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O Urbanismo

Publicado em março 13, 2012


Postado por: Ellén Marcella

Resumo: Françoise, C. O Urbanismo, Perspectiva, São Paulo,2003


O Pré- Urbanismo
O Urbanismo não questiona a necessidade das soluções que preconiza, segundo
as palavras de seu representante Le Corbusier, ele reivindica o ponto de vista
verdadeiro. O Urbanismo quer resolver um problema (o planejamento da cidade
maquinista) que foi colocado bem antes de sua criação, a partir das primeiras
décadas do século XIX, quando a sociedade industrial começava a tomar
consciência de si e a questionar suas realizações.

A revolução industrial é quase imediatamente seguida por um impressionante


crescimento demográfico das cidades, por uma drenagem dos campos em
benefício de um desenvolvimento urbano sem precedentes. A Grã- Bretanha é o
primeiro teatro em 1830. O número das cidades inglesas com mais de cem mil
habitantes passou de duas para trinta, entre 1800 e 1895.

Os quadros de cidades medievais ou barrocas, são rompidas por uma nova


ordem. Neste sentido Haussman, no desejo de adaptar Paris, faz uma obra
realista. Pode-se definir como uma nova ordem, a racionalização das vias de
comunicação, com abertura de grandes artérias e a criação de estações, os
quarteirões de negócios no centro, as residências nas periferias, mas nessa
época são criados novos órgãos que, por seu gigantismo mudam o aspecto da
cidade: grandes lojas, grandes hotéis, e a suburbanização assume a importância
crescente: a indústria implanta-se nos arrebaldes, as classes médias e operária
deixa de ser uma entidade espacial bem delimitada.

No momento que a cidade do século XIX começa a tornar forma própria, ela
forma um movimento novo, de observação e reflexão, em alguns casos tenta-se
até formular as leis de crescimento das cidades. Essa abordagem científica e
isolada, que é o apanágio de alguns sábios, opõe-se a atitudes de pensadores
com os quais se choca a realidade das grandes cidades industriais.

Os sentimentos humanitários, principalmente de médicos e higienistas,


denunciam o estado de deterioração física e moral em que vive o proletariado
urbano: o habitat insalubre do trabalhador, frequentemente distanciado do local
de trabalho, os lixões fétidos amontoados e a ausência de jardins públicos nos
bairros populares.

O Modelo Progressista
O espaço do modelo progressista é amplamente aberto, rompido por vazios de
verdes, têm como uma exigência da higiene. Relatam que o verde oferece
particularmente um quadro para momentos de lazer, consagrado à jardinagem e
à educação, uma sistemática ao corpo.

O espaço urbano é traçado conforme uma análise das funções humanas.


Classificam e localizam separadamente as diversas formas de trabalho como
industrial, liberal e agrícola. A lógica e a beleza devem coincidir.

A cidade progressista recusa qualquer herança artística do passado, para


submeter-se exclusivamente às leis de uma geometria natural, ela elimina a
possibilidade de variantes ou adaptações a partir de um mesmo modelo.

Entre os diversos edifícios tipos, o alojamento padrão ocupa, na concepção


progressista um lugar importante e privilegiado. Se analisarmos os elementos,
enquanto conjunto percebemos que ao contrário da cidade ocidental tradicional,
ela não constitui mais uma solução densa e maciça, mas propõe uma
localização fragmentada,atomizada: na maior parte dos casos, os bairros, as
falanges, auto suficientes, são indefinidamente justapostos. O espaço livre
preexiste, há uma abundância do verde e de vazio que exclui uma atmosfera
propriamente urbana.

O Modelo Culturalista
Seu ponto de partida crítico não é mas a situação do indivíduo, mas a do
agrupamento humano, da cidade. O escândalo histórico de que falam os
partidários do modelo culturalista é o desaparecimento da antiga unidade
orgânica da cidade, sob a pressão desintegradora da industrialização.

O Urbanismo
O urbanismo difere do pré-urbanismo em dois pontos importantes. Em lugar de
obras generalistas (historiadores, economistas ou políticos), ele é teórico e
prática. As ideias vão ser aplicadas, ao invés de ser um jogo de utopias, o
urbanismo vai destinar técnicos uma tarefa prática.

O urbanismo progressista
“uma tentativa de ordenação e uma conjunção das soluções utilitárias e das
soluções plásticas. Uma regra unitária distribui por todos os bairros da cidade a
mesma escolha de volumes essenciais e fixa os espaços seguindo necessidades
de ordem prática e as injunções de um sentido poético próprio do arquiteto e
engenheiro”.
Mod
elo Proposto por Tony Garnier- Cidade Industrial
O plano da cidade industrial feita por Tony Garnier foi terminado em 1901. No
projeto da cidade há uma separação de funções: trabalho, habitação, lazer e
saúde.

“Uma cidade industrial tem como princípios diretores a análise e a separação


das funções urbanas, a exaltação dos espaços verdes que desempenham o
papel de elementos isoladores, a utilização sistemática dos materiais novos, em
particular do concreto armado.” (CHOAY, 1979, pág. 163).
O urbanismo culturalista
Em um breve diagnóstico sobre a superpopulação das cidades e suas
consequências. Ebenezer Howard mostra que a superpopulação era causada,
sobretudo pela migração proveniente do campo. Era, portanto, necessário
equacionar a relação entre a cidade e o campo. Para isso fora apresentado
o desenho da cidade jardim.
“A cidade e o campo podem ser considerados dois imãs,cada um procurando
atrair para si a população;a esta rivalidade vem interpor-se uma nova forma de
vida,que participa das duas outras”(CHOAY,1979,pág.220).
Esqu
ema da Cidade-Jardim – Howard
A idéia da Cidade Linear de Sorio Y Mata basea-se na expansão das cidades
sobre território rural. O processo de “ruralização da vida urbana e urbanização
da vida campestre”
 Cidade – problemática: condições das vias urbanas, insalubridade das
habitações, sistema de saneamento e aumento da população, critica ao
congestionamento dos centros tradicionais com traçado
radioconcêntrico. Seu pensamento racionalista aborda que o maior
problema dos grandes centros está associado ao congestionamento das
áreas centrais, ao fluxo e ao tráfego urbano.
O Plano para a Cidade desenvolveu um novo desenho urbano baseado na
ruptura com o modelo de cidade convencional. A ideia central era a de propor
uma cidade que se desenvolvesse ao longo de uma faixa com largura de
cinquenta metros de largura (50m) em linha. Esta faixa funcionaria como artéria
principal e a cidade ao longo dela receberia áreas arborizadas, margeada por
duas faixas de terrenos urbanos. O eixo central seria percorrido por sistema de
transporte férreo.
No plano da Cidade Linear, não existe setorização de usos, os edifícios se
fundem aos habitacionais na malha urbana – existe o uso misto do solo. A
proposta abandona as estruturas tradicionais: quarteirão, praça. A dimensão
simbólica está subordinada à dimensão técnica e o espaço público reduzido aos
traçados de circulação e serviços – desconsidera a dimensão estética da cidade,
submetendo o desenho urbano à dimensão técnica e privilegiando apenas um
elemento do processo urbano: a circulação, determinando a configuração
espacial na forma mais racional: a linha reta.

Plano cidade linear- Espanha 1890

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