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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UERJ 1

A busca pela trajetória e Modelagem de um Robô


Móvel
Jose Luis Huayanay Villar
Rômulo Thaygor Hatakeyama Alves
Prof:Teo Revoredo

Resumo—

Neste trabalho, pretendemos consolidar os conhecimentos adquiridos na disciplina de Sistemas Digitais Aplicados, ao modelar,
simular e testar um robô móvel de tração traseira. Será adotada uma trajetória em que o robô deverá seguir. Compõe este
trabalho o uso de ferramentas computacionais como MATLAB e de plataformas de desenvolvimento, como o Arduino.
Palavras-chave—Robótica, Modelagem Matemática

1 Introdução mado Stanford Arm. Desde então, este braço é


Em 1921, na peça teatral denominada “Ros- utilizado como padrão, influenciando no design de
sum’s Universal Robots”, Karel Čapek escreveu a braços e robôs [4].
história de um cientista que tinha desenvolvido Basicamente, os sistemas robóticos autônomos
uma sustância quı́mica que tornaria possı́vel a se dividem em duas áreas: a robótica de manipu-
construção de humanoides obedientes e capazes lação e a robótica móvel. A primeira área trata de
de realizar todo o trabalho fı́sico, a serviço de robôs que usam base fixa para poder trabalhar.
industriais e donos do capital. Por conta deste Em contrapartida, a segunda, trabalha com robôs
fato, foi atribuı́do à Karel Čapek a criação da que podem se deslocar livremente em determinada
palavra “robota” [1]. área.
No final dos anos sessenta, George Devol, A utilização de robôs, sobretudo em ambientes
baseando-se em sua experiência com máquinas de industriais é uma solução cada vez mais difundida
comando numérico e em telemanipuladores cons- e aceita, visto que, em atividades perigosas ou que
truiu o primeiro robô automático. Este fato, além exigem muita precisão e/ou repetitividade, a uti-
de ter permitido a criação do primeiro robô comer- lização da robótica é uma solução que atende sa-
cial de uso industrial, o Unimate, abriu uma via de tisfatoriamente e torna-se quase que obrigatória.
possibilidades para a robótica e o desenvolvimento Ainda, segundo a Norma ISO 10218, o robô indus-
da automação industrial. O Unimate começou a trial é uma “máquina manipuladora, controlada
ser utilizado em 1961, pela General Motors em automaticamente, reprogramável, multifuncional,
sua linha de produção de veı́culos. Pesando 1800 que pode ter base fixa ou móvel para a utilização
kg e obedecendo a comandos gravados em fitas em aplicações de automação industrial”.
magnéticas, este robô era responsável por pegar Na área de Inspeção, por exemplo, quase sem-
pedaços pequenos de metal e colar peças nos pre é necessário inspecionar equipamentos que
chassis dos carros [2]. possam estar em espaços confinados, em áreas
Em 1969, Victor Scheinman, estudante de en- com materiais radioativos, ou em locais de muito
genharia mecânica do Stanford Artificial Intelli- difı́cil acesso. Para tanto, a utilização de robôs
gence Lab (SAIL), criou o braço mecânico cha- devidamente projetados permite a visualização de
tais equipamentos, em diferentes ângulos de visão
Artigo submetido a banca examinadora em 10/12/2019 e permite fazer algumas análises. O próprio robô
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pode comparar as imagens captadas, com uma v e uma velocidade angular ω . Com base neste
imagem padrão, ou seja, uma que apresente deter- modelo, o comportamento pode ser descrito como:
minada parte em perfeito estado de conservação,
e apontar alguma não conformidade.
   
ẋ cos(θ) 0  
As empresas cada vez mais estão buscando ẏ  = sen(θ) 0 v (1)
adotar as novas tecnologias a fim de reduzir custos ω
θ̇ 0 1
e aumentar a produção. Gastos com manutenções
preventivas e preditivas são cada vez mais jus- onde x e y definem a posição do robô no espaço
tificáveis, visto que muitas das vezes, a quebra cartesiano e θ, o ângulo do robô em relação ao
de determinado tipo de equipamento pode gerar eixo das coordenadas. Neste trabalho, para a mo-
prejuı́zos de bilhões de dólares. Por isso, não raro delagem do robô, está-se assumindo que:
vê-se o uso da robótica na área de inspeção, por 1) O robô possui corpo rı́gido e rodas não
exemplo. Na figura 1, tem-se o robô utilizado deformáveis;
pela General Hazard Avoidance para High-Speed 2) O solo é ideal e o coeficiente de atrito é
Mobile Robots em Rough Terrain. uniforme;
3) O ponto de contato entre as rodas e o solo
satisfazem à condição de rolamento puro,
sem haver derrapagem;
4) A tração do veı́culo deve ser direcionado
pela roda dianteira, tendo restrições não
holonômicas., sendo estas também res-
ponsáveis pela mudança de direção do
veı́culo;
5) Não há deformações nas rodas.

2.2 Modelo cinemático


A partir da 2 podemos especificar a posição do
robô no plano X −Y , além de estabelecer a relação
entre a referência inercial do frame do plano e o
frame local do robô.

Figura 1: Diagrama para ARTEmiS.

O objetivo deste trabalho é estudar a cinemá-


tica direta e inversa de um robô móvel, analisar
os dados modelados através do MATLAB, pro-
gramar e testar em um protótipo uma trajetória
definida.

2 Metodologia
2.1 Modelagem
Para a modelagem de robôs móveis, podemos
supor uma simplificação, onde mesmo tenha a ca-
pacidade de mover-se em um plano x e y , ou usar
uma representação na polar, (r, θ). Comummente, Figura 2: Representação esquemática de um robô
adota-se o modelo do uniciclo, ou seja, um modelo móvel.
de uma roda só, que possui uma velocidade linear
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Atente para o fato que l denota a distância Onde vd e φd são os comandos de entradas
entre os eixos dianteiro e traseiro, v1 é a velocidade desejáveis. A partir das equações 6 e 7, calculamos
linear e φ é o ângulo de direção. vd , onde o sinal indica se o movimento é em avanço
ou de ré. Já a equação 10 apresenta a velocidade
  
ẋ senθ
 angular ωd .
ẏ  =  cosθ  v1 (2)
tanφ
θ̇ l
q
vd (t) = ± ẋ2d (t) + ẏd2 (t) (9)
o vetor de coordenadas generalizadasq =
(x, y, θ, φ)T , modelo cinemático do robô é dado
por: ÿd (t)ẋd (t) − ẍd (t)ẏd (t)
ωd (t) = (10)
    ẋ2d + ẏd2
ẋ senθ 0  
 ẏ   cosθ 0 v1 A orientação desejada do carrinho é calculada
  =  tanφ
 θ̇  

 v2 (3)
l
0 a partir da equação 11. Convém ressaltar que o
φ̇ 0 1 sinal de vd é levado em conta:
r = [x, y]T são as coordenadas cartesianas da 
ẏd ẋd

posição do robô. θd (t) = Arctg , (11)
vd vd
θ é a orientação do robô com respeito a um dado
sistema de coordenadas inercial. Para se obter o ângulo de direção desejado,
φ é o ângulo de orientação das rodas dianteiras deve-se diferenciar as equações 6 e 7, além de isolar
com respeito ao corpo do robô. vd :
v1 é velocidade linear das rodas traseiras
v2 é a velocidade angular da orientação das rodas   
dianteiras. 1 d ẏd
θ̇d (t) =  2 · (12)
L é a distância entre eixos. ẏd dt ẋd
1+ ẋd
as rodas traseiras são consideradas alinhadas com
o carro.
x2d
 
Como as trajetórias dos robôs possuem restrição d ẏd
θ̇d (t) = 2 · (13)
de curvatura, então. 2
xd + yd dt ẋd
|φ| ≤ φm ax
onde φm ax é o máximo ângulo de orientação das
x2 d
 
rodas dianteiras. ẏd
θ̇d (t) = 2d · (14)
Dado um ponto de referência P, conforme 2, a vd dt ẋd
trajetória desejada no plano Cartesiano, pode ser
relacionada fazendo:
x2
 
ÿd ẋ − ẍd ẏ
θ̇d (t) = 2d (15)
vd x2d
xd = xd (t), (4)
yd = yd (t), (5)
 
t ≤ t0 . ÿd ẋ − ẍd ẏ
θ̇d (t) = (16)
vd2
As trajetórias de referência de entrada podem
ser obtidas derivando-se xd , yd e θd : O ângulo de direção desejado é:

ẋd = vd · cos(θd ),
  
(6) ÿd ẋd − ẍd ẏd
φd (t) = Arctg l
ẏd = vd · sen(θd ), (7) vd3
(17)
tanφd
θ̇d = vd · (8) φd (t) ∈ h− π2 , π2 i
l
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3 A Busca pela Trajetória Vale ressaltar que |K| = Kmax quando


Assim, a estratégia de controle de formação |φ| = φmax como o erro de orientação entre a
de robôs com restrição de curvatura da trajetória orientação θ do robô e a orientação φ da força
(robôs tipo-carro) : artificial f

ḣ = J.v (18)

donde v = [uf ul]T ,J :jacoviano


uf :velocidade frontal
ul :velocidade lateral ,con ul → 0
ḣx = uf ∗ cos(φ) − ul ∗ sin(φ);
(19)
ḣy = uf ∗ sin(φ) + ul ∗ cos(φ);
Para que haja uma reprodutibilidade exata, a
postura inicial do robô é:
hxd (0) = 2 Figura 3: curva tractória [5]
hyd (0) = −2 (20)
π |Kd = Kmax | se |φ| = π/2, Kd = 0 se φ =
φd (0) =
4 0 . Kd > 0 se φ > 0 e Kd < 0 caso contrário.
Enquanto que os comandos de entrada são: relacionamos a velocidad de as rodas e longitud
do carro ul=0 .
vd (t) = J −1 ∗ (ḣ + K ∗ e) (21)    
wd1 1 −1 −(a + b)  
uf
  = 1 1 1
onde e:error ,K:curvatura o ganancia wd2   (a + b) 
  ul  (24)
wd3  R 1 1 −(a + b)
l φ
φd (t) = arctan = φ(t) + t ∗ θ̇ (22) wd4 1 −1 (a + b)
R
onde l=a+b .
No caso do robô tipo-carro, observa-se, do modelo
cinemático (figura 2), que o sinal de controle não
atua diretamente na orientação θ. De fato, nota-
se que a atuação ocorre na orientação φ das rodas
dianteiras. Logo, para mudar sua orientação, o
robô deva estar, obrigatoriamente, se movimen-
tando ( θ̇ = 0 se vl = 0 ). A estratégia considera
a restrição de curvatura da trajetória bem como
as irregularidades do terreno. Assim, a estratégia
de controle de formação de robôs com restrição
de curvatura da trajetória (robôs tipo-carro) pro-
Figura 4: rodas e longitud [5]
posta neste capı́tulo é inspirada na estratégia de
controle de um único robô proposta por (Shimoda
et al. 2005).
Defina então Kmaxi como a maior curvatura per-
mitida à trajetória do robô .Então, a lei de con-
trole deve orientar as rodas dianteiras dos robôs
de forma a gerar.
uma trayectoria com curvatura ki

|Ki| ≤ Kmax (23)


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4 experimento

4.0.1 programação matlab

Figura 5: simulação movel [5].


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Figura 6: simulação movel [5].


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Figura 7: simulaçãomovel [5].


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4.1 simulação com experimento

Figura 8: simulacao propia [5].


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Figura 9: simulacao propia [5].


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Figura 10: velocidades propia [5].


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Figura 11: error control propia [5].


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Figura 12: carroencoder [?].


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4.2 planejamento do trayectoria


Referências
[1] FAUZA, M. J. R.U.R. (Rossum’s Universal Robots) e a
gênese do robô na literatura moderna. In:Dissertacão de
Mestrado. Campinas, SP: [s.n.], 2008. p. 84 f.
[2] PEARCE, J. George C. Devol, Inventor of Robot
Arm, Dies at 99. In: The New York Times.
https://www.nytimes.com/2011/08/16/business/george-
devol-developer-of-robot-arm-dies-at-99.html: [s.n.].
[3] GE Power Water Power Generation Services. Disponı́-
vel em: https://docplayer.net/23529877-Ge-power-water-
power-generation-services.html. Acesso em: 02/11/2019.
[4] AYRES, M. Conheça a história dos robôs.
Disponı́vel em: UOL Notı́cias. Tecnologia.
https://tecnologia.uol.com.br/ultnot/2007/10/01/
ult4213u150.jhtm:. Acesso em: 02/11/2019.
[5] Baú da Eletrônica. Disponı́vem em:
https://www.baudaeletronica.com.br/disco-
encoder.html. Acesso em: 07/12/2019.
[6] FILIPEFLOP. Disponı́vem em:
https://www.filipeflop.com/produto/sensor-de-
velocidade-encoder/. Acesso em: 07/12/2019.
[7] NIKU, Saeed B. Introdução à Robótica: Análise, Controle
e Aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. 382 p. ISBN
978-85-216-2237-6.

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