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ESTUDO DE VIABILIDADE DO
PARQUE ZOOLÓGICO DE SAPUCAIA
DO SUL – CONSULTA PÚBLICA
Glossário
Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos
AGERGS
Delegados do Rio Grande do Sul.
Pl an o s En g en h ar ia 3
Conselho Gestor do Programa de Concessões e de
CGPCPPP
Parcerias Público-Privadas.
Pl an o s En g en h ar ia 4
CSLL Contribuição Social sobre Lucro Líquido.
Pl an o s En g en h ar ia 5
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
IBAMA
Naturais Renováveis.
IR Imposto de Renda.
LC Lei Complementar.
Pl an o s En g en h ar ia 6
PFE Procuradoria Federal Especializada.
Rc Risco de crédito.
Pl an o s En g en h ar ia 7
Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SEMA
do Estado do Rio Grande do Sul.
Pl an o s En g en h ar ia 8
Zoo Abreviação para Zoológico em geral.
Pl an o s En g en h ar ia 9
Conteúdo
1 Introdução 18
1.1 Contexto 18
2 Parques Zoológicos 20
2.3.1 Localização 23
2.3.2 Organização 26
2.3.1 Visitação 30
2.3.2 Plantel 31
2.3.3 Instalações 32
3 Benchmarking 33
Pl an o s En g en h ar ia 10
3.2.4 Zoológico de Pomerode, Pomerode, Santa Catarina 52
4 Matriz de Riscos 58
5 Modelo de Negócios 98
Pl an o s En g en h ar ia 11
6.3 Premissas Operacionais 116
Pl an o s En g en h ar ia 12
8 Considerações e Conslusões 169
ANEXOS 170
Pl an o s En g en h ar ia 13
Índice de Figuras
Figura 1 – Parques zoológicos e aquários no Brasil. .................................................... 22
Figura 2 – Números de Zoológicos e aquários no país por região ................................ 22
Figura 3 – Porcentagem de zoológicos existentes no Brasil pelo modelo de
administração.............................................................................................................. 23
Figura 4 – Mapa Rodoviário de acesso ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul......... 24
Figura 5 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul24
Figura 6 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul25
Figura 7 – Zoneamento Atual do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ....................... 26
Figura 8 – Estrutura Organizacional do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ............. 27
Figura 9 – Dados geográficos e estatísticos da Região Metropolitana de Porto Alegre 33
Figura 10 – Mapa do Zoológico de Guadalajara ........................................................... 34
Figura 11 – Pacotes promocionais no Zoológico de Guadalajara .................................. 35
Figura 12 – Souvenirs no Zoológico de Guadalajara ..................................................... 36
Figura 13 – Fazendinha no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à
parte ........................................................................................................................... 36
Figura 14 – Pinguinário sendo esta uma atração paga à parte ..................................... 37
Figura 15 – Aquário sendo esta uma atração paga à parte .......................................... 37
Figura 16 – Safári no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à parte . 38
Figura 17 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara ......................... 38
Figura 18 – Zoológico de Huachipa.............................................................................. 39
Figura 19 – Valor do Ingresso no Zoológico de Huachipa ............................................ 40
Figura 20 – Trenzinho atração paga à parte ................................................................. 40
Figura 21 – Parque de diversões, atração paga à parte................................................ 41
Figura 22 – Parque dos dinossauros, atração paga à parte .......................................... 41
Figura 23 – Loja de Souvenirs, atração paga à parte .................................................... 42
Figura 24 – Resumo das características do Zoológico de Guadalajara ......................... 42
Figura 25 – Zoológico de Temaikèn ............................................................................. 43
Figura 26 – Ingressos no Zoológico de Temaikèn........................................................ 44
Figura 27 – Atrações no Zoológico de Temaikèn ......................................................... 44
Figura 28 – Cinema 360º, atração paga à parte............................................................ 45
Figura 29 – Bosque dos Dinossauros, atração paga à parte......................................... 45
Pl an o s En g en h ar ia 14
Figura 30 – Parque das aves, atração paga à parte ...................................................... 46
Figura 31 – Resumo das características do Zoológico de Temakièn ............................ 46
Figura 32 – Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica .................................... 47
Figura 33 – Aquário, atração paga à parte.................................................................... 47
Figura 34 – Borboletário, atração paga à parte............................................................. 48
Figura 35 – Expedição Coruja, atração paga à parte..................................................... 48
Figura 36 – Resumo das características do Zoológico de Belo Horizonte. ................... 49
Figura 37 – Zoológico de Brasília ................................................................................. 49
Figura 38 – Atividades oferecidas pelo Zoológico de Brasília. ...................................... 50
Figura 39 – Resumo das características do Zoológico de Brasília. ............................... 50
Figura 40 – Oficina de Observação de Aves no Zoológico de Brasília. ......................... 51
Figura 41 – Resumo das características do Beto Carrero Zoo. .................................... 52
Figura 42 – Zoológico de Pomerode ............................................................................ 52
Figura 43 – Tabela de Preços do Zoológico de Pomerode ........................................... 53
Figura 44 – Resumo das características do Zoológico de Pomerode. .......................... 54
Figura 45 – Aquário de São Paulo ................................................................................ 54
Figura 46 – Restaurante do Aquário de São Paulo, cobrado à parte............................. 55
Figura 47 – Jurassic Aquarium, cobrado à parte. ......................................................... 55
Figura 48 – Cinema 7D, cobrado à parte. .................................................................... 55
Figura 49 – Aquário Abaixo de Zero, cobrado à parte. ................................................. 56
Figura 50 – Resumo das características do Aquário de São Paulo. .............................. 56
Figura 51 – Modelo de Negócios da Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do
Sul. ............................................................................................................................. 98
Figura 52 – Grupo de Indicadores de Desempenho .................................................. 102
Figura 53 - Quadro de Indicadores: Indicador de Qualidade....................................... 102
Figura 54 - Quadro de Indicadores: Indicador de Segurança ...................................... 103
Figura 55 - Quadro de Indicadores: Indicador de Sustentabilidade ............................ 103
Figura 56 – Quadro de Indicadores: Indicador de Performance Financeira ................ 103
Figura 57 – Relação entre Receitas e Despesas do Estado do Rio Grande do Sul. .... 110
Figura 58 – Representação esquemática do cálculo do fluxo de caixa ....................... 112
Figura 59 – Fluxo de caixa do acionista ..................................................................... 112
Figura 60 – Composição da Receita Total.................................................................. 116
Figura 61 – Composição da Receita Tarifária ............................................................. 116
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Figura 62 - Receita Tarifária ....................................................................................... 118
Figura 63 – Receita Acessória ................................................................................... 119
Figura 64 – Receita Total........................................................................................... 119
Figura 65 – Custos e despesas operacionais da Concessão no período de 30 anos por
categoria ................................................................................................................... 120
Figura 66 – Custos de mão de obra durante os 30 anos de Concessão .................... 121
Figura 67 – Despesas Complementares durante os 30 anos da Concessão do Parque
Zoológico. ................................................................................................................. 122
Figura 68 – Custos de Mão de Obra das Atrações durante os 30 anos da Concessão do
Parque Zoológico. ..................................................................................................... 123
Figura 69 – Comparativo de desembolso anual para as categorias de investimento . 125
Figura 70 – Cronograma de investimentos em reposição de plantel de animais........ 126
Figura 71 – Desembolso anual dos grupos que integram a categoria de investimento
em obras................................................................................................................... 128
Figura 72 – Projeção do investimento em equipamentos e sistemas ........................ 128
Figura 73 – Projeção de investimento em veículos ................................................... 129
Figura 74 – Projeção de investimento em veículos das atrações ............................... 130
Figura 75 – Projeção de investimentos em plantel .................................................... 130
Figura 76 – Depreciação durante a Concessão .......................................................... 131
Figura 77 – Tributos Sobre a Receita durante a concessão ....................................... 132
Figura 78 – ISS durante a concessão. ....................................................................... 133
Figura 79 – Tributos sobre o lucro durante a concessão............................................ 133
Figura 80 – Fluxo de caixa livre do projeto................................................................. 136
Figura 81 – EBITDA e margem EBITDA .................................................................... 136
Figura 82 – Lucro líquido e margem de lucro líquido ................................................. 137
Figura 83 – Fluxograma dos entes e procedimentos envolvidos na Concessão do
Zoológico. ................................................................................................................. 163
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Índice de Tabelas
Tabela 1 – Staff técnico do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul ............................... 30
Tabela 2 – Cobrança pela entrada de veículos no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul
................................................................................................................................... 31
Tabela 3 – Tabela comparativa de Zoológicos no Brasil. .............................................. 57
Tabela 4 – Riscos da licitação ...................................................................................... 59
Tabela 5 – Riscos dos projetos de engenharia............................................................. 62
Tabela 6 – Riscos de construção ................................................................................. 64
Tabela 7 – Riscos na fase de operação ....................................................................... 73
Tabela 8 – Riscos econômico-financeiros .................................................................... 87
Tabela 9 – Riscos Institucionais .................................................................................. 91
Tabela 10 – Riscos ambientais e sociais...................................................................... 94
Tabela 11 – Critério para definição do indicador de qualidade.................................... 104
Tabela 12 – Métrica para apuração dos subindicadores de qualidade ........................ 105
Tabela 13 - Critério para definição do indicador de segurança ................................... 106
Tabela 14 - Métrica para apuração dos subindicadores de segurança ....................... 107
Tabela 15 - Métrica para apuração dos subindicadores de sustentabilidade
socioambiental .......................................................................................................... 108
Tabela 16 – Métrica para apuração do indicador de performance financeira .............. 109
Tabela 17 – Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial. .................................... 115
Tabela 18 – Projeções macroeconômicas. ................................................................ 116
Tabela 19 – Tipos de Bilhetes do Parque Zoológico Sapucaia do Sul ......................... 117
Tabela 20 – Tarifa de Estacionamento por tipo de veículo ......................................... 118
Tabela 21 – Cronograma de Investimentos Obrigatórios ........................................... 126
Tabela 22 - Cronograma de Investimentos Não Obrigatórios .................................... 127
Tabela 23 - Condições Financiamento ....................................................................... 134
Tabela 24 – Resumo dos resultados da modelagem econômico-financeira ............... 135
Tabela 25 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX).................................... 138
Tabela 26 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX) ................................. 138
Tabela 27 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX).................................... 139
Tabela 28 - Análise de sensibilidade da TIR (Ingresso e OPEX) ................................. 139
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1 Introdução
1.1 Contexto
Este relatório é parte integrante do Produto 6 “Modelagem do Projeto 2”, referente a
modelagem da Concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul. O Produto 6 completo
é composto por este relatório de viabilidade econômico-financeira e jurídica e pelos
Estudos Técnicos de Engenharia:
Estudos Técnicos de Engenharia, composto por 3 volumes:
- Volume 1: Estudos de Demanda
- Volume 2: Estudos de Engenharia
Tomo I: Estudos Ambientais
Tomo II: Cadastro Geral do Zoológico
Tomo III: Intervenções Propostas
- Volume 3: Modelo Operacional.
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Conclusão (Capítulo 8) - Neste capítulo apresentam-se as principais conclusões
e considerações decorrentes do nosso trabalho.
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2 Parques Zoológicos
Para atender aos requisitos da WAZA e da SZB é necessário observar os indicadores conforme
quadro abaixo:
1. Populações de espécies selvagens cada vez mais asseguradas;
2. Aumento das áreas/volumes de habitat natural seguro e sustentável;
3. Aumento do conhecimento e aplicação da biologia das espécies, da ecologia e
da ciência da conservação;
4. Maior consciencialização política sobre assuntos ambientais com melhores
decisões “amigas do ambiente” e crescentes prioridades de conservação;
1
Sociedade de Zoológicos e Aquários do Brasil. Disponível em: http://www.szb.org.br.
Pl an o s En g en h ar ia 20
5. Crescente espectro de ação nas áreas de habitat através da formação, educação
e conscientização do público.
Pl an o s En g en h ar ia 21
Figura 1 – Parques zoológicos e aquários no Brasil.
Ainda segundo dados da SZB, a Região Sudeste concentra mais de 50% dos zoológicos
do país e mais de 80% dos aquários, Figura 2. Das capitais brasileiras nove não
possuem jardim zoológico.
Figura 2 – Números de Zoológicos e aquários no país por região
59
22
10 9
8
6
2
Região Sudeste Região Nordeste Região Centro Região Sul Região Norte
Oeste
Zoológicos Aquários
Pl an o s En g en h ar ia 22
Dentre os modelos de administração, segundo dados da SZB, mais de 50% dos
zoológicos são administrados pelas prefeituras municipais e 81% destes não cobram
ingresso, sendo sua única fonte de renda o repasse pela prefeitura. A Figura 3 demostra
a distribuição do modelo de administração nos zoológicos existentes no Brasil.
Figura 3 – Porcentagem de zoológicos existentes no Brasil pelo modelo de
administração
Outros
8%
Fundação
7%
Municipal
Particular
55%
25%
Estadual
5%
Importante ressaltar que o número de zoológicos privados no Brasil vem crescendo ano
a ano e representa uma tendência, uma vez que a Administração Pública vem
enfrentando dificuldades orçamentárias e o zoológico muitas vezes representa mais um
custo, conforme dito anteriormente.
2.3.1 Localização
O Parque Zoológico fica situado na BR 116, parada 41, no município de Sapucaia do
Sul – RS, a 32 km do centro de Porto Alegre.
2
Site: http://www.zoo.fzb.rs.gov.br, consultado em maio de 2017.
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Figura 4 – Mapa Rodoviário de acesso ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul
Fonte: Google.
Fonte: Consórcio.
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Figura 6 – Fachada do acesso por pedestres ao Parque Zoológico de Sapucaia do Sul
Pl an o s En g en h ar ia 25
Figura 7 – Zoneamento Atual do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul
2.3.2 Organização
Além da visitação, o zoológico também realiza atividades de educação ambiental e
reprodução em cativeiro de espécies silvestres tanto da fauna nativa quanto exótica,
além de espécies ameaçadas de extinção. Para tanto, a instituição mantém uma
estrutura organizacional dividida em quatro níveis hierárquicos: diretoria executiva,
divisões, seções e setores.
Pl an o s En g en h ar ia 26
Figura 8 – Estrutura Organizacional do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul
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2.3.3 Níveis Hierárquicos
Os níveis hierárquicos serão descritos abaixo para as Divisões Técnicas, Seções e
setores específicos.
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2.3.3.2 Divisão de Apoio Operacional
Coordena e supervisiona as atividades planejadas e executadas pelas seções de Áreas
Verdes e Manutenção e Conservação.
Seção de Manutenção e Conservação: Realiza levantamentos de
necessidades de infraestrutura; executa projetos e fiscaliza obras.
Coordena a construção e conservação de recintos, prédios, móveis e
utensílios, a produção de madeira, a fabricação de telas, e os serviços de
hidráulica e elétrica.
- Setor de Limpeza: Realiza o recolhimento do lixo seco e orgânico
produzido no parque e a limpeza de áreas de visitação e de
repartições administrativas.
- Setor de Oficinas e Manutenção: Realiza a manutenção e
conservação dos veículos e equipamentos e administra o serviço
de logística do parque.
Seção de Áreas Verdes: Planeja e supervisiona as atividades realizadas
pelo Setor de Lavouras e Horta e Setor de Ajardinamento e Silvicultura,
quanto ao preparo, manejo e conservação do solo; semeaduras e
plantios de cultura forrageiras anuais e perenes, produção de mudas
ornamentais; atividades paisagísticas; tratos culturais; podas e colheitas.
- Setor de Ajardinamento e Silvicultura: Mantém os gramados e
elabora canteiros com plantas ornamentais e seus respectivos
tratos culturais. Realiza podas de condução e de formação de
plantas nos canteiros e demais espaços de visitação. Produz
mudas de plantas ornamentais e composto orgânico.
- Setor de Lavouras e Horta: Realiza o preparo do solo, o plantio
de culturas anuais e perenes, os tratos culturais, a colheita e a
distribuição destes alimentos aos animais.
Seção de Administração: Coordena os serviços de compras, vigilância
e almoxarifado e prestação de serviços do Setor de Atendimento ao
Público e as atividades administrativas realizadas pelo Setor de
Administração e Finanças.
- Setor de Atendimento ao Público: Realiza o atendimento ao
público visitante do parque e a venda de ingressos e material de
divulgação institucional, além de oferecer o serviço de guarda-
volumes.
- Setor de Administração e Finanças: Realiza o serviço de
tesouraria, controle de receitas, efetua pedidos de liberação de
recursos, e aquisição de materiais e serviços através de dispensa
eletrônica.
Seção de Educação Ambiental: Atua no desenvolvimento da
conscientização e sensibilização quanto à importância da preservação do
meio ambiente, através de atividades educativas e recreativas com
escolas e outras entidades, usando temáticas expositivas e didáticas,
Pl an o s En g en h ar ia 29
realizando um trabalho inclusivo da comunidade escolar e do público em
geral.
2.3.3.3 Divisão de Reserva Florestal
Coordena e supervisiona serviços na Reserva Florestal Padre Balduíno Rambo.
Função Quantidade
Médico Veterinário 2
Biólogo 3
Agrônomo 1
Técnico de Análise Clínicas 1
Técnico Agrícola 1
Técnico em Educação
1
Ambiental
Técnico em Edificações 1
Setor de Nutrição 4
Tratadores 36
Vigilante 4
Servente 3
Pintor 1
Jardineiro 3
Instalador Hidráulico 1
Tratorista 1
Serrador 1
Atendente 11
Administrativo 7
Total 82
2.3.1 Visitação
Está aberto à visitação de terça a domingo, das 08h30 às 17h00 e recebe, em média,
500 mil visitantes anualmente. Seu tíquete de entrada é de R$ 10,00 para entrada inteira
e R$ 5,00 para meia-entrada (idosos e crianças). Aceita-se apenas dinheiro. O parque
cobra pela entrada de veículos, de acordo com a Tabela 2.
Importante ressaltar que trabalhar com vendas de ingresso apenas presencial, diminui
a comodidade do visitante e aumenta a despesa com pessoal destinado a vendas.
Adicionamos que quando a bilheteria aceita apenas dinheiro aumentam os riscos com
a segurança interna e externa.
Pl an o s En g en h ar ia 30
Tabela 2 – Cobrança pela entrada de veículos no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul
Veículos Preços
Automóveis R$ 50,00
Motocicletas R$ 20,00
Ônibus de excursão particular R$ 317,00
Ônibus de excursão escolar (dias úteis) R$ 74,50
Ônibus de excursão escolar (sábados,
R$ 174,50
domingos e feriados)
Micro-ônibus R$ 161,50
Kombi-Lotação/Van (até 12 pessoas) R$ 81,00
Van (13 pessoas ou mais) R$ 94,50
De acordo com documentos analisados, cedidos pelo Estado do RS, em 2014 apenas
28% das despesas do Zoológico eram custeadas com recursos próprios (bilheteria,
concessão de alimento e publicidade estática). Portanto, 72% de suas despesas são
subsidiadas com recursos do Estado.
A Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul declara ter em média 500 mil visitantes
por ano, como explicitado no processo nº 02023.000817/1990-11 da ficha de vistoria do
IBAMA, datada de 21 a 23 de janeiro de 2015.
2.3.2 Plantel
De acordo com o processo nº 02023.000817/1990-11 da ficha de vistoria do IBAMA,
datada de 21 a 23 de janeiro de 2015, o Parque Zoológico de Sapucaia do Sul possui o
registro no IBAMA nº 4106863 e declara ter um plantel com 921 animais, totalizando
150 espécies. Sendo a maior parte das espécies que habitam o Zoo é nativa do Brasil
e o grupo com maior representatividade é o das aves, com cerca de 577 indivíduos, que
podem ser apreciados. Elas são seguidas pelos herbívoros com 142 animais, conforme
a relação a seguir:
3
EMPLASA, 2017. Disponível em: https://www.emplasa.sp.gov.br/RMS
4
Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul. Disponível em: http://www.atlassocioeconomico.rs.gov.br/regiao-
metropolitana-de-porto-alegre-rmpa.
Pl an o s En g en h ar ia 31
Grupos IX e X: Répteis, Anfíbios, Invertebrados e Insetário: 84 indivíduos;
Grupos I e XI: Grandes e Pequenos Carnívoros: 16 indivíduos;
Grupo II: Megavertebrados: 10 indivíduos;
Grupo III: Herbívoros: 142 indivíduos;
Grupos XI e XII: Pequenos Carnívoros e Mamíferos Médios: 31 indivíduos;
Grupo IV: Primatas: 61 indivíduos.
A instituição realiza alguns intercâmbios com outras instituições. Contudo nada disso foi
documentado, impedindo portanto a avaliação desse processo.
O Zoológico possui muitos animais no “Setor Extra” pelos mais diversos motivos.
Animais no “Setor Extra” representam gastos sem retorno (alimentação, espaço físico,
mão de obra não especializada e mão de obra técnica, insumos, água luz e etc), visto
que o público não visita o Setor Extra e o animal ainda tem seu custo intrínseco. Além
disso, os recintos do “Setor Extra” são planejados para serem temporários, dessa forma
eles são menores e menos adequados para os animais.
2.3.3 Instalações
As áreas dedicadas aos Setores Extra, de Quarentena e Biotério não estão de acordo
com os parâmetros exigidos pelo IBAMA. Da mesma forma, o Setor de recepção de
animais (CETAS) funciona de forma precária e irregular.
Pl an o s En g en h ar ia 32
3 Benchmarking
5
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Disponível em: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/. Acessado
em Junho de 2017.
Pl an o s En g en h ar ia 33
Figura 10 – Mapa do Zoológico de Guadalajara
6
Zoológico de Guadalajara. Disponível em: http://www.zooguadalajara.com.mx/
Pl an o s En g en h ar ia 34
A gestão administrativa do Zoológico, a qual é uma instituição governamental
descentralizada, é gerida por um grupo de empresários da cidade de Guadalajara,
sendo este um modelo de gestão inovador e que se traduz em excelentes resultados.
O zoológico investe 17% do orçamento anual em publicidade. Do montante total
arrecadado ao ano, 26% é oriundo de ingressos, 39% de atrações e 6% das lojas de
souvenir 7. Possui pacotes diferenciados de entrada, contemplando as mais diferentes
atrações, formando pacotes promocionais “combos”,de acordo com o interesse do
visitante e passível de ser comprado antecipadamente pela internet. 8
Figura 11 – Pacotes promocionais no Zoológico de Guadalajara
7
Zoológico de Guadalajara. Disponível em: http://www.zooguadalajara.com.mx/_laravel_/public/transp/Art8-V/Art8-V-
C_Presup/Presupuesto2016.pdf
8
Zoologico de Guadalajara. Disponível em: http://www.zooguadalajara.com.mx/boletos
Pl an o s En g en h ar ia 35
Figura 12 – Souvenirs no Zoológico de Guadalajara
Pl an o s En g en h ar ia 36
Figura 14 – Pinguinário sendo esta uma atração paga à parte
Pl an o s En g en h ar ia 37
Figura 16 – Safári no Zoológico de Guadalajara sendo esta uma atração paga à parte
Pl an o s En g en h ar ia 38
3.1.2 Parque Zoológico de Huachipa, Lima, Peru
A capital do Peru tem quase 10 milhões de habitantes. É o centro econômico do país
com indústria e comércio, além de um forte turismo. A região metropolitana de Lima
detém 48% do PIB do país. 9
Figura 18 – Zoológico de Huachipa
9
Universidad Nacional Mayor de San Marcos. Disponível em: http://sisbib.unmsm.edu.pe/
10
Zoológico de Huachipa. Disponível em: www.zoohuachipa.com.pe
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Figura 19 – Valor do Ingresso no Zoológico de Huachipa
Pl an o s En g en h ar ia 40
Figura 21 – Parque de diversões, atração paga à parte
Pl an o s En g en h ar ia 41
Figura 23 – Loja de Souvenirs, atração paga à parte
Pl an o s En g en h ar ia 42
comercial e cultural do país. O terceiro setor representa 76% da economia da região
metropolitana de Buenos Aires. 11
Figura 25 – Zoológico de Temaikèn
A Fundação Temaikèn também conhecida como Bioparque Temaikèn, ocupa uma área de 34
hectares, na cidade de Belém de Escobar, a 50 km de Buenos Aires, Argentina.
Instituição de cunho privado que combina os conceitos de Jardim Botânico, Zoológico, Aquário
e Museus de História Natural e Antropologia, proporciona aos visitantes a contemplação de 3.500
animais em 358 espécies de animais selvagens.
Existem várias modalidades de compra, a qual estimula a venda de ingressos “on line”,
propiciando maior conforto e comodidade ao visitante, que resulta em menor investimento em
pessoal nas bilheterias para a instituição, maior segurança com a menor circulação de dinheiro
em espécie e uma melhor previsão de público visitante.
11
EasyExpat.com. Disponível em: www.easyexpat.com
12
Zoológico de Temakièn. Disponível em: http://www.temaiken.org.ar
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Figura 26 – Ingressos no Zoológico de Temaikèn
Pl an o s En g en h ar ia 44
Figura 28 – Cinema 360º, atração paga à parte
Pl an o s En g en h ar ia 45
Figura 30 – Parque das aves, atração paga à parte
Pl an o s En g en h ar ia 46
foi criada em 1991, que além do Jardim Zoológico, existente desde 1959, o Jardim
Botânico foi incorporado a Fundação em 1991. A Fundação Zoo Botânica de Belo
Horizonte também é composta pelo Parque Ecológico da Pampulha. O Jardim Zoológico
e Jardim Botânico é a terceira maior área verde pública de Belo Horizonte, e recebe,
anualmente, cerca de 1 milhão de pessoas.
Possui a Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica. Paga-se uma anuidade de
R$ 60,00 (individual ou R$ 120,00) família e isenta-se do pagamento do tíquete de
entrada.
Figura 32 – Sociedade dos Amigos da Fundação Zoobotânica
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Figura 34 – Borboletário, atração paga à parte.
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Figura 36 – Resumo das características do Zoológico de Belo Horizonte.
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Figura 38 – Atividades oferecidas pelo Zoológico de Brasília.
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No que concerne ao zoológico, mantém as seguintes atrações:
Ilha dos macacos: O local é um arquipélago estruturado por 11 ilhas, ligado ao
centro de primatologia, espaço de estudos que inclui uma maternidade.
Mundo dos cavalos: onde ficam os animais que fazem parte dos shows do
parque. É permitido que crianças e adultos montem em alguns cavalos e pôneis.
Passarela dos tigres: setor que abriga os tigres, leões e onças-pintadas do
parque. A área conta com uma passarela elevada que permite observar com
facilidade e segurança os animais em seus recintos.
Palácio das serpentes: Construção onde o visitante pode visualizar cobras e
serpentes de diversas espécies do Brasil e de outros países.
Mundo Mágico das Aves: O Mundo Mágico das Aves é um imenso viveiro no
qual o visitante pode entrar e observar de perto algumas das diversas espécies
de aves que vivem no parque.
Mamães e filhotes: O contato com os animais do parque fica ainda mais intenso
com a possibilidade de interagir diretamente com os filhotes de animais.
Crianças e adultos podem comprar as mamadeiras de leite e amamentar os
animais. É uma ótima oportunidade de proporcionar uma nova e encantadora
experiência para as crianças. A atração funciona diariamente das 15h00 às
15h30 e cada mamadeira custa R$ 2,00.
Figura 40 – Oficina de Observação de Aves no Zoológico de Brasília.
13
Beto Carrero Zoo. Disponível em: http://www.betocarrero.com.br/.
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Figura 41 – Resumo das características do Beto Carrero Zoo.
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Figura 43 – Tabela de Preços do Zoológico de Pomerode
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Figura 44 – Resumo das características do Zoológico de Pomerode.
14
Aquário de São Paulo. Disponível em: www.aquariodesp.com.br
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Figura 46 – Restaurante do Aquário de São Paulo, cobrado à parte.
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Figura 49 – Aquário Abaixo de Zero, cobrado à parte.
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Tabela 3 – Tabela comparativa de Zoológicos no Brasil.
Belo Beto
Sapucaia RioZoo Sorocaba Pomerode Brasília
Horizonte Carrero
Staff 83 85 60 300 50 45 95
População na
Região 4.000.000 10.000.000 1.000.000 6.000.000 500.000 1.500.000 3.500.00
Metropolitana
Importante frisar que o staff de um zoo é bastante variável, dependendo dos serviços
prestados e das atrações sazonais.
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4 Matriz de Riscos
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Tabela 4 – Riscos da licitação
I – RISCOS DA LICITAÇÃO
Impossibilidade de
Inviabilidade financeira da formulação de propostas Poder Previsão de investimentos adequados, cuja execução poderá ser amortizada durante o prazo da
Concessão econômicas exequíveis. Concedente Concessão.
Licitação
I. 1
deserta
Alocação razoável de obrigações à concessionária, que poderão ser custeadas e financiadas em
condições de mercado;
Impossibilidade de Direito de saída, a ser utilizado pelo Poder Concedente ou pela Concessionária, caso não se
Dificuldades de financiamento do execução dos contrate financiamento nos prazos indicados pelo contrato.
Compartilhado
empreendimento investimentos previstos
no contrato.
Declaração, pelo particular, de que dispõe de capacidade financeira para tomar os investimentos
previstos para a Concessão.
A não obtenção de financiamento por culpa do particular ensejará sua responsabilização nos
termos do contrato.
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I – RISCOS DA LICITAÇÃO
Custos de reelaboração
e republicação do Edital.
Divisão razoável dos riscos, aliada à garantia do equilíbrio econômico da Concessão nos casos
Agressividade na transferência de Poder
em que o fator de risco não poder ser manejado pela Concessionária (ex. força maior,
riscos. Concedente
Inexequibilidade do circunstâncias imprevisíveis etc).
Contrato e necessidades
de aditivos contratuais.
Realização de propostas Inexequibilidade do Poder Previsão de cláusula de saída passível de ser acionada pelo Poder Concedente.
irresponsáveis ou irrealistas Contrato. Concedente
Seleção de Previsão contratual de aplicação de multas para o caso de inexecução de obrigações assumidas.
propostas
I. 2
aventureiras e
inexequíveis. Especificação dos casos de reequilíbrio, atribuindo-se ao particular os riscos provenientes de sua
proposta.
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I – RISCOS DA LICITAÇÃO
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Tabela 5 – Riscos dos projetos de engenharia
Erro na orçamentação
por parte dos
licitantes. Realização de consulta pública.
Retrabalho na
elaboração dos
projetos.
Erros nos elementos do projeto Aumento dos custos
básico apresentados pelo de implantação. Concessionária
Poder Concedente.
Atraso na conclusão Os elementos de projeto básico disponibilizados na licitação são meramente referenciais,
da implantação. sendo obrigação da concessionária verificar, no momento de elaboração de sua proposta,
Maiores dificuldades todos os dados e informações contemplados neste documento.
Erros de projeto na elaboração do
II.1 projeto da Concessão.
de engenharia.
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II – RISCOS DOS PROJETOS DE ENGENHARIA
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Tabela 6 – Riscos de construção
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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO
Fiscalização das obras pelo Poder Concedente, que não exime a Concessionária de suas
responsabilidades quanto à execução eficiente do empreendimento.
Interferências em estruturas de
outros serviços públicos, tais
como, mas sem se limitar a, Custos adicionais.
fibra ótica, dutos de água Atraso na conclusão Concessionária Obrigação da Concessionária executar levantamento cadastral detalhado na assumpção
pluvial, canal de esgoto, dutos das obras.
de gases, dutos de petróleo,
dutos de energia.
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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO
Custos de
compatibilização do
modelo de negócios da
Concessinária para o
parque zoológico com
sítios arqueológicos.
Interferências em eventuais Interlocução com os Poder Identificação do risco na cláusula dedicada à recomposição do equilíbrio econômico-
sítios de valor histórico, cultural órgãos competentes. Concedente financeiro.
ou arqueológicos.
Atraso e aumento dos
custos da implantação.
Atraso no início da
operação e
recebimento de
receitas.
Realização de
investimentos
Impactos decorrentes do imprevistos para
atendimento de condicionantes viabilização das obras. Na hipótese da exigência, pelo órgão competente, de quantitativos ou qualitativos
adicionais exigidas pelos Poder suplementares para a emissão de autorização ou de licença, a Concessionária deverá
Atraso e aumento dos
órgãos ambientais competentes custos. Concedente cumpri-las, fazendo jus à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.
para a emissão de autorização
Atraso no início da
ou licença. operação e
recebimento de
receitas
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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO
Refazimento dos Concessionária é responsável pelas melhorias no parque zoológico, assim como pelos
trabalhos.
custos e atrasos decorrentes de erros cometidos em sua execução.
Atraso no cronograma.
Aumento dos custos.
Erro na execução das obras do
Insegurança das Concessionária
parque zoológico.
estruturas.
Atraso no início da
operação e
recebimento de Obrigatoriedade de Seguros de Riscos de Engenharia.
receitas
Concessionária assume os riscos de força maior ou caso fortuito se, ao tempo de sua
Caso Fortuito e Força Maior. Atraso nas obras.
ocorrência, corresponder a um risco segurável no Brasil ao tempo de contratação do plano
Acionamento dos Compartilhado
de seguros obrigatórios, até o limite de valor determinado no Contrato, independentemente
seguros obrigatórios. de a Concessionária ter contratado tais seguros.
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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO
Na ocorrência de caso fortuito ou força maior cujas consequências não sejam cobertas pelo
valor segurado ou correspondam a eventos não seguráveis no Brasil à época da
contratação do plano de seguros obrigatórios, cabe a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro do Contrato em favor da Concessionária.
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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO
Atraso no início da
operação e
recebimento de
receitas. Previsão de que a Concessionária não suportará os custos e penalidades decorrentes de
atrasos fundados em inércia ou atraso do Poder Concedente, assegurando-se o direito ao
reequilíbrio econômico-financeiro caso esta hipótese se concretize.
Interferência e alterações Realização de Mecanismos contratuais de limitação de interferências unilaterais do Poder Concedente,
solicitadas pelo Poder investimentos com previsão de recomposição em favor da Concessionária para neutralizar os efeitos das
imprevistos. Poder
Concedente. Concedente alterações eventualmente impostas.
Atraso e aumento de
custos.
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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO
no parque
zoológico.
Possibilidade de execução da garantia de cumprimento do Contrato na hipótese de
inexecução contratual.
Realização de greve e outras Atraso no cronograma. Concessionária deverá suportar todos os custos decorrentes da realização de greves por
manifestações do setor de Concessionária
Realização de seus funcionários.
construção.
negociações coletivas
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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO
com entidades
sindicais.
Atrasos no
cronograma. Previsão de seguros obrigatórios para mitigar este risco.
Impacto na
remuneração da
Concessionária.
Demora na realização da Estabelecimento de prazo para manifestação do Poder Concedente, cuja aprovação
vistoria e nos procedimentos de Atrasos no poderá também se dar de forma tácita, na hipótese de silêncio da Administração.
recebimento provisório e/ou cronograma.
Poder
definitivo, pelo Poder Impacto na Concedente
Atraso na Concedente, das obras sob remuneração da
aceitação das responsabilidade da Concessionária. Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato se demonstrado que
obras de Concessionária. houve impacto decorrente de eventual atraso do Poder Concedente.
III.4 responsabilid
ade da
Concessionár Não atendimento, pela
ia. Atrasos no
Concessionária, das normas de Previsão de penalidades.
cronograma.
construção, do IBAMA e de
Impacto na Concessionária
outras que sejam pertinentes
às atividades do parque remuneração da
Previsão da obrigação de a concessioária observar a regulamentação vigente que incida
Concessionária.
zoológico. sobre as obras a serem executadas no parque zoológico..
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III – RISCOS DE CONSTRUÇÃO
Necessidade de
reconstrução. Índice de desempenho apropriado para a garantia de qualidade.
Problemas Exigência de atestação de execução de obras com objeto similar durante a licitação ou que
construtivos. a futura Concessionária exija atestação adequada para contratar (compatível em
Necessidade de quantidade e escopo).
reconstrução.
Erros na execução das obras. Atrasos no Concessionária
cronograma. Índice de desempenho apropriado para garantia de qualidade.
Aumento de custos.
Aplicação de penalidades.
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Tabela 7 – Riscos na fase de operação
Impacto na remuneração
da Concessionária.
Atraso nas obras. Ver item III.2, acima.
Aumento dos custos de
operação.
Para aquelas licenças que estejam sob a responsabilidade ou raio de ação do Poder
Concedente, ele deverá reequilibrar o Contrato em razão de desequilíbrios originados na
Atraso no licenciamento Impossibilidade de início demora da análise e aprovação, assim como pela recusa imotivada, de licenças e
ambiental e na obtenção de da operação, com o autorizações solicitadas, desde que se comprove que a Concessionária cumpriu suas
autorizações necessárias à respectivo incremento obrigações de modo diligente.
dos custos para a sua Compartilhado
operação do
realização.
parque.zoológico
A Concessionária será responsável pelos atrasos oriundos do não cumprimento das
Atraso no início Impacto na remuneração
IV.1 da Concessionária. exigências dos órgãos competentes ou pela não obtenção, por sua culpa, das licenças ou
da operação. autorizações necessárias às obras, bem como de atividades alternativas,
complementares e de projetos associados.
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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO
serviços
prestados pela Aumento dos custos de Concessionária é responsável pela realização de investimentos para atender aos
Concessionária operaração. indicadores de desempenho.
. Serviços de má qualidade
Necessidade de novos
prestados pela investimentos para o
Concessionária.. atendimento dos
parâmetros de Previsão de pesquisa de satisfação dos usuários e canais de comunicação.
desempenho.
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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO
Investimentos adicionais
para a manutenção
corretiva e preventiva dos
bens, mantendo-os em
Baixa qualidade dos bens. conformidade com os Concessionária
níveis de qualidade
determinados no Padrões de qualidade mínimos exigidos para os bens da Concessão.
Contrato.
Aquisição de novos bens.
Perecimento ou
IV. destruição dos
Obrigação de os bens da Concessão reverterem ao Poder Concedente com determinado
4 bens da
padrão de qualidade e prazo de vida útil.
Concessão.
Má utilização pelos vistitantes Concessionária conserva responsabilidade pela segurança e integridade dos bens da
Investimentos adicionais Concessionária
do parque zoológico. para a manutenção Concessão, assim como pelos custos decorrentes de danos a estes ativos.
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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO
Previsão de seguros obrigatórios para a mitigação dos custos provenientes de danos aos
bens da Concessão.
Indenizações por
Insegurança de acidentes ou danos a
equipamentos e atrações do terceiros. Falha na segurança dos usuários é penalidade de alta gravidade.
Parque Zoológico. Concessionária
Restrições na operação.
Insegurança Sanções dos órgãos
IV. dos visitantes competentes. Contratação de seguros e garantias.
5 do parque
zoológico.
A concessionária responderá pelos danos causados a usuários que tenham sido
motivados por insegurança de equipamentos e atrações do parque.
Responsabilização por
Falta de treinamento acidentes ou danos a Concessionária é responsável pelo adequado treinamento de seus fucionários,
adequado do pessoal da terceiros. Concessionária assumindo responsabilidade objetiva por danos causados a terceiros por falhas destes
Concessionária. últimos.
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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO
Necessidade de novos
investimentos em razão do
aumento do número de Aumento dos A Concessionária assume o risco de o projeto desenhado por ela não atender a demanda
Concessionária
visitantes além da investimentos. de visitantes ao longo da Concessão.
capacidade projetada do
IV. parque zoológico.
Demanda
6
A Concessionária deverá considerar em sua proposta econômica as gratuidades já
existentes e aquelas que, por iniciativa própria, desejar instituir no zoológico.
Liberalidade na cobrança do
valor do ingresso Diminuição das receitas Poder
(estabelecimento de novas da Concessionária. Concedente
O Poder Concedente reequilibrará o contrato no caso de instituição, após a assinatura do
isenções / gratuidades)
contrato, de novas gratuidades – não previstas originalmente.
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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO
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IV – RISCOS NA FASE DE OPERAÇÃO
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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO
Mudanças Exigência por parte do Poder Impacto na operação. Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato, salvo se esta
IV.1 nos padrões Concedente de novos padrões Poder
mudança decorrer da repactuação contratual realizada no bojo da revisão ordinária do
2 de de desempenho, não previstos Despesas adicionais. Concedente
contrato.
desempenho. originalmente no Contrato..
Indicadores de desempenho
Obsolência
iniciais perdem a eficácia com o Impacto na operação.
dos Obrigação de reelaboração dos parâmetros de desempenho mediante termo aditivo,
IV.1 transcorrer do tempo, Poder
Indicadores assegurado o direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato nos
3 demandando readequação Despesas adicionais. Concedente
de casos em que esta recpatuação não decorrer de revisão ordinária do contrato..
para a manutenção da
desempenho.
qualidade dos serviços.
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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO
Impossibilida
de de Direito à recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do Contrato.
Manifestações de civis/usuários Impacto na operação.
abertura do
IV.1 que impeçam o funcionamento
Parque e de Compartilhado
4 e a cobrança de ingresso do Aumento dos custos.
cobrança de (Sugestão: determinar um limite que a Concessionária suporte e acima deste limite o Poder
Parque Zoológico.
tarifas junto Concedente reequilibra o Contrato)
ao público
Sofrimento animal.
Os animais do parque
zoológico não são tratados Perda de licenças Obrigação da Concessionária de manter indene o Poder Concedente em relação a
Operação operacionais. eventual responsabilidade solidária com relação a conservação do meio ambiente e do
corretamente.
IV.1 inadequada bem-estar dos animais.
Impossibilidade de Concessionária
6 do parque cobrança de tarifa.
zoológico.
Bens da concessão não são Sanções Fiscalização pelo Poder Concedente das questões quanto a conservação do ambiente e
conservadas adequadamente. administrativas pelos tratamento dos animais, que não exime a concessionária de suas responsabilidades.
órgãos ambientais.
Má reputação para o
IV.1 Fuga de Má conservação das grades de parque zoológico. A concessinária será obrigada a manter procedimento para fugas de animais pré-
Concessionária
7 Animais proteção dos animais. estabelecido.
Divulgação de
insegurança nas redes
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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO
Queda na receita da
Concessionária.
Danos a usuários ou a A Concessionária deverá disponibilizar equipe capacitada e dotada dos equipamentos
terceiros.
necessários a conter a situação emergencial relativa a fuga de animais.
Pl an o s En g en h ar ia 82
RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO
Epidemias;
Morte ou danos A concessionária será obrigada a manter os habitáculos dos animais em condições
Contaminação do zoológico por irreversíveis ao plantel. sanitárias e biologicamente adequadas;
Enfermidades agentes biológicos causadores
IV.2 Risco de transmissão
no plantel de de patologias (vírus, fungos, de doenças à Concessionária
1
animais bactérias, etc.) população.
A Concessionária será obrigada a fornecer tratamento e acompanhamento veterinário
Contração de doenças Intervenções dos periódico aos animais integrantes de seu plantel.
correntes e ordinárias. órgãos de saúde para
Pl an o s En g en h ar ia 83
RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO
evitar contaminações
da população. A Concessionária será obrigada a contribuir e a observar as recomendações dos órgãos
competentes em caso de contaminação de seu plantel por doenças que possam ser
transmitidas a humanos.
Alimentação nutricionalmente
inadequada dos animais; A Concessionária será responsável por estabelecer uma dieta e uma rotina alimentar
Inadequação Obesidade de animais. adequada para cada espécie de animal integrante de seu plantel, respondendo pelas
Escolha de alimentos
da dieta inadequações desta última.
IV.2 incompatíveis com a rotina Disfunções nutricionais. Concessionária
alimentar do
3. alimentar recomendada
Plantel de Risco à saúde dos
paracada espécie;
Animais animais. Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos
Não observância dos períodos animais e à manutenção do plantel
de alimentação dos animais;
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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO
Falta de
Aquisição em quantidade A Concessionária será responsável por assegurar o bem estar dos animais situados no
alimentos ou
insuficiente de alimentos; Não cumprimento da Zoológico, garantindo a estes água e alimentação em quantidade suficiente para suprir
de Água para
dieta alimentar e de suas necessidades biológicas,
IV.2 Dessedentaç Aquisição ou fornecimento de dessedentação dos Concessionária
4. ão, água em volume insuficiente animais.
hidratação e para a dessedentação e Sofrimento animal. Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos
higienização higienização dos animais. animais e à manutenção do plantel
dos Animais
Inadequação Não realização de perícia post A Concessionária é responsável pela gestão do plantel de animais, devendo observar
da mortem adequada; todas as obrigações relativas a sua adequada manutenção em vida quanto as obrigações
Contaminação do solo.
IV.2 destinação Destinação a áreas não necessárias a sua adequada disposição após a morte.
Sanções ambientais e Concessionária
5. de animais capacitadas para o
que faleçam contratuais.
recebimento de cadáveres
no Zoológico animais.
Falha ou ausência de A Concessionária deverá assegurar a segurança de todos os animais integrantes do plantel
Furto de equipamentos de segurança Dano aos animais. por meio de equipamentos de segurança e de equipe qualificada para tanto.
IV.2 animais
Ausência ou falha da equipe de Obrigações de novos Concessionária
7 integrantes investimentos para
segurança
do Plantel reposição do plantel. Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos
animais e à manutenção do plantel
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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIA ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO
Falha no cumprimento ou não É obrigação da Concessionária assegurar o bem estar dos animais, sendo de sua
Morte de observância das normas de Obrigação de reposição responsabilidade qualquer dano que leve a morte por causas não naturais destes animais.
IV.2 animais por do plantel de animais.
segurança dos animais. Concessionária
8. causas não Responsabilidade
naturais Má utilização do Zoológico ambiental. Previsão de indicadores de desempenho específicos relacionados ao bem estar dos
pelos usuários animais e à manutenção do plantel
Insatisfação dos Previsão contratual de intervenção e de caducidade por má performance medida por um
IV.3 usuários. sistema de mensuração de desempenho.
Queda na
0 qualidade do Gestão inadequada. Redução da quantidade Concessionária
serviço. de visitantes e da
rentabilidade da
Concessionária.
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Tabela 8 – Riscos econômico-financeiros
V – RISCOS ECONÔMICO-FINANCEIROS
Inflação nos preços dos Necessidade de aportar Concessionária deverá suportar a variação dos preços dos insumos.
recursos próprios
insumos relacionados às obras
adicionais ou de obtê-los
de melhoramentos e ampliação em mercado para Concessionária
da infraestrutura do parque suportar as obrigações
zoológico. assumidas perante
fornecedores e para a
execução da Concessão.
Aumento do valor, em
Falta de Reais, da parcela do
retorno Variação cambial. financiamento a ser paga Concessionária Risco de variação cambial será expressamente alocado à Concessionária no Contrato.
pela Concessionária.
econômico
V.1
dos Aumento dos custos.
investimentos
realizados. Redução do retorno
Custos excessivos de execução
econômico projetado pela Concessionária Particular é responsável pelos custos inerentes à Concessão.
do projeto.
Concessionária.
Investimentos adicionais Poder Concedente responde pelos riscos nos termos da cláusula rebus sic stantibus,
Imprevisões, álea econômica para suportar os Poder assumindo os custos decorrentes daquilo que extraordinariamente sobejar os riscos
extraordinária. acontecimentos Concedente ordinários atrelados às obrigações descritas no objeto do Contrato e na repartição de
extraordinários. riscos nesse estabelecida.
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V – RISCOS ECONÔMICO-FINANCEIROS
Frustração de receitas
Erros do plano de negócios projetadas.
apresentado pela Custos adicionais para a Concessionária Concessionária conserva os riscos pelos planos de negócios apresentados.
Concessionária. implantação do plano de
negócios.
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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO
Falta de
atualização Redução do valor real da
Diminuição das receitas Previsão de reajuste anual automático do valor máximo a ser cobrado, caso ele venha a
V.4 monetária da remuneração da Compartilhado
da Concessionária. ser estabelecido contratualmente
tarifa do valor do Concessionária.
ingresso.
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RISCO CAUSAS DO RISCO CONSEQUÊNCIAS ALOCAÇÃO MITIGAÇÃO/TRATAMENTO
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Tabela 9 – Riscos Institucionais
VI – RISCOS INSTITUCIONAIS
Imposição de alterações
Aumento imprevisto dos
unilaterais, pelo Poder custos de projeto/ Poder Concedente responderá pelas alterações unilaterais que impuser à
Poder
Concedente, quanto às engenharia e operação Concessionária, assegurando-se o direito ao reequilíbrio econômico-financeiro da
Concedente
obrigações da da do parque zoológico. Concessão ao particular..
Concessionária.
Demora na solução de
Lentidão, falta de controvérsias e adoção Adoção de arbitragem e de sistema amigável de solução de controvérsias.
Jurídico e de decisões
VI.2 especialização técnica e Compartilhado
Judicial. tecnicamente
falhas na jurisdição.
inadequadas.
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VI – RISCOS INSTITUCIONAIS
Alterações na regulação
aplicável à Concessão ou, Incumbe à Concessionária executar o Contrato conforme a legislação e regulação
ainda que não aplicáveis, setorial incidentes sobre o projeto, mudanças normativas posteriores à assinatura do
Custos adicionais. Compartilhado
que afetem a execução de Contrato que imponham aumento dos custos ensejam o direito ao reequilíbrio
seu objeto. econômico-financeiro.
Regulatório e
VI.3
legislativo.
Impactos tributários (ex.
Alteração da carga tributária enseja reequilíbrio econômico-financeiro, exceto os tributos
alterações legais, risco da Aumento dos custos de
Compartilhado sobre a renda.
modelagem tributária). construção e operação.
Decretação da caducidade
da Concessão por Estalbecimento de procedimentos para o monitoramento e para a avaliação do
insuficiência de Extinção do Contrato. Concessionária desempenho operacional da Concessionária, acompanhado de definição de regras que
desempenho da disciplinarão o término antecipado por insuficiência de desempenho..
Concessionária.
Término
VI.4
antecipado. Rescisão contratual Extinção do Contrato. Previsão de critérios e procedimentos para reembolso da parcela dos investimentos não
Compartilhado
consensual. amortizados ou depreciados.
Intervenção por Disciplina contratual da possibilidade de intervenção, com a definição estrita das
Descumprimento Descumprimento de Custos adicionais. hipóteses em que esta poderá ocorrer..
VI.5 do Contrato por condições contratuais pela Concessionária
Parte da Concessionária. Litigiosidade.
Previsão da possibilidade de execução da garantia da proposta em razão do
Concessionária. inadimplemento contratual.
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VI – RISCOS INSTITUCIONAIS
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Tabela 10 – Riscos ambientais e sociais
Existência de
Erosões, escorregamento, Atrasos no cronograma.
Processo de
VII.1 desagregação superficial, Concessionária
Desestabilização Aumento de custos. Exigência de observância às normas ambientais.
queda de blocos, recalque.
dos terrenos.
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VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS
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VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS
Inadequação da
armazenagem e
destinação de
Resíduos e Sanções ambientais.
Efluentes A Concessionária será responsável pela correta destinação de todos os resíduos sólidos
Não tratamento prévio dos Obrigação de
VII.6 Hospitalares, investimentos para o Concessionária e efluentes produzidos durante a operação do Zoológico que demandem tratamento
resíduos e efluentes
Laboratórios ou cumprimento das prévio a sua destinação final..
outros que exigências ambientais.
demandem
tratamento
prévio
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VII – RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS
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5 Modelo de Negócios
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Secretaria Ambiente e
Desenvolvimento
Sutentável
(Poder Concedente)
Concessionária
Acionistas
Usuário
Financiador
Seguradoras
Tendo em vista que ao longo da execução contratual podem surgir contratempos que
ocasionem danos e perdas materiais, é recomendável a utilização de seguros para a
mitigação de riscos.
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O contrato de Concessão deverá prever que a Concessionária mantenha em vigor, a
partir do início até o término da Concessão, apólices de seguro que cubram o valor
integral dos equipamentos, instalações, sistemas e outros bens móveis vinculados à
Concessão. O Subcapítulo 5.1 descreve os seguros usualmente exigidos em contratos
de concessão.
Pl an o s En g en h ar ia 100
5.1.3.1 Seguro de responsabilidade civil
Cobertura referente à responsabilidade civil da Concessionária e/ou Poder Concedente,
por danos causados, inclusive custos processuais e outras despesas que atinjam a
integridade física e patrimonial de terceiros, decorrentes da implantação do Projeto de
Concessão do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul.
O prazo de vigência do seguro deve cobrir todo o período de vigência do contrato de
Concessão.
5.1.3.2 Seguro de risco operacional do tipo all risks
Cobertura de avarias, perdas e danos de materiais decorrentes de acidentes de origem
súbita e imprevista, causados aos bens de propriedade ou posse da Concessionária.
O prazo de vigência do seguro deve cobrir todo o período de vigência do contrato de
Concessão, sendo que o valor segurado dependerá dos riscos inerentes ao Projeto.
Pl an o s En g en h ar ia 101
Figura 52 – Grupo de Indicadores de Desempenho
Pl an o s En g en h ar ia 102
Figura 54 - Quadro de Indicadores: Indicador de Segurança
Pl an o s En g en h ar ia 103
O IQL, que corresponde a um índice técnico de qualidade, será apurado
quantitativamente por meio de dados e métricas relacionados à qualidade da
infraestrutura e dos serviços.
O IQL é dado pela avaliação dos seguintes sub-indicadores:
Operacionalidade – OPL
Serviço dos Animais – ANI
Satisfação dos usuários
O Indicador de Qualidade (IQL) será apurado por meio dos sistemas de informação que
serão implantados pela concessionária para gerenciamento da infraestrutura concedida
e dos serviços prestados, e também através de inspeções in loco, realizadas
aleatoriamente e por amostragem estatística representativa.
Deverá ser elaborado pela concessionária e submetido à aprovação do Poder
Concedente, em um prazo de até 45 dias anterior ao início da operação plena, relatório
contendo as definições de amostragem, freqüência e método de abordagem, bem como
das datas e horários de inspeção, entre outros pontos que se relacionem aos demais
aspectos operacionais e que serão analisados durante a avaliação dos indicadores.
Sub-indicador Peso
Pl an o s En g en h ar ia 104
O sub-indicador de Satisfação dos Usuários – USU é destinado a avaliar a qualidade
dos serviços prestados aos usuários do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, conforme
pesquisa de satisfação dos usuários a ser realizada pelo Poder Concedente.
Abaixo são apresentados as métricas de apuração para os subindicadores
mencionados acima.
Pl an o s En g en h ar ia 105
atividades desempenhadas, ocorrências, tratamento de falhas e incidentes, lições
aprendidas, nível de serviço desempenhado e ações de melhoria.
O ISE é dado pela avaliação dos itens correlacionados, formado pelos sub-
indicadores:
Incidentes com Usuários – INC
Acidentes com Funcionários e Prestadores de Serviço - IAF
Manutenção das Instalações de Apoio – MAN
O Indicador de Segurança (ISE) será apurado por meio dos sistemas de informação que
serão implantados pela concessionária para gerenciamento da infraestrutura concedida
e dos serviços prestados, e também através de inspeções in loco, realizadas
aleatoriamente e por amostragem estatística representativa.
Deverá ser elaborado pela Concessionária e submetido à aprovação do Poder
Concedente, em um prazo de até 45 dias anterior ao início da operação plena, relatório
contendo as definições de amostragem, freqüência e método de abordagem, bem como
das datas e horários de inspeção, entre outros pontos que se relacionem aos demais
aspectos operacionais e que serão analisados durante a avaliação dos indicadores.
Tabela 13 - Critério para definição do indicador de segurança
Sub-indicador Peso
Incidentes com Usuários – INC 10%
Acidentes com Funcionários - IAF 10%
Manutenção das Instalações de Apoio – MAN 10%
Pl an o s En g en h ar ia 106
Tabela 14 - Métrica para apuração dos subindicadores de segurança
Form a de Nota
Subindicador Avaliação Racional
Medição 1 2 3 4
1) Relatório de 4 – inexistência de incidentes graves envolvendo usuários do
Ocorrência de
ocorrências da zoológico, no período apurado
incidentes graves
concessionária, 3 – até 1 (um) incidente grave envolvendo usuários do
envolvendo Quantidade de
Incidentes com 2)sistema de zoológico, no período apurado
usuários, incidentes
Usuários (INC) reclamações dos 2 – até 2 (dois) incidentes graves envolvendo usuários do
inclusive entre constatados
usuários e zoológico, no período apurado
usuários e
3)verificação in 1 – mais de 2 (dois) incidentes graves envolvendo usuários do
animais
loco zoológico, no período apurado
Ocorrência de 1) Relatório de 4 – inexistência de acidentes graves envolvendo funcionários e
acidentes graves ocorrências da prestadores de serviço do zoológico, no período apurado;
de trabalho, concessionária, 3 – até 1 (um) incidente grave envolvendo funcionários e
envolvendo Quantidade de 2) sistema de prestadores de serviço do zoológico, no período apurado;
Incidentes com
funcionários e acidentes registro do
Funcionários (IAF) 2 – até 2 (dois) incidentes graves envolvendo funcionários e
prestadores de constatados Ministério do
prestadores de serviço do zoológico, no período apurado;
serviço, inclusive Trabalho e
entre esses e 3) verificação in 1 – mais de 2 (dois) incidentes graves envolvendo funcionários
animais loco e prestadores de serviço do zoológico, no período apurado.
Pl an o s En g en h ar ia 107
Tabela 15 - Métrica para apuração dos subindicadores de sustentabilidade
socioambiental
Form a de Nota
Subindicador Avaliação Racional
Medição 1 2 3 4
4 - se não houver descumprimento de nenhum dos
compromissos previstos no programa de educação
ambiental, ou se os descumprimentos forem sanados no
Constatação de
Implantação do prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua
descumprimento Relatório da
programa de verificação
dos compromissos concessionária, 3 – até 2 (dois) eventos de descumprimento de
educação
Sustentabilidade assumidos pela sistema de compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
socioambiental
socioam biental concessionária em reclamações dos contados de sua verificação
elaborado pela
(ISS) seu programa de usuários e 2 – até 3 (três) eventos de descumprimento de
concessionária
educação fiscalização in compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
e aprovado pelo
socioambiental loco contados de sua verificação
Poder Público
(ISS1)
1 – mais de 3 (três) eventos de descumprimento de
compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
contados de sua verificação
4 - se não houver descumprimento de nenhum dos
compromissos previstos no programa de educação
ambiental, ou se os descumprimentos forem sanados no
prazo máximo de 30 (trinta) dias contados de sua
verificação
Serviço de Equipe 3 – até 2 (dois) eventos de descumprimento de
1 Educador para compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
de Apoio
cada 100 contados de sua verificação
Educacional
usuários
(ISS2) 2 – até 3 (três) eventos de descumprimento de
compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
contados de sua verificação
1– mais de 3 (três) eventos de descumprimento de
compromissos além do prazo máximo de 30 (trinta) dias
contados de sua verificação
Manual Primeiro em até 6
Socioambiental meses e 1 4 – Sim; 1 - Não
(ISS3) revisão anual
Elaboração do Plano
Primeiro em até 6
de Educação
meses e 1 4 – Sim; 1 - Não
Socioambiental
revisão anual
(ISS4)
Pl an o s En g en h ar ia 108
Tabela 16 – Métrica para apuração do indicador de performance financeira
Form a de
Subindicador Avaliação Racional Atendim ento Obrigatório
Medição
Pl an o s En g en h ar ia 109
5.3.1 Situação Orçamentária do Estado do Rio Grande do Sul
De acordo com a Lei Orçamentária Anual publicada em 1º de dezembro de 2016
referente ao ano de 2017 está prevista uma receita total para o ano de 2017 de R$
62.739.431.383,00. De acordo com os dados disponibilizados pelo site da
Transparência do Rio Grande do Sul, até o mês de Outubro, as receitas acumuladas
são superiores aos gastos do mesmo período, respeitando o orçamento previsto na Lei
Orçamentária Anual. Além disso observa-se que o estado do Rio Grande do Sul também
vem cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal e as diretrizes da Lei Diretrizes
Orçamentárias.
Figura 57 – Relação entre Receitas e Despesas do Estado do Rio Grande do Sul.
5,76
5,93
5,56 5,06
4,61 4,92
4,27 4,98 4,75 4,99
4,53 4,74 4,98
4,15
4,67
3,54
3,13 2,73
3,15 2,73
Fonte:Transparência RS.
Pl an o s En g en h ar ia 110
6 Análise de viabilidade econômico-financeira.
6.1 Metodologia
A metodologia utilizada para a avaliação econômico-financeira da Concessão do Parque
Zoológico foi o fluxo de caixa descontado e a TIR. Ambos os conceitos são amplamente
utilizados no mercado para avaliação de empresas e de projetos, balizando estudos de
viabilidade, compra, venda e abertura de capital de companhias, uma vez que permite
estimar o retorno esperado de um determinado empreendimento para o investidor.
Pl an o s En g en h ar ia 111
Figura 58 – Representação esquemática do cálculo do fluxo de caixa
Contas
Patrimoniais
Projetadas Depreciação,
Premissas, Investimentos e
Estudos e Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa
Variação no Livre Descontado
Projetos Demonstrativo Capital de Giro
de Resultado
Projetado
Fluxo de Caixa da
Operação
Fluxo de Caixa do
Projeto
Fluxo de Caixa do
Financiamento
Pl an o s En g en h ar ia 112
6.1.3 Metodologia de Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial
O objetivo da Taxa Interna de Retorno Referencial para este projeto é ter um balizador
para o programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas no Estado do Rio Grande
do Sul. Dessa forma, a TIR também foi utilizada como parâmetro para determinação da
Outorga.
A TIR referencial foi calculada de acordo com a metodologia utilizada em outros projetos
de concessão no país. O conceito utilizado para o balizamento da TIR é o de custo
médio ponderado de capital (WACC) conforme descrito abaixo:
WACC = E re + D rd
(E+D) (E+D)
Onde:
E= Capital Próprio
D= Capital de terceiros
re = Custo do capital próprio (CAPM)
rd = Custo do capital de terceiros depois dos impostos
re = Rf +β (Rm - Rf) + RB
Onde:
■ re é o custo de capital próprio;
■ Rf é a taxa livre de risco;
■ β é o beta do setor;
■ (Rm - Rf) é o prêmio pelo risco do mercado de referência; e
■ RB compreende o prêmio pelo risco Brasil.
Pl an o s En g en h ar ia 113
Rm - Prêmio de risco de mercado
Utilizou-se a taxa livre de risco do retorno médio anual da série histórica dos retornos
diários do S&P 500.
Beta
O coeficiente Beta é usado para medir o risco não diversificável, ou seja, variações não
controláveis do mercado e do ambiente. O cálculo é feito através da divisão da
covariância entre o retorno do ativo e do mercado pela variância do retorno de mercado.
Utilizou-se o beta desalavancado do setor de Recreação em países emergentes definido
pelo Damodaran.
Onde:
■ Rf é a taxa livre de risco;
■ RB compreende o prêmio pelo risco Brasil;
■ Rc é o risco de crédito.
Rc - Risco de crédito
O risco de crédito é baseado na Taxa preferencial Brasileira (TPB), constante no
“Relatório de Economia Bancária e Crédito” elaborado pelo Banco Central.
Estrutura de capital
Tendo por base a análise benchmark efetuada e as potencias condições de
financiamento para o projeto, para efeitos de estrutura de capital foi considerado um
nível de alavancagem de 40%.
Com base na metodologia aplicada e nos parâmetros utilizados obteve-se o valor de
10,49 % a.a. para o custo médio ponderado de capital (WACC), conforme tabela a
seguir:
Pl an o s En g en h ar ia 114
Tabela 17 – Cálculo da Taxa Interna de Retorno Referencial.
Estrutura de capital Revisão
(A) Participação Capital Próprio 60,00%
(B) Participação Capital de Terceiros 40,00%
Custo do Capital Próprio (CAPM)
(1) Taxa Livre de Risco 4,07%
(2) Prêmio de Risco de Mercado 5,68%
(3) Beta desalavancado 0,866
(4) IR + CSLL 34,00%
(5) Beta Alanvancado = { (A) + (B) * [1-(4)]} / (A) * (3) 1,25
(6) Prêmio de Risco do Negócio = (2) * (5) 7,08%
(7) Prêmio de Risco Brasil 3,88%
(8) Custo de Capital Próprio Nominal = (1) + (6) + (7) 15,03%
(9) Taxa de Inflação Americana 2,08%
(10) Custo Real do Capital Próprio (CAPM) = [1+ (8)] / [1 + (9)] -1 12,70%
Custo do Capital de Terceiros
(11) Taxa Livre de Risco 4,07%
(12) Prêmio de Risco Brasil 3,88%
(13) Risco de crédito 6,29%
(14) Custo Nominal da Dívida (11) + (12) + (13) 14,24%
(15) Custo Nominal da Dívida Líquido de Impostos = (14) * [1-(4)] 9,40%
(16) Taxa Real, em R$ = [ 1+ (15)] / [1+ (9)]-1 7,18%
WACC
(17) WACC = (A) *(10) + (B) * (16) 10,49%
Fonte: Elaboração Consórcio.
Pl an o s En g en h ar ia 115
de 2017, com exceção da taxa CDI proveniente da CETIP. A tabela abaixo apresenta
as projeções macroeconômicas utilizadas na modelagem econômico-financeira.
Tabela 18 – Projeções macroeconômicas.
2017 2018 2019 2020 2021
IPCA-15 2,94% 4,12% 4,26% 4,16% 4,13%
IPCA 3.44% 4.26% 4.25% 4.18% 4.12%
IGP-M 0.52% 4.43% 4.41% 4.36% 4.24%
CDI 10.14% 10.14% 10.14% 10.14% 10.14%
SELIC 10.21% 8.26% 8.44% 8.41% 8.34%
Fonte: Elaboração Consórcio
A partir de 2021, as projeções para IPCA, IGP-M e SELIC foram mantidas constantes.
No que diz respeito a taxa CDI, estas foram mantidas constantes a partir de 2017.
6.2.2 Moeda
As projeções foram realizadas utilizando o Real (R$) como moeda e foram elaboradas
em termos reais, ou seja, não consideram os efeitos da inflação. A data-base
considerada para o levantamento das informações e premissas utilizadas é a de 30
junho de 2017.
6.3.1 Receita
A receita total da Concessionária será composta pela receita dos ingressos (entrada no
parque + atrações) e pela receita de exploração de atividades acessórias, conforme será
detalhado na sequência. A receita dos ingressos compõe a maior parte da remuneração
da Concessionária pelos serviçoes prestados:
Figura 60 – Composição da Receita Total
Ticket de Nº de Usuários
Receita Tarifária = x
Ingresso (Demanda)
Pl an o s En g en h ar ia 116
Conforme detalhado no documento Volume 1 – Estudo de Demanda o projeto prevê
diversos tipos de ingresso, em função da preferência do usuário, uma vez que serão
ofertadas novas atrações, além da visitação.
O usuário poderá adquirir o bilhete de ingresso e o bilhete para cada atração (Trenzinho,
Safari, Show de Aves, Show de Pets, Show de Répteis, Fazendinha e Arvorismo)
individualmente ou através da compra do Passaporte, que inclui o ingresso e a entrada
para atrações selecionadas. As atrações citadas a cima estão detalhadas no documento
Volume 3 - Modelo Operacional e funcionarão em dias específicos de modo a adequar
a oferta à demanda. Além disto, considerando a sazonalidade do Zoológico, optou-se
por oferecer bilhetes diferenciados de acordo com a seguinte classificação dos dias de
visitação:
■ Alta demanda: sábados, domingos e feriados;
■ Média demanda: quintas e sextas-feiras e períodos de férias escolares;
■ Baixa demanda: terças e quartas-feiras.
A seguir estão ilustrados os tipos dos bilhetes classificados por tipo de ingresso, usuário
e demanda.
Tabela 19 – Tipos de Bilhetes do Parque Zoológico Sapucaia do Sul
Tíquetes Baixa Dem anda (R$) Média Dem anda (R$) Alta Dem anda (R$)
Através dos valores detalhados na tabela a cima e da demanda projetada para o Parque
Zoológico (detalhada no Volume 1 – Estudo de Demanda) pode-se projetar o volume de
receita tarifária prevista para os 30 anos de Concessão conforme ilustração a seguir.
Pl an o s En g en h ar ia 117
Figura 62 - Receita Tarifária
30.000
25.000
Valores em R$ mil
20.000
15.000
10.000
5.000
Passaportes Atrações
2) Receita acessória
Além da receita tarifária, as receitas acessórias irão compor a receita total do projeto.
Para este fim, considerou-se dois tipos de receita acessória: participação sobre o
faturamento de serviços (restaurantes, lojas, entre outros) e estacionamento. Em
relação a participação sobre o faturamento de serviços a receita acessória será
equivalente a 25% do faturamento total do serviço. A receita acessória de
estacionamento será calculada em base ao número de usuários e a tarifa cobrada pelo
serviço detalhada na tabela abaixo.
Tabela 20 – Tarifa de Estacionamento por tipo de veículo
Acesso R$
Transporte Publico n/a
Ônibus Fretado 60,00
Motos 7,00
Micro Ônibus 30,00
Vans 25,00
Veículo 20,00
Assim sendo a receita acessória projetada para os anos de Concessão está ilustrada
no gráfico a seguir.
Pl an o s En g en h ar ia 118
Figura 63 – Receita Acessória
4.500
4.000
Valores R$ mil
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-
Enfim, na figura abaixo pode-se observar a receita total do Parque Zoológico formada
pela receita tarifária e receita acessória.
35.000
Valores em R$ mil
30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
-
Pl an o s En g en h ar ia 119
6.3.2.1 Custos e despesas operacionais
As estimativas dos custos e despesas operacionais, formados por: mão de obra,
despesas complementares, conservação de veículos, equipamentos e sistemas, mão
de obra das atrações e manutenção de veículos das atrações, foram calculadas de
acordo com os resultados do Modelo Operacional.
Figura 65 – Custos e despesas operacionais da Concessão no período de 30 anos por
categoria
12% 1%
1%
30% 56%
Mão de Obra
Despesas Complementares
Conservação de Veículos, Equipamentos e Sistemas
Mão de Obra das Atrações
Manutenção dos Veículos das Atrações
Pode-se observar que o custo com maior representatividade é o custo de mão de obra
que representa 56% do total de custos, seguido pelas despesas complementares que
representam 30%. Os custos operacionais totalizam cerca de R$ 440 milhões durante
os 30 anos de projeção.
Mão de Obra
Os custos com funcionários foi calculado tendo por base o cronograma de permanência
de pessoal e os salários (já incluídos os encargos e benefícios) estimados para cada
função, como consta no Modelo Operacional. Na Figura 66 pode-se observar a
composição dos custos com mão de obra durante os 30 anos da Concessão.
Pl an o s En g en h ar ia 120
Figura 66 – Custos de mão de obra durante os 30 anos de Concessão
9%
9%
41%
5%
36%
Diretoria Geral
Gerência Administrativa e Financeira
Gerência Comercial
Gerência Técnica e Operacional
Gerência do Zoológico
O total dos custos com mão de obra durante os 30 anos da Concessão somatiza cerca
de R$ 245 milhões. Os custos mais representativos de mão de obra são os custos de
Gerência do Zoológico e os custos de Gerência Técnica e Operacional, que
representam 41% e 36% respectivamente.
Os custos de cada categoria ilustrada no gráfico a cima são formados pelos seguintes
itens:
Diretoria Geral: Diretor Geral, Unidade de Relações Institucionais, Assessoria de
Gestão do Controle de Qualidade e Assessoria Jurídica.
Gerência Administrativa e Financeira: Gerente Administrativo e Financeiro, Setor
de Recursos Humanos, Setor de Suprimentos e Contratos, Setor de Transporte
e Serviços Gerais, Setor de Finanças e Setor de Contabilidade.
Gerência Comercial: Gerente Comercial, Setor de Patrocínio, Propaganda e
Marketing, Setor de Gestão de Atrações, Setor de Gestão de Vendas, Setor de
Turismo/ Visitas.
Gerência Técnica e Operacional: Gerente Técnico Operacional, Setor de
Controle e Segurança, Seção de CCO, Seção de Controle de Acesso/Portaria,
Seção de Vigilância, Seção de Contenção de Animais, Seção de Brigada de
Incêndio, Setor de Atendimento ao Público, Bilheteria, Monitoramento e
Atendimento, Seção de Ambulatório, Setor de Operação e Manutenção das
Instalações, Setor de Limpeza e Destinação de Resíduos, Setor de Conservação
de Áreas Verdes.
Pl an o s En g en h ar ia 121
Despesas Complementares
12%
33%
55%
Pl an o s En g en h ar ia 122
Figura 68 – Custos de Mão de Obra das Atrações durante os 30 anos da Concessão do
Parque Zoológico.
12% 13%
21%
22%
11%
10%
11%
Trenzinho Safari Show de Aves
Show de Pets Show de Répteis Fazendinha
Arvorismo
Pl an o s En g en h ar ia 123
Safari: utilização de um caminhão para a atração.
Kit arvorismo: utilização de kits para a atração.
Despesas operacionais
As despesas operacionais compreendem as despesas regulatórias, como a verba de
fiscalização.
Verba de fiscalização
Riscos de engenharia
Risco operacional
Os riscos operacionais foram calculados a partir do valor da receita tarifária e CAPEX
anual multiplicado pelo prêmio referente aos riscos operacionais igual a 0,10%. Os
riscos operacionais têm em média o valor de R$ 26 mil ao ano.
Responsabilidade civil
Os custos com responsabilidade civil foram calculados a partir da receita tarifaria anual
da Concessão multiplicado pelo fator 0,20% referente a responsabilidade civil. Os custos
com responsabilidade civil detém um valor crescente ao longo dos anos da Concessão.
Sendo a média dos custos calculada em R$ 49 mil.
Garantia de execução
As garantias de execução foram calculadas através do valor total do CAPEX, utilizando
como premissa o percentual de 10% desse total nos primeiros 5 anos e 5% nos demais
anos de concessão, e depois multiplicada por 0,80%. Os custos com garantia de
execução detém um valor decrescente ao longo dos anos da Concessão, sendo R$ 51
mil nos 5 primeiros anos e R$ 25 mil nos anos restantes da Concessão.
Pl an o s En g en h ar ia 124
6.3.1 Investimento
Foram considerados, na modelagem econômico-financeira, os seguintes grupos de
investimentos, que compõe o total do CAPEX do projeto:
Obras;
Equipamentos e Sistemas;
Veículos;
Veículos das atrações; e
Plantel.
Dentre os grupos acima, o cronograma de investimentos se subdivide em: investimentos
obrigatórios, investimentos não obrigatórios, manutenção programada e investimentos
operacionais. Todos os grupos estão sendo elucidados mais a frente neste relatório.
30.000
25.000
Valores em R$ mil
20.000
15.000
10.000
5.000
Infraestrutura;
Pl an o s En g en h ar ia 125
Edificações;
Recintos;
Aquisição e reposição de plantel de animais;
Manutenção programada;
Equipamentos e sistemas; e
Veículos.
1.400
1.200
Valores em R$ mil
1.000
800
600
400
200
0
Pl an o s En g en h ar ia 126
Os valores referentes a reposição do plantel de animais foram calculados com base na
vida de útil de cada animal.
Pl an o s En g en h ar ia 127
Figura 71 – Desembolso anual dos grupos que integram a categoria de investimento
em obras
18.000
16.000
Valores em R$ mil
14.000
12.000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
-
7.000
Valores em R$ mil
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
-
Pl an o s En g en h ar ia 128
Fonte: Elaboração consórcio.
É possível verificar acima que no primeiro ano da concessão é requerida a maior parte
destes investimentos. Sendo o investimento em equipamentos para administração da
concessionária o que requer maior desembolso, seguido por investimento em
equipamentos para o centro de controle operacional e equipamentos veterinários.
5.000
Valores em R$ mil
4.500
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-
Pl an o s En g en h ar ia 129
Figura 74 – Projeção de investimento em veículos das atrações
3.000
Valores em R$ mil
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-
8.000
Valores em R$ mil
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
-
Pl an o s En g en h ar ia 130
6.3.2 Depreciação / Amortização
A amortização do ativo intangível, representado pelo reconhecimento do direito de
exploração da infraestrutura e os dispêndios realizados para ampliá-la, é reconhecida
no resultado do exercício de acordo com a curva de benefício econômico esperado ao
longo do prazo dos 30 anos da Concessão do Parque Zoológico.
Foi utilizada a metodologia do benefício econômico para o cálculo da depreciação, ou
seja considerando o prazo de 30 anos da concessão.
4.000
Valores em R$ mil
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
Pl an o s En g en h ar ia 131
Assim sendo o total das Receitas Financeiras projetadas para os 30 anos de Concessão
é R$ 48.983.012,60.
6.3.4 Impostos
Os impostos incidentes neste tipo de projeto podem ser classificados em duas
categorias, os tributos sobre a receita, que são incidentes sobre a Receita Bruta da
empresa e os Tributos sobre o lucro que são incidentes sobre o EBT da empresa.
3.500
3.000
Valores em R$ mil
2.500
2.000
1.500
1.000
500
6.3.4.2 ISS
O Imposto Sobre Serviços (ISS), por sua vez, é um imposto municipal cobrado sobre
recitas provenientes de pretação de serviços, com alíquota entre 2% e 5%, dependedo
do município onde a receita é auferida e do tipo de serviços prestados. Para o projeto
foi considerado a alíquota máxima de 5%.
Pl an o s En g en h ar ia 132
Figura 78 – ISS durante a concessão.
250
200
Valores em R$ mil
150
100
50
5.000
4.500
Valores em R$ mil
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
-
Pl an o s En g en h ar ia 133
Fonte: Elaboração Consórcio.
6.3.5 Financiamento
Na definição da estrutura de financiamento teve-se em consideração que Projeto não se
refere a um puro ativo de infraestrutura, como outros projetos financiados recentemento
(rodovias, aeroportos, saneamentos, energia, etc.). Tendo por base as especificidados
do Projeto, entende-se que as condições de financiamento do Projeto serão
necessariamente diferentes das aplicáveis a projetos de infraestrutura.
De acordo com a análise benchmark efetuada, entende-se que um projeto com as
especificidades e riscos do projeto de Concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul,
terá necessariamente um nível de alavancagem inferior ao de outras concessões, pelo
que para efeitos do presente estudo e optando por uma ótica conservadora, considerou-
se um nível de avalancagem máximo de 40%.
Assim, para o financiamentos dos investimentos do Projeto, considerou-se uma linha de
financiamento de longo prazo (15 anos), com um nível de alavancagem máximo de 45%
do total das necessidades de financiamento e com condições financeiras em linha com
as práticadas pelo mercado atualmente, não se tendo considerado um eventual apoio
do BNDES no financiamento do Projeto. Entende-se que um eventual financiamento do
BNDES potencialmente terá condições financeiras mais vantajosas (o que terá um
impacto positivo na viabilidade do Projeto), mas optou-se pela sua não inclusão, na
medida em que atualmente o BNDES está focado em financiar outro tipo de projetos.
Adicionalmente, assumiu-se que face às especificidades e riscos do Projeto, o mesmo
não reúne condições para ser financiado via emissão de debêntures
Importa referir que estrutura financeira considerada no estudo é meramente indicativa e
visa analisar e comprovar a viabilidade econômico-financeira do Projeto. Os privados
nas suas propostas podem considerar estruturas financeiras alternativas que possam
permitir algum tipo de eficiências financeiras, conseguindo assim ter propostas
econômico-financeiras mais vantajosas para o Governo.
6.3.5.1 Financiamento longo prazo
Considerou-se no Estudo de Viabilidade Econômico-Financeira uma linha de
financiamento em condições de mercado para alavancar o Projeto.
Para esta linha de financiamento, e de modo a cumprir o ICSD mínimo, foi considerado
o financiamento de 45% do valor do investimento total, o que representa um desembolso
de aproximadamente R$ 16.112.352.
A seguir estão detalhadas as principais características do financiamento:
Financiamento
Pl an o s En g en h ar ia 134
Financiamento
Início captação Ano 1
Fim captação Ano 3
Indexador 7,0%
Spread 7,3%
Prazo máximo da dívida 15 anos
Inicio do reembolso Ano 5
Período de carência 1 ano
ICSD mínimo 1,30
Ded3
Outputs R$ 000
ReceitaTarifária 734.257
Receita Acessória 116.651
Opex Total 443.343
Custos Administrativos 3.187
Investimento Total 59.366
A partir dos fluxos de receitas, custos, despesas e investimentos foi possível obter o
fluxo de caixa do projeto, que representa a capacidade de geração de riqueza do projeto.
A figura a seguir ilustra o fluxo de caixa do projeto.
Pl an o s En g en h ar ia 135
Figura 80 – Fluxo de caixa livre do projeto
15.000
10.000
5.000
Valores em R$ mil
-
(5.000)
(10.000)
(15.000)
(20.000)
(25.000)
(30.000)
(35.000)
14.000 60%
12.000
40%
10.000
20%
Valores em R$ mil
8.000
6.000 0%
4.000
-20%
2.000
- -40%
(2.000) -60%
(4.000)
-80%
(6.000)
(8.000) -100%
Pl an o s En g en h ar ia 136
Além do EBITDA, também é importante verificar a rentabilidade do negócio a partir da
análise do lucro líquido, que representa a capacidade operacional do negócio em gerar
lucro após a depreciação, resultado financeiro e impostos. A figura abaixo representa a
relação entre o lucro líquido e a margem de lucro líquido (lucro líquido / receita líquida).
10.000 60%
8.000 40%
6.000 20%
Valores em R$ mil
4.000 0%
2.000 -20%
- -40%
(2.000) -60%
(4.000) -80%
(6.000) -100%
(8.000) -120%
6.4.2 Outorga
Como resultado da modelagem financeira, chegou-se a um pagamento de outorga em
favor do Poder Concedente. Para atingir o retorno esperado para o projeto, a outorga
variável, durante toda a concessão, foi estabelecida em 1,0% sobre a receita bruta.
Durante o prazo de vigência do contrato, espera-se que a outorga paga seja de R$
8.310.774,49.
Pl an o s En g en h ar ia 137
que a TIR tem maior sensibilidade em relação ao OPEX, de forma que pequenas
alterações no OPEX tem maior impacto na rentabilidade do negócio que alterações no
CAPEX.
Pl an o s En g en h ar ia 138
o projeto viável acompanhado de uma diminuição de 10% no CAPEX, nos casos em que
há um aumento de 10% no OPEX não existe viabilidade para o projeto, sendo
necessário um acréscimo na receita da concessionária. Podemos observar tal cenário
também, quando há um aumento em 10% do CAPEX.
Tabela 27 - Análise de sensibilidade da TIR (CAPEX e OPEX)
Pl an o s En g en h ar ia 139
7 Modelagem jurídica
Pl an o s En g en h ar ia 140
Sapucaia, isto tanto no que se refere às instituições atuantes após a celebração do
contrato quanto àquelas responsáveis por desempenhar a modelagem do projeto antes
da publicação dos instrumentos contratuais.
15
O Estado do Rio Grande do Sul seguiu mesma tendência em sua lei de concessões – a Lei estadual nº 10.086/1994.
No inc. I, de seu art. 3º, expõe-se o seguinte conceito de poder concedente: Art. 3º - Para os fins desta Lei, considera-se
:I - poder concedente: o Estado, titular do serviço público objeto da concessão ou permissão;(…)
Pl an o s En g en h ar ia 141
A atribuição desta posição jurídica aos entes políticos de nossa federação é decorrência
direta de nossa organização político-administrativa. Nesta, os entes políticos constituem
uma unidade personalizada, isto é, representam, sob o ponto de vista formal, uma só
pessoa jurídica, em cada nível federativo. Neste sentido, a União, os Estados e os
demais entes políticos reconhecidos pela Constituição Federal, são os entes públicos
que efetivamente são capazes de assumir posições jurídicas e ativas perante terceiros.
Em outras palavras, estes são os entes públicos que são capazes de incorporar e
exercer competências, tais como aquelas ínsitas à posição de Poder Concedente.
É preciso ponderar, contudo, que muito embora os entes políticos sejam as pessoas
jurídicas que concentram todas estas atribuições, a forma de seu exercício observa a
uma organização interna da administração pública – definida pela Constituição, no caso
da União e dos Estados, ou pela Lei Orgânica no caso dos Municípios.
Por meio destas, as atribuições, originalmente incumbidas ao ente político, são alocadas
em unidades administrativas especializadas, que poderão assumir personalidade
jurídica própria e distinta do ente político ou operar como um departamento
especializado do ente político.
No primeiro caso, temos as autarquias, fundações e empresas estatais. Estes entes
diferenciam-se do ente político, assumindo personalidade jurídica própria, e carreiam
consigo uma parcela das atribuições que, originalmente, pertenciam ao ente central
(União, Estado, etc.).
No segundo caso, temos apenas uma especialização funcional do ente político, que,
sob o ponto de vista interno, concentra um feixe de atribuições em um departamento
que lhe é próprio, que não possui, portanto, personalidade jurídica própria. Este é o
caso, por exemplo, das Secretarias – em âmbito estadual e municipal – e dos
Ministérios em nível federal.
Diante deste contexto, é insuficiente a identificação genérica de que o Poder
Concedente será sempre o ente político. É importante que se identifique qual órgão ou
ente, em sua estrutura administrativa, concentra o feixe de competências relativo à
gestão do bem ou serviço público que se pretende conceder.
Com este propósito, o presente estudo parte de uma premissa específica - própria ao
direito público - para delimitar, dentre os órgãos da administração publica rio-grandense,
aqueles que se encontram habilitados a desempenhar a atribuição de Poder
Concedente.
Esta premissa é a de que a competência para optar pela descentralização da gestão de
determinado serviço ou bem pertence ao órgão ou ente administrativo que detenha, por
atribuição legal, a titularidade deste mesmo serviço ou bem.
Como é cediço, sob o ponto de vista jurídico, uma transferência de bem ou serviço só
poderá ser legitimamente realizada por aquele ente ou órgão da administração que
figure como seu efetivo titular, afinal, a competência para definir a forma de exploração
de um serviço ou ativo integra as prerrogativas vinculadas a sua titularidade.
No caso específico do parque zoológico, é a Fundação Zoobotânica do Estado do
Rio Grande do Sul (“FZB”) que, por força da Lei Estadual nº 6.497 de 20 de dezembro
Pl an o s En g en h ar ia 142
de 1972 (art. 3º, alínea “a”) 16, assume a titularidade da gestão do parque, assim como
de todos os bens móveis e imóveis que o integram.
Entretanto, por peculiaridades atinentes à organização administrativa do Estado do Rio
Grande do Sul, esta constatação não nos permite considerar, sem algumas
ponderações, a FZB como o Poder Concedente do projeto. Conforme demonstraremos
abaixo, o fato de a Fundação ter sua extinção autorizada pela Lei Estadual nº 14.982
de 16 de janeiro de 2017, apresenta impacto nesta definição.
Em breve síntese, a previsão legal da possibilidade de extinção da FZB franqueia
ao Poder Público gaúcho três alternativas para a definição do ente delegante do
zoológico.
Na primeira delas, a FZB, por sua qualidade de titular dos bens do zoológico, é mantida
como Poder Concedente enquanto não sobrevier a sua extinção. Desempenhará,
neste sentido, todas as atribuições pertinentes a esta posição contratual até o
encerramento formal de suas atividades. Advinda a sua extinção, contudo, será
necessário promover a sub-rogação do contrato em favor da Secretaria do
Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (SEMA), que a sucederá em suas
obrigações conforme disposto na Lei Estadual nº 14.982/2017.
A segunda alternativa, por sua vez, consiste em promover a delegação deste serviço
após a extinção da FZB e da respectiva incorporação das atribuições desta última
pela SEMA. Neste cenário, isola-se a Concessão dos eventuais riscos envolvidos em
uma sucessão contratual e opta-se por tornar a SEMA o Poder Concedente desde o
início do projeto.
Por fim, é possível se valer de interpretação alternativa da Lei Estadual nº 14.982/2017
e sustentar uma terceira alternativa, em que a SEMA será reconhecida como o Poder
Concedente independentemente da extinção formal da FZB. Neste último cenário,
a extinção da Fundação deixa de ser requisito para a incorporação de suas
competências pela SEMA, afinal, ancora-se na interpretação de que esta transferência
já teria ocorrido por força do art. 8º da Lei Estadual 14.982/2017.
A seguir, avaliamos estas alternativas com maior detalhe, tendo sempre em vistas a
delimitação do Poder Concedente no processo de delegação do Parque Zoológico de
Sapucaia.
16
Art. 3.º - O patrimônio da Fundação será constituído de: a) bens móveis e imóveis, benfeitorias e instalações existentes
no Parque Zoológico em Sapucaia e Jardim Botânico em Porto Alegre, administrados pela Unidade de Parques Estaduais
da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Obras Públicas e bens móveis e imóveis, benfeitorias e instalações
existentes no Museu Rio-Grandense de Ciências Naturais, administrado pelo Departamento de Assuntos Culturais da
Secretaria de Educação e Cultura;
Pl an o s En g en h ar ia 143
Grande do Sul. Mais especificamente, à fundação compete a administração de ao
menos três bens públicos estaduais, que passaram a integrar seu patrimônio por
força do art. 3º de sua lei de criação: (i) o Jardim Botânico, (ii) o Parque Zoológico e (iii)
o Museu de Ciências Naturais.
No que interessa ao Zoológico, ao lhe conferir a titularidade patrimonial sobre os bens
integrantes do zoológico, a Lei Estadual nº 6.497/1972 obriga a FZB a promover a
gestão específica deste patrimônio – que evidentemente deverá ser mantido
conforme a regulamentação ambiental pertinente.
Mas não só. Além de manter a estrutura predial do Zoológico em conformidade com a
legislação ambiental, a Fundação também deverá manter ali um plantel de
espécimes de animais vivos - representantes da fauna nacional e estrangeira -, assim
como propiciar em suas instalações condições de pesquisa para estudiosos (brasileiros
ou não) interessados em investigar história natural no país. 17
A Fundação assume, portanto, uma posição ambivalente em relação ao Zoológico. De
um lado, é o ente responsável pela gestão patrimonial deste último, obrigando-se a
desempenhar funções de gestão predial para o atendimento das exigências da
regulação do meio ambiente, enquanto de outro, trata-se de ente responsável pela
difusão de práticas e estudos voltados à preservação da fauna rio-grandense.
Sob este ponto de vista, a Fundação concentra em seu espectro de competências todas
as atribuições referentes à gestão do Zoológico, tanto patrimonial quanto no que se
refere a sua afetação às finalidades de preservação ambiental.
Este plexo de atribuições é o que nos leva a asseverar – tal como já o fizemos acima –
que a FZB é, a princípio, o ente mais adequado para ocupar as atribuições de Poder
Concedente do zoológico. Sob o ponto de vista formal, a FZB concentra a titularidade
de todos os ativos e posições jurídicas – ativas e passivas – relacionadas à operação
do zoológico. Por consequência, no contexto de uma concessão, isto a torna o ente
administrativo responsável por transmitir estas posições e ativos ao futuro
concessionário.
Ocorre que, por decisão do Estado do Rio Grande do Sul, a Fundação Zoobotânica será
extinta, conforme autorizado pela Lei Estadual nº 14.982/2017. A referida norma estipula
os termos em que o encerramento das atividades da fundação deverá ocorrer,
condicionando sua extinção à efetiva assunção das competências desta última pela
Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. 18
Isto é, a lei mencionada não extingue a FZB de pronto e tampouco estipula prazo
para que isto ocorra. A norma tão somente autoriza sua extinção e estipula
17
Art. 5.º - São finalidades da Fundação: I - Manter uma coleção de plantas e de espécimes animais vivos da flora e
fauna nacional e estrangeira e coleções de estudo de ciências naturais. II - Proporcionar condições para estudos e
pesquisas por parte de investigadores nacionais e estrangeiros sobre História Natural. III - Colaborar com os poderes
públicos na preservação dos recursos do meio ambiente. IV - Desenvolver outras finalidades compatíveis com as suas
finalidades.
18
Art. 1º (…) Parágrafo Único: A extinção da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul somente será implementada
após a efetiva assunção dos serviços prestados pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que os
executará direta ou indiretamente.
Pl an o s En g en h ar ia 144
regramentos mínimos a serem observados. Enquanto estes não forem exercidos pelo
Estado, a Fundação seguirá no regular exercício de suas atribuições enquanto não vier
a ser extinta.
Este cenário institucional permite que a FZB possa ser considerada o Poder
Concedente na delegação do Zoológico, desde que esta ocorra antes de sua
extinção formal. As atribuições ínsitas ao Poder Concedente, neste caso, poderiam ser
desempenhadas pela instituição até que o encerramento de suas atividades seja
formalizado.
Na ocasião do encerramento das atividades da Fundação, porém, seria
imprescindível se promover a modificação subjetiva do contrato de concessão
celebrado, transferindo a posição de Poder Concedente para outro órgão da
administração estadual. Mais especificamente, esta sucessão de posição contratual, por
força do parágrafo único do art. 1º da Lei Estadual nº 14.982/2017 se dará em favor da
SEMA.
É dizer, em razão da previsão legal aludida acima, a extinção da FZB levaria a uma
sub-rogação da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável nas
obrigações contratuais inicialmente assumidas pela Fundação, de modo que as
atribuições alocadas pelo contrato de concessão ao Poder Concedente seriam
incorporadas pela Secretaria.
Muito embora tal operação seja possível do ponto de vista jurídico, incumbe-nos
destacar que sua implementação agrega maior insegurança jurídica à Concessão.
Isto porque, tal como visto acima, sua realização demandará a modificação do contrato
após o início de sua execução.
Em que pese o autorizativo legal e a respectiva disciplina, na Lei Estadual nº
14.982/2017, dos marcos capazes de autorizar tal sucessão, a alteração subjetiva de
um dos polos contratuais demandará a celebração de termo aditivo. Além disso, a
alteração contratual em questão abriria oportunidade para questionamentos quanto a
validade jurídica de eventuais posições jurídicas a serem sucedidas, sobretudo,
daquelas decorrentes de relações entabuladas entre as partes originais do contrato.
Finalmente, a previsão de uma alteração dessa natureza pode reduzir a percepção
quanto à segurança jurídica e, em consequência, a atratividade da Concessão para
parceiros privados interessados em assumir o papel de concessionários do Zoológico.
Pl an o s En g en h ar ia 145
Institucionalmente, a incorporação pela SEMA das atribuições da Fundação não sofre
qualquer óbice jurídico. Pelo contrário, mostra-se escolha acertada do legislador rio-
grandense – afinal, sob o ponto de vista de suas atribuições legais, este é o órgão com
competências mais afeitas à gestão do zoológico.
Reestruturada na reforma administrativa conduzida pela Lei Estadual nº 14.733/2015, a
SEMA reúne competências para atuar como o órgão central de desenvolvimento e
coordenação das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento sustentável e à
proteção ambiental no Estado do Rio Grande do Sul. Instrumentam o atendimento
destes objetivos, a formulação de programas e ações de incentivo à educação ambiental
e à preservação da biodiversidade no Estado.
Os zoológicos de modo geral inserem-se neste plexo de atribuições da Secretaria. Estas
estruturas funcionam como polos de conscientização, ao mesmo tempo em que
representam repositórios vivos da biodiversidade do Rio Grande do Sul. Sob o ponto de
vista legal, portanto, há uma coincidência entre as finalidades do zoológico e as
atribuições da SEMA – o que a torna um órgão da administração central gaúcha
competente para assumir a gestão do zoológico.
Mas não é só. O legislador, ao tratar desta incorporação de atribuições, antecipa-se e
define que, uma vez transferidas as incumbências do Zoológico, a Secretaria poderá
decidir a forma pela qual irá gerenciar o empreendimento: se direta ou indireta.
Em outras palavras, autoriza o legislador que a SEMA opte por manter este ativo
ambiental mediante recursos e pessoal próprios ou por fazê-lo indiretamente, mediante
a sua concessão à iniciativa privada. É o que dispõe o art. 8º, parágrafo único:
Art. 8º Ficam declarados como integrantes do Patrimônio Ambiental do Estado do Rio
Grande do Sul a serem preservados, sendo vedada destinação diversa: (…)
III - o Parque Zoológico de Sapucaia.
Parágrafo único. O patrimônio formado pelos imóveis, móveis, benfeitorias, instalações
e acervo integrantes dos bens elencados nos incisos I, II e III, cuja preservação e
proteção são de interesse público em razão do valor ambiental, científico e paisagístico
passa à gestão da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, podendo
ser feita direta ou indiretamente.
O normativo acima, portanto, pode ser tomado com um permissivo legal para que a
SEMA seja considerada como o Poder Concedente na futura delegação do parque
zoológico. Vale destacar que esta alternativa além de juridicamente viável, tem a
vantagem de afastar da Concessão as suscetibilidades ensejadas por um processo de
alteração do Poder Concedente após a celebração do contrato, que certamente será
necessário caso se opte por instituir a FZB como ente delegante.
Esta vantagem, contudo, se faz acompanhar de uma exigência adicional para sua
efetivação. Numa leitura conservadora, a aplicação desta alternativa faz com que a
delegação do Parque Zoológico fique condicionada à efetiva extinção da FZB, ou, ao
menos, à transferência formal e efetiva das competências associadas ao Zoológico pela
SEMA. A extinção da Fundação só seria realizada com a assunção de suas
competências pela SEMA.
É cediço que esta decisão de transferir competências e extinguir da Fundação se sujeita
a crivos de natureza política e de um processo conflitivo, sobretudo, em razão da
Pl an o s En g en h ar ia 146
extinção de empregos promovida pela extinção da Fundação. A provável inconveniência
estratégica desta dependência nos leva a cogitar de um terceiro cenário, possível de
ser utilizado pelo Estado do Rio Grande do Sul.
Pl an o s En g en h ar ia 147
Afasta-se, com esta interpretação, a necessidade da alteração subjetiva do contrato em
momento posterior à sua celebração, assim como se dispensa a prévia extinção da FZB
para que a SEMA possa assumir a posição de Poder Concedente.
Importante ponderar que apesar de o entendimento ora sustentado ser juridicamente
viável, há risco de interpretação em sentido diverso, notadamente em função de
interpretação literal do art. 2º da Lei, o que pode levar a questionamentos judiciais a seu
respeito.
Pl an o s En g en h ar ia 148
estabelecendo regras de operação para estes estabelecimentos, também serve à
estruturação de um sistema de competências no setor.
De acordo com a norma, será de competência do órgão ambiental da União
estabelecer regulamentos a respeito da classificação hierárquica dos jardins
zoológicos, conforme as dimensões, instalações e recursos humanos e financeiros
aplicados no empreendimento.
A lei federal, ainda estabelece, em seu art. 7º, a obrigatoriedade de os zoológicos
contarem com instalações que atendam a requisitos mínimos, compostos por
indicadores objetivos da qualidade dos habitáculos, de suas condições sanitárias e de
sua segurança – todos eles adaptados às necessidades de cada espécie em exposição.
A disciplina destes requisitos mínimos, no regime da Lei Federal n 7.173/1983, é uma
atribuição da União, que por força do art. 8º da referida lei, é o ente federado responsável
por verificar as condições dos alojamentos e autorizar o recebimento dos espécimes
pelo zoológico.
A segunda norma setorial relevante para o presente item é a Lei Complementar nº
140/2011, editada com o objetivo de coordenar o exercício das competências
concorrentes em matéria ambiental. Suas disposições tratam de diversos temas nesta
seara, disciplinando, inclusive, a repartição de atribuições normativas quanto ao uso e
manejo da fauna nacional.
Especificamente naquilo que se refere aos zoológicos, a norma estabelece em seu art.
8º, inc. XIX, que compete aos Estados aprovar o funcionamento de criadouros da
fauna silvestre. Muito embora não mencione expressamente os zoológicos, este
dispositivo foi interpretado pela Advocacia Geral da União (Orientação Jurídico
Normativa nº 47/2013) 19 de forma extensiva, fixando-se o entendimento no setor de que
estariam abrangidos no conceito todos os estabelecimentos de manejo de animais
silvestres, inclusive, os zoológicos.
Neste sentido, a lei complementar supra, transferiu aos Estados a competência
para autorizar o funcionamento de jardins zoológicos – atividade que no regime
original da Lei Federal nº 7.173/1983 competia à própria União.
Além disso, a interpretação extensiva contemplada na OJN nº 47/2013 também alocou
aos Estados a competência para licenciar o funcionamento destes estabelecimentos
– o que tem sido feito desde então por estes entes federados.
É possível concluir, a partir destes normativos, que, de maneira geral, a disciplina dos
zoológicos atende a uma estrutura específica de repartição federativa de competências.
O legislador federal, ao disciplinar o manejo das competências concorrentes sobre
19
As Orientações Jurídico Normativas foram criadas pela Portaria PFE/IBAMA nº 001, de agosto de 2009, com o intuito
de uniformizar entendimentos jurídicos no âmbito das procuradorias federais especializadas alocadas junto aos órgãos
ambientais federais. Atualmente disciplinadas pela Portaria PFE/IBAMA nº 01/2012, as Orientações Jurídico Normativas
são vinculantes para a Administração Pública, conforme se depreende de seu art. 5º: “As questões jurídicas objeto de
OJN não serão remetidas à Procuradoria Federal Especializada para manifestação, cabendo à Administração aplicar o
entendimento consolidado em todos os processos que versem exatamente sobre a mesma matéria, acostando aos autos
cópia da OJN.”.
Pl an o s En g en h ar ia 149
matéria ambiental, optou por alocar à União atribuições de índole geral, relativas ao
estabelecimento de parâmetros de qualidade e de classificação dos zoológicos,
que terão de ser observados pelos gestores destes empreendimentos em nível local.
Aos Estados, por outro lado, incumbiu o desempenho de atribuições de cunho
mais executivo, isto é, voltadas à edição de atos concretos de autorização e
licenciamento do funcionamento dos zoológicos.
É dentro desta estrutura de repartição de competências que as instituições responsáveis
pela normatização das atividades dos zoológicos devem ser identificadas. No que
interessa à delegação do Parque Zoológico de Sapucaia, três instituições destacam-se
no cumprimento destas atribuições normativas: (i) o IBAMA, em nível federal, e a
SEMA/RS e a FEPAM, no que diz respeito à administração do Estado do Rio Grande do
Sul.
7.2.1.1 IBAMA
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA
é autarquia federal, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criada pela Lei Federal
nº 7.735 de 22 de fevereiro de 1989 para atuar na execução das políticas nacionais
de meio ambiente e no manejo do poder de polícia ambiental.
Estas atribuições são disciplinadas em maior detalhe pelo regimento interno da
autarquia, atualmente aprovado pela Portaria nº 14 de 29 de junho de 2017. Nesta,
reconhece-se um amplo rol de atribuições ao IBAMA – todas inseridas nos objetivos
gerais acometidos à autarquia por sua lei de criação. 20
No que interessa a presente Concessão, importa destacar especificamente a
competência do IBAMA para a disciplina dos usos e acessos a recursos
faunísticos (art. 2º, inc. VII) 21, isto é, para a regulamentação da forma de manejo de
animais em todo o território nacional. Tal previsão normativa confere à autarquia
competência para disciplinar o tema de forma ampla, abrangendo toda forma de manejo
de animais, inclusive, os zoológicos.
É certo, contudo, que o exercício de tal competência normativa pelo IBAMA deverá
atentar para a repartição de atribuições estabelecida pela Lei Complementar nº
140/2011 – conforme aludimos acima. Como ente administrativo da União, o IBAMA
deverá se limitar ao papel federativo que é reservado à esfera federal, ou seja, deverá
se restringir à edição de comandos normativos gerais sobre (i) a classificação
20
Art. 2º É criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, autarquia federal
dotada de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do
Meio Ambiente, com a finalidade de: (Redação dada pela Lei nº 11.516, 2007)I - exercer o poder de polícia ambiental;
(Incluído pela Lei nº 11.516, 2007) II - executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes às atribuições
federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos
naturais e à fiscalização, monitoramento e controle ambiental, observadas as diretrizes emanadas do Ministério do Meio
Ambiente; (…) (Incluído pela Lei nº 11.516, 2007)
21
Art. 2º (…) VII - disciplinamento, cadastramento, licenciamento, monitoramento e fiscalização dos usos e acessos aos
recursos ambientais, florísticos e faunísticos;
Pl an o s En g en h ar ia 150
hierárquica dos zoológicos e (ii) a definição de parâmetros de qualidade dos
recintos de exposição dos animais.
Estas são, em síntese, as principais atribuições normativas que este ente administrativo
desempenhará. Os atos normativos emitidos no manejo destas competências são de
observância obrigatória para o Estado do Rio Grande do Sul, que deverá considera-los
na modelagem dos documentos da contratação e exigir o seu atendimento pela futura
Concessionária.
Vale destacar, neste sentido, que o IBAMA exerceu estas competências aos zoológicos,
em especial, com a edição da Instrução Normativa nº 7, de 30 de abril de 2015. A
norma estabelece padrões estruturais mínimos a serem observados pelos entes
públicos ou privados responsáveis pela gestão de recintos zoológicos, assim
como fornece os parâmetros para a classificação hierárquica dos zoológicos.
Imprescindível, portanto, que a modelagem da Concessão do Zoológico de Sapucaia
atente para o conteúdo desta norma e que o futuro concessionário seja obrigado a
manter a estrutura dos recintos em conformidade com as disposições da norma federal.
7.2.1.2 Secretaria do Ambiente de Desenvolvimento Sustentável – SEMA
(a) Gestão da Fauna
Atualmente regulamentada em suas competências pelas Leis Estaduais nº 14.672/2015
e 14.733/2015, a SEMA é competente para coordenar e implementar as políticas
públicas de preservação da fauna e da flora local. Incumbida da missão de assegurar
o direito de todo cidadão a um meio ambiente equilibrado, a SEMA dispõe de uma série
de prerrogativas para cumprir com seus desígnios.
Especificamente quanto à gestão do uso e manejo de fauna no Estado do Rio Grande
do Sul, à Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável incumbe atender aos
objetivos elencados pelo art. 167 do Código do Meio Ambiente instituído pela Lei
Estadual nº 11.520 de 03 de agosto de 2000.
A norma aludida trata de estabelecer um amplo de campos de atuação para o Estado
do Rio Grande do Sul na tutela da fauna local. De acordo com o artigo, é obrigação do
Estado incentivar a produção de conhecimento a respeito da fauna silvestre
gaúcha, assim como estabelecer programas de educação formal e informal da
população quanto ao tema. 22
Programas de incentivo à tutela de animais silvestres também figuram dentre suas
atribuições, sempre ao lado das atribuições de mapeamento e cadastramento da fauna
estadual, sobretudo, quanto aos animais sujeitos ao risco de extinção.
22
Art. 167. Compete ao Poder Público em relação a fauna silvestre do Estado: (…) II - instituir programas de estudo da
fauna silvestre, considerando as características sócio-econômicas e ambientais das diferentes regiões do Estado,
inclusive efetuando um controle estatístico; III - estabelecer programas de educação formal e informal, visando à
formação de consciência ecológica quanto a necessidade de preservação e conservação do patrimônio faunístico; (…)
VI - instituir programas de proteção à fauna silvestre; VII - identificar e monitorar a fauna silvestre, espécies raras ou
endêmicas e ameaçadas de extinção, objetivando sua proteção e perpetuação; VIII - manter banco de dados sobre a
fauna silvestre ;X - manter banco de dados sobre a fauna silvestre;
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Suas atribuições especificamente relacionadas aos zoológicos também estão
contempladas pelo Código do Meio Ambiente. É nesta norma que se exige que a
Secretaria mantenha coleções de espécimes de animais vivos no Estado -
atribuição esta atendida mediante a instituição de jardins zoológicos.
Mas não é apenas a legislação estadual que estabelece atribuições para a SEMA quanto
ao manejo da fauna. Com a edição da Lei Complementar nº 140/2011 e a consequente
descentralização das competências quanto à normatização da fauna silvestre no Brasil,
a SEMA celebrou com o IBAMA o Acordo de Cooperação Técnica nº 22/2013, em que
o Estado assume parcela das atribuições referentes ao controle e a fiscalização do
manejo de animais silvestres em nível local, em especial, naquilo que diz respeito à
autorização para o funcionamento de recintos de criação de animais silvestres.
Especificamente quanto aos zoológicos, a SEMA manejou sua competência normativa
para estabelecer, com a Portaria nº 179/2015, as normas e procedimentos referentes
às categorias de empreendimentos e atividades de uso e manejo de fauna
silvestre no Estado do Rio Grande do Sul. Nela estão discriminados os requisitos a
serem atendidos por qualquer empreendimento de gestão de fauna que pretenda operar
no Estado, sendo imprescindível que o futuro concessionário obtenha ou mantenha as
autorizações junto à Secretaria para o normal funcionamento do zoológico.
A Portaria nº 177/2015 também interessa à Concessão, pois estabelece as normas para
a destinação adequada da fauna silvestre apreendida, resgatada ou entregue às
autoridades competentes. De acordo com suas disposições, animais capturados
poderão ser destinados ao zoológico e vinculados à ampliação de seu plantel.
É de se notar, portanto, que a SEMA tem cumprido com seu papel federativo quanto a
tutela da fauna. As normas enunciadas acima representam evidente esforço no sentido
de se adequar à função de gestor local dos recursos faunísticos e, sobretudo, para
viabilizar o exercício de sua atribuição de executor material da política de manejo de
animais, consubstanciada no controle dos empreendimentos que poderão operar no
Estado do Rio Grande do Sul.
A relevância desta atuação para a futura Concessão é evidente. Atender aos parâmetros
positivados pela Secretaria será fundamental para que o zoológico a ser concedido
permaneça operacional.
(b) Recursos Hídricos
A SEMA, por outro turno, ainda desenvolverá importante papel na regulamentação do
uso e manejo dos recursos hídricos necessários à operação do zoológico. Como é
cediço, a manutenção deste empreendimento depende, em grande medida, da
disponibilização de consideráveis volumes de água para a dessedentação dos animais
e para a higienização de seus recintos, bem como para o uso e consumo humano.
Este tipo de utilização de água é regulamentado no Estado do Rio Grande do Sul pela
Lei Estadual nº 10.350 de 30 de dezembro de 1994, que institui o Sistema Estadual
de Recursos Hídricos. O objetivo deste último é o de instituir um amplo programa de
controle e fiscalização do uso de recursos hídricos ao longo de todo o Estado, visando
assegurar o uso racional e equilibrado deste bem.
Dentre os instrumentos estaduais voltados à implementação desta política, a lei acima
prevê a outorga do uso de recursos hídricos como um dos principais vetores de
Pl an o s En g en h ar ia 152
controle da exploração das águas estaduais (art. 29 a 31). Sua obtenção é necessária
para qualquer empreendimento, público ou particular, cuja implantação altere as
condições quantitativas ou qualitativas das águas superficiais ou subterrâneas do
Estado do Rio Grande do Sul.
De acordo com o Decreto Estadual nº 37.033, de 21 de novembro de 1996, que
regulamenta a Lei Estadual nº 10.350/1994, a outorga do direito de uso de recursos
superficiais que não alterem a qualidade das águas será concedida pelo Departamento
de Recursos Hídricos, sob a forma de licença de uso, com período máximo de cinco
anos, autorização de uso, cedida em caráter precário, ou por concessão por até 10
anos, nos casos previstos no art. 43 do Decreto Estadual nº 24.463/1994.
No caso de alterações qualitativas dos recursos hídricos superficiais, a autorização
deste uso será de incumbência da FEPAM.
As autorizações para exploração de recursos hídricos subterrâneos segue a mesma
estrutura de competências, conforme estabelecido pelo Decreto Estadual nº 42.047 de
26 de dezembro de 2002. De acordo com a legislação de regência, mesmo o
estabelecimento de poços artesianos está sujeito à obtenção de outorga junto ao
Departamento de Recursos Hídricos (DRH).
Neste caso, ainda vige exigência adicional: o detentor do poço artesiano deverá se
cadastrar junto ao DRH, só lhe sendo autorizado se valer desta engenharia para a
captação de recursos hídricos subterrâneos na hipótese de em sua localização não
existir ligação com a rede pública de abastecimento de água e, ainda, caso este uso
seja destinado às finalidades de uso industrial, floricultura ou agricultura (art. 96, Decreto
Estadual nº 23.430/1974).
Vale destacar, contudo, que a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável editou a Portaria nº 215, de 10 de janeiro de 2017, que dispensa a obtenção
de outorgas para o uso de água para aqueles usuários que se cadastrarem no Sistema
de Outorga de Água do Rio Grande do Sul - SIOUT e fornecerem os dados dos pontos
de uso on-line. A dispensa da outorga é realizada de forma estrita – sendo aplicável tão
somente para fins de obtenção de licenciamento ou de financiamentos no setor. Para a
obtenção destes últimos, a Portaria estabelece que será suficiente a apresentação do
Comprovante do Cadastro de Uso de Água, emitido em nome do usuário no momento
da conclusão do cadastro no SIOUT. 23
23
Art. 1º - Os usuários que se cadastrarem junto ao Sistema de Outorga de Água do Rio Grande do Sul - SIOUT e
fornecerem os dados dos pontos de uso on-line, receberão, assim que validados os dados, um Comprovante de Cadastro
de Uso da Água – 0003 emitido pelo sistema, numerado sequencialmente a cada ano, contendo um link e um código QR
Code para validação. Parágrafo primeiro - O Cadastro de Uso de Água é o primeiro procedimento a ser realizado para a
obtenção da outorga de uso de água, a ser emitida pelo Departamento de Recursos Hídricos considerando as restrições
e condicionantes estabelecidos pelo Conselho de Recursos Hídricos e pelos respectivos Comitês de Bacia, não se
constituindo, por si só, em autorização efetiva para o uso da água e, portanto, não exime o usuário da necessidade de
completar a solicitação de outorga por meio do SIOUT.Art. 2º - Excepcionalmente, para o uso de dessedentação animal
no ano de 2017, considerando a necessidade de consolidação do SIOUT, a conclusão do Cadastro de Uso da Água
dispensará a necessidade de obtenção da outorga, exclusivamente para fi ns de fi nanciamento e de licenciamento
ambiental.
Pl an o s En g en h ar ia 153
Importante agente quanto ao tema, é também o Comitê de Preservação,
Gerenciamento e Pesquisa da Bacia do Rio dos Sinos, criado pelo Decreto Estadual
nº 32.774, de 17 de março de 1988. Dentre suas competências, importa para o presente
caso a de estabelecer diretrizes gerais para a outorga de recursos hídricos superficiais
e subterrâneos situadas na Bacia do Rio Sinos – justamente onde se localiza o
Zoológico da Fundação Zoobotânica.
Por fim, o despejo de efluentes sobre os recursos hídricos do Estado deverá observar
a regulação do CONSEMA sobre o tema, que, por intermédio da Resolução nº
355/2017, definiu os “Padrões de Emissão de Efluentes Líquidos para fontes de emissão
que lancem seus efluentes em águas superficiais no Estado do Rio Grande do Sul”.
Todo este plexo de normas condicionará o uso e o manejo de recursos hídricos pela
futura Concessionária – caso esta opte por se valer dos recursos da bacia do Rio Sinos.
É possível, porém, que esta opte por adquirir água bruta e tratada junto à CORSAN, ou
de quem lhe faça as vezes, hipótese em que será desnecessária a obtenção de outorga,
porém, será obrigatória a observância do Regulamento dos Serviços de Saneamento
Básico emitido pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Público (AGERGS).
7.2.1.1 AGERGS
Criada pela Lei nº 10.931/1997, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos
Delegados do Rio Grande do Sul – AGERGS detém competências multisetoriais,
exercendo atividade regulatória principalmente nas seguintes áreas: saneamento,
energia elétrica, rodovias, telecomunicações; portos e hidrovias; irrigação; transportes
intermunicipais de passageiros, inclusive suas estações; aeroportos; distribuição de gás
canalizado; e inspeção de segurança veicular.
Na forma da lei que a instituiu, cumpre à AGERGS desempenhar as seguintes
atribuições: (i) assegurar a prestação de serviços adequados; (ii) garantir a harmonia
entre os interesses dos usuários e concessionários de serviços públicos; (iii) buscar a
modicidade das tarifas e o justo retorno dos investimentos; (iv) homologar os contratos
e demais instrumentos celebrados, (v) fixar, reajustar, revisar, homologar ou
encaminhar, ao ente delegante, tarifas, seus valores e estruturas; (vi) orientar a
confecção dos editais de licitação e homologá-los, objetivando a delegação de serviços
públicos; (vii) fiscalizar a qualidade dos serviços, por meio de indicadores e
procedimentos amostrais; (viii) aplicar sanções decorrentes da inobservância da
legislação vigente ou por descumprimento dos contratos de concessão ou permissão ou
de atos de autorização do serviço público.
A AGERGS poderá apresentar interface com a Concessão do zoológico, ao menos, em
duas perspectivas. A primeira delas seria decorrente de sua atividade regulatória
quanto aos serviços de saneamento básico. A Agência reguladora, tal como
destacado acima, é competente para disciplinar estes serviços, tendo-o feito por
intermédio do Regulamento dos Serviços de Saneamento Básico.
O regulamento destina-se à disciplina da utilização da rede de tratamento de água e
esgoto atualmente gerenciada pela CORSAN. O Zoológico poderá ser obrigado a se
conectar a esta rede pública caso seu logradouro seja abrangido pela rede
gerenciada pela estatal. É o que exige o art. 9º do Regulamento, que assim dispõe:
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Art. 9° O imóvel situado em logradouro dotado de rede pública de
abastecimento de água potável e/ou de rede coletora de esgoto
sanitário deverá ter suas instalações ligadas às respectivas redes,
de acordo com os dispositivos contidos na Lei Federal n° 8.080,
de 19 de setembro de 1990, Lei Estadual n° 6.503, de 22 de
dezembro de 1972, regulamentada pelo Decreto Estadual n°
23.430, de 24 de outubro de 1974, Lei Estadual n.º 11.520, de 3
de agosto de 2000, Lei Federal n.º 11.445, de 5 de janeiro de
2007, normas da CORSAN, bem como as normas expedidas pela
AGERGS.
Neste caso, é preciso que os rejeitos produzidos pelo empreendimento estejam
adequados para serem despejados na rede pública. Do contrário, a futura
Concessionária terá de assumir, por sua conta, os custos da submissão destes despejos
a um tratamento prévio.
Caso não exista rede de tratamento de esgoto na região, a Concessionária poderá
adotar solução individualizada. Estes rejeitos poderão ser despejados sobre os recursos
hídricos da região, desde que devidamente tratados, o que, neste último caso, mais uma
vez deverá ser feito pela Concessionária.
Afora este interface regulatória no setor de saneamento básico, a AGERGS ainda
poderá ter atuação regulatória na hipótese de a modelagem da Concessão se
realizar sob a forma de concessão de serviços públicos. Neste caso, a Agência será
chamada a atuar na disciplina destes serviços, sobretudo, tendo em vistas sua
competência para disciplinar os serviços públicos delegados do Estado do Rio Grande
do Sul.
Note-se que, diante das competências destacadas acima, competirá à AGERGS uma
regulação predominantemente técnica e econômica da Concessão, em especial, no que
diz respeito aos procedimentos de reajuste e homologação tarifária, assim como nos
procedimentos de preservação do equilíbrio econômico-financeiro da Concessão. Sua
atuação será residual na fase interna da Concessão, afinal, esta terá papel meramente
orientativo em relação à estruturação do projeto.
Pl an o s En g en h ar ia 155
qualidade do ambiente natural e a respeito das diretrizes para a preservação dos
recursos e ecossistemas do Estado. Vale destacar, ainda, que ao órgão incumbe
deliberar, também, a respeito dos conflitos entre valores ambientais diversos e aqueles
resultantes da ação dos órgãos públicos, dos entes privados e dos indivíduos situados
no território sul-rio-grandense.
Deste plexo de atribuições, depreende-se que o CONSEMA ocupa a função de um
coordenador geral da ação administrativa em matéria ambiental, alvitrando, sempre,
assegurar que esta se desenvolva dentro dos objetivos da Política Estadual de Meio
Ambiente. Para tanto, seu principal meio de atuação é a edição de normas e diretrizes
que deverão ser observadas pelos órgãos executores desta política.
Em matéria de licenciamento ambiental, o órgão exerceu suas prerrogativas
normativas através de sua Resolução nº 38/2006, que define os empreendimentos
sujeitos ao licenciamento ambiental e estabelece os procedimentos para a emissão das
licenças, assim como o prazo de vigência destas últimas.
A definição das atividades submetidas ao licenciamento segue critério abrangente,
sendo este definido pela própria Resolução nº 038/2006. De acordo com a norma
aludida, todo empreendimento cuja operação se utilize de recursos ambientais ou que
seja capaz de ocasionar qualquer forma de degradação ambiental, deverá se sujeitar ao
licenciamento.
Os zoológicos podem ser enquadrados nesta categoria, sobretudo, por sua operação
depender diretamente da exploração de recursos faunísticos, o que pode tornar sua
operação em uma atividade potencialmente danosa ao meio ambiente. Não por outro
motivo, em âmbito federal, a Resolução CONAMA nº 237/1997 considera o manejo de
animais silvestres uma atividade sujeita ao licenciamento ambiental.
A condução do procedimento de licenciamento ambiental, contudo, incumbe a outro
órgão da administração estadual. Criada pela Lei Estadual nº 9.077 de 04 de junho de
1990, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM é fundação com
personalidade jurídica de direito privado, vinculada à Secretaria do Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio Grande do Sul, que atua, dentre outros
segmentos, no licenciamento estadual das atividades consideradas como
potencialmente danosas.
Em virtude desta atribuição, a Fundação estará em interface direta com a
Concessionária, sendo responsável por disciplinar os critérios que esta terá de
atender para obter as licenças necessárias à operação do zoológico.
Independentemente das licenças ambientais que o Parque Zoológico já possui para a
execução de suas atividades, a sua manutenção e regularidade dependerão do
atendimento às diretrizes e normas exaradas pela FEPAM. A concessão desse tipo de
licença, necessariamente, deverá ser realizada por intermédio do Sistema Online de
Licenciamento Ambiental, conforme exigido pela Portaria Conjunta SEMA/FEPAM nº
01/2017.
Importante ponderar, aqui, que a competência da FEPAM não se confunde com a
emissão das autorizações operacionais indicadas no item anterior. Estas são referentes
a fiscalização distinta da que será realizada pela Fundação. Nas autorizações previstas
pela Portaria SEMA nº 179/2015, o que se analisa é a adequação das estruturas do
zoológico aos parâmetros de habitação, sanitários e de segurança para os animais e
Pl an o s En g en h ar ia 156
para os usuários do empreendimento. Na licença de operação a ser emitida pela
FEPAM, o que se analisa é o impacto ambiental que a operação do zoológico terá sobre
o meio ambiente circundante.
Em outras palavras, à SEMA, indicada no item anterior, compete a emissão da
autorização de operação para o Zoológico, enquanto à FEPAM compete a realização do
licenciamento ambiental do empreendimento.
É de se notar, contudo, que o Estado do Rio Grande do Sul não possui um regulamento
específico para o licenciamento de zoológicos. Diferentemente do que se realizou em
âmbito federal – que disciplinou esta forma de licenciamento de maneira específica na
Instrução Normativa nº 01/1999 -, no Estado vige tão somente a Resolução nº 38/2006
do CONSEMA, que estabelece um procedimento geral para licenciamentos ambientais
no Rio Grande do Sul.
Muito embora seja recomendável a edição de ato normativo específico para o
licenciamento de zoológicos, tal atribuição, hoje, poderá ser realizada com base nos
critérios estabelecidos pela Resolução nº 38/2006 do CONSEMA.
Por fim, vale destacar que o manejo de animais localizados na área de influência do
zoológico também é tema disciplinado pela FEPAM. A operação do empreendimento
ora em análise dependerá da obtenção e da manutenção de licenças para identificar e
destinar eventuais animais encontrados em áreas próximas a de implantação do
zoológico. Os requisitos necessários para a sua obtenção e os procedimentos a serem
adotados no gerenciamento dos animais encontrados nesta situação estão previstos na
Portaria FEPAM nº 75, de 01 de agosto de 2011.
Exposto este breve panorama, pode-se salientar que tanto o CONSEMA quanto a
FEPAM serão entes administrativos relevantes na normatização da execução da futura
Concessão. Das competências apresentadas acima, estas instituições atuarão tanto na
fase pré-operacional do futuro zoológico, quanto na fase operacional da Concessão,
sendo que, neste último caso, terá atuação mais destacada a FEPAM, que terá de
fiscalizar a manutenção das condições que levaram à emissão da licença ambiental e
conduzir os procedimentos de sua renovação periódica.
Pl an o s En g en h ar ia 157
conferem guarida a qualquer pretensão desta última que eventualmente seja levada ao
conhecimento do Poder Concedente.
O desempenho destas atribuições, mais uma vez, envolve um delineamento complexo
de atribuições e entes públicos, oriundo justamente do intrincado sistema de normas
que regerá as atividades da Concessão. A cada ente competente para disciplinar as
atividades da Concessionária, corresponderá de forma paralela uma competência para
fiscalizar o seu cumprimento. Nesta senda, o particular estará adstrito não só a uma
rede de normas jurídicas, como também de instituições responsáveis por assegurar o
cumprimento dos regramentos positivados e que sejam aplicáveis à atividade que lhe
foi delegada.
Sem descurar deste cenário, é relevante distinguir, contudo, os dois prismas em que
estas atribuições serão desempenhadas durante a Concessão, um externo e outro
interno. No primeiro deles – a que designamos por externo – estão situadas as
competências de fiscalização, apenamento e de apreciação de pleitos com fundamento
na regulação extracontratual que incide sobre as atividades da Concessionária. O que
estará em apreço será a adstrição das condutas desta última aos regulamentos que
têm por objeto temas afeitos à gestão do zoológico, tais como os regulamentos
ambientais, de uso e manejo de recursos hídricos e outros aplicáveis.
No que designamos por prisma interno, situam-se as atribuições referentes ao
acompanhamento do cumprimento das normas estatuídas pelo próprio contrato.
A distinção entre estes dois ângulos de análise, para o presente item, é relevante, pois
a cada um deles corresponderá uma estrutura administrativa de fiscalização distinta. A
fiscalização de índole extracontratual será de competência dos entes e órgãos
públicos competentes para editar os parâmetros normativos a serem cumpridos
pela Concessionária.
De outro turno, no que diz respeito aos parâmetros do próprio contrato, estas
atribuições, a princípio, se encontram concentradas em um só ente público: o Poder
Concedente. É ínsito à competência para delegar a gestão de um dado bem ou serviço
que junto dela venha a competência para definir os parâmetros em que esta gestão
deverá ser realizada e, por consequência, para aferir se tais parâmetros são
efetivamente cumpridos.
Partindo desta distinção, entendemos que o acompanhamento dos parâmetros
extracontratuais não merecem maiores aprofundamentos. Sob a perspectiva
institucional, serão competentes para tanto as instituições que foram responsáveis por
editar as normas que, de alguma forma, apresentarão uma interface com as atribuições
da Concessionária. Neste sentido, todas aquelas entidades identificadas ao longo
do item 7.2.1 deste relatório serão competentes para exercer este tipo de controle,
por óbvio, naquilo que se inserir em seu rol de competências.
Enfoque maior será dado à apreciação das atribuições de fiscalização do cumprimento
das próprias disposições do contrato, que certamente demandará a identificação de uma
estrutura administrativa específica no Estado do Rio Grande do Sul.
Iniciamos nossa análise institucional com o ente que, a princípio, titulariza o feixe de
atribuições abordado neste item – o Poder Concedente. Finalizamos com o estudo de
Pl an o s En g en h ar ia 158
uma alternativa à concentração destas atribuições em um órgão da administração
estadual e apreciamos a possibilidade de se atribui-las a uma comissão interdisciplinar.
24
Para a definição dos entes ou órgãos que, no Estado do Rio Grande do Sul, estarão habilitados a assumir esta função
na Concessão do Parque Zoológico, ver item Error! Reference source not found. e seguintes deste relatório.
25
Art. 16 - São direitos e deveres do Poder Concedente: I - regulamentar o serviço concedido e fiscalizar
permanentemente a sua prestação;
Pl an o s En g en h ar ia 159
posição, mediante o emprego de pessoal, estrutura e recursos próprios. Entretanto, isto
não deve ser interpretado como uma vedação a arranjos alternativos de desempenho
das atribuições fiscalizatórias. Na qualidade de titular das prerrogativas elencadas
acima, poderá o Concedente estipular diferentes formas de fiscalização da Concessão.
Abaixo, apreciamos uma delas.
Pl an o s En g en h ar ia 160
Feitas estas breves considerações, passamos a parte final deste capítulo, que tem por
escopo o estudo dos procedimentos internos à administração estadual, cuja
observância será obrigatória para a aprovação e publicação dos instrumentos de
delegação do Parque Zoológico de Sapucaia.
Pl an o s En g en h ar ia 161
Nesta alternativa de modelagem, portanto, o objeto da concessão envolveria a
transferência destes serviços para a iniciativa privada. A estrutura física do Parque
Zoológico seria para o privado na qualidade de bem reversível da Concessão,
imprescindível para a prestação de tais atividades.
Assumindo esta premissa, o procedimento de modelagem – sob o ponto de vista
institucional – estará sujeito ao estabelecido pelo Decreto Estadual nº 53.495, de 30
de março de 2017, que institui o Programa de Concessões e de Parcerias Público-
Privadas do Estado do Rio Grande do Sul (“PCPPP”).
O Decreto regulamenta a fase preparatória destas contratações de forma conjunta,
estabelecendo um procedimento que se aplica tanto para as PPPs quanto para as
concessões comuns. De acordo com a norma, a publicação e a contratação destes
projetos fica condicionada a sua prévia inserção no PCPPP, que será coordenado pelo
Conselho Gestor do Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas
(“CGPCPPP”).
A decisão pela inclusão ou não de um projeto no PCPPP é de competência do
Conselho (art. 3º, inc. III, do Decreto nº 53.495/2017) 26, que observará neste
procedimento as condições estabelecidas no Decreto e em normativo próprio, a ser
editado pelo próprio CGPCPPP.
Muito embora a decisão final acerca dos projetos pertença ao Conselho, a modelagem
destes últimos não faz parte de suas atribuições. Este trabalho de concepção inicial
do projeto compete ao órgão ou ente administrativo interessado em realizar a
concessão, conforme estabelecido pelo art. 7º do Decreto 27, orientado pela AGERGS. 28
A formatação final do projeto, assim que concluída, deverá ser submetida à Unidade
Executiva do Programa de Concessões e Parcerias Público-Privadas, órgão
vinculado à Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão do Estado do Rio
Grande do Sul, e que faz as vezes de um ramo executivo do programa estadual de
concessões. Dentre suas principais atribuições encontra-se a de emitir parecer prévio
quanto à adequação da proposta de cada projeto de concessão ou de parceria público-
privada, para fins de instrução das deliberações do Conselho Gestor do Programa de
Concessões e de Parcerias Público-Privadas”. 29 (grifos nossos)
Este parecer, de acordo com o inc. VI, do art. 6º do Decreto nº 53.495/2017, deverá
abordar ao menos os seguintes aspectos: (i) forma de modelagem dos projetos; (ii)
analisar as minutas decorrentes de chamamentos públicos em Procedimentos de
Manifestação de Interesse (quando cabível); (iii) as modelagens realizadas, e (iv) as
minutas dos instrumentos da contratação (edital e contrato).
26
Art. 3º Ao Conselho Gestor do Programa de Concessões e de Parcerias Público-Privadas compete: (…) III – deliberar
sobre a inclusão de projetos no Programa de que trata este Decreto, observadas as diretrizes legais e governamentais,
e definir a forma de modelagem;
27
Art. 7º Compete aos órgãos e às entidades da Administração Pública Estadual elaborar e submeter o edital de licitação
ao Conselho Gestor do Programa de que trata este Decreto, encaminhar a licitação e acompanhar e fiscalizar os
contratos de concessão e de parceria público-privada sob a sua responsabilidade.
28
Art. 4º, inc. VI, da Lei Estadual nº 10.931/1997.
29
Art. 6º, inc. IV, do Decreto Estadual nº 53.495/2017.
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A Unidade Executiva poderá solicitar pareceres específicos de áreas técnicas da
administração estadual, com vistas a subsidiar seu entendimento acerca da
recomendação da aprovação ou não dos projetos. Trata-se de uma prerrogativa não
vinculante – muito embora, a depender da complexidade do caso, a solicitação deste
auxílio de áreas especializadas seja recomendável.
Esta facultatividade não se aplica, contudo, no que diz respeito ao parecer da
Procuradoria Geral do Estado (“PGE”). A PGE deverá se manifestar a respeito dos
instrumentos da contratação em razão de sua competência para apreciar a legalidade
dos atos da administração estadual. Prevista na Constituição do Estado 30, a
competência é de exercício obrigatório, devendo o parecer do órgão jurídico ser
acostado ao processo de aprovação da modelagem, antes da decisão final do Conselho
Gestor.
O Decreto Estadual nº 38.704/1998 determina também que a modelagem da concessão
seja submetida à Controladoria e Auditoria Geral do Estado do Rio Grande do Sul
(“CAGE”), órgão vinculado à Secretaria da Fazenda e responsável por coordenar o
sistema de controle interno do Estado.
Aprovado por estes dois órgãos, os instrumentos da contratação deverão, ainda por
força do Decreto nº 38.704/1998, ser submetido à homologação da AGERGS, e ainda,
sujeitos à apreciação do Conselho Gestor do Programa de Concessões e PPPs, que
terá competência para aprovar ou não a inclusão do projeto no programa de concessões
do estado.
Sob o ponto de vista institucional, são estes órgãos e entes que atuarão no
procedimento de formulação interna dos editais e contratos de concessão de serviços
públicos. Com vistas a facilitar a visualização dos procedimentos e entes envolvidos,
apresenta-se a seguir um fluxograma, que sintetiza todo o dito acima:
Figura 83 – Fluxograma dos entes e procedimentos envolvidos na Concessão do
Zoológico.
30
Art. 115. Competem à Procuradoria-Geral do Estado a representação judicial e a consultoria jurídica do Estado, além
de outras atribuições que lhe forem cometidas por lei, especialmente: (…) II - pronunciar-se sobre a legalidade dos atos
da administração estadual;
Pl an o s En g en h ar ia 163
No que diz respeito ao acompanhamento da execução contratual, há que se destacar
que, afora as atribuições de controle e acompanhamento do Poder Concedente, o
CGPCPPP e a Unidade Executiva terão papel fundamental neste acompanhamento.
Conforme estabelecido pelo inc. VII do art. 6º do Decreto Estadual nº 53.495/2017,
competirá à Unidade Executiva do CGPCPPP elaborar e apresentar ao Conselho
relatórios circunstanciados versando sobre o equilíbrio econômico-financeiro, a
adequação dos serviços prestados e a garantia contratada, bem como sobre o
alcance de metas e à sua adequação aos prazos de execução e de amortização dos
investimentos.
O monitoramento do atendimento aos objetivos da Concessão também incumbirá a este
órgão.
Pl an o s En g en h ar ia 164
É possível se afirmar que inexiste um procedimento prévio especificado no Rio
Grande do Sul para a concessão de ativos pertencentes ao Estado. Entretanto, da
análise do ordenamento jurídico estadual, é possível se depreender que a aprovação
interna da Concessão poderá seguir duas alternativas.
A primeira é a sua delegação como um ativo público, não integrante de um programa
específico do Estado do Rio Grande do Sul. Neste caso, em razão da ausência de
legislação específica sobre o tema, o procedimento de sua aprovação demandará a
utilização subsidiária da legislação de concessões comuns, aplicáveis por
analogia à concessão de bens públicos. A segunda alternativa, por outro lado, é a
sua transferência no bojo do Programa de Aproveitamento e Gestão Imóveis (“PAGI”).
Avaliamos e cotejamos cada uma delas a seguir.
Pl an o s En g en h ar ia 165
Em última análise, tanto num quanto noutro caso, o que se aprecia é a delegação de
um plexo de ativos e obrigações prestacionais do Estado à iniciativa privada, com vistas
a permitir a exploração econômica destes ativos e serviços, acompanhada da
contrapartida da disponibilização da fruição de determinadas utilidades aos usuários.
Sob este ponto de vista, portanto, as disposições procedimentais da Lei Estadual
nº 10.086/1994 e de suas complementações posteriores poderiam ser aplicadas,
por analogia, à concessão de bem público.
Afinal, a concessão de bem público apresenta as mesmas peculiaridades quanto ao
equilíbrio econômico-financeiro, viabilidade técnica e econômica, remuneratórias e
quanto a tantos outros temas igualmente enfrentados na concessão comum de serviços
públicos. Quanto a essa possibilidade e a possibilidade de questionamento que ela pode
trazer, voltaremos com maior detalhamento no documento dedicado ao enfrentamento
das questões jurídicas do projeto.
De qualquer forma, entendemos ser possível sustentar a aplicação analógica da Lei
Estadual nº 10.086/1994 e dos procedimentos aplicáveis à aprovação de concessão
comum, estabelecidos pelo Decreto Estadual nº 53.495/2017. Em sendo assim, a
princípio, entendemos que a Concessão – se modelada como de bem público –
poderá ser aprovada internamente a partir dos mesmos procedimentos que
descritos no item 7.3.1 – mediante a sua inserção no Programa de Concessões e
de Parcerias Público-Privadas do Estado do Rio Grande do Sul.
Em que pese este entendimento, por não haver lei em específico, é possível sustentar
procedimento ainda mais simplificado, próximo à condução de um procedimento
administrativo interno ao próprio Poder Concedente.
Isto significa dizer que, diante da indefinição legislativa quanto ao tema, é possível
sustentar que o Poder Concedente detém competência para conduzir esta
concessão, dispensando-se a sua avaliação por quaisquer Conselhos ou outros
entes que não estejam habilitados para realizar um controle prévio de legalidade.
A se considerar esta segunda premissa, a modelagem do projeto, em sua
integralidade, poderia ser conduzida pela SEMA ou pela FZB, dependendo da
análise desta modelagem tão somente pela Secretaria da Fazenda (no que diz respeito
à sua economicidade) e a Procuradoria Geral do Estado (no que tange à sua
legalidade). A atuação da PGE neste caso se deve ao fato de deter uma competência
geral para a apreciação da legalidade dos atos da administração rio-grandense.
A princípio, em uma leitura formal, apenas o órgão jurídico deteria uma competência
expressa para atuar sobre o procedimento. Nenhum outro ente ou órgão administrativo
detém competência para apreciar procedimentos de concessão de bens públicos no
Estado do Rio Grande do Sul.
A autorização para que o órgão delegante dê início a este procedimento pode ser
extraída do próprio parágrafo único do art. 8º da Lei Estadual nº 14.892/2017, já
citado anteriormente, que autoriza a SEMA a optar por uma gestão direta ou indireta
do patrimônio do Zoológico, quando esta assumisse o zoológico após a extinção da
FZB. A partir deste autorizativo legal, pode o órgão optar por transferir este ativo à
iniciativa privada.
Pl an o s En g en h ar ia 166
Nesta senda, parece-nos que, a se optar por esta alternativa, o procedimento de
delegação poderá ser simplificado – sobretudo, em razão do menor volume de normas
incidentes. Bastará, a princípio, a modelagem do projeto pela SEMA ou pela FZB e a
aprovação do projeto pela PGE/RS.
O acompanhamento da execução contratual, neste caso, remanescerá concentrado no
Poder Concedente.
31
A ressalva é relevante, tendo em vista a disposição do art. 25 do Decreto Estadual nº 53.425/2017, que assim dispõe:
Art. 25. Nos termos do art. 24 deste Decreto, o Comitê Gestor poderá ceder onerosamente imóvel por meio da edificação
de prédio como contrapartida pela utilização de imóvel por prazo determinado.
Pl an o s En g en h ar ia 167
uma alternativa, sendo possível se adotar arranjos distintos para se transferir o uso de
imóveis do Estado a particulares.
Um destes arranjos possíveis é a sua delegação, mediante cobrança de outorga
(delegação onerosa), inserindo com contrapartidas não a edificação de um projeto, mas
a realização de obrigações de prestação de serviços no imóvel que lhe foi delegado. Em
outras palavras, a norma supracitada é ampla o suficiente para comportar a delegação
do zoológico como uma concessão de bem público.
Sua aprovação, neste caso, será dependente de um procedimento similar ao
sustentado no item 7.3.1, contudo, composto por órgãos e entes distintos. Nesta
alternativa, a delegação do ativo dependerá de sua inclusão no Programa de
Aproveitamento e Gestão de Imóveis do Estado do Rio Grande do Sul – decisão
esta que ficará a cargo do Comitê Gestor do Programa de Aproveitamento e Gestão
dos Imóveis (“CGPAGI”).
Desta feita, contudo, não há emissão de parecer prévio de parte de uma unidade
executiva. Só haverá uma decisão definitiva do Comitê a respeito da adequação do
projeto aos objetivos do PAGI. Evidentemente, contudo, esta decisão deverá ser
instruída com parecer prévio da PGE/RS – que tem o dever funcional de apreciar a
legalidade de qualquer ato da administração estadual.
Sob o ponto de vista do acompanhamento da execução contratual, esta competirá
ao próprio Comitê Gestor, sem prejuízo das atribuições do Poder Concedente. De
acordo com o § 3º da Lei Estadual nº 14.954/2017, este deverá prestar contas,
quadrimestralmente, à Assembleia Legislativa sobre todos os projetos situados sob a
sua gestão. Esta prestação de contas deverá ser feita mediante relatório, publicado na
internet.
Embora o contrato de Concessão de bem público do Parque Zoológico de Sapucaia
possa formalmente ser enquadrado no PAGI, há que se ponderar, igualmente, que os
objetivos do programa (a gestão eficiente do bem público) não exaure as preocupações
e o interesse público envolvido na gestão de um Parque Zoológico, notadamente os
interesses de caráter ambiental que justificam a titularidade da SEMA sobre esse ativo.
Esse componente político-teleológico deverá igualmente ser levado em conta quando
da decisão sobre o procedimento a ser adotado.
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8 Considerações e Conslusões
8.1 Considerações
Na análise dos resultados deste Produto é importante ter em consideração que os
resultados decorrem da utilização de determinadas premissas operacionais de
custos/despesas de operação e manutenção, investimento e receitas devidamente
identificados no estudo, pelo que a utilização de premissas diferentes poderá alterar os
resultados obtidos. Estimar receitas, custos/despesas de operação e manutenção e
custos de investimento até 2047, último ano da concessão, é um exercício cujos
resultados devem ser analisados com particular cautela, dado que a alteração das
premissas que serviram de base à preparação das projeções poderá ter implicações
significativas nos resultados apresentados. Deve-se considerar também, que as
empresas interessadas poderão elaborar o seu plano de exploração do bem concedido,
implantando outras atrações que não prevista no Estudo.
Para além das premissas operacionais consideradas para efeito das análises
econômico-financeiras, os resultados e conclusões do Estudo considera como modelo
de negócio a forma de Concessão Onerosa, considerando-se o pagamento de outorga
pelo Concessionário ao Poder Concedente.
8.2 Conclusões
A modelagem econômica financeira teve como objetivo principal analisar a viabilidade
da concessão do Parque Zoológico Sapucaia do Sul (Projeto 2). Considerou-se como
retorno esperado a taxa referencial de 10,49%. Neste sentido, a outorga variável,
resultado da avaliação, foi definida em 1,0% do faturamento bruto da concessionária.
No modelo de negócios proposto, há a possibilidade de exploração de outras atividades,
pelo privado, que geram maior rentabilidade para o Projeto. Uma das alternativas é a
implantação de parque de diversão e/ou outras formas de entretenimento e lazer,
permitindo uma atratividade ao negócio. Ainda assim, é nosso entendimento, que o
Projeto é do ponto de vista técnico, jurídico, econômico e financeiro viável nas condições
descritas no presente documento.
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ANEXOS
Anexo I – Demonstrações Financeiras
Anexo II – Roteiro de Definições da Modelagem Jurídica
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Anexo I – Demonstrações Financeiras
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Anexo I – Demonstrações Financeiras
Pl an o s En g en h ar ia 172
DRE R$ '000
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
Receita Consolidada 30.002 30.154 30.305 30.456 30.607 30.757 30.908 31.059 31.209 31.359
Receita Tarifária 25.745 25.875 26.005 26.135 26.264 26.393 26.523 26.652 26.781 26.910
Receita Acessória 4.257 4.278 4.300 4.321 4.343 4.364 4.385 4.407 4.428 4.449
(-)Deduções (4.275) (4.297) (4.318) (4.340) (4.361) (4.383) (4.404) (4.426) (4.447) (4.469)
Impostos Indiretos Receita Tarifária (3.669) (3.687) (3.706) (3.724) (3.743) (3.761) (3.779) (3.798) (3.816) (3.835)
Impostos Indiretos Receita Acessória (607) (610) (613) (616) (619) (622) (625) (628) (631) (634)
Receita Líquida 25.727 25.857 25.986 26.116 26.245 26.374 26.504 26.633 26.762 26.891
(-) Custos Operacionais (15.067) (15.074) (15.081) (15.088) (15.095) (15.102) (15.109) (15.116) (15.123) (15.130)
(-) Outorga (294) (296) (297) (298) (300) (301) (303) (304) (306) (307)
Lucro Bruto 10.366 10.487 10.608 10.729 10.850 10.971 11.092 11.212 11.333 11.453
% Margem Bruta 40% 41% 41% 41% 41% 42% 42% 42% 42% 43%
Despesas Administrativas (110) (104) (104) (104) (104) (106) (105) (105) (106) (106)
EBITDA 10.256 10.384 10.504 10.625 10.746 10.865 10.986 11.107 11.227 11.347
% Margem EBITDA 40% 40% 40% 41% 41% 41% 41% 42% 42% 42%
Depreciação e Amortização (1.624) (1.645) (1.666) (1.672) (1.686) (1.878) (1.905) (1.905) (1.920) (1.939)
EBIT 8.632 8.738 8.838 8.954 9.060 8.986 9.081 9.202 9.307 9.408
% Margem EBIT 34% 34% 34% 34% 35% 34% 34% 35% 35% 35%
Resultado Financeiro 1.650 1.845 2.520 3.238 4.022 4.770 2.749 1.787 1.299 1.126
Receita Financeira 2.302 2.352 2.882 3.455 4.094 4.770 2.749 1.787 1.299 1.126
Juros (652) (507) (362) (217) (72) - - - - -
EBT 10.282 10.584 11.358 12.192 13.081 13.756 11.831 10.989 10.605 10.534
(-) IR e CSLL (3.415) (3.726) (4.005) (4.304) (4.621) (4.865) (4.227) (3.957) (3.842) (3.833)
Lucro Líquido 6.867 6.858 7.353 7.888 8.460 8.891 7.604 7.032 6.764 6.702
% Margem Líquida 27% 27% 28% 30% 32% 34% 29% 26% 25% 25%
Pl an o s En g en h ar ia 173
DRE R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
Receita Consolidada 31.510 31.660 31.809 31.959 32.109 32.258 32.407 32.556 32.705 32.854
Receita Tarifária 27.039 27.168 27.296 27.425 27.553 27.681 27.809 27.937 28.065 28.192
Receita Acessória 4.471 4.492 4.513 4.535 4.556 4.577 4.598 4.619 4.640 4.661
(-)Deduções (4.490) (4.511) (4.533) (4.554) (4.575) (4.597) (4.618) (4.639) (4.660) (4.682)
Impostos Indiretos Receita Tarifária (3.853) (3.871) (3.890) (3.908) (3.926) (3.945) (3.963) (3.981) (3.999) (4.017)
Impostos Indiretos Receita Acessória (637) (640) (643) (646) (649) (652) (655) (658) (661) (664)
Receita Líquida 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019 27.019
(-) Custos Operacionais (15.137) (15.144) (15.151) (15.158) (15.165) (15.172) (15.179) (15.186) (15.193) (15.200)
(-) Outorga (309) (310) (312) (313) (315) (316) (318) (319) (321) (322)
Lucro Bruto 11.573 11.694 11.814 11.934 12.053 12.173 12.293 12.412 12.531 12.650
% Margem Bruta 43% 43% 43% 44% 44% 44% 44% 44% 45% 45%
Despesas Administrativas (114) (108) (108) (108) (108) (110) (109) (109) (110) (110)
EBITDA 11.459 11.586 11.706 11.826 11.945 12.063 12.183 12.303 12.421 12.540
% Margem EBITDA 42% 43% 43% 43% 43% 44% 44% 44% 44% 45%
Depreciação e Amortização (2.576) (2.614) (2.694) (2.694) (2.724) (3.099) (3.144) (3.144) (3.379) (3.385)
EBIT 8.883 8.972 9.011 9.132 9.221 8.964 9.039 9.158 9.042 9.155
% Margem EBIT 33% 33% 33% 33% 33% 32% 33% 33% 32% 32%
Resultado Financeiro 1.290 1.012 1.218 1.408 1.622 1.825 1.922 2.159 2.410 2.542
Receita Financeira 1.290 1.012 1.218 1.408 1.622 1.825 1.922 2.159 2.410 2.542
Juros - - - - - - - - - -
EBT 10.173 9.984 10.229 10.539 10.843 10.789 10.961 11.317 11.452 11.697
(-) IR e CSLL (3.725) (3.683) (3.789) (3.916) (4.041) (4.044) (4.128) (4.274) (4.343) (4.453)
Lucro Líquido 6.448 6.301 6.440 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 7.244
% Margem Líquida 24% 23% 24% 24% 25% 24% 25% 25% 25% 26%
Pl an o s En g en h ar ia 174
Tabela 2: Fluxo de caixa do Projeto
Pl an o s En g en h ar ia 175
Fluxo de Caixa do Projeto R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
EBIT 8.883 8.972 9.011 9.132 9.221 8.964 9.039 9.158 9.042 9.155
(+) Depreciação 2.576 2.614 2.694 2.694 2.724 3.099 3.144 3.144 3.379 3.385
(-) IR/CSLL (sem tax shield) (3.286) (3.339) (3.375) (3.438) (3.490) (3.423) (3.474) (3.540) (3.524) (3.588)
(+/-) Capital de Giro (13) (9) 0 (1) 0 (6) (1) 0 (3) 466
Fluxo de Caixa Operacional 8.161 8.238 8.332 8.387 8.456 8.633 8.708 8.763 8.894 9.418
(-) Investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)
Fluxo de Caixa de Investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)
Fluxo de Caixa Livre do Projeto 1.786 7.902 7.686 8.387 8.275 6.759 8.528 8.763 8.426 9.411
Fluxo de Caixa acumulado 61.818 69.721 77.407 85.794 94.069 100.828 109.356 118.119 126.544 135.956
Pl an o s En g en h ar ia 176
Tabela 3: Fluxo de caixa Alavancado
Pl an o s En g en h ar ia 177
Fluxo de Caixa Alavancado R$ '000
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
EBT 10.282 10.584 11.358 12.192 13.081 13.756 11.831 10.989 10.605 10.534
(+) Depreciação 1.624 1.645 1.666 1.672 1.686 1.878 1.905 1.905 1.920 1.939
(-) IR/CSLL (com tax shield) (3.415) (3.726) (4.005) (4.304) (4.621) (4.865) (4.227) (3.957) (3.842) (3.833)
(+/-) Capital de Giro 51 9 9 10 12 6 (42) (21) (12) (8)
Fluxo de caixa operacional 8.542 8.512 9.028 9.570 10.158 10.775 9.467 8.916 8.672 8.632
(-) Investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)
Fluxo de caixa de investimentos (6.456) (404) (377) (96) (232) (2.879) (376) - (181) (207)
(+) Empréstimo - - - - - - - - - -
(-) Amortização (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) - - - - -
(+/-) Conta Reserva 36 36 36 36 36 384 - - - -
(+/-) Caixa Mínimo 3 (4) (1) (1) 3 (4) (1) (1) 3 (4)
Fluxo de caixa de financiamento (1.426) (1.433) (1.429) (1.429) (1.426) 380 (1) (1) 3 (4)
Fluxo de caixa livre alavancado 660 6.676 7.222 8.044 8.500 8.277 9.091 8.915 8.494 8.421
Fluxo de caixa acumulado (3.032) 3.644 10.866 18.911 27.411 35.688 44.779 53.694 62.188 70.608
Pl an o s En g en h ar ia 178
Fluxo de Caixa Alavancado R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
EBT 10.173 9.984 10.229 10.539 10.843 10.789 10.961 11.317 11.452 11.697
(+) Depreciação 2.576 2.614 2.694 2.694 2.724 3.099 3.144 3.144 3.379 3.385
(-) IR/CSLL (com tax shield) (3.725) (3.683) (3.789) (3.916) (4.041) (4.044) (4.128) (4.274) (4.343) (4.453)
(+/-) Capital de Giro (13) (9) 0 (1) 0 (6) (1) 0 (3) 466
Fluxo de caixa operacional 9.012 8.906 9.135 9.316 9.526 9.838 9.977 10.188 10.485 11.096
(-) Investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)
Fluxo de caixa de investimentos (6.375) (336) (646) - (181) (1.874) (181) - (469) (6)
(+) Empréstimo - - - - - - - - - -
(-) Amortização - - - - - - - - - -
(+/-) Conta Reserva - - - - - - - - - -
(+/-) Caixa Mínimo (1) (1) 3 (4) (1) (1) 3 (4) (1) 1.249
Fluxo de caixa de financiamento (1) (1) 3 (4) (1) (1) 3 (4) (1) 1.249
Fluxo de caixa livre alavancado 2.637 8.570 8.492 9.312 9.345 7.963 9.799 10.184 10.015 12.338
Fluxo de caixa acumulado 73.245 81.815 90.308 99.620 108.965 116.928 126.727 136.911 146.927 159.265
Pl an o s En g en h ar ia 179
Tabela 4: Fluxo de caixa do Acionista
Pl an o s En g en h ar ia 180
Tabela 5: Balanço Patrimonial
Pl an o s En g en h ar ia 181
Balanço Patrimonial R$ '000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Contas a pagar 651 778 793 799 807 814 822 824 825 825
Impostos a pagar - - - - 25 56 100 110 120 131
Início do ano - 12.230 14.267 16.112 16.112 14.648 13.183 11.718 10.253 8.789
Captação do Financiamento 12.230 2.037 1.845 - - - - - - -
Amortização do Financiamento - - - - (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465)
Exigível a Longo Prazo 12.230 14.267 16.112 16.112 14.648 13.183 11.718 10.253 8.789 7.324
Passivo IV 12.881 15.046 16.905 16.912 15.480 14.052 12.640 11.188 9.734 8.280
Capital social 21.980 27.127 30.724 30.724 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735
Reserva Legal - - - - 70 228 514 826 1.166 1.535
Lucros Acumulado após distribuição (6.852) (10.183) (12.593) (13.452) (12.118) (9.128) (3.682) 2.248 8.706 15.721
Lucro Acumulado - reserva legal (6.852) (10.183) (12.593) (13.452) (12.118) (9.128) (3.682) 2.248 8.706 15.721
Dividendos pagos - - - - - - - - - -
Patrimônio Líquido V 15.127 16.944 18.131 17.272 18.687 21.834 27.567 33.809 40.607 47.991
Passivo e Patrimônimo Líquido VI = IV + V 28.008 31.989 35.036 34.184 34.167 35.886 40.207 44.997 50.341 56.271
Pl an o s En g en h ar ia 182
Balanço Patrimonial R$ '000
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
ATIVO
Caixa Excedente 27.703 34.379 41.601 49.645 58.145 33.211 21.151 15.033 12.869 14.924
Conta Reserva 529 493 457 420 384 - - - - -
Caixa Mínimo 1.235 1.239 1.240 1.240 1.237 1.241 1.242 1.242 1.240 1.244
Contas a Receber 1.406 1.417 1.424 1.431 1.434 1.445 1.452 1.459 1.462 1.473
Ativo Circulante I 30.873 37.527 44.721 52.737 61.201 35.898 23.845 17.735 15.571 17.641
Imobilizado Bruto - - - - - - - - - -
Intangível 44.548 44.952 45.329 45.425 45.657 48.536 48.912 48.912 49.093 49.300
Depreciação Acumulada II - - - - - - - - - -
Amortização Acumulada (13.694) (15.340) (17.006) (18.677) (20.364) (22.242) (24.147) (26.052) (27.972) (29.911)
Ativo Permanente 30.854 29.613 28.323 26.748 25.293 26.294 24.765 22.860 21.121 19.389
Ativo Total III = I + II 61.727 67.140 73.044 79.484 86.495 62.192 48.610 40.595 36.692 37.030
Pl an o s En g en h ar ia 183
Balanço Patrimonial R$ '000
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
2028 2029 2030 2031 2032 2033 2034 2035 2036 2037
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Contas a pagar 823 826 826 827 825 828 828 828 826 829
Impostos a pagar 187 204 219 236 253 267 232 217 210 210
Início do ano 7.324 5.859 4.394 2.930 1.465 - - - - -
Captação do Financiamento - - - - - - - - - -
Amortização do Financiamento (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) (1.465) - - - - -
Exigível a Longo Prazo 5.859 4.394 2.930 1.465 - - - - - -
Passivo IV 6.869 5.424 3.975 2.527 1.077 1.094 1.059 1.045 1.036 1.039
Capital social 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735
Reserva Legal 1.879 2.222 2.589 2.984 3.407 3.851 4.231 4.583 4.921 5.256
Lucros Acumulado após distribuição 22.244 28.759 35.745 43.239 51.276 26.512 12.585 4.232 - -
Lucro Acumulado - reserva legal 22.244 28.759 35.745 43.239 51.276 59.723 33.736 19.265 10.658 6.366
Dividendos pagos - - - - - (33.211) (21.151) (15.033) (10.658) (6.366)
Patrimônio Líquido V 54.858 61.716 69.069 76.957 85.417 61.098 47.551 39.550 35.656 35.991
Passivo e Patrimônimo Líquido VI = IV + V 61.727 67.140 73.044 79.484 86.495 62.192 48.610 40.595 36.692 37.030
Pl an o s En g en h ar ia 184
Balanço Patrimonial R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
ATIVO
Caixa Excedente 11.435 14.018 16.392 19.082 21.625 22.844 25.809 28.950 31.857 36.950
Conta Reserva - - - - - - - - - -
Caixa Mínimo 1.244 1.245 1.242 1.246 1.246 1.247 1.244 1.248 1.249 -
Contas a Receber 1.481 1.488 1.491 1.502 1.509 1.516 1.519 1.530 1.537 -
Ativo Circulante I 14.159 16.751 19.125 21.829 24.380 25.606 28.572 31.728 34.642 36.950
Imobilizado Bruto - - - - - - - - - -
Intangível 55.674 56.010 56.656 56.656 56.836 58.710 58.891 58.891 59.360 59.366
Depreciação Acumulada II - - - - - - - - - -
Amortização Acumulada (32.487) (35.101) (37.795) (40.489) (43.214) (46.313) (49.458) (52.602) (55.981) (59.366)
Ativo Permanente 23.187 20.909 18.861 16.166 13.622 12.397 9.433 6.289 3.379 -
Ativo Total III = I + II 37.347 37.660 37.985 37.996 38.003 38.003 38.005 38.017 38.021 36.950
Pl an o s En g en h ar ia 185
Balanço Patrimonial R$ '000
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2038 2039 2040 2041 2042 2043 2044 2045 2046 2047
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Contas a pagar 829 830 828 831 831 831 829 832 832 -
Impostos a pagar 204 202 207 215 221 222 226 234 238 -
Início do ano - - - - - - - - - -
Captação do Financiamento - - - - - - - - - -
Amortização do Financiamento - - - - - - - - - -
Exigível a Longo Prazo - - - - - - - - - -
Passivo IV 1.034 1.032 1.035 1.045 1.052 1.053 1.055 1.066 1.070 -
Capital social 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735 30.735
Reserva Legal 5.579 5.894 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216 6.216
Lucros Acumulado após distribuição - - - - - - - - - -
Lucro Acumulado - reserva legal 6.126 5.986 6.118 6.623 6.802 6.745 6.833 7.044 7.109 7.244
Dividendos pagos (6.126) (5.986) (6.118) (6.623) (6.802) (6.745) (6.833) (7.044) (7.109) (7.244)
Patrimônio Líquido V 36.313 36.628 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950 36.950
Passivo e Patrimônimo Líquido VI = IV + V 37.347 37.660 37.985 37.996 38.003 38.003 38.005 38.017 38.021 36.950
Pl an o s En g en h ar ia 186
Anexo II – Roteiro de Definições da Modelagem Jurídica
Pl an o s En g en h ar ia 187
Assessoria na
estruturação do
Programa de
Concessões e
PPP
PROREDES-BIRD/RS
—
24 de novembro de 2017
1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS
1.1. PODER CONCEDENTE
2
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO
Legislação aplicável
Concessão Comum
Modalidades de concessão:
Lei Estadual nº 10.086/94 –
• Concessão Comum; Concessão e Permissão de Serviços
• Concessão Patrocinada; Públicos;
Lei Federal nº 8.987/95
• Concessão de Bem Público.
Concessão Patrocinada
Lei Estadual nº 12.234/2005
Lei Federal nº 11.079/2004
Experiências Anteriores
Concessão de Bem Público
Lei Estadual nº 10.086/1994
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Concessão comum.
Lei Federal nº 9.636/1998
Lei Federal nº 8.987/1995
3
Edital
4
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.1. CRITÉRIO DE JULGAMENTO
3.2.2 CONSÓRCIO
5
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2.2 NÚMERO DE CONSORCIADOS
3.2.2.3 PROPORCIONALIDADE
6
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3. CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO DOS LICITANTES
Recomendação:
Admissão de somatório de atestados, inclusive, entre consorciados e subcontratadas +
quantitativo mínimo no atestado somado (p.ex., 10% do valor exigido pelo edital);
Se o atestado apresentado para o somatório tiver sido emitido em nome de SPE ou
consórcio do qual a proponente ou subcontratado fez parte, o quantitativo ali
contemplado só será considerado em seu valor integral se a proponente detiver mais de
30% de participação na SPE ou no consórcio. Caso contrário, o atestado só poderia ser
somado na proporção da participação da proponente.
3.3.5. ATESTAÇÃO POR SUBCONTRATADA
Recomendação:
Permissão da atestação por subcontratadas, nos termos do item 3.3.4 e desde que a
proponente que o fizer apresente autorização escrita da futura subcontratada para a
utilização do atestado e compromisso de contratação firmado com a futura
subcontratada.
8
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.6. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA
3.3.8. DECLARAÇÕES
Recomendação: Seleção da proposta de maior valor de outorga sem lance em viva voz.
10
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.6. FASE RECURSAL ÚNICA
11
Contrato
12
4. OBJETO E PRAZO
4.1. DELIMITAÇÃO
Recomendação: 30 anos.
13
5. OUTORGA
5.1. COBRANÇA
14
6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.1. MOMENTO DE COBRANÇA DOS INGRESSOS
Recomendação: Cobrança dos valores tarifários definidos na Proposta Econômica Escrita apenas após
a conclusão das obras. Enquanto estas não forem concluídas, e o zoológico ainda estiver em operação,
as tarifas cobradas pela concessionária serão as atualmente vigentes.
15
7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.1. MODALIDADES PARA A RECOMPOSIÇÃO DO EQUILÍBRIO
Recomendação:
(i) Revisão Ordinária Periódica;
(ii) Revisão extraordinária sempre que o equilíbrio econômico-financeiro ser modificado;
(iii) Previsão de revisão tarifária periódica.
16
7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.3. CRITÉRIO DE CÁLCULO DO REEQUILÍBRIO
Recomendação: Estabelecimento de método claro de cálculo do reequilíbrio, com o
objetivo de evitar discussões posteriores a seu respeito. Poderão ser adotados como
critério:
(i) TIR – taxa interna de retorno - captura custo de oportunidade da concessionária na
proposta;
(ii) Fluxo de Caixa Marginal - Permite identificar custo de capital no momento do
reequilíbrio;
(iii) TIR para investimentos inicialmente previstos, FCM para novos investimentos.
17
8. GARANTIAS
8.1. GARANTIA DE EXECUÇÃO DO CONTRATO (performance bond)
Recomendação:
Exigência de garantia, de até 10% do valor contratual, admitindo-se qualquer uma das
modalidades permitidas em lei;
18
8. GARANTIAS
8.2. HIPÓTESES DE EXECUÇÃO DA GARANTIA DO PARTICULAR
19
8. GARANTIAS
8.3. GARANTIAS EM FAVOR DO FINANCIADOR
Recomendação:
Não definição exaustiva das garantias, a fim de conferir maior liberdade para a
negociação com estes últimos;
20
9. DESAPROPRIAÇÕES
Recomendação: Se houver necessidade de desapropriações, é recomendável que os
instrumentos da contratação estabeleçam que:
21
10. OBTENÇÃO DE LICENÇAS
10.1. OBTENÇÃO DE LICENÇAS AMBIENTAIS, DE CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO DO
ZOOLÓGICO
22
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.1. CLÁUSULA DE ALOCAÇÃO DE RISCOS
Recomendação: A cláusula deverá refletir a matriz de riscos do contrato, primando por uma
repartição objetiva e eficiente das áleas que poderão afetar a execução do contrato, descrevendo os
riscos contemplados, assim como os mecanismos de seu compartilhamento quando assim for
pertinente.
23
12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS,
VALOR DO CONTRATO E REAJUSTE
12.1. MÉTODO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
Recomendação: Arbitragem.
12.3. REAJUSTE
24
13. OBRAS E FISCALIZAÇÃO
13.1. OBRAS
13.2. FISCALIZAÇÃO
25
14. PENALIDADES
Recomendação
26
15. VERFICADOR INDEPENDENTE E
BENS DA CONCESSÃO
15.1. VERIFICADOR INDEPENDENTE
Recomendação:
27
16. BENS REVERSÍVEIS E SEGUROS
16.1. BENS REVERSÍVEIS
16.2. SEGUROS
Recomendação:
contratação de seguros suficientes para cobrir sinistros relativos às principais
obrigações contratuais ou em relação a eventos que tenham a potencialidade de
prejudicar a continuidade da concessão.
previsão de valor mínimo para o sinistro.
28
17. CAPITAL SOCIAL
17.1. CAPITAL INICIAL A SER SUBSCRITO PELO LICITANTE VENCEDOR NA SPE E
SUA JUSTIFICATIVA ECONÔMICA
Recomendação:
29
18. GOVERNANÇA CORPORATIVA
18.1 EXIGÊNCIA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA SPE
30
PRÓS E CONTRAS
31
1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS
1.1. PODER CONCEDENTE
ALTERNATIVAS:
SEMA;
FZB;
PRÓS/CONTRAS:
A FZB teve sua extinção autorizada pela Lei Estadual nº 14.982/2017, o que pode tornar necessária
uma sucessão contratual após a assinatura da Concessão;
A SEMA será a sucessora da FZB em suas obrigações, por força da Lei Estadual nº 14.982/2017;
É possível se interpretar que o Parque Zoológico foi transferido à SEMA pelo parágrafo único do art.
8º da Lei Estadual nº 14.982/2017;
É possível se interpretar que o art. 8º da Lei Estadual nº 14.982/2017 autoriza que a SEMA opte por
uma gestão direta ou indireta;
32
1. ASPECTOS INSTITUCIONAIS
1.1. PODER CONCEDENTE
Justificativa:
Reduz o risco da concessão, ao se evitar um procedimento de sucessão contratual;
Desvincula a concessão do processo de extinção da FZB, evitando que as
intercorrências políticas e judiciais deste processo interfiram na conclusão da
concessão;
Interpretação jurídica consistente para sustentar a SEMA como instituição apta a
desempenhar as atribuições de Poder Concedente;
33
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO
Concessão Comum
Delegação de serviço público;
Particular remunerado pela cobrança de tarifa junto aos usuários;
Prós/Contras:
É disciplinada por legislação específica, tanto em âmbito federal quanto em âmbito estadual;
Apresenta procedimento de aprovação já estabelecido na legislação;
Risco de não se adequar à delegação do Zoológico, afinal, este pode não ser reconhecido como
serviço público.
Necessidade de lei específica autorizando a concessão.
34
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO
Concessão Patrocinada
Prós/contras:
Segurança jurídica (legislação mais adensada);
Permite a redução dos valores tarifários;
Maior adequação de objeto, afinal, a Lei Estadual de PPPs não exige que a delegação seja de
serviço público, mas sim tão somente de atividade de competência da administração pública;
Necessidade de lei específica autorizando a concessão;
Necessidade de utilização de recursos orçamentários para o pagamento da contraprestação pública;
Necessidade de constituição de garantias em favor do particular.
35
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO
Prós/Contras
Maior adequação do objeto do contrato ao objeto da delegação;
Menor densidade normativa, o que, de um lado, enseja maior discricionariedade para a
administração pública, enquanto de outra, enseja maior insegurança jurídica;
A princípio*, independe de lei específica autorizando a concessão.
* A Procuradoria Geral do Estado (Parecer nº 7.236 /1987) já asseverou a desnecessidade de lei para
a concessão de bem público, entretanto, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul
(Apelação nº 598408771, j. 03/03/1999) já considerou aplicável ao instituto o art. 17 da Lei Federal nº
8.666/1993, que versa sobre a alienação de bem público, exigindo, por isso, autorização legislativa
prévia.
36
2. ESTRUTURA DO PROJETO
2.1. MODELO DE CONCESSÃO
Recomendação
Utilização do instituto da concessão de bem público;
Justificativa:
Apresenta maior adequação ao objeto da concessão:
o O objeto central da delegação é a delegação do uso, manutenção e exploração da infraestrutura
do zoológico, comportando, apenas sob o ponto de vista acessório, a prestação de serviços
individualmente fruíveis pelos usuários.
Argumentos sólidos para se sustentar a desnecessidade de lei autorizativa para a concessão:
o A Constituição do Estado do Rio Grande do Sul não exige;
o Não há lei específica que condicione a concessão do ativo à prévia autorização legal;
o Parecer da PGE/RS;
o Precedente do TJ/RS refere-se a concessão de bem municipal, em relação ao qual a Lei
Orgânica do Município exigia autorização legal prévia;
o Alternativa para mitigação do Risco: Autorização contemplada no par. único do art. 8º da
Lei Estadual nº 14.982/2017.
Menor densidade normativa pode ser suplementada pela aplicação subsidiária dos preceitos gerais
das leis federal e estadual sobre concessão de serviço público;
37
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.1. CRITÉRIO DE JULGAMENTO DAS PROPOSTAS
Alternativas:
• Julgamento por técnica + preço (atribuição de nota à proposta técnica do interessado)
• Julgamento só por preço (maior outorga, menor valor da tarifa ou a combinação de ambos).
• No caso de julgamento por preço, pode-se ainda prever etapa anterior de qualificação de
propostas técnicas:
• Propostas técnicas (que não se confundem com a qualificação técnica da habilitação)
podem ser qualificadas previamente ao julgamento (art. 15, VII, Lei 8.987/95).
• Nesta hipótese a técnica não entra no julgamento, mas só são abertos os preços dos
previamente qualificados tecnicamente
• Habilitação segue feita em outra fase da licitação
Prós/Contras:
• Julgamento só por preço é mais célere e confere maior objetividade no julgamento da licitação, o que
reduz o risco de questionamentos judiciais.
• A ausência de parâmetros técnicos na seleção do particular reduz o controle do Poder Concedente
quanto à forma de exploração da concessão. Sua previsão, contudo, aumenta o risco de
subjetividade no julgamento, o que oferece maior margem a questionamentos jurídicos.
38
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.1. CRITÉRIO DE JULGAMENTO DAS PROPOSTAS
Recomendação
Utilização apenas do critério de preço (maior outorga), com a exigência de apresentação de
Plano de Negócios elaborado conforme exigências mínimas contempladas no edital.
Justificativa
Garantia da objetividade e celeridade do julgamento;
Plano de Negócios referencial é suficiente para assegurar que o particular irá executar a concessão
conforme padrões mínimos exigidos pelo Concedente;
Atendimento aos objetivos de política fiscal do Estado do Rio Grande do Sul;
Qualidade técnica do concorrente será garantida por intermédio das exigências de habilitação
técnica.
Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Julgamento por maior outorga.
39
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO
Prós/Contras:
Risco de uso da concessão como um ativo financeiro;
Facilitação da obtenção de recursos para a realização dos investimentos previstos na concessão;
Aumento da competitividade;
Adequação ao novo perfil de agentes do mercado de infraestrutura nacional.
Justificativa: Facilita a atração de agentes de mercado dotados de capacidade financeira e evita que
estes assumam a concessão sem experiência prévia na gestão de objetos similares.
40
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2. CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO
Experiências Anteriores:
41
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2 CONSÓRCIO
3.2.2.1. VEDAÇÃO OU PERMISSÃO
Prós/Contras
• A vedação de consórcio traz o risco de frustração da licitação por inexistência de competidor apto a
participar do empreendimento isoladamente.
• A vedação pode ser considerada restritiva pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul
(TCE/RS).
Justificativa
Redução do risco de questionamento pelos órgãos de controle;
Aumento da competitividade do certame e mitigação do risco de licitação deserta;
A ausência de precedentes de concessões de zoológico torna recomendável a reunião de empresas
em consórcio, a fim de assegurar que o futuro contratado detenha toda a expertise necessária à
exploração do zoológico, ainda que isto seja decorrente da reunião de diversas empresas em
consórcio.
42
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2.2 NÚMERO MÁXIMO DE CONSORCIADAS
Prós/Contras
43
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2 CONSÓRCIO (cont.)
3.2.2.3 PROPORCIONALIDADE
Exigir proporcionalidade entre a participação no consórcio e atestação, habilitação e execução do
contrato.
Prós/Contras:
• Pode ser um elemento restritivo à competição, pois limitará as alternativas de composição dos
consórcios.
• Evita a “participação de aluguel”.
44
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2.2 CONSÓRCIO (cont.)
O edital poderá exigir que as empresas reunidas em consórcio tenham de atender quantitativos de
qualificação técnica e habilitação econômico-financeira superiores ao indicado para participantes
isolados.
Prós/Contras:
Experiência Anterior:
45
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.2. CONSÓRCIO
Experiências Anteriores:
46
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3. CRITÉRIOS DE HABILITAÇÃO DOS LICITANTES
3.3.1. HABILITAÇÃO JURÍDICA
Exigências Máximas Permitidas em Lei
• Registro comercial
• Ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor
• Prova da diretoria em exercício
• Decreto de autorização se empresa estrangeira em funcionamento no país e Registro ou autorização
para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade exigir
Prós/Contras
Não será admitida a exigência de documentos de habilitação jurídica que não sejam análogos àqueles
previstos em lei.
Recomendação:
Utilização dos critérios de habilitação previstos em lei + critérios especiais para fundos de investimento,
entidades de previdência complementar, instituições financeiras e empresas estrangeiras.
Experiências Anteriores
Jardim Zoológico Municipal: Observou as exigências legais, com critérios especiais para os entes
indicados acima.
47
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.2. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
Prós/Contras:
• A exigência de muitos requisitos pode tornar a licitação mais complexa e litigiosa. Por outro lado, a
inexistência de exigências de qualificação técnica pode reduzir as chances de a Administração
contratar parceiro qualificado
48
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.2. COMPROVAÇÃO DE EXPERIÊNCIA ANTERIOR
ALTERNATIVAS
Prós/Contras
Prós/Contras
49
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.2. COMPROVAÇÃO DE EXPERIÊNCIA ANTERIOR
Recomendação
Justificativa:
Assegura a seleção proponentes efetivamente capacitados, sob o ponto de vista empresarial, para
desempenhar o objeto da delegação;
Experiências Anteriores:
50
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.3. QUANTITATIVOS
O Edital poderá exigir que os atestados de experiência prévia sejam referentes a experiências
similares à integrante do objeto da concessão;
A proximidade ao objeto da concessão poderá ser assegurada mediante a exigência de quantitativos
nos atestados.
Prós/Contras
Aumento da complexidade das disposições do edital, com o respectivo aumento do risco de
questionamento judicial;
Seleção de proponentes mais qualificados à execução do objeto da licitação;
Redução da competitividade.
Recomendação:
Exigência de quantitativos nos atestados referentes a gestão de empreendimentos com visitação
próxima a percentual considerável da demanda média estimada para o zoológico.
Justificativa:
Garantia de seleção de proponentes com experiência prévia na gestão de empreendimentos
similares ao da concessão;
Redução de proponentes “aventureiros”.
51
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.3. QUANTITATIVOS
Experiência Anterior:
52
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.4. SOMATÓRIO DE ATESTADOS
O edital poderá admitir que os quantitativos exigidos para fins de qualificação técnica sejam
atendidos mediante somatório dos quantitativos contemplados em diversos atestados de experiência
prévia.
Admitida esta possibilidade, o edital deverá disciplinar as formas pelas quais estes atestados
poderão ser somados.
Prós/Contras
Aumento da competitividade;
Risco de seleção de proponentes sem experiência prévia em gestão de empreendimento de mesmo
porte;
Recomendação:
Admissão de somatório de atestados, inclusive, entre consorciados e subcontratadas, exigindo-se
um quantitativo mínimo a ser contemplado em cada atestado;
Se o atestado apresentado para o somatório tiver sido emitido em nome de SPE ou consórcio do
qual a proponente ou subcontratado fez parte, o quantitativo ali contemplado só será considerado em
seu valor integral para fins de somatório se a proponente detiver mais de 30% de participação na
SPE ou no consórcio. Caso contrário, o atestado só poderia ser somado na proporção da
participação da proponente.
53
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.4. SOMATÓRIO DE ATESTADOS (cont.)
Justificativa:
Devido a ausência de precedentes nacionais, é provável que os interessados, de forma isolada, não
detenham atestados com quantitativos suficientes para participar do certame. O somatório é uma
forma de conciliar a exigência de quantitativos – essencial para a atração de proponentes
qualificados – e a competitividade.
Experiências anteriores:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não foi admitido o somatório de atestados.
54
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.5. ATESTAÇÃO POR SUBCONTRATADA
Prós/Contras
• Não admitir o cumprimento por subcontratação facilita a análise pela comissão julgadora e simplifica
o procedimento, dada a dificuldade de se garantir a estabilidade do vínculo com as subcontratadas
ao longo da concessão
• Por outro lado, admitir o cumprimento por subcontratação:
• Amplia a quantidade de concorrentes, bem como a qualidade dos serviços prestados (por
especialização); e
• Facilita a participação e a formação de consórcios (nem todos aceitam correr o risco de
participar da estrutura societária da concessionária)
Recomendação:
Permissão da atestação por subcontratadas, nos termos do item anterior e desde que a proponente
que o fizer apresente autorização escrita da futura subcontratada para a utilização do atestado e
compromisso de contratação firmado com a futura subcontratada.
55
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.5. ATESTAÇÃO POR SUBCONTRATADA (cont.)
Justificativa:
Facilita o atendimento dos requisitos de qualificação técnica, ampliando o número de interessados
capacitados para participar no certame;
Mecanismos de responsabilização da concessionária e do subcontratado mitigam os riscos
decorrentes do inadimplemento da subcontratação.
Experiências Anteriores:
56
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.6. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA
Exigências Previstas em Lei
Justificativa: Trata-se de obrigação legal, cujo cumprimento assegura a administração pública quanto a
contratação de companhias adimplentes de suas obrigações fiscais e trabalhistas.
Experiências Anteriores
57
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.7. QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA PARA HABILITAÇÃO DOS
LICITANTES
Exigências legais:
Experiência anterior:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Foram adotados todos os índices, com adequação para os
participantes acima elencados.
58
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.3.8. DECLARAÇÕES
• O edital poderá exigir declarações da licitante (p.ex., de que dispõe ou tem capacidade de obter
recursos financeiros suficientes para cumprir as obrigações de aporte de recursos próprios e
obtenção de recursos de terceiros necessários à consecução do objeto da Concessão).
Prós/Contras
Torna expressa a responsabilidade da concessionária pela declaração prestada;
Pouca eficácia para assegurar a obtenção de recursos próprios ou para assegurar o cumprimento do
objeto da declaração.
Experiências Anteriores:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Exigiu-se declarações formais de que a proponente conhece e
cumpriu as exigências do edital. Não houve exigência de declaração de capacidade obter recursos
suficientes para executar a concessão.
59
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS
3.4.1. Julgamento das propostas econômicas: lances em viva voz
Alternativas
Prós / Contras
• Plano de negócios
Prós / Contras
61
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.4 PROPOSTAS ECONÔMICAS
3.4.2. Documentos associados à proposta econômica
Experiência anterior:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não foram exigidas cartas de instituição financeira, assim como de
auditorias independentes. Entretanto, exigiu-se plano de negócios.
62
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.5. INVERSÃO DE FASES
Alternativas: adotar ou não a inversão de fases.
Prós/Contras
Experiência Anterior:
63
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.6. FASE RECURSAL ÚNICA
Alternativas:
Prever que a cada decisão da Comissão de Licitação (ou instituição condutora da licitação) será
aberto prazo para recurso; ou
Prever que somente após a conclusão do procedimento de seleção das propostas, após a definição
da licitante vencedora, se abrirá prazo único para que os interessados possam questionar qualquer
decisão tomada pela Comissão de Licitação (ou instituição condutora da licitação);
Prós/Contras
Fase recursal única reduz a litigiosidade da licitação. Porém, muito embora não seja proibida, não
conta com previsão expressa na lei – o que aumenta o risco de questionamento judicial;
A não previsão de fase recursal única pode levar a interrupções constantes na licitação, alongando
desnecessariamente a sua condução;
Recomendação: Adoção de fase recursal única.
Justificativa: Reduz consideravelmente a litigiosidade da licitação – evitando o prolongamento
excessivo do processo – e, ao mesmo tempo, assegura o direito ao recurso administrativo.
Experiências anteriores: Jardim Zoológico Municipal(RJ): Não houve previsão de fase recursal única.
64
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.7. DISPONIBILIZAÇÃO DO PROJETO BÁSICO NO EDITAL
ALTERNATIVAS
• Disponibilizar o projeto básico
• Disponibilizar apenas os elementos do projeto básico
PRÓS/CONTRAS
• A disponibilização apenas dos elementos do projeto confere maior liberdade empresarial particular
(concessionária) quando do provimento dos serviços que lhe são delegados; e
• Possibilidade de transferência dos riscos por erros no projeto à concessionária.
• Não exclui a necessidade de realização, pela Administração, de estudos minuciosos do objeto para
que tenha parâmetros para avaliar as propostas apresentadas pelos privados, inclusive no tocante
ao aspecto da exequibilidade da proposta.
Recomendação: Disponibilização somente dos elementos de projeto básico.
Justificativa: Permite maior liberdade ao proponente para oferecer soluções gerenciais e de engenharia
para o Zoológico.
Experiências Anteriores
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve a disponibilização de projeto básico.
65
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.8. INSTÂNCIA RESPONSÁVEL PELO PROCEDIMENTO
Alternativas:
• B3: contratação para auxílio da comissão de outorga, com licitação processada junto à bolsa
PRÓS/CONTRAS:
• COMISSÃO DE LICITAÇÃO:
• menor custo
• maior agilidade
• concentração das responsabilidades
66
3. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO
3.8. INSTÂNCIA RESPONSÁVEL PELO PROCEDIMENTO
Recomendação: Decisão a ser tomada pelo GRS, sopesando variáveis como custos e a atração de
investidores.
Experiência Anterior:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Comissão de licitação.
67
4. OBJETO DO CONTRATO
4.1. DELIMITAÇÃO
O objeto da concessão incluirá a área do Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, compreendendo um
total de 156 Ha., delimitado pelos seguintes segmentos: (i) Rodovia BR-116, (ii) Rua do Horto, (iii)
Estrada Municipal Parque Zoológico, (iv) Avenida Industrial e (v) Rua Vinte de Agosto.
O objeto também definirá as funcionalidades a serem disponibilizadas pela concessionária aos
usuários do Parque Zoológico, que consistirão nas seguintes: (i) Ampliação e readequação dos
Recintos dos animais; (ii) Edificações e instalações de apoio aos visitantes; (iii) Edificações e
instalações de apoio aos funcionários; (iv) Edificações e instalações de apoio à administração; (v)
Infraestrutura de saneamento básico, drenagem, iluminação, energia e tratamento de resíduos; (vi)
Estacionamento pavimentado para autos, ônibus e bicicletas e (vii) Sistemas de controle de acesso e
segurança.
Experiências anteriores:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Descrição do objeto, tanto no que diz respeito ao bem cedido
quanto aos tipos de serviços exigidos da concessionária.
68
5. PRAZO
5.1. DURAÇÃO
O contrato deverá definir o prazo de vigência da concessão, que deverá ser suficiente para amortizar
os investimentos exigidos da concessionária.
Lei Estadual nº 10.086/1994 (aplicação subsidiária): Estabelece que as concessões poderão viger
por até 30 (trinta) anos, prorrogáveis por mais 20 (vinte).
Os estudos técnicos estimam que o prazo de 30 anos será suficiente para assegurar a amortização
dos investimentos previstos na concessão.
5.2. PRORROGAÇÃO
O contrato deverá dispor, também, acerca dos procedimentos de prorrogação do prazo de vigência
da concessão.
Recomendação: Permissão da prorrogação do prazo da concessão, desde que o particular atenda a
determinados parâmetros de desempenho, a serem expressamente disciplinados em contrato
(manutenção dos níveis de serviço, previsão de novos investimentos , etc.).
Justificativa:
Assegura a continuidade na prestação dos serviços, postergando o custo de nova licitação;
Torna o projeto mais atrativo;
Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Contrato não disciplinou o assunto.
69
6. OUTORGA
6.1. COBRANÇA
O contrato deverá definir se o vencedor da licitação terá de pagar outorga ao Poder Concedente.
Definição da forma de pagamento: pagamento de outorga fixa ou fixa + variável.
Prós/Contras:
A cobrança de outorga propicia a precificação deste pagamento na proposta tarifária do particular,
ensejando o aumento das tarifas;
Reduz a atratividade do projeto;
Atende aos objetivos de política fiscal do Estado do Rio Grande do Sul.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Cobrança da outorga fixa integral no
primeiro ano da concessão + parcelas mensais correspondentes à outorga variável ao longo de toda a
concessão.
71
6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.1. MOMENTO DE COBRANÇA DOS INGRESSOS
Alternativas:
Imediatamente após a celebração do contrato (obras concomitantes à operação do zoológico);
Após a conclusão de um período de obras de readequação do zoológico (fechamento do zoológico
por período de obras, com sua reabertura após o encerramento deste prazo).
Prós/Contras:
Cobrança desde o início da concessão reduz a pressão financeira incidente sobre o particular nos
meses iniciais da concessão. Entretanto, enseja maior risco de acidentes e pode afetar a percepção
do usuário quanto a qualidade dos serviços prestados;
Cobrança após o período de obras reduz os riscos de acidentes, contudo, demanda que o particular
aplique mais recursos próprios ou provenientes de financiamento, o que propicia o aumento dos
custos financeiros da concessão. Ademais, pode facilitar a percepção do usuário das melhorias de
qualidade implementadas.
Recomendação: Cobrança dos novos valores tarifários após a conclusão das obras. Concessionária
determinará, em seu cronograma de implantação, se o zoológico fechará (parcial ou totalmente) para as
obras, assim como o momento deste fechamento.
Justificativa: Reduz o risco da concessão, facilita a percepção das melhorias pelo usuário e pode
induzir maior eficiência na conclusão das obras.
Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Obras realizadas com funcionamento
concomitante do zoológico. Cobrança de valores máximos autorizada somente após a conclusão das
obras.
72
6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.2. VARIABILIDADE DA REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
Alternativas:
- Remuneração fixa (valor integral da tarifa)
- Remuneração variável conforme desempenho do particular
Prós/Contras:
•A vinculação da contraprestação a indicadores de desempenho incentiva a excelência da qualidade do
serviço prestado e equivalência entre a qualidade do serviço e sua contraprestação
•Por outro lado, exige definição precisa de indicadores de desempenho
•Aumenta a complexidade da concessão e de sua fiscalização
•Pode levar à extrema variabilidade da receita do particular, dificultando o financiamento da concessão
•Demora do reconhecimento do desequilíbrio em favor da concessionária pode transformar o
mecanismo automático em uma armadilha tarifária.
Recomendação: Condicionamento da remuneração do particular ao seu desempenho, mediante
fator incidente sobre o faturamento bruto, composto a partir de um sistema de notas de desempenho
(Qualidade, Segurança, Produtividade e Sustentabilidade). Este percentual determinaria um valor a ser
pago, pela concessionária, ao concedente em caso de desempenho insuficiente.
Justificativa: Indução de eficiência na gestão do zoológico.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Remuneração do particular não sofria
impactos decorrentes de indicadores de desempenho.
73
6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.3. RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS
ALTERNATIVAS
- Admitir ou não a exploração de receitas extraordinárias / acessórias / de projetos associados pelo
particular (p.Ex. Exploração de publicidade)
- Prever compartilhamento com o Poder Concedente
PRÓS/CONTRAS:
- contribuem para a modicidade da tarifa
- geram maior atratividade ao concessionário
- é uma possibilidade já explorada em outras rodovias (baixo risco de questionamento)
- reduzem dependência do particular em relação ao Poder público
- risco de desfocar a atenção do particular do objeto da concessão
74
6. REMUNERAÇÃO DO PARTICULAR
6.3. RECEITAS EXTRAORDINÁRIAS
Recomendação:
• Admissão da exploração de receitas extraordinárias, sem a delimitação das atividades que poderão ser
exploradas, associado à previsão de um percentual de compartilhamento de receitas incidente sobre o
faturamento bruto da concessionária.
• O compartilhamento deverá ser validado pela equipe técnica, sobretudo, tendo em vista a viabilidade
econômica da concessão.
Justificativa: O projeto será mais atrativo, sob o ponto de vista econômico. Além disso, as receitas
extraordinárias contribuem consideravelmente para a redução dos valores tarifários.
Experiências anteriores: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Admissão de receitas extraordinárias, sem
previsão de percentual de compartilhamento de receitas.
75
7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.1. MODALIDADES PARA A RECOMPOSIÇÃO DO EQUILÍBRIO
O contrato poderá elencar ou não as modalidades para recomposição
Prós/Contras:
• Previsibilidade dos instrumentos para solucionar eventuais desequilíbrios
• Melhor via de recomposição pode depender do caso concreto;
Recomendação: Prever os mecanismos que poderão ser utilizados para a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro. Poderão ser elencados todos aqueles admitidos em lei, como por exemplo: (i) Alteração
do prazo contratual; (ii) Revisão tarifária; (iii) Revisão do cronograma de investimentos; (iv) Ressarcimento por parte
do Poder Concedente; (v) Dação em pagamento de bens e/ou cessão de receitas patrimoniais; (vii) Assunção pelo
Poder Concedente de custos atribuídos a concessionária.
Experiência Anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve definição dos mecanismos de
recomposição, apenas das hipóteses em que se reconheceria o desequilíbrio.
76
7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.2. MOMENTO DA REVISÃO
ALTERNATIVAS:
Revisão ordinária/periódica, instaurada obrigatoriamente - ocorre em momentos pré-estabelecidos no
contrato (anual; quinquenal), independentemente da ocorrência de evento ensejador de desequilíbrio
Revisão extraordinária, requerida pela parte quando houver um evento que a justifique
Possibilidade de restringir o escopo da revisão ordinária a determinados eventos ou aspectos da concessão
PRÓS/CONTRAS:
A previsão de revisões ordinárias permite que periodicamente sejam analisadas e eliminados eventuais
efeitos econômicos de desequilíbrios, evitando pressão excessiva sobre o Poder Concedente ou a
concessionária;
Revisões ordinárias muito frequentes tendem a consumir energia considerável na gestão do contrato;
A revisão extraordinária é imprescindível como decorrência do art. 37, XXI CF.
Recomendação:
Prever revisão ordinária periódica, enquanto a revisão extraordinária seria cabível sempre que ocorrerem
eventos capazes de afetar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
No caso da revisão ordinária, recomenda-se que os temas que poderão ser alvo de revisão não sejam
limitados de antemão, de forma a permitir que as partes a realizem conforme a necessidade do caso
concreto.
Prever revisão tarifária anual.
77
7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.2. MOMENTO DA REVISÃO
Justificativa: Assegura-se o direito à revisão extraordinária (art. 37, inc. XXI, CF) ao mesmo tempo que se
garante às partes contratuais maior liberdade para a revisão contratual, assegurando a adequação da avença
às reais condições de sua execução.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina da revisão ordinária do
contrato.
78
7. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO
7.3. CRITÉRIO DE CÁLCULO DO REEQUILÍBRIO
ALTERNATIVAS:
TIR – taxa interna de retorno - captura custo de oportunidade da concessionária na proposta
Fluxo de Caixa Marginal - Permite identificar custo de capital no momento do reequilíbrio
TIR para investimentos inicialmente previstos, FCM para novos investimentos
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina do método de cálculo da
recomposição do equilíbrio econômico-financeiro.
É recomendável que a concessão estabeleça claramente qual será o método de cálculo do reequilíbrio,
com o objetivo de evitar discussões posteriores a seu respeito.
79
8. GARANTIA
8.1. GARANTIA DE EXECUÇÃO DO CONTRATO (performance bond)
ALTERNATIVAS
Inputs Técnicos: Marcos de
Caução em Dinheiro redução da garantia.
Caução em Títulos da Dívida Pública
Seguro-Garantia
Fiança Bancária
O valor da garantia poderá ser fixo ao longo de todo o contrato ou diminuir conforme a
execução do contrato.
PRÓS/CONTRAS
Diminui riscos de inadimplência do particular (maior segurança à administração)
• Custos para o particular contratante oneram a tarifa
• Variação da garantia poderá reduzir impacto econômico conforme o momento da concessão
Recomendação:
Exigência de garantia, de até 10% do valor contratual, admitindo-se qualquer uma das modalidades
permitidas em lei.
Também é recomendável a adoção de um cronograma de redução do valor da garantia do contrato,
proporcional ao avanço da execução do contrato, com vistas a reduzir o ônus financeiro imputado
ao concessionário.
80
8. GARANTIA
8.1. GARANTIA DE EXECUÇÃO DO CONTRATO (performance bond)
Justificativa:
• A aceitação de todas as modalidades de garantia facilita a sua constituição pelo particular;
• O cronograma de redução dos valores da garantia evita custos financeiros desnecessários ao particular;
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
81
8. GARANTIA
8.2. HIPÓTESES DE EXECUÇÃO DA GARANTIA DO PARTICULAR
O contrato deverá disciplinar as hipóteses em que a garantia de execução do contrato poderá ser
executada.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Previsão genérica das hipóteses que
poderão ensejar a execução da garantia.
82
8. GARANTIA
8.3. GARANTIAS EM FAVOR DO FINANCIADOR
83
9. DESAPROPRIAÇÕES
Caso seja necessária a realização de desapropriações, recomenda-se que:
O Edital especifique:
Áreas que poderão ser desapropriadas;
Quem é competente para a execução material dos atos - Poder Público ou SPE;
Quem arcará com os ônus financeiros de tais atos, considerando que as indenizações constituem
custos relevantes na formulação das propostas.
O Contrato especifique:
Responsabilidade das partes sobre eventuais atrasos ou impedimentos na desapropriação e seus
efeitos (ex: desequilíbrio, penalidades, etc).
Responsabilidades quanto às ações judiciais que discutem posse e propriedade de áreas da rodovia
ALTERNATIVAS
•Responsabilidade do Poder Concedente
•Responsabilidade da Concessionária.
•Responsabilidade compartilhada. Possibilidade de estabelecer rateio entre os custos, dependendo de seu
valor (ex: previsão de verba pública para arcar com as desapropriações ou teto para custos arcados pelo
Poder Público ou pelo particular).
84
9. DESAPROPRIAÇÕES
PRÓS/CONTRAS
atribuir a responsabilidade ao Poder Concedente tem a vantagem de conferir à administração maior
controle sobre o processo licitatório, mas pode significar maior demora para a conclusão das obras
Maior flexibilidade da iniciativa privada faculta as negociações com os proprietários;
Recomendação:
Prever os atos materiais de desapropriação e a respectiva indenização ao particular, até determinado
limite a partir do qual deverá ser ressarcido pelo Poder Concedente.
Atrasos decorrentes de morosidade judicial ou de outras variáveis não imputáveis à concessionária
não poderão ensejar a aplicação de penalidades e deverão ser objeto de análise para verificação da
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Justificativa:
Repartição dos ônus referentes à execução das desapropriações.
Segurança jurídica
Redução do risco relacionado às desapropriações
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
•Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve previsão de desapropriação.
85
10. OBTENÇÃO DE LICENÇAS
10.1. OBTENÇÃO DE LICENÇAS AMBIENTAIS, DE CONSTRUÇÃO E
OPERAÇÃO
ALTERNATIVAS: Poder Concedente; Concessionária ou compartilhamento
PRÓS/CONTRAS
•Prever ônus ao Concedente reduz proporcionalmente a tarifa, mas aumenta sua responsabilidade e
pode significar maior demora para a conclusão das obras
•Possibilidade de aproveitar a maior eficiência e agilidade do particular
•Alocar a responsabilidade ao particular pode elevar o risco privado e, consequentemente, o aumento do
custo do projeto
Justificativa: A concessionária é a parte contratual mais adequada para obter as licenças, haja vista
que esta será a responsável por projetar e executar as obras e serviços da concessão.
Experiência Anterior:
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Responsabilidade integral da concessionária.
86
10. OBTENÇÃO DE LICENÇAS
10.2. LP OU DIRETRIZES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL
• A contratação poderá ser precedida da obtenção de licença prévia ou prever tão somente diretrizes
para o licenciamento ambiental.
Prós/Contras:
A obtenção anterior da LP reduz o risco ambiental da concessão e pode simplificar a obtenção das
demais licenças.
Maior demora para a publicação do edital e contrato;
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Concessionária responsável pela obtenção de todas as licenças.
87
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.1. CLÁUSULA DE ALOCAÇÃO DE RISCOS
- É altamente recomendada a delimitação objetiva dos riscos das Partes no contrato de concessão
- Importante atentar-se ao os pontos críticos que afetam o cronograma e operação do
empreendimento, buscando alocar os riscos de maneira a:
88
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.2. CLÁUSULA DE ALOCAÇÃO DE RISCOS
- É recomendável que a cláusula contenha a descrição específica dos riscos que serão alocados a
cada uma das partes e daqueles que serão compartilhados entre elas;
- O contrato deverá disciplinar o mecanismo de tratamento dos riscos que vierem a se concretizar;
- A redação da cláusula de alocação de riscos deverá ser elaborada de acordo com a Matriz de
Riscos.
89
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.3. RISCOS ESPECÍFICOS
I. Custo do Capital
- Partindo-se da premissa de uma alocação racional de riscos, em que a álea é atribuída à parte mais
capaz de gerencia-la, é recomendável a sua alocação ao concessionário;
- Em situações excepcionais, em que o custo do capital investido se torne excessivamente superior ao
originalmente pactuado, é recomendável a instituição de tratamentos contratuais para evitar a
inviabilização do projeto. Neste sentido, são alternativas:
• Previsão de uma “cláusula de saída” (way out);
o Precedente: PPP VLT do Estado da Bahia (Cláusula 6ª da Minuta de Contrato);
o Precedente: PPP do Rodovia dos Calçados - ARTESP (Cláusula 6.4., “ii’ da Minuta de Contrato)
• Condição suspensiva da eficácia do contrato;
o As obrigações de investimento são suspensas em condições conjunturais excepcionais e em caso de não
contratação do financiamento ou da suspensão de seus repasses, desde que esta não seja imputável à
concessionária;
• Antecipação da Repactuação Contratual em caso de alterações conjunturais drásticas;
o Ampla revisão dos parâmetros da Concessão.
o Riscos: Desnaturação do objeto do contrato após a licitação?
Art. 7º, par. único da Lei Estadual nº 14.875/2016
90
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
Implementação das Alternativas
a. Cláusula Resolutiva (way out)
• Contrato terá de disciplinar o pagamento das indenizações tanto ao Poder Concedente quanto à
Concessionária, bem como seu método de pagamento;
o Idealmente, as indenizações deverão refletir os custos efetivamente incorridos pelas partes para a execução
do contrato até o momento da rescisão;
• É recomendável que o contrato estabeleça o procedimento para sua requisição, com a aposição de
prazos e, sobretudo, definição dos requisitos necessários à configuração da hipótese de
encerramento do contrato;
b. Cláusula Suspensiva
• Contrato deverá discriminar em detalhe os requisitos que autorizam a suspensão das obrigações
contratuais;
• Deverá especificar quais obrigações serão suspensas e quais terão de continuar em execução;
• Especificação de procedimentos para a sua requisição, assim como da definição de prazo máximo
de suspensão das obrigações, cujo encerramento sem viabilização do contrato levará à sua
extinção;
91
11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
Implementação das Alternativas
c. Revisão Contratual
• Definição das matérias que poderão ser modificadas pelas partes (cronograma de investimentos,
receitas, prazo de vigência da concessão, etc).
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11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.3. RISCOS ESPECÍFICOS
II. Variação Cambial
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11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
FORMAS DE TUTELA CONTRATUAL QUANTO AO RISCO DE VARIAÇÃO CAMBIAL
Meios de Pagamento:
Momento do Pagamento:
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11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
11.3. RISCOS ESPECÍFICOS
III. Demanda
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11. ALOCAÇÃO DE RISCOS
FORMAS DE TUTELA QUANTO AO RISCO DE VARIAÇÃO DA DEMANDA
Meios de Pagamento:
Momento do Pagamento:
I. Concomitante à apuração do desequilíbrio contratual;
II. Definição de método e procedimento de apuração das variações, com especificação de data para a
compensação daquelas que superarem os limites contratuais;
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12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS
12.1 MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
ALTERNATIVAS
- Judiciário
• Negociação Direta:
• Contrato disciplinará as regras que as partes terão de seguir;
o Procedimentos;
o Prazos;
o Momento de encerramento das negociações;
• Arbitragem:
• Previsão da arbitragem ou definição do procedimento no contrato
•No caso de definição de procedimento, definir:
•Procedimento de instauração
•Forma de indicação dos árbitros
•Regras para decisão
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12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS
12.1 MECANISMOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
ALTERNATIVAS
• Dispute Boards
• Podem atuar ad hoc ou ter uma atuação concomitante à execução contratual, inclusive,
com solução de conflitos em tempo real;
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12. SOLUÇÃO DE CONFLITOS
PRÓS/CONTRAS
•Maior técnica e celeridade dos procedimentos privados;
•Arbitragem em contratos administrativos é relativamente recente, mas não é mais controversa;
Recomendação: Arbitragem.
Justificativa:
Maior especialização técnica na solução dos conflitos;
Apesar de ser menos eficaz na prevenção de conflitos do que as DBs, a arbitragem apresenta custo
reduzido;
A arbitragem é prática consolidada no mercado de concessões.
a complexidade dos serviços envolvidos no objeto da delegação não justificam a instituição de uma
dispute board.
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13. VALOR DO CONTRATO
DEFINIÇÃO DO VALOR DO CONTRATO
ALTERNATIVAS
•valor dos investimentos da Concessionária
•valor total da receita da Concessionária
PRÓS/CONTRAS
•Valor do investimento: diferencia a concessão da prestação de serviços;
•Valor do contrato (e da garantia) relaciona-se com o investimento da Concessionária;
•Valor da receita: maximiza volume e garantia da contratação.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
•Jardim Zoológico Municipal (RJ): Valor dos investimentos (R$ 65.091.233,00)
100
14.REAJUSTE
ALTERNATIVAS
IPCA
IGP-M
Índice Paramétrico Específico
PRÓS/CONTRAS
IPCA: relacionado ao poder de compra do consumidor
IGP-M: relacionado aos preços por atacado + impacto cambial
Índice Paramétrico Específico: refletir custos da Concessionária
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve definição de parâmetros de reajuste.
101
15. OBRAS
É recomendável que o contrato estabeleça:
os marcos de obra que serão considerados suficientes para que a concessionária abra o zoológico
para visitação (se cabível);
Procedimentos e prazos para a aprovação de projetos básicos e projetos executivos elaborados pela
concessionária;
Anexos com parâmetros técnicos mínimos para a execução das obras.
PRÓS/CONTRAS
Confere maior segurança para o particular, sobretudo, no que diz respeito ao planejamento do cronograma
de implantação das intervenções no zoológico.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
Jardim Zoológico Municipal (RJ):
Não houve estabelecimento de procedimentos e prazos para a aprovação dos projetos básicos e
executivos;
Não houve previsão de marcos operacionais (as obras foram realizadas com o zoológico em
funcionamento;
Parâmetros técnicos especificados em Termo de Referência.
102
16. FISCALIZAÇÃO
ALTERNATIVAS
A fiscalização do contrato poderá ser realizada pelo Poder Concedente; por Comissão de Fiscalização
ou pela AGERGS.
Prós/Contras:
• Fiscalização pelo poder concedente poderá ser menos eficiente em razão das inúmeras atribuições
que este terá de desempenhar na concessão. Entretanto, é alternativa com um baixo custo de
implementação.
• Fiscalização por comissão de fiscalização permite maior a diversificação dos funcionários que a
comporão, o que pode contribuir para a interdisciplinaridade dos conhecimentos detidos por seus
membros.
• Fiscalização pela AGERGS depende de interpretação de suas competências, o que agrega
insegurança jurídica para a concessão.
Recomendação: Comissão de Fiscalização.
Justificativa:
Permite que profissionais de diferentes áreas ponham sua expertise à disposição da fiscalização do
contrato.
Não ensejará custos, tendo em vista que não será cargo remunerado.
Especialização na função de fiscalização assegura maior qualidade e eficiência no desempenho
desta atribuição.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Comissão de Fiscalização.
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17. PENALIDADES
PENALIDADES CONTRATUAIS
A) FORMA DE ABORDAGEM DAS PENALIDADES
Recomendação
• Estabelecer sanções específicas (traz maior previsibilidade e acuidade na aplicação das sanções
• Estabelecer graduação de sanções (prever sanções genéricas e critérios para fixar infrações)
• Estabelecer critérios de gravidade e outros para estabelecimento de infrações (permite cobrir com
maior segurança o universo dos comportamentos delituosos)
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17. PENALIDADES
PENALIDADES CONTRATUAIS
E) AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
• Importante distinguir entre penalidade e remuneração por desempenho;
• É possível estabelecer aplicação de penalidades de acordo com sistema de avaliação de
desempenho;
• Multas específicas para atraso em obras, insatisfação dos usuários ou outros critérios de avaliação
de desempenho.
105
17. PENALIDADES
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
106
18. VERIFICADOR INDEPENDENTE
VERFICADOR INDEPENDENTE
ALTERNATIVAS
• Prever contratação de verificador independente
• Não prever
PRÓS/CONTRAS
• Permite auxilio ao poder concedente em caso de complexidade de determinados eventos contratuais
(ex: indicadores de desempenho ou reequilíbrio econômico-financeiro)
• Maior complexidade e custo para a concessão
Justificativa: Complexidade das obras não justifica o custo de contratação mas acompanhamento
dos níveis de serviço faz recomendável uma entidade deste tipo.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
Jardim Zoológico Municipal (RJ): não prevê.
107
19. BENS DA CONCESSÃO
ALTERNATIVAS
• Delimitação expressa dos bens da concessão;
• Possiblidade de exigir autorização prévia do Poder Concedente para alienação e oneração dos bens
da concessão;
• Possiblidade de prever tempo de vida mínimo restante dos bens reversíveis;
• Possiblidade de prever obrigação de reinvestimento nos bens da concessão ao longo do contrato.
PRÓS/CONTRAS
• Delimitar expressamente os bens da concessão garante maior previsibilidade para Poder Público e
concessionária;
• Não especificar permite maior simplicidade e evita o risco de inventário incompleto
• Exigir tempo de vida útil mínimo e reinvestimento assegura com maior eficácia e qualidade
continuidade do manejo do zoológico após o fim do contrato. Entretanto, aumenta os custos da
concessão.
Recomendação:
Previsão de rol inicial dos bens da concessão, em Termo de Arrolamento, com autorização para
aquisição de novos ou edificação de outros pela concessionária, mediante prévia autorização do
Concedente.
Não exigência de autorização para a constituição de ônus sobre os bens da concessão + exigência
de que estes retornem ao patrimônio da concessionária, livres e desembaraçados, com prazo
mínimo de antecedência ao fim do contrato
Previsão de reinvestimento (validar com área técnica).
108
19. BENS DA CONCESSÃO
Justificativa:
• Maior liberdade gerencial sobre os ativos da concessão permite que a concessionária realize uma
gestão patrimonial eficiente.
• Previsão dos bens da concessão facilita a formulação da proposta econômica, assim como mitiga os
riscos da contratação.
• Vida útil ou reinvestimentos asseguram a devolução do zoológico em condições adequadas de
operação.
Experiências Anteriores:
Jardim Zoológico Municipal (RJ):
• Exigência de que os bens reversíveis estejam em condições adequadas de operação e conservação;
• Previsão de Termo de Arrolamento e Transferência de Bens;
• Alienação condicionada a prévia aprovação do Poder Concedente e substituição do bem alienado;
•
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19. BENS REVERSÍVEIS
ALTERNATIVAS
• Previsão geral de que são reversíveis os bens indispensáveis à execução do serviço
• Definição objetiva do rol de bens reversíveis
PRÓS/CONTRAS
• Facilita a continuidade da prestação dos serviços ao término da concessão, mas pode causar
aumento da tarifa;
• Se definidos objetivamente:
• Definição genérica pode gerar conflitos
• Definição pormenorizada evita discussões, mas pode olvidar algum bem
Justificativa: Maior segurança quanto aos ativos a serem amortizados durante a concessão.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Definição contratual dos bens reversíveis.
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20. SEGUROS
Recomendações:
• Sob o ponto de vista jurídico, é recomendável a contratação de seguros suficientes para cobrir sinistros
relativos às principais obrigações contratuais ou em relação a eventos que tenham a potencialidade de
prejudicar a continuidade da concessão.
•É recomendável também a previsão de valor mínimo para o sinistro.
Experiências Anteriores:
Jardim Zoológico Municipal (RJ):
Vigência mínima de 12 meses;
Seguro com cobertura para:
• riscos de engenharia para obras civis (all risks);
• riscos de maquinaria e equipamentos de obras;
• riscos de dano material (property all risks insurance)
• riscos de responsabilidade civil;
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21. CAPITAL SOCIAL
21.1. CAPITAL INICIAL A SER SUBSCRITO PELO LICITANTE VENCEDOR
NA SPE E SUA JUSTIFICATIVA ECONÔMICA
PRÓS/CONTRAS
• Quanto maior o capital inicial, maior será a garantia do poder público em relação à realização dos
investimentos iniciais e da solidez da concessionária
• Maior será o custo da concessão, o que pode reduzir os interessados em participar do certame
licitatório
Recomendação:
Exigência de capital social mínimo integralizado para a assinatura do contrato. A definição do valor
de integralização no momento da assinatura e o eventual cronograma de integralização após este
ato depende de análise técnica.
O valor a ser integralizado deve ser suficiente para garantir a solidez financeira do particular, mas
não pode ser proibitiva para a concessão.
Justificativa: a exigência de integralização de todo o capital social no momento da assinatura do
contrato acresce de forma desnecessária o custo financeiro da concessão, podendo torná-la menos
atrativa.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Integralização do capital social antes da assinatura do contrato
(R$ 6.509.123,30), sem a previsão de aportes adicionais ou de cronograma de integralização.
112
21. CAPITAL SOCIAL
21.2. EXIGÊNCIA DE MANUTENÇÃO DE CAPITAL MÍNIMO DA SPE
DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO
PRÓS/CONTRAS
• Maior garantia de execução do projeto
• Aumenta o custo da concessão e pode reduzir a concorrência
• Risco de tornar-se excessiva ao longo da concessão, com a conclusão das obras
21.2.1 PREVISÃO DE VARIAÇÃO DO CAPITAL MÍNIMO DURANTE A VIGÊNCIA DO CONTRATO
PRÓS/CONTRAS
• Mantém-se a maior garantia de execução do projeto sem onerar demasiadamente a concessionária
Recomendação: Permitir a variação do capital social mínimo da concessionária conforme o
cronograma de investimentos, autorizando a sua redução conforme a redução do volume dos
investimentos a serem realizados.
Justificativa: Oferece garantia ao Concedente ao mesmo tempo em que não onera
desnecessariamente o particular.
Experiência anterior: Jardim Zoológico Municipal (RJ): Manutenção do capital social mínimo
durante toda a concessão.
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22. GOVERNANÇA CORPORATIVA
22.1 EXIGÊNCIA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA SPE
ALTERNATIVAS
• Futura regulamentação da questão
• Pré-fixação de um plano de contas
• Indicação de regras gerais de transparência contábil e boa governança (ex: IFRS ou GAAP)
PRÓS/CONTRAS
• A regulamentação futura acarreta maior flexibilidade, mas é menos previsível e é possível que
futuramente haja desentendimento em relação às regras de governança
• A pré-fixação de plano de contas ou a indicação de regras gerais maior previsibilidade, mas reduz a
liberdade da concessionária
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22. GOVERNANÇA CORPORATIVA
22.1 EXIGÊNCIA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA DA SPE
Recomendação:
Adoção de práticas de governança corporativa, conforme parâmetros mais utilizados em mercado,
sem disciplina específica em contrato.
Experiências anteriores
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22. GOVERNANÇA CORPORATIVA
22.2 ESTABELECIMENTO DE REGRAS ESPECÍFICAS PARA RELAÇÕES COM
ENTES DO MESMO GRUPO (PARTES RELACIONADAS)
ALTERNATIVAS
• Prever regras específicas para relações com entes do mesmo grupo
• Não prever restrições contratuais
Prós/Contras:
Pode restringir ganhos de transação decorrentes de contratações realizadas entre empresas de mesmo
grupo econômico.
Pode estimular eficiência nos preços contratados, a medida em que esta terá de ser realizada em preços
de mercado.
Restrição à capacidade gerencial da concessionária.
Recomendação: Adoção de regulamento para a contratação com partes relacionadas, não vedando-as, mas
apondo condicionantes que assegurem que esta será realizada dentro de preços compatíveis com os
praticados em mercado.
EXPERIÊNCIAS ANTERIORES
• Jardim Zoológico Municipal (RJ): Não houve disciplina de relações com partes relacionadas.
116
Obrigado!