutrição 4
Tratadores 36
Vigilante 4
Servente 3
Pintor 1
Jardineiro 3
Instalador Hidráulico 1
Tratorista 1
Serrador 1
Atendente 11
Administrativo 7
Total 82

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

Pode-se observar que há um excessivo número de tratadores em relação ao número do


plantel (para efeito comparativo em um Zoológico municipal do Estado de São Paulo
com 1.200 animais para 26 tratadores e no Zoológico de Sapucaia são 36 servidores
para um plantel menor, 921 animais).

2.3.1 Visitação
Está aberto à visitação de terça a domingo, das 08h30 às 17h00 e recebe, em média,
500 mil visitantes anualmente. Seu tíquete de entrada é de R$ 10,00 para entrada inteira
e R$ 5,00 para meia-entrada (idosos e crianças). Aceita-se apenas dinheiro. O parque
cobra pela entrada de veículos, de acordo com a Tabela 2.
Importante ressaltar que trabalhar com vendas de ingresso apenas presencial, diminui
a comodidade do visitante e aumenta a despesa com pessoal destinado a vendas.
Adicionamos que quando a bilheteria aceita apenas dinheiro aumentam os riscos com
a segurança interna e externa.

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Tabela 2 – Cobrança pela entrada de veículos no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul

Veículos Preços

Automóveis R$ 50,00
Motocicletas R$ 20,00
Ônibus de excursão particular R$ 317,00
Ônibus de excursão escolar (dias úteis) R$ 74,50
Ônibus de excursão escolar (sábados,
R$ 174,50
domingos e feriados)
Micro-ônibus R$ 161,50
Kombi-Lotação/Van (até 12 pessoas) R$ 81,00
Van (13 pessoas ou mais) R$ 94,50

Fonte: Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

De acordo com documentos analisados, cedidos pelo Estado do RS, em 2014 apenas
28% das despesas do Zoológico eram custeadas com recursos próprios (bilheteria,
concessão de alimento e publicidade estática). Portanto, 72% de suas despesas são
subsidiadas com recursos do Estado.

A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul declara ter em média 500 mil visitantes
por ano, como explicitado no processo nº 02023.000817/1990-11 da ficha de vistoria do
IBAMA, datada de 21 a 23 de janeiro de 2015.

Comparando com alguns outros zoológicos do país é um número de visitantes baixo


tomando como exemplo o zoológico de Sorocaba no interior de São Paulo, cuja região
tem população estimada em 2 milhões de habitantes distribuída em 27 municípios 3. Já
a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), área mais densamente povoada do
Estado do Rio Grande do Sul, concentra mais de 4 milhões de habitantes (37,7% da
população total do Estado), da qual fazem parte 9 dos 18 municípios do Rio Grande do
Sul com mais de 100 mil habitantes. 4

2.3.2 Plantel
De acordo com o processo nº 02023.000817/1990-11 da ficha de vistoria do IBAMA,
datada de 21 a 23 de janeiro de 2015, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul possui o
registro no IBAMA nº 4106863 e declara ter um plantel com 921 animais, totalizando
150 espécies. Sendo a maior parte das espécies que habitam o Zoo é nativa do Brasil
e o grupo com maior representatividade é o das aves, com cerca de 577 indivíduos, que
podem ser apreciados. Elas são seguidas pelos herbívoros com 142 animais, conforme
a relação a seguir:

 Grupos V, VI, VII e VIII: Espaço das Aves: 577 indivíduos;

3
EMPLASA, 2017. Disponível em: https://www.emplasa.sp.gov.br/RMS
4
Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.atlassocioeconomico.rs.gov.br/regiao-
metropolitana-de-porto-alegre-rmpa.

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 Grupos IX e X: Répteis, Anfíbios, Invertebrados e Insetário: 84 indivíduos;
 Grupos I e XI: Grandes e Pequenos Carnívoros: 16 indivíduos;
 Grupo II: Megavertebrados: 10 indivíduos;
 Grupo III: Herbívoros: 142 indivíduos;
 Grupos XI e XII: Pequenos Carnívoros e Mamíferos Médios: 31 indivíduos;
 Grupo IV: Primatas: 61 indivíduos.
A instituição realiza alguns intercâmbios com outras instituições. Contudo nada disso foi
documentado, impedindo portanto a avaliação desse processo.

Não existe documentação sobre a participação do corpo técnico do Zoológico em


nenhum programa de conservação in situ ou ex situ conforme é orientado pela WAZA e
SZB, como já citado neste Relatório.

Seguindo a mesma premissa, a falta de literatura especializada disponível para o público


do Zoológico também não atende as exigências sobre Educação Ambiental previstas
nos manuais da WAZA e SZB. O que também se aplica a ausência de um anfiteatro ou
auditório para os mesmos fins (o Zoo de Sapucaia do Sul não faz parte de uma categoria
de Zoos onde tais instalações são cobradas por lei. Entretanto, os manuais da WAZA e
SZB são norteadores desse tipo de instituição).

O Zoológico possui muitos animais no “Setor Extra” pelos mais diversos motivos.
Animais no “Setor Extra” representam gastos sem retorno (alimentação, espaço físico,
mão de obra não especializada e mão de obra técnica, insumos, água luz e etc), visto
que o público não visita o Setor Extra e o animal ainda tem seu custo intrínseco. Além
disso, os recintos do “Setor Extra” são planejados para serem temporários, dessa forma
eles são menores e menos adequados para os animais.

2.3.3 Instalações
As áreas dedicadas aos Setores Extra, de Quarentena e Biotério não estão de acordo
com os parâmetros exigidos pelo IBAMA. Da mesma forma, o Setor de recepção de
animais (CETAS) funciona de forma precária e irregular.

Importante ressaltar que não há divisão física ou delimitações entre o CETAS e o


Zoológico, onde as duas Instituições se confundem e são operadas pelo mesmo servidor
e esta não é a prática ideal.

Importante ressaltar as condições antiquadas e em desacordo com a legislação das


instalações. A otimização destas trariam uma real economia financeira para a operação
do zoológico. A mesma ideia vale para o transporte interno. Além disso, o Setor de
Nutrição pode ser repensado de uma forma mais atraente e interativa com o público
trazendo retorno financeiro.

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3 Benchmarking

Zoológicos e Aquários no mundo todo são negócios economicamente viáveis e de


interesse turístico, científico e conservacionista. São muitos os exemplos das
instituições que são lucrativas sem perder o apelo educativo e de preservação das
espécies.

Para fins de comparação com os zoológicos de referência escolhidos, seguem abaixo


dados geográficos e estatísticos rápidos sobre a região metropolitana de Porto Alegre 5.

Figura 9 – Dados geográficos e estatísticos da Região Metropolitana de Porto Alegre

Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

3.1 Zoológicos Internacionais

3.1.1 Zoológico y Safari de Guadalajara, México


Guadalajara é uma cidade localizada no estado de Jalisco, no sudoeste do México.
Possui 4,5 milhões de habitantes de acordo com o Instituto Nacional de Estadística y
Geografia (INEGI) e representa o terceiro pólo econômico do México com um PIB de
87,4 bilhões de dólares (valores de 2015). A economia da cidade baseia-se na indústria
de tecnologia sendo conhecido como Vale do Sílicio mexicano e a população distribui-
se 6% no setor primário, 30% no setor secundário e 63% no setor terciário.

5
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Disponível em: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/. Acessado
em Junho de 2017.

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Figura 10 – Mapa do Zoológico de Guadalajara

Fonte: Zoologico y Safári de Guadalajara. 6

6
Zoológico de Guadalajara. Disponível em: http://www.zooguadalajara.com.mx/

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A gestão administrativa do Zoológico, a qual é uma instituição governamental
descentralizada, é gerida por um grupo de empresários da cidade de Guadalajara,
sendo este um modelo de gestão inovador e que se traduz em excelentes resultados.
O zoológico investe 17% do orçamento anual em publicidade. Do montante total
arrecadado ao ano, 26% é oriundo de ingressos, 39% de atrações e 6% das lojas de
souvenir 7. Possui pacotes diferenciados de entrada, contemplando as mais diferentes
atrações, formando pacotes promocionais “combos”,de acordo com o interesse do
visitante e passível de ser comprado antecipadamente pela internet. 8
Figura 11 – Pacotes promocionais no Zoológico de Guadalajara

Fonte: Zoologico y Safári, de Guadalajara.

A seguir são apresentadas algumas fotos das atrações do Zoológico de Guadalajara.

7
Zoológico de Guadalajara. Disponível em: http://www.zooguadalajara.com.mx/_laravel_/public/transp/Art8-V/Art8-V-
C_Presup/Presupuesto2016.pdf
8
Zoologico de Guadalajara. Disponível em: http://www.zooguadalajara.com.mx/boletos

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Figura 12 – Souvenirs no Zoológico de Guadalajara

Fonte: Elaboração Consórcio.

Figura 13 – Fazendinha no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à


parte

Fonte: Elaboração Consórcio.

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Figura 14 – Pinguinário sendo esta uma atração paga à parte

Fonte: Elaboração Consórcio.

Figura 15 – Aquário sendo esta uma atração paga à parte

Fonte: Elaboração Consórcio.

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Figura 16 – Safári no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à parte

Fonte: Elaboração Consórcio.

Figura 17 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara

Fonte: Elaboração Consórcio.

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3.1.2 Parque Zoológico de Huachipa, Lima, Peru
A capital do Peru tem quase 10 milhões de habitantes. É o centro econômico do país
com indústria e comércio, além de um forte turismo. A região metropolitana de Lima
detém 48% do PIB do país. 9
Figura 18 – Zoológico de Huachipa

Fonte: Zoológico de Huachipa 10.

O Parque Zoológico de Huachipa, instituição privada, localizado no distrito de Ate


Vitarte, que está a 1 hora de carro de Lima, capital do Peru. Abriga 1.000 animais
selvagens, distribuídos em 300 espécies distintas.
O Zoológico de Huachipa detém várias atrações pagas à parte como: espetáculos
envolvendo animais, parque de diversão com brinquedos, exposição temática sobre
dinossauros, pedalinho e trem. O Zoológico conta também com estacionamento próprio
pago, lanchonete, restaurante e loja de souvenir.

9
Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Disponível em: http://sisbib.unmsm.edu.pe/
10
Zoológico de Huachipa. Disponível em: www.zoohuachipa.com.pe

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Figura 19 – Valor do Ingresso no Zoológico de Huachipa

Fonte: Zoológico de Huachipa.

Figura 20 – Trenzinho atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Huachipa.

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Figura 21 – Parque de diversões, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Huachipa.

Figura 22 – Parque dos dinossauros, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Huachipa.

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Figura 23 – Loja de Souvenirs, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Huachipa.

Figura 24 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.1.3 BioParque Tamaikèn, Belén de Escobar, Argentina


A capital da Argentina tem quase 3 milhões de habitantes. Possui o segundo IDH (Índice
de Desenvolvimento Humano) mais alto da América Latina. É o centro industrial,

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comercial e cultural do país. O terceiro setor representa 76% da economia da região
metropolitana de Buenos Aires. 11
Figura 25 – Zoológico de Temaikèn

Fonte: Zoológico de Temaikèn 12.

A Fundação Temaikèn também conhecida como Bioparque Temaikèn, ocupa uma área de 34
hectares, na cidade de Belém de Escobar, a 50 km de Buenos Aires, Argentina.
Instituição de cunho privado que combina os conceitos de Jardim Botânico, Zoológico, Aquário
e Museus de História Natural e Antropologia, proporciona aos visitantes a contemplação de 3.500
animais em 358 espécies de animais selvagens.

Existem várias modalidades de compra, a qual estimula a venda de ingressos “on line”,
propiciando maior conforto e comodidade ao visitante, que resulta em menor investimento em
pessoal nas bilheterias para a instituição, maior segurança com a menor circulação de dinheiro
em espécie e uma melhor previsão de público visitante.

11
EasyExpat.com. Disponível em: www.easyexpat.com
12
Zoológico de Temakièn. Disponível em: http://www.temaiken.org.ar

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Figura 26 – Ingressos no Zoológico de Temaikèn

Fonte: BioParque de Temakièn.

O Bioparque oferece as seguintes atrações: aquário, fazenda de animais domésticos,


centro de pesquisa interativo, espetáculos com animais e diversas atrações. Como
destaque o Zoo promove a opção de promover festas de aniversário infantis (consulta
em junho de 2017, valor de R$ 2.500,00, por 30 crianças).
A Fundação Temaikén administra conjuntamente com o Zoológico, um Centro de
Resgate de Animais e uma Reserva Natural Privada, localizada na Província de San
Ignacio, no extremo norte do país, próximo à fronteira do Paraguai e Brasil, e através de
propaganda promove suas ações visando enaltecer as funções de um Zoológico
moderno.
Figura 27 – Atrações no Zoológico de Temaikèn

Fonte: Zoológico de Temaikèn.

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Figura 28 – Cinema 360º, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Temaikèn.

Figura 29 – Bosque dos Dinossauros, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Temaikèn.

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Figura 30 – Parque das aves, atração paga à parte

Fonte: Zoológico de Temaikèn.

Figura 31 – Resumo das características do Zoológico de Temakièn

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2 Zoológicos no Brasil

3.2.1 Zoológico de Belo Horizonte, Minas Gerais


Fundado em 1959, o Zoológico de Belo Horizonte é um importante espaço de lazer para
os moradores da capital mineira e de outras cidades da região metropolitana de Belo
Horizonte. O Jardim Zoológico abriga cerca de 3 mil animais e aproximadamente 250
espécies entre répteis, aves, anfíbios e mamíferos. A Fundação Zoo-Botânica de Belo
Horizonte (FZB-BH) integra a administração indireta da Prefeitura de Belo Horizonte e

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foi criada em 1991, que além do Jardim Zoológico, existente desde 1959, o Jardim
Botânico foi incorporado a Fundação em 1991. A Fundação Zoo Botânica de Belo
Horizonte também é composta pelo Parque Ecológico da Pampulha. O Jardim Zoológico
e Jardim Botânico é a terceira maior área verde pública de Belo Horizonte, e recebe,
anualmente, cerca de 1 milhão de pessoas.
Possui a Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica. Paga-se uma anuidade de
R$ 60,00 (individual ou R$ 120,00) família e isenta-se do pagamento do tíquete de
entrada.
Figura 32 – Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica

Fonte: Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica.

Figura 33 – Aquário, atração paga à parte.

Fonte: Zoológico de Belo Horizonte.

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Figura 34 – Borboletário, atração paga à parte.

Fonte: Zoológico de Belo Horizonte.

Figura 35 – Expedição Coruja, atração paga à parte.

Fonte: Zoológico de Belo Horizonte.

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Figura 36 – Resumo das características do Zoológico de Belo Horizonte.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2.2 Zoológico de Brasília, Distrito Federal


O Jardim Zoológico de Brasília foi inaugurado em 1957, com 139,7 hectares de área,
onde é autorizada a entrada de veículos e visitantes pedestres, e possui um plantel
estimado de 1.300 animais em 250 espécies distintas. A Fundação Jardim Zoológico de
Brasilia (FJZB) é um órgão da administração indireta vinculada à Secretaria de Estado
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal (SEMARH). Aberto a
visitação de terça a domingo, das 09h00 às 17h00 e com valor de ingresso de R$ 10,00
(inteira) e R$ 5,00 (meia entrada).
Figura 37 – Zoológico de Brasília

Fonte: Zoológico de Brasília.

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Figura 38 – Atividades oferecidas pelo Zoológico de Brasília.

Fonte: Zoológico de Brasília.

Figura 39 – Resumo das características do Zoológico de Brasília.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2.3 Beto Carrero Zoo, Penha, Santa Catarina


O zoológico do Beto Carrero World possui plantel de 2 mil animais, distribuídos em 1.400
hectares de área total do parque temático. A área do Zoológico foi planejada com o
intuito de simular o habitat natural dos animais.
Modelo único no Brasil, o Beto Carrero World cobra um passaporte para que o visitante
usufrua de várias atrações no parque, além do zoo. Não é possível comprar apenas a
entrada do zoológico. O tíquete médio do passaporte por um dia é de R$140,00.

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No que concerne ao zoológico, mantém as seguintes atrações:
 Ilha dos macacos: O local é um arquipélago estruturado por 11 ilhas, ligado ao
centro de primatologia, espaço de estudos que inclui uma maternidade.
 Mundo dos cavalos: onde ficam os animais que fazem parte dos shows do
parque. É permitido que crianças e adultos montem em alguns cavalos e pôneis.
 Passarela dos tigres: setor que abriga os tigres, leões e onças-pintadas do
parque. A área conta com uma passarela elevada que permite observar com
facilidade e segurança os animais em seus recintos.
 Palácio das serpentes: Construção onde o visitante pode visualizar cobras e
serpentes de diversas espécies do Brasil e de outros países.
 Mundo Mágico das Aves: O Mundo Mágico das Aves é um imenso viveiro no
qual o visitante pode entrar e observar de perto algumas das diversas espécies
de aves que vivem no parque.
 Mamães e filhotes: O contato com os animais do parque fica ainda mais intenso
com a possibilidade de interagir diretamente com os filhotes de animais.
Crianças e adultos podem comprar as mamadeiras de leite e amamentar os
animais. É uma ótima oportunidade de proporcionar uma nova e encantadora
experiência para as crianças. A atração funciona diariamente das 15h00 às
15h30 e cada mamadeira custa R$ 2,00.
Figura 40 – Oficina de Observação de Aves no Zoológico de Brasília.

Fonte: Beto Carrero 13.

13
Beto Carrero Zoo. Disponível em: http://www.betocarrero.com.br/.

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Figura 41 – Resumo das características do Beto Carrero Zoo.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2.4 Zoológico de Pomerode, Pomerode, Santa Catarina


O Zoológico Pomerode foi fundado em 1932, sendo o primeiro zoológico na região sul
do Brasil. O Zoo Pomerode iniciou seu plantel com animais domésticos que ficavam em
uma lagoa nos fundos da casa do Sr. Hermann Weege, um grande empreendedor da
região do Vale do Itajaí. Nasceu assim, a ideia de constituir o Zoológico, sendo a
primeira iniciativa privada deste tipo no Brasil. Por décadas, o Zoo Pomerode foi o único
zoológico da região, sendo bastante conhecido por pessoas de todas as faixas etárias
e recentemente conseguiu autonomia financeira com sua configuração atual.
No Zoo Pomerode vivem aproximadamente 1.150 animais pertencentes a 270 espécies.
Possui estacionamento pago, auditório e várias atrações extras e cobradas a parte de
ingresso, de valor médio de R$ 23,00.
Figura 42 – Zoológico de Pomerode

Fonte: Zoológico de Pomerode.

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Figura 43 – Tabela de Preços do Zoológico de Pomerode

Fonte: Zoológico de Pomerode.

São atrações extras do Zoológico de Pomerode:


 Cinema 7D: 25 opções de filmes, com duração de 4 a 8 minutos.
 Novo Milênio Fotografias: ambiente para fotos personalizadas.
 Restaurante e Lanchonete Safari: Diversas opções de lanches, bebidas e
buffet. Podem ser realizadas reservas.
 Aqua Lanches Contâiner: Ambiente com lanches e bebidas, incluindo caldo de
cana.
 Loja de Artesanatos: produtos artesanais típicos, brinquedos, peças em
cerâmica e diversas lembranças.
 ZS Balões: Espaço de venda de balões, chaveiros personalizados com foto e
brinquedos.

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Figura 44 – Resumo das características do Zoológico de Pomerode.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.2.1 Aquário de São Paulo, São Paulo, São Paulo


O Aquário de São Paulo é uma instituição privada. Localizado na cidade de São Paulo,
é o maior aquário da América Latina e possui um plantel de milhares de animais, sendo
a grande maioria da classe dos peixes de 55 espécies distintas e também abriga répteis,
aves e mamíferos. O Aquário de São Paulo oferece uma variedade de atrações voltadas
para o público infanto-juvenil, e um forte apelo para receber escolas, gerando fluxo diário
intenso de visitantes. Seu tíquete médio é de R$ 70,00. Oferece também várias atrações
extras que são cobradas à parte.
Conta também com uma dezena de parceiros que patrocinam pesquisas ou produtos
utilizados na rotina de tratamento dos animais. Encontram-se entre eles: ração Guabi,
ração Megazoo, Pet Games, Yamazery – qualidade da água, entre outros.
Figura 45 – Aquário de São Paulo

Fonte: Aquário de São Paulo 14

14
Aquário de São Paulo. Disponível em: www.aquariodesp.com.br

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Figura 46 – Restaurante do Aquário de São Paulo, cobrado à parte.

Fonte: Aquário de São Paulo.

Figura 47 – Jurassic Aquarium, cobrado à parte.

Fonte: Aquário de São Paulo.

Figura 48 – Cinema 7D, cobrado à parte.

Fonte: Aquário de São Paulo.

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Figura 49 – Aquário Abaixo de Zero, cobrado à parte.

Fonte: Aquário de São Paulo.

Figura 50 – Resumo das características do Aquário de São Paulo.

Fonte: Elaboração Consórcio.

3.3 Comparativo entre os Zoológicos Brasileiros


Entendemos que o Zoológico de Sapucaia tem um potencial não explorado atualmente.
Ele não oferece atrações diferenciadas para atrair o público, além de possuir uma
estrutura organizacional inflada se comparado com outros zoológicos no Brasil. A Tabela
3 compara os zoológicos brasileiros apresentados no benchmark e o Zoológico de
Sapucaia.

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Tabela 3 – Tabela comparativa de Zoológicos no Brasil.

Belo Beto
Sapucaia RioZoo Sorocaba Pomerode Brasília
Horizonte Carrero

Animais 900 2.000 1.250 3.000 1.150 1.050 900

Espécies 130 250 350 250 270 120 185

Staff 83 85 60 300 50 45 95

Área (h) 160 14 12 175 4 40 127

Visitantes/ano 470.000 600.000 540.000 650.00 225.000 1.500.000 600.000

População na
Região 4.000.000 10.000.000 1.000.000 6.000.000 500.000 1.500.000 3.500.00
Metropolitana

Fonte: Elaboração Consórcio.

Importante frisar que o staff de um zoo é bastante variável, dependendo dos serviços
prestados e das atrações sazonais.

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4 Matriz de Riscos

4.1 Análise de Risco


A Matriz de Risco servirá de base para a definição de algumas cláusulas contratuais da
relação existente entre as Partes, por meio da análise e mitigação das possíveis
situações caracterizadoras da prestação dos serviços.

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Tabela 4 – Riscos da licitação

I – RISCOS DA LICITAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Condições de participação abertas, com possibilidade de participação de empresas estrangeiras


com decreto de autorização, bem como de entidades fechadas ou abertas de previdência
Custos de reelaboração complementar, instituições financeiras, fundos de investimentos e as empresas com atividade de
Condições restritivas de e republicação do Edital. Poder investidoras financeiras, desde que reunidas em Consórcio com outras sociedades empresárias,
participação e de habilitação. Concedente e atendam às condições de habilitação.

Razoabilidade na exigência dos atestados de experiência em empreendimentos semelhantes,


bem como nas regras de somatório destes atestados.

Impossibilidade de
Inviabilidade financeira da formulação de propostas Poder Previsão de investimentos adequados, cuja execução poderá ser amortizada durante o prazo da
Concessão econômicas exequíveis. Concedente Concessão.

Licitação
I. 1
deserta
Alocação razoável de obrigações à concessionária, que poderão ser custeadas e financiadas em
condições de mercado;

Impossibilidade de Direito de saída, a ser utilizado pelo Poder Concedente ou pela Concessionária, caso não se
Dificuldades de financiamento do execução dos contrate financiamento nos prazos indicados pelo contrato.
Compartilhado
empreendimento investimentos previstos
no contrato.
Declaração, pelo particular, de que dispõe de capacidade financeira para tomar os investimentos
previstos para a Concessão.

A não obtenção de financiamento por culpa do particular ensejará sua responsabilização nos
termos do contrato.

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I – RISCOS DA LICITAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Custos de reelaboração
e republicação do Edital.
Divisão razoável dos riscos, aliada à garantia do equilíbrio econômico da Concessão nos casos
Agressividade na transferência de Poder
em que o fator de risco não poder ser manejado pela Concessionária (ex. força maior,
riscos. Concedente
Inexequibilidade do circunstâncias imprevisíveis etc).
Contrato e necessidades
de aditivos contratuais.

Exigência de garantia da proposta..

Exigência de declaração da proponente de que dispõe ou tem capacidade de obter recursos


financeiros.

Realização de propostas Inexequibilidade do Poder Previsão de cláusula de saída passível de ser acionada pelo Poder Concedente.
irresponsáveis ou irrealistas Contrato. Concedente

Seleção de Previsão contratual de aplicação de multas para o caso de inexecução de obrigações assumidas.
propostas
I. 2
aventureiras e
inexequíveis. Especificação dos casos de reequilíbrio, atribuindo-se ao particular os riscos provenientes de sua
proposta.

Previsão de termo de referência vinculante para a elaboração do Plano de Negócios, cuja


elaboração foi precedida por estudos técnicos.
Inexequibilidade do
Plano de negócios inexequível Compartilhado
Contrato
Responsabilidade do concorrente pela observância do Termo de Referência no plano de negócios
apresentado.

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I – RISCOS DA LICITAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Responsabilidade do Poder Concedente por eventuais erros no termo de referência


disponibilizado para a elaboração do Plano de Negócios.

Exigências de habilitação adstritas às previstas em lei ou já utilizadas e aprovadas anteriormente


pelos órgãos de controle.
Risco de
paralisação do Condições restritivas à
certame por participação, de julgamento ou Poder
I.3 Suspensão do certame. Julgamento objetivo da proposta econômica, com base na maior outorga.
decisão judicial equívocos na condução do Concedente
ou procedimento licitatório.
administrativa.
Descrição objetiva do procedimento da licitação.

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Tabela 5 – Riscos dos projetos de engenharia

II – RISCOS DOS PROJETOS DE ENGENHARIA

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Erro na orçamentação
por parte dos
licitantes. Realização de consulta pública.

Retrabalho na
elaboração dos
projetos.
Erros nos elementos do projeto Aumento dos custos
básico apresentados pelo de implantação. Concessionária
Poder Concedente.
Atraso na conclusão Os elementos de projeto básico disponibilizados na licitação são meramente referenciais,
da implantação. sendo obrigação da concessionária verificar, no momento de elaboração de sua proposta,
Maiores dificuldades todos os dados e informações contemplados neste documento.
Erros de projeto na elaboração do
II.1 projeto da Concessão.
de engenharia.

Previsão de que a Concessionária é responsável pelo desenvolvimnento dos projetos de


Custos para a engenharia (básico e executivo), incumbindo-lhe arcar com os custos e atrasos decorrentes
reelaboração dos de equívocos nestes últimos.
Erros nos projetos da projetos de
Concessão elaborados pela engenharia. Concessionária
Concessionária.
Atraso na conclusão
da implantação. Previsão de avaliação dos projetos de engenharia pelo Poder Concedente, sem que isso
afaste a responsabilidade da Concessionária por estes últimos.

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II – RISCOS DOS PROJETOS DE ENGENHARIA

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Previsão de reequilíbrio econômico-financeiro.


Custos de
reelaboração dos
projetos de
Mudanças de projeto de engenharia das obras Poder
engenharia a pedido do Poder de melhoria do parque Concedente
Concedente. zoológico.
Atraso no início da Previsão de ausência de aplicação de penalidades e descontos no caso de descumprimento
operação. dos parâmetros de desempenho que se justifique na necessidade de atendimento à mudança
solicitada.

Aumento dos custos


Mudanças de projeto a pedido de implantação. Concessionária responde por erros ou omissões do projeto de engenharia, assim como pelas
ou por culpa da Concessionária
Atraso na conclusão alterações e custos decorrentes destes equívocos.
Concessionária.
da implantação.

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Tabela 6 – Riscos de construção

III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Concessionária conserva responsabilidade objetiva por danos decorrentes de falhas de


seus empregados e terceiros por ela contratados.

Concessionária conserva responsabilidade pelos riscos inerentes à execução das obras,


Acidentes, Pagamento de incluindo os relacionados à segurança no local de sua realização.
danos ou indenizações.
transtornos a Custos de correção
Falha humana, inadequação de
terceiros, operacional dos Concessionária responde, objetivamente, pelos custos de natureza acidentária
III.1 equipamentos ou técnicas Concessionária
segurança equipamentos e relacionados à obra, devendo manter o Poder Concedente indene quanto a estes últimos.
utilizadas. técnicas empregados.
dos
trabalhadores Atraso e aumento dos
. custos da implantação. Poder Concedente fiscaliza a implantação, sem que a fiscalização reduza a
responsabilidade da Concessionária.

Previsão de seguros obrigatórios para a mitigação do risco.

Previsão de obrigatoriedade de observância das normas técnicas.

Concessionária responde pelos custos decorrentes do descumprimento dos cronogramas


Descumprimento do de implantação e por ineficiências na execução do Contrato.
Atraso no cronograma.
cumprimento Atraso e aumento dos
III.2 Ineficiência na execução das
dos custos da implantação. Concessionária Previsão de sanções contratuais para o descumprimento culposo dos prazos das obras.
. obras.
cronogramas
Atraso no início da
e prazos. operação e
recebimento de receita. Requisitos de habilitação exigem a demonstração de experiência anterior em
empreendimentos semelhantes.

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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Fiscalização das obras pelo Poder Concedente, que não exime a Concessionária de suas
responsabilidades quanto à execução eficiente do empreendimento.

Possibilidade de execução da garantia de cumprimento do Contrato na hipótese de


inexecução contratual.

Descumprimentos de prazos e cronogramas pela Concessionária oriundos de atrasos do


Poder Concedente não lhe serão imputados.

Interferências em estruturas de
outros serviços públicos, tais
como, mas sem se limitar a, Custos adicionais.
fibra ótica, dutos de água Atraso na conclusão Concessionária Obrigação da Concessionária executar levantamento cadastral detalhado na assumpção
pluvial, canal de esgoto, dutos das obras.
de gases, dutos de petróleo,
dutos de energia.

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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Custos de
compatibilização do
modelo de negócios da
Concessinária para o
parque zoológico com
sítios arqueológicos.
Interferências em eventuais Interlocução com os Poder Identificação do risco na cláusula dedicada à recomposição do equilíbrio econômico-
sítios de valor histórico, cultural órgãos competentes. Concedente financeiro.
ou arqueológicos.
Atraso e aumento dos
custos da implantação.
Atraso no início da
operação e
recebimento de
receitas.

Realização de
investimentos
Impactos decorrentes do imprevistos para
atendimento de condicionantes viabilização das obras. Na hipótese da exigência, pelo órgão competente, de quantitativos ou qualitativos
adicionais exigidas pelos Poder suplementares para a emissão de autorização ou de licença, a Concessionária deverá
Atraso e aumento dos
órgãos ambientais competentes custos. Concedente cumpri-las, fazendo jus à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.
para a emissão de autorização
Atraso no início da
ou licença. operação e
recebimento de
receitas

Atraso no Demora nos procedimentos de Pagamento de


cumprimento desapropriação, remoções, de indenizações. Poder Concedente é responsável por custos decorrentes de atrasos na edição dos
III.2 Compartilhado
dos instituição de servidões decretos de utilidade pública e no manejo de atos de poder de polícia.
Propositura de ações
cronogramas administrativas, da imposição judiciais e obtenção de

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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

e prazos de limitação administrativa e à medidas


administrativas. Concessionária é responsável pela realização dos atos materiais associados à
(cont.) ocupação provisória ou
desapropriação e, portanto, pelas consequências de seu atraso.
requisição temporária de bens
imóveis na área do parque Concessionária é responsável pelos investimentos, custos da promoção e conclusão das
zoológico.. ações de desapropriação, instituição de servidão administrativa, imposição de limitação
administrativa, a ocupação provisória de bens imóveis, bem como pela adoção de outras
medidas cabíveis à liberação das áreas do parque zoológico, até o valor estabelecido no
edital.

Refazimento dos Concessionária é responsável pelas melhorias no parque zoológico, assim como pelos
trabalhos.
custos e atrasos decorrentes de erros cometidos em sua execução.
Atraso no cronograma.
Aumento dos custos.
Erro na execução das obras do
Insegurança das Concessionária
parque zoológico.
estruturas.
Atraso no início da
operação e
recebimento de Obrigatoriedade de Seguros de Riscos de Engenharia.
receitas

Concessionária assume os riscos de força maior ou caso fortuito se, ao tempo de sua
Caso Fortuito e Força Maior. Atraso nas obras.
ocorrência, corresponder a um risco segurável no Brasil ao tempo de contratação do plano
Acionamento dos Compartilhado
de seguros obrigatórios, até o limite de valor determinado no Contrato, independentemente
seguros obrigatórios. de a Concessionária ter contratado tais seguros.

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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Na ocorrência de caso fortuito ou força maior cujas consequências não sejam cobertas pelo
valor segurado ou correspondam a eventos não seguráveis no Brasil à época da
contratação do plano de seguros obrigatórios, cabe a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro do Contrato em favor da Concessionária.

Poder Concedente deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados na


demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e
autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas
Atraso do cronograma obrigações de modo diligente.
Atraso no licenciamento
implantação.
ambiental e na emissão de
alvarás e autorizações relativas Atraso no início da Compartilhado
Atraso no destinadas às melhorias do operação e
cumprimento parque zoológico. recebimento de Concessionária é responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das exigências
receitas
dos dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou
III.2
cronogramas autorizações necessárias às melhorias do parque zoológico, bem como de atividades
e prazos alternativas, complementares e de projetos associados.
(cont.).

Atrasos nas aprovações dos


Impossibilidade de
cronogramas, projetos de execução dos projetos
engenharia e planos de de engenharia ou de Poder Caso o Poder Concedente não se manifeste em até X dias, consideram-se aprovados os
negócios elaborados pela projetos associados. Concedente projetos e planos de negócios
Concessionária.
Atrasos e aumento de
custos.

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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Atraso no início da
operação e
recebimento de
receitas. Previsão de que a Concessionária não suportará os custos e penalidades decorrentes de
atrasos fundados em inércia ou atraso do Poder Concedente, assegurando-se o direito ao
reequilíbrio econômico-financeiro caso esta hipótese se concretize.

Interferência e alterações Realização de Mecanismos contratuais de limitação de interferências unilaterais do Poder Concedente,
solicitadas pelo Poder investimentos com previsão de recomposição em favor da Concessionária para neutralizar os efeitos das
imprevistos. Poder
Concedente. Concedente alterações eventualmente impostas.
Atraso e aumento de
custos.

Exigência de integralização de capital social mínimo pela Concessionária.


Atraso no início das
Não obtenção, pela
obras, com o respectivo
Concessionária, dos recursos aumento de custos.
próprios de seus acionistas Concessionária
Necessidade de Possibilidade de execução da garantia de cumprimento do Contrato na hipótese de
para execução dos
obtenção de recursos inexecução contratual.
investimentos necessários.
em mercado.
Previsão de sanções contratuais para o inadimplemento contratual.

Aumento de Não obtenção, nos prazos


III.3 acordados, do financiamento Responsabilidade da Concessionária em obter o financiamento necessário às obras de
Custos na Inexequibilidade do
Concessionária
execução dos necessário à realização dos Contrato. manutenção, melhoramentos e ampliação do parque zoológico.
investimentos investimentos.

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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

no parque
zoológico.
Possibilidade de execução da garantia de cumprimento do Contrato na hipótese de
inexecução contratual.

Exigências de comprovações de qualificação econômica no momento da licitação.

Definição de prazos razoáveis para que a Concessionária apresente o projeto financeiro do


Contrato, associado à previsão de direito de saída em caso de não obtenção do
financiamento necessário.

Atraso, pela Concessionária, na


Atraso e aumento de Previsão de penalidades e multas pelos atrasos, bem como possibilidade de decretação de
execução das obras civis de
custos para
sua responsabilidade por má intervenção pelo Poder Concedente.
melhoramentos e Concessionária
gestão das obras. implantação da
infraestrutura.
Previsão de execução de garantia de execução do Contrato.

Realização de greve e outras Atraso no cronograma. Concessionária deverá suportar todos os custos decorrentes da realização de greves por
manifestações do setor de Concessionária
Realização de seus funcionários.
construção.
negociações coletivas

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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

com entidades
sindicais.
Atrasos no
cronograma. Previsão de seguros obrigatórios para mitigar este risco.
Impacto na
remuneração da
Concessionária.

Obrigação da Concessionária de assegurar a segurança patrimonial.


Roubos ou furtos nos locais de
Custos adicionais. Concessionária
obra ou canteiros de obra.
Previsão de seguro patrimonial.

Demora na realização da Estabelecimento de prazo para manifestação do Poder Concedente, cuja aprovação
vistoria e nos procedimentos de Atrasos no poderá também se dar de forma tácita, na hipótese de silêncio da Administração.
recebimento provisório e/ou cronograma.
Poder
definitivo, pelo Poder Impacto na Concedente
Atraso na Concedente, das obras sob remuneração da
aceitação das responsabilidade da Concessionária. Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato se demonstrado que
obras de Concessionária. houve impacto decorrente de eventual atraso do Poder Concedente.
III.4 responsabilid
ade da
Concessionár Não atendimento, pela
ia. Atrasos no
Concessionária, das normas de Previsão de penalidades.
cronograma.
construção, do IBAMA e de
Impacto na Concessionária
outras que sejam pertinentes
às atividades do parque remuneração da
Previsão da obrigação de a concessioária observar a regulamentação vigente que incida
Concessionária.
zoológico. sobre as obras a serem executadas no parque zoológico..

III.6 Depreciação acelerada. Concessionária Garantias Contratuais.

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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Necessidade de
reconstrução. Índice de desempenho apropriado para a garantia de qualidade.

Uso de material inadequado ou Riscos para as obras.


má qualidade.
Custo de conservação. Exigência de apresentação de Plano de Seguros (Riscos de Engenharia).
Aumento de custos.

Problemas Exigência de atestação de execução de obras com objeto similar durante a licitação ou que
construtivos. a futura Concessionária exija atestação adequada para contratar (compatível em
Necessidade de quantidade e escopo).
reconstrução.
Erros na execução das obras. Atrasos no Concessionária
cronograma. Índice de desempenho apropriado para garantia de qualidade.

Aumento de custos.
Aplicação de penalidades.

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Tabela 7 – Riscos na fase de operação

IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Impacto na remuneração
da Concessionária.
Atraso nas obras. Ver item III.2, acima.
Aumento dos custos de
operação.

Para aquelas licenças que estejam sob a responsabilidade ou raio de ação do Poder
Concedente, ele deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados na
Atraso no licenciamento Impossibilidade de início demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e
ambiental e na obtenção de da operação, com o autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas
autorizações necessárias à respectivo incremento obrigações de modo diligente.
dos custos para a sua Compartilhado
operação do
realização.
parque.zoológico
A Concessionária será responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das
Atraso no início Impacto na remuneração
IV.1 da Concessionária. exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou
da operação. autorizações necessárias às obras, bem como de atividades alternativas,
complementares e de projetos associados.

Aumento nos custos.


Impossibilidade de início Excludentes de responsabilização da Concessionária por fato exclusivo do Poder
Suspensão das obras em da operação dos trechos Concedente ou de terceiro
virtude de ato do Poder duplicados, com o Poder
Concedente. respectivo incremento
Concedente
dos custos para a sua
realização.
Impacto na remuneração
Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.
da Concessionária.

Insatisfação em Concessionária Previsão contratutal de sistema de avaliação de desempenho


relação aos

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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

serviços
prestados pela Aumento dos custos de Concessionária é responsável pela realização de investimentos para atender aos
Concessionária operaração. indicadores de desempenho.
. Serviços de má qualidade
Necessidade de novos
prestados pela investimentos para o
Concessionária.. atendimento dos
parâmetros de Previsão de pesquisa de satisfação dos usuários e canais de comunicação.
desempenho.

Previsão de penalidades, possibilidade de intervenção, e de decretação de caducidade


da Concessão.
Aumento dos custos de
Reincidência em índices operaração.
Concessionária é responsável pela realização de investimentos para atender aos
baixos de desempenho. Concessionária
Necessidade de novos indicadores de desempenho.
investimentos para
IV. melhoria dos serviços.
2
Aplicação de penalidades e sanções mais severas em casos de reincidência da má
qualidade dos serviços

Obrigação de atendimento das condições mínimas de qualidade previstas nos anexos do


Contrato, assim como para a aquisição de outros bens.
Investimentos adicionais
Uso de estruturas e material para readequação das
estruturas do Parque Remuneração do particular baseada no desempenho.
com qualidade inferior ao
Zoológico. Concessionária
esperado para o Projeto.
Não atendimento aos Aplicação de penalidades para serviços prestados aquém do mínimo.
indicadores de
desempenho.
Intervenção do Poder Concedente, caso os bens e estruturas entregues em qualidade
inferior enseje situação de risco ou resultem em deficiências graves na prestação dos
serviços.

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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Concessionária conserva a responsabilidade integral pelos bens da Concessão, devendo


adquiri-los conforme as especificações do Contrato e, quando cabível, substituí-los ou
repará-los, corretiva e preventivamente.

Investimentos adicionais
para a manutenção
corretiva e preventiva dos
bens, mantendo-os em
Baixa qualidade dos bens. conformidade com os Concessionária
níveis de qualidade
determinados no Padrões de qualidade mínimos exigidos para os bens da Concessão.
Contrato.
Aquisição de novos bens.
Perecimento ou
IV. destruição dos
Obrigação de os bens da Concessão reverterem ao Poder Concedente com determinado
4 bens da
padrão de qualidade e prazo de vida útil.
Concessão.

Concessionária é responsável pelos custos decorrentes do reparo ou prevenção de


danos causados por manifestações sociais e/ou protestos nas imediações dos bens da
Concessão.
Investimentos adicionais
Conflitos relativos à multidão para a manutenção Concessionária
ou aglomeração de pessoas. corretiva e preventiva dos
bens da Concessão.
Previsão de seguros obrigatórios contra danos patrimoniais e operacionais ensejados por
aglomerações de pessoas e multidão.

Má utilização pelos vistitantes Concessionária conserva responsabilidade pela segurança e integridade dos bens da
Investimentos adicionais Concessionária
do parque zoológico. para a manutenção Concessão, assim como pelos custos decorrentes de danos a estes ativos.

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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

corretiva e preventiva dos


bens da Concessão. Obrigação da Concessionária de instruir os usuários a respeito do uso das utilidades do
parque zoológico.

Previsão de seguros obrigatórios para a mitigação dos custos provenientes de danos aos
bens da Concessão.

Danos, furtos, roubos ou Segurança patrimonial.


perda dos bens da Custos adicionais. Concessionária
Concessão. Previsão de contratação de plano de seguros patrimoniais.

A Concessionária deve elaborar plano de segurança e é obrigada manter os bens


utilizados na Concessão em condições adequadas de uso, observando as regras de
segurança envolvidas em sua utilização.

Indenizações por
Insegurança de acidentes ou danos a
equipamentos e atrações do terceiros. Falha na segurança dos usuários é penalidade de alta gravidade.
Parque Zoológico. Concessionária
Restrições na operação.
Insegurança Sanções dos órgãos
IV. dos visitantes competentes. Contratação de seguros e garantias.
5 do parque
zoológico.
A concessionária responderá pelos danos causados a usuários que tenham sido
motivados por insegurança de equipamentos e atrações do parque.

Responsabilização por
Falta de treinamento acidentes ou danos a Concessionária é responsável pelo adequado treinamento de seus fucionários,
adequado do pessoal da terceiros. Concessionária assumindo responsabilidade objetiva por danos causados a terceiros por falhas destes
Concessionária. últimos.

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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Necessidade de A concessionária é responsável pela elaboração e alteração, conforme necessidade e


Aumento dos
investimentos em novas Concessionária mediante aprovação do Concedente, do modelo de negócios do projeto de exploração do
investimentos
atrações. Parque Zoológico.

Necessidade de novos
investimentos em razão do
aumento do número de Aumento dos A Concessionária assume o risco de o projeto desenhado por ela não atender a demanda
Concessionária
visitantes além da investimentos. de visitantes ao longo da Concessão.
capacidade projetada do
IV. parque zoológico.
Demanda
6
A Concessionária deverá considerar em sua proposta econômica as gratuidades já
existentes e aquelas que, por iniciativa própria, desejar instituir no zoológico.
Liberalidade na cobrança do
valor do ingresso Diminuição das receitas Poder
(estabelecimento de novas da Concessionária. Concedente
O Poder Concedente reequilibrará o contrato no caso de instituição, após a assinatura do
isenções / gratuidades)
contrato, de novas gratuidades – não previstas originalmente.

A Concessionária assume total e exclusiva responsabilidade de natureza trabalhista,


Poder Concedente ser previdenciária, fiscal, acidentária, ambiental ou qualquer outra relativa aos seus
responsabilizado empregados ou terceiros contratados.
Passivos Custos adicionais com o
IV. solidariamente por
trabalhista e adimplemento de direitos Concessionária
7 obrigações trabalhistas ou
previdenciário. trabalhistas.
previdenciárias inadimplidas
Obrigação da Concessionária de manter indene o Poder Concedente em relação a
pela Concessionária.
eventual responsabilidade solidária relativa a obrigações trabalhistas e previdenciárias.

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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Ações judiciais movidas


Acessibilidade por acidentes graves.
Ausência de áreas acessíveis
IV. as atividades Exigências de novos A Concessionária deverá prever em sua proposta os investimentos necessários à
a idosos, portadores de Concessionária
8 do parque investimentos. garantia de acessibilidade nas atividades do zoológico.
deficiência e gestantes.
zoológico.
Queda na receita da
Concessionária.

Concessionária é obrigada manter os bens utilizados na Concessão em condições


adequadas de uso, observando as regras de segurança envolvidas em sua utilização.
Ausência de placas sobre
possíveis choques elétricos Indenizações por
nas cercas eletrificadas. acidentes ou danos a
terceiros.
Choque elétrico Má utilização da
infraestrutura do zoológico Restrições na operação.
de cercas
IV. pelos usuários; A concessionária deve elaborar plano de segurança e é responsável por assegurar a
elétricas em Sanções dos órgãos Concessionária
9 competentes. segurança dos usuários durante a utilização do parque zoológico;
torno de alguns Falhas operacionais nas
recintos. cercas elétricas (eletrificação Diminuição do número de
dos recintos; rompimento da viditantes ocasionados
cerca; curto-circuito, etc.) pela má reputação do
Parque Zoológico.

Contratação de seguros e garantias contra danos causados a terceiros;

Falta de aviso sobre os riscos Indenizações por


Lesões acidentes ou danos a Concessionária é obrigada manter os bens utilizados na Concessão, inclusive os
IV. de contato com os animais
causadas por terceiros. Concessionária recintos, em condições adequadas de uso, observando as regras de segurança
10
animais. Falha na operação. envolvidas em sua utilização.
Restrições na operação.

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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Erro de design dos recintos Sanções dos órgãos


dos animais e das áreas de competentes.
manejo. Diminuição do número de A concessionária deve elaborar plano de segurança e é responsável por assegurar a
viditantes ocasionados segurança dos usuários durante a utilização do parque zoológico;
Má utilização pelos usuários.
pela má reputação do
Parque Zoológico.

Contratação de seguros e garantias contra danos causados a terceiros;

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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Exigência de experiência prévia em projetos semelhantes.

Erros de projeto de engenharia Previsão de indicadores de desempenho.


Aumento dos custos. Concessionária
(básico e/ou executivo); Garantia de execução.

Plano de Seguros (Risco de Engenharia).

Aumento dos custos.

Aumento do risco dos


A Concessionária deverá adquirir e gerir os bens da Concessão de acordo com os
Custos de usuários.
IV.1 Má qualidade dos bens da parâmetros de qualidade estabelecidos pelo contrato, sendo de sua exclusiva
manutenção Concessionária
1 Concessão responsabilidade os custos de manutenção decorrentes da aquisição e implantação de
adicionais. Prejuízo à percepção
da qualidade dos bens com qualidade inferior.
serviços pelos
usuários.

Exigência de experiência prévia em projetos semelhantes.

Defeitos latentes/ocultos da Previsão de indicadores de desempenho.


Aumento dos custos. Concessionária
obra. Garantia de execução.

Plano de Seguros (Risco de Engenharia).

Mudanças Exigência por parte do Poder Impacto na operação. Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato, salvo se esta
IV.1 nos padrões Concedente de novos padrões Poder
mudança decorrer da repactuação contratual realizada no bojo da revisão ordinária do
2 de de desempenho, não previstos Despesas adicionais. Concedente
contrato.
desempenho. originalmente no Contrato..

Indicadores de desempenho
Obsolência
iniciais perdem a eficácia com o Impacto na operação.
dos Obrigação de reelaboração dos parâmetros de desempenho mediante termo aditivo,
IV.1 transcorrer do tempo, Poder
Indicadores assegurado o direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato nos
3 demandando readequação Despesas adicionais. Concedente
de casos em que esta recpatuação não decorrer de revisão ordinária do contrato..
para a manutenção da
desempenho.
qualidade dos serviços.

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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Impossibilida
de de Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.
Manifestações de civis/usuários Impacto na operação.
abertura do
IV.1 que impeçam o funcionamento
Parque e de Compartilhado
4 e a cobrança de ingresso do Aumento dos custos.
cobrança de (Sugestão: determinar um limite que a Concessionária suporte e acima deste limite o Poder
Parque Zoológico.
tarifas junto Concedente reequilibra o Contrato)
ao público

A concessionária é responsável por gerir as relações mantidas com seus empregados e


funcionários, inclusive em situações de greve ou outros tipos de manifestação.
Greve no Greves e outras manifestações Paralização temporária
IV.1 ou permanente da
setor de dos funcionários que trabalham Concessionária
5 operação.
operação na Concessão.
O contrato exige que a concessionária contrata seguros quanto a este tipo de
manifestação.

A Concessionária assume total e exclusiva responsabilidade pelo bem estar animal e


ambiental do zoológico.

Sofrimento animal.
Os animais do parque
zoológico não são tratados Perda de licenças Obrigação da Concessionária de manter indene o Poder Concedente em relação a
Operação operacionais. eventual responsabilidade solidária com relação a conservação do meio ambiente e do
corretamente.
IV.1 inadequada bem-estar dos animais.
Impossibilidade de Concessionária
6 do parque cobrança de tarifa.
zoológico.
Bens da concessão não são Sanções Fiscalização pelo Poder Concedente das questões quanto a conservação do ambiente e
conservadas adequadamente. administrativas pelos tratamento dos animais, que não exime a concessionária de suas responsabilidades.
órgãos ambientais.

Previsão de indicadores de desempenho relacionados ao bem estar animal e à


manutenção do plantel

Má reputação para o
IV.1 Fuga de Má conservação das grades de parque zoológico. A concessinária será obrigada a manter procedimento para fugas de animais pré-
Concessionária
7 Animais proteção dos animais. estabelecido.
Divulgação de
insegurança nas redes

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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Erro da equipe de operação do sociais ocasionando a


Parque Zoológico queda de visitantes.
Aumento dos custos. A concessionária deverá criar uma política de segurança animal no local.

Queda na receita da
Concessionária.
Danos a usuários ou a A Concessionária deverá disponibilizar equipe capacitada e dotada dos equipamentos
terceiros.
necessários a conter a situação emergencial relativa a fuga de animais.

Responsabilidade da concessionária de indenizar eventuais danos sofridos por usuários ou


terceiros por ocasião da fuga animal

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos


animais e à manutenção do plantel

Falhas nos Utilização de equipamentos


equipamento obsoletos ou em mau estado Má reputação do
de conservação zoológico. A Concessionária deverá manter equipe de contenção de animais em caso de fuga, bem
IV.1 s utilizados
Concessionária como deverá fornecer treinamento adequado a seus membros e também oferecer
8. para a Não realização de manutenção Risco de dano aos equipamentos adequados e em bom estado de manutenção para estes profissionais.
contenção adequada dos equipamentos usuários.
animal de contenção de animais

Erros Negligência ou imperícia do


médicos profissional veterinário;
cometidos no Morte ou incapacitação A Concessionária será responsável por manter hospital veterinário no Zoológico, incluindo,
IV.1 tratamento do animal para a vida todos os equipamentos e insumos médicos necessários ao cuidado da saúde de todos os
Concessionária
9. dos animais Ausência de medicamentos ou em cativeiro ou na animais integrantes do Plantel, assim como, por selecionar profissionais veterinários
ou em de equipamentos necessários natureza. qualificados por desempenhar os serviços neste recinto;
procedimento ao tratamento ou procedimento
s cirúrgicos cirúrgico

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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

A Concessionária será obrigada a edificar e manter os recintos dos animais em condições


Negligência quanto aos adequadas de segurança, tanto aos usuários quanto aos animais.
cuidados demandados pelos
Morte ou prejuízo grave
animais; à saúde de animais.
Inadequação das instalações Obrigação de reposição
que venham a ocasionar lesões do plantel de animais.
Lesões aos animais;
IV.2 Responsabilização A Concessionária será obrigada a orientar os usuários quanto as regras de visitação, sendo
sofridas pelos pelos órgãos Concessionária
0 Má utilização do Zoológico sua responsabilidade coibir qualquer comportamento que coloque os animais ou os
animais ambientais.
pelos usuários visitantes em risco.
Obrigação de
Acidentes em exibições ou
readequação das
atrasões que utilizem os instalações dos A Concessionária será responsável por oferecer condições adequadas aos animais,
animais animais. assegurando seu bem estar e saúde. Eventuais lesões sofridas em razão de negligência
Maus tratos pelos funcionários será de sua exclusiva responsabilidade.

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos


animais e à manutenção do plantel

Epidemias;
Morte ou danos A concessionária será obrigada a manter os habitáculos dos animais em condições
Contaminação do zoológico por irreversíveis ao plantel. sanitárias e biologicamente adequadas;
Enfermidades agentes biológicos causadores
IV.2 Risco de transmissão
no plantel de de patologias (vírus, fungos, de doenças à Concessionária
1
animais bactérias, etc.) população.
A Concessionária será obrigada a fornecer tratamento e acompanhamento veterinário
Contração de doenças Intervenções dos periódico aos animais integrantes de seu plantel.
correntes e ordinárias. órgãos de saúde para

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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

evitar contaminações
da população. A Concessionária será obrigada a contribuir e a observar as recomendações dos órgãos
competentes em caso de contaminação de seu plantel por doenças que possam ser
transmitidas a humanos.

Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos


animais e à manutenção do plantel

Inadequação Recintos de armazenagem dos


das alimentos e da água em Intoxicação dos
condições de condições sanitárias animais e outras
conservação inadequadas; enfermidades A Concessionária será responsável por armazenar de forma adequada os alimentos
IV.2 dos decorrentes. necessários aos animais, assim como dos equipamentos destinados a sua alimentação.
Equipamentos utilizados na Concessionária
2. Alimentos e Responsabilização Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos
alimentação e dessedentação
da Água pelos órgãos de animais e à manutenção do plantel
dos animais em condições
destinados vigilância sanitária e
precárias de higiene;
ao Plantel de ambientais.
Animais

Alimentação nutricionalmente
inadequada dos animais; A Concessionária será responsável por estabelecer uma dieta e uma rotina alimentar
Inadequação Obesidade de animais. adequada para cada espécie de animal integrante de seu plantel, respondendo pelas
Escolha de alimentos
da dieta inadequações desta última.
IV.2 incompatíveis com a rotina Disfunções nutricionais. Concessionária
alimentar do
3. alimentar recomendada
Plantel de Risco à saúde dos
paracada espécie;
Animais animais. Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos
Não observância dos períodos animais e à manutenção do plantel
de alimentação dos animais;

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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Falta de
Aquisição em quantidade A Concessionária será responsável por assegurar o bem estar dos animais situados no
alimentos ou
insuficiente de alimentos; Não cumprimento da Zoológico, garantindo a estes água e alimentação em quantidade suficiente para suprir
de Água para
dieta alimentar e de suas necessidades biológicas,
IV.2 Dessedentaç Aquisição ou fornecimento de dessedentação dos Concessionária
4. ão, água em volume insuficiente animais.
hidratação e para a dessedentação e Sofrimento animal. Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos
higienização higienização dos animais. animais e à manutenção do plantel
dos Animais

Inadequação Não realização de perícia post A Concessionária é responsável pela gestão do plantel de animais, devendo observar
da mortem adequada; todas as obrigações relativas a sua adequada manutenção em vida quanto as obrigações
Contaminação do solo.
IV.2 destinação Destinação a áreas não necessárias a sua adequada disposição após a morte.
Sanções ambientais e Concessionária
5. de animais capacitadas para o
que faleçam contratuais.
recebimento de cadáveres
no Zoológico animais.

A Concessionária deverá manter todos os equipamentos e equipe de segurança


Furto ou Falha ou ausência de necessários à garantia da segurança patrimonial dos veículos armazenados no
dano a equipamentos de segurança estacionamento do Zoológico.
IV.2 veículos no
Ausência ou falha da equipe de Dano aos usuários. Concessionária
6 estacioname
segurança
nto do
Zoológico A Concessionária será obrigada a contratar seguros patrimoniais.

Falha ou ausência de A Concessionária deverá assegurar a segurança de todos os animais integrantes do plantel
Furto de equipamentos de segurança Dano aos animais. por meio de equipamentos de segurança e de equipe qualificada para tanto.
IV.2 animais
Ausência ou falha da equipe de Obrigações de novos Concessionária
7 integrantes investimentos para
segurança
do Plantel reposição do plantel. Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos
animais e à manutenção do plantel

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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Falha no cumprimento ou não É obrigação da Concessionária assegurar o bem estar dos animais, sendo de sua
Morte de observância das normas de Obrigação de reposição responsabilidade qualquer dano que leve a morte por causas não naturais destes animais.
IV.2 animais por do plantel de animais.
segurança dos animais. Concessionária
8. causas não Responsabilidade
naturais Má utilização do Zoológico ambiental. Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos
pelos usuários animais e à manutenção do plantel

Definição prévia das informações a serem fornecidas pela Concessionária ao Poder


Procedimentos para gestão do Assimetria nos Concedente.
Gestão
IV.2 Contrato e responsáveis não sistemas de informação Concessionária
Inadequada
9 definidos claramente no Poder do Poder Concedente e
do Contrato. do Concessionário. Exigência de que as informações solicitadas à Concessionária sejam enviadas em formatos
Concedente.
compatíveis com os sistemas do Poder Concedente.

Insatisfação dos Previsão contratual de intervenção e de caducidade por má performance medida por um
IV.3 usuários. sistema de mensuração de desempenho.
Queda na
0 qualidade do Gestão inadequada. Redução da quantidade Concessionária
serviço. de visitantes e da
rentabilidade da
Concessionária.

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Tabela 8 – Riscos econômico-financeiros

V – RISCOS ECONÔMICO-FINANCEIROS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Aumento dos custos.

Inflação nos preços dos Necessidade de aportar Concessionária deverá suportar a variação dos preços dos insumos.
recursos próprios
insumos relacionados às obras
adicionais ou de obtê-los
de melhoramentos e ampliação em mercado para Concessionária
da infraestrutura do parque suportar as obrigações
zoológico. assumidas perante
fornecedores e para a
execução da Concessão.

Aumento do valor, em
Falta de Reais, da parcela do
retorno Variação cambial. financiamento a ser paga Concessionária Risco de variação cambial será expressamente alocado à Concessionária no Contrato.
pela Concessionária.
econômico
V.1
dos Aumento dos custos.
investimentos
realizados. Redução do retorno
Custos excessivos de execução
econômico projetado pela Concessionária Particular é responsável pelos custos inerentes à Concessão.
do projeto.
Concessionária.

Investimentos adicionais Poder Concedente responde pelos riscos nos termos da cláusula rebus sic stantibus,
Imprevisões, álea econômica para suportar os Poder assumindo os custos decorrentes daquilo que extraordinariamente sobejar os riscos
extraordinária. acontecimentos Concedente ordinários atrelados às obrigações descritas no objeto do Contrato e na repartição de
extraordinários. riscos nesse estabelecida.

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V – RISCOS ECONÔMICO-FINANCEIROS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Frustração de receitas
Erros do plano de negócios projetadas.
apresentado pela Custos adicionais para a Concessionária Concessionária conserva os riscos pelos planos de negócios apresentados.
Concessionária. implantação do plano de
negócios.

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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Concessionária é responsável pela realização de estudos e pelo planejamento do retorno


econômico da Concessão, assumindo os custos decorrentes de falhas nestes últimos, de
ineficiências na execução do Contrato ou pela não concretização de expectativas
assumidas por ocasião da contratação.

Falta de retorno econômico Inexequibilidade do


Concessionária Repercussões para a continuidade do Contrato mitigadas pelo acompanhamento da
esperado. Contrato.
situação financeira da Concessionária, com possibilidade de intervenção e decretação de
Falência ou caducidade pelo Poder Concedente.
recuperação
V.2 judicial da Possibilidade de acionamento das garantias de execução do Contrato constituídas pela
Concessionária. Concessionária, em caso de inviabiçidade do cumprimento das obrigações contratuais.

Concessionária é responsável pelos custos inerentes à Concessão, assumindo, inclusive,


Inadimplência do os custos de contratação do financiamento, custos trabalhistas e previdenciários, assim
Concessionária junto a Ações de cobrança, com como com seus fornecedores.
seus financiadores, possível pedido de Concessionária
fornecedores, empregados decretação de falência.
ou sub contratados. Previsão de step in rights.

Custo de capital para


Custo de capital realização das obras de Concessionária é responsável pelos custos da Concessão, inclusive, pela projeção e
V.3 Inexequibilidade do
melhoramentos do parque Concessionária pagamento dos custos de capital necessários a sua realização, assim como pela
Contrato.
zoológico e sua operação contratação de financiamento ou outras formas para suportá-los.
maior do que o projetado.

Falta de
atualização Redução do valor real da
Diminuição das receitas Previsão de reajuste anual automático do valor máximo a ser cobrado, caso ele venha a
V.4 monetária da remuneração da Compartilhado
da Concessionária. ser estabelecido contratualmente
tarifa do valor do Concessionária.
ingresso.

Pl an o s En g en h ar ia 89
RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Alteração das taxas de A Concessionária é responsável pela contratação do financiamento da Concessão e


Variação das Efeitos sobre a estrutura
V.5 juros durante a vigência do de preço da prestação do Concessionária deverá suportar as variações de taxas de juros associadas a esta contratação.
taxas de juros.
Contrato. serviço.

Exigência, na licitação, de declaração de que o proponente dispõe capacidade financeira


para obter financiamento.

Aumento dos custos.


Risco de Necessidade de aportar
Indisponibilidade recursos próprios
Falta de recursos de
de adicionais ou de obtê-los Exigência, no Edital, de declaração da instituição financeira de exequibilidade do plano
V.6 terceiros para financiar o em mercado para Concessionária
Financiamento. de negócios.
empreendimento. suportar as obrigações
assumidas perante
fornecedores e para a
execução da Concessão.

A Concessionária é responsável pela contratação do financiamento da Concessão.

Cláusula de step-in-rights, permitindo ao financiador substituir, com autorização prévia do


Risco de ente público, um novo operador na hipótese de inadimplemento do empreendedor.
inadimplência do Parceiro privado parar de
Aumento dos custos.
parceiro privado honrar os compromissos
V.7 Inviabilidade econômica Concessionária
junto às financeiros junto às
instituições instituições financeiras. da Concessão.
financeiras. Possibilidade de oferecer os direitos emergentes da Concessão em garantia do
financiamento, no limite em que não comprometa a própria Concessão.

Pl an o s En g en h ar ia 90
Tabela 9 – Riscos Institucionais

VI – RISCOS INSTITUCIONAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Previsão contratual do procedimento de indenização da Concessionária.


Extinção do Contrato e
instauração de
procedimento para a
Encampação. apuração das Concessionária
indenizações devidas à
Concessionária.
VI.1 Político. Observância das hipóteses legais da encampação.

Imposição de alterações
Aumento imprevisto dos
unilaterais, pelo Poder custos de projeto/ Poder Concedente responderá pelas alterações unilaterais que impuser à
Poder
Concedente, quanto às engenharia e operação Concessionária, assegurando-se o direito ao reequilíbrio econômico-financeiro da
Concedente
obrigações da da do parque zoológico. Concessão ao particular..
Concessionária.

Demora na solução de
Lentidão, falta de controvérsias e adoção Adoção de arbitragem e de sistema amigável de solução de controvérsias.
Jurídico e de decisões
VI.2 especialização técnica e Compartilhado
Judicial. tecnicamente
falhas na jurisdição.
inadequadas.

Pl an o s En g en h ar ia 91
VI – RISCOS INSTITUCIONAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Alterações na regulação
aplicável à Concessão ou, Incumbe à Concessionária executar o Contrato conforme a legislação e regulação
ainda que não aplicáveis, setorial incidentes sobre o projeto, mudanças normativas posteriores à assinatura do
Custos adicionais. Compartilhado
que afetem a execução de Contrato que imponham aumento dos custos ensejam o direito ao reequilíbrio
seu objeto. econômico-financeiro.
Regulatório e
VI.3
legislativo.
Impactos tributários (ex.
Alteração da carga tributária enseja reequilíbrio econômico-financeiro, exceto os tributos
alterações legais, risco da Aumento dos custos de
Compartilhado sobre a renda.
modelagem tributária). construção e operação.

Decretação da caducidade
da Concessão por Estalbecimento de procedimentos para o monitoramento e para a avaliação do
insuficiência de Extinção do Contrato. Concessionária desempenho operacional da Concessionária, acompanhado de definição de regras que
desempenho da disciplinarão o término antecipado por insuficiência de desempenho..
Concessionária.
Término
VI.4
antecipado. Rescisão contratual Extinção do Contrato. Previsão de critérios e procedimentos para reembolso da parcela dos investimentos não
Compartilhado
consensual. amortizados ou depreciados.

Previsão de contratação de Plano de Seguros (Lucros Cessantes), bem como a previsão


Força maior - eventos da Extinção do Contrato. Compartilhado de critérios e disposições próprias para a indenização dos investimentos ainda não
natureza.
amortizados.

Intervenção por Disciplina contratual da possibilidade de intervenção, com a definição estrita das
Descumprimento Descumprimento de Custos adicionais. hipóteses em que esta poderá ocorrer..
VI.5 do Contrato por condições contratuais pela Concessionária
Parte da Concessionária. Litigiosidade.
Previsão da possibilidade de execução da garantia da proposta em razão do
Concessionária. inadimplemento contratual.

Pl an o s En g en h ar ia 92
VI – RISCOS INSTITUCIONAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Intervenções dos órgãos de controle da administração pública ou do Ministério Público


Intervenção do
Intervenções e originadas em atos ou inadimplementos imputáveis à Concessionária, serão de
Ministério Custos Adicionais.
impedimentos da operação responsabilidade desta última, que terá de arcar com os custos decorrentes e eventuais
Público e dos
da Concessão por parte do indenizações ao Poder Concedente.
Órgãos de Atrasos nos
Ministério ou de órgãos de
VI.6 Controle da cronogramas. Compartilhado
controle da administração
Administração
Pública, como o Tribunal de
Pública (Tribunal Extinção do Contrato. Intervenções dos órgãos de controle da administração pública ou do Ministério Público
Contas da União/Estado,
de Contas, associados à concepção do projeto e demais exigências legais relativas à etapa interna
Corregedoria estadual etc.
Corregedoria). da licitação.

Previsão de uma estrutura de preço público aderente à legislação aplicável e à natureza


Custos adicionais jurídica da concessão.
Restrição operacional ou (indiretos).
não cobrança do valor do
Impossibilidade
ingresso decorrente de Atrasos no cronograma. Poder
VI.7 de cobrança do
decisão judicial, arbitral, Concedente
ingresso
administrativa ou omissão Inviabilidade econômica
de entes públicos. da Concessão.
Garantia do direito ao reequilíbrio econômico-financeiro da concessão.

Pl an o s En g en h ar ia 93
Tabela 10 – Riscos ambientais e sociais

VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

A Concessionária é responsável por desempenhar vistoria completa na área que


integrará a concessão, responsabilizando-se pela observância, em sua proposta, de
todos os custos necessários à execução do Contrato.

Existência de
Erosões, escorregamento, Atrasos no cronograma.
Processo de
VII.1 desagregação superficial, Concessionária
Desestabilização Aumento de custos. Exigência de observância às normas ambientais.
queda de blocos, recalque.
dos terrenos.

Controle das construções que tenham interface com o parque zoológico.

Poder Concedente deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados


na demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e
autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas
obrigações de modo diligente.

Atraso ou não obtenção da Atrasos no cronograma.


Compartilhado Concessionária é responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das
licença ambiental prévia. Aumento de custos.
exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou
Licenciamento autorizações necessárias aos melhoramentos do parque zoológico, bem como de
VII.2
ambiental. atividades alternativas, complementares e de projetos associados.

Poder Concedente deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados


Atraso na obtenção da Atrasos no cronograma. na demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e
licença ambiental de Compartilhado
Aumento de custos. autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas
instalação.
obrigações de modo diligente.

Pl an o s En g en h ar ia 94
VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Concessionária é responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das


exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou
autorizações necessárias aos melhoramentosdo parque zoológico, bem como de
atividades alternativas, complementares e de projetos associados.

Poder Concedente deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados


na demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e
autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas
obrigações de modo diligente.
Atraso na obtenção da Atrasos no cronograma.
licença ambiental de Compartilhado
operação Aumento de custos.
Concessionária é responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das
exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou
autorizações necessárias aos melhoramentos do parque zoológico, bem como de
atividades alternativas, complementares e de projetos associados.

A Concessionária é obrigada a obter e manter todas as autorizações e licenças


Autorizações do Atraso na obtenção ou necessárias à operação do Parque Zoológico, o que lhe obriga a suportar os custos
Atraso no Cronograma.
Zoológico
VII.3 renovação da Autorização
Paralização da operação Concessionária associados a sua não obtenção, salvo quando esta decorre de recusa imotivada do órgão
(Portaria SEMA Prévia, da Autorização de competente
nº 175/2015) do zoológico.
Instalação e/ou da

Pl an o s En g en h ar ia 95
VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Autorização de Uso e Investimentos adicionais


Manejo. para a obtenção da
autorização.
Previsão de penalidades contratuais para os atrasos no cronograma.
Não obtenção ou
renovação da Autorização
Prévia, da Autorização de
Instalação e/ou da
Autorização de Uso e
Manejo. Possibilidade de decretação da caducidade da concessão

Infraestruturas Frustração dos objetivos


inadequadas para a da Concessão.
Manutenção da manutenção ou obtenção Necessidade de novos É obrigação da Concessionária desempenhar todos os investimentos necessários a
VII.5 Classificação do da classificação na investimentos para a Concessionária garantir que o Parque Zoológico detenha a estrutura adequada para a obtenção das
Zoológico Categoria “A”, nos termos obtenção da classificação qualificações técnicas exigidas pelo contrato.
da Portaria IBAMA nº na Categoria A.
07/2015.

Inadequação da
armazenagem e
destinação de
Resíduos e Sanções ambientais.
Efluentes A Concessionária será responsável pela correta destinação de todos os resíduos sólidos
Não tratamento prévio dos Obrigação de
VII.6 Hospitalares, investimentos para o Concessionária e efluentes produzidos durante a operação do Zoológico que demandem tratamento
resíduos e efluentes
Laboratórios ou cumprimento das prévio a sua destinação final..
outros que exigências ambientais.
demandem
tratamento
prévio

Pl an o s En g en h ar ia 96
VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO

Não ligação do zoológico à Sanções ambientais e


Inadequação da rede pública de esgoto ou regulatórias. A Concessionária será responsável pelo tratamento, conforme as exigências de
VII.7. Destinação de não realização de Poluição das bacias Concessionária regulamentação vigente, de todos os efluentes líquidos produzidos durante a operação
Esgoto tratamento de esgoto hidrográficas do Zoológico, antes de seu despojo as bacias hudrigráficas circundantes.
adequado. circundantes.

Previsão de obrigação, para a Concessionária, de adotar as medidas para tratamento do


passivo ambiental.

Os ônus decorrentes do passivo ambiental gerado antes da assinatura do Contrato serão


Aumento de custos. de responsabilidade do Poder Concedente e ensejarão reequilíbrio econômico financeiro
Constatação de passivo do Contrato, salvo aqueles previamente identificados no Contrato.
Passivo
VII.4 ambiental após a Compartilhado
ambiental.
assinatura do Contrato. Atrasos nos Os ônus decorrentes do passivo ambiental gerado após a assinatura do Contrato serão
cronogramas.
de responsabilidade da Concessionária.

Não incidência de penalidades por eventuais atrasos ocasionados pela descoberta de


passivos ambientais não informados pelo Poder Concedente antes da assinatura do
Contrato.

Pl an o s En g en h ar ia 97
5 Modelo de Negócios

O presente capítulo tem por objetivo apresentar o Modelo de Negócios para a


Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul. Os itens que serão descritos
nesse capítulo são referentes ao modelo de negócios a ser adotado na Concessão do
Parque Zoológico de Sapucaia.
É necessário levar em conta a Lei Federal nº 8.987/95 que define as diretrizes para as
concessões no Brasil, uma vez que o modelo proposto é o de concessão comum, o qual
não há contrapartidas pecuniárias do Estado para complementar e/ou viabilizar a
Concessão. Consequentemente, não há dependência de pagamentos adicionais a
serem realizados pelo Estado, o projeto terá que ser viável financeiramente.
As concessões comuns podem ser onerosas, quando há o pagamento de uma outorga
pelo privado ao Estado. Há também concessões não onerosas, quando não há o
pagamento de outorga para ter o direito de exploração do ativo público e serviços
públicos.
A determinação de pagamento de outorga ou não, e como ela será definida será
resultado do estudo de viabilidade econômico financeiro, do estudo de demanda,
inerente a atividade do Projeto e dos objetivos do Governo do Estado.
O diagrama, exposto na Figura 51 a seguir, apresenta suscintamente o Modelo de
Negócios proposto para a Concessão do bem público, o Parque Zoológico Sapucaia do
Sul.
Figura 51 – Modelo de Negócios da Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do
Sul.

Fonte: Elaboração Consórcio.

Pl an o s En g en h ar ia 98
Secretaria Ambiente e
Desenvolvimento
Sutentável
(Poder Concedente)

O Poder Concedente será a Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável


(SEMA). É responsabilidade da SEMA realizar o processo licitatório, na modalidade de
concessão comum, e firmar contrato com a empresa/ consórcio de empresas vencedor
do certame, bem como gerir o contrato durante o prazo pactuado.

Concessionária

O vencedor da licitação será responsável por constituir uma Sociedade de Propósito


Específico (SPE), cujo objeto social será a exploração do bem concedido definidos no
contrato de Concessão.
A Concessionária deverá pagar em favor do Poder Concedente outorga para exploração
do bem. Em contrapartida, a Concessionária será remunerada através da tarifa paga
pelos usuários do Parque Zoológico, bem como outras receitas da exploração do bem
concedido.
A Concessionária deverá obedecer a padrões de governança corporativa e adotar
sistemas de contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme
regulamento, podendo assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários
admitidos à negociação no mercado.

Acionistas

Os acionistas serão responsáveis pela constituição da SPE e pelos aportes de capital


necessários. Por sua vez, os acionistas farão jus aos dividendos do Projeto.

Usuário

Os usuários serão os ingressantes pagantes do valor da tarifa no Parque Zoológico de


Sapucaia do Sul.

Financiador

O Projeto poderá ainda contar com financiamentos durante o período de Concessão,


com termos e condições adequados à capacidade de geração de caixa do Projeto de
Concessão.

Seguradoras

Tendo em vista que ao longo da execução contratual podem surgir contratempos que
ocasionem danos e perdas materiais, é recomendável a utilização de seguros para a
mitigação de riscos.

Pl an o s En g en h ar ia 99
O contrato de Concessão deverá prever que a Concessionária mantenha em vigor, a
partir do início até o término da Concessão, apólices de seguro que cubram o valor
integral dos equipamentos, instalações, sistemas e outros bens móveis vinculados à
Concessão. O Subcapítulo 5.1 descreve os seguros usualmente exigidos em contratos
de concessão.

5.1 Seguros e Garantias


Há previsão legal na Lei de Licitações (lei n° 8.666/93) e na Lei de Concessões (lei n°
8.987/95) de exigência de garantias do ente privado, quando oportuno. Por isso, o
contrato de Concessão deverá exigir a contratação de seguros e garantias por parte da
SPE. A seguir são descritos os seguros e garantias a serem adotados no contrato de
Concessão.

5.1.1 Garantia e manutenção de proposta: Garantia da proposta ou Bid


Bond
A garantia de manutenção de proposta, também conhecida como Bid Bond, garante
para o licitante os custos decorrentes da não-assinatura do contrato pelo vencedor da
licitação. Neste caso, o vencedor da licitação deverá indenizar o governo garantindo o
diferencial de preço para o segundo colocado e os custos inerentes ao atraso do
contrato.
O prazo de vigência da garantia deve cobrir todo o período da entrega da proposta pelas
proponentes na licitação até a assinatura do contrato, sendo que caso ocorra atraso em
alguma das etapas necessária à assinatura do contrato, ou no processo licitatório, de
forma que o prazo exigido no edital de licitação não seja suficiente, deve-se renovar a
garantia da proposta.
O valor garantido depende do projeto, sendo observado nos últimos editais algo entre
1% e 1,5% do valor do contrato.

5.1.2 Garantia de fiel cumprimento de obrigações contratuais durante a


operação: Garantia de Execução ou Performance Bond
A garantia de fiel cumprimento de obrigações contratuais durante a operação, também
conhecida como Performance Bond, garante a indenização, até aos valores indicados
no contrato, dos prejuízos decorrentes do não cumprimento das obrigações assumidas
no contrato de Concessão do bem.
O prazo de vigência da garantia deve cobrir todo o período do contrato de Concessão,
sendo o valor garantido dependendo dos riscos inerentes à atividade do contrato.

5.1.3 Seguros a serem contratados pela Concessionária


Após a celebração do contrato, a Concessionária deve contratar alguns seguros, sendo
comumente solicitados o seguro de responsabilidade civil e o seguro do tipo all risks
(todos os riscos). Porém há outros tipos de seguro que podem ser exigidos de acordo
com o modelo de negócios do projeto. Para a Concessão do Parque Zoológico de
Sapucaia do Sul sugere-se a exigência dos seguros de responsabilidade civil e all risks.

Pl an o s En g en h ar ia 100
5.1.3.1 Seguro de responsabilidade civil
Cobertura referente à responsabilidade civil da Concessionária e/ou Poder Concedente,
por danos causados, inclusive custos processuais e outras despesas que atinjam a
integridade física e patrimonial de terceiros, decorrentes da implantação do Projeto de
Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.
O prazo de vigência do seguro deve cobrir todo o período de vigência do contrato de
Concessão.
5.1.3.2 Seguro de risco operacional do tipo all risks
Cobertura de avarias, perdas e danos de materiais decorrentes de acidentes de origem
súbita e imprevista, causados aos bens de propriedade ou posse da Concessionária.
O prazo de vigência do seguro deve cobrir todo o período de vigência do contrato de
Concessão, sendo que o valor segurado dependerá dos riscos inerentes ao Projeto.

5.2 Quadro de Indicadores de Desempenho


A Lei das concessões, Lei 8.987 de 13 de fevereiro de 1995, em seu artigo 23 que
regulamenta os contratos de concessão dispõe sobre a obrigatoriedade do indicador de
desempenho. O indicador é um importante fator de avaliação dos parâmetros da
concessão, como construção ou serviço. No artigo 35 da mesma lei, é colocado que o
indicador de desempenho pode vir a ser fator de extinção da concessão pelo Poder
Concedente, caso o indicador sinalize a baixa qualidade no serviço de acordo com os
parâmetros estabelecidos.
O indicador de desempenho se torna assim um auxiliar na verificação do serviço
prestado pela Concessionária. Os indicadores serão classificados conforme detalhado
nas notas a seguir:
 Nota 1: Somente será atribuída para refletir o integral cumprimento, pela
Concessionária, de determinado Indicador de Desempenho.
 Nota 0: Será atribuída no caso de descumprimento, cumprimento parcial ou
inconformidades no cumprimento do Indicador de Desempenho, que tenham
sido verificadas no âmbito das atividades fiscalizadoras relacionadas ao período
considerado.
Na figura abaixo estão resumidos os grupos de indicadores sugeridos. O quadro de
indicadores é formado por quatro grupos, sendo eles: qualidade, segurança,
sustentabilidade e performance financeira.

Pl an o s En g en h ar ia 101
Figura 52 – Grupo de Indicadores de Desempenho

Fonte: Elaboração Consórcio.

Nas figuras abaixo estão detalhados os grupos de indicadores ilustrados a cima.


Figura 53 - Quadro de Indicadores: Indicador de Qualidade

Fonte: Elaboração Consórcio.

Para os indicadores de qualidade têm-se:


 Atendimento ao usuário;
 Tratamento do plantel de animais segundo normas estabelecidas.

Pl an o s En g en h ar ia 102
Figura 54 - Quadro de Indicadores: Indicador de Segurança

Fonte: Elaboração Consórcio.

Para os indicadores de segurança têm-se:


 Acidentes com usuários;
 Acidentes com funcionários;
 Acidentes com animais.

Figura 55 - Quadro de Indicadores: Indicador de Sustentabilidade

Fonte: Elaboração Consórcio.

Para os indicadores de sustentabilidade têm-se:


 Número de programas com foco na educação ambiental e conservação.

Figura 56 – Quadro de Indicadores: Indicador de Performance Financeira

Fonte: Elaboração Consórcio.

Para os indicadores de performance financeira têm-se:


 Saúde financeira da concessionária.

5.2.1 Indicador de Qualidade

O Indicador de Qualidade (IQL) retratará a qualidade da infraestrutura e dos serviços


compreendidos na Concessão, compreendendo o atendimento das funcionalidades,
performance, ausência de defeitos e inconformidades.

Pl an o s En g en h ar ia 103
O IQL, que corresponde a um índice técnico de qualidade, será apurado
quantitativamente por meio de dados e métricas relacionados à qualidade da
infraestrutura e dos serviços.
O IQL é dado pela avaliação dos seguintes sub-indicadores:
 Operacionalidade – OPL
 Serviço dos Animais – ANI
 Satisfação dos usuários

O Indicador de Qualidade (IQL) será apurado por meio dos sistemas de informação que
serão implantados pela concessionária para gerenciamento da infraestrutura concedida
e dos serviços prestados, e também através de inspeções in loco, realizadas
aleatoriamente e por amostragem estatística representativa.
Deverá ser elaborado pela concessionária e submetido à aprovação do Poder
Concedente, em um prazo de até 45 dias anterior ao início da operação plena, relatório
contendo as definições de amostragem, freqüência e método de abordagem, bem como
das datas e horários de inspeção, entre outros pontos que se relacionem aos demais
aspectos operacionais e que serão analisados durante a avaliação dos indicadores.

Tabela 11 – Critério para definição do indicador de qualidade

Sub-indicador Peso

Operacionalidade – OPL 15%


Serviços aos Animais - ANI 15%
Satisfação dos usuários - USU 15%
Total do peso do indicador de qualidade 45%

Fonte: Elaboração Consórcio.

Portanto, o Indicador de Qualidade será representado por um número de 1 (um) a 4


(quatro) que será obtido pelo resultado da fórmula abaixo:

IQL = OPL + ANI + USU


3

O sub-indicador de Operacionalidade – OPL é destinado a avaliar a efetiva


disponibilidade da infraestrutura aos seus usuários, sendo mensurada a quantidade de
dias em que o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul estará aberto ao público.
O sub-indicador de Serviços de Animais– ANI é destinado a avaliar a qualidade dos
serviços associados ao plantel de animais do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul,
notadamente no que diz respeito ao atendimento dos padrões exigidos pelo IBAMA com
relação às instalações destinadas aos animais e aos cuidados destinados ao plantel,
bem como à manutenção do plantel mínimo estabelecido no contrato.

Pl an o s En g en h ar ia 104
O sub-indicador de Satisfação dos Usuários – USU é destinado a avaliar a qualidade
dos serviços prestados aos usuários do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, conforme
pesquisa de satisfação dos usuários a ser realizada pelo Poder Concedente.
Abaixo são apresentados as métricas de apuração para os subindicadores
mencionados acima.

Tabela 12 – Métrica para apuração dos subindicadores de qualidade


Form a de Nota
Subindicador Avaliação Racional
Medição 1 2 3 4
4 - se aberto em no mínimo 50 finais de semana, 180 dias úteis
1) Relatório da por ano e 90% dos feriados
concessionária
Disponibilidade da Quantidade de 3 – descumprimento de uma das metas acima em até 2%
2) sistema de
Operacionalidade infraestrutura e dias em que o
reclamações dos
(OPL) serviços para os zoológico estará 2 – descumprimento de mais de uma das metas, ou de uma das
usuários e
usuários aberto ao público metas acima em até 4%
3) verificação in
loco 1 – descumprimento de todas as metas, ou de uma das metas
acima além de 4%
4 - se não houver irregularidade em relação à regulamentação
do IBAMA ou se forem sanadas no prazo máximo de 30 (trinta)
dias contados da sua notificação, bem como manutenção de ao
menos 80% (oitenta por cento) do Plantel Mínimo projetado por
macro grupo de espécies

3 – até 3 (três) eventos de descumprimento da regulamentação


do IBAMA além do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados
Descumprimento de sua notificação, e apresentar o Plano Geral de Reposição de
da 1) Relatório da Animais, e manutenção do Plantel entre 60 % (sessenta por
Atendimento à regulamentação concessionária cento) e 80% (oitenta por cento) do Mínimo projetado por macro
regulamentação do IBAMA e 2)notificações grupo de espécies;
Serviços de
do IBAMA e quantidade de dos órgãos de 2 – mais de 3 (três) eventos de descumprimento da
Anim ais (ANI)
manutenção do animais do controle e regulamentação do IBAMA além do prazo de 30 (trinta) dias
Plantel Mínimo Plantel Mínimo e 3)verificação in contados da sua notificação, e apresentar o Plano Geral de
ações de loco Reposição de Animais, e manutenção do Plantel entre 60 %
reposição (sessenta por cento) e 80% (oitenta por cento) do Mínimo
projetado por macro grupo de espécies;
1 – mais de 3 (três) eventos de descumprimento da
regulamentação do IBAMA além do prazo de 30 (trinta) dias
contados da sua notificação, e não apresentar o Plano Geral de
Reposição de Animais, e manutenção do Plantel abaixo de 60 %
(sessenta por cento) do Plantel Mínimo projetado por macro
grupo de espécies

4 – Pontuação maior ou igual a 80% na avaliação da pesquisa


Resultados das Pesquisa de de satisfação;
Satisfação dos
pesquisas satisfação 3 – Pontuação entre 79,99% e 50% na avaliação da pesquisa
usuários com os
Satisfação dos semestrais a semestral a ser de satisfação;
serviços e
Usuários (USU) serem realizadas realizada pelo 2 – Pontuação entre 49,99% e 20% na avaliação da pesquisa
utilidades
pelo Poder Poder de satisfação;
disponibilizados
Concedente Concedente
1 – Pontuação igual ou inferior a 19,99% na avaliação da
pesquisa de satisfação.

Fonte: Elaboração Consórcio.

5.2.2 Indicador de segurança


O Indicador de Segurança (ISE) retratará a conformidade dos SERVIÇOS com as
obrigações regulatórias, legais e contratuais aplicáveis. Ele é obtido por meio da
apresentação de cadastros, laudos técnicos, certidões e relatórios gerenciais para
diversas categorias de serviços, que indicarão a existência de plano de trabalho,

Pl an o s En g en h ar ia 105
atividades desempenhadas, ocorrências, tratamento de falhas e incidentes, lições
aprendidas, nível de serviço desempenhado e ações de melhoria.

O ISE é dado pela avaliação dos itens correlacionados, formado pelos sub-
indicadores:
 Incidentes com Usuários – INC
 Acidentes com Funcionários e Prestadores de Serviço - IAF
 Manutenção das Instalações de Apoio – MAN

O Indicador de Segurança (ISE) será apurado por meio dos sistemas de informação que
serão implantados pela concessionária para gerenciamento da infraestrutura concedida
e dos serviços prestados, e também através de inspeções in loco, realizadas
aleatoriamente e por amostragem estatística representativa.
Deverá ser elaborado pela Concessionária e submetido à aprovação do Poder
Concedente, em um prazo de até 45 dias anterior ao início da operação plena, relatório
contendo as definições de amostragem, freqüência e método de abordagem, bem como
das datas e horários de inspeção, entre outros pontos que se relacionem aos demais
aspectos operacionais e que serão analisados durante a avaliação dos indicadores.
Tabela 13 - Critério para definição do indicador de segurança

Sub-indicador Peso
Incidentes com Usuários – INC 10%
Acidentes com Funcionários - IAF 10%
Manutenção das Instalações de Apoio – MAN 10%

Total do peso do indicador de segurança 30%

Fonte: Elaboração Consórcio.

Portanto, o Indicador de Qualidade será representado por um número de 1 (um) a 4


(quatro) que será obtido pelo resultado da fórmula abaixo:

ISE = INC +IAF + MAN


3

O sub-indicador de Incidentes com Usuários – INC é destinado a avaliar a segurança


dos usuários na fruição do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.
O sub-indicador de manutenção das Instalações de Apoio – MAN é destinado a apurar
o perfeito funcionamento das instalações de apoio aos usuários do do Parque Zoológico
de Sapucaia do Sul, notadamente enfermaria e banheiros.
Abaixo são apresentados as métricas de apuração para os subindicadores
mencionados acima.

Pl an o s En g en h ar ia 106
Tabela 14 - Métrica para apuração dos subindicadores de segurança
Form a de Nota
Subindicador Avaliação Racional
Medição 1 2 3 4
1) Relatório de 4 – inexistência de incidentes graves envolvendo usuários do
Ocorrência de
ocorrências da zoológico, no período apurado
incidentes graves
concessionária, 3 – até 1 (um) incidente grave envolvendo usuários do
envolvendo Quantidade de
Incidentes com 2)sistema de zoológico, no período apurado
usuários, incidentes
Usuários (INC) reclamações dos 2 – até 2 (dois) incidentes graves envolvendo usuários do
inclusive entre constatados
usuários e zoológico, no período apurado
usuários e
3)verificação in 1 – mais de 2 (dois) incidentes graves envolvendo usuários do
animais
loco zoológico, no período apurado
Ocorrência de 1) Relatório de 4 – inexistência de acidentes graves envolvendo funcionários e
acidentes graves ocorrências da prestadores de serviço do zoológico, no período apurado;
de trabalho, concessionária, 3 – até 1 (um) incidente grave envolvendo funcionários e
envolvendo Quantidade de 2) sistema de prestadores de serviço do zoológico, no período apurado;
Incidentes com
funcionários e acidentes registro do
Funcionários (IAF) 2 – até 2 (dois) incidentes graves envolvendo funcionários e
prestadores de constatados Ministério do
prestadores de serviço do zoológico, no período apurado;
serviço, inclusive Trabalho e
entre esses e 3) verificação in 1 – mais de 2 (dois) incidentes graves envolvendo funcionários
animais loco e prestadores de serviço do zoológico, no período apurado.

4 - se não houver irregularidade em relação às exigências


contratuais e regulamentares quanto às instalações de apoio,
Observância das no período de apuração, ou se forem sanadas no prazo máximo
Relatório da
Dimensionamento, exigências de 30 (trinta) dias contados de sua verificação;
concessionária
Manutenção das qualidade e contratuais e
notificações dos 3 – até 2 (dois) eventos de irregularidade além do prazo máximo
Instalações de funcionalidade regulamentares
órgãos de de 30 (trinta) dias contados de sua verificação;
Apoio (MAN) das instalações quanto às
controle e
de apoio instalações de 2 – até 3 (três) eventos de irregularidade além do prazo máximo
verificação in loco
apoio de 30 (trinta) dias contados de sua verificação;
1 – mais de 3 (três) eventos de irregularidade além do prazo
máximo de 30 (trinta) dias contados de sua verificação.

Fonte: Elaboração Consórcio.

5.2.3 Indicador de sustentabilidade socioambiental


O Indicador de Sustentabilidade Ambiental (ISS) destina-se a retratar o efetivo
comprometimento da concessionária com a educação socioambiental dos usuários, de
maneira a conscientizar e sensibilizar os usuários quanto à importância da preservação
do meio ambiente, por meio de atividades educativas e recreativas com escolas e outras
entidades, com o uso de temáticas expositivas e didáticas.
A concessionária deverá desenvolver um programa de educação socioambiental, com
as características e conteúdo mínimo apresentados neste contrato, devendo submetê-
lo à aprovação do Poder Concedente. O Indicador de Sustentabilidade Socioambiental
destina-se a apurar o efetivo cumprimento deste programa.
O Indicador de Sustentabilidade Socioambiental (ISS) será apurado por meio das
informações prestadas pela concessionária em seu relatório para o Poder Concedente,
quanto à efetiva implantação de seu programa de educação socioambiental, e também
através de inspeções in loco, realizadas aleatoriamente.
Deverá ser elaborado pela concessionária e submetido à aprovação do Poder
Concedente, , relatório contendo as definições de amostragem, frequência e método de
abordagem, bem como das datas e horários de inspeção, entre outros pontos que se
relacionem aos demais aspectos operacionais e que serão analisados durante a
avaliação dos indicadores.
O Indicador de Sustentabilidade Socioambiental (ISS) será apurado de acordo com a
seguinte métrica:

Pl an o s En g en h ar ia 107
Tabela 15 - Métrica para apuração dos subindicadores de sustentabilidade
socioambiental
Form a de Nota
Subindicador Avaliação Racional
Medição 1 2 3 4
4 - se não houver descumprimento de nenhum dos
compromissos previstos no programa de educação
ambiental, ou se os descumprimentos forem sanados no
Constatação de
Implantação do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua
descumprimento Relatório da
programa de verificação
dos compromissos concessionária, 3 – até 2 (dois) eventos de descumprimento de
educação
Sustentabilidade assumidos pela sistema de compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
socioambiental
socioam biental concessionária em reclamações dos contados de sua verificação
elaborado pela
(ISS) seu programa de usuários e 2 – até 3 (três) eventos de descumprimento de
concessionária
educação fiscalização in compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
e aprovado pelo
socioambiental loco contados de sua verificação
Poder Público
(ISS1)
1 – mais de 3 (três) eventos de descumprimento de
compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
contados de sua verificação
4 - se não houver descumprimento de nenhum dos
compromissos previstos no programa de educação
ambiental, ou se os descumprimentos forem sanados no
prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua
verificação
Serviço de Equipe 3 – até 2 (dois) eventos de descumprimento de
1 Educador para compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
de Apoio
cada 100 contados de sua verificação
Educacional
usuários
(ISS2) 2 – até 3 (três) eventos de descumprimento de
compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
contados de sua verificação
1– mais de 3 (três) eventos de descumprimento de
compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
contados de sua verificação
Manual Primeiro em até 6
Socioambiental meses e 1 4 – Sim; 1 - Não
(ISS3) revisão anual

Elaboração do Plano
Primeiro em até 6
de Educação
meses e 1 4 – Sim; 1 - Não
Socioambiental
revisão anual
(ISS4)

Fonte: Elaboração Consórcio.

5.2.4 Indicador de performance financeira


O Indicador de Performance Financeira (IPF) destina-se a garantir a higidez da
concessionária e, por consequência, da Concessão, de maneira a permitir a sua
continuidade e sustentabilidade em longo prazo.
O Indicador de Performance Financeira (IPF) será apurado por meio das informações
econômicas prestadas pela concessionária em seu relatório para o Poder Concedente,
notadamente o seu balanço patrimonial.
O Indicador de Performance Financeira (IPF) será apurado de acordo com a seguinte
métrica:

Pl an o s En g en h ar ia 108
Tabela 16 – Métrica para apuração do indicador de performance financeira

Form a de
Subindicador Avaliação Racional Atendim ento Obrigatório
Medição

Apreciação do Comprovação de dispor de: (i) patrimônio líquido positivo e


Saúde Constatação da
Perform ance balanço superior a 8 (oito) milhões de reais; (ii) nível de
Financeira da higidez econômica
Financeira (IPF) patrimonial da endividamento (correspondente à relação Passivo
concessionária da concessionária
concessionária Circulante mais Passivo Não Circulante divido pelo Ativo

Fonte: Elaboração Consórcio.

5.3 Análise da adequação orçamentária do projeto


A Concessão do bem público, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, será na
modalidade de concessão comum. Está é a modalidade em que os investimentos
realizados pelo parceiro privado para viabilizar o fornecimento de um serviço de
interesse público tem como contrapartida as tarifas pagas pelos usuários dos serviços.
Em outras palavras, o investimento do parceiro privado é remunerado pelas tarifas
pagas diretamente pelo usuário, sem que sejam necessários aportes orçamentários
regulares por parte do Poder Concedente.
Na concessão comum há dois tipos de classificação: concessão onerosa ou não
onerosa.
 Onerosa: é previsto que no contrato haja pagamento de um valor para adquirir o
direto de exploração do bem ou serviço objeto da licitação por parte do
concessionário. A outorga pode ser fixa, variável ou os dois. No âmbito do
julgamento da proposta na fase de licitação, geralmente, é utilizado o critério da
menor tarifa ou maior outorga, apesar de existirem outros critérios.
 Não onerosa: diferentemente da concessão onerosa, não há pagamento de um
valor para o privado adquirir o direito de explorar o bem ou serviço público. Neste
tipo de concessão o critério de julgamento da proposta, geralmente, é a tarifa a
ser cobrada do usuário, embora também existam outros critérios que a
administração pública pode utilizar.
Considerando que a concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul será do tipo
concessão comum de característica onerosa. O critério de seleção da proposta
financeira será pelo maior valor de outorga.
Baseado nas informações disponibilizadas pela Fundação Zoobotânica, o total de
receitas do Parque Zoológico contabilizando, receitas com bilheterias e receitas com
concessões soma-se R$ 2.969.368,60 no ano de 2016.
As despesas com relação a folha de pessoal incluindo, folha de pagamento, FGTS,
INSS, PIS, auxílio transporte, auxílio refeição soma-se um subtotal de R$ 4.374.320,16.
Somando a esse valor as despesas com relação ao custeio do Parque Zoológico
calcula-se um montante de despesas totais de R$ 8.106.015,35.
A resultante da operação (receitas menos despesas) é igual ao valor negativo de R$
5.136.646,75.

Pl an o s En g en h ar ia 109
5.3.1 Situação Orçamentária do Estado do Rio Grande do Sul
De acordo com a Lei Orçamentária Anual publicada em 1º de dezembro de 2016
referente ao ano de 2017 está prevista uma receita total para o ano de 2017 de R$
62.739.431.383,00. De acordo com os dados disponibilizados pelo site da
Transparência do Rio Grande do Sul, até o mês de Outubro, as receitas acumuladas
são superiores aos gastos do mesmo período, respeitando o orçamento previsto na Lei
Orçamentária Anual. Além disso observa-se que o estado do Rio Grande do Sul também
vem cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal e as diretrizes da Lei Diretrizes
Orçamentárias.
Figura 57 – Relação entre Receitas e Despesas do Estado do Rio Grande do Sul.

5,76
5,93
5,56 5,06
4,61 4,92
4,27 4,98 4,75 4,99
4,53 4,74 4,98
4,15
4,67
3,54
3,13 2,73
3,15 2,73

Receita em milhões de Reais Gasto em milhões de Reais

Fonte:Transparência RS.

O formato de uma concessão onerosa, correspondendo ao maior valor de outorga é


relevante, dada a situação acima desenvolvida sobre os aspectos de déficit encontrados
no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

Pl an o s En g en h ar ia 110
6 Análise de viabilidade econômico-financeira.

Neste capítulo serão apresentadas as análise do Plano de Negócios e da Viabilidade


Econômico-Financeira do Projeto de Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do
Sul. A elaboração de planilha eletrônica, com o conjunto de demonstrativos financeiros
projetados para a concessão, incluindo Demonstração de Resultados, Balanço
Patrimonial e Fluxos de Caixa (“Modelo Financeiro”), é fundamental para análise de
viabilidade econômico-financeira do Modelo de Negócios.

6.1 Metodologia
A metodologia utilizada para a avaliação econômico-financeira da Concessão do Parque
Zoológico foi o fluxo de caixa descontado e a TIR. Ambos os conceitos são amplamente
utilizados no mercado para avaliação de empresas e de projetos, balizando estudos de
viabilidade, compra, venda e abertura de capital de companhias, uma vez que permite
estimar o retorno esperado de um determinado empreendimento para o investidor.

6.1.1 Fluxo de caixa descontado


O fluxo de caixa descontado está fundamentado no conceito de que o valor de um
projeto, empresa ou negócio está diretamente relacionado aos montantes e aos
períodos nos quais o fluxo de caixa livre, oriundos de suas operações, estarão
disponíveis para distribuição. Portanto, para os acionistas, o valor do projeto é medido
pelo montante de recursos financeiros a serem gerados no futuro pelo negócio,
descontados a seu valor presente, para refletir o tempo, o custo de oportunidade e o
risco associado a essa distribuição.
Para calcular o fluxo de caixa futuro gerado pelas operações de um projeto, incialmente
projetam-se os seus resultados. Aos lucros líquidos projetados, adicionam-se as
despesas com depreciação (por se tratar de despesas sem efeito na geração de caixa)
e subtraem-se os investimentos, a necessidade de capital de giro, e os aumentos ou
diminuições no endividamento. Outros itens com efeito sobre o fluxo de caixa do projeto
também são considerados quando apropriado.
É importante ressaltar que o lucro líquido calculado nas projeções de resultado não é
diretamente comparável ao lucro líquido contábil a ser apurado futuramente nos
exercícios subsequentes. Isso se deve ao fato, entre outras razões, de que o lucro
líquido realizado é afetado por fatores não operacionais ou não recorrentes, tais como
receitas não operacionais, receitas e despesas com variações monetárias e cambiais,
entre outras. Estes fatores não são projetados em razão de sua imprevisibilidade ou por
motivos de simplificação das projeções.
A projeção dos demonstrativos de resultados futuros destina-se tão somente à finalidade
de se calcular o fluxo de caixa projetado do negócio que está sendo avaliado, que
contempla os fluxos futuros disponíveis para os acionistas. Nessa etapa da avaliação,
o que se quer estimar é a capacidade de geração de caixa proveniente das operações
normais do projeto, ou seja, seu potencial de gerar riqueza para os acionistas em
decorrência de suas características operacionais.

Pl an o s En g en h ar ia 111
Figura 58 – Representação esquemática do cálculo do fluxo de caixa

Contas
Patrimoniais
Projetadas Depreciação,
Premissas, Investimentos e
Estudos e Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa
Variação no Livre Descontado
Projetos Demonstrativo Capital de Giro
de Resultado
Projetado

Fonte: Elaboração Consórcio

6.1.2 Taxa Interna de Retorno


A TIR é definida como a taxa de desconto que torna o VPL do fluxo de caixa livre igual
a zero. Nos projetos de infraestrutura, a verificação da análise de viabilidade é calculada
pela TIR do projeto e a TIR do acionista.
A TIR do projeto é obtida descontando-se o fluxo de caixa livre do projeto após os
investimentos e antes dos custos financeiros (capital de terceiros), enquanto a TIR do
acionista é calculada descontando-se o fluxo de caixa livre após os investimentos e
custos financeiros, respeitando-se as restrições de distribuição de dividendos.
A metodologia da análise de viabilidade por um acionista estabelece que um projeto de
investimento deve ser aceito se o custo do capital próprio for menor do que a TIR do
acionista.
Figura 59 – Fluxo de caixa do acionista

Fluxo de Caixa da
Operação

Fluxo de Caixa do
Projeto

Fluxo de Caixa de Fluxo de Caixa do


Investimento Acionista

Fluxo de Caixa do
Financiamento

Fonte: Elaboração Consórcio.

Pl an o s En g en h ar ia 112
6.1.3 Metodologia de Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial
O objetivo da Taxa Interna de Retorno Referencial para este projeto é ter um balizador
para o programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas no Estado do Rio Grande
do Sul. Dessa forma, a TIR também foi utilizada como parâmetro para determinação da
Outorga.
A TIR referencial foi calculada de acordo com a metodologia utilizada em outros projetos
de concessão no país. O conceito utilizado para o balizamento da TIR é o de custo
médio ponderado de capital (WACC) conforme descrito abaixo:

WACC = E re + D rd
(E+D) (E+D)

Onde:
E= Capital Próprio
D= Capital de terceiros
re = Custo do capital próprio (CAPM)
rd = Custo do capital de terceiros depois dos impostos

6.1.3.1 Parâmetros do custo de capital próprio


O modelo para mensuração do custo de capital próprio é o CAPM (Capital Asset Pricing
Model), que encontra-se em linha com as melhores práticas internacionais, conforme
fórmula abaixo:

re = Rf +β (Rm - Rf) + RB

Onde:
■ re é o custo de capital próprio;
■ Rf é a taxa livre de risco;
■ β é o beta do setor;
■ (Rm - Rf) é o prêmio pelo risco do mercado de referência; e
■ RB compreende o prêmio pelo risco Brasil.

Rf - Taxa livre de risco


Foi utilizada a taxa de juros média anual dos títulos do Tesouro Americano (T-bond) com
prazo de 10 anos, como parâmetro de rentabilidade sem risco.

RB - Prêmio pelo risco Brasil


A medida de risco país é aquela definida por Bragança et al. (2006), que definem como
indicador, o índice EMBI+ determinado pelo JP Morgan.

Pl an o s En g en h ar ia 113
Rm - Prêmio de risco de mercado
Utilizou-se a taxa livre de risco do retorno médio anual da série histórica dos retornos
diários do S&P 500.

Beta
O coeficiente Beta é usado para medir o risco não diversificável, ou seja, variações não
controláveis do mercado e do ambiente. O cálculo é feito através da divisão da
covariância entre o retorno do ativo e do mercado pela variância do retorno de mercado.
Utilizou-se o beta desalavancado do setor de Recreação em países emergentes definido
pelo Damodaran.

Taxa de inflação americana


A taxa de inflação americana é apresentada através da média do índice CPI (Consumer
Price Index).

6.1.3.2 Custo de capital de terceiros


Para o cálculo do custo de capital de terceiros, utilizou-se os parâmetros descritos
abaixo.
rd = Rf + RB +Rc

Onde:
■ Rf é a taxa livre de risco;
■ RB compreende o prêmio pelo risco Brasil;
■ Rc é o risco de crédito.

Rc - Risco de crédito
O risco de crédito é baseado na Taxa preferencial Brasileira (TPB), constante no
“Relatório de Economia Bancária e Crédito” elaborado pelo Banco Central.

Estrutura de capital
Tendo por base a análise benchmark efetuada e as potencias condições de
financiamento para o projeto, para efeitos de estrutura de capital foi considerado um
nível de alavancagem de 40%.
Com base na metodologia aplicada e nos parâmetros utilizados obteve-se o valor de
10,49 % a.a. para o custo médio ponderado de capital (WACC), conforme tabela a
seguir:

Pl an o s En g en h ar ia 114
Tabela 17 – Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial.
Estrutura de capital Revisão
(A) Participação Capital Próprio 60,00%
(B) Participação Capital de Terceiros 40,00%
Custo do Capital Próprio (CAPM)
(1) Taxa Livre de Risco 4,07%
(2) Prêmio de Risco de Mercado 5,68%
(3) Beta desalavancado 0,866
(4) IR + CSLL 34,00%
(5) Beta Alanvancado = { (A) + (B) * [1-(4)]} / (A) * (3) 1,25
(6) Prêmio de Risco do Negócio = (2) * (5) 7,08%
(7) Prêmio de Risco Brasil 3,88%
(8) Custo de Capital Próprio Nominal = (1) + (6) + (7) 15,03%
(9) Taxa de Inflação Americana 2,08%
(10) Custo Real do Capital Próprio (CAPM) = [1+ (8)] / [1 + (9)] -1 12,70%
Custo do Capital de Terceiros
(11) Taxa Livre de Risco 4,07%
(12) Prêmio de Risco Brasil 3,88%
(13) Risco de crédito 6,29%
(14) Custo Nominal da Dívida (11) + (12) + (13) 14,24%
(15) Custo Nominal da Dívida Líquido de Impostos = (14) * [1-(4)] 9,40%
(16) Taxa Real, em R$ = [ 1+ (15)] / [1+ (9)]-1 7,18%
WACC
(17) WACC = (A) *(10) + (B) * (16) 10,49%
Fonte: Elaboração Consórcio.

Para todos os valores imputados na tabela foram considerados na data base de


dezembro de 2017.
Cabe ressaltar que o resultado encontrado para TIR referencial neste Projeto é 10,49%.

6.2 Premissas Gerais


Neste item estão descritas as premissas gerais adotadas no modelo econômico-
financeiro do Projeto.
Para balizar as premissas de elaboração do modelo econômico-financeiro do Projeto,
foram elaborados estudos técnicos, que integram o Produto de modelagem da
Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.

6.2.1 Horizonte de projeção


O horizonte de projeção considerado na modelagem econômico-financeira do Parque
Zoológico é de 30 anos, tendo por base o prazo delimitado pela legislação do Estado do
Rio Grande do Sul para a concessão e exploração ao setor privado. Adotou-se o ano de
2018 como ano de início da concessão, sendo assim, o último ano de concessão será
2047.

6.2.1 Premissas macroeconômicas


As premissas macroeconômicas foram definidas de acordo com os dados históricos e
projeções calculadas pelo Sistema de Expectativas do BACEN na data-base 30 de junho

Pl an o s En g en h ar ia 115
de 2017, com exceção da taxa CDI proveniente da CETIP. A tabela abaixo apresenta
as projeções macroeconômicas utilizadas na modelagem econômico-financeira.
Tabela 18 – Projeções macroeconômicas.
2017 2018 2019 2020 2021
IPCA-15 2,94% 4,12% 4,26% 4,16% 4,13%
IPCA 3.44% 4.26% 4.25% 4.18% 4.12%
IGP-M 0.52% 4.43% 4.41% 4.36% 4.24%
CDI 10.14% 10.14% 10.14% 10.14% 10.14%
SELIC 10.21% 8.26% 8.44% 8.41% 8.34%
Fonte: Elaboração Consórcio

A partir de 2021, as projeções para IPCA, IGP-M e SELIC foram mantidas constantes.
No que diz respeito a taxa CDI, estas foram mantidas constantes a partir de 2017.

6.2.2 Moeda
As projeções foram realizadas utilizando o Real (R$) como moeda e foram elaboradas
em termos reais, ou seja, não consideram os efeitos da inflação. A data-base
considerada para o levantamento das informações e premissas utilizadas é a de 30
junho de 2017.

6.3 Premissas Operacionais

6.3.1 Receita
A receita total da Concessionária será composta pela receita dos ingressos (entrada no
parque + atrações) e pela receita de exploração de atividades acessórias, conforme será
detalhado na sequência. A receita dos ingressos compõe a maior parte da remuneração
da Concessionária pelos serviçoes prestados:
Figura 60 – Composição da Receita Total

Receita dos Receitas


Receita Total = +
ingressos Acessórias

Fonte: Elaboração Consórcio

1) Receita dos ingressos


A Concessionária será remunerada principalmente através do pagamento, por parte do
usuário, do bilhete de entrada ao parque e dos bilhetes para acesso as atrações. Neste
sentido a receita dos ingressos será dada pelo produto entre o valor do ticket adquirido
pelo usuário e a quantidade de usuários.
Figura 61 – Composição da Receita Tarifária

Ticket de Nº de Usuários
Receita Tarifária = x
Ingresso (Demanda)

Fonte: Elaboração Consórcio

Pl an o s En g en h ar ia 116
Conforme detalhado no documento Volume 1 – Estudo de Demanda o projeto prevê
diversos tipos de ingresso, em função da preferência do usuário, uma vez que serão
ofertadas novas atrações, além da visitação.
O usuário poderá adquirir o bilhete de ingresso e o bilhete para cada atração (Trenzinho,
Safari, Show de Aves, Show de Pets, Show de Répteis, Fazendinha e Arvorismo)
individualmente ou através da compra do Passaporte, que inclui o ingresso e a entrada
para atrações selecionadas. As atrações citadas a cima estão detalhadas no documento
Volume 3 - Modelo Operacional e funcionarão em dias específicos de modo a adequar
a oferta à demanda. Além disto, considerando a sazonalidade do Zoológico, optou-se
por oferecer bilhetes diferenciados de acordo com a seguinte classificação dos dias de
visitação:
■ Alta demanda: sábados, domingos e feriados;
■ Média demanda: quintas e sextas-feiras e períodos de férias escolares;
■ Baixa demanda: terças e quartas-feiras.
A seguir estão ilustrados os tipos dos bilhetes classificados por tipo de ingresso, usuário
e demanda.
Tabela 19 – Tipos de Bilhetes do Parque Zoológico Sapucaia do Sul

Valores dos Tíquetes

Tíquetes Baixa Dem anda (R$) Média Dem anda (R$) Alta Dem anda (R$)

Idoso Adulto Criança Idoso Adulto Criança Idoso Adulto Criança


Visitação básica 7,50 15,00 7,50 7,50 15,00 7,50 7,50 15,00 7,50
Atrações
Trenzinho 8,00 10,00 8,00 8,00 10,00 8,00
Safari 20,00 25,00 20,00 20,00 25,00 20,00
Show das Aves 12,00 15,00 12,00
Show dos Pets 12,00 15,00 12,00
Show dos Répteis 10,40 13,00 10,40
Fazendinha + Visitação 12,00 15,00 12,00 12,00 15,00 12,00
Arvorismo 25,00 20,00
Centro de educação ambiental Gratuito
Passaporte 7,50 15,00 7,50 33,00 46,00 33,00 57,00 76,00 57,00

Fonte: Elaboração Consórcio.

Através dos valores detalhados na tabela a cima e da demanda projetada para o Parque
Zoológico (detalhada no Volume 1 – Estudo de Demanda) pode-se projetar o volume de
receita tarifária prevista para os 30 anos de Concessão conforme ilustração a seguir.

Pl an o s En g en h ar ia 117
Figura 62 - Receita Tarifária

30.000

25.000
Valores em R$ mil

20.000

15.000

10.000

5.000

Passaportes Atrações

Fonte: Elaboração consórcio

2) Receita acessória
Além da receita tarifária, as receitas acessórias irão compor a receita total do projeto.
Para este fim, considerou-se dois tipos de receita acessória: participação sobre o
faturamento de serviços (restaurantes, lojas, entre outros) e estacionamento. Em
relação a participação sobre o faturamento de serviços a receita acessória será
equivalente a 25% do faturamento total do serviço. A receita acessória de
estacionamento será calculada em base ao número de usuários e a tarifa cobrada pelo
serviço detalhada na tabela abaixo.
Tabela 20 – Tarifa de Estacionamento por tipo de veículo

Acesso R$
Transporte Publico n/a
Ônibus Fretado 60,00
Motos 7,00
Micro Ônibus 30,00
Vans 25,00
Veículo 20,00

Fonte: Elaboração Consórcio.

Assim sendo a receita acessória projetada para os anos de Concessão está ilustrada
no gráfico a seguir.

Pl an o s En g en h ar ia 118
Figura 63 – Receita Acessória

4.500
4.000
Valores R$ mil

3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-

Estacionamento Participação sobre o faturamento

Fonte: Elaboração consórcio.

Enfim, na figura abaixo pode-se observar a receita total do Parque Zoológico formada
pela receita tarifária e receita acessória.

Figura 64 – Receita Total

35.000
Valores em R$ mil

30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
-

Receita tarifária Receitas acessórias

Fonte: Elaboração consórcio.

6.3.2 Custos e Despesas


A projeção dos custos e despesas na modelagem econômico-financeira está
consolidada sobre custos e despesas operacionais e custos administrativos conforme
estabelecido pelo Volume 3 – Modelo Operacional.

Pl an o s En g en h ar ia 119
6.3.2.1 Custos e despesas operacionais
As estimativas dos custos e despesas operacionais, formados por: mão de obra,
despesas complementares, conservação de veículos, equipamentos e sistemas, mão
de obra das atrações e manutenção de veículos das atrações, foram calculadas de
acordo com os resultados do Modelo Operacional.
Figura 65 – Custos e despesas operacionais da Concessão no período de 30 anos por
categoria

12% 1%
1%

30% 56%

Mão de Obra
Despesas Complementares
Conservação de Veículos, Equipamentos e Sistemas
Mão de Obra das Atrações
Manutenção dos Veículos das Atrações

Fonte: Elaboração Consórcio.

Pode-se observar que o custo com maior representatividade é o custo de mão de obra
que representa 56% do total de custos, seguido pelas despesas complementares que
representam 30%. Os custos operacionais totalizam cerca de R$ 440 milhões durante
os 30 anos de projeção.

Mão de Obra
Os custos com funcionários foi calculado tendo por base o cronograma de permanência
de pessoal e os salários (já incluídos os encargos e benefícios) estimados para cada
função, como consta no Modelo Operacional. Na Figura 66 pode-se observar a
composição dos custos com mão de obra durante os 30 anos da Concessão.

Pl an o s En g en h ar ia 120
Figura 66 – Custos de mão de obra durante os 30 anos de Concessão

9%

9%
41%
5%

36%

Diretoria Geral
Gerência Administrativa e Financeira
Gerência Comercial
Gerência Técnica e Operacional
Gerência do Zoológico

Fonte: Elaboração Consórcio.

O total dos custos com mão de obra durante os 30 anos da Concessão somatiza cerca
de R$ 245 milhões. Os custos mais representativos de mão de obra são os custos de
Gerência do Zoológico e os custos de Gerência Técnica e Operacional, que
representam 41% e 36% respectivamente.
Os custos de cada categoria ilustrada no gráfico a cima são formados pelos seguintes
itens:
 Diretoria Geral: Diretor Geral, Unidade de Relações Institucionais, Assessoria de
Gestão do Controle de Qualidade e Assessoria Jurídica.
 Gerência Administrativa e Financeira: Gerente Administrativo e Financeiro, Setor
de Recursos Humanos, Setor de Suprimentos e Contratos, Setor de Transporte
e Serviços Gerais, Setor de Finanças e Setor de Contabilidade.
 Gerência Comercial: Gerente Comercial, Setor de Patrocínio, Propaganda e
Marketing, Setor de Gestão de Atrações, Setor de Gestão de Vendas, Setor de
Turismo/ Visitas.
 Gerência Técnica e Operacional: Gerente Técnico Operacional, Setor de
Controle e Segurança, Seção de CCO, Seção de Controle de Acesso/Portaria,
Seção de Vigilância, Seção de Contenção de Animais, Seção de Brigada de
Incêndio, Setor de Atendimento ao Público, Bilheteria, Monitoramento e
Atendimento, Seção de Ambulatório, Setor de Operação e Manutenção das
Instalações, Setor de Limpeza e Destinação de Resíduos, Setor de Conservação
de Áreas Verdes.

 Gerência do Zoológico: Gerente do Zoológico/Veterinário Chefe, Setor de


Veterinária, Seção de Necropsia, Seção de Laboratório, Seção de Hospital
Veterinário, Setor de Biologia, Seção de Nutrição e Biotério, Seção de Aves,
Seção de Mamíferos, Seção de Répteis e Anfíbios e Insetos, Seção de Manejo
de Animais.

Pl an o s En g en h ar ia 121
Despesas Complementares

Durante os 30 anos de Concessão o valor total de Despesas Complemetares é de cerca


de R$ 137 milhões. Os Gastos Operacionais representam mais da metade das
Despesas Complementares (55%) conforme ilustrado a seguir..
Figura 67 – Despesas Complementares durante os 30 anos da Concessão do Parque
Zoológico.

12%

33%

55%

Gastos Gerais Gastos Operacionais Serviços de Terceiros

Fonte: Elaboração Consórcio.

A seguir está detalhada a composição de cada item das Despesas Complementares:


 Gastos Gerais: Energia, Água, Telefonia Fixa, Internet, Material de Higiene,
Material de Limpeza, Material de Escritório, Material de Informática e Material de
Copa e Cozinha.
 Gastos Operacionais: Material Instrumental, Alimentação dos Animais,
Manutenção de Estruturas Físicas, Material de Paisagismo, Sistema Integrado
de Controle e Acesso e Venda de Ingressos, Estacionamento, Uniformes e
Diversos.
 Serviços de Terceiros: Serviço de Vigilância Armada, Site da Concessionária,
Desenvolvimento de Marca/Produtos, Ações de Propaganda/Marketing,
Consultoria Fiscal, Gestão de Pessoas, Auditoria Interna, Assessoria Jurídica
Permanente e Especializada, Assessoria Contábil, Serviço de Fretes e Carretos,
Taxa de Cartão de Crédito, Transporte de Valores.

Mão de Obra das Atrações


Dentre os custos de Mão de Obra das Atrações, o custo com pessoal do Safari
representa 22% do total, seguido pelo custo da Fazendinha que representa 21%. Os
custos com Arvorismo, Trenzinho e Show das Aves representam 12%, 13% e 10%
respectivamente enquanto que ambos Show dos Pets e Show dos Répteis representam
11% do total dos custos.

Pl an o s En g en h ar ia 122
Figura 68 – Custos de Mão de Obra das Atrações durante os 30 anos da Concessão do
Parque Zoológico.

12% 13%

21%
22%

11%
10%
11%
Trenzinho Safari Show de Aves
Show de Pets Show de Répteis Fazendinha
Arvorismo

Fonte: Elaboração Consórcio.

Conservação de Veículos, Equipamentos e Sistemas

Os custos relativos a Conservação de Veículos, Equipamentos e Sistemas, detalhados


no Volume 3 – Modelo Operacional, totalizam cerca de R$ 6 milhões para os 30 anos
de concessão, sendo cerca de R$ 205 mil ao ano. Dentre o item Conservação de
Veículos, Equipamentos e Sistemas estão os custos de:

 Administração da Concessionária: Servidores Físicos, Softwares e Outros.


 Centro de Controle Operacional: Servidores e Sistema de Circuito Fechado de
TV.
 Sistema de Comunicação: Sistema de radiocomunicação, Sistema de telefonia
convencional.
 Sistema de Controle de Arrecadação: equipamentos.
 Equipamentos Veterinários.
 Outros.

Manutenção dos Veículos das Atrações

Os custos relativos a Manutenção dos Veículos das Atrações, detalhados no Volume 3


– Modelo Operacional, totalizam cerca de R$ 4 milhões para os 30 anos de concessão,
sendo cerca de R$ 137 mil ao ano. Dentre o item Manutenção dos Veículos das Atrações
estão os custos de:

 Trenzinho: utilização do Trem para a atração.

Pl an o s En g en h ar ia 123
 Safari: utilização de um caminhão para a atração.
 Kit arvorismo: utilização de kits para a atração.

Despesas operacionais
As despesas operacionais compreendem as despesas regulatórias, como a verba de
fiscalização.

Verba de fiscalização

A verba de fiscalização foi calculada em 0,5% do faturamento bruto da Concessionária.


A média anual da verba de fiscalização foi calculada em R$ 122.376,24 mil e durante
todos os anos do período de concessão o valor totaliza R$ 3.671.287,20.

6.3.2.2 Custos administrativos


Os custos administrativos considerados são os custos com seguros e garantias. Estão
sendo considerados na modelagem financeira os seguros de risco de engenharia, riscos
operacionais e de responsabilidade civil. Também foram consideradas as garantias de
execução do contrato e perda de receita.

Riscos de engenharia

Os riscos de engenharia foram calculados a partir do CAPEX anual (investimentos em


recuperação e ampliação + investimentos em edificações operacionais). Este valor foi
multiplicado pelo prêmio referente aos riscos de engenharia igual a 0,15%. O custo do
risco de engenharia não se mantém constante ao longo dos anos, tendo o seu ápice no
1º ano da Concessão, sendo o valor de R$ 24 mil.

Risco operacional
Os riscos operacionais foram calculados a partir do valor da receita tarifária e CAPEX
anual multiplicado pelo prêmio referente aos riscos operacionais igual a 0,10%. Os
riscos operacionais têm em média o valor de R$ 26 mil ao ano.

Responsabilidade civil
Os custos com responsabilidade civil foram calculados a partir da receita tarifaria anual
da Concessão multiplicado pelo fator 0,20% referente a responsabilidade civil. Os custos
com responsabilidade civil detém um valor crescente ao longo dos anos da Concessão.
Sendo a média dos custos calculada em R$ 49 mil.

Garantia de execução
As garantias de execução foram calculadas através do valor total do CAPEX, utilizando
como premissa o percentual de 10% desse total nos primeiros 5 anos e 5% nos demais
anos de concessão, e depois multiplicada por 0,80%. Os custos com garantia de
execução detém um valor decrescente ao longo dos anos da Concessão, sendo R$ 51
mil nos 5 primeiros anos e R$ 25 mil nos anos restantes da Concessão.

Pl an o s En g en h ar ia 124
6.3.1 Investimento
Foram considerados, na modelagem econômico-financeira, os seguintes grupos de
investimentos, que compõe o total do CAPEX do projeto:
 Obras;
 Equipamentos e Sistemas;
 Veículos;
 Veículos das atrações; e
 Plantel.
Dentre os grupos acima, o cronograma de investimentos se subdivide em: investimentos
obrigatórios, investimentos não obrigatórios, manutenção programada e investimentos
operacionais. Todos os grupos estão sendo elucidados mais a frente neste relatório.

Figura 69 – Comparativo de desembolso anual para as categorias de investimento

30.000

25.000
Valores em R$ mil

20.000

15.000

10.000

5.000

Obras Equipamentos e Sistemas Veículos Veículos das Atrações Plantel

Fonte: Elaboração Consórcio.

Conforme demonstrado acima, verifica-se que os maiores desembolsos são realizados


no primeiro ano da concessão, sendo o investimento em obras e equipamentos e
sistemas os maiores. Cada categoria de investimento é explicada mais a frente.
No entanto, cabe ressaltar que os investimentos serão primeiramente apresentados em
duas categorias: investimentos obrigatórios e investimentos não obrigatórios.

6.3.1.1 Investimento obrigatórios


Os investimentos obrigatórios são aqueles os quais a Concessionária deverá realizar
necessariamente, durante os anos da Concessão, para que o escopo do projeto seja
atingido. Dentre eles estão os investimentos em:

 Infraestrutura;

Pl an o s En g en h ar ia 125
 Edificações;
 Recintos;
 Aquisição e reposição de plantel de animais;
 Manutenção programada;
 Equipamentos e sistemas; e
 Veículos.

Tabela 21 – Cronograma de Investimentos Obrigatórios


Investim entos Obrigatórios em R$ 000 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11
Infraestrutura 4.989 754 641 - - - - - - - -
Edificações 3.327 494 - - - - - - - - -
Recintos 3.279 3.279 3.279 - - - - - - - -
Aquisição e Reposição do Plantel de Animais 5.452 - - - 3 - 47 - - 6 160
Manutenção programada - - - - - - - - - - 812
Equipamento e sistemas 2.480 - 163 - 163 1.052 163 - 163 - 2.480
Veículos 1.426 - - - - 636 - - - - 1.426

Fonte: Elaboração consórcio.

Na tabela a cima são apresentados os investimentos para os onze primeiros anos de


Concessão, estes representam cerca de 75% do desembolso total de investimentos
obrigatórios. Durante os 30 anos de Concessão os investimentos obrigatórios
representam cerca de 85% dos investimentos totais. Além disso, a linha “Aquisição e
Reposição do Plantel de Animais” reflete no ano 1 o valor necessário para a aquisição
do plantel pretendido de animais.
Cabe ressaltar que no contrato de concessão será exigido um plantel mínimo a ser
mantido durante toda a Concessão, pela Concessionária.
Neste sentido, nos demais anos de Concessão serão requisitados investimentos
referentes a reposição do plantel de animais, conforme apresentado no gráfico abaixo.

Figura 70 – Cronograma de investimentos em reposição de plantel de animais

1.400
1.200
Valores em R$ mil

1.000
800
600
400
200
0

Fonte: Elaboração consórcio.

Pl an o s En g en h ar ia 126
Os valores referentes a reposição do plantel de animais foram calculados com base na
vida de útil de cada animal.

6.3.1.2 Investimento não obrigatórios


Investimentos não obrigatórios são todos os desembolsos relacionados a implantação
das diversas atrações, adicionais a visitação do Zoo, sugeridas para o projeto. Cabe
ressaltar que as atrações sugeridas não são obrigatórias para a Concessionária, que
poderá optar também por outras opções.

Tabela 22 - Cronograma de Investimentos Não Obrigatórios


Investim entos Não Obrigatórios em R$ 000 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Ano 11
Veículos das atrações 1.578 - 18 - 18 - 18 - 18 - 1.578
Atrações 4.646 - - - - - - - - - -

Fonte: Elaboração consórcio.

Conforme ilustrado na tabela acima, verifica-se que o investimento necessário para


implantação destas atrações é necessário apenas no primeiro ano da concessão. No
entanto, os investimentos requeridos para os veículos das atrações acontecem ao longo
de toda a concessão, destacando que nos onze primeiros anos ocorrem cerca de 65%
do investimento total para esta modalidade.

6.3.1.3 Investimento em obras


Esta categoria abrange os investimentos requeridos na construção do Parque Zoológico
bem como as manutenções programadas, de acordo com as exigências feitas pelo
Poder Concedente. Abaixo são detalhadas as duas subdivisões dessa modalidade de
investimento.

Pl an o s En g en h ar ia 127
Figura 71 – Desembolso anual dos grupos que integram a categoria de investimento
em obras

18.000
16.000
Valores em R$ mil

14.000
12.000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
-

Implantação e adequações das Edificações do Zoologico Manutenção Programada das Edificicações

Fonte: Elaboração consórcio.

Conforme visto acima, os investimentos em implantação e adequações das Edificações


do Zoológico são requeridos nos três primeiros anos de concessão, sendo o maior
montante desses investimentos no primeiro ano. Nos últimos anos são esperados os
investimentos em manutenção programada das edificações.

6.3.1.4 Investimento em equipamentos e sistemas


O investimento em equipamentos e sistemas possuem três subdivisões, são elas:
administração da concessionária, centro de controle operacional e equipamentos
veterinários.

Figura 72 – Projeção do investimento em equipamentos e sistemas

7.000
Valores em R$ mil

6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
-

Administração da concessionária Centro de controle operacional Equipamentos veterinários

Pl an o s En g en h ar ia 128
Fonte: Elaboração consórcio.

É possível verificar acima que no primeiro ano da concessão é requerida a maior parte
destes investimentos. Sendo o investimento em equipamentos para administração da
concessionária o que requer maior desembolso, seguido por investimento em
equipamentos para o centro de controle operacional e equipamentos veterinários.

6.3.1.5 Investimento em veículos


O investimento em veículos é subdividido em dois itens: diretoria e gerência, e
operações. Conforme é possível verificar na figura a seguir, os maiores desembolsos
serão realizados no primeiro ano da concessão, sendo os veículos relacionados a
operação os que necessitarão dos maiores montantes.

Figura 73 – Projeção de investimento em veículos

5.000
Valores em R$ mil

4.500
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-

Diretoria e gerências Operação

Fonte: Elaboração consórcio.

6.3.1.6 Investimento em veículos das atrações


Essa modalidade de investimento refere-se aos veículos utilizados nas atividades de
trenzinho, safari e arvorismo.

Pl an o s En g en h ar ia 129
Figura 74 – Projeção de investimento em veículos das atrações

3.000
Valores em R$ mil

2.500
2.000
1.500
1.000
500
-

Trenzinho Safari Arvorismo

Fonte: Elaboração Consórcio.

Conforme verifica-se acima, os maiores investimentos serão realizados no primeiros


ano da concessão. No entanto, as modalidades que exigirão maiores desembolsos são
trenzinho e safari, respectivamente, seguido por arvorismo.

6.3.1.7 Investimento em plantel


O plantel é composto por todos os animais que serão expostos no zoológico, abaixo é
possível visualizar a projeção desse investimento.

Figura 75 – Projeção de investimentos em plantel

8.000
Valores em R$ mil

7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
-

Primeira Aquisição e Primeira Reposição Demais Reposições

Fonte: Elaboração consórcio.

Conforme demonstrado no gráfico acima, os maiores investimentos são realizados nos


dois primeiros anos de concessão, no entanto, a primeira aquisição e primeira reposição
requerem os maiores desembolsos.

Pl an o s En g en h ar ia 130
6.3.2 Depreciação / Amortização
A amortização do ativo intangível, representado pelo reconhecimento do direito de
exploração da infraestrutura e os dispêndios realizados para ampliá-la, é reconhecida
no resultado do exercício de acordo com a curva de benefício econômico esperado ao
longo do prazo dos 30 anos da Concessão do Parque Zoológico.
Foi utilizada a metodologia do benefício econômico para o cálculo da depreciação, ou
seja considerando o prazo de 30 anos da concessão.

Como a modelagem econômico-financeira foi realizada em termos reais, para o cáluclo


do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foi
necessário fazer um ajuste à depreciação, de modo a não sobrevalorizar o efeito fiscal
da depreciação. Assim para a depreciação fiscal em termos reais, foi deflacionada a
amortização, pois entende-se que há um descasamento entre o benefício tributário real.
O índice de inflação utilizado para deflacionar a amortização foi o IPCA.

A seguir está o gráfico contemplando a depreciação dos ativos no decorrer da


Concessão.

Figura 76 – Depreciação durante a Concessão

4.000
Valores em R$ mil

3.500

3.000

2.500

2.000

1.500

1.000

500

Fonte: Elaboração Consórcio

6.3.3 Receitas Financeiras


As Receitas Financeiras do Projeto foram projetadas considerando a soma do Caixa
Mínimo, do Caixa Excedente e da Conta Reserva. Para cada ano do período projetivo,
a Receita Financeira foi projetada considerando o Caixa Mínimo do período atual e o
Caixa Excedente e Conta Reserva do período anterior multiplicados por 100% da Taxa
Selic projetada para o respectivo período.

Pl an o s En g en h ar ia 131
Assim sendo o total das Receitas Financeiras projetadas para os 30 anos de Concessão
é R$ 48.983.012,60.

6.3.4 Impostos
Os impostos incidentes neste tipo de projeto podem ser classificados em duas
categorias, os tributos sobre a receita, que são incidentes sobre a Receita Bruta da
empresa e os Tributos sobre o lucro que são incidentes sobre o EBT da empresa.

6.3.4.1 Tributos Sobre a Receita – PIS/COFINS


Dos tributos tem incidência sobre a receita, o Programa de Integração Social (PIS) e o
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Para fins deste
projeto, o regime a ser auferido será o Não cumulativo, que consiste no PIS e COFINS
deduzidos dos débitos apurados de cada contribuição. As alíquotas praticadas no
regime não cumulativo são de 1,65% para PIS e 7,60% para COFINS.

Figura 77 – Tributos Sobre a Receita durante a concessão

3.500

3.000
Valores em R$ mil

2.500

2.000

1.500

1.000

500

Fonte: Elaboração Consórcio.

6.3.4.2 ISS
O Imposto Sobre Serviços (ISS), por sua vez, é um imposto municipal cobrado sobre
recitas provenientes de pretação de serviços, com alíquota entre 2% e 5%, dependedo
do município onde a receita é auferida e do tipo de serviços prestados. Para o projeto
foi considerado a alíquota máxima de 5%.

Pl an o s En g en h ar ia 132
Figura 78 – ISS durante a concessão.

250

200
Valores em R$ mil

150

100

50

Fonte: Elaboração Consórcio.

6.3.4.3 Tributos Sobre o Lucro – IR e CSLL


Com relação ao tributos incidentes sobre a receita, temos o Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Tributáriamente, uma vez que o regime não cumulativo é optado, a tributação sobre os
lucros deve ser considerada como regime de lucro real, neste regime a empresa deve
antecipar os tributos mensalmente, com base no faturamento mensal. O ponto de
atratividade deste método é a possibilidade de reduzir ou suspender o recolhimento caso
o lucro real ser menor que o estimado ou perante a prejuízo fiscal.
As alíquotas praticadas no regime de lucro real são de 15% para IRPJ, um adicional de
10% para todo lucro que exceder 240 mil reais anuais e 9% de CSLL
Figura 79 – Tributos sobre o lucro durante a concessão.

5.000
4.500
Valores em R$ mil

4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-

Pl an o s En g en h ar ia 133
Fonte: Elaboração Consórcio.

6.3.5 Financiamento
Na definição da estrutura de financiamento teve-se em consideração que Projeto não se
refere a um puro ativo de infraestrutura, como outros projetos financiados recentemento
(rodovias, aeroportos, saneamentos, energia, etc.). Tendo por base as especificidados
do Projeto, entende-se que as condições de financiamento do Projeto serão
necessariamente diferentes das aplicáveis a projetos de infraestrutura.
De acordo com a análise benchmark efetuada, entende-se que um projeto com as
especificidades e riscos do projeto de Concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul,
terá necessariamente um nível de alavancagem inferior ao de outras concessões, pelo
que para efeitos do presente estudo e optando por uma ótica conservadora, considerou-
se um nível de avalancagem máximo de 40%.
Assim, para o financiamentos dos investimentos do Projeto, considerou-se uma linha de
financiamento de longo prazo (15 anos), com um nível de alavancagem máximo de 45%
do total das necessidades de financiamento e com condições financeiras em linha com
as práticadas pelo mercado atualmente, não se tendo considerado um eventual apoio
do BNDES no financiamento do Projeto. Entende-se que um eventual financiamento do
BNDES potencialmente terá condições financeiras mais vantajosas (o que terá um
impacto positivo na viabilidade do Projeto), mas optou-se pela sua não inclusão, na
medida em que atualmente o BNDES está focado em financiar outro tipo de projetos.
Adicionalmente, assumiu-se que face às especificidades e riscos do Projeto, o mesmo
não reúne condições para ser financiado via emissão de debêntures
Importa referir que estrutura financeira considerada no estudo é meramente indicativa e
visa analisar e comprovar a viabilidade econômico-financeira do Projeto. Os privados
nas suas propostas podem considerar estruturas financeiras alternativas que possam
permitir algum tipo de eficiências financeiras, conseguindo assim ter propostas
econômico-financeiras mais vantajosas para o Governo.
6.3.5.1 Financiamento longo prazo
Considerou-se no Estudo de Viabilidade Econômico-Financeira uma linha de
financiamento em condições de mercado para alavancar o Projeto.
Para esta linha de financiamento, e de modo a cumprir o ICSD mínimo, foi considerado
o financiamento de 45% do valor do investimento total, o que representa um desembolso
de aproximadamente R$ 16.112.352.
A seguir estão detalhadas as principais características do financiamento:

Tabela 23 - Condições Financiamento

Financiamento

Porcentagem do CAPEX Financiado 45%


Amortização SAC

Financiamento longo prazo

Pl an o s En g en h ar ia 134
Financiamento
Início captação Ano 1
Fim captação Ano 3
Indexador 7,0%
Spread 7,3%
Prazo máximo da dívida 15 anos
Inicio do reembolso Ano 5
Período de carência 1 ano
ICSD mínimo 1,30
Ded3

Fonte: Elaboração Consórcio.

6.4 Resultados Financeiros do Estudo


Tendo por base as premissas financeiras apresentadas neste capítulo, a seguir serão
apresentados os resultados financeiros do estudo obtidos através da modelagem
econômico-financeira.

Tabela 24 – Resumo dos resultados da modelagem econômico-financeira

Resumo dos Resultados da Modelagem Econômica Financeira

Outputs R$ 000
ReceitaTarifária 734.257
Receita Acessória 116.651
Opex Total 443.343
Custos Administrativos 3.187
Investimento Total 59.366

Fonte: Elaboração consórcio.

A partir dos fluxos de receitas, custos, despesas e investimentos foi possível obter o
fluxo de caixa do projeto, que representa a capacidade de geração de riqueza do projeto.
A figura a seguir ilustra o fluxo de caixa do projeto.

Pl an o s En g en h ar ia 135
Figura 80 – Fluxo de caixa livre do projeto

15.000
10.000
5.000
Valores em R$ mil

-
(5.000)
(10.000)
(15.000)
(20.000)
(25.000)
(30.000)
(35.000)

Fonte: Elaboração consórcio.

Como é possível observar no gráfico, até o ano 3 da concessão o fluxo de caixa é


negativo, isso porque os principais investimentos estão concentrados nestes 3 primeiros
anos da concessão, por isso são requeridos os maiores montantes.

6.4.1 Análise das margens EBITDA e Líquida


É importante verificar a rentabilidade do negócio a partir da análise do EBITDA, que
representa a capacidade do negócio em gerar resultado operacional. A figura a seguir,
por sua vez, representa a relação entre o EBITDA e margem EBITDA (EBITDA / receita
líquida).
Figura 81 – EBITDA e margem EBITDA

14.000 60%
12.000
40%
10.000
20%
Valores em R$ mil

8.000
6.000 0%
4.000
-20%
2.000
- -40%
(2.000) -60%
(4.000)
-80%
(6.000)
(8.000) -100%

EBITDA % Margem EBITDA

Fonte: Elaboração consórcio.

A margem EBITDA aumenta durantes os anos de concessão, sendo em média 33%. A


margem máxima durante a concessão é de 45%.

Pl an o s En g en h ar ia 136
Além do EBITDA, também é importante verificar a rentabilidade do negócio a partir da
análise do lucro líquido, que representa a capacidade operacional do negócio em gerar
lucro após a depreciação, resultado financeiro e impostos. A figura abaixo representa a
relação entre o lucro líquido e a margem de lucro líquido (lucro líquido / receita líquida).

Figura 82 – Lucro líquido e margem de lucro líquido

10.000 60%
8.000 40%
6.000 20%
Valores em R$ mil

4.000 0%
2.000 -20%
- -40%
(2.000) -60%
(4.000) -80%
(6.000) -100%
(8.000) -120%

Lucro Líquido % Margem Lucro Líquido

Fonte: Elaboração consórcio.

Em média, a margem Líquida é de 17% e a máxima de 34%.

6.4.2 Outorga
Como resultado da modelagem financeira, chegou-se a um pagamento de outorga em
favor do Poder Concedente. Para atingir o retorno esperado para o projeto, a outorga
variável, durante toda a concessão, foi estabelecida em 1,0% sobre a receita bruta.
Durante o prazo de vigência do contrato, espera-se que a outorga paga seja de R$
8.310.774,49.

6.4.3 Análise de Sensibilidade


Nesta análise de sensibilidade são analisados os impactos na TIR e na tarifa de pedágio
caso ocorra variação em alguma das premissas analisadas.
6.4.3.1 Análise de sensibilidade da TIR
Tal como referido ao longo deste capítulo, os resultados apresentados até este ponto
consideram 30 anos de Concessão e uma TIR alvo de 10,49%. Nesta seção serão
mostrados os resultados da análise de sensibilidade da TIR em relação a ingressos,
custos e despesas (OPEX) e investimentos (CAPEX).
Resultado da análise de sensibilidade do CAPEX e OPEX
O objetivo desta análise é simular o impacto de variações do CAPEX e do OPEX na taxa
de retorno do projeto. E como pode ser observado na tabela abaixo há impactos
significativos a rentabilidade do projeto. Dentre as duas variáveis, é possível observar

Pl an o s En g en h ar ia 137
que a TIR tem maior sensibilidade em relação ao OPEX, de forma que pequenas
alterações no OPEX tem maior impacto na rentabilidade do negócio que alterações no
CAPEX.

Tabela 25 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX)

Análise de Sensibilidade da TIR


OPEX CAPEX
10,49% 10% 5% 0% -5% -10%
10% 7,49% 7,82% 8,17% 8,54% 8,92%
5% 8,58% 8,94% 9,33% 9,73% 10,15%
0% 9,68% 10,07% 10,49% 10,93% 11,40%
-5% 10,79% 11,22% 11,67% 12,15% 12,67%
-10% 11,91% 12,37% 12,87% 13,40% 13,96%

Resultado da análise de sensibilidade do Ingresso e OPEX


O objetivo desta análise é simular o impacto de variações da receita provinda de
ingressos e do OPEX na taxa de retorno do projeto. E como pode ser observado na
tabela abaixo variações no ingresso tem um impacto de menor grau na Taxa de Retorno
do que variações no OPEX.
Tabela 26 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX)

Análise de Sensibilidade da TIR


Ingresso CAPEX
10,49% 10% 5% 0% -5% -10%
10% 9,66% 10,05% 10,47% 10,91% 11,37%
5% 9,66% 10,05% 10,47% 10,91% 11,37%
0% 9,66% 10,05% 10,49% 10,91% 11,37%
-5% 9,66% 10,05% 10,47% 10,91% 11,37%
-10% 9,66% 10,05% 10,47% 10,91% 11,37%

6.4.3.2 Análise de sensibilidade da Outorga


A modelagem do projeto considerou 10,49% como a TIR desejada para o projeto. Neste
sentido, chegou-se a outorga necessária para se atingir esta TIR. A análise de
sensibilidade apresentada na sequencia manteve a TIR de 10,49% e expõe qual seria
a outorga total recebida pelo governo caso ocorram variações nos ingressos, custos e
despesas (OPEX) e investimentos (CAPEX).
Resultado da análise de sensibilidade do CAPEX e OPEX
O objetivo desta análise é simular o impacto de variações do CAPEX e do OPEX na
outorga do projeto. Nota-se que valores negativos de outorga são indícios de que o
cenário não é viável considerando-se a TIR desejável de 10,49% conforme mencionado
anteriormente. Pode ser observado na tabela a seguir um aumento no OPEX só tornaria

Pl an o s En g en h ar ia 138
o projeto viável acompanhado de uma diminuição de 10% no CAPEX, nos casos em que
há um aumento de 10% no OPEX não existe viabilidade para o projeto, sendo
necessário um acréscimo na receita da concessionária. Podemos observar tal cenário
também, quando há um aumento em 10% do CAPEX.
Tabela 27 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX)

Análise de Sensibilidade da Outorga


OPEX CAPEX
8.331 10% 5% 0% -5% -10%
10% (65.142) (57.976) (45.864) (36.043) (26.361)
5% (38.584) (28.685) (19.793) (8.898) 935
0% (10.945) (3.174) 8.331 16.810 28.079
-5% 15.512 25.455 33.346 43.683 55.161
-10% 42.529 52.461 62.403 72.344 80.302

Resultado da análise de sensibilidade do Ingresso e OPEX


O objetivo desta análise é simular o impacto de variações da receita provinda de
ingressos e do OPEX na taxa de retorno do projeto. E como pode ser observado na
tabela a seguir qualquer variação positiva no valor do OPEX torna o projeto inviável,
mesmo com acréscimo no valor do ingresso. A pesar da outorga está diretamente ligada
a receita, variações dos ingressos não possui impacto significativo no valor da outorga,
isso porque a participação da outorga sobre o faturamente se altera para atingir a TIR
de referência.
Tabela 28 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX)

Análise de Sensibilidade da Outorga


Ingresso CAPEX
8.311 10% 5% 0% -5% -10%
10% (11.486) (3.331) 7.028 17.640 28.075
5% (11.280) (3.271) 6.902 17.325 28.076
0% (11.280) (3.271) 8.311 17.325 28.076
-5% (11.280) (3.271) 6.902 17.325 28.076
-10% (11.280) (3.271) 6.902 17.325 28.076

Pl an o s En g en h ar ia 139
7 Modelagem jurídica

O presente tópico será dedicado à apresentação das principais variáveis institucionais


envolvidas na Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia. Trataremos,
essencialmente, da sistematização das competências dos órgãos e entes da
Administração estadual e federal que possuem atribuições legais pertinentes à
delegação do parque e ao desempenho de atribuições de regulação e fiscalização dos
serviços associados à futura Concessão.
Ao fim e ao cabo, pretende-se com este esforço delimitar com precisão os entes públicos
que terão participação neste processo e, em especial, estabelecer os exatos limites em
que estes deverão intervir ao longo da licitação e execução do contrato.
Neste sentido, com o objetivo de repartir com maior clareza as competências a serem
exercidas por cada órgão ou ente administrativo, segmentamos a presente análise em
três seções, que se organizam de acordo com a função que estes exercerão na futura
Concessão.
Iniciamos, nesta lógica, pela análise dos entes que terão competência para modelar a
Concessão e firmar o instrumento contratual de delegação do Zoológico à iniciativa
privada. Em outras palavras, nossa análise se iniciará com a delimitação dos órgãos e
entes que poderão desempenhar as atribuições de Poder Concedente.
Em sequência, trataremos dos entes que terão responsabilidade na regulação e na
fiscalização da execução do futuro contrato. Nesta seção, nossos estudos estarão
voltados à compreensão da miríade de órgãos públicos competentes para definir
parâmetros normativos de observância obrigatória pela Concessionária durante a
gestão do Zoológico.
Esta análise se desenvolve em um contexto institucional relativamente complexo,
marcado por enredar entes públicos responsáveis pelo regramento de segmentos
diversificados e, por vezes, sem uma correlação aparente entre si, tais como, os entes
envolvidos na proteção ambiental e aqueles outros atuantes no segmento de
regulamentação de serviços públicos. Buscamos apreender toda esta complexidade em
nossos estudos, sem, contudo, torná-lo árido ou desnecessariamente alongado. Para
tanto, segmentamos a apresentação destes órgãos conforme o tipo de competência
manejada – se regulatória ou fiscalizatória -, e dentro de cada uma destas categorias,
aprofundamos a análise apenas quanto as atribuições efetivamente relacionadas com
a futura Concessão.
Para o fim desta seção, deixamos a análise dos entes e órgãos envolvidos na etapa
interna de modelagem do projeto de Concessão, a ser conduzida pelos órgãos da
administração gaúcha. Como é cediço, um projeto de concessão depende da aprovação
de múltiplos órgãos internos ao Executivo estadual, que deverão aprecia-lo em diversos
prismas e autorizar a sua efetiva delegação.
Neste item, buscaremos delinear o “caminho administrativo” a ser percorrido pelo projeto
– com a indicação dos órgãos competentes para atuar neste procedimento e das
atribuições a serem exercidas por cada um deles.
Com esta estrutura, o presente capítulo pretende oferecer uma abordagem abrangente
dos aspectos jurídico-institucionais envolvidos na delegação do Parque Zoológico de

Pl an o s En g en h ar ia 140
Sapucaia, isto tanto no que se refere às instituições atuantes após a celebração do
contrato quanto àquelas responsáveis por desempenhar a modelagem do projeto antes
da publicação dos instrumentos contratuais.

7.1 Poder Concedente


A definição do Poder Concedente é, sob o ponto de vista jurídico, uma das mais
relevantes no processo de delegação de um serviço ou de um bem público à iniciativa
privada. Mais do que simplesmente designar o responsável por assinar o futuro contrato,
a indicação do Poder Concedente promove a alocação no órgão concedente de um
plexo de competências essenciais para assegurar o sucesso da futura delegação.
É ao Poder Concedente que, a princípio, compete a decisão de promover a delegação
do serviço ou do ativo à iniciativa privada. Igualmente, é a este ente da administração
que competirá acompanhar – direta ou indiretamente – a execução do contrato de
concessão. A ele ainda incumbirá a definição de aspectos contratuais relevantes, tais
como a política tarifária, a análise de pleitos referentes ao equilíbrio contratual e, caso
o contrato assim preveja, a permissão para a exploração de receitas acessórias.
Outras competências, não vinculadas à etapa de execução contratual, também serão
alocadas ao Poder Concedente. Faz parte de suas atribuições, por exemplo, elaborar
o edital e a minuta do contrato de concessão, bem como coordenar o certame
licitatório, incluindo-se, aqui, os poderes para designar os membros da Comissão de
Licitação.
Em síntese, pode-se dizer que a definição do Poder Concedente significa definir o ente
ou órgão da Administração que concentrará a titularidade das atribuições de
coordenação da etapa preparatória da licitação, assim como de todas as etapas de
acompanhamento e fiscalização da execução contratual.
A princípio, a posição de Poder Concedente pertente ao ente político responsável por
prestar diretamente o serviço ou promover a gestão de um determinado bem público.
Não por outro motivo que, no que tange a serviços públicos, cabe à União, ao Estado,
ao Município ou ao Distrito Federal desempenhar todas as atribuições designadas acima
como ínsitas à posição de ente delegante. É o que se depreende da Lei Federal nº
8.987/1995, responsável por disciplinar as concessões de serviço público em âmbito
federal:
Art. 2º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Município, em cuja competência se encontre o serviço público,
precedido ou não da execução de obra pública, objeto de
concessão ou permissão; 15

15
O Estado do Rio Grande do Sul seguiu mesma tendência em sua lei de concessões – a Lei estadual nº 10.086/1994.
No inc. I, de seu art. 3º, expõe-se o seguinte conceito de poder concedente: Art. 3º - Para os fins desta Lei, considera-se
:I - poder concedente: o Estado, titular do serviço público objeto da concessão ou permissão;(…)

Pl an o s En g en h ar ia 141
A atribuição desta posição jurídica aos entes políticos de nossa federação é decorrência
direta de nossa organização político-administrativa. Nesta, os entes políticos constituem
uma unidade personalizada, isto é, representam, sob o ponto de vista formal, uma só
pessoa jurídica, em cada nível federativo. Neste sentido, a União, os Estados e os
demais entes políticos reconhecidos pela Constituição Federal, são os entes públicos
que efetivamente são capazes de assumir posições jurídicas e ativas perante terceiros.
Em outras palavras, estes são os entes públicos que são capazes de incorporar e
exercer competências, tais como aquelas ínsitas à posição de Poder Concedente.
É preciso ponderar, contudo, que muito embora os entes políticos sejam as pessoas
jurídicas que concentram todas estas atribuições, a forma de seu exercício observa a
uma organização interna da administração pública – definida pela Constituição, no caso
da União e dos Estados, ou pela Lei Orgânica no caso dos Municípios.
Por meio destas, as atribuições, originalmente incumbidas ao ente político, são alocadas
em unidades administrativas especializadas, que poderão assumir personalidade
jurídica própria e distinta do ente político ou operar como um departamento
especializado do ente político.
No primeiro caso, temos as autarquias, fundações e empresas estatais. Estes entes
diferenciam-se do ente político, assumindo personalidade jurídica própria, e carreiam
consigo uma parcela das atribuições que, originalmente, pertenciam ao ente central
(União, Estado, etc.).
No segundo caso, temos apenas uma especialização funcional do ente político, que,
sob o ponto de vista interno, concentra um feixe de atribuições em um departamento
que lhe é próprio, que não possui, portanto, personalidade jurídica própria. Este é o
caso, por exemplo, das Secretarias – em âmbito estadual e municipal – e dos
Ministérios em nível federal.
Diante deste contexto, é insuficiente a identificação genérica de que o Poder
Concedente será sempre o ente político. É importante que se identifique qual órgão ou
ente, em sua estrutura administrativa, concentra o feixe de competências relativo à
gestão do bem ou serviço público que se pretende conceder.
Com este propósito, o presente estudo parte de uma premissa específica - própria ao
direito público - para delimitar, dentre os órgãos da administração publica rio-grandense,
aqueles que se encontram habilitados a desempenhar a atribuição de Poder
Concedente.
Esta premissa é a de que a competência para optar pela descentralização da gestão de
determinado serviço ou bem pertence ao órgão ou ente administrativo que detenha, por
atribuição legal, a titularidade deste mesmo serviço ou bem.
Como é cediço, sob o ponto de vista jurídico, uma transferência de bem ou serviço só
poderá ser legitimamente realizada por aquele ente ou órgão da administração que
figure como seu efetivo titular, afinal, a competência para definir a forma de exploração
de um serviço ou ativo integra as prerrogativas vinculadas a sua titularidade.
No caso específico do parque zoológico, é a Fundação Zoobotânica do Estado do
Rio Grande do Sul (“FZB”) que, por força da Lei Estadual nº 6.497 de 20 de dezembro

Pl an o s En g en h ar ia 142
de 1972 (art. 3º, alínea “a”) 16, assume a titularidade da gestão do parque, assim como
de todos os bens móveis e imóveis que o integram.
Entretanto, por peculiaridades atinentes à organização administrativa do Estado do Rio
Grande do Sul, esta constatação não nos permite considerar, sem algumas
ponderações, a FZB como o Poder Concedente do projeto. Conforme demonstraremos
abaixo, o fato de a Fundação ter sua extinção autorizada pela Lei Estadual nº 14.982
de 16 de janeiro de 2017, apresenta impacto nesta definição.
Em breve síntese, a previsão legal da possibilidade de extinção da FZB franqueia
ao Poder Público gaúcho três alternativas para a definição do ente delegante do
zoológico.
Na primeira delas, a FZB, por sua qualidade de titular dos bens do zoológico, é mantida
como Poder Concedente enquanto não sobrevier a sua extinção. Desempenhará,
neste sentido, todas as atribuições pertinentes a esta posição contratual até o
encerramento formal de suas atividades. Advinda a sua extinção, contudo, será
necessário promover a sub-rogação do contrato em favor da Secretaria do
Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (SEMA), que a sucederá em suas
obrigações conforme disposto na Lei Estadual nº 14.982/2017.
A segunda alternativa, por sua vez, consiste em promover a delegação deste serviço
após a extinção da FZB e da respectiva incorporação das atribuições desta última
pela SEMA. Neste cenário, isola-se a Concessão dos eventuais riscos envolvidos em
uma sucessão contratual e opta-se por tornar a SEMA o Poder Concedente desde o
início do projeto.
Por fim, é possível se valer de interpretação alternativa da Lei Estadual nº 14.982/2017
e sustentar uma terceira alternativa, em que a SEMA será reconhecida como o Poder
Concedente independentemente da extinção formal da FZB. Neste último cenário,
a extinção da Fundação deixa de ser requisito para a incorporação de suas
competências pela SEMA, afinal, ancora-se na interpretação de que esta transferência
já teria ocorrido por força do art. 8º da Lei Estadual 14.982/2017.
A seguir, avaliamos estas alternativas com maior detalhe, tendo sempre em vistas a
delimitação do Poder Concedente no processo de delegação do Parque Zoológico de
Sapucaia.

7.1.1 Fundação Zoobotânica – FZB


A Fundação Zoobotânica do Estado do Rio Grande do Sul é fundação de direito privado
instituída pela já aludida Lei Estadual nº 6.497/1972, com a atribuição de manter e
administrar áreas destinadas à preservação da fauna e da flora do Estado do Rio

16
Art. 3.º - O patrimônio da Fundação será constituído de: a) bens móveis e imóveis, benfeitorias e instalações existentes
no Parque Zoológico em Sapucaia e Jardim Botânico em Porto Alegre, administrados pela Unidade de Parques Estaduais
da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Obras Públicas e bens móveis e imóveis, benfeitorias e instalações
existentes no Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, administrado pelo Departamento de Assuntos Culturais da
Secretaria de Educação e Cultura;

Pl an o s En g en h ar ia 143
Grande do Sul. Mais especificamente, à fundação compete a administração de ao
menos três bens públicos estaduais, que passaram a integrar seu patrimônio por
força do art. 3º de sua lei de criação: (i) o Jardim Botânico, (ii) o Parque Zoológico e (iii)
o Museu de Ciências Naturais.
No que interessa ao Zoológico, ao lhe conferir a titularidade patrimonial sobre os bens
integrantes do zoológico, a Lei Estadual nº 6.497/1972 obriga a FZB a promover a
gestão específica deste patrimônio – que evidentemente deverá ser mantido
conforme a regulamentação ambiental pertinente.
Mas não só. Além de manter a estrutura predial do Zoológico em conformidade com a
legislação ambiental, a Fundação também deverá manter ali um plantel de
espécimes de animais vivos - representantes da fauna nacional e estrangeira -, assim
como propiciar em suas instalações condições de pesquisa para estudiosos (brasileiros
ou não) interessados em investigar história natural no país. 17
A Fundação assume, portanto, uma posição ambivalente em relação ao Zoológico. De
um lado, é o ente responsável pela gestão patrimonial deste último, obrigando-se a
desempenhar funções de gestão predial para o atendimento das exigências da
regulação do meio ambiente, enquanto de outro, trata-se de ente responsável pela
difusão de práticas e estudos voltados à preservação da fauna rio-grandense.
Sob este ponto de vista, a Fundação concentra em seu espectro de competências todas
as atribuições referentes à gestão do Zoológico, tanto patrimonial quanto no que se
refere a sua afetação às finalidades de preservação ambiental.
Este plexo de atribuições é o que nos leva a asseverar – tal como já o fizemos acima –
que a FZB é, a princípio, o ente mais adequado para ocupar as atribuições de Poder
Concedente do zoológico. Sob o ponto de vista formal, a FZB concentra a titularidade
de todos os ativos e posições jurídicas – ativas e passivas – relacionadas à operação
do zoológico. Por consequência, no contexto de uma concessão, isto a torna o ente
administrativo responsável por transmitir estas posições e ativos ao futuro
concessionário.
Ocorre que, por decisão do Estado do Rio Grande do Sul, a Fundação Zoobotânica será
extinta, conforme autorizado pela Lei Estadual nº 14.982/2017. A referida norma estipula
os termos em que o encerramento das atividades da fundação deverá ocorrer,
condicionando sua extinção à efetiva assunção das competências desta última pela
Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. 18
Isto é, a lei mencionada não extingue a FZB de pronto e tampouco estipula prazo
para que isto ocorra. A norma tão somente autoriza sua extinção e estipula

17
Art. 5.º - São finalidades da Fundação: I - Manter uma coleção de plantas e de espécimes animais vivos da flora e
fauna nacional e estrangeira e coleções de estudo de ciências naturais. II - Proporcionar condições para estudos e
pesquisas por parte de investigadores nacionais e estrangeiros sobre História Natural. III - Colaborar com os poderes
públicos na preservação dos recursos do meio ambiente. IV - Desenvolver outras finalidades compatíveis com as suas
finalidades.
18
Art. 1º (…) Parágrafo Único: A extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul somente será implementada
após a efetiva assunção dos serviços prestados pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que os
executará direta ou indiretamente.

Pl an o s En g en h ar ia 144
regramentos mínimos a serem observados. Enquanto estes não forem exercidos pelo
Estado, a Fundação seguirá no regular exercício de suas atribuições enquanto não vier
a ser extinta.
Este cenário institucional permite que a FZB possa ser considerada o Poder
Concedente na delegação do Zoológico, desde que esta ocorra antes de sua
extinção formal. As atribuições ínsitas ao Poder Concedente, neste caso, poderiam ser
desempenhadas pela instituição até que o encerramento de suas atividades seja
formalizado.
Na ocasião do encerramento das atividades da Fundação, porém, seria
imprescindível se promover a modificação subjetiva do contrato de concessão
celebrado, transferindo a posição de Poder Concedente para outro órgão da
administração estadual. Mais especificamente, esta sucessão de posição contratual, por
força do parágrafo único do art. 1º da Lei Estadual nº 14.982/2017 se dará em favor da
SEMA.
É dizer, em razão da previsão legal aludida acima, a extinção da FZB levaria a uma
sub-rogação da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável nas
obrigações contratuais inicialmente assumidas pela Fundação, de modo que as
atribuições alocadas pelo contrato de concessão ao Poder Concedente seriam
incorporadas pela Secretaria.
Muito embora tal operação seja possível do ponto de vista jurídico, incumbe-nos
destacar que sua implementação agrega maior insegurança jurídica à Concessão.
Isto porque, tal como visto acima, sua realização demandará a modificação do contrato
após o início de sua execução.
Em que pese o autorizativo legal e a respectiva disciplina, na Lei Estadual nº
14.982/2017, dos marcos capazes de autorizar tal sucessão, a alteração subjetiva de
um dos polos contratuais demandará a celebração de termo aditivo. Além disso, a
alteração contratual em questão abriria oportunidade para questionamentos quanto a
validade jurídica de eventuais posições jurídicas a serem sucedidas, sobretudo,
daquelas decorrentes de relações entabuladas entre as partes originais do contrato.
Finalmente, a previsão de uma alteração dessa natureza pode reduzir a percepção
quanto à segurança jurídica e, em consequência, a atratividade da Concessão para
parceiros privados interessados em assumir o papel de concessionários do Zoológico.

7.1.2 Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMA


Uma alternativa, com vistas a mitigar a insegurança jurídica relatada acima, seria adotar
procedimento diverso para a Concessão do Zoológico. Ao invés de se antecipar a
Concessão e realizá-la ainda sob os auspícios da FZB, seria possível iniciar o processo
de extinção desta última e realizar a Concessão considerando, desde o início do
processo, a SEMA como o Poder Concedente.
Esta alternativa se fundamenta no fato de a Lei Estadual nº 14.892/2017, ao autorizar a
extinção da FZB, expressamente determina que a Secretaria do Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável a suceda em suas obrigações e em suas competências
legais. É o que se depreende do parágrafo único do art. 1º da referida lei, que
expressamente condiciona a extinção da Fundação à efetiva assunção de seus serviços
pela SEMA.

Pl an o s En g en h ar ia 145
Institucionalmente, a incorporação pela SEMA das atribuições da Fundação não sofre
qualquer óbice jurídico. Pelo contrário, mostra-se escolha acertada do legislador rio-
grandense – afinal, sob o ponto de vista de suas atribuições legais, este é o órgão com
competências mais afeitas à gestão do zoológico.
Reestruturada na reforma administrativa conduzida pela Lei Estadual nº 14.733/2015, a
SEMA reúne competências para atuar como o órgão central de desenvolvimento e
coordenação das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável e à
proteção ambiental no Estado do Rio Grande do Sul. Instrumentam o atendimento
destes objetivos, a formulação de programas e ações de incentivo à educação ambiental
e à preservação da biodiversidade no Estado.
Os zoológicos de modo geral inserem-se neste plexo de atribuições da Secretaria. Estas
estruturas funcionam como polos de conscientização, ao mesmo tempo em que
representam repositórios vivos da biodiversidade do Rio Grande do Sul. Sob o ponto de
vista legal, portanto, há uma coincidência entre as finalidades do zoológico e as
atribuições da SEMA – o que a torna um órgão da administração central gaúcha
competente para assumir a gestão do zoológico.
Mas não é só. O legislador, ao tratar desta incorporação de atribuições, antecipa-se e
define que, uma vez transferidas as incumbências do Zoológico, a Secretaria poderá
decidir a forma pela qual irá gerenciar o empreendimento: se direta ou indireta.
Em outras palavras, autoriza o legislador que a SEMA opte por manter este ativo
ambiental mediante recursos e pessoal próprios ou por fazê-lo indiretamente, mediante
a sua concessão à iniciativa privada. É o que dispõe o art. 8º, parágrafo único:
Art. 8º Ficam declarados como integrantes do Patrimônio Ambiental do Estado do Rio
Grande do Sul a serem preservados, sendo vedada destinação diversa: (…)
III - o Parque Zoológico de Sapucaia.
Parágrafo único. O patrimônio formado pelos imóveis, móveis, benfeitorias, instalações
e acervo integrantes dos bens elencados nos incisos I, II e III, cuja preservação e
proteção são de interesse público em razão do valor ambiental, científico e paisagístico
passa à gestão da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, podendo
ser feita direta ou indiretamente.
O normativo acima, portanto, pode ser tomado com um permissivo legal para que a
SEMA seja considerada como o Poder Concedente na futura delegação do parque
zoológico. Vale destacar que esta alternativa além de juridicamente viável, tem a
vantagem de afastar da Concessão as suscetibilidades ensejadas por um processo de
alteração do Poder Concedente após a celebração do contrato, que certamente será
necessário caso se opte por instituir a FZB como ente delegante.
Esta vantagem, contudo, se faz acompanhar de uma exigência adicional para sua
efetivação. Numa leitura conservadora, a aplicação desta alternativa faz com que a
delegação do Parque Zoológico fique condicionada à efetiva extinção da FZB, ou, ao
menos, à transferência formal e efetiva das competências associadas ao Zoológico pela
SEMA. A extinção da Fundação só seria realizada com a assunção de suas
competências pela SEMA.
É cediço que esta decisão de transferir competências e extinguir da Fundação se sujeita
a crivos de natureza política e de um processo conflitivo, sobretudo, em razão da

Pl an o s En g en h ar ia 146
extinção de empregos promovida pela extinção da Fundação. A provável inconveniência
estratégica desta dependência nos leva a cogitar de um terceiro cenário, possível de
ser utilizado pelo Estado do Rio Grande do Sul.

7.1.3 Concessão do Zoológico pela SEMA, antes da extinção da FZB


Partindo-se de uma interpretação mais sistêmica da Lei Estadual nº 14.982/2017, é
possível definir o Poder Concedente do zoológico como sendo, desde o início, a própria
SEMA, sem que a condução deste processo seja dependente da prévia extinção da
FZB.
Na leitura ora analisada, o que se entende possível é sustentar que a Lei Estadual nº
14.982/2017, em seu art. 8º, já teria transferido à SEMA a competência para gerir o
zoológico, assim como a titularidade de todos os bens móveis, imóveis e benfeitorias
que o integram. O artigo de lei aludido acima assume a seguinte redação:
Art. 8º Ficam declarados como integrantes do Patrimônio Ambiental do Estado do Rio
Grande do Sul a serem preservados, sendo vedada destinação diversa:
I - o Jardim Botânico em Porto Alegre;
II - o acervo do Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais;
III - o Parque Zoológico de Sapucaia.
Parágrafo único. O patrimônio formado pelos imóveis, móveis, benfeitorias, instalações
e acervo integrantes dos bens elencados nos incisos I, II e III, cuja preservação e
proteção são de interesse público em razão do valor ambiental, científico e paisagístico
passa à gestão da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, podendo
ser feita direta ou indiretamente.
É de se notar que o parágrafo único, nos trechos destacados acima, não condiciona em
nenhuma instância a transferência patrimonial do zoológico à SEMA. Possível, portanto,
interpretar que se está diante de norma de eficácia imediata, isto é, que independe de
qualquer ato superveniente para produzir efeitos. Em outras palavras, nesta
interpretação, seria possível sustentar que já na data de promulgação da Lei Estadual
nº 14.982/2017, a titularidade do zoológico teria sido transferida para a SEMA – que
passara a ser, desde então, o órgão titular deste bem público.
Além disso, o próprio Art. 1º, em seu parágrafo único, dá a entender que a assunção
dos serviços da Fundação pela SEMA dar-se-á de maneira progressiva e paulatina, e
que a extinção da Fundação ocorrerá somente após a efetiva assunção de tais serviços
pela Administração Direta. Ou seja, a assunção, pela SEMA, das atividades atualmente
exercidas pela Fundação deveria ocorrer gradualmente, antes da extinção da FZB, e
não depois, como dá a entender (em sentido contrário) o art. 2º da mesma lei.
Seguindo nesta leitura, a Secretaria, na qualidade de titular imediata do patrimônio do
zoológico, seria competente para promover a transferência deste ativo, e de sua
respectiva gestão, para a iniciativa privada. Estaria, ainda, autorizada a assumir desde
já as funções desempenhadas pela FZB com relação ao Zoológico, com vistas a
viabilizar a futura extinção da Fundação, nos termos da Lei recentemente editada.

Pl an o s En g en h ar ia 147
Afasta-se, com esta interpretação, a necessidade da alteração subjetiva do contrato em
momento posterior à sua celebração, assim como se dispensa a prévia extinção da FZB
para que a SEMA possa assumir a posição de Poder Concedente.
Importante ponderar que apesar de o entendimento ora sustentado ser juridicamente
viável, há risco de interpretação em sentido diverso, notadamente em função de
interpretação literal do art. 2º da Lei, o que pode levar a questionamentos judiciais a seu
respeito.

7.2 Regulação da Execução Contratual


O segundo aspecto jurídico institucional relevante para a delegação do Parque
Zoológico de Sapucaia é a delimitação dos órgãos e entes públicos que terão
competência para regular a execução do contrato.
Importante salientar que, regulação contratual, aqui, designa o desempenho de três
atribuições públicas fundamentais para a Concessão, quais sejam: (i) a edição de
normas referentes à gestão do zoológico e execução do contrato; (ii) a fiscalização do
cumprimento das disposições contratuais e setoriais; e, por fim, (iii) a prerrogativa de
apreciar pleitos e aplicar sanções com base nas normas setoriais e nas disposições
contratuais.
No que diz respeito ao exercício das atribuições normativas, vale destacar que a
execução da futura Concessão sujeitará o contratado a diferentes ambientes normativos
– dada a complexidade do objeto de seu contrato. Com o objetivo de simplificar a
exposição, segmentaremos nossas considerações conforme o órgão que a
desempenhará.
Ainda quanto à organização de nossa exposição, sistematizamos os entes que
desempenharão as atribuições relativas a Concessão a partir do tipo de competência a
ser exercida. Deste modo, o relatório se inicia com a apresentação dos entes públicos
responsáveis por editar normas atinentes à gestão do Zoológico, e finaliza com a
indicação dos entes responsáveis por fiscalizar e aplicar sanções perante a futura
Concessionária.

7.2.1 Competências Normativas


A regulamentação ambiental do gerenciamento de zoológicos no Brasil é tema de
competência concorrente entre os entes federados nacionais. Por se inserir no rol
do art. 24 da Constituição Federal (inc. VI), o regime jurídico do manejo de animais
em cativeiro obrigatoriamente será regulamentado pela União, pelos Estados e
pelos Municípios, que disciplinam diferentes aspectos referentes à exploração da
fauna nacional.
A organização do exercício destas atribuições concorrentes é realizada por um conjunto
de normas ambientais ainda pouco consolidado naquilo que é referente aos zoológicos.
Inobstante isso, duas normas podem ser indicadas como parâmetros para a
sistematização destas competências normativas.
A primeira delas é a Lei Federal nº 7.173, instituída em 14 de dezembro de 1983, com
o objetivo de disciplinar a criação e o funcionamento de jardins zoológicos no país.
Esta lei, além de funcionar como um regulamento geral dos zoológicos brasileiros,

Pl an o s En g en h ar ia 148
estabelecendo regras de operação para estes estabelecimentos, também serve à
estruturação de um sistema de competências no setor.
De acordo com a norma, será de competência do órgão ambiental da União
estabelecer regulamentos a respeito da classificação hierárquica dos jardins
zoológicos, conforme as dimensões, instalações e recursos humanos e financeiros
aplicados no empreendimento.
A lei federal, ainda estabelece, em seu art. 7º, a obrigatoriedade de os zoológicos
contarem com instalações que atendam a requisitos mínimos, compostos por
indicadores objetivos da qualidade dos habitáculos, de suas condições sanitárias e de
sua segurança – todos eles adaptados às necessidades de cada espécie em exposição.
A disciplina destes requisitos mínimos, no regime da Lei Federal n 7.173/1983, é uma
atribuição da União, que por força do art. 8º da referida lei, é o ente federado responsável
por verificar as condições dos alojamentos e autorizar o recebimento dos espécimes
pelo zoológico.
A segunda norma setorial relevante para o presente item é a Lei Complementar nº
140/2011, editada com o objetivo de coordenar o exercício das competências
concorrentes em matéria ambiental. Suas disposições tratam de diversos temas nesta
seara, disciplinando, inclusive, a repartição de atribuições normativas quanto ao uso e
manejo da fauna nacional.
Especificamente naquilo que se refere aos zoológicos, a norma estabelece em seu art.
8º, inc. XIX, que compete aos Estados aprovar o funcionamento de criadouros da
fauna silvestre. Muito embora não mencione expressamente os zoológicos, este
dispositivo foi interpretado pela Advocacia Geral da União (Orientação Jurídico
Normativa nº 47/2013) 19 de forma extensiva, fixando-se o entendimento no setor de que
estariam abrangidos no conceito todos os estabelecimentos de manejo de animais
silvestres, inclusive, os zoológicos.
Neste sentido, a lei complementar supra, transferiu aos Estados a competência
para autorizar o funcionamento de jardins zoológicos – atividade que no regime
original da Lei Federal nº 7.173/1983 competia à própria União.
Além disso, a interpretação extensiva contemplada na OJN nº 47/2013 também alocou
aos Estados a competência para licenciar o funcionamento destes estabelecimentos
– o que tem sido feito desde então por estes entes federados.
É possível concluir, a partir destes normativos, que, de maneira geral, a disciplina dos
zoológicos atende a uma estrutura específica de repartição federativa de competências.
O legislador federal, ao disciplinar o manejo das competências concorrentes sobre

19
As Orientações Jurídico Normativas foram criadas pela Portaria PFE/IBAMA nº 001, de agosto de 2009, com o intuito
de uniformizar entendimentos jurídicos no âmbito das procuradorias federais especializadas alocadas junto aos órgãos
ambientais federais. Atualmente disciplinadas pela Portaria PFE/IBAMA nº 01/2012, as Orientações Jurídico Normativas
são vinculantes para a Administração Pública, conforme se depreende de seu art. 5º: “As questões jurídicas objeto de
OJN não serão remetidas à Procuradoria Federal Especializada para manifestação, cabendo à Administração aplicar o
entendimento consolidado em todos os processos que versem exatamente sobre a mesma matéria, acostando aos autos
cópia da OJN.”.

Pl an o s En g en h ar ia 149
matéria ambiental, optou por alocar à União atribuições de índole geral, relativas ao
estabelecimento de parâmetros de qualidade e de classificação dos zoológicos,
que terão de ser observados pelos gestores destes empreendimentos em nível local.
Aos Estados, por outro lado, incumbiu o desempenho de atribuições de cunho
mais executivo, isto é, voltadas à edição de atos concretos de autorização e
licenciamento do funcionamento dos zoológicos.
É dentro desta estrutura de repartição de competências que as instituições responsáveis
pela normatização das atividades dos zoológicos devem ser identificadas. No que
interessa à delegação do Parque Zoológico de Sapucaia, três instituições destacam-se
no cumprimento destas atribuições normativas: (i) o IBAMA, em nível federal, e a
SEMA/RS e a FEPAM, no que diz respeito à administração do Estado do Rio Grande do
Sul.

7.2.1.1 IBAMA
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA
é autarquia federal, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criada pela Lei Federal
nº 7.735 de 22 de fevereiro de 1989 para atuar na execução das políticas nacionais
de meio ambiente e no manejo do poder de polícia ambiental.
Estas atribuições são disciplinadas em maior detalhe pelo regimento interno da
autarquia, atualmente aprovado pela Portaria nº 14 de 29 de junho de 2017. Nesta,
reconhece-se um amplo rol de atribuições ao IBAMA – todas inseridas nos objetivos
gerais acometidos à autarquia por sua lei de criação. 20
No que interessa a presente Concessão, importa destacar especificamente a
competência do IBAMA para a disciplina dos usos e acessos a recursos
faunísticos (art. 2º, inc. VII) 21, isto é, para a regulamentação da forma de manejo de
animais em todo o território nacional. Tal previsão normativa confere à autarquia
competência para disciplinar o tema de forma ampla, abrangendo toda forma de manejo
de animais, inclusive, os zoológicos.
É certo, contudo, que o exercício de tal competência normativa pelo IBAMA deverá
atentar para a repartição de atribuições estabelecida pela Lei Complementar nº
140/2011 – conforme aludimos acima. Como ente administrativo da União, o IBAMA
deverá se limitar ao papel federativo que é reservado à esfera federal, ou seja, deverá
se restringir à edição de comandos normativos gerais sobre (i) a classificação

20
Art. 2º É criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, autarquia federal
dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do
Meio Ambiente, com a finalidade de: (Redação dada pela Lei nº 11.516, 2007)I - exercer o poder de polícia ambiental;
(Incluído pela Lei nº 11.516, 2007) II - executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições
federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos
naturais e à fiscalização, monitoramento e controle ambiental, observadas as diretrizes emanadas do Ministério do Meio
Ambiente; (…) (Incluído pela Lei nº 11.516, 2007)
21
Art. 2º (…) VII - disciplinamento, cadastramento, licenciamento, monitoramento e fiscalização dos usos e acessos aos
recursos ambientais, florísticos e faunísticos;

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hierárquica dos zoológicos e (ii) a definição de parâmetros de qualidade dos
recintos de exposição dos animais.
Estas são, em síntese, as principais atribuições normativas que este ente administrativo
desempenhará. Os atos normativos emitidos no manejo destas competências são de
observância obrigatória para o Estado do Rio Grande do Sul, que deverá considera-los
na modelagem dos documentos da contratação e exigir o seu atendimento pela futura
Concessionária.
Vale destacar, neste sentido, que o IBAMA exerceu estas competências aos zoológicos,
em especial, com a edição da Instrução Normativa nº 7, de 30 de abril de 2015. A
norma estabelece padrões estruturais mínimos a serem observados pelos entes
públicos ou privados responsáveis pela gestão de recintos zoológicos, assim
como fornece os parâmetros para a classificação hierárquica dos zoológicos.
Imprescindível, portanto, que a modelagem da Concessão do Zoológico de Sapucaia
atente para o conteúdo desta norma e que o futuro concessionário seja obrigado a
manter a estrutura dos recintos em conformidade com as disposições da norma federal.
7.2.1.2 Secretaria do Ambiente de Desenvolvimento Sustentável – SEMA
(a) Gestão da Fauna
Atualmente regulamentada em suas competências pelas Leis Estaduais nº 14.672/2015
e 14.733/2015, a SEMA é competente para coordenar e implementar as políticas
públicas de preservação da fauna e da flora local. Incumbida da missão de assegurar
o direito de todo cidadão a um meio ambiente equilibrado, a SEMA dispõe de uma série
de prerrogativas para cumprir com seus desígnios.
Especificamente quanto à gestão do uso e manejo de fauna no Estado do Rio Grande
do Sul, à Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável incumbe atender aos
objetivos elencados pelo art. 167 do Código do Meio Ambiente instituído pela Lei
Estadual nº 11.520 de 03 de agosto de 2000.
A norma aludida trata de estabelecer um amplo de campos de atuação para o Estado
do Rio Grande do Sul na tutela da fauna local. De acordo com o artigo, é obrigação do
Estado incentivar a produção de conhecimento a respeito da fauna silvestre
gaúcha, assim como estabelecer programas de educação formal e informal da
população quanto ao tema. 22
Programas de incentivo à tutela de animais silvestres também figuram dentre suas
atribuições, sempre ao lado das atribuições de mapeamento e cadastramento da fauna
estadual, sobretudo, quanto aos animais sujeitos ao risco de extinção.

22
Art. 167. Compete ao Poder Público em relação a fauna silvestre do Estado: (…) II - instituir programas de estudo da
fauna silvestre, considerando as características sócio-econômicas e ambientais das diferentes regiões do Estado,
inclusive efetuando um controle estatístico; III - estabelecer programas de educação formal e informal, visando à
formação de consciência ecológica quanto a necessidade de preservação e conservação do patrimônio faunístico; (…)
VI - instituir programas de proteção à fauna silvestre; VII - identificar e monitorar a fauna silvestre, espécies raras ou
endêmicas e ameaçadas de extinção, objetivando sua proteção e perpetuação; VIII - manter banco de dados sobre a
fauna silvestre ;X - manter banco de dados sobre a fauna silvestre;

Pl an o s En g en h ar ia 151
Suas atribuições especificamente relacionadas aos zoológicos também estão
contempladas pelo Código do Meio Ambiente. É nesta norma que se exige que a
Secretaria mantenha coleções de espécimes de animais vivos no Estado -
atribuição esta atendida mediante a instituição de jardins zoológicos.
Mas não é apenas a legislação estadual que estabelece atribuições para a SEMA quanto
ao manejo da fauna. Com a edição da Lei Complementar nº 140/2011 e a consequente
descentralização das competências quanto à normatização da fauna silvestre no Brasil,
a SEMA celebrou com o IBAMA o Acordo de Cooperação Técnica nº 22/2013, em que
o Estado assume parcela das atribuições referentes ao controle e a fiscalização do
manejo de animais silvestres em nível local, em especial, naquilo que diz respeito à
autorização para o funcionamento de recintos de criação de animais silvestres.
Especificamente quanto aos zoológicos, a SEMA manejou sua competência normativa
para estabelecer, com a Portaria nº 179/2015, as normas e procedimentos referentes
às categorias de empreendimentos e atividades de uso e manejo de fauna
silvestre no Estado do Rio Grande do Sul. Nela estão discriminados os requisitos a
serem atendidos por qualquer empreendimento de gestão de fauna que pretenda operar
no Estado, sendo imprescindível que o futuro concessionário obtenha ou mantenha as
autorizações junto à Secretaria para o normal funcionamento do zoológico.
A Portaria nº 177/2015 também interessa à Concessão, pois estabelece as normas para
a destinação adequada da fauna silvestre apreendida, resgatada ou entregue às
autoridades competentes. De acordo com suas disposições, animais capturados
poderão ser destinados ao zoológico e vinculados à ampliação de seu plantel.
É de se notar, portanto, que a SEMA tem cumprido com seu papel federativo quanto a
tutela da fauna. As normas enunciadas acima representam evidente esforço no sentido
de se adequar à função de gestor local dos recursos faunísticos e, sobretudo, para
viabilizar o exercício de sua atribuição de executor material da política de manejo de
animais, consubstanciada no controle dos empreendimentos que poderão operar no
Estado do Rio Grande do Sul.
A relevância desta atuação para a futura Concessão é evidente. Atender aos parâmetros
positivados pela Secretaria será fundamental para que o zoológico a ser concedido
permaneça operacional.
(b) Recursos Hídricos
A SEMA, por outro turno, ainda desenvolverá importante papel na regulamentação do
uso e manejo dos recursos hídricos necessários à operação do zoológico. Como é
cediço, a manutenção deste empreendimento depende, em grande medida, da
disponibilização de consideráveis volumes de água para a dessedentação dos animais
e para a higienização de seus recintos, bem como para o uso e consumo humano.
Este tipo de utilização de água é regulamentado no Estado do Rio Grande do Sul pela
Lei Estadual nº 10.350 de 30 de dezembro de 1994, que institui o Sistema Estadual
de Recursos Hídricos. O objetivo deste último é o de instituir um amplo programa de
controle e fiscalização do uso de recursos hídricos ao longo de todo o Estado, visando
assegurar o uso racional e equilibrado deste bem.
Dentre os instrumentos estaduais voltados à implementação desta política, a lei acima
prevê a outorga do uso de recursos hídricos como um dos principais vetores de

Pl an o s En g en h ar ia 152
controle da exploração das águas estaduais (art. 29 a 31). Sua obtenção é necessária
para qualquer empreendimento, público ou particular, cuja implantação altere as
condições quantitativas ou qualitativas das águas superficiais ou subterrâneas do
Estado do Rio Grande do Sul.
De acordo com o Decreto Estadual nº 37.033, de 21 de novembro de 1996, que
regulamenta a Lei Estadual nº 10.350/1994, a outorga do direito de uso de recursos
superficiais que não alterem a qualidade das águas será concedida pelo Departamento
de Recursos Hídricos, sob a forma de licença de uso, com período máximo de cinco
anos, autorização de uso, cedida em caráter precário, ou por concessão por até 10
anos, nos casos previstos no art. 43 do Decreto Estadual nº 24.463/1994.
No caso de alterações qualitativas dos recursos hídricos superficiais, a autorização
deste uso será de incumbência da FEPAM.
As autorizações para exploração de recursos hídricos subterrâneos segue a mesma
estrutura de competências, conforme estabelecido pelo Decreto Estadual nº 42.047 de
26 de dezembro de 2002. De acordo com a legislação de regência, mesmo o
estabelecimento de poços artesianos está sujeito à obtenção de outorga junto ao
Departamento de Recursos Hídricos (DRH).
Neste caso, ainda vige exigência adicional: o detentor do poço artesiano deverá se
cadastrar junto ao DRH, só lhe sendo autorizado se valer desta engenharia para a
captação de recursos hídricos subterrâneos na hipótese de em sua localização não
existir ligação com a rede pública de abastecimento de água e, ainda, caso este uso
seja destinado às finalidades de uso industrial, floricultura ou agricultura (art. 96, Decreto
Estadual nº 23.430/1974).
Vale destacar, contudo, que a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável editou a Portaria nº 215, de 10 de janeiro de 2017, que dispensa a obtenção
de outorgas para o uso de água para aqueles usuários que se cadastrarem no Sistema
de Outorga de Água do Rio Grande do Sul - SIOUT e fornecerem os dados dos pontos
de uso on-line. A dispensa da outorga é realizada de forma estrita – sendo aplicável tão
somente para fins de obtenção de licenciamento ou de financiamentos no setor. Para a
obtenção destes últimos, a Portaria estabelece que será suficiente a apresentação do
Comprovante do Cadastro de Uso de Água, emitido em nome do usuário no momento
da conclusão do cadastro no SIOUT. 23

23
Art. 1º - Os usuários que se cadastrarem junto ao Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul - SIOUT e
fornecerem os dados dos pontos de uso on-line, receberão, assim que validados os dados, um Comprovante de Cadastro
de Uso da Água – 0003 emitido pelo sistema, numerado sequencialmente a cada ano, contendo um link e um código QR
Code para validação. Parágrafo primeiro - O Cadastro de Uso de Água é o primeiro procedimento a ser realizado para a
obtenção da outorga de uso de água, a ser emitida pelo Departamento de Recursos Hídricos considerando as restrições
e condicionantes estabelecidos pelo Conselho de Recursos Hídricos e pelos respectivos Comitês de Bacia, não se
constituindo, por si só, em autorização efetiva para o uso da água e, portanto, não exime o usuário da necessidade de
completar a solicitação de outorga por meio do SIOUT.Art. 2º - Excepcionalmente, para o uso de dessedentação animal
no ano de 2017, considerando a necessidade de consolidação do SIOUT, a conclusão do Cadastro de Uso da Água
dispensará a necessidade de obtenção da outorga, exclusivamente para fi ns de fi nanciamento e de licenciamento
ambiental.

Pl an o s En g en h ar ia 153
Importante agente quanto ao tema, é também o Comitê de Preservação,
Gerenciamento e Pesquisa da Bacia do Rio dos Sinos, criado pelo Decreto Estadual
nº 32.774, de 17 de março de 1988. Dentre suas competências, importa para o presente
caso a de estabelecer diretrizes gerais para a outorga de recursos hídricos superficiais
e subterrâneos situadas na Bacia do Rio Sinos – justamente onde se localiza o
Zoológico da Fundação Zoobotânica.
Por fim, o despejo de efluentes sobre os recursos hídricos do Estado deverá observar
a regulação do CONSEMA sobre o tema, que, por intermédio da Resolução nº
355/2017, definiu os “Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos para fontes de emissão
que lancem seus efluentes em águas superficiais no Estado do Rio Grande do Sul”.
Todo este plexo de normas condicionará o uso e o manejo de recursos hídricos pela
futura Concessionária – caso esta opte por se valer dos recursos da bacia do Rio Sinos.
É possível, porém, que esta opte por adquirir água bruta e tratada junto à CORSAN, ou
de quem lhe faça as vezes, hipótese em que será desnecessária a obtenção de outorga,
porém, será obrigatória a observância do Regulamento dos Serviços de Saneamento
Básico emitido pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Público (AGERGS).

7.2.1.1 AGERGS
Criada pela Lei nº 10.931/1997, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos
Delegados do Rio Grande do Sul – AGERGS detém competências multisetoriais,
exercendo atividade regulatória principalmente nas seguintes áreas: saneamento,
energia elétrica, rodovias, telecomunicações; portos e hidrovias; irrigação; transportes
intermunicipais de passageiros, inclusive suas estações; aeroportos; distribuição de gás
canalizado; e inspeção de segurança veicular.
Na forma da lei que a instituiu, cumpre à AGERGS desempenhar as seguintes
atribuições: (i) assegurar a prestação de serviços adequados; (ii) garantir a harmonia
entre os interesses dos usuários e concessionários de serviços públicos; (iii) buscar a
modicidade das tarifas e o justo retorno dos investimentos; (iv) homologar os contratos
e demais instrumentos celebrados, (v) fixar, reajustar, revisar, homologar ou
encaminhar, ao ente delegante, tarifas, seus valores e estruturas; (vi) orientar a
confecção dos editais de licitação e homologá-los, objetivando a delegação de serviços
públicos; (vii) fiscalizar a qualidade dos serviços, por meio de indicadores e
procedimentos amostrais; (viii) aplicar sanções decorrentes da inobservância da
legislação vigente ou por descumprimento dos contratos de concessão ou permissão ou
de atos de autorização do serviço público.
A AGERGS poderá apresentar interface com a Concessão do zoológico, ao menos, em
duas perspectivas. A primeira delas seria decorrente de sua atividade regulatória
quanto aos serviços de saneamento básico. A Agência reguladora, tal como
destacado acima, é competente para disciplinar estes serviços, tendo-o feito por
intermédio do Regulamento dos Serviços de Saneamento Básico.
O regulamento destina-se à disciplina da utilização da rede de tratamento de água e
esgoto atualmente gerenciada pela CORSAN. O Zoológico poderá ser obrigado a se
conectar a esta rede pública caso seu logradouro seja abrangido pela rede
gerenciada pela estatal. É o que exige o art. 9º do Regulamento, que assim dispõe:

Pl an o s En g en h ar ia 154
Art. 9° O imóvel situado em logradouro dotado de rede pública de
abastecimento de água potável e/ou de rede coletora de esgoto
sanitário deverá ter suas instalações ligadas às respectivas redes,
de acordo com os dispositivos contidos na Lei Federal n° 8.080,
de 19 de setembro de 1990, Lei Estadual n° 6.503, de 22 de
dezembro de 1972, regulamentada pelo Decreto Estadual n°
23.430, de 24 de outubro de 1974, Lei Estadual n.º 11.520, de 3
de agosto de 2000, Lei Federal n.º 11.445, de 5 de janeiro de
2007, normas da CORSAN, bem como as normas expedidas pela
AGERGS.
Neste caso, é preciso que os rejeitos produzidos pelo empreendimento estejam
adequados para serem despejados na rede pública. Do contrário, a futura
Concessionária terá de assumir, por sua conta, os custos da submissão destes despejos
a um tratamento prévio.
Caso não exista rede de tratamento de esgoto na região, a Concessionária poderá
adotar solução individualizada. Estes rejeitos poderão ser despejados sobre os recursos
hídricos da região, desde que devidamente tratados, o que, neste último caso, mais uma
vez deverá ser feito pela Concessionária.
Afora este interface regulatória no setor de saneamento básico, a AGERGS ainda
poderá ter atuação regulatória na hipótese de a modelagem da Concessão se
realizar sob a forma de concessão de serviços públicos. Neste caso, a Agência será
chamada a atuar na disciplina destes serviços, sobretudo, tendo em vistas sua
competência para disciplinar os serviços públicos delegados do Estado do Rio Grande
do Sul.
Note-se que, diante das competências destacadas acima, competirá à AGERGS uma
regulação predominantemente técnica e econômica da Concessão, em especial, no que
diz respeito aos procedimentos de reajuste e homologação tarifária, assim como nos
procedimentos de preservação do equilíbrio econômico-financeiro da Concessão. Sua
atuação será residual na fase interna da Concessão, afinal, esta terá papel meramente
orientativo em relação à estruturação do projeto.

7.2.1.1 Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA e Fundação Estadual


de Proteção Ambiental - FEPAM
Ainda no exercício das incumbências estaduais em matéria ambiental, é preciso
destacar o CONSEMA e a FEPAM, dois órgãos da administração do Estado do Rio
Grande do Sul que desempenham papel relevante na disciplina da exploração de
zoológicos neste nível federativo. Mais especificamente, estes órgãos se articulam para
o exercício das atribuições de licenciamento ambiental no Estado, incumbindo ao
CONSEMA a atribuição de expedir normas a seu respeito e à FEPAM aplica-las.
O CONSEMA é o órgão superior do Sistema Estadual de Proteção Ambiental –
instituído pela Lei Estadual nº 10.330 de 27 de dezembro de 1994 -, com o objetivo de
aprovar e coordenar a implementação da Política Estadual do Meio Ambiente.
Para o exercício destas atribuições, a Lei 10.330 lhe atribui competências para
estabelecer normas, padrões, parâmetros e critérios de controle e avaliação da

Pl an o s En g en h ar ia 155
qualidade do ambiente natural e a respeito das diretrizes para a preservação dos
recursos e ecossistemas do Estado. Vale destacar, ainda, que ao órgão incumbe
deliberar, também, a respeito dos conflitos entre valores ambientais diversos e aqueles
resultantes da ação dos órgãos públicos, dos entes privados e dos indivíduos situados
no território sul-rio-grandense.
Deste plexo de atribuições, depreende-se que o CONSEMA ocupa a função de um
coordenador geral da ação administrativa em matéria ambiental, alvitrando, sempre,
assegurar que esta se desenvolva dentro dos objetivos da Política Estadual de Meio
Ambiente. Para tanto, seu principal meio de atuação é a edição de normas e diretrizes
que deverão ser observadas pelos órgãos executores desta política.
Em matéria de licenciamento ambiental, o órgão exerceu suas prerrogativas
normativas através de sua Resolução nº 38/2006, que define os empreendimentos
sujeitos ao licenciamento ambiental e estabelece os procedimentos para a emissão das
licenças, assim como o prazo de vigência destas últimas.
A definição das atividades submetidas ao licenciamento segue critério abrangente,
sendo este definido pela própria Resolução nº 038/2006. De acordo com a norma
aludida, todo empreendimento cuja operação se utilize de recursos ambientais ou que
seja capaz de ocasionar qualquer forma de degradação ambiental, deverá se sujeitar ao
licenciamento.
Os zoológicos podem ser enquadrados nesta categoria, sobretudo, por sua operação
depender diretamente da exploração de recursos faunísticos, o que pode tornar sua
operação em uma atividade potencialmente danosa ao meio ambiente. Não por outro
motivo, em âmbito federal, a Resolução CONAMA nº 237/1997 considera o manejo de
animais silvestres uma atividade sujeita ao licenciamento ambiental.
A condução do procedimento de licenciamento ambiental, contudo, incumbe a outro
órgão da administração estadual. Criada pela Lei Estadual nº 9.077 de 04 de junho de
1990, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM é fundação com
personalidade jurídica de direito privado, vinculada à Secretaria do Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio Grande do Sul, que atua, dentre outros
segmentos, no licenciamento estadual das atividades consideradas como
potencialmente danosas.
Em virtude desta atribuição, a Fundação estará em interface direta com a
Concessionária, sendo responsável por disciplinar os critérios que esta terá de
atender para obter as licenças necessárias à operação do zoológico.
Independentemente das licenças ambientais que o Parque Zoológico já possui para a
execução de suas atividades, a sua manutenção e regularidade dependerão do
atendimento às diretrizes e normas exaradas pela FEPAM. A concessão desse tipo de
licença, necessariamente, deverá ser realizada por intermédio do Sistema Online de
Licenciamento Ambiental, conforme exigido pela Portaria Conjunta SEMA/FEPAM nº
01/2017.
Importante ponderar, aqui, que a competência da FEPAM não se confunde com a
emissão das autorizações operacionais indicadas no item anterior. Estas são referentes
a fiscalização distinta da que será realizada pela Fundação. Nas autorizações previstas
pela Portaria SEMA nº 179/2015, o que se analisa é a adequação das estruturas do
zoológico aos parâmetros de habitação, sanitários e de segurança para os animais e

Pl an o s En g en h ar ia 156
para os usuários do empreendimento. Na licença de operação a ser emitida pela
FEPAM, o que se analisa é o impacto ambiental que a operação do zoológico terá sobre
o meio ambiente circundante.
Em outras palavras, à SEMA, indicada no item anterior, compete a emissão da
autorização de operação para o Zoológico, enquanto à FEPAM compete a realização do
licenciamento ambiental do empreendimento.
É de se notar, contudo, que o Estado do Rio Grande do Sul não possui um regulamento
específico para o licenciamento de zoológicos. Diferentemente do que se realizou em
âmbito federal – que disciplinou esta forma de licenciamento de maneira específica na
Instrução Normativa nº 01/1999 -, no Estado vige tão somente a Resolução nº 38/2006
do CONSEMA, que estabelece um procedimento geral para licenciamentos ambientais
no Rio Grande do Sul.
Muito embora seja recomendável a edição de ato normativo específico para o
licenciamento de zoológicos, tal atribuição, hoje, poderá ser realizada com base nos
critérios estabelecidos pela Resolução nº 38/2006 do CONSEMA.
Por fim, vale destacar que o manejo de animais localizados na área de influência do
zoológico também é tema disciplinado pela FEPAM. A operação do empreendimento
ora em análise dependerá da obtenção e da manutenção de licenças para identificar e
destinar eventuais animais encontrados em áreas próximas a de implantação do
zoológico. Os requisitos necessários para a sua obtenção e os procedimentos a serem
adotados no gerenciamento dos animais encontrados nesta situação estão previstos na
Portaria FEPAM nº 75, de 01 de agosto de 2011.
Exposto este breve panorama, pode-se salientar que tanto o CONSEMA quanto a
FEPAM serão entes administrativos relevantes na normatização da execução da futura
Concessão. Das competências apresentadas acima, estas instituições atuarão tanto na
fase pré-operacional do futuro zoológico, quanto na fase operacional da Concessão,
sendo que, neste último caso, terá atuação mais destacada a FEPAM, que terá de
fiscalizar a manutenção das condições que levaram à emissão da licença ambiental e
conduzir os procedimentos de sua renovação periódica.

7.2.2 Competências de Fiscalização, Apenamento e Apreciação de


Pleitos
Apresentados os principais entes e órgãos administrativos munidos de competência
normativa para disciplinar diversos aspectos relacionados à Concessão do Zoológico,
resta-nos ainda abordar as três outras funções integrantes da atividade regulatória: (i) a
fiscalização, (ii) a aplicação de penalidades e, por fim, (iii) a apreciação de pleitos
realizados durante a execução contratual.
Estas atribuições se realizam em momento distinto do manejo das competências
normativas abordadas no item anterior. Se aquelas servem ao estabelecimento de
parâmetros e condicionantes de observância obrigatória, as funções ora apreciadas são
manejadas para aferir concretamente se as normas positivadas são efetivamente
cumpridas pela Concessionária durante a execução contratual ou, ainda, se estas

Pl an o s En g en h ar ia 157
conferem guarida a qualquer pretensão desta última que eventualmente seja levada ao
conhecimento do Poder Concedente.
O desempenho destas atribuições, mais uma vez, envolve um delineamento complexo
de atribuições e entes públicos, oriundo justamente do intrincado sistema de normas
que regerá as atividades da Concessão. A cada ente competente para disciplinar as
atividades da Concessionária, corresponderá de forma paralela uma competência para
fiscalizar o seu cumprimento. Nesta senda, o particular estará adstrito não só a uma
rede de normas jurídicas, como também de instituições responsáveis por assegurar o
cumprimento dos regramentos positivados e que sejam aplicáveis à atividade que lhe
foi delegada.
Sem descurar deste cenário, é relevante distinguir, contudo, os dois prismas em que
estas atribuições serão desempenhadas durante a Concessão, um externo e outro
interno. No primeiro deles – a que designamos por externo – estão situadas as
competências de fiscalização, apenamento e de apreciação de pleitos com fundamento
na regulação extracontratual que incide sobre as atividades da Concessionária. O que
estará em apreço será a adstrição das condutas desta última aos regulamentos que
têm por objeto temas afeitos à gestão do zoológico, tais como os regulamentos
ambientais, de uso e manejo de recursos hídricos e outros aplicáveis.
No que designamos por prisma interno, situam-se as atribuições referentes ao
acompanhamento do cumprimento das normas estatuídas pelo próprio contrato.
A distinção entre estes dois ângulos de análise, para o presente item, é relevante, pois
a cada um deles corresponderá uma estrutura administrativa de fiscalização distinta. A
fiscalização de índole extracontratual será de competência dos entes e órgãos
públicos competentes para editar os parâmetros normativos a serem cumpridos
pela Concessionária.
De outro turno, no que diz respeito aos parâmetros do próprio contrato, estas
atribuições, a princípio, se encontram concentradas em um só ente público: o Poder
Concedente. É ínsito à competência para delegar a gestão de um dado bem ou serviço
que junto dela venha a competência para definir os parâmetros em que esta gestão
deverá ser realizada e, por consequência, para aferir se tais parâmetros são
efetivamente cumpridos.
Partindo desta distinção, entendemos que o acompanhamento dos parâmetros
extracontratuais não merecem maiores aprofundamentos. Sob a perspectiva
institucional, serão competentes para tanto as instituições que foram responsáveis por
editar as normas que, de alguma forma, apresentarão uma interface com as atribuições
da Concessionária. Neste sentido, todas aquelas entidades identificadas ao longo
do item 7.2.1 deste relatório serão competentes para exercer este tipo de controle,
por óbvio, naquilo que se inserir em seu rol de competências.
Enfoque maior será dado à apreciação das atribuições de fiscalização do cumprimento
das próprias disposições do contrato, que certamente demandará a identificação de uma
estrutura administrativa específica no Estado do Rio Grande do Sul.
Iniciamos nossa análise institucional com o ente que, a princípio, titulariza o feixe de
atribuições abordado neste item – o Poder Concedente. Finalizamos com o estudo de

Pl an o s En g en h ar ia 158
uma alternativa à concentração destas atribuições em um órgão da administração
estadual e apreciamos a possibilidade de se atribui-las a uma comissão interdisciplinar.

7.2.2.1 Poder Concedente 24


A delegação de um serviço público ou da gestão de um determinado ativo pertencente
ao Estado é, em última análise, uma opção por um modelo específico de gestão de
determinada utilidade pública. Ao invés de persistir em sua disponibilização por
intermédio do Estado, opta-se por transferir para a iniciativa privada os encargos de
investimento e de gestão a ele associados.
Isto não significa, contudo, que o Estado deixe de desempenhar atribuições quanto ao
serviço. Este apenas altera a forma de intervir em sua gestão, deixando de realiza-la
diretamente, para atuar por intermédio de competências normativas e de fiscalização.
O Poder Concedente, neste sentido, delega tão somente a incumbência de executar os
serviços e de disponibilizá-los de forma adequada ao cidadão. Não obstante, mantém
em sua esfera de competências as atribuições relativas ao acompanhamento da
execução dos serviços ou do gerenciamento do ativo delegado.
Esta é a premissa introduzida em nosso direito pela legislação de concessões. Em
âmbito federal, isto fica claro pelo fato de a Lei Federal nº 8.987/1995 dispor no inc. I de
seu art. 29 que a fiscalização dos serviços concedentes é competência do Poder
Concedente:
Art. 29. Incumbe ao poder concedente:
I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar
permanentemente a sua prestação; (…)
O Estado do Rio Grande do Sul também incorpora esta premissa em sua legislação
específica. O inc. I do art. 16 25 da Lei estadual nº 10.086/1994 denota o mesmo sentido
que a legislação federal, ao dispor que compete ao Poder Concedente fiscalizar
permanentemente a prestação do objeto da concessão.
Diante de tais disposições normativas, é certo que ao Poder Concedente incumbirá
importante papel após a delegação dos serviços. A se considerar o que expusemos no
item 7.1.1 deste relatório, a SEMA ou a FZB serão responsáveis por acompanhar o
cumprimento, pela Concessionária, das normas convencionadas no contrato de
Concessão. Em caso de descumprimento destas normas, serão estas últimas as
competentes para aplicar as sanções cabíveis, assim como por apreciar quaisquer
solicitações da Concessionária no que concerne ao objeto da Concessão.
A princípio, o exercício destas atribuições deve ser realizado pelo órgão representante
do ente político delegante ou pelo ente da administração indireta que assuma esta

24
Para a definição dos entes ou órgãos que, no Estado do Rio Grande do Sul, estarão habilitados a assumir esta função
na Concessão do Parque Zoológico, ver item Error! Reference source not found. e seguintes deste relatório.
25
Art. 16 - São direitos e deveres do Poder Concedente: I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar
permanentemente a sua prestação;

Pl an o s En g en h ar ia 159
posição, mediante o emprego de pessoal, estrutura e recursos próprios. Entretanto, isto
não deve ser interpretado como uma vedação a arranjos alternativos de desempenho
das atribuições fiscalizatórias. Na qualidade de titular das prerrogativas elencadas
acima, poderá o Concedente estipular diferentes formas de fiscalização da Concessão.
Abaixo, apreciamos uma delas.

7.2.2.1 Comissão de Fiscalização


Uma das formas de organização do exercício das atribuições apreciadas neste item é a
indicação de uma comissão específica, vinculada ao Poder Concedente, para
desempenhar a fiscalização, a decisão sobre penalidades e a apreciação de
pleitos envolvidos na execução dos contratos.
A comissão seria um órgão despersonalizado, composto por técnicos especializados
nas diversas áreas afeitas à execução do contrato, que seria incumbido de um feixe de
competências necessários a desempenhar o acompanhamento da Concessão. Tal
atribuição de poderes para a comissão poderia ser realizada por seu próprio ato de
criação – exarado sob a forma de um ato interno, tal como uma portaria, de competência
do Poder Concedente.
Evidentemente que tais atribuições, para serem executadas durante a Concessão,
devem ser referenciadas pelo contrato de Concessão, que deverá prever
expressamente que as atribuições de fiscalização do Poder Concedente serão
desempenhadas por intermédio de uma comissão de fiscalização.
O método de seleção de seus membros, seu procedimento de atuação e os limites
de suas atribuições deverão ser previamente estipulados – seja no contrato de
Concessão, seja no ato de sua designação.
Vale destacar que os especialistas selecionados poderão ser provenientes de
entes ou órgãos da administração pública gaúcha – desde que observadas as regras
aplicáveis ao remanejamento de servidores no âmbito do Estado Rio-grandense. Para
que profissionais integrantes de outros níveis federativos possam participar, será
imprescindível a celebração de convênios de cooperação técnica.
Por fim, por se tratar de órgão despersonalizado, eventual aplicações de sanções ou
adoção de quaisquer medidas concretas perante a Concessionária deverá ser realizado
pelo Concedente. Isto não retira a eficácia da atuação da comissão, afinal, suas
considerações poderão ser consideradas vinculantes, desde que assim se faça prever
em sua regulamentação contratual.
Esta alternativa mostra-se relevante, sobretudo, por conferir maior imparcialidade às
atividades de fiscalização e aplicação de penalidades durante a execução
contratual. Ademais, pode ser alternativa interessante para o caso de limitação de
recursos humanos, afinal, permite uma seleção mais ampla dos servidores
responsáveis por manejar estas atribuições. Em tese, qualquer servidor estadual poderá
por sua expertise à disposição da presente Concessão.
Por deter estas vantagens, esta metodologia de fiscalização, inclusive, tem sido adotada
em precedentes nacionais para a concessão de zoológicos. Neste sentido, pode-se
mencionar a concessão do jardim zoológico do Município do Rio de Janeiro.

Pl an o s En g en h ar ia 160
Feitas estas breves considerações, passamos a parte final deste capítulo, que tem por
escopo o estudo dos procedimentos internos à administração estadual, cuja
observância será obrigatória para a aprovação e publicação dos instrumentos de
delegação do Parque Zoológico de Sapucaia.

7.3 Fase Preparatória e Acompanhamento da Execução Contratual


A elaboração do edital e do contrato de Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia –
além das interfaces jurídico-institucionais apontadas acima – também terá de observar
um processo administrativo interno à administração estadual do Rio Grande do Sul, que
demanda a submissão dos instrumentos da contratação a crivos de diferentes órgãos e
entes administrativos.
Este procedimento é frequente na modelagem de projetos de concessão de bens ou de
serviços públicos à iniciativa privada, e serve como um sistema interno de controle da
legalidade de todo o empreendimento.
É preciso ponderar, contudo, que inexiste um procedimento administrativo geral,
aplicável a todo o tipo de contratação pública. O regime jurídico destes trâmites
internos será determinado conforme o tipo de concessão pretendida.
No presente caso, duas são as alternativas de modelagem do projeto. Este poderá ser
estruturado como uma concessão de serviço, tendo-se caracterizado a atividade como
serviço público, ou como uma concessão de bem público. A escolha entre estas duas
modalidades não é trivial, afinal envolve implicações de regime jurídico que podem
afetar a estruturação do projeto em diversos ângulos.
Neste momento, iremos nos limitar a apresentar os impactos jurídico-institucionais que
a escolha por uma destas formatações poderá acarretar, em especial, no que diz
respeito à fase preparatória da licitação. As demais implicações jurídicas desta
escolha serão abordadas em documento em separado, relativo às questões jurídicas
envolvidas na modelagem.
Iniciamos nossa exposição com a indicação das alternativas envolvidas na estruturação
do projeto como uma concessão de serviços. Em sequência, analisamos as implicações
institucionais de sua modelagem como uma concessão de bem público.

7.3.1 Concessão de Serviços Públicos


A delegação do Zoológico da Fundação Zoobotânica poderá ser conformada como uma
concessão de serviços públicos, sujeita aos regramentos da Lei Estadual nº
10.086/1994 e da Lei Federal nº 8.897/1995, a partir do momento em que seja possível
caracterizar as atividades delegadas como um serviço público.
A contratação, muito embora envolva a transferência de um ativo do Estado para a
gestão pela iniciativa privada, pode ser compreendida sob o prisma dos serviços a
serem delegados. Junto da utilidade pública estão associados uma série de serviços
estatais, tais como o de manutenção predial, de incentivo à produção de conhecimento
sobre a fauna local, a disseminação da educação ambiental, além de tantos outros
abordados em diversas ocasiões neste estudo.

Pl an o s En g en h ar ia 161
Nesta alternativa de modelagem, portanto, o objeto da concessão envolveria a
transferência destes serviços para a iniciativa privada. A estrutura física do Parque
Zoológico seria para o privado na qualidade de bem reversível da Concessão,
imprescindível para a prestação de tais atividades.
Assumindo esta premissa, o procedimento de modelagem – sob o ponto de vista
institucional – estará sujeito ao estabelecido pelo Decreto Estadual nº 53.495, de 30
de março de 2017, que institui o Programa de Concessões e de Parcerias Público-
Privadas do Estado do Rio Grande do Sul (“PCPPP”).
O Decreto regulamenta a fase preparatória destas contratações de forma conjunta,
estabelecendo um procedimento que se aplica tanto para as PPPs quanto para as
concessões comuns. De acordo com a norma, a publicação e a contratação destes
projetos fica condicionada a sua prévia inserção no PCPPP, que será coordenado pelo
Conselho Gestor do Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas
(“CGPCPPP”).
A decisão pela inclusão ou não de um projeto no PCPPP é de competência do
Conselho (art. 3º, inc. III, do Decreto nº 53.495/2017) 26, que observará neste
procedimento as condições estabelecidas no Decreto e em normativo próprio, a ser
editado pelo próprio CGPCPPP.
Muito embora a decisão final acerca dos projetos pertença ao Conselho, a modelagem
destes últimos não faz parte de suas atribuições. Este trabalho de concepção inicial
do projeto compete ao órgão ou ente administrativo interessado em realizar a
concessão, conforme estabelecido pelo art. 7º do Decreto 27, orientado pela AGERGS. 28
A formatação final do projeto, assim que concluída, deverá ser submetida à Unidade
Executiva do Programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas, órgão
vinculado à Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão do Estado do Rio
Grande do Sul, e que faz as vezes de um ramo executivo do programa estadual de
concessões. Dentre suas principais atribuições encontra-se a de emitir parecer prévio
quanto à adequação da proposta de cada projeto de concessão ou de parceria público-
privada, para fins de instrução das deliberações do Conselho Gestor do Programa de
Concessões e de Parcerias Público-Privadas”. 29 (grifos nossos)
Este parecer, de acordo com o inc. VI, do art. 6º do Decreto nº 53.495/2017, deverá
abordar ao menos os seguintes aspectos: (i) forma de modelagem dos projetos; (ii)
analisar as minutas decorrentes de chamamentos públicos em Procedimentos de
Manifestação de Interesse (quando cabível); (iii) as modelagens realizadas, e (iv) as
minutas dos instrumentos da contratação (edital e contrato).

26
Art. 3º Ao Conselho Gestor do Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas compete: (…) III – deliberar
sobre a inclusão de projetos no Programa de que trata este Decreto, observadas as diretrizes legais e governamentais,
e definir a forma de modelagem;
27
Art. 7º Compete aos órgãos e às entidades da Administração Pública Estadual elaborar e submeter o edital de licitação
ao Conselho Gestor do Programa de que trata este Decreto, encaminhar a licitação e acompanhar e fiscalizar os
contratos de concessão e de parceria público-privada sob a sua responsabilidade.
28
Art. 4º, inc. VI, da Lei Estadual nº 10.931/1997.
29
Art. 6º, inc. IV, do Decreto Estadual nº 53.495/2017.

Pl an o s En g en h ar ia 162
A Unidade Executiva poderá solicitar pareceres específicos de áreas técnicas da
administração estadual, com vistas a subsidiar seu entendimento acerca da
recomendação da aprovação ou não dos projetos. Trata-se de uma prerrogativa não
vinculante – muito embora, a depender da complexidade do caso, a solicitação deste
auxílio de áreas especializadas seja recomendável.
Esta facultatividade não se aplica, contudo, no que diz respeito ao parecer da
Procuradoria Geral do Estado (“PGE”). A PGE deverá se manifestar a respeito dos
instrumentos da contratação em razão de sua competência para apreciar a legalidade
dos atos da administração estadual. Prevista na Constituição do Estado 30, a
competência é de exercício obrigatório, devendo o parecer do órgão jurídico ser
acostado ao processo de aprovação da modelagem, antes da decisão final do Conselho
Gestor.
O Decreto Estadual nº 38.704/1998 determina também que a modelagem da concessão
seja submetida à Controladoria e Auditoria Geral do Estado do Rio Grande do Sul
(“CAGE”), órgão vinculado à Secretaria da Fazenda e responsável por coordenar o
sistema de controle interno do Estado.
Aprovado por estes dois órgãos, os instrumentos da contratação deverão, ainda por
força do Decreto nº 38.704/1998, ser submetido à homologação da AGERGS, e ainda,
sujeitos à apreciação do Conselho Gestor do Programa de Concessões e PPPs, que
terá competência para aprovar ou não a inclusão do projeto no programa de concessões
do estado.
Sob o ponto de vista institucional, são estes órgãos e entes que atuarão no
procedimento de formulação interna dos editais e contratos de concessão de serviços
públicos. Com vistas a facilitar a visualização dos procedimentos e entes envolvidos,
apresenta-se a seguir um fluxograma, que sintetiza todo o dito acima:
Figura 83 – Fluxograma dos entes e procedimentos envolvidos na Concessão do
Zoológico.

Secretaria Unidade PGE/RS e CGCPPPe


Executiva CAGE/RS AGERGS
•Concepção •Elaboração de • Elaboração de • Aprovação do
inicial do Parecer Pareceres projeto e
Projeto. Prévio. Técnicos homologação
Específicos. de Edital e
Contrato.

Fonte: Elaboração Consórcio.

30
Art. 115. Competem à Procuradoria-Geral do Estado a representação judicial e a consultoria jurídica do Estado, além
de outras atribuições que lhe forem cometidas por lei, especialmente: (…) II - pronunciar-se sobre a legalidade dos atos
da administração estadual;

Pl an o s En g en h ar ia 163
No que diz respeito ao acompanhamento da execução contratual, há que se destacar
que, afora as atribuições de controle e acompanhamento do Poder Concedente, o
CGPCPPP e a Unidade Executiva terão papel fundamental neste acompanhamento.
Conforme estabelecido pelo inc. VII do art. 6º do Decreto Estadual nº 53.495/2017,
competirá à Unidade Executiva do CGPCPPP elaborar e apresentar ao Conselho
relatórios circunstanciados versando sobre o equilíbrio econômico-financeiro, a
adequação dos serviços prestados e a garantia contratada, bem como sobre o
alcance de metas e à sua adequação aos prazos de execução e de amortização dos
investimentos.
O monitoramento do atendimento aos objetivos da Concessão também incumbirá a este
órgão.

7.3.2 Concessão de Bem Público (com aplicação subsidiária do


procedimento para concessões de serviços públicos)

Alternativa à disposição da Administração do Estado do Rio Grande do Sul é a


modelagem da delegação do Zoológico como uma concessão de bem público. A
delimitação do objeto por intermédio deste instituto jurídico, conforme aprofundaremos
mais a frente, sofre importante variação quando comparada com a alternativa estudada
no item 7.3.1.
Na concessão de bem público, a Concessão não se cingirá na transferência ao
particular de determinados serviços de titularidade estatal, acompanhada da
delegação acessória de bens estatais reversíveis.
A ordem entre bens e serviços, nesta modalidade concessória, inverte-se em
relação à concessão de serviço público. O objeto central da concessão de bem
público é a transferência da gestão de um ativo, que poderá ou não comportar a
previsão de determinados serviços associados à sua delegação.
Isto é, na concessão de bem público, o essencial não é a delegação de um serviço, mas
sim, de um ativo que esteja sob a gestão estatal. Entretanto, isto não impede que neste
tipo de delegação não se exija do particular o desempenho de serviços. Pelo contrário,
a conjugação destas duas vertentes é absolutamente compatível com o instituto jurídico
ora em análise.
Nesta senda, a utilização da concessão de bem público mostra-se aplicável ao presente
caso, afinal, a delegação do Zoológico poderá ser estruturada tendo por objeto
central a transferência da estrutura física do zoológico à iniciativa privada,
acompanhada da prestação de serviços conforme indicadores de qualidade
contratualmente definidos.
Ocorre que a delegação de bem público é medida administrativa sujeita a um
regramento jurídico mais esparso, sem contar com uma norma específica que
discipline suas nuances. Esta menor densidade legislativa afeta não só a delimitação
dogmática do instituto, como também, a delimitação dos procedimentos internos
necessários a sua aprovação.

Pl an o s En g en h ar ia 164
É possível se afirmar que inexiste um procedimento prévio especificado no Rio
Grande do Sul para a concessão de ativos pertencentes ao Estado. Entretanto, da
análise do ordenamento jurídico estadual, é possível se depreender que a aprovação
interna da Concessão poderá seguir duas alternativas.
A primeira é a sua delegação como um ativo público, não integrante de um programa
específico do Estado do Rio Grande do Sul. Neste caso, em razão da ausência de
legislação específica sobre o tema, o procedimento de sua aprovação demandará a
utilização subsidiária da legislação de concessões comuns, aplicáveis por
analogia à concessão de bens públicos. A segunda alternativa, por outro lado, é a
sua transferência no bojo do Programa de Aproveitamento e Gestão Imóveis (“PAGI”).
Avaliamos e cotejamos cada uma delas a seguir.

7.3.3 Concessão de bem público (com aplicação de procedimento


administrativo próprio)
Nesta alternativa, a delegação será realizada como um processo administrativo de
competência do órgão administrativo titular do serviço de gestão do zoológico,
assim como de seus bens móveis e imóveis. Sob esta perspectiva, a delegação deste
ativo não estará sujeita a nenhum programa estadual específico. Incidiriam sobre
sua realização tão somente os crivos e controles imprescindíveis à avaliação da
legalidade da condução de procedimentos de concessão.
Muito embora não discipline em específico o procedimento de concessão de bens
públicos, a Lei Estadual nº 10.086/1994 ao tratar das concessões comuns acaba por
estatuir regramentos gerais, que podem extrapolar deste tipo contratual e disciplinar
outras modalidades concessórias. No presente caso, em que pese tratarem de institutos
que, em suas especificidades, são distintos, não se pode olvidar que a concessão de
bem público e a concessão de serviço público pertencem a um mesmo ramo de
contratos públicos.
Neste sentido, ambos os institutos partilham de notas comuns em seu regime jurídico.
Aliás, no direito brasileiro isto não é propriamente novidadeiro – ainda mais no tema das
concessões. Basta rememorar, neste sentido, que se admite, sem maiores
sobressaltos, a aplicação subsidiária da Lei Federal nº 8.987/1995 – que rege as
concessões comuns – às concessões administrativas e patrocinadas, por sua vez
disciplinadas especificamente pela Lei Federal nº 11.079/2004.
Não se quer, com isso, dizer que ambos os institutos sujeitam-se a um mesmo regime
jurídico. O que se nota é tão somente que, no que concerne ao regime geral, por ambos
pertencerem ao ramo das concessões, os regramentos de um podem se aplicar ao
outro, sem que isso leve a uma desnaturação de suas características específicas.
Dentre estes temas gerais a que fizemos menção acima, entendemos estar inserido o
procedimento administrativo para a aprovação da concessão. Ora, o trâmite interno de
aprovação de uma concessão de bem público ou de um serviço público não é assunto
que demande a observância de particularidades próprias a cada um dos institutos. Pelo
contrário, sob o ponto de vista administrativo, a inteligência de ambos os processos
demanda expertises e crivos de análise muito semelhantes, que preferencialmente
devem ser alocados em um mesmo conjunto de órgãos da administração.

Pl an o s En g en h ar ia 165
Em última análise, tanto num quanto noutro caso, o que se aprecia é a delegação de
um plexo de ativos e obrigações prestacionais do Estado à iniciativa privada, com vistas
a permitir a exploração econômica destes ativos e serviços, acompanhada da
contrapartida da disponibilização da fruição de determinadas utilidades aos usuários.
Sob este ponto de vista, portanto, as disposições procedimentais da Lei Estadual
nº 10.086/1994 e de suas complementações posteriores poderiam ser aplicadas,
por analogia, à concessão de bem público.
Afinal, a concessão de bem público apresenta as mesmas peculiaridades quanto ao
equilíbrio econômico-financeiro, viabilidade técnica e econômica, remuneratórias e
quanto a tantos outros temas igualmente enfrentados na concessão comum de serviços
públicos. Quanto a essa possibilidade e a possibilidade de questionamento que ela pode
trazer, voltaremos com maior detalhamento no documento dedicado ao enfrentamento
das questões jurídicas do projeto.
De qualquer forma, entendemos ser possível sustentar a aplicação analógica da Lei
Estadual nº 10.086/1994 e dos procedimentos aplicáveis à aprovação de concessão
comum, estabelecidos pelo Decreto Estadual nº 53.495/2017. Em sendo assim, a
princípio, entendemos que a Concessão – se modelada como de bem público –
poderá ser aprovada internamente a partir dos mesmos procedimentos que
descritos no item 7.3.1 – mediante a sua inserção no Programa de Concessões e
de Parcerias Público-Privadas do Estado do Rio Grande do Sul.
Em que pese este entendimento, por não haver lei em específico, é possível sustentar
procedimento ainda mais simplificado, próximo à condução de um procedimento
administrativo interno ao próprio Poder Concedente.
Isto significa dizer que, diante da indefinição legislativa quanto ao tema, é possível
sustentar que o Poder Concedente detém competência para conduzir esta
concessão, dispensando-se a sua avaliação por quaisquer Conselhos ou outros
entes que não estejam habilitados para realizar um controle prévio de legalidade.
A se considerar esta segunda premissa, a modelagem do projeto, em sua
integralidade, poderia ser conduzida pela SEMA ou pela FZB, dependendo da
análise desta modelagem tão somente pela Secretaria da Fazenda (no que diz respeito
à sua economicidade) e a Procuradoria Geral do Estado (no que tange à sua
legalidade). A atuação da PGE neste caso se deve ao fato de deter uma competência
geral para a apreciação da legalidade dos atos da administração rio-grandense.
A princípio, em uma leitura formal, apenas o órgão jurídico deteria uma competência
expressa para atuar sobre o procedimento. Nenhum outro ente ou órgão administrativo
detém competência para apreciar procedimentos de concessão de bens públicos no
Estado do Rio Grande do Sul.
A autorização para que o órgão delegante dê início a este procedimento pode ser
extraída do próprio parágrafo único do art. 8º da Lei Estadual nº 14.892/2017, já
citado anteriormente, que autoriza a SEMA a optar por uma gestão direta ou indireta
do patrimônio do Zoológico, quando esta assumisse o zoológico após a extinção da
FZB. A partir deste autorizativo legal, pode o órgão optar por transferir este ativo à
iniciativa privada.

Pl an o s En g en h ar ia 166
Nesta senda, parece-nos que, a se optar por esta alternativa, o procedimento de
delegação poderá ser simplificado – sobretudo, em razão do menor volume de normas
incidentes. Bastará, a princípio, a modelagem do projeto pela SEMA ou pela FZB e a
aprovação do projeto pela PGE/RS.
O acompanhamento da execução contratual, neste caso, remanescerá concentrado no
Poder Concedente.

7.3.4 Concessão de bem público (com adoção do procedimento


previsto no Programa de Aproveitamento e Gestão de Imóveis -
PAGI)
Alternativa mais complexa, porém, revestida de maior segurança jurídica, é a delegação
deste ativo a partir do Programa de Aproveitamento e Gestão de Imóveis, instituído
pela Lei Estadual nº 14.956/2016. De acordo com esta última norma, o Estado do Rio
Grande do Sul poderá inserir neste programa quaisquer bens móveis e imóveis que
pertençam diretamente ao Estado ou a suas autarquias.
A finalidade deste programa é promover maior eficiência na gestão patrimonial do
Estado, seja por intermédio de alienações e permutas de ativos seja por instrumentos
de delegação onerosa de seu uso à iniciativa privada.
Sob este prisma, a delegação do zoológico seria considerado um ato de readequação
da destinação de bem imóvel de titularidade do Estado do Rio Grande do Sul, que
seria implementada por intermédio de um instrumento de cessão (onerosa ou não) de
seu uso. Estaria inserida, portanto, no autorizativo previsto no art. 4º da Lei Estadual nº
14.954/2016:
Art. 4º No âmbito do Programa de Aproveitamento e Gestão dos
Imóveis, fica o Poder Executivo autorizado a dar a correta
destinação aos bens imóveis próprios do Estado e de suas
autarquias por meio da realocação de órgãos, com o objetivo de
racionalizar a sua utilização e a economia com o pagamento de
aluguéis, bem como por meio da cessão de imóveis, onerosa
ou não.
Parágrafo único. A cessão onerosa de imóvel poderá ser realizada
também por meio da edificação de prédio como contrapartida pela
utilização de imóvel por prazo determinado.
Ainda que o Decreto Estadual nº 53.425/2017 ao regulamentar o PAGI não tenha
disciplinado outras formas de cessão onerosa de uso de imóveis que não aquela
realizada mediante contrapartida de edificação de novo imóvel 31, a previsão no
parágrafo único do dispositivo acima mencionado não deixa dúvidas. Esta é apenas

31
A ressalva é relevante, tendo em vista a disposição do art. 25 do Decreto Estadual nº 53.425/2017, que assim dispõe:
Art. 25. Nos termos do art. 24 deste Decreto, o Comitê Gestor poderá ceder onerosamente imóvel por meio da edificação
de prédio como contrapartida pela utilização de imóvel por prazo determinado.

Pl an o s En g en h ar ia 167
uma alternativa, sendo possível se adotar arranjos distintos para se transferir o uso de
imóveis do Estado a particulares.
Um destes arranjos possíveis é a sua delegação, mediante cobrança de outorga
(delegação onerosa), inserindo com contrapartidas não a edificação de um projeto, mas
a realização de obrigações de prestação de serviços no imóvel que lhe foi delegado. Em
outras palavras, a norma supracitada é ampla o suficiente para comportar a delegação
do zoológico como uma concessão de bem público.
Sua aprovação, neste caso, será dependente de um procedimento similar ao
sustentado no item 7.3.1, contudo, composto por órgãos e entes distintos. Nesta
alternativa, a delegação do ativo dependerá de sua inclusão no Programa de
Aproveitamento e Gestão de Imóveis do Estado do Rio Grande do Sul – decisão
esta que ficará a cargo do Comitê Gestor do Programa de Aproveitamento e Gestão
dos Imóveis (“CGPAGI”).
Desta feita, contudo, não há emissão de parecer prévio de parte de uma unidade
executiva. Só haverá uma decisão definitiva do Comitê a respeito da adequação do
projeto aos objetivos do PAGI. Evidentemente, contudo, esta decisão deverá ser
instruída com parecer prévio da PGE/RS – que tem o dever funcional de apreciar a
legalidade de qualquer ato da administração estadual.
Sob o ponto de vista do acompanhamento da execução contratual, esta competirá
ao próprio Comitê Gestor, sem prejuízo das atribuições do Poder Concedente. De
acordo com o § 3º da Lei Estadual nº 14.954/2017, este deverá prestar contas,
quadrimestralmente, à Assembleia Legislativa sobre todos os projetos situados sob a
sua gestão. Esta prestação de contas deverá ser feita mediante relatório, publicado na
internet.
Embora o contrato de Concessão de bem público do Parque Zoológico de Sapucaia
possa formalmente ser enquadrado no PAGI, há que se ponderar, igualmente, que os
objetivos do programa (a gestão eficiente do bem público) não exaure as preocupações
e o interesse público envolvido na gestão de um Parque Zoológico, notadamente os
interesses de caráter ambiental que justificam a titularidade da SEMA sobre esse ativo.
Esse componente político-teleológico deverá igualmente ser levado em conta quando
da decisão sobre o procedimento a ser adotado.

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8 Considerações e Conslusões

8.1 Considerações
Na análise dos resultados deste Produto é importante ter em consideração que os
resultados decorrem da utilização de determinadas premissas operacionais de
custos/despesas de operação e manutenção, investimento e receitas devidamente
identificados no estudo, pelo que a utilização de premissas diferentes poderá alterar os
resultados obtidos. Estimar receitas, custos/despesas de operação e manutenção e
custos de investimento até 2047, último ano da concessão, é um exercício cujos
resultados devem ser analisados com particular cautela, dado que a alteração das
premissas que serviram de base à preparação das projeções poderá ter implicações
significativas nos resultados apresentados. Deve-se considerar também, que as
empresas interessadas poderão elaborar o seu plano de exploração do bem concedido,
implantando outras atrações que não prevista no Estudo.
Para além das premissas operacionais consideradas para efeito das análises
econômico-financeiras, os resultados e conclusões do Estudo considera como modelo
de negócio a forma de Concessão Onerosa, considerando-se o pagamento de outorga
pelo Concessionário ao Poder Concedente.

8.2 Conclusões
A modelagem econômica financeira teve como objetivo principal analisar a viabilidade
da concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul (Projeto 2). Considerou-se como
retorno esperado a taxa referencial de 10,49%. Neste sentido, a outorga variável,
resultado da avaliação, foi definida em 1,0% do faturamento bruto da concessionária.
No modelo de negócios proposto, há a possibilidade de exploração de outras atividades,
pelo privado, que geram maior rentabilidade para o Projeto. Uma das alternativas é a
implantação de parque de diversão e/ou outras formas de entretenimento e lazer,
permitindo uma atratividade ao negócio. Ainda assim, é nosso entendimento, que o
Projeto é do ponto de vista técnico, jurídico, econômico e financeiro viável nas condições
descritas no presente documento.

Pl an o s En g en h ar ia 169
ANEXOS
Anexo I – Demonstrações Financeiras
Anexo II – Roteiro de Definições da Modelagem Jurídica

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Anexo I – Demonstrações Financeiras

Pl an o s En g en h ar ia 171
Anexo I – Demonstrações Financeiras

Tabela 1: Demonstrativo do Resultado do Exercício


DRE R$ '000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
Receita Consolidada 7.328 15.719 17.542 19.465 22.752 25.421 29.397 29.548 29.700 29.851
Receita Tarifária 6.348 13.581 15.120 16.740 19.524 21.814 25.226 25.356 25.486 25.616
Receita Acessória 980 1.913 2.162 2.428 2.871 3.208 3.709 3.728 3.747 3.767
(-)Deduções (1.044) (2.240) (2.500) (2.774) (3.242) (3.622) (4.189) (4.211) (4.232) (4.254)
Impostos Indiretos Receita Tarifária (905) (1.935) (2.155) (2.385) (2.782) (3.108) (3.595) (3.613) (3.632) (3.650)
Impostos Indiretos Receita Acessória (140) (305) (345) (388) (460) (514) (594) (597) (600) (604)
Receita Líquida 6.284 13.479 15.042 16.692 19.510 21.798 25.208 25.338 25.467 25.597
(-) Custos Operacionais (11.872) (14.205) (14.506) (14.586) (14.728) (14.853) (15.039) (15.046) (15.053) (15.060)
(-) Outorga - (154) (172) (191) (223) (249) (288) (290) (291) (293)
Lucro Bruto (5.588) (880) 364 1.915 4.559 6.696 9.881 10.002 10.124 10.245
% Margem Bruta -89% -7% 2% 11% 23% 31% 39% 39% 40% 40%
Despesas Administrativas (116) (103) (106) (101) (110) (93) (101) (102) (102) (102)
EBITDA (5.704) (983) 258 1.813 4.449 6.604 9.780 9.901 10.022 10.143
% Margem EBITDA -91% -7% 2% 11% 23% 30% 39% 39% 39% 40%
Depreciação e Amortização (906) (1.062) (1.208) (1.208) (1.216) (1.283) (1.293) (1.293) (1.301) (1.301)
EBIT (6.610) (2.045) (951) 605 3.234 5.321 8.487 8.608 8.721 8.842
% Margem EBIT -105% -15% -6% 4% 17% 24% 34% 34% 34% 35%
Resultado Financeiro (242) (242) (242) (242) (242) (242) (242) (242) (242) (242)
Receita Financeira 66 99 125 129 148 217 312 727 1.211 1.726
Juros (308) (1.385) (1.585) (1.593) (1.520) (1.375) (1.231) (1.086) (941) (796)
EBT (6.852) (3.331) (2.410) (859) 1.862 4.162 7.568 8.249 8.991 9.771
(-) IR e CSLL - - - - (458) (1.015) (1.835) (2.007) (2.193) (2.388)
Lucro Líquido (6.852) (3.331) (2.410) (859) 1.404 3.147 5.733 6.242 6.798 7.384
% Margem Líquida -109% -25% -16% -5% 7% 14% 23% 25% 27% 29%

Pl an o s En g en h ar ia 172
DRE R$ '000
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Receita Consolidada 30.002 30.154 30.305 30.456 30.607 30.757 30.908 31.059 31.209 31.359
Receita Tarifária 25.745 25.875 26.005 26.135 26.264 26.393 26.523 26.652 26.781 26.910
Receita Acessória 4.257 4.278 4.300 4.321 4.343 4.364 4.385 4.407 4.428 4.449
(-)Deduções (4.275) (4.297) (4.318) (4.340) (4.361) (4.383) (4.404) (4.426) (4.447) (4.469)
Impostos Indiretos Receita Tarifária (3.669) (3.687) (3.706) (3.724) (3.743) (3.761) (3.779) (3.798) (3.816) (3.835)
Impostos Indiretos Receita Acessória (607) (610) (613) (616) (619) (622) (625) (628) (631) (634)
Receita Líquida 25.727 25.857 25.986 26.116 26.245 26.374 26.504 26.633 26.762 26.891
(-) Custos Operacionais (15.067) (15.074) (15.081) (15.088) (15.095) (15.102) (15.109) (15.116) (15.123) (15.130)
(-) Outorga (294) (296) (297) (298) (300) (301) (303) (304) (306) (307)
Lucro Bruto 10.366 10.487 10.608 10.729 10.850 10.971 11.092 11.212 11.333 11.453
% Margem Bruta 40% 41% 41% 41% 41% 42% 42% 42% 42% 43%
Despesas Administrativas (110) (104) (104) (104) (104) (106) (105) (105) (106) (106)
EBITDA 10.256 10.384 10.504 10.625 10.746 10.865 10.986 11.107 11.227 11.347
% Margem EBITDA 40% 40% 40% 41% 41% 41% 41% 42% 42% 42%
Depreciação e Amortização (1.624) (1.645) (1.666) (1.672) (1.686) (1.878) (1.905) (1.905) (1.920) (1.939)
EBIT 8.632 8.738 8.838 8.954 9.060 8.986 9.081 9.202 9.307 9.408
% Margem EBIT 34% 34% 34% 34% 35% 34% 34% 35% 35% 35%
Resultado Financeiro 1.650 1.845 2.520 3.238 4.022 4.770 2.749 1.787 1.299 1.126
Receita Financeira 2.302 2.352 2.882 3.455 4.094 4.770 2.749 1.787 1.299 1.126
Juros (652) (507) (362) (217) (72) - - - - -
EBT 10.282 10.584 11.358 12.192 13.081 13.756 11.831 10.989 10.605 10.534
(-) IR e CSLL (3.415) (3.726) (4.005) (4.304) (4.621) (4.865) (4.227) (3.957) (3.842) (3.833)
Lucro Líquido 6.867 6.858 7.353 7.888 8.460 8.891 7.604 7.032 6.764 6.702
% Margem Líquida 27% 27% 28% 30% 32% 34% 29% 26% 25% 25%

Pl an o s En g en h ar ia 173
DRE R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
Receita Consolidada 31.510 31.660 31.809 31.959 32.109 32.258 32.407 32.556 32.705 32.854
Receita Tarifária 27.039 27.168 27.296 27.425 27.553 27.681 27.809 27.937 28.065 28.192
Receita Acessória 4.471 4.492 4.513 4.535 4.556 4.577 4.598 4.619 4.640 4.661
(-)Deduções (4.490) (4.511) (4.533) (4.554) (4.575) (4.597) (4.618) (4.639) (4.660) (4.682)
Impostos Indiretos Receita Tarifária (3.853) (3.871) (3.890) (3.908) (3.926) (3.945) (3.963) (3.981) (3.999) (4.017)
Impostos Indiretos Receita Acessória (637) (640) (643) (646) (649) (652) (655) (658) (661) (664)
Receita Líquida 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019
(-) Custos Operacionais (15.137) (15.144) (15.151) (15.158) (15.165) (15.172) (15.179) (15.186) (15.193) (15.200)
(-) Outorga (309) (310) (312) (313) (315) (316) (318) (319) (321) (322)
Lucro Bruto 11.573 11.694 11.814 11.934 12.053 12.173 12.293 12.412 12.531 12.650
% Margem Bruta 43% 43% 43% 44% 44% 44% 44% 44% 45% 45%
Despesas Administrativas (114) (108) (108) (108) (108) (110) (109) (109) (110) (110)
EBITDA 11.459 11.586 11.706 11.826 11.945 12.063 12.183 12.303 12.421 12.540
% Margem EBITDA 42% 43% 43% 43% 43% 44% 44% 44% 44% 45%
Depreciação e Amortização (2.576) (2.614) (2.694) (2.694) (2.724) (3.099) (3.144) (3.144) (3.379) (3.385)
EBIT 8.883 8.972 9.011 9.132 9.221 8.964 9.039 9.158 9.042 9.155
% Margem EBIT 33% 33% 33% 33% 33% 32% 33% 33% 32% 32%
Resultado Financeiro 1.290 1.012 1.218 1.408 1.622 1.825 1.922 2.159 2.410 2.542
Receita Financeira 1.290 1.012 1.218 1.408 1.622 1.825 1.922 2.159 2.410 2.542
Juros - - - - - - - - - -
EBT 10.173 9.984 10.229 10.539 10.843 10.789 10.961 11.317 11.452 11.697
(-) IR e CSLL (3.725) (3.683) (3.789) (3.916) (4.041) (4.044) (4.128) (4.274) (4.343) (4.453)
Lucro Líquido 6.448 6.301 6.440 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 7.244
% Margem Líquida 24% 23% 24% 24% 25% 24% 25% 25% 25% 26%

Fonte: Elaboração Consórcio

Pl an o s En g en h ar ia 174
Tabela 2: Fluxo de caixa do Projeto

Fluxo de Caixa do Projeto R$ '000


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
EBIT (6.610) (2.045) (951) 605 3.234 5.321 8.487 8.608 8.721 8.842
(+) Depreciação 906 1.062 1.208 1.208 1.216 1.283 1.293 1.293 1.301 1.301
(-) IR/CSLL (sem tax shield) - - - (149) (784) (1.291) (2.054) (2.093) (2.605) (3.105)
(+/-) Capital de Giro (33) 72 (69) (86) (122) (88) (130) 1 3 4
Fluxo de Caixa Operacional (5.736) (911) 189 1.579 3.543 5.225 7.595 7.810 7.420 7.042
(-) Investimentos (27.178) (4.527) (4.100) - (184) (1.688) (228) - (181) (6)
Fluxo de Caixa de Investimentos (27.178) (4.527) (4.100) - (184) (1.688) (228) - (181) (6)
Fluxo de Caixa Livre do Projeto (32.915) (5.437) (3.912) 1.579 3.359 3.537 7.367 7.810 7.239 7.035
Fluxo de Caixa acumulado (32.915) (38.352) (42.263) (40.685) (37.325) (33.788) (26.421) (18.611) (11.372) (4.336)

Fluxo de Caixa do Projeto R$ '000


11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
EBIT 8.632 8.738 8.838 8.954 9.060 8.986 9.081 9.202 9.307 9.408
(+) Depreciação 1.624 1.645 1.666 1.672 1.686 1.878 1.905 1.905 1.920 1.939
(-) IR/CSLL (sem tax shield) (3.046) (3.098) (3.148) (3.203) (3.253) (3.243) (3.292) (3.349) (3.400) (3.450)
(+/-) Capital de Giro 51 9 9 10 12 6 (42) (21) (12) (8)
Fluxo de Caixa Operacional 7.261 7.295 7.365 7.432 7.504 7.627 7.653 7.736 7.815 7.889
(-) Investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)
Fluxo de Caixa de Investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)
Fluxo de Caixa Livre do Projeto 804 6.891 6.988 7.336 7.272 4.748 7.277 7.736 7.634 7.681
Fluxo de Caixa acumulado (3.532) 3.359 10.347 17.683 24.955 29.703 36.980 44.717 52.351 60.032

Pl an o s En g en h ar ia 175
Fluxo de Caixa do Projeto R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
EBIT 8.883 8.972 9.011 9.132 9.221 8.964 9.039 9.158 9.042 9.155
(+) Depreciação 2.576 2.614 2.694 2.694 2.724 3.099 3.144 3.144 3.379 3.385
(-) IR/CSLL (sem tax shield) (3.286) (3.339) (3.375) (3.438) (3.490) (3.423) (3.474) (3.540) (3.524) (3.588)
(+/-) Capital de Giro (13) (9) 0 (1) 0 (6) (1) 0 (3) 466
Fluxo de Caixa Operacional 8.161 8.238 8.332 8.387 8.456 8.633 8.708 8.763 8.894 9.418
(-) Investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)
Fluxo de Caixa de Investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)
Fluxo de Caixa Livre do Projeto 1.786 7.902 7.686 8.387 8.275 6.759 8.528 8.763 8.426 9.411
Fluxo de Caixa acumulado 61.818 69.721 77.407 85.794 94.069 100.828 109.356 118.119 126.544 135.956

TIR Projeto 10,5%


Fonte: Elaboração Consórcio

Pl an o s En g en h ar ia 176
Tabela 3: Fluxo de caixa Alavancado

Fluxo de Caixa Alavancado R$ '000


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
EBT (6.852) (3.331) (2.410) (859) 1.862 4.162 7.568 8.249 8.991 9.771
(+) Depreciação 906 1.062 1.208 1.208 1.216 1.283 1.293 1.293 1.301 1.301
(-) IR/CSLL (com tax shield) - - - - (458) (1.015) (1.835) (2.007) (2.193) (2.388)
(+/-) Capital de Giro (33) 72 (69) (86) (122) (88) (130) 1 3 4
Fluxo de caixa operacional (5.979) (2.196) (1.271) 264 2.498 4.342 6.895 7.536 8.102 8.689
(-) Investimentos (27.178) (4.527) (4.100) - (184) (1.688) (228) - (181) (6)
Fluxo de caixa de investimentos (27.178) (4.527) (4.100) - (184) (1.688) (228) - (181) (6)
(+) Empréstimo 12.230 2.037 1.845 - - - - - - -
(-) Amortização - - - - (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465)
(+/-) Conta Reserva (77) (269) (50) (2) (348) 36 36 36 36 36
(+/-) Caixa Mínimo (976) (192) (21) (10) (12) (10) (12) (4) (1) (1)
Fluxo de caixa de financiamento 11.177 1.576 1.774 (12) (1.825) (1.439) (1.440) (1.433) (1.429) (1.429)
Fluxo de caixa livre alavancado (21.980) (5.147) (3.597) 252 490 1.216 5.227 6.103 6.492 7.253
Fluxo de caixa acumulado (21.980) (27.127) (30.724) (30.472) (29.982) (28.767) (23.540) (17.436) (10.944) (3.691)

Pl an o s En g en h ar ia 177
Fluxo de Caixa Alavancado R$ '000
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
EBT 10.282 10.584 11.358 12.192 13.081 13.756 11.831 10.989 10.605 10.534
(+) Depreciação 1.624 1.645 1.666 1.672 1.686 1.878 1.905 1.905 1.920 1.939
(-) IR/CSLL (com tax shield) (3.415) (3.726) (4.005) (4.304) (4.621) (4.865) (4.227) (3.957) (3.842) (3.833)
(+/-) Capital de Giro 51 9 9 10 12 6 (42) (21) (12) (8)
Fluxo de caixa operacional 8.542 8.512 9.028 9.570 10.158 10.775 9.467 8.916 8.672 8.632
(-) Investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)
Fluxo de caixa de investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)
(+) Empréstimo - - - - - - - - - -
(-) Amortização (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) - - - - -
(+/-) Conta Reserva 36 36 36 36 36 384 - - - -
(+/-) Caixa Mínimo 3 (4) (1) (1) 3 (4) (1) (1) 3 (4)
Fluxo de caixa de financiamento (1.426) (1.433) (1.429) (1.429) (1.426) 380 (1) (1) 3 (4)
Fluxo de caixa livre alavancado 660 6.676 7.222 8.044 8.500 8.277 9.091 8.915 8.494 8.421
Fluxo de caixa acumulado (3.032) 3.644 10.866 18.911 27.411 35.688 44.779 53.694 62.188 70.608

Pl an o s En g en h ar ia 178
Fluxo de Caixa Alavancado R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
EBT 10.173 9.984 10.229 10.539 10.843 10.789 10.961 11.317 11.452 11.697
(+) Depreciação 2.576 2.614 2.694 2.694 2.724 3.099 3.144 3.144 3.379 3.385
(-) IR/CSLL (com tax shield) (3.725) (3.683) (3.789) (3.916) (4.041) (4.044) (4.128) (4.274) (4.343) (4.453)
(+/-) Capital de Giro (13) (9) 0 (1) 0 (6) (1) 0 (3) 466
Fluxo de caixa operacional 9.012 8.906 9.135 9.316 9.526 9.838 9.977 10.188 10.485 11.096
(-) Investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)
Fluxo de caixa de investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)
(+) Empréstimo - - - - - - - - - -
(-) Amortização - - - - - - - - - -
(+/-) Conta Reserva - - - - - - - - - -
(+/-) Caixa Mínimo (1) (1) 3 (4) (1) (1) 3 (4) (1) 1.249
Fluxo de caixa de financiamento (1) (1) 3 (4) (1) (1) 3 (4) (1) 1.249
Fluxo de caixa livre alavancado 2.637 8.570 8.492 9.312 9.345 7.963 9.799 10.184 10.015 12.338
Fluxo de caixa acumulado 73.245 81.815 90.308 99.620 108.965 116.928 126.727 136.911 146.927 159.265

TIR Alavancada 12,5%

Fonte: Elaboração Consórcio

Pl an o s En g en h ar ia 179
Tabela 4: Fluxo de caixa do Acionista

Fluxo de Caixa do Acionista R$ '000


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
(-) Aporte de Capital (21.980) (5.147) (3.597) - (11) - - - - -
(+) Redução de Capital - - - - - - - - - -
(+) Dividendos - - - - - - - - - -
Fluxo de Caixa do Acionista (21.980) (5.147) (3.597) - (11) - - - - -
Fluxo de Caixa Acumulado (21.980) (27.127) (30.724) (30.724) (30.735) (30.735) (30.735) (30.735) (30.735) (30.735)

Fluxo de Caixa do Acionista R$ '000


11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
(-) Aporte de Capital - - - - - - - - - -
(+) Redução de Capital - - - - - - - - - -
(+) Dividendos - - - - - 33.211 21.151 15.033 10.658 6.366
Fluxo de Caixa do Acionista - - - - - 33.211 21.151 15.033 10.658 6.366
Fluxo de Caixa Acumulado (30.735) (30.735) (30.735) (30.735) (30.735) 2.477 23.628 38.661 49.318 55.685

Fluxo de Caixa do Acionista R$ '000


21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
(-) Aporte de Capital - - - - - - - - - -
(+) Redução de Capital - - - - - - - - - 36.950
(+) Dividendos 6.126 5.986 6.118 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 7.244
Fluxo de Caixa do Acionista 6.126 5.986 6.118 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 44.195
Fluxo de Caixa Acumulado 61.811 67.797 73.915 80.538 87.339 94.084 100.918 107.961 115.070 159.265

TIR Acionista 9,5%


Fonte: Elaboração Consórcio

Pl an o s En g en h ar ia 180
Tabela 5: Balanço Patrimonial

Balanço Patrimonial R$ '000


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
ATIVO
Caixa Excedente - - - 252 752 1.968 7.195 13.298 19.790 27.043
Conta Reserva 77 346 396 398 746 710 674 638 601 565
Caixa Mínimo 976 1.168 1.189 1.199 1.211 1.221 1.233 1.237 1.237 1.238
Contas a Receber 683 739 822 915 1.069 1.194 1.377 1.388 1.395 1.403
Ativo Circulante I 1.736 2.252 2.407 2.763 3.778 5.093 10.479 16.561 23.024 30.249
Imobilizado Bruto - - - - - - - - - -
Intangível 27.178 31.705 35.805 35.805 35.989 37.677 37.905 37.905 38.086 38.092
Depreciação Acumulada II - - - - - - - - - -
Amortização Acumulada (906) (1.968) (3.176) (4.385) (5.600) (6.884) (8.176) (9.469) (10.769) (12.070)
Ativo Permanente 26.272 29.737 32.629 31.420 30.389 30.794 29.729 28.436 27.316 26.022
Ativo Total III = I + II 28.008 31.989 35.036 34.184 34.167 35.886 40.207 44.997 50.341 56.271

Pl an o s En g en h ar ia 181
Balanço Patrimonial R$ '000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Contas a pagar 651 778 793 799 807 814 822 824 825 825
Impostos a pagar - - - - 25 56 100 110 120 131
Início do ano - 12.230 14.267 16.112 16.112 14.648 13.183 11.718 10.253 8.789
Captação do Financiamento 12.230 2.037 1.845 - - - - - - -
Amortização do Financiamento - - - - (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465)
Exigível a Longo Prazo 12.230 14.267 16.112 16.112 14.648 13.183 11.718 10.253 8.789 7.324
Passivo IV 12.881 15.046 16.905 16.912 15.480 14.052 12.640 11.188 9.734 8.280
Capital social 21.980 27.127 30.724 30.724 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735
Reserva Legal - - - - 70 228 514 826 1.166 1.535
Lucros Acumulado após distribuição (6.852) (10.183) (12.593) (13.452) (12.118) (9.128) (3.682) 2.248 8.706 15.721
Lucro Acumulado - reserva legal (6.852) (10.183) (12.593) (13.452) (12.118) (9.128) (3.682) 2.248 8.706 15.721
Dividendos pagos - - - - - - - - - -
Patrimônio Líquido V 15.127 16.944 18.131 17.272 18.687 21.834 27.567 33.809 40.607 47.991
Passivo e Patrimônimo Líquido VI = IV + V 28.008 31.989 35.036 34.184 34.167 35.886 40.207 44.997 50.341 56.271

Pl an o s En g en h ar ia 182
Balanço Patrimonial R$ '000
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
ATIVO
Caixa Excedente 27.703 34.379 41.601 49.645 58.145 33.211 21.151 15.033 12.869 14.924
Conta Reserva 529 493 457 420 384 - - - - -
Caixa Mínimo 1.235 1.239 1.240 1.240 1.237 1.241 1.242 1.242 1.240 1.244
Contas a Receber 1.406 1.417 1.424 1.431 1.434 1.445 1.452 1.459 1.462 1.473
Ativo Circulante I 30.873 37.527 44.721 52.737 61.201 35.898 23.845 17.735 15.571 17.641
Imobilizado Bruto - - - - - - - - - -
Intangível 44.548 44.952 45.329 45.425 45.657 48.536 48.912 48.912 49.093 49.300
Depreciação Acumulada II - - - - - - - - - -
Amortização Acumulada (13.694) (15.340) (17.006) (18.677) (20.364) (22.242) (24.147) (26.052) (27.972) (29.911)
Ativo Permanente 30.854 29.613 28.323 26.748 25.293 26.294 24.765 22.860 21.121 19.389
Ativo Total III = I + II 61.727 67.140 73.044 79.484 86.495 62.192 48.610 40.595 36.692 37.030

Pl an o s En g en h ar ia 183
Balanço Patrimonial R$ '000
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Contas a pagar 823 826 826 827 825 828 828 828 826 829
Impostos a pagar 187 204 219 236 253 267 232 217 210 210
Início do ano 7.324 5.859 4.394 2.930 1.465 - - - - -
Captação do Financiamento - - - - - - - - - -
Amortização do Financiamento (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) - - - - -
Exigível a Longo Prazo 5.859 4.394 2.930 1.465 - - - - - -
Passivo IV 6.869 5.424 3.975 2.527 1.077 1.094 1.059 1.045 1.036 1.039
Capital social 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735
Reserva Legal 1.879 2.222 2.589 2.984 3.407 3.851 4.231 4.583 4.921 5.256
Lucros Acumulado após distribuição 22.244 28.759 35.745 43.239 51.276 26.512 12.585 4.232 - -
Lucro Acumulado - reserva legal 22.244 28.759 35.745 43.239 51.276 59.723 33.736 19.265 10.658 6.366
Dividendos pagos - - - - - (33.211) (21.151) (15.033) (10.658) (6.366)
Patrimônio Líquido V 54.858 61.716 69.069 76.957 85.417 61.098 47.551 39.550 35.656 35.991
Passivo e Patrimônimo Líquido VI = IV + V 61.727 67.140 73.044 79.484 86.495 62.192 48.610 40.595 36.692 37.030

Pl an o s En g en h ar ia 184
Balanço Patrimonial R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
ATIVO
Caixa Excedente 11.435 14.018 16.392 19.082 21.625 22.844 25.809 28.950 31.857 36.950
Conta Reserva - - - - - - - - - -
Caixa Mínimo 1.244 1.245 1.242 1.246 1.246 1.247 1.244 1.248 1.249 -
Contas a Receber 1.481 1.488 1.491 1.502 1.509 1.516 1.519 1.530 1.537 -
Ativo Circulante I 14.159 16.751 19.125 21.829 24.380 25.606 28.572 31.728 34.642 36.950
Imobilizado Bruto - - - - - - - - - -
Intangível 55.674 56.010 56.656 56.656 56.836 58.710 58.891 58.891 59.360 59.366
Depreciação Acumulada II - - - - - - - - - -
Amortização Acumulada (32.487) (35.101) (37.795) (40.489) (43.214) (46.313) (49.458) (52.602) (55.981) (59.366)
Ativo Permanente 23.187 20.909 18.861 16.166 13.622 12.397 9.433 6.289 3.379 -
Ativo Total III = I + II 37.347 37.660 37.985 37.996 38.003 38.003 38.005 38.017 38.021 36.950

Pl an o s En g en h ar ia 185
Balanço Patrimonial R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Contas a pagar 829 830 828 831 831 831 829 832 832 -
Impostos a pagar 204 202 207 215 221 222 226 234 238 -
Início do ano - - - - - - - - - -
Captação do Financiamento - - - - - - - - - -
Amortização do Financiamento - - - - - - - - - -
Exigível a Longo Prazo - - - - - - - - - -
Passivo IV 1.034 1.032 1.035 1.045 1.052 1.053 1.055 1.066 1.070 -
Capital social 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735
Reserva Legal 5.579 5.894 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216
Lucros Acumulado após distribuição - - - - - - - - - -
Lucro Acumulado - reserva legal 6.126 5.986 6.118 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 7.244
Dividendos pagos (6.126) (5.986) (6.118) (6.623) (6.802) (6.745) (6.833) (7.044) (7.109) (7.244)
Patrimônio Líquido V 36.313 36.628 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950
Passivo e Patrimônimo Líquido VI = IV + V 37.347 37.660 37.985 37.996 38.003 38.003 38.005 38.017 38.021 36.950

Fonte: Elaboração Consórcio

Pl an o s En g en h ar ia 186
Anexo II – Roteiro de Definições da Modelagem Jurídica

Pl an o s En g en h ar ia 187
Assessoria na
estruturação do
Programa de
Concessões e
PPP
PROREDES-BIRD/RS

24 de novembro de 2017
1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS
1.1. PODER CONCEDENTE

Recomendação: Estado do Rio Grande do Sul, representado pela Secretaria do


Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA/RS) + Decreto regulamentando a
transferência do Parque, o procedimento para a concessão e a forma com que a Secretaria
desempenhará esta atribuição.

1.2. PRINCIPAIS ÓRGÃOS E ENTIDADES:


 Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMA);
o Departamento de Biodiversidade (DBIO);
o Departamento de Recursos Hídricos (DRH);
 CONSEMA;
 FEPAM/RS
 Fundação Zoobotânica (FZB);
 AGERGS;

2
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO
Legislação aplicável

Concessão Comum
Modalidades de concessão:
Lei Estadual nº 10.086/94 –
• Concessão Comum; Concessão e Permissão de Serviços
• Concessão Patrocinada; Públicos;
Lei Federal nº 8.987/95
• Concessão de Bem Público.
Concessão Patrocinada
Lei Estadual nº 12.234/2005
Lei Federal nº 11.079/2004
Experiências Anteriores
Concessão de Bem Público
Lei Estadual nº 10.086/1994
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Concessão comum.
Lei Federal nº 9.636/1998
Lei Federal nº 8.987/1995

Recomendação: Concessão de Bem Público.

3
Edital

4
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.1. CRITÉRIO DE JULGAMENTO

Recomendação: Maior Outorga.

3.2. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

3.2.1. FUNDOS DE INVESTIMENTO, ENTIDADES DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR,


INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E EMPRESAS ESTRANGEIRAS

Recomendação: Participação em consórcio, com vedação de sua participação isolada


para os Fundos, Entidades e Instituições Financeiras. As empresas estrangeiras poderão
participar isoladamente ou em consórcio.

3.2.2 CONSÓRCIO

Recomendação: Admissão de consórcios.

5
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2.2 NÚMERO DE CONSORCIADOS

Recomendação: Não limitação ao número de consorciados.

3.2.2.3 PROPORCIONALIDADE

Recomendação: Exigir proporcionalidade entre o percentual de participação no consórcio


e a consideração de seus atestados para somatório em habilitação técnica e para fins de
habilitação econômico-financeira.

3.2.2.3. EXIGÊNCIA DE QUANTITATIVOS ESPECIAIS PARA CONSÓRCIOS

Recomendação: Não adoção de quantitativos especiais.

6
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3. CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO DOS LICITANTES

3.3.1. HABILITAÇÃO JURÍDICA


Recomendação: Utilização dos critérios de habilitação previstos em lei + critérios
adaptados para fundos de investimento, entidades de previdência complementar,
instituições financeiras e empresas estrangeiras.

3.3.2. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

Recomendação: Exigência de atestados em nome da empresa e em nome de Profissional


Integrante do Quadro Permanente da Empresa (Veterinário).

3.3.3. QUANTITATIVOS PARA FINS DE HABILITAÇÃO TÉCNICA

Recomendação: Exigência de quantitativos nos atestados referentes a gestão de


empreendimentos similares (Jardins Zoológicos, pontos turísticos, parques ou
assemelhados) com visitação média de 165.000 visitantes por ano + comprovação de
participação em execução de empreendimento no qual tenha sido realizado investimento
de no mínimo R$ 32 milhões.
7
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.4. SOMATÓRIO DE ATESTADOS

Recomendação:
 Admissão de somatório de atestados, inclusive, entre consorciados e subcontratadas +
quantitativo mínimo no atestado somado (p.ex., 10% do valor exigido pelo edital);
 Se o atestado apresentado para o somatório tiver sido emitido em nome de SPE ou
consórcio do qual a proponente ou subcontratado fez parte, o quantitativo ali
contemplado só será considerado em seu valor integral se a proponente detiver mais de
30% de participação na SPE ou no consórcio. Caso contrário, o atestado só poderia ser
somado na proporção da participação da proponente.
3.3.5. ATESTAÇÃO POR SUBCONTRATADA

Recomendação:
 Permissão da atestação por subcontratadas, nos termos do item 3.3.4 e desde que a
proponente que o fizer apresente autorização escrita da futura subcontratada para a
utilização do atestado e compromisso de contratação firmado com a futura
subcontratada.

8
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.6. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA

Recomendação: Adoção da documentação exigida em lei.

3.3.7. QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA HABILITAÇÃO DOS


LICITANTES

Recomendação: Adoção dos documentos exigidos em lei + adaptação para fundos de


investimento, instituições financeiras, entidades de previdência complementar e empresas
estrangeiras.

3.3.8. DECLARAÇÕES

Recomendação: Adoção das declarações necessárias à especificação das


responsabilidades da proponente quanto aos termos de sua proposta e quanto às suas
próprias condições econômico-financeiras, bem como quanto ao cumprimento das leis
nacionais e aos termos do edital, sem prejuízo da previsão de outras declarações
recorrentemente exigidas na praxe nacional de concessões.
9
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS

3.4.1. Julgamento das propostas econômicas: lances em viva voz ?

Recomendação: Seleção da proposta de maior valor de outorga sem lance em viva voz.

3.4.2. Documentos associados à proposta econômica

Recomendação: Exigência de plano de negócios, elaborado de acordo com referenciais


mínimos disponibilizados no Edital, que deverá especificar e contemplar todas as receitas
extraordinárias a serem exploradas.

3.5. INVERSÃO DE FASES

Recomendação: Adoção da inversão de fases.

10
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.6. FASE RECURSAL ÚNICA

Recomendação: Adoção de fase recursal única.

3.7. DISPONIBILIZAÇÃO DO PROJETO BÁSICO NO EDITAL

Recomendação: Disponibilização dos elementos de projeto básico.

3.8. INSTÂNCIA RESPONSÁVEL PELO PROCEDIMENTO

Recomendação: Condução pela própria Comissão de Licitação.

11
Contrato

12
4. OBJETO E PRAZO
4.1. DELIMITAÇÃO

Recomendação: O objeto do contrato deverá descrever a área e as utilidades a serem


delegadas ao particular, assim como conter a descrição das funcionalidades que a
concessionária terá de disponibilizar aos usuários.

4.2. PRAZO DE VIGÊNCIA DA CONCESSÃO

Recomendação: 30 anos.

4.3. Prorrogação da Concessão

Recomendação: Permissão da prorrogação do prazo da concessão, desde que o


particular atenda a determinados parâmetros de desempenho, a serem expressamente
disciplinados em contrato (manutenção dos níveis de serviço, previsão de novos
investimentos etc.).

13
5. OUTORGA
5.1. COBRANÇA

Recomendação: É recomendada a cobrança de outorga.

5.2. FORMA DE PAGAMENTO

Recomendação: Estabelecimento de um cronograma de pagamentos em que a parcela


fixa da outorga seja parcelada em prazo razoável, de modo a evitar a oneração excessiva
do particular nos meses iniciais da concessão, momento em que não haverá operação do
zoológico.

Alternativa 1: Estabelecimento de valor fixo a ser pago no momento da assinatura do


contrato e valor variável a ser adimplido ao longo de toda a concessão, em periodicidade
determinada pelo contrato, conforme o faturamento bruto da concessionária.

Alternativa 2: Valor fixo no momento da assinatura + parcelamento de outro valor fixo ao


longo da concessão.

14
6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.1. MOMENTO DE COBRANÇA DOS INGRESSOS

Recomendação: Cobrança dos valores tarifários definidos na Proposta Econômica Escrita apenas após
a conclusão das obras. Enquanto estas não forem concluídas, e o zoológico ainda estiver em operação,
as tarifas cobradas pela concessionária serão as atualmente vigentes.

Concessionária apresentará um cronograma de transição da operação do zoológico, identificando o


exato momento em que este terá de fechar (total ou parcialmente) para a execução das obras.

6.2. VARIABILIDADE DA REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR

Recomendação: Condicionamento da remuneração do particular ao seu desempenho, mediante fator


incidente sobre o valor da outorga variável, composto a partir de um sistema de notas de desempenho
(Qualidade, Segurança, Produtividade e Sustentabilidade).

6.3. RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS

Recomendação: Admissão da exploração de receitas extraordinárias, com a delimitação genérica das


atividades que poderão ser exploradas + previsão de um percentual de compartilhamento de receitas
incidente sobre o faturamento bruto da concessionária.

15
7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.1. MODALIDADES PARA A RECOMPOSIÇÃO DO EQUILÍBRIO

Recomendação: Prever os mecanismos que poderão ser utilizados para a recomposição


do equilíbrio econômico-financeiro. Poderão ser elencados todos aqueles admitidos em lei,
como por exemplo (não exaustivo):
(i) Alteração do prazo contratual;
(ii) Revisão tarifária;
(iii) Revisão do cronograma de investimentos;
(iv) Ressarcimento por parte do Poder Concedente;
(v) Dação em pagamento de bens e/ou cessão de receitas patrimoniais;
(vi) Assunção pelo Poder Concedente de custos atribuídos a concessionária.
7.2. MOMENTO DA REVISÃO

Recomendação:
(i) Revisão Ordinária Periódica;
(ii) Revisão extraordinária sempre que o equilíbrio econômico-financeiro ser modificado;
(iii) Previsão de revisão tarifária periódica.

16
7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.3. CRITÉRIO DE CÁLCULO DO REEQUILÍBRIO
Recomendação: Estabelecimento de método claro de cálculo do reequilíbrio, com o
objetivo de evitar discussões posteriores a seu respeito. Poderão ser adotados como
critério:
(i) TIR – taxa interna de retorno - captura custo de oportunidade da concessionária na
proposta;
(ii) Fluxo de Caixa Marginal - Permite identificar custo de capital no momento do
reequilíbrio;
(iii) TIR para investimentos inicialmente previstos, FCM para novos investimentos.

17
8. GARANTIAS
8.1. GARANTIA DE EXECUÇÃO DO CONTRATO (performance bond)

Recomendação:

 Exigência de garantia, de até 10% do valor contratual, admitindo-se qualquer uma das
modalidades permitidas em lei;

 Também é recomendável a adoção de um cronograma de redução do valor da garantia


do contrato, proporcional ao avanço da execução das obrigações contratuais, com
vistas a reduzir o ônus financeiro imputado ao concessionário.

18
8. GARANTIAS
8.2. HIPÓTESES DE EXECUÇÃO DA GARANTIA DO PARTICULAR

Recomendação: Previsão específica das hipóteses de execução da garantia. Via de regra,


os eventos que autorizam a execução da garantia correspondem a inadimplementos da
concessionária, tais como o descumprimento:
i. das obrigações de investimento;
ii. da obrigação de pagar multa e indenizações;
iii. dos parâmetros de desempenho;
iv. da obrigação de devolução de bens reversíveis;
v. atendimento das condições de devolução;
vi. da obrigação de contratar seguro;
vii. indenizações por responsabilização indevida do Poder Concedente.

19
8. GARANTIAS
8.3. GARANTIAS EM FAVOR DO FINANCIADOR

Recomendação:

 Não definição exaustiva das garantias, a fim de conferir maior liberdade para a
negociação com estes últimos;

 Contrato irá prever apenas o step in right e a possibilidade de os bens e direitos


emergentes da concessão serem objeto de ônus em favor dos financiadores, desde
que, no caso dos bens, estes retornem ao patrimônio da concessionária, livre de
quaisquer ônus, ao final da concessão.

20
9. DESAPROPRIAÇÕES
Recomendação: Se houver necessidade de desapropriações, é recomendável que os
instrumentos da contratação estabeleçam que:

 Os atos materiais de desapropriação e a respectiva indenização aos desapropriados,


até determinado limite, serão de responsabilidade da Concessionária. Passado este
limite, as indenizações serão pagas pela Concessionária e ressarcidas pelo Poder
Concedente;

 Atrasos decorrentes de morosidade judicial ou de outras variáveis não imputáveis à


concessionária não poderão ensejar a aplicação de penalidades e deverão ser objeto
de análise para verificação da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do
contrato.

21
10. OBTENÇÃO DE LICENÇAS
10.1. OBTENÇÃO DE LICENÇAS AMBIENTAIS, DE CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO DO
ZOOLÓGICO

Recomendação: Alocação das obrigações de obtenção de licenças ao particular (ou


renovação das eventuais licenças já existentes) + previsão de que a concessionária não
responderá – de nenhuma forma – por atrasos na obtenção de licenças que não sejam lhe
sejam imputáveis (p.ex., atraso na decisão do órgão ambiental, recusas imotivadas, etc.).

10.2. LP OU DIRETRIZES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Recomendação: Obtenção de licenças como obrigação do concessionário, prevendo-se


no contrato apenas as diretrizes para a obtenção da licença prévia.

22
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.1. CLÁUSULA DE ALOCAÇÃO DE RISCOS
Recomendação: A cláusula deverá refletir a matriz de riscos do contrato, primando por uma
repartição objetiva e eficiente das áleas que poderão afetar a execução do contrato, descrevendo os
riscos contemplados, assim como os mecanismos de seu compartilhamento quando assim for
pertinente.

11.2. RISCOS ESPECÍFICOS


11.2.1. CUSTO DE CAPITAL
Recomendação: Previsão de cláusula de saída.
11.2.2 VARIAÇÃO CAMBIAL
Recomendação: Não estabelecimento de compartilhamento do risco de variação cambial.
11.2.3. DEMANDA
Recomendação: Atribuição do risco da demanda ao particular.
11.2.4. PASSIVO AMBIENTAL
Recomendação: Compartilhamento.

23
12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS,
VALOR DO CONTRATO E REAJUSTE
12.1. MÉTODO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Recomendação: Arbitragem.

12.2. VALOR DO CONTRATO

Recomendação: Valor dos investimentos.

12.3. REAJUSTE

Recomendação: É recomendável a previsão contratual de índice fechado de reajuste,


com aplicação automática e não condicionada.

24
13. OBRAS E FISCALIZAÇÃO
13.1. OBRAS

Recomendação: É recomendável que o contrato estabeleça:


 Concessionária apresentará, antes da assinatura do contrato, cronograma
de transição, indicando o momento em que o Zoo. Terá de fechar (total ou
parcialmente) para a realização das obras;
 Procedimentos e prazos para a aprovação de projetos básicos e projetos
executivos elaborados pela concessionária;
 Anexos com parâmetros técnicos mínimos para a execução das obras.

13.2. FISCALIZAÇÃO

Recomendação: Comissão de Fiscalização.

25
14. PENALIDADES
Recomendação

 Estabelecer sanções específicas


 Estabelecer graduação de sanções, com proporcionalidade das sanções aplicáveis.
(grave, média, leve)
 Definição de procedimento específico para a aplicação das sanções
 Parâmetros e limites para a imputação de penalidades.
 Permissão para a realização de acordos substitutivos de sanção.

26
15. VERFICADOR INDEPENDENTE E
BENS DA CONCESSÃO
15.1. VERIFICADOR INDEPENDENTE

Recomendação: Adoção de verificador independente, a ser contratado pelo Estado.

15.2. BENS DA CONCESSÃO

Recomendação:

 Previsão de rol inicial dos bens da concessão, em Termo de Arrolamento, com


autorização para aquisição de novos ou edificação de outros pela concessionária,
mediante prévia autorização do Concedente.
 Não exigência de autorização para a constituição de ônus sobre os bens da concessão
+ exigência de que estes retornem ao patrimônio da concessionária, livres e
desembaraçados, com prazo mínimo de antecedência ao fim do contrato
 Previsão de reinvestimento

27
16. BENS REVERSÍVEIS E SEGUROS
16.1. BENS REVERSÍVEIS

Recomendação: Definição do rol de bens reversíveis da concessão + garantia de que os


desequilíbrios econômicos sejam constatados e concomitantemente compensados para
evitar que estes ativos não tenham sido amortizados no prazo contratual.

16.2. SEGUROS
Recomendação:
 contratação de seguros suficientes para cobrir sinistros relativos às principais
obrigações contratuais ou em relação a eventos que tenham a potencialidade de
prejudicar a continuidade da concessão.
 previsão de valor mínimo para o sinistro.

28
17. CAPITAL SOCIAL
17.1. CAPITAL INICIAL A SER SUBSCRITO PELO LICITANTE VENCEDOR NA SPE E
SUA JUSTIFICATIVA ECONÔMICA

Recomendação:

 Exigência de capital social mínimo integralizado para a assinatura do contrato. A


definição do valor de integralização no momento da assinatura e o eventual cronograma
de integralização após este ato depende de análise técnica.
 O valor a ser integralizado deve ser suficiente para garantir a solidez financeira do
particular, mas não pode ser proibitiva para a concessão.

17.2. EXIGÊNCIA DE MANUTENÇÃO DE CAPITAL MÍNIMO DA SPE DURANTE A


VIGÊNCIA DO CONTRATO

Recomendação: Permitir a variação do capital social mínimo da concessionária conforme


o cronograma de investimentos, autorizando a sua redução conforme a redução do volume
dos investimentos a serem realizados.

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18. GOVERNANÇA CORPORATIVA
18.1 EXIGÊNCIA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA SPE

Recomendação: Adoção de práticas de governança corporativa, conforme parâmetros


mais utilizados em mercado, sem disciplina específica em contrato

18.2 ESTABELECIMENTO DE REGRAS ESPECÍFICAS PARA RELAÇÕES COM ENTES


DO MESMO GRUPO (PARTES RELACIONADAS)

Recomendação: Adoção de regulamento para a contratação com partes relacionadas,


não vedando-as, mas apondo condicionantes que assegurem que esta será realizada
dentro de preços compatíveis com os praticados em mercado.

30
PRÓS E CONTRAS

31
1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS
1.1. PODER CONCEDENTE

ALTERNATIVAS:

 SEMA;

 FZB;

PRÓS/CONTRAS:

 A FZB é a atual instituição responsável por gerenciar o Parque Zoológico;

 A FZB teve sua extinção autorizada pela Lei Estadual nº 14.982/2017, o que pode tornar necessária
uma sucessão contratual após a assinatura da Concessão;

 A SEMA será a sucessora da FZB em suas obrigações, por força da Lei Estadual nº 14.982/2017;

 É possível se interpretar que o Parque Zoológico foi transferido à SEMA pelo parágrafo único do art.
8º da Lei Estadual nº 14.982/2017;

 É possível se interpretar que o art. 8º da Lei Estadual nº 14.982/2017 autoriza que a SEMA opte por
uma gestão direta ou indireta;

 A SEMA dispensaria o procedimento de sucessão contratual

32
1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS
1.1. PODER CONCEDENTE

Recomendação: SEMA, com fundamento no parágrafo único do art. 8º da Lei Estadual nº


14.982/2017 + Decreto regulamentando a transferência do Parque e forma com que a
Secretaria desempenhará esta atribuição.

Justificativa:
 Reduz o risco da concessão, ao se evitar um procedimento de sucessão contratual;
 Desvincula a concessão do processo de extinção da FZB, evitando que as
intercorrências políticas e judiciais deste processo interfiram na conclusão da
concessão;
 Interpretação jurídica consistente para sustentar a SEMA como instituição apta a
desempenhar as atribuições de Poder Concedente;

33
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO

Os modelos de concessão indicados comportam a remuneração dos investimentos do particular


mediante a cobrança de tarifa. Contudo, estas diferentes alternativas de modelagem apresentam
peculiaridades que podem tornar sua utilização mais ou menos segura.

Concessão Comum
 Delegação de serviço público;
 Particular remunerado pela cobrança de tarifa junto aos usuários;

Prós/Contras:
 É disciplinada por legislação específica, tanto em âmbito federal quanto em âmbito estadual;
 Apresenta procedimento de aprovação já estabelecido na legislação;
 Risco de não se adequar à delegação do Zoológico, afinal, este pode não ser reconhecido como
serviço público.
 Necessidade de lei específica autorizando a concessão.

34
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO

Concessão Patrocinada

 Delegação de Serviço Público;


 Particular remunerado pela tarifa + contraprestação pública.

Prós/contras:
 Segurança jurídica (legislação mais adensada);
 Permite a redução dos valores tarifários;
 Maior adequação de objeto, afinal, a Lei Estadual de PPPs não exige que a delegação seja de
serviço público, mas sim tão somente de atividade de competência da administração pública;
 Necessidade de lei específica autorizando a concessão;
 Necessidade de utilização de recursos orçamentários para o pagamento da contraprestação pública;
 Necessidade de constituição de garantias em favor do particular.

35
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO

Concessão de Bem Público

 Delegação de Ativo Público;


 Remuneração do particular por preço público, cujo regime será estabelecido em contrato.

Prós/Contras
 Maior adequação do objeto do contrato ao objeto da delegação;
 Menor densidade normativa, o que, de um lado, enseja maior discricionariedade para a
administração pública, enquanto de outra, enseja maior insegurança jurídica;
 A princípio*, independe de lei específica autorizando a concessão.

* A Procuradoria Geral do Estado (Parecer nº 7.236 /1987) já asseverou a desnecessidade de lei para
a concessão de bem público, entretanto, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
(Apelação nº 598408771, j. 03/03/1999) já considerou aplicável ao instituto o art. 17 da Lei Federal nº
8.666/1993, que versa sobre a alienação de bem público, exigindo, por isso, autorização legislativa
prévia.

36
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO
Recomendação
 Utilização do instituto da concessão de bem público;

Justificativa:
 Apresenta maior adequação ao objeto da concessão:
o O objeto central da delegação é a delegação do uso, manutenção e exploração da infraestrutura
do zoológico, comportando, apenas sob o ponto de vista acessório, a prestação de serviços
individualmente fruíveis pelos usuários.
 Argumentos sólidos para se sustentar a desnecessidade de lei autorizativa para a concessão:
o A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul não exige;
o Não há lei específica que condicione a concessão do ativo à prévia autorização legal;
o Parecer da PGE/RS;
o Precedente do TJ/RS refere-se a concessão de bem municipal, em relação ao qual a Lei
Orgânica do Município exigia autorização legal prévia;
o Alternativa para mitigação do Risco: Autorização contemplada no par. único do art. 8º da
Lei Estadual nº 14.982/2017.
 Menor densidade normativa pode ser suplementada pela aplicação subsidiária dos preceitos gerais
das leis federal e estadual sobre concessão de serviço público;

37
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.1. CRITÉRIO DE JULGAMENTO DAS PROPOSTAS

Alternativas:
• Julgamento por técnica + preço (atribuição de nota à proposta técnica do interessado)
• Julgamento só por preço (maior outorga, menor valor da tarifa ou a combinação de ambos).
• No caso de julgamento por preço, pode-se ainda prever etapa anterior de qualificação de
propostas técnicas:
• Propostas técnicas (que não se confundem com a qualificação técnica da habilitação)
podem ser qualificadas previamente ao julgamento (art. 15, VII, Lei 8.987/95).
• Nesta hipótese a técnica não entra no julgamento, mas só são abertos os preços dos
previamente qualificados tecnicamente
• Habilitação segue feita em outra fase da licitação
Prós/Contras:
• Julgamento só por preço é mais célere e confere maior objetividade no julgamento da licitação, o que
reduz o risco de questionamentos judiciais.
• A ausência de parâmetros técnicos na seleção do particular reduz o controle do Poder Concedente
quanto à forma de exploração da concessão. Sua previsão, contudo, aumenta o risco de
subjetividade no julgamento, o que oferece maior margem a questionamentos jurídicos.

38
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.1. CRITÉRIO DE JULGAMENTO DAS PROPOSTAS

Recomendação
 Utilização apenas do critério de preço (maior outorga), com a exigência de apresentação de
Plano de Negócios elaborado conforme exigências mínimas contempladas no edital.
Justificativa
 Garantia da objetividade e celeridade do julgamento;
 Plano de Negócios referencial é suficiente para assegurar que o particular irá executar a concessão
conforme padrões mínimos exigidos pelo Concedente;
 Atendimento aos objetivos de política fiscal do Estado do Rio Grande do Sul;
 Qualidade técnica do concorrente será garantida por intermédio das exigências de habilitação
técnica.

Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Julgamento por maior outorga.

39
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

3.2.1. Participação de Fundos de Investimento, Entidades de Previdência


Complementar, Instituições Financeiras e Empresas Estrangeiras
 O Edital poderá admitir a participação destas entidades ou de forma isolada ou apenas em consórcio
com empresas especializadas na execução do objeto da concessão.

Prós/Contras:
 Risco de uso da concessão como um ativo financeiro;
 Facilitação da obtenção de recursos para a realização dos investimentos previstos na concessão;
 Aumento da competitividade;
 Adequação ao novo perfil de agentes do mercado de infraestrutura nacional.

Recomendação: Permissão da participação destes atores em consórcios, com vedação de sua


participação isolada, excetuando-se as empresas estrangeiras, que poderão participar isoladamente.

Justificativa: Facilita a atração de agentes de mercado dotados de capacidade financeira e evita que
estes assumam a concessão sem experiência prévia na gestão de objetos similares.

40
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

3.2.1. Participação de Fundos de Investimento, Entidades de Previdência


Complementar, Instituições Financeiras e Empresas Estrangeiras

Experiências Anteriores:

Jardim Zoológico Municipal (RJ):


• Permissão para a participação de fundos de investimento, entidades de previdência complementar
e de instituição financeira organizadas em consórcio, assim como de empresas estrangeiras.

41
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2 CONSÓRCIO
3.2.2.1. VEDAÇÃO OU PERMISSÃO
Prós/Contras
• A vedação de consórcio traz o risco de frustração da licitação por inexistência de competidor apto a
participar do empreendimento isoladamente.
• A vedação pode ser considerada restritiva pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul
(TCE/RS).

Recomendação: Permissão da participação de consórcios na licitação.

Justificativa
 Redução do risco de questionamento pelos órgãos de controle;
 Aumento da competitividade do certame e mitigação do risco de licitação deserta;
 A ausência de precedentes de concessões de zoológico torna recomendável a reunião de empresas
em consórcio, a fim de assegurar que o futuro contratado detenha toda a expertise necessária à
exploração do zoológico, ainda que isto seja decorrente da reunião de diversas empresas em
consórcio.

42
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2.2 NÚMERO MÁXIMO DE CONSORCIADAS
Prós/Contras

 A inexistência de restrição quanto ao número de consorciados gera menor risco de questionamento


jurídico, mas pode pulverizar a responsabilidade dos acionistas da concessionária (apesar da
criação da SPE).

 A limitação a um número máximo de empresas por consórcio garante a pulverização dos


concorrentes e concentra a responsabilidade dos acionistas da concessionária. Mas há maior risco
de questionamento jurídico.

Recomendação: Não limitação ao número de consorciadas.


Justificativa:
 Redução do risco de questionamento pelos órgãos de controle;

 Aumento da competividade do certame.

43
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2 CONSÓRCIO (cont.)
3.2.2.3 PROPORCIONALIDADE
 Exigir proporcionalidade entre a participação no consórcio e atestação, habilitação e execução do
contrato.

Prós/Contras:
• Pode ser um elemento restritivo à competição, pois limitará as alternativas de composição dos
consórcios.
• Evita a “participação de aluguel”.

• Dificulta o excesso de somatório de experiências entre as consorciadas para fins de habilitação


técnica.

Recomendação: Exigência de proporcionalidade


Justificativa:
 Evita a seleção de particulares sem experiência na gestão de zoológicos de porte semelhante ao de
Sapucaia do Sul.
 A proporcionalidade ensejará restrição mínima à competividade.

44
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2 CONSÓRCIO (cont.)

3.2.2.4. EXIGÊNCIA DE QUANTITATIVOS ESPECIAIS

O edital poderá exigir que as empresas reunidas em consórcio tenham de atender quantitativos de
qualificação técnica e habilitação econômico-financeira superiores ao indicado para participantes
isolados.

Prós/Contras:

 Adequação dos critérios de participação a forma de organização das proponentes


 Risco de questionamentos judicial
 Restrição à competitividade da licitação.

Recomendação: Não adoção de quantitativos superiores, privilegiando-se a regra da proporcionalidade.

Justificativa: Evita a ruptura da isonomia entre os concorrentes e mitiga o risco de questionamento


judicial. Além disso, a não adoção desta previsão torna o certame mais competitivo.

Experiência Anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não se exigiram quantitativos especiais.

45
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2. CONSÓRCIO

Experiências Anteriores:

• Jardim Zoológico Municipal (RJ):


• Autorização para a participação de consórcios;
• Não houve limitação do número de consorciadas;
• Proporcionalidade no somatório de atestados, com exigência de que, para fins de qualificação
técnica, a consorciada detentora dos atestados detenha participação de ao menos 30% no
consórcio.

46
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3. CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO DOS LICITANTES
3.3.1. HABILITAÇÃO JURÍDICA
Exigências Máximas Permitidas em Lei
• Registro comercial
• Ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor
• Prova da diretoria em exercício
• Decreto de autorização se empresa estrangeira em funcionamento no país e Registro ou autorização
para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade exigir

Prós/Contras
Não será admitida a exigência de documentos de habilitação jurídica que não sejam análogos àqueles
previstos em lei.

Recomendação:

Utilização dos critérios de habilitação previstos em lei + critérios especiais para fundos de investimento,
entidades de previdência complementar, instituições financeiras e empresas estrangeiras.

Experiências Anteriores
Jardim Zoológico Municipal: Observou as exigências legais, com critérios especiais para os entes
indicados acima.

47
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.2. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

Exigências Máximas Permitidas em Lei

• Registro ou inscrição na entidade profissional competente;

• Comprovação de aptidão para desempenho de atividade compatível com a da licitação;

• Indicação do pessoal e da equipe técnica;

• Indicação de instalações e equipamentos para a execução do objeto;

Prós/Contras:

• A exigência de muitos requisitos pode tornar a licitação mais complexa e litigiosa. Por outro lado, a
inexistência de exigências de qualificação técnica pode reduzir as chances de a Administração
contratar parceiro qualificado

48
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.2. COMPROVAÇÃO DE EXPERIÊNCIA ANTERIOR
ALTERNATIVAS

3.3.2.1. Atestação em nome de Profissional integrante do Quadro Permanente

 A capacidade técnica será comprovada mediante a apresentação de atestados emitidos em nome de


profissional que tenha ou venha a ter vínculo com a proponente.

Prós/Contras

 Aumenta a competitividade do certame;


 Risco de empresas sem experiência gerencial adequada.

3.3.2.2. Atestação em nome da Proponente


 A comprovação de capacidade técnica será realizada mediante atestados emitidos em nome da
empresa.

Prós/Contras

 Exclusão de proponentes sem experiência gerencial em serviços similares ao objeto da licitação;


 Redução do universo de interessados habilitados a participar do certame.

49
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.2. COMPROVAÇÃO DE EXPERIÊNCIA ANTERIOR

Recomendação

 Exigência de atestados emitidos em nome da pessoa jurídica e em nome de profissional veterinário,


que deverá integrar os quadros da concessionária durante a execução contratual.

Justificativa:
 Assegura a seleção proponentes efetivamente capacitados, sob o ponto de vista empresarial, para
desempenhar o objeto da delegação;

 A presença de profissionais especializados na estrutura da concessionária garante que a companhia,


além da capacidade gerencial, detém profissionais tecnicamente capacitados para suportar os
serviços exigidos pela Concessão.

Experiências Anteriores:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Atestação em nome da empresa e de profissional (veterinário).

50
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.3. QUANTITATIVOS
 O Edital poderá exigir que os atestados de experiência prévia sejam referentes a experiências
similares à integrante do objeto da concessão;
 A proximidade ao objeto da concessão poderá ser assegurada mediante a exigência de quantitativos
nos atestados.
Prós/Contras
 Aumento da complexidade das disposições do edital, com o respectivo aumento do risco de
questionamento judicial;
 Seleção de proponentes mais qualificados à execução do objeto da licitação;
 Redução da competitividade.
Recomendação:
 Exigência de quantitativos nos atestados referentes a gestão de empreendimentos com visitação
próxima a percentual considerável da demanda média estimada para o zoológico.
Justificativa:
 Garantia de seleção de proponentes com experiência prévia na gestão de empreendimentos
similares ao da concessão;
 Redução de proponentes “aventureiros”.

51
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.3. QUANTITATIVOS

Experiência Anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ):

 Atestados de capacidade técnica emitidos em nome da empresa deveriam comprovar gestão de


empreendimento com visitação igual ou superior a 300.000 visitantes por ano.

 Atestados emitidos em nome de profissional veterinário deveriam comprovar experiência prévia de 3


(três) anos na atividade de manejo de animais selvagens em cativeiro.

52
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.4. SOMATÓRIO DE ATESTADOS
 O edital poderá admitir que os quantitativos exigidos para fins de qualificação técnica sejam
atendidos mediante somatório dos quantitativos contemplados em diversos atestados de experiência
prévia.
 Admitida esta possibilidade, o edital deverá disciplinar as formas pelas quais estes atestados
poderão ser somados.
Prós/Contras
 Aumento da competitividade;
 Risco de seleção de proponentes sem experiência prévia em gestão de empreendimento de mesmo
porte;
Recomendação:
 Admissão de somatório de atestados, inclusive, entre consorciados e subcontratadas, exigindo-se
um quantitativo mínimo a ser contemplado em cada atestado;
 Se o atestado apresentado para o somatório tiver sido emitido em nome de SPE ou consórcio do
qual a proponente ou subcontratado fez parte, o quantitativo ali contemplado só será considerado em
seu valor integral para fins de somatório se a proponente detiver mais de 30% de participação na
SPE ou no consórcio. Caso contrário, o atestado só poderia ser somado na proporção da
participação da proponente.

53
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.4. SOMATÓRIO DE ATESTADOS (cont.)

Justificativa:
 Devido a ausência de precedentes nacionais, é provável que os interessados, de forma isolada, não
detenham atestados com quantitativos suficientes para participar do certame. O somatório é uma
forma de conciliar a exigência de quantitativos – essencial para a atração de proponentes
qualificados – e a competitividade.

Experiências anteriores:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não foi admitido o somatório de atestados.

54
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.5. ATESTAÇÃO POR SUBCONTRATADA

 O edital poderá permitir a comprovação de experiência prévia por intermédio de subcontratadas.

Prós/Contras
• Não admitir o cumprimento por subcontratação facilita a análise pela comissão julgadora e simplifica
o procedimento, dada a dificuldade de se garantir a estabilidade do vínculo com as subcontratadas
ao longo da concessão
• Por outro lado, admitir o cumprimento por subcontratação:
• Amplia a quantidade de concorrentes, bem como a qualidade dos serviços prestados (por
especialização); e
• Facilita a participação e a formação de consórcios (nem todos aceitam correr o risco de
participar da estrutura societária da concessionária)

Recomendação:
 Permissão da atestação por subcontratadas, nos termos do item anterior e desde que a proponente
que o fizer apresente autorização escrita da futura subcontratada para a utilização do atestado e
compromisso de contratação firmado com a futura subcontratada.

55
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.5. ATESTAÇÃO POR SUBCONTRATADA (cont.)

Justificativa:
 Facilita o atendimento dos requisitos de qualificação técnica, ampliando o número de interessados
capacitados para participar no certame;
 Mecanismos de responsabilização da concessionária e do subcontratado mitigam os riscos
decorrentes do inadimplemento da subcontratação.

Experiências Anteriores:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve previsão neste sentido.

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3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.6. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA
Exigências Previstas em Lei

• Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Geral de Contribuintes (CGC)


• Cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver
• Regularidade com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal
• Regularidade com a Seguridade Social e com o FGTS
• Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas perante a Justiça do Trabalho

Recomendação:. Adoção da documentação exigida em lei

Justificativa: Trata-se de obrigação legal, cujo cumprimento assegura a administração pública quanto a
contratação de companhias adimplentes de suas obrigações fiscais e trabalhistas.

Experiências Anteriores

• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Todas.

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3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.7. QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA HABILITAÇÃO DOS
LICITANTES
Exigências legais:

• Balanço Patrimonial e contabilidade do último exercício social


• Certidão negativa de falência ou concordata (PJ) ou de execução patrimonial (PF)
• Garantia de execução da proposta, limitada a 1% do valor do contrato
• Capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, limitado a 10% do valor do contrato

Obs.: Convém verificar entendimento sobre possibilidade de cumular garantia de proposta e


exigência de capital ou patrimônio líquido (art. 31, §2º, Lei 8.666)

Recomendação: Trata-se de exigência legal, de cumprimento obrigatório, que assegura a seleção de


proponente hígida do ponto de vista financeiro. A adoção de todos estes índices será obrigatória, sendo
necessário adaptá-los para participantes como fundos de investimento, entidades de previdência
complementar, instituições financeiras e companhias estrangeiras.

Experiência anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Foram adotados todos os índices, com adequação para os
participantes acima elencados.

58
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.8. DECLARAÇÕES

• O edital poderá exigir declarações da licitante (p.ex., de que dispõe ou tem capacidade de obter
recursos financeiros suficientes para cumprir as obrigações de aporte de recursos próprios e
obtenção de recursos de terceiros necessários à consecução do objeto da Concessão).
Prós/Contras
Torna expressa a responsabilidade da concessionária pela declaração prestada;
Pouca eficácia para assegurar a obtenção de recursos próprios ou para assegurar o cumprimento do
objeto da declaração.

Recomendação: Adoção das declarações exigidas na praxe nacional de concessões.

Justificativa: Esclarecimento aos licitantes da seriedade de suas propostas e ,sobretudo, do risco de


sua responsabilidade pelo descumprimento das obrigações assumidas no contexto da proposta.

Experiências Anteriores:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Exigiu-se declarações formais de que a proponente conhece e
cumpriu as exigências do edital. Não houve exigência de declaração de capacidade obter recursos
suficientes para executar a concessão.

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3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS
3.4.1. Julgamento das propostas econômicas: lances em viva voz
Alternativas

• Propostas Econômicas Escritas

• Propostas Econômicas Escritas + Lances em Viva Voz (Leilão)

• Pode-se limitar a participação no leilão apenas às licitantes com propostas inferiores em


percentual pré definido à primeira classificada

Prós / Contras

• Leilão tende a estimular a competição

• Risco de agressividade excessiva nas propostas, com posterior inexequibilidade

Recomendação: Não adoção de fases de lance viva voz.

Justificativa: O aumento da competitividade poderá ensejar o aumento da outorga a ser paga ao


Estado do Rio Grande do Sul e afetar o sucesso do empreendimento no futuro.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ):Adoção de lances verbais.


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3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS
3.4.2. Documentos associados à proposta econômica
Alternativas

• Plano de negócios

• Documento de instituição financeira declarando viabilidade e exequibilidade do plano de negócios

• Documento de auditoria independente que atesta a adequabilidade do plano de negócios sob os


aspectos contábil e tributário
Obs.: Em experiências nacionais anteriores as duas últimas exigências acima constam dos documentos
de qualificação técnica

Prós / Contras

• Exigir plano de negócios pode permitir maior capacidade de avaliação da exequibilidade da


proposta.

• Potencial vinculação da concessão aos termos do plano de negócios.

• Maior segurança da exequibilidade das propostas dos concorrentes.

61
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS
3.4.2. Documentos associados à proposta econômica

Recomendação: Exigência de plano de negócios, assim como de cartas de instituições financeiras e de


auditorias financeiras atestado a exequibilidade da proposta, tanto sob o ponto de vista econômico
quanto tributário e contábil.

Justificativa: Reduz o risco de propostas inexequíveis.

Experiência anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não foram exigidas cartas de instituição financeira, assim como de
auditorias independentes. Entretanto, exigiu-se plano de negócios.

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3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.5. INVERSÃO DE FASES
Alternativas: adotar ou não a inversão de fases.

Prós/Contras

• Possibilidade prevista na lei federal de concessões;


• A inversão simplifica procedimentos, maior possibilidade de realização de leilão;
• A inversão de fases torna a licitação vulnerável a propostas inconsistentes (dificuldade de rejeitar
propostas econômicas agressivas);
• Ausência de inversão pode tornar o procedimento mais complexo e mais litigioso;

Recomendação: Adoção da inversão de fases;

Justificativa: Trata-se de procedimento consolidado, que simplifica o procedimento licitatório,


tornando-o mais ágil.

Experiência Anterior:

Jardim Zoológico Municipal (RJ): Adotou-se inversão de fases.

63
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.6. FASE RECURSAL ÚNICA
Alternativas:
 Prever que a cada decisão da Comissão de Licitação (ou instituição condutora da licitação) será
aberto prazo para recurso; ou
 Prever que somente após a conclusão do procedimento de seleção das propostas, após a definição
da licitante vencedora, se abrirá prazo único para que os interessados possam questionar qualquer
decisão tomada pela Comissão de Licitação (ou instituição condutora da licitação);
Prós/Contras
 Fase recursal única reduz a litigiosidade da licitação. Porém, muito embora não seja proibida, não
conta com previsão expressa na lei – o que aumenta o risco de questionamento judicial;
 A não previsão de fase recursal única pode levar a interrupções constantes na licitação, alongando
desnecessariamente a sua condução;
Recomendação: Adoção de fase recursal única.
Justificativa: Reduz consideravelmente a litigiosidade da licitação – evitando o prolongamento
excessivo do processo – e, ao mesmo tempo, assegura o direito ao recurso administrativo.
Experiências anteriores: Jardim Zoológico Municipal(RJ): Não houve previsão de fase recursal única.

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3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.7. DISPONIBILIZAÇÃO DO PROJETO BÁSICO NO EDITAL
ALTERNATIVAS
• Disponibilizar o projeto básico
• Disponibilizar apenas os elementos do projeto básico
PRÓS/CONTRAS
• A disponibilização apenas dos elementos do projeto confere maior liberdade empresarial particular
(concessionária) quando do provimento dos serviços que lhe são delegados; e
• Possibilidade de transferência dos riscos por erros no projeto à concessionária.
• Não exclui a necessidade de realização, pela Administração, de estudos minuciosos do objeto para
que tenha parâmetros para avaliar as propostas apresentadas pelos privados, inclusive no tocante
ao aspecto da exequibilidade da proposta.
Recomendação: Disponibilização somente dos elementos de projeto básico.

Justificativa: Permite maior liberdade ao proponente para oferecer soluções gerenciais e de engenharia
para o Zoológico.

Experiências Anteriores
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve a disponibilização de projeto básico.

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3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.8. INSTÂNCIA RESPONSÁVEL PELO PROCEDIMENTO

Alternativas:

• Somente COMISSÃO DE LICITAÇÃO: licitação processada exclusivamente pela Administração


contratante

• B3: contratação para auxílio da comissão de outorga, com licitação processada junto à bolsa

PRÓS/CONTRAS:

• COMISSÃO DE LICITAÇÃO:
• menor custo
• maior agilidade
• concentração das responsabilidades

• B3: sinaliza opção pela competitividade


• experiente em leilões de concessão e privatização
• espaço físico e infraestrutura para realização das audiências públicas
• visibilidade do evento promove a transparência do certame
• risco de desentendimento com Comissão de Licitação;
• impossibilidade de adoção de critério técnico para julgamento das propostas

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3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.8. INSTÂNCIA RESPONSÁVEL PELO PROCEDIMENTO

Recomendação: Decisão a ser tomada pelo GRS, sopesando variáveis como custos e a atração de
investidores.

Experiência Anterior:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Comissão de licitação.

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4. OBJETO DO CONTRATO
4.1. DELIMITAÇÃO
 O objeto da concessão incluirá a área do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, compreendendo um
total de 156 Ha., delimitado pelos seguintes segmentos: (i) Rodovia BR-116, (ii) Rua do Horto, (iii)
Estrada Municipal Parque Zoológico, (iv) Avenida Industrial e (v) Rua Vinte de Agosto.
 O objeto também definirá as funcionalidades a serem disponibilizadas pela concessionária aos
usuários do Parque Zoológico, que consistirão nas seguintes: (i) Ampliação e readequação dos
Recintos dos animais; (ii) Edificações e instalações de apoio aos visitantes; (iii) Edificações e
instalações de apoio aos funcionários; (iv) Edificações e instalações de apoio à administração; (v)
Infraestrutura de saneamento básico, drenagem, iluminação, energia e tratamento de resíduos; (vi)
Estacionamento pavimentado para autos, ônibus e bicicletas e (vii) Sistemas de controle de acesso e
segurança.

Experiências anteriores:
 Jardim Zoológico Municipal (RJ): Descrição do objeto, tanto no que diz respeito ao bem cedido
quanto aos tipos de serviços exigidos da concessionária.

68
5. PRAZO
5.1. DURAÇÃO
 O contrato deverá definir o prazo de vigência da concessão, que deverá ser suficiente para amortizar
os investimentos exigidos da concessionária.
 Lei Estadual nº 10.086/1994 (aplicação subsidiária): Estabelece que as concessões poderão viger
por até 30 (trinta) anos, prorrogáveis por mais 20 (vinte).
 Os estudos técnicos estimam que o prazo de 30 anos será suficiente para assegurar a amortização
dos investimentos previstos na concessão.
5.2. PRORROGAÇÃO
 O contrato deverá dispor, também, acerca dos procedimentos de prorrogação do prazo de vigência
da concessão.
Recomendação: Permissão da prorrogação do prazo da concessão, desde que o particular atenda a
determinados parâmetros de desempenho, a serem expressamente disciplinados em contrato
(manutenção dos níveis de serviço, previsão de novos investimentos , etc.).
Justificativa:
 Assegura a continuidade na prestação dos serviços, postergando o custo de nova licitação;
 Torna o projeto mais atrativo;
Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Contrato não disciplinou o assunto.

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6. OUTORGA
6.1. COBRANÇA
 O contrato deverá definir se o vencedor da licitação terá de pagar outorga ao Poder Concedente.
 Definição da forma de pagamento: pagamento de outorga fixa ou fixa + variável.

Prós/Contras:
 A cobrança de outorga propicia a precificação deste pagamento na proposta tarifária do particular,
ensejando o aumento das tarifas;
 Reduz a atratividade do projeto;
 Atende aos objetivos de política fiscal do Estado do Rio Grande do Sul.

Recomendação: Cobrança de outorga.


Justificativa: Atende ao anseio de política fiscal do Estado gaúcho e oferece critério objetivo para a
seleção dos interessados.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Cobrança de outorga fixa de R$ 4
milhões (pagos a vista) e variável. A outorga variável seria estimada a partir do 25º mês da concessão, e
seu pagamento seria mensal, equivalendo a um percentual do faturamento bruto da concessionária nos
últimos três meses. Os percentuais seriam variáveis conforme a demanda obtida no zoológico no mês
imediatamente anterior.
70
6. OUTORGA
6.2. CRONOGRAMA DE PAGAMENTO
 O contrato deverá estabelecer o cronograma de pagamento da outorga.
 É recomendável que o pagamento da outorga seja diluído ao longo da concessão, a fim de se evitar
uma oneração excessiva do particular nos anos iniciais do projeto – período em que este já terá de
assumir inúmeras obrigações financeiras e contratuais (integralização do capital social; obras;
ausência de cobrança de tarifa, etc.).
 Possibilidade de cenários alternativos, com a cobrança de outorga fixa no momento da contratação e
parcelamento de mais um valor de outorga fixa ou cobrança de um novo valor de outorga varável.
 Estes modelos alternativos tornam mais célere o recebimento de recursos pelo Estado.,
contudo, aumentam o ônus econômico do particular nos momentos iniciais da concessão.

6.3. CRITÉRIOS DE REAJUSTES, JUROS E PENALIDADES


A concessão deverá prever os critérios de reajuste dos valores referentes às parcelas da outorga (se
houver), bem como a forma de incidência de juros e penalidades em caso de atraso de seu pagamento.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Cobrança da outorga fixa integral no
primeiro ano da concessão + parcelas mensais correspondentes à outorga variável ao longo de toda a
concessão.

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6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.1. MOMENTO DE COBRANÇA DOS INGRESSOS
Alternativas:
 Imediatamente após a celebração do contrato (obras concomitantes à operação do zoológico);
 Após a conclusão de um período de obras de readequação do zoológico (fechamento do zoológico
por período de obras, com sua reabertura após o encerramento deste prazo).
Prós/Contras:
 Cobrança desde o início da concessão reduz a pressão financeira incidente sobre o particular nos
meses iniciais da concessão. Entretanto, enseja maior risco de acidentes e pode afetar a percepção
do usuário quanto a qualidade dos serviços prestados;
 Cobrança após o período de obras reduz os riscos de acidentes, contudo, demanda que o particular
aplique mais recursos próprios ou provenientes de financiamento, o que propicia o aumento dos
custos financeiros da concessão. Ademais, pode facilitar a percepção do usuário das melhorias de
qualidade implementadas.
Recomendação: Cobrança dos novos valores tarifários após a conclusão das obras. Concessionária
determinará, em seu cronograma de implantação, se o zoológico fechará (parcial ou totalmente) para as
obras, assim como o momento deste fechamento.
Justificativa: Reduz o risco da concessão, facilita a percepção das melhorias pelo usuário e pode
induzir maior eficiência na conclusão das obras.
Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Obras realizadas com funcionamento
concomitante do zoológico. Cobrança de valores máximos autorizada somente após a conclusão das
obras.
72
6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.2. VARIABILIDADE DA REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
Alternativas:
- Remuneração fixa (valor integral da tarifa)
- Remuneração variável conforme desempenho do particular
Prós/Contras:
•A vinculação da contraprestação a indicadores de desempenho incentiva a excelência da qualidade do
serviço prestado e equivalência entre a qualidade do serviço e sua contraprestação
•Por outro lado, exige definição precisa de indicadores de desempenho
•Aumenta a complexidade da concessão e de sua fiscalização
•Pode levar à extrema variabilidade da receita do particular, dificultando o financiamento da concessão
•Demora do reconhecimento do desequilíbrio em favor da concessionária pode transformar o
mecanismo automático em uma armadilha tarifária.
Recomendação: Condicionamento da remuneração do particular ao seu desempenho, mediante
fator incidente sobre o faturamento bruto, composto a partir de um sistema de notas de desempenho
(Qualidade, Segurança, Produtividade e Sustentabilidade). Este percentual determinaria um valor a ser
pago, pela concessionária, ao concedente em caso de desempenho insuficiente.
Justificativa: Indução de eficiência na gestão do zoológico.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Remuneração do particular não sofria
impactos decorrentes de indicadores de desempenho.
73
6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.3. RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS

ALTERNATIVAS
- Admitir ou não a exploração de receitas extraordinárias / acessórias / de projetos associados pelo
particular (p.Ex. Exploração de publicidade)
- Prever compartilhamento com o Poder Concedente

PRÓS/CONTRAS:
- contribuem para a modicidade da tarifa
- geram maior atratividade ao concessionário
- é uma possibilidade já explorada em outras rodovias (baixo risco de questionamento)
- reduzem dependência do particular em relação ao Poder público
- risco de desfocar a atenção do particular do objeto da concessão

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6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.3. RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS

Recomendação:

• Admissão da exploração de receitas extraordinárias, sem a delimitação das atividades que poderão ser
exploradas, associado à previsão de um percentual de compartilhamento de receitas incidente sobre o
faturamento bruto da concessionária.

• O compartilhamento deverá ser validado pela equipe técnica, sobretudo, tendo em vista a viabilidade
econômica da concessão.

Justificativa: O projeto será mais atrativo, sob o ponto de vista econômico. Além disso, as receitas
extraordinárias contribuem consideravelmente para a redução dos valores tarifários.

Experiências anteriores: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Admissão de receitas extraordinárias, sem
previsão de percentual de compartilhamento de receitas.

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7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.1. MODALIDADES PARA A RECOMPOSIÇÃO DO EQUILÍBRIO
 O contrato poderá elencar ou não as modalidades para recomposição

Prós/Contras:
• Previsibilidade dos instrumentos para solucionar eventuais desequilíbrios
• Melhor via de recomposição pode depender do caso concreto;

Recomendação: Prever os mecanismos que poderão ser utilizados para a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro. Poderão ser elencados todos aqueles admitidos em lei, como por exemplo: (i) Alteração
do prazo contratual; (ii) Revisão tarifária; (iii) Revisão do cronograma de investimentos; (iv) Ressarcimento por parte
do Poder Concedente; (v) Dação em pagamento de bens e/ou cessão de receitas patrimoniais; (vii) Assunção pelo
Poder Concedente de custos atribuídos a concessionária.

Justificativa: Assegura maior previsibilidade e segurança jurídica à concessão.

Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve definição dos mecanismos de
recomposição, apenas das hipóteses em que se reconheceria o desequilíbrio.

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7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-

FINANCEIRO
7.2. MOMENTO DA REVISÃO
ALTERNATIVAS:
 Revisão ordinária/periódica, instaurada obrigatoriamente - ocorre em momentos pré-estabelecidos no
contrato (anual; quinquenal), independentemente da ocorrência de evento ensejador de desequilíbrio
 Revisão extraordinária, requerida pela parte quando houver um evento que a justifique
 Possibilidade de restringir o escopo da revisão ordinária a determinados eventos ou aspectos da concessão
PRÓS/CONTRAS:
 A previsão de revisões ordinárias permite que periodicamente sejam analisadas e eliminados eventuais
efeitos econômicos de desequilíbrios, evitando pressão excessiva sobre o Poder Concedente ou a
concessionária;
 Revisões ordinárias muito frequentes tendem a consumir energia considerável na gestão do contrato;
 A revisão extraordinária é imprescindível como decorrência do art. 37, XXI CF.
Recomendação:
 Prever revisão ordinária periódica, enquanto a revisão extraordinária seria cabível sempre que ocorrerem
eventos capazes de afetar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
 No caso da revisão ordinária, recomenda-se que os temas que poderão ser alvo de revisão não sejam
limitados de antemão, de forma a permitir que as partes a realizem conforme a necessidade do caso
concreto.
 Prever revisão tarifária anual.

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7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.2. MOMENTO DA REVISÃO

Justificativa: Assegura-se o direito à revisão extraordinária (art. 37, inc. XXI, CF) ao mesmo tempo que se
garante às partes contratuais maior liberdade para a revisão contratual, assegurando a adequação da avença
às reais condições de sua execução.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina da revisão ordinária do
contrato.

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7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.3. CRITÉRIO DE CÁLCULO DO REEQUILÍBRIO

ALTERNATIVAS:
 TIR – taxa interna de retorno - captura custo de oportunidade da concessionária na proposta
 Fluxo de Caixa Marginal - Permite identificar custo de capital no momento do reequilíbrio
 TIR para investimentos inicialmente previstos, FCM para novos investimentos

 Definição a ser adotada conforme inputs técnicos.

Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina do método de cálculo da
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.

 É recomendável que a concessão estabeleça claramente qual será o método de cálculo do reequilíbrio,
com o objetivo de evitar discussões posteriores a seu respeito.

79
8. GARANTIA
8.1. GARANTIA DE EXECUÇÃO DO CONTRATO (performance bond)

ALTERNATIVAS
Inputs Técnicos: Marcos de
 Caução em Dinheiro redução da garantia.
 Caução em Títulos da Dívida Pública
 Seguro-Garantia
 Fiança Bancária
 O valor da garantia poderá ser fixo ao longo de todo o contrato ou diminuir conforme a
execução do contrato.
PRÓS/CONTRAS
 Diminui riscos de inadimplência do particular (maior segurança à administração)
• Custos para o particular contratante oneram a tarifa
• Variação da garantia poderá reduzir impacto econômico conforme o momento da concessão
Recomendação:
 Exigência de garantia, de até 10% do valor contratual, admitindo-se qualquer uma das modalidades
permitidas em lei.
 Também é recomendável a adoção de um cronograma de redução do valor da garantia do contrato,
proporcional ao avanço da execução do contrato, com vistas a reduzir o ônus financeiro imputado
ao concessionário.
80
8. GARANTIA
8.1. GARANTIA DE EXECUÇÃO DO CONTRATO (performance bond)

Justificativa:
• A aceitação de todas as modalidades de garantia facilita a sua constituição pelo particular;
• O cronograma de redução dos valores da garantia evita custos financeiros desnecessários ao particular;

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES

Jardim Zoológico Municipal (RJ):


 Exigência de garantia de execução de R$ 2 milhões como condição de assinatura do contrato e de
garantia específica para a execução das obras, no valor de R$ 976.368,49.
 A garantia específica para obras será devolvida à concessionária na ocasião do aceite definitivo das
obras.
 A garantia de execução do contrato deverá permanecer constituída durante toda a concessão, sem
cronograma de redução de seus valores.

81
8. GARANTIA
8.2. HIPÓTESES DE EXECUÇÃO DA GARANTIA DO PARTICULAR

 O contrato deverá disciplinar as hipóteses em que a garantia de execução do contrato poderá ser
executada.

 Via de regra, os eventos que autorizam a execução da garantia correspondem a inadimplementos da


concessionária, tais como o descumprimento:
i. das obrigações de investimento;
ii. da obrigação de pagar multa e indenizações;
iii. dos parâmetros de desempenho;
iv. da obrigação de devolução de bens reversíveis;
v. atendimento das condições de devolução;
vi. da obrigação de contratar seguro;
vii. indenizações por responsabilização indevida do Poder Concedente.

 Recomendação: É recomendável que o contrato discipline de forma específica as hipóteses de


execução da garantia. Sua previsão torna a relação contratual mais estável e reduz o custo de sua
contratação.

 Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Previsão genérica das hipóteses que
poderão ensejar a execução da garantia.

82
8. GARANTIA
8.3. GARANTIAS EM FAVOR DO FINANCIADOR

ALTERNATIVAS (não exaustivas)

• Dação em penhor, hipoteca ou alienação fiduciária


• Cessão fiduciária de direitos emergentes da concessão
• Step-in-right: possibilidade dos financiadores assumirem o controle da SPE mediante autorização
contratual prévia e genérica em caso de ameaça à continuidade da prestação do serviço
•autorizar genericamente, dependente de anuência do Concedente no caso concreto
•estabelecer previamente o procedimento
PRÓS/CONTRAS
atrai investidores para o projeto
• prática do mercado adota qualquer uma das modalidades
Recomendação: Não definição exaustiva das garantias, a fim de conferir maior liberdade para a
negociação com estes últimos. Sobre o tema, é recomendável que o contrato preveja tão somente o
step in right e a possibilidade de os bens e direitos emergentes da concessão serem objeto de ônus em
favor dos financiadores, desde que, no caso dos bens, estes retornem ao patrimônio da concessionária,
livre de quaisquer ônus, ao final da concessão.
Justificativa: A previsão de garantias em favor do financiador reduz o custo desta contratação.
Ademais, a maior liberdade de negociação de garantias facilita a viabilização da operação.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina de garantia aos
financiadores

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9. DESAPROPRIAÇÕES
Caso seja necessária a realização de desapropriações, recomenda-se que:
O Edital especifique:
 Áreas que poderão ser desapropriadas;
 Quem é competente para a execução material dos atos - Poder Público ou SPE;
 Quem arcará com os ônus financeiros de tais atos, considerando que as indenizações constituem
custos relevantes na formulação das propostas.

O Contrato especifique:
 Responsabilidade das partes sobre eventuais atrasos ou impedimentos na desapropriação e seus
efeitos (ex: desequilíbrio, penalidades, etc).
 Responsabilidades quanto às ações judiciais que discutem posse e propriedade de áreas da rodovia

ALTERNATIVAS
•Responsabilidade do Poder Concedente
•Responsabilidade da Concessionária.
•Responsabilidade compartilhada. Possibilidade de estabelecer rateio entre os custos, dependendo de seu
valor (ex: previsão de verba pública para arcar com as desapropriações ou teto para custos arcados pelo
Poder Público ou pelo particular).

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9. DESAPROPRIAÇÕES
PRÓS/CONTRAS
 atribuir a responsabilidade ao Poder Concedente tem a vantagem de conferir à administração maior
controle sobre o processo licitatório, mas pode significar maior demora para a conclusão das obras
 Maior flexibilidade da iniciativa privada faculta as negociações com os proprietários;

Recomendação:
 Prever os atos materiais de desapropriação e a respectiva indenização ao particular, até determinado
limite a partir do qual deverá ser ressarcido pelo Poder Concedente.
 Atrasos decorrentes de morosidade judicial ou de outras variáveis não imputáveis à concessionária
não poderão ensejar a aplicação de penalidades e deverão ser objeto de análise para verificação da
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.

Justificativa:
 Repartição dos ônus referentes à execução das desapropriações.
 Segurança jurídica
 Redução do risco relacionado às desapropriações

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
•Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve previsão de desapropriação.

85
10. OBTENÇÃO DE LICENÇAS
10.1. OBTENÇÃO DE LICENÇAS AMBIENTAIS, DE CONSTRUÇÃO E
OPERAÇÃO
ALTERNATIVAS: Poder Concedente; Concessionária ou compartilhamento

PRÓS/CONTRAS
•Prever ônus ao Concedente reduz proporcionalmente a tarifa, mas aumenta sua responsabilidade e
pode significar maior demora para a conclusão das obras
•Possibilidade de aproveitar a maior eficiência e agilidade do particular
•Alocar a responsabilidade ao particular pode elevar o risco privado e, consequentemente, o aumento do
custo do projeto

•Recomendação: Alocação das obrigações de obtenção de licenças ao particular + previsão de que a


concessionária não responderá – de nenhuma forma – por atrasos na obtenção de licenças que não
sejam lhe sejam imputáveis (p.ex., atraso na decisão, etc.).

Justificativa: A concessionária é a parte contratual mais adequada para obter as licenças, haja vista
que esta será a responsável por projetar e executar as obras e serviços da concessão.

Experiência Anterior:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Responsabilidade integral da concessionária.

86
10. OBTENÇÃO DE LICENÇAS
10.2. LP OU DIRETRIZES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL

• A contratação poderá ser precedida da obtenção de licença prévia ou prever tão somente diretrizes
para o licenciamento ambiental.
Prós/Contras:
 A obtenção anterior da LP reduz o risco ambiental da concessão e pode simplificar a obtenção das
demais licenças.
 Maior demora para a publicação do edital e contrato;

Recomendação: Obtenção de licenças como obrigação do concessionário, prevendo-se no contrato


apenas as diretrizes para a obtenção da licença prévia.
Justificativa: Não é possível ao Poder Concedente conhecer as especificidades do projeto antes da
contratação e apresentação, pelo particular, de sua proposta. A obtenção de licença prévia antes da
contratação pode ensejar incongruências com o projeto do particular ou limitar as soluções que este
poderá oferecer.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Concessionária responsável pela obtenção de todas as licenças.

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11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.1. CLÁUSULA DE ALOCAÇÃO DE RISCOS

- É altamente recomendada a delimitação objetiva dos riscos das Partes no contrato de concessão
- Importante atentar-se ao os pontos críticos que afetam o cronograma e operação do
empreendimento, buscando alocar os riscos de maneira a:

A) Reparti-los de forma adequada, alocando-os a parte contratual que reunir melhores


condições para gerencia-los;
B) Reduzir a insegurança jurídica envolvida na contratação;
C) Estabelecer procedimentos e mecanismos contratuais capazes de mitigá-los;
D) Oferecer expectativa de remuneração adequada aos riscos atribuídos ao particular;
E) Estabelecer regras e processos claros para tutelar os direitos de parte a parte em caso de
concretização de riscos indesejados.

88
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.2. CLÁUSULA DE ALOCAÇÃO DE RISCOS

- É recomendável que a cláusula contenha a descrição específica dos riscos que serão alocados a
cada uma das partes e daqueles que serão compartilhados entre elas;

- Em caso de riscos compartilhados, é recomendável que a cláusula discipline, de forma objetiva, o


método de seu compartilhamento;

- O contrato deverá disciplinar o mecanismo de tratamento dos riscos que vierem a se concretizar;

- A redação da cláusula de alocação de riscos deverá ser elaborada de acordo com a Matriz de
Riscos.

89
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.3. RISCOS ESPECÍFICOS
I. Custo do Capital

- Partindo-se da premissa de uma alocação racional de riscos, em que a álea é atribuída à parte mais
capaz de gerencia-la, é recomendável a sua alocação ao concessionário;
- Em situações excepcionais, em que o custo do capital investido se torne excessivamente superior ao
originalmente pactuado, é recomendável a instituição de tratamentos contratuais para evitar a
inviabilização do projeto. Neste sentido, são alternativas:
• Previsão de uma “cláusula de saída” (way out);
o Precedente: PPP VLT do Estado da Bahia (Cláusula 6ª da Minuta de Contrato);
o Precedente: PPP do Rodovia dos Calçados - ARTESP (Cláusula 6.4., “ii’ da Minuta de Contrato)
• Condição suspensiva da eficácia do contrato;
o As obrigações de investimento são suspensas em condições conjunturais excepcionais e em caso de não
contratação do financiamento ou da suspensão de seus repasses, desde que esta não seja imputável à
concessionária;
• Antecipação da Repactuação Contratual em caso de alterações conjunturais drásticas;
o Ampla revisão dos parâmetros da Concessão.
o Riscos: Desnaturação do objeto do contrato após a licitação?
Art. 7º, par. único da Lei Estadual nº 14.875/2016

90
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
Implementação das Alternativas
a. Cláusula Resolutiva (way out)
• Contrato terá de disciplinar o pagamento das indenizações tanto ao Poder Concedente quanto à
Concessionária, bem como seu método de pagamento;
o Idealmente, as indenizações deverão refletir os custos efetivamente incorridos pelas partes para a execução
do contrato até o momento da rescisão;
• É recomendável que o contrato estabeleça o procedimento para sua requisição, com a aposição de
prazos e, sobretudo, definição dos requisitos necessários à configuração da hipótese de
encerramento do contrato;

b. Cláusula Suspensiva
• Contrato deverá discriminar em detalhe os requisitos que autorizam a suspensão das obrigações
contratuais;
• Deverá especificar quais obrigações serão suspensas e quais terão de continuar em execução;
• Especificação de procedimentos para a sua requisição, assim como da definição de prazo máximo
de suspensão das obrigações, cujo encerramento sem viabilização do contrato levará à sua
extinção;

91
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
Implementação das Alternativas

c. Revisão Contratual

• Estabelecimento dos critérios que autorizarão a solicitação da antecipação da revisão contratual;

• Definição das matérias que poderão ser modificadas pelas partes (cronograma de investimentos,
receitas, prazo de vigência da concessão, etc).

• Alterações não poderão modificar o objeto contratual.

92
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.3. RISCOS ESPECÍFICOS
II. Variação Cambial

- O risco da variação da taxa de câmbio, tradicionalmente, é alocado ao parceiro privado;


- Experiências recentes tem flexibilizado esta percepção, sobretudo em concessões que envolvem a
importação de bens, tecnologia ou a contratação de financiamento em moeda estrangeira;
- Questão relevante: quais impactos da variação cambial serão alocados às partes? Todos? Apenas
aqueles reflexos da variação sobre o preço de insumos? Sobre as parcelas do financiamento?
- Precedentes:
• VLT do Estado da Bahia: Atribuição do risco da variação cambial no financiamento, até o
limite ≈ R$ 595 MM, ao Estado da Bahia, com a previsão de pagamento adicional ao particular
quando a variação gerasse impactos ≥ R$ 10 MM;
• Portaria MTPA (Consulta Pública): Compartilhamento do risco (juros e principal) até um
montante limite, mediante o estabelecimento em contrato de faixas de variação cambial a
serem assumidas por cada parte. Apuração mensal e cumulativa da variação, com
compensação paga no momento da liquidação da obrigação assumida pelo concessionário.
• ARTESP – PPP dos Calçados: Compartilhamento do risco (principal) até R$ 300 MM,
mediante mecanismo de compensação anual que incide sobre a outorga variável.

93
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
FORMAS DE TUTELA CONTRATUAL QUANTO AO RISCO DE VARIAÇÃO CAMBIAL

Meios de Pagamento:

I. Redução do valor da outorga (quando cabível);


II. Procedimento de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro;
III. Pagamento direto ao particular à título de indenização;
IV. Compensação;

Momento do Pagamento:

I. Compensação da indenização no momento do pagamento, pelo particular, da obrigação afetada


pela variação cambial;
II. Apuração periódica de um saldo formado em razão da variação cambial, a ser compensado entre
as partes em periodicidade definida pelo contrato;

94
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.3. RISCOS ESPECÍFICOS
III. Demanda

- A alocação ao particular é recomendável quando este é o responsável por estimá-la ou quando há


elevada segurança quanto à estimativa apresentada pelo Poder Concedente;
- A alocação ao Poder Concedente é recomendável quando houver risco de frustração das
estimativas;
- O compartilhamento é técnica intermediária, sendo recomendável a adoção de um escalonamento
do risco compartilhado:
• Bandas de compartilhamento de risco, apurada com base no número de usuários
projetados;
• Bandas de compartilhamento de risco, apurada com base na receita projetada
IV. Passivo Ambiental
- É recomendável que o risco de eventuais sanções ou obrigações ambientais seja compartilhado
entre as partes, assegurando que o privado somente se responsabilizará por aquelas que
decorrerem de fatos ocorridos após a assinatura do Contrato.
- Eventuais obrigações originadas por fatos anteriores à assinatura do contrato deverão ser de
responsabilidade do Poder Concedente, a fim de se reduzir o risco ambiental da concessão e torná-
la mais atrativa.

95
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
FORMAS DE TUTELA QUANTO AO RISCO DE VARIAÇÃO DA DEMANDA
Meios de Pagamento:

I. Redução do valor da outorga (quando cabível);


II. Procedimento de recomposição do equilíbrio econômico-financeiro;
III. Pagamento direto ao particular à título de indenização;
IV. Compensação;
V. Revisão de investimentos;
VI. Ampliação do prazo da concessão;
VII. Cessão do uso de bens adjacentes;

Momento do Pagamento:
I. Concomitante à apuração do desequilíbrio contratual;
II. Definição de método e procedimento de apuração das variações, com especificação de data para a
compensação daquelas que superarem os limites contratuais;

96
12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS
12.1 MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
ALTERNATIVAS

- Judiciário

- Mecanismos Alternativos de Solução de Conflitos:

• Negociação Direta:
• Contrato disciplinará as regras que as partes terão de seguir;
o Procedimentos;
o Prazos;
o Momento de encerramento das negociações;

• Arbitragem:
• Previsão da arbitragem ou definição do procedimento no contrato
•No caso de definição de procedimento, definir:
•Procedimento de instauração
•Forma de indicação dos árbitros
•Regras para decisão

97
12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS
12.1 MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
ALTERNATIVAS
• Dispute Boards

• Comissão de especialistas, escolhidos pelas partes, que visa auxiliar as Partes de um


contrato a resolver eventuais controvérsias, constituindo etapa preliminar à arbitragem ou
ao poder judiciário.

• Podem atuar ad hoc ou ter uma atuação concomitante à execução contratual, inclusive,
com solução de conflitos em tempo real;

• Ad hoc: Constituída após a instauração do conflito para ouvir as partes e emitir


sugestão para a sua resolução.
• Concomitante: Realização periódica de visitas técnicas para acompanhamento da
execução do contrato. Tem função preventiva e seguirá plano de trabalho definido
consensualmente entre todas as partes, com poderes para emitir decisões para
prevenir ou remediar conflitos.

• Podem emitir decisões vinculantes ou sujeitas à aceitação das partes.

• Contrato poderá disciplinar ou estabelecer prazo para a contratação da Dispute Board;

98
12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS
PRÓS/CONTRAS
•Maior técnica e celeridade dos procedimentos privados;
•Arbitragem em contratos administrativos é relativamente recente, mas não é mais controversa;

Recomendação: Arbitragem.

Justificativa:
 Maior especialização técnica na solução dos conflitos;
 Apesar de ser menos eficaz na prevenção de conflitos do que as DBs, a arbitragem apresenta custo
reduzido;
 A arbitragem é prática consolidada no mercado de concessões.
 a complexidade dos serviços envolvidos no objeto da delegação não justificam a instituição de uma
dispute board.

Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Utilização da via judicial.

99
13. VALOR DO CONTRATO
DEFINIÇÃO DO VALOR DO CONTRATO

ALTERNATIVAS
•valor dos investimentos da Concessionária
•valor total da receita da Concessionária

PRÓS/CONTRAS
•Valor do investimento: diferencia a concessão da prestação de serviços;
•Valor do contrato (e da garantia) relaciona-se com o investimento da Concessionária;
•Valor da receita: maximiza volume e garantia da contratação.

Recomendação: Valor dos investimentos.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
•Jardim Zoológico Municipal (RJ): Valor dos investimentos (R$ 65.091.233,00)

100
14.REAJUSTE
ALTERNATIVAS
 IPCA
 IGP-M
 Índice Paramétrico Específico

PRÓS/CONTRAS
 IPCA: relacionado ao poder de compra do consumidor
 IGP-M: relacionado aos preços por atacado + impacto cambial
 Índice Paramétrico Específico: refletir custos da Concessionária

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve definição de parâmetros de reajuste.

Recomendação: É recomendável a previsão contratual de índice fechado de reajuste, com aplicação


automática e não condicionada. A definição de qual índice adotar, contudo, depende de inputs técnicos.

101
15. OBRAS
É recomendável que o contrato estabeleça:
 os marcos de obra que serão considerados suficientes para que a concessionária abra o zoológico
para visitação (se cabível);
 Procedimentos e prazos para a aprovação de projetos básicos e projetos executivos elaborados pela
concessionária;
 Anexos com parâmetros técnicos mínimos para a execução das obras.

Maiores recomendações dependem de inputs técnicos.

PRÓS/CONTRAS
Confere maior segurança para o particular, sobretudo, no que diz respeito ao planejamento do cronograma
de implantação das intervenções no zoológico.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
Jardim Zoológico Municipal (RJ):
 Não houve estabelecimento de procedimentos e prazos para a aprovação dos projetos básicos e
executivos;
 Não houve previsão de marcos operacionais (as obras foram realizadas com o zoológico em
funcionamento;
 Parâmetros técnicos especificados em Termo de Referência.

102
16. FISCALIZAÇÃO
ALTERNATIVAS
A fiscalização do contrato poderá ser realizada pelo Poder Concedente; por Comissão de Fiscalização
ou pela AGERGS.
Prós/Contras:
• Fiscalização pelo poder concedente poderá ser menos eficiente em razão das inúmeras atribuições
que este terá de desempenhar na concessão. Entretanto, é alternativa com um baixo custo de
implementação.
• Fiscalização por comissão de fiscalização permite maior a diversificação dos funcionários que a
comporão, o que pode contribuir para a interdisciplinaridade dos conhecimentos detidos por seus
membros.
• Fiscalização pela AGERGS depende de interpretação de suas competências, o que agrega
insegurança jurídica para a concessão.
Recomendação: Comissão de Fiscalização.
Justificativa:
 Permite que profissionais de diferentes áreas ponham sua expertise à disposição da fiscalização do
contrato.
 Não ensejará custos, tendo em vista que não será cargo remunerado.
 Especialização na função de fiscalização assegura maior qualidade e eficiência no desempenho
desta atribuição.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Comissão de Fiscalização.
103
17. PENALIDADES
PENALIDADES CONTRATUAIS
A) FORMA DE ABORDAGEM DAS PENALIDADES
Recomendação
• Estabelecer sanções específicas (traz maior previsibilidade e acuidade na aplicação das sanções
• Estabelecer graduação de sanções (prever sanções genéricas e critérios para fixar infrações)
• Estabelecer critérios de gravidade e outros para estabelecimento de infrações (permite cobrir com
maior segurança o universo dos comportamentos delituosos)

B) PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO DAS SANÇÕES


 É recomendável a definição de procedimento específico (Previsibilidade e reduz risco de
arbitrariedade na aplicação da sanção)

104
17. PENALIDADES

PENALIDADES CONTRATUAIS

C) PREVISÃO DE LIMITES PARA A APLICAÇÃO DE SANÇÕES


• É recomendável estabelecer parâmetros e limites para a imputação de penalidades. Assegura maior
previsibilidade à concessão e reduz risco de arbitrariedade na aplicação da sanção.

D) PREVISÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA ACORDOS SUBSTITUTIVOS DE SANÇÃO


• É recomendável a permissão para a realização de acordos substitutivos. Neste caso, será
necessário prever critérios para a sua realização.
• Maior eficácia na recuperação de danos, assim como maior elasticidade na fixação de sanções,
possibilidade compensação/reparação

E) AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
• Importante distinguir entre penalidade e remuneração por desempenho;
• É possível estabelecer aplicação de penalidades de acordo com sistema de avaliação de
desempenho;
• Multas específicas para atraso em obras, insatisfação dos usuários ou outros critérios de avaliação
de desempenho.

105
17. PENALIDADES
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES

Jardim Zoológico Municipal (RJ):


• Definição de penalidades aplicáveis;
• Definição de procedimento de aplicação de sanção;
• Previsão de limites às penalidades aplicáveis, conforme tipo de infração (gradação);

106
18. VERIFICADOR INDEPENDENTE
VERFICADOR INDEPENDENTE
ALTERNATIVAS
• Prever contratação de verificador independente
• Não prever

PRÓS/CONTRAS
• Permite auxilio ao poder concedente em caso de complexidade de determinados eventos contratuais
(ex: indicadores de desempenho ou reequilíbrio econômico-financeiro)
• Maior complexidade e custo para a concessão

Recomendação: Adoção do verificador independente, a ser contratado pelo Poder Concedente.

Justificativa: Complexidade das obras não justifica o custo de contratação mas acompanhamento
dos níveis de serviço faz recomendável uma entidade deste tipo.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
Jardim Zoológico Municipal (RJ): não prevê.

107
19. BENS DA CONCESSÃO
ALTERNATIVAS
• Delimitação expressa dos bens da concessão;
• Possiblidade de exigir autorização prévia do Poder Concedente para alienação e oneração dos bens
da concessão;
• Possiblidade de prever tempo de vida mínimo restante dos bens reversíveis;
• Possiblidade de prever obrigação de reinvestimento nos bens da concessão ao longo do contrato.

PRÓS/CONTRAS
• Delimitar expressamente os bens da concessão garante maior previsibilidade para Poder Público e
concessionária;
• Não especificar permite maior simplicidade e evita o risco de inventário incompleto
• Exigir tempo de vida útil mínimo e reinvestimento assegura com maior eficácia e qualidade
continuidade do manejo do zoológico após o fim do contrato. Entretanto, aumenta os custos da
concessão.
Recomendação:
 Previsão de rol inicial dos bens da concessão, em Termo de Arrolamento, com autorização para
aquisição de novos ou edificação de outros pela concessionária, mediante prévia autorização do
Concedente.
 Não exigência de autorização para a constituição de ônus sobre os bens da concessão + exigência
de que estes retornem ao patrimônio da concessionária, livres e desembaraçados, com prazo
mínimo de antecedência ao fim do contrato
 Previsão de reinvestimento (validar com área técnica).

108
19. BENS DA CONCESSÃO
Justificativa:
• Maior liberdade gerencial sobre os ativos da concessão permite que a concessionária realize uma
gestão patrimonial eficiente.
• Previsão dos bens da concessão facilita a formulação da proposta econômica, assim como mitiga os
riscos da contratação.
• Vida útil ou reinvestimentos asseguram a devolução do zoológico em condições adequadas de
operação.

Experiências Anteriores:
Jardim Zoológico Municipal (RJ):
• Exigência de que os bens reversíveis estejam em condições adequadas de operação e conservação;
• Previsão de Termo de Arrolamento e Transferência de Bens;
• Alienação condicionada a prévia aprovação do Poder Concedente e substituição do bem alienado;

109
19. BENS REVERSÍVEIS
ALTERNATIVAS
• Previsão geral de que são reversíveis os bens indispensáveis à execução do serviço
• Definição objetiva do rol de bens reversíveis

PRÓS/CONTRAS
• Facilita a continuidade da prestação dos serviços ao término da concessão, mas pode causar
aumento da tarifa;
• Se definidos objetivamente:
• Definição genérica pode gerar conflitos
• Definição pormenorizada evita discussões, mas pode olvidar algum bem

Recomendação: Definição dos bens reversíveis da concessão + garantia de que os desequilíbrios


econômicos sejam constatados e concomitantemente compensados para evitar que estes ativos não
tenham sido amortizados no prazo contratual.

Justificativa: Maior segurança quanto aos ativos a serem amortizados durante a concessão.

EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Definição contratual dos bens reversíveis.

110
20. SEGUROS

• A definição dos seguros a serem contratados depende de inputs técnicos;

Recomendações:
• Sob o ponto de vista jurídico, é recomendável a contratação de seguros suficientes para cobrir sinistros
relativos às principais obrigações contratuais ou em relação a eventos que tenham a potencialidade de
prejudicar a continuidade da concessão.
•É recomendável também a previsão de valor mínimo para o sinistro.

Experiências Anteriores:
Jardim Zoológico Municipal (RJ):
 Vigência mínima de 12 meses;
 Seguro com cobertura para:
• riscos de engenharia para obras civis (all risks);
• riscos de maquinaria e equipamentos de obras;
• riscos de dano material (property all risks insurance)
• riscos de responsabilidade civil;

111
21. CAPITAL SOCIAL
21.1. CAPITAL INICIAL A SER SUBSCRITO PELO LICITANTE VENCEDOR
NA SPE E SUA JUSTIFICATIVA ECONÔMICA
PRÓS/CONTRAS
• Quanto maior o capital inicial, maior será a garantia do poder público em relação à realização dos
investimentos iniciais e da solidez da concessionária
• Maior será o custo da concessão, o que pode reduzir os interessados em participar do certame
licitatório
Recomendação:
 Exigência de capital social mínimo integralizado para a assinatura do contrato. A definição do valor
de integralização no momento da assinatura e o eventual cronograma de integralização após este
ato depende de análise técnica.
 O valor a ser integralizado deve ser suficiente para garantir a solidez financeira do particular, mas
não pode ser proibitiva para a concessão.
Justificativa: a exigência de integralização de todo o capital social no momento da assinatura do
contrato acresce de forma desnecessária o custo financeiro da concessão, podendo torná-la menos
atrativa.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Integralização do capital social antes da assinatura do contrato
(R$ 6.509.123,30), sem a previsão de aportes adicionais ou de cronograma de integralização.

112
21. CAPITAL SOCIAL
21.2. EXIGÊNCIA DE MANUTENÇÃO DE CAPITAL MÍNIMO DA SPE
DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO

PRÓS/CONTRAS
• Maior garantia de execução do projeto
• Aumenta o custo da concessão e pode reduzir a concorrência
• Risco de tornar-se excessiva ao longo da concessão, com a conclusão das obras
21.2.1 PREVISÃO DE VARIAÇÃO DO CAPITAL MÍNIMO DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO
PRÓS/CONTRAS
• Mantém-se a maior garantia de execução do projeto sem onerar demasiadamente a concessionária
Recomendação: Permitir a variação do capital social mínimo da concessionária conforme o
cronograma de investimentos, autorizando a sua redução conforme a redução do volume dos
investimentos a serem realizados.
Justificativa: Oferece garantia ao Concedente ao mesmo tempo em que não onera
desnecessariamente o particular.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Manutenção do capital social mínimo
durante toda a concessão.

113
22. GOVERNANÇA CORPORATIVA
22.1 EXIGÊNCIA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA SPE

ALTERNATIVAS
• Futura regulamentação da questão
• Pré-fixação de um plano de contas
• Indicação de regras gerais de transparência contábil e boa governança (ex: IFRS ou GAAP)

PRÓS/CONTRAS
• A regulamentação futura acarreta maior flexibilidade, mas é menos previsível e é possível que
futuramente haja desentendimento em relação às regras de governança
• A pré-fixação de plano de contas ou a indicação de regras gerais maior previsibilidade, mas reduz a
liberdade da concessionária

114
22. GOVERNANÇA CORPORATIVA
22.1 EXIGÊNCIA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA SPE

Recomendação:
 Adoção de práticas de governança corporativa, conforme parâmetros mais utilizados em mercado,
sem disciplina específica em contrato.

Justificativa: A adoção de parâmetros de governança já consolidados facilita a sua implementação


pela futura concessionária.

Experiências anteriores

• Jardim Zoológico Municipal (RJ) : Exigência do atendimento aos parâmetros de governança


corporativa da Lei Federal nº 6.404/1976, da regulamentação da CVM e das Normas Contábeis
emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade.

115
22. GOVERNANÇA CORPORATIVA
22.2 ESTABELECIMENTO DE REGRAS ESPECÍFICAS PARA RELAÇÕES COM
ENTES DO MESMO GRUPO (PARTES RELACIONADAS)
ALTERNATIVAS
• Prever regras específicas para relações com entes do mesmo grupo
• Não prever restrições contratuais
Prós/Contras:
 Pode restringir ganhos de transação decorrentes de contratações realizadas entre empresas de mesmo
grupo econômico.
 Pode estimular eficiência nos preços contratados, a medida em que esta terá de ser realizada em preços
de mercado.
 Restrição à capacidade gerencial da concessionária.
Recomendação: Adoção de regulamento para a contratação com partes relacionadas, não vedando-as, mas
apondo condicionantes que assegurem que esta será realizada dentro de preços compatíveis com os
praticados em mercado.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina de relações com partes relacionadas.

116
Obrigado!

Document Classification: KPMG Confidential


Pl an o s En g en h ar ia

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