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(i)
Prefácio
Este manual, cobre o Dimensionamento Geotécnico para todas estradas e, particularmente
para estradas de alto volume de tráfego. Foi elaborado especificamente para estradas de
Moçambique, embora possa ser usado em outros países da região e em outros lugares
onde se verificam condições semelhantes. O manual deve ser lido em conjunto com o
Manual de Investigação de Campo e os Manuais de Dimensionamento de Pavimentos e de
Reabilitação de estradas e o Manual de Hidrologia e Dimensionamento de Drenagem.
(ii)
Reconhecimentos
Este manual foi preparado através do esforço concertado de muitas partes interessadas
dentro e fora de Moçambique. As imensas contribuições da ANE, IP, dos membros do
Grupo de Trabalho Técnico (GT), do MOPHRH e de outras partes interessadas importantes,
que incluíam a academia, consultores, engenheiros municipais, etc., são reconhecidas e
muito apreciadas.
ANE, IP
Financiadores
(iii)
Abreviaturas e Unidades
H Profundidade de Escavação
H Espessura da Camada Compressível
K Coeficiente de pressão do solo
Ka Pressão activa do solo
Kp Coeficiente de pressão passiva do solo
L Comprimento da Fundação
LEM Laboratório de Engenharia de Moçambique
MSE Solo Mecanicamente Estabilizado
MSWS Sistemas de Paredes Mecanicamente Estabilizadas
N Golpes de SPT
PVD Dreno Vertical Pré-fabricado
RQD Designação de Qualidade da Rocha
(iv)
Índice
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
1.1 OBJECTIVO ................................................................................................................................... 1
1.2 ESCOPO ....................................................................................................................................... 1
1.3 OPERAÇÕES GEOTÉCNICAS E ADMINISTRAÇÃO ................................................................................... 1
1.4 PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA ........................................................................................ 2
1.5 VISÃO GERAL DO MANUAL ............................................................................................................. 3
1.6 DIRECTRIZES DA ANE, IP ................................................................................................................ 5
2 PLANIFICAÇÃO GEOTÉCNICA DO PROJECTO............................................................................ 6
2.1 VISÃO GERAL ............................................................................................................................... 6
2.2 PLANIFICAÇÃO PRELIMINAR DO PROJECTO......................................................................................... 7
2.3 DESENVOLVIMENTO DO PLANO DE SONDAGEM SUBTERRÂNEA ........................................................... 14
3 INVESTIGAÇÃO DE CAMPO .................................................................................................. 18
3.1 PLANIFICAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO DE CAMPO ................................................................................... 18
3.2 APLICAÇÃO E LIMITAÇÕES DOS MÉTODOS DE SONDAGENS GEOTÉCNICAS ............................................... 24
3.3 CLASSIFICAÇÃO DO SOLO E DA ROCHA ............................................................................................. 36
A TABELA 3-16 SERVE DE GUIÃO PARA O USO DE ROCHAS DESGASTADAS COMO MATERIAL DE BASE DE ESTRADAS. . 53
3.4 SELECÇÃO DE PARÂMETROS DE ENGENHARIA GEOTÉCNICA ................................................................. 53
3.5 CATEGORIAS SUBTERRÂNEAS LOCAIS .............................................................................................. 55
4 CONSIDERAÇÕES DE DIMENSIONAMENTO ........................................................................... 66
4.1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 66
4.2 ABORDAGEM ANALÍTICA ............................................................................................................... 66
4.3 ATERROS DE ESTRADAS ................................................................................................................ 93
4.4 ENCONTROS, MUROS DE CONTENÇÃO E TALUDES REFORÇADOS ......................................................... 134
4.5 TALUDES DE ESTRADAS ............................................................................................................... 151
4.6 ANÁLISE E MITIGAÇÃO DE DESLIZAMENTOS DE TERRA ...................................................................... 172
4.7 DIMENSIONAMENTO GEOTÉCNICO PARA FUNDAÇÕES DE ESTRUTURAS MARÍTIMAS ............................... 182
4.8 DIMENSIONAMENTO DE ELEMENTOS DE INFILTRAÇÃO E DRENAGEM SUBTERRÂNEA .............................. 187
4.9 DIMENSIONAMENTO DA FUNDAÇÃO PARA SINAIS, PLACAS, BARREIRAS ACÚSTICAS E AQUEDUTOS ........... 189
4.10 ASPECTOS GEOTÉCNICOS PARA O DIMENSIONAMENTO E INSTALAÇÃO DE TUBOS .................................. 191
4.11 DIMENSIONAMENTO GEOSSINTÉTICO............................................................................................ 193
5 MELHORIA DO SOLO.......................................................................................................... 197
5.1 OBJECTIVO ............................................................................................................................... 197
5.2 PARÂMETROS DE PROJECTO E DADOS DE ENTRADA PARA ANÁLISE DE MELHORIA DO SOLO ..................... 197
5.3 TÉCNICAS DE MELHORIA DO SOLO ................................................................................................ 197
6 INVESTIGAÇÃO DURANTE A CONSTRUÇÃO......................................................................... 206
6.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 206
6.2 INSTRUMENTAÇÃO IN-SITU E MONITORAMENTO ............................................................................. 206
6.3 FONTES DE MATERIAIS DE TERRAPLENAGEM ................................................................................... 206
6.4 GARANTIA DE QUALIDADE DURANTE A CONSTRUÇÃO ....................................................................... 207
7 CONSIDERAÇÕES PÓS-CONSTRUÇÃO E MONITORAMENTO................................................. 209
7.1 ASPECTOS GEOTÉCNICOS EM ASSUNTOS DE MANUTENÇÃO ............................................................... 209
7.2 INSTRUMENTAÇÃO E MONITORAMENTO........................................................................................ 209
8 USO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR............................................................................ 211
9 RELATÓRIOS E DOCUMENTAÇÃO GEOTÉCNICA .................................................................. 214
9.1 REQUISITOS GERAIS ................................................................................................................... 214
(v)
9.2 REQUISITOS DE CONTEÚDO DO RELATÓRIO GEOTÉCNICO ........................................................
214
9.3 INFORMAÇÕES QUE DEDEM CONSTAR NO ARQUIVO DE PROJETO GEOTÉCNICO .................................... 220
9.4 RELATÓRIOS GEOTÉCNICOS DO CONSULTOR E DOCUMENTAÇÃO PRODUZIDA EM NOME DA ANE, IP ....... 221
9.5 RESUMO DAS CONDIÇÕES GEOTÉCNICAS ....................................................................................... 223
10 REFERÊNCIAS E BIBLIOGRAFIA ........................................................................................ 225
APÊNDICE A EXEMPLOS DE REGISTO DE SONDAGEM SUBTERRÂNEA ..................................... 227
APÊNDICE B LISTA DE CONTROLO DE REVISÃO DE RELATÓRIOS GEOTÉCNICOS (FHWA, 2003) 228
APÊNDICE C EXEMPLOS ILUSTRATIVOS RESOLVIDOS ............................................................. 238
(vi)
Lista de Tabelas
Tabela 2-1: Categorias de Perigos Geológicos ........................................................................................ 9
Tabela 3-1: Amostragem e medições de testes laboratoriais .............................................................. 33
Tabela 3-2: Guia para planificar uma investigação de solo em perfil de solo estável .......................... 34
Tabela 3-3: Guia para planificar uma investigação do solo em solos variáveis saturados ................... 35
Tabela 3-4: O Sistema de Classificação de Solo AASHTO (AASHTO M 145 ou ASTM D 3282 em
Samtani, 2006) ...................................................................................................................................... 38
Tabela 3-5: Definições de USCS ............................................................................................................ 39
Tabela 3-6: Classificação de rocha ........................................................................................................ 42
Tabela 3-7: Termos de Desgaste para a Massa Rochosa ...................................................................... 43
Tabela 3-8: Escala de resistência relativa da rocha .............................................................................. 44
Tabela 3-9: Termos de Estratificação .................................................................................................... 45
Tabela 3-10: Definição do Espaçamento de Descontinuidade ............................................................. 46
Tabela 3-11: Descrição da Inclinação .................................................................................................... 46
Tabela 3-12: Descrição Qualitativa de Rochas Baseada no RQD .......................................................... 47
Tabela 3-13: Densidade de Fractura. Modificado da Agência de Reclamação do DOI E.U (1998) ....... 48
Tabela 3-14: Descrição da resistência do material rochoso no campo versus UCS.............................. 49
Tabela 3-15: Análise Necessária de Engenharia Geotécnica (FHWA, 2012) ......................................... 50
Tabela 3-16: Classificação de Rochas Desgastadas para Aplicação nas Bases de Estradas .................. 53
Tabela 3-17: Categorias substerrâneaslocais........................................................................................ 56
Tabela 3-18: Guia para determinar a gravidade do problema de colapso ........................................... 57
Tabela 4-1: Factores de capacidade de carga (AASHTO, 1996) ............................................................ 78
Tabela 4-2: Factores de correção de forma (AASHTO 1996) ................................................................ 79
Tabela 4-3: Factor de correção de profundidade (Brinch Hansen, 1970)............................................. 79
Tabela 4-4: Factor de correcção para localização do lençol freático (AASHTO, 1998) ......................... 80
Tabela 4-5: Factor de correção da fundação inclinada (Brinch Hansen, 1970) .................................... 81
Tabela 4-6: Selecção de Factores de Carga Máxima ou Mínima na Base da Fundação directa para
Vários Modos de Falha para o Estado Limite de Resistência (WSDOT 2010) ....................................... 84
Tabela 4-7: Valores médios para coeficiente de pressão do solo......................................................... 87
Tabela 4-8: Valores de Ks tan δ segundo Tomlinson (1977) ................................................................ 88
Tabela 4-9: Propriedades de engenharia e testes de campo e de laboratório para o
dimensionamento do aterro. De Washington State DOT (2013) ......................................................... 95
Tabela 4-10: Parâmetros e símbolos de consolidação.......................................................................... 98
Tabela 4-11: Terminologia do solo aplicada ao histórico de tensão (Loehr et al. 2016) .................... 104
Tabela 4-12: Equações de Assentamento de Consolidação Primária (NYSDOT, 2012) ...................... 110
Tabela 4-13: Equações de Assentamento de Consolidação Secundária (NYSDOT, 2012) .................. 111
Tabela 4-14: Métodos, detalhes e hipóteses de estabilidade de taludes (ODOT, 2018) ................... 121
Tabela 4-15: Tamanho do Gabião da malha de arame de aço hexagonal típico ................................ 140
Tabela 4-16: Adequação de sistemas de suporte de muro ................................................................ 142
Tabela 4-17: Detalhes dos sistemas de suporte lateral (Franki) ......................................................... 149
Tabela 4-18: Ângulos de declive de enchimento preliminar .............................................................. 154
Tabela 4-19: Taxas de declive de corte do solo (H:V) para fins de projecto preliminar ..................... 158
Tabela 4-20: Opções de remediação (adaptado de VDOT, 2012)....................................................... 169
Tabela 4-21: Técnicas de estabilização de taludes de aterros para taludes íngrimes. Modificado de
MPWT (2008) ...................................................................................................................................... 172
Tabela 4-22: Factores comuns causadores de deslizamentos de terra. Modificado de Nettleton et al
(2005) em ERA (2013) ......................................................................................................................... 173
Tabela 4-23: Causas naturais e artificiais de deslizamentos de terra (ERA, 2013) ............................. 174
Tabela 4-24: Factores causadores climáticos, geológicos, hidrológicos e topográficos ..................... 175
(vii)
Tabela 4-25: Classificação de deslizamentos de terra em termos de profundidade (Wintercorn e
Fang, 1975).......................................................................................................................................... 176
Tabela 4-26: Ângulos de limite para diferentes materiais geológicos no talude (de Corominas, 2003),
............................................................................................................................................................ 178
Tabela 4-27: Medidas correctivas comuns de deslizamentos. De Sassa e Canuti (2008)................... 181
Tabela 4-28: Técnicas de Construção Sem Valas (NYSDOT, 2018) ..................................................... 193
Tabela 4-29: Tipo e função dos geossintéticos ................................................................................... 194
Tabela 4-30: Resumo das propriedades de materiais para geossintéticos ........................................ 194
Tabela 5-1: Resumo das técnicas de melhoria do solo (Hunt, 1986).................................................. 198
Tabela 5-2: Processo de dimensionamento da melhoria do solo (NYSDOT, 2013) ............................ 201
Tabela 5-3: Estratégia, funções e métodos de melhoria do solo (NYSDOT, 2013) ............................. 202
Tabela 5-4: Vantagens e desvantagens dos métodos de melhoria do solo........................................ 203
Tabela 8-1: Exemplos de produtos de software e áreas de aplicação ................................................ 212
Tabela 9-1: Lista de verificação geral do relatório geotécnico ........................................................... 222
(viii)
Lista de Figuras
(ix)
Figura 4-23 Método de Schmertmann (1955) para obter a curva de consolidação de campo para
solos normalmente consolidados (em Loehr et al. 2016, de Holtz, et al., 2011). .............................. 103
Figura 4-24: Método de Schmertmann (1955) para obter a curva de consolidação de campo para
solos superconsolidados (em Loehr et al. 2016 de Holtz, et al., 2011) .............................................. 104
Figura 4-25: Compressão versus tempo para um ciclo de carga de teste de consolidação (Hunt, 1986)
............................................................................................................................................................ 105
Figura 4-26: Método do logaritmo do tempo de Casagrande para determinar o coeficiente de
consolidação (Loehr et al. 2016) ......................................................................................................... 106
Figura 4-27: Método de Taylor da raiz quadrada do tempo para determinar o coeficiente de
consolidação (Craig, 2004) .................................................................................................................. 107
Figura 4-28: Avaliação de 𝑪𝜶 da resposta de tempo - deformação para incremento de teste de
consolidação (Loehr et al. 2016) ......................................................................................................... 109
Figura 4-29: Factores de influência na tensão vertical sob um aterro muito longo (segundo NAVFAC,
1971 como reportado em Holtz e Kovacs, 1981)................................................................................ 113
Figura 4-30: Valores de influência para a tensão vertical sob os cantos de uma carga triangular de
comprimento limitado (segundo NAVFAC, 1971 como reportado em Holtz e Kovacs, 1981) ........... 114
Figura 4-31: Mecanismo de roptura de arco circular típico. Adaptado de US DOT FHWA (2006) ..... 119
Figura 4-32: Modos de falhas do talude lateral em aterros. De IOWA State (2013) e US DOT FHWA
(2006) .................................................................................................................................................. 120
Figura 4-33: Conceito de cálculo da consolidação percentual na construção em etapas (NYSDOT,
2012) ................................................................................................................................................... 124
Figura 4-34: Princípios do Método de Construção por etapas (NYSDOT, 2012) ................................ 125
Figura 4-35: Dimensionamento da Contra-berma, de NAVFAC (1982) em Hunt (1984) .................... 129
Figura 4-36: Uso de chave de corte (US DOT FHWA (2006B) ............................................................. 130
Figura 4-37: Uso de drenos verticais para acelerar o assentamento (NCHRP, 1989) ......................... 133
Figura 4-38: Remoção e substituição .................................................................................................. 134
Figura 4-39: Elementos de um aterro de acesso da ponte. de Briaud et al (1997) ............................ 134
Figura 4-40: Assentamento e arraste para baixo em pilares e estacas de pontes. Modificado de US
DOT FHWA 2006 ................................................................................................................................. 135
Figura 4-41: Terminologia associada aos muros de contenção de semigravidade ............................ 136
Figura 4-42: Diagrama de forças de um muro de contenção gravitacional (Hunt, 1986) .................. 138
Figura 4-43: Exemplos típicos de paredes de gabião .......................................................................... 139
Figura 4-44: Um muro de contenção típico ancorado (NYSDOT, 2013) ............................................. 141
Figura 4-45: Muro do MSES com Painéis de Face de Betão Pré-moldados ........................................ 143
Figura 4-46: Aplicação de taludes reforçados na construção de estradas. NYSDOT (2007)............... 144
Figura 4-47: Modos de roptura para aterros de solo reforçado. US DOT FHWA, 2001) .................... 145
Figura 4-48: Muro de Pregagem do Solo (NYSDOT, 2013).................................................................. 147
Figura 4-49: Terminologia comumente usada para definir uma estrada e taludes associados ......... 151
Figura 4-50: Efeito de Inundações e rebaixamento rápido na estabilidade do aterro ....................... 152
Figura 4-51: Construção típica de aterros em áreas montanhosas. De FAO (1998)........................... 153
Figura 4-52: Taludes laterais típicos de um aterro de enrocamento.................................................. 154
Figura 4-53: Enchimento de bancos num talude de bancos ao lado da colina com. JKR (2010) ........ 155
Figura 4-54: Banco de talude de corte (Hunt, 1986) .......................................................................... 157
Figura 4-55: Forças condutoras e de resistência num talude rochoso (Willey, 1991)........................ 161
Figura 4-56: Método de reforço do talude rochoso (Willey, 1991) .................................................... 161
Figura 4-57: Métodos de remoção de rochas para estabilização do talude rochoso (Willey, 1991) . 162
Figura 4-58: Muro de Captação de Cabo de Aço (NYSDOT, 2013)...................................................... 163
Figura 4-59: Percursos de queda de rochas e distância de lançamento (Pierson et al., 2001) ......... 164
Figura 4-60: Diagrama de Talude de corte da rocha (MnDOT, 2017) ................................................. 165
Figura 4-61: Processo de análise de estabilidade do talude ............................................................... 168
Figura 4-62: Tipos de deslizamentos de terra (adaptado de Wintercorn e Fang, 1975) .................... 176
(x)
Figura 4-63: Avaliação de suscetibilidade de deslizamentos de terra (Chae et al., 2017).................. 177
Figura 4-64: Relação entre mobilidade de deslizamento (H/L) e volume (de Chae et al., (2017) ...... 178
Figura 4-65: Mecanismo de transmissão de dados entre dispositivos de monitoramento de
deslizamento e de alerta. (de Fathani et al., 2016) ............................................................................ 180
Figura 4-66: Tipos de estruturas à beira-mar (de Hunt, 1986) ........................................................... 183
Figura 4-67: Estrutura à beira-mar ao longo Avenida da Marginal, Maputo...................................... 183
Figura 4-68: Métodos para reduzir as pressões laterais e subsidência do talude traseiro em solos
moles (de Hunt, 1986) ........................................................................................................................ 185
Figura 4-69: Diagrama de pressão ao redor do muro de estacas-prancha em consola (de Hunt, 1986)
............................................................................................................................................................ 186
Figura 4-70: Diagrama de pressão contra o sistema de divisória ancorado (de Hunt, 1986)............. 186
Figura 4-71: Métodos de controlo da drenagem do pavimento (de Hunt, 1986) .............................. 188
Figura 4-72: Detalhe do projecto da fundação para um terreno inclinado (de WSDOT, 2010) ......... 190
Figura 5-1: Relação do espaçamento do dreno (S) com a zona de influência do dreno (D) (Rixner et
al., 1986) ............................................................................................................................................. 200
(xi)
1 Introdução
1.1 Objectivo
Este manual foi preparado para uso pelo pessoal técnico da ANE, IP e para servir de guião
para os profissionais que são contratados para fornecer serviços geotécnicos à ANE, IP.
Visa estabelecer procedimentos para fornecer consistência na realização de análise e
avaliação de engenharia geotécnica. Este manual apresenta aspectos do desenvolvimento
de parâmetros de demensionamento e indica as informações de entrada necessárias a
considerar para garantir que o dimensionamento e a construção de obras geotécnicas
sejam geridas com sucesso, e que sejam seguras e económicas.
1.2 Escopo
Os problemas geotécnicos típicos relacionados com o dimensionamento e construção de
estradas em Moçambique incluem áreas pantanosas, inundações, presença de argilas
expansivas e areias soltas na Região Sul. Os problemas dominantes na Região Centro
incluem inundações durante a maré alta nas áreas baixas, erosão de aterros de solos,
áreas montanhosas muito íngremes com materiais escorregadios. A Região Norte também
é vulnerável a inundações e adicionalmente, tem a presença de solos expansivos, áreas
montanhosas muito íngremes e areias soltas.
O sucesso das obras geotécnicas, portanto, não é influenciado apenas pelo bom
entendimento das condições prevalecentes do subsolo, mas também pelo terreno e pela
consciência de possíveis problemas que podem influenciar o dimensionamento e a
execução bem-sucedida de projectos num local específico do país. Isto exige a aplicação
de experiência e bom senso de engenharia geotécnica por parte dos profissionais, a fim
de identificar e resolver problemas geotécnicos em tempo útil.
O uso deste manual deve ser combinado com a aplicação da experiência na determinação
dos parâmetros adequados como inputs necessários para: métodos para melhorar as
condições naturais do solo, incluindo técnicas de estabilização de taludes; aspectos
geotécnicos de dimensionamento de taludes natural e de corte e estabilidade de taludes;
escavação superficial; considerações de projecto para aterros, fundações, muros de
contenção e taludes de solo reforçado. Este manual apresenta informações de orientação
para a aplicação de boas práticas de engenharia para atingir esse objectivo de maneira
consistente.
É da responsabilidade do consultor, conhecer a influência do tipo de estrutura e sua
importância, bem como as condições geológicas localizadas, ao longo da investigação de
subsolo necessária para o projecto da estrada. Este manual deve ser usado em conjunto
com a última edição do Manual de Investigação de Campo.
O uso das informações contidas neste documento não isenta, de forma alguma, os
profissionais de suas obrigações e responsabilidades relativas à responsabilidade
profissional.
(1)
Engenheiro Geotécnico a quem foi atribuída a responsabilidade de coordenar e concluir as
actividades de concepção geotécnica para o projecto e os profissionais baseados no
campo, para garantir um entendimento comum da gestão das operações do projecto
geotécnico e requisitos especiais por todo pessoal da equipe do projecto.
A planificação geotécnica deve incluir a revisão teórica ou documental do projecto,
investigação de reconhecimento de campo e avaliação inicial do risco geológico. A
investigação deve envolver a colecta de dados específicos do local, incluindo problemas
subterrâneos e perfis de solo, seguido pela fase de concepção do projecto.
A fase inicial da planificação tem como objectivo definir o projecto. Nesta fase, são
pesquisados e revistos os registos de investigações anteriores do Laboratório de
Engenharia de Moçambique (LEM), se disponíveis, mapas geológicos e de levantamento
de solos publicados, fotografias aéreas e registos de construções antigas. Com base nesta
revisão abrangente, o projectista geotécnico deve se tornar completamente familiarizado
com os elementos do projecto propostos, a fim de definir o programa de investigação de
campo, que deve delinear o número de perfurações, localização, profundidade,
amostragem e requisitos de teste de campo, conforme previsto no Manual de Investigação
de Campo.
Os problemas potenciais de construtibilidade e riscos geotécnicos, como deslizamentos de
terra, queda de rochas, inundações, erosão e solos moles devem ser identificados nesta
fase, seguido pela prevenção conceptual do risco ou planos de mitigação para resolver
todos os problemas geotécnicos identificados. Os especialistas geotécnicos devem ser
envolvidos nesta conceptualização e devem fornecer orientação quanto à necessidade de
licenças especiais para realizar a investigação geotécnica.
A provisão de suporte técnico para aspectos geotécnicos de planificação,
dimensionamento, construção e manutenção deve ser da responsabilidade do Engenheiro
Geotécnico da ANE, IP. As questões operacionais e administrativas devem incluir a
determinação de uma investigação subterrânea apropriada para a fase de
desenvolvimento do projecto e as condições do local; identificação, prevenção e mitigação
de riscos geológicos e outras questões geotécnicas que requerem tratamento;
terraplenagens; fundações para estruturas de contenção de solos em estradas; fundações
para instalações; estabilidade dos taludes; assentamentos; tratamentos do leito;
hidrogeologia; construtibilidade; e prática de monitoramento e manutenção conforme
descrito neste Manual. Além disso, deve ser mantido um banco de dados de inventário
centralizado de riscos geológicos para todos os distritos de Moçambique, na Sede da ANE,
IP.
(2)
As etapas detalhadas do projecto e as principais actividades são apresentadas no Manual
de Investigação de Campo de 2019. O nível de detalhe da investigação em cada fase
depende das informações reveladas na fase anterior. O escopo de trabalho para as
investigações normalmente incluirá as seguintes actividades:
• Realização de investigações geotécnicas do local, incluindo perfuração de furos,
escavação do poço de teste, testes de penetração de cone, teste de penetração dinâmica
do cone, avaliação de taludes e aterros e ensaios laboratoriais.
• Documentar as informações geotécnicas sobre as condições subterrâneas ao longo do
corredor rodoviário proposto.
• Fornecer um resumo dos resultados dos testes laboratoriais.
• Fornecer a interpretação das condições subterrâneas e preparar um modelo de terreno
para o alinhamento do projecto.
• Fornecer os valores para parâmetros de solo a serem usados nas análises e
recomendações de dimensionamento.
(3)
16. Preparação do relatório geotécnico.
(4)
acelerar o processo de consolidação, melhoria dos solos granulares fracos dos aterros para
aumentar a resistência à deformação e dimensionamento da estabilização dos taludes.
(5)
2 Planificação Geotécnica do Projecto
Estágio 2:
Responsabilidade do Especialista
• Realiza o trabalho de escritório para determinar as
Geotécnico prováveis condições do terreno
Estágio 3:
Responsabilidade do Especialista • Desenvolve o desenho conceptual: Optimizar a
Geotécnico construção para minimizar riscos geotécnicos
Estágio 4:
Responsabilidade do Especialista • Identificar parâmetros necessários para detalhar o
Geotécnico cálculo geotécnico
Estágio 5:
Responsabilidade Especialista • Planos de investigação terrestre para determinar as
Geotécnico condições do subsolo, suas variações, e obter
parâmetros geotécnicos
Estágio 6:
Responsabilidade Especialista • Definir métodos de investigação e testes a serem
Geotécnico usados
Estágio 7:
Responsabilidade Especialista
• Determinar padrões mínimos aceitáveis para
Geotécnico
trabalhos de investigação no subsolo
Estágio 8:
Responsabilidade do Especialista • Identificar os métodos adequados de licitação de
Geotécnico empreiteiros geotécnicos
(6)
2.2 Planificação Preliminar do Projecto
O objectivo da fase de planificação preliminar é desenvolver um plano de investigação
para identificar as condições geológicas existentes no local e quaisquer potenciais perigos
na fase inicial do projecto, tanto quanto possível. Isso deve começar com o estudo dos
planos preliminares do projecto, reunindo dados existentes do local, determinando as
características críticas do projecto e visitando o local. São revistas as informações
geotécnicas existentes, provenientes de sondagens anteriores do LEM e de qualquer outro
laboratório, mapas de vulnerabilidade e de levantamentos geológicos e de solos
publicados, fotografias aéreas, registos antigos de construção disponíveis no banco de
dados da ANE, IP.
Esta secção fornece uma orientação geral para a planificação de investigações geotécnicas
que são conduzidas para definir o projecto e os dados de entrada para as fases de
dimensionamento e preparação do plano de exploração subterrânea. O utilizador desta
secção do manual, deve consultar também a Secção 3.7 sobre investigação preliminar de
campo do Manual de Investigação de Campo 2019, que deve ser consultado em conjunto
com este manual.
Em resposta aos requisitos de projecto identificados, a fase de planificação preliminar da
investigação geotécnica deve abordar o seguinte:
• Identificação de riscos geológicos e impactos das mudanças climáticas,
• Identificação de características específicas do local,
• Identificação do relevo e geologia,
• Identificação de fontes de informação.
(7)
Os riscos associados aos perigos devem ser avaliados e considerados durante o
dimensionamento detalhado.
(8)
Tabela 2-1: Categorias de Perigos Geológicos
Perigo Geológico Causas de Ocorrência Classificação de Risco
Ocorrência Natural Actividade Humana
Terremoto e falhas • As incidências de terremotos • Os terremotos são induzidos L: Nenhuma falha mapeada dentro de
(Perigos geofísicos) são caracteristicamente por injecção de águas 3 km
geográficas. residuais em poços M: Falhas mapeadas dentro de 3 km,
• Os tipos mais comuns de profundos de disposição, mas não atravessadas pelo
terremotos são causados por durante a recolha e alinhamento da estrada
movimentos ao longo das falhas armazenamento de carbono H: O alinhamento da estrada
• Os efeitos no terreno são as (injecção de carbono na fase atravessa as falhas mapeadas.
deformações, falhas e tremores de armazenamento) e
de terra. possivelmente extracção de Os terremotos não são muito
• Os efeitos nos corpos de água água subterrânea, frequentes e intensos em
são os tsunamis carregamento de Moçambique, mas podem agir como
• Pode levar à liquefação reservatórios, nas barragens factor promotor de deslizamentos
• A segurança é fornecida pelo com mais de 100 m de de terras nas áreas montanhosas.
conservadorismo no altura.
dimensionamento e pela
colocação prudente de
estruturas importantes
Erosão • A incidência de ocorrência está • A incidência aumenta L: Nenhuma evidência de falhas de
(Perigos hidrológicos) relacionada à vegetação, substancialmente com a erodibilidade do solo dentro de 3
topografia, clima e geologia remoção da vegetação km
• Incidência de erosão é natural das encostas para M: Falhas de erodibilidade do solo
resultado do escoamento, criar terras agrícolas ou de mapeadas dentro de 3 km, mas
actividade dos riachos e ondas pastagem ou tornando as não atravessadas pelo alinhamento
costeiras encostas mais íngremes H: Alinhamento atravessa falhas
• A severidade da sua ocorrência • O aumento da erosão tem mapeadas de erodibilidade do solo
depende da intensidade da como resultado o aumento
tempestade e da actividade do assoreamento • Os solos líticos e os solos arenosos
resultante da corrente de água. amarelos em Moçambique
apresentam o maior risco de
erosão em termos de
erodibilidade.
(9)
Perigo Geológico Causas de Ocorrência Classificação de Risco
Ocorrência Natural Actividade Humana
• Quase todos (96%) dos troços de
estrada identificados com alto
risco de erosão / deslizamento
estão situados na Província de
Tete
Inundações • A incidência de ocorrência está • A construção em planícies L: Nenhuma planície inundável
(Perigos hidrológicos) relacionada às condições inundáveis aumenta o risco mapeada ou interpretada dentro de
topográficas e climáticas de exposição 3 km
• Devido ao escoamento intenso, • Vales costeiros e interiores,
M: Planícies inundáveis mapeadas ou
correntes de inundação e particularmente em clima
interpretadas dentro de 3 km, mas
tsunamis ocorrem ao longo das árido, são suscetíveis a
não atravessadas pelo alinhamento
costas inundações devido ao
da estrada
• Fortes ciclones tropicais esgotamento das águas
aumentam o risco de aumento subterrâneas, o que resulta H: Planícies inundáveis mapeadas ou
do nível do mar em subsidência dos solos. interpretadas atravessadas pelo
• A previsão dos níveis de alinhamento da estrada.
inundação e ocorrência é
baseada nos dados de
precipitação e de escoamento Os distritos das províncias da
existentes Zambézia e Sofala são regularmente
• A determinação dos limites mais susceptíveis a cheias. As
geológicos das planícies províncias de Manica e Tete foram
inundáveis é considerada mais afectadas por vários eventos de
confiável na previsão de cheias severas.
ocorrência
Assentamentos • Incidência de ocorrência • Actividade humana, como L: Nenhuma característica de calcário
subterrâneos geralmente limitada a rochas mineração (cársica) mapeado dentro de 3 km
(Perigo Gravitacional) cavernosas, condições cársicas, • Saturação de solo colapsável M: Características de calcário
como calcário • Abertura de túneis em solo (cársica) mapeados dentro de 3 km,
• O clima é um factor importante mole mas não ao longo do alinhamento da
• O colapso pode ocorrer apenas estrada
numa superfície irregular e com H: O alinhamento da estrada
grandes depressões superficiais atravessa características de calcário
ou buracos (cársica) mapeados.
(10)
Perigo Geológico Causas de Ocorrência Classificação de Risco
Ocorrência Natural Actividade Humana
Falha do talude • Incidência de ocorrência • Actividades de construção: Deslizamentos de terra
Deslizamentos de terra relacionada à topografia, cortes feitos em taludes Baixo (L): Nenhum deslizamento de
e encostas íngremes geologia e clima • Remoção da vegetação terra mapeado na área
(Perigo gravitacional, • Mais comum em áreas com • Alteração da drenagem Moderado (M): Deslizamentos de
incluindo queda de terreno acidentado, onde há natural que faz com que a terra mapeados dentro de 3 km, mas
rochas e fluxos de maior energia potencial para as água penetre nos taludes longe do alinhamento
detritos) massas de terra fluírem para Alto (H): Alinhamento atravessa
baixo. deslizamento (s) de terra identificado
• Descolamento e rápido e/ou mapeado.
movimento descendente da
rocha. Taludes íngremes
• Devido à decomposição de L: 0 a 8 graus
material geológico e M: 8-25 graus
erodibilidade H: Maior que 25 graus
• Acentuação de declives por
erosão.
Expansão e colapso Incidência de ocorrência • Principalmente adição de L: Nenhum solo expansivo ou
relacionada ao tipo de depósito, água, saturação colapsável mapeado dentro de 3 km
tipo de solo, estrutura e densidade. • Má drenagem, acumulação M: Solo expansivo e/ou colapsável
Ocorrência de solos expansivos de humidade mapeado dentro de 3 km, mas não ao
geralmente relacionados a rochas • Remoção da sobrecarga longo do alinhamento
cristalinas básicas erodidas e • Carregamento excessivo H: Alinhamento atravessa solos
alguns xistos e solos expansivos e/ou colapsáveis
transportados. mapeados
Ocorrência de solo colapsável
geralmente relacionado a arenitos Condição local do solo expansivo
e granitos erodidos e areias comum em planícies inundáveis e
eólicas. superfície de planícies inundáveis,
onde predominam os solos argilosos.
(11)
O Relatório Preliminar de Vulnerabilidade (2016) fornece mapas que mostram áreas de
alto risco associadas a alguns perigos geológicos apresentados na Tabela 2-1. A Figura
2-2 mostra o epicentro dos terremotos e actividades sísmicas em Moçambique durante
um período de três décadas. Os perigos geológicos que podem ser desencadeados por
terremotos incluem a liquefação e deslizamentos de terra nas áreas montanhosas.
(12)
Os mapas hidrológicos e índices de aumento do nível de água, movimentos sísmicos e
outros indicadores que podem envolver instabilidade na área do projecto, devem ser
levados em consideração.
O nível de exposição às mudanças climáticas na área do projecto deve ser determinado.
A análise de vulnerabilidade, baseada na análise de sensibilidade e avaliação de exposição,
deve fornecer uma indicação das variáveis climáticas que podem gerar uma grande
vulnerabilidade da infraestrutura rodoviária nas condições actuais e futuras. Isso inclui o
aumento dos extremos de temperatura, mudanças nas chuvas extremas, inundações e
instabilidade do solo/deslizamentos de terra. O nível de riscos associados às mudanças
climáticas, pode ser determinado com base no Relatório Preliminar de Avaliação de
Vulnerabilidade (2016), em relação a outras áreas do país. A Figura 2-3 mostra áreas de
alto risco de inundações.
As opções de adaptação devem ser propostas para os riscos identificados, que devem ser
posteriormente avaliados em termos de abordagem dentro do projecto. Opções para
mitigar o risco e outras construções para evitar a queda de pedras na estrada e controle
de inundações.
Legenda
Estradas da Bacia do Zambeze
Rios
(13)
discutido na secção 1.3, é importante que uma boa comunicação seja estabelecida entre
a equipe do projecto no estágio inicial do projecto. A visita ao local pelo projectista
geotécnico deve ser preferencialmente com o engenheiro do projecto.
(14)
concentra na busca de todas as informações possíveis disponíveis que ajudarão a revelar
as condições geológicas subterrâneas ao longo do alinhamento da estrada proposto. As
fontes de informação incluem:
• Mapas topográficos antigos e recentes
• Mapas geológicos
• Fotografias aéreas
• Relatórios geológicos e de sondagem subterrânea e registos nos bancos de dados
da ANE, IP e de consultores e laboratórios comerciais
• Série de publicações universitárias
• Artigos em jornais geológicos, de construção e de engenharia
Objectivo e escopo: Esta fase visa obter dados subterrâneos para auxiliar na selecção do
tipo, localização e dimensões principais de todas as principais estruturas na rota proposta
e fazer estimativas de custo sólidas. Além de obter dados subterrâneos, devem ser obtidas
informações sobre os graus de rochas adjacentes e taludes do solo, a velocidade estimada
do fluxo de água ao longo (e dentro) dos taludes, rochas soltas e solos que poderiam
facilmente ceder a quedas de rochas e deslizamentos de terra, respectivamente. Isso é
particularmente importante em zonas de alto risco, pois a avaliação preliminar pode ajudar
a equipe de investigação a tomar uma decisão informada sobre a viabilidade de tratar as
zonas de risco e seu impacto no custo do projecto. A fase de dimensionamento preliminar
irá, portanto, preceder a definição da melhor localização possível da rota e as dimensões
das obras propostas. As informações sobre os estratos do solo e da rocha devem ser
estabelecidas em detalhes razoáveis, pois isso afectará o processo de construção. Os
dados ajudarão no desenvolvimento dos critérios para o dimensionamento da fundação e
outros aspectos do desenvolvimento da rota.
Devem ser feitas provisões para ensaios laboratoriais avançados de materiais para a
obtenção dos parâmetros geotécnicos exigidos. Os resultados e as informações colectadas
durante a sondagem são comparados e usados para caracterizar as propriedades do solo
e da rocha e quantificar o comportamento mecânico do solo e da rocha. Eles são
interpretados para obter parâmetros geotécnicos e apresentados num relatório para o uso
no dimensionamento. Os resultados de um relatório geotécnico preliminar também devem
identificar as condições geológicas esperadas e os perigos associados, e a verificação deve
ser realizada durante a investigação de campo.
(15)
Portanto, as investigações para o estudo de viabilidade/seleção de rota são discutidas em
duas etapas, preliminares e detalhadas no Capítulo 3 do Manual de Investigação de Campo
2019.
(16)
2.3.6 Sondagem na Fase Pós-construção
(17)
3 Investigação de Campo
3.1.1 Escopo
(18)
4. Fornecimento da interpretação das condições do subsolo e preparar um modelo de
terreno para o alinhamento do projecto
A extensão lateral e vertical em que a sondagem deve ser realizada depende da carga em
consideração, que influencia o ambiente da estrada e determina os limites e profundidades
da sondagem.
As características do leito dentro do prisma da estrada devem ser determinadas, visto que
o leito deve suportar a carga induzida pelo tráfego e as camadas do pavimento da estrada
por cima dele. Como orientação geral, uma vez fixado o alinhamento vertical da estrada,
a sondagem das estradas é levada a uma profundidade entre 2 e 4 m abaixo do nível da
estrada acabada, como profundidade do material. A profundidade abaixo da superfície da
estrada cujas características do solo afectam significativamente o comportamento do
pavimento varia entre 1,0 e 1,2 m abaixo da superfície do pavimento para estradas de
alto volume de tráfego. Um método económico para obter informações do subsolo a uma
profundidade de aproximadamente 800 mm é por meio do Penetrômetro Dinâmico de
Cone (DCP), geralmente em conjunto com as amostas, conforme discutido na Seção 5.2.1
do Manual de Investigação de Campo 2019. Os métodos que devem ser considerados
durante a planificação da investigação de campo para avaliar as propriedades do leito, são
apresentados na Tabela 5-1 e a frequência dos testes de DCP na Tabela 5-3 do Manual de
Investigação de Campo 2019.
Durante a planificação para a investigação de campo, o engenheiro geotécnico/especialista
deve decidir sobre o número, posição e profundidade dos furos de sondagem e locais para
a recolha das amostras para testes, a rotina de amostragem para cada tipo de solo a ser
encontrado, e o número e tipo de testes in situ e de laboratório que são necessários, para
caracterizar adequadamente as condições do subsolo ao longo do alinhamento da estrada.
Os requisitos mínimos para a planificação da sondagem de campo para características
geotécnicas específicas, em termos de frequência, localização de ensaios e profundidade
a serem adotados para o dimensionamento e para a investigação geotécnica são discutidos
abaixo. Estes são baseados na Lista de Verificação de Revisão Geotécnica FHWA (2012).
Consulte também os requisitos de investigação sugeridos para escavações profundas e as
técnicas usadas para investigações geotécnicas ou de solo apresentadas na Tabela 6-2 e
na Tabela 6-4 do Manual de Investigação de Campo 2019, respectivamente, para
orientação.
Na planificação da extensão da sondagem, a determinação dos parâmetros mínimos para
realizar as análises de engenharia geotécnica necessárias apresentada na Tabela 3-12,
deve ser levada em consideração.
(19)
• Módulo de reacção do leito. Este é um teste de resistência para avaliar o suporte
fornecido pelo leito ou combinação leito e sub-base
• Propriedades de retração e/ou dilatação
Frequência e localização dos pontos de sondagem:
1. Para investigação preliminar do local, um mínimo de um ponto de sondagem
em cada km do alinhamento previsto;
2. Para a investigação final do local, o espaçamento pode ser tão baixo quanto
500 m quando é necessária a informação sobre problemas específicos;
3. Uma sondagem a cada 60m, alternando ao longo do eixo do percurso. Para
estradas com divisória central, uma sondagem deve ser realizada a cada 30m,
alternando-se entre o eixo de cada faixa.
4. Grandes quantidades representativas de amostras para o teste CBR devem ser
retiradas de poços ou sondagens localizados a distância não superior a 200 m .
Profundidade mínima de investigação
1. Cada sondagem deve ser avançada a pelo menos 1,5 m abaixo do nível
proposto do leito (em áreas de corte). Isso deve cobrir a profundidade do
material, especialmente para uma estrada carregando ou transportando o
tráfego de Classe TC1;
2. Para o novo alinhamento, a profundidade desde a superfície do terreno natural
não deve ser inferior a 2 m, a menos que um estrato de rocha seja encontrado;
Nas áreas de aterro:
3. A presença de água subterrânea a menos de 3 m abaixo do leito, substratos
rochosos irregulares ou grandes rochas podem todas precisarem de um número
limitado de sondagens superficiais (até 15 m).
4. As explorações devem ser avançadas a uma profundidade igual à altura do
aterro, mas não inferior a 1,5 m abaixo do nível existente
(20)
6. Para um deslizamento activo, faça pelo menos um furo de sondagem to topo do
talude da área deslizante.
(21)
1. Estender os furos até um estrato duro ou uma profundidade de duas vezes a
altura do aterro;
2. Cada sondagem deve ser estendida para penetrar totalmente em quaisquer solos
naturais impróprios ou aterro existente e penetrar pelo menos 3 m nos solos
naturais adequados e subjacentes.
As estradas não devem ser localizadas onde sejam necessários aterros com taludes de
inclinação maior que 60 por cento.
(22)
Parâmetros mínimos necessários para análise de estabilidade
1. Peso unitário;
2. Limite de Líquido;
3. Limite de plasticidade;
4. Gravidade Específica;
5. Permeabilidade Vertical;
6. Relação entre a Permeabilidade Horizontal e a Permeabilidade Vertical;
7. Resistência ao cisalhamento não drenada.
Frequência e localização dos pontos de sondagem:
1. Pelo menos uma perfuração deve ser feita em cada aterro para determinar os
problemas associados à estabilidade e assentamento do aterro;
2. Para aterros de aproximação, a configuração inicial dos furos deve ser em
formato de grelha com cerca de 30 m de distância medidos ao longo da linha
central da estrada e a 20 m de distância medidos perpendicularmente à linha
central da estrada;
3. Perfuração localizada no pilar proposto;
4. Para pontes menores ou iguais a 30 m de largura, no mínimo uma perfuração
deve ser realizada para cada elemento da infraestrutura;
5. Para pontes com mais de 30 m de largura, no mínimo uma perfuração deve ser
realizada para cada elemento da infraestrutura.
Profundidade mínima de investigação
1. Estender cada perfuração no material a uma profundidade onde as tensões
adicionais devido à carga de aterro sejam inferiores a 10% da tensão efectiva
da sobrecarga existente ou 3 m em rocha-mãe se encontrada numa
profundidade menor;
2. Explorações superficial adicionais (furos de trado manual) feitas em locais de
aterro de aproximação para determinar a profundidade e extensão de solos
superficiais impróprios ou solo superfícial.
3. Se os estratos moles forem encontrados abaixo da profundidade maior que
duas vezes a altura do aterro, a profundidade de exploração deve ser
aumentada para penetrar totalmente nos estratos moles para material
adequado (por exemplo, solo rígido a coeso duro, solo denso sem coesão ou
rocha-mãe).
4. A profundidade dos furos deve ser maior que o nível do leito do rio.
(23)
2. Para fundação da ponte L ≥ 5B, mínimo 4B abaixo do nível da fundação e
interpolar para L entre 2B e 5B
Fundações profundas:
1. 6 m abaixo do nível da ponta da estaca ou duas vezes a dimensão máxima
do grupo de estacas, o que for maior;
2. Para poços perfurados que são suportados ou encaixados na rocha, obtenha
um mínimo de 3 m de perfuração na rocha ou um comprimento de
perfuração da rocha igual a pelo menos 3 vezes o diâmetro estimado do
poço (para poços isolados) ou 2 vezes as dimensões mínimas do grupo de
poços, o que for maior.
3. Se a rocha-mãe for encontrada: para estacas, perfurar 3 m abaixo do nível
da ponta da estaca; para grupo de estacas, perfurar 3D, onde D é o diâmetro
da estaca ou 2 vezes a dimensão máxima do grupo de estacas abaixo do nível
da ponta, o que for maior
3.1.2.7 Aquedutos
A exploração deve ser suficientemente profunda, para garantir que o solo abaixo do
aqueduto possa suportar a carga sem assentamento e, deve ser mantida além da
profundidade máxima de lavagem do curso de água. A profundidade de exploração para
fundações de estacas para aquedutos deve ser tal que, mais resistência ao atrito seja
desenvolvida para que o aqueduto possa ser seguro contra o deslizamento.
Parâmetros mínimos necessários para análise de estabilidade
1.Parâmetros de resistência ao cisalhamento (cu e φ) para tensão total e tensão
efectiva;
2. Pesos unitários
Frequência e localização dos pontos de sondagem
1. Pelo menos uma perfuração deve ser realizada em cada aqueduto principal;
2. Perfurações adicionais podem ser fornecidas em áreas de condições
subterrâneas instáveis.
Profundidade mínima de investigação
1. Estender os furos até um estrato duro ou a uma profundidade de duas vezes a
altura do aqueduto;
2. Cada perfuração deve ser estendida para penetrar totalmente em quaisquer
solos naturais impróprios ou aterro existente e penetrar pelo menos 3 m nos
solos naturais adequados subjacentes.
(24)
3.2.1 Sondagens
O objectivo da perfuração geotécnica é avaliar as condições subterrâneas para a estrada
proposta e fundações das estruturas através da obtenção de amostras de solo ou material
rochoso. Assim, permite a determinação da estratigrafia e das propriedades de engenharia
dos materiais. Tem a vantagem de se estender a grandes profundidades e, portanto, é
usado em áreas onde não é possível fazer poços de teste. As sondagens são apropriadas
em zonas de deslizamento de terra, solos não consolidados e onde camadas do pavimento
existente estão presentes.
Existem vários métodos de perfuração que podem ser usados, alguns são não destrutivos.
A escolha depende do tipo de solo e da rocha esperados dentro da profundidade do poço.
(25)
eficiente em solos duros ou cimentados, bem como na rocha e material que contém
pedregulhos.
Os furos devem ser registados através da supervisão total pelo Especialista Geotécnico.
Onde aplicável, os níveis de água nos furos devem ser registados durante o processo de
perfuração e registados nos livros do poço. Se os carrotes da rocha forem recuperados
onde as perfurações continuam ao longo do perfil da rocha, eles também devem ser
registados e fotografados. A profundidade da perfuração deve estar de acordo com os
(26)
requisitos mínimos para características geotécnicas específicas conforme apresentadas na
Seção 3.1.2 acima.
Os testes in situ são usados para avaliar rapidamente a variabilidade das condições
subterrâneas, desenvolver um modelo do local, identificar secções uniformes, localizar
regiões que requerem amostragem e testes e fornecer estimativas de valores de
dimensionamento. Quaisquer camadas potenciais de solos compressíveis e densidade
relativa das unidades subjacentes ao local do projecto podem ser avaliadas.
Cada um dos métodos apresentados abaixo tem a sua própria adequação e limitações que
devem ser consideradas ao planear uma investigação subterrânea. Adicionalmente, os
parâmetros que são fornecidos por cada método de teste para o dimensionamento e
análise, devem ser considerados.
(27)
Limitação:
Não fornece a amostra de material a ser examinada.
(28)
Limitação:
Os resultados do módulo são afectados pela anisotropia do solo e os valores são válidos
apenas para a porção de comportamento linear do solo e inválidos para formações em
camadas. Os resultados são também afectados pela perturbação do poço.
(29)
Limitação:
Geralmente limitado a profundidades acima do nível do lençol freático, amostragem não
perturbada limitada e geralmente menos de 3 m de profundidade, mas pode ser de até
6 m.
Como boa prática, deve-se registar o tempo gasto para concluir a escavação das
trincheiras/poços de teste, suas dimensões e descrições dos materiais in situ escavados e
fornecer fotografias coloridas de boa qualidade da trincheira aberta e do material
escavado.
(30)
rochoso ou lençol freático, bem como para esboçar as mudanças na estratigrafia do
subsolo.
Limitação:
• Lento porque leva tempo para concluir a pesquisa depois da sua configuração;
deve instalar eléctrodos directamente no solo e, portanto, trabalhoso;
• A resolução diminui significativamente com o aumento da profundidade;
• Bem-sucedido quando existe um contraste das propriedades geofísicas
específicas entre os tipos de materiais. A resolução é, portanto, difícil em
depósitos muito heterogêneos.
(31)
dimensionamento de taludes em corte. O fluxo de água subterrânea leva à erosão interna
dos aterros e dará origem a uma redução na estabilidade do aterro, bem como ao
assoreamento do sistema de drenagem da estrada.
A determinação dos dados do nível do lençol freático é, portanto, conduzida com o
objectivo de desenvolver o projecto das variações do nível do lençol freático que são
usadas para o dimensionamento das estruturas e pavimento da estrada. Nas áreas com
níveis superficiais de água subterrânea, o processo de investigação do local deve incluir o
uso de registadores do nível de água subterrânea e instrumentos de monitoramento do
nível de água subterrânea em tempo real e em cada uma das áreas de construção, que
devem permanecer operacionais durante todo o projecto, para monitorar os impactos na
construção.
A influência da água no comportamento dos diferentes materiais é crítica. Os solos que
são suscetíveis a colapso ou expansão após a exposição à humidade não são apropriados
como material de construção em geral e também como material para construção de
terraplenagens em aterros. É por isso que as características hidráulicas do material
precisam de ser conhecidas. A compreensão do tipo de solo e dos parâmetros necessários
para determinar a resistência dos materiais, deve levar em consideração a condição de
humidade que pode ocorrer durante a vida útil da estrada.
Em relação à observação das águas subterrâneas, deve ser feita referência à secção 7.1.1
do Manual de Investigação de Campo 2019 e deve ser estudado o seguinte:
• A possibilidade de ocorrência de uma condição de lençol freático suspenso e o seu
nível;
• As taxas estimadas do fluxo interno para as escavações;
• Os efeitos de desidratação nos níveis do lençol freático e nas estruturas
adjacentes;
• A presença de condições sub-artesianas, presença de nascentes artesianas
• A possível agressividade do solo e das águas subterrâneas, para o betão e aço
embutidos no solo.
Os furos podem ser seleccionados para ter poços de monitoramento instalados para
amostragem, medição da água subterrânea e avaliação dos riscos associados com
níveis elevados de água subterrânea e agressividade da água subterrânea. A pressão
da água dos poros é medida usando piezocones usados em testes de CPT. Um sensor
é colocado atrás da cabeça do cone para medir a pressão da água dos poros.
(32)
Tabela 3-1: Amostragem e medições de testes laboratoriais
Teste Geotécnico Tipo de Amostra Utilização dos Resultados do
Ensaio
Solo de ácido de sulfato SPT, Perturbada Avaliação da presença do ácido
de sulfato no solo
Limites de Atterberg Não perturbada, Classificação geral de solos para
perturbada, em massa, a análise do material
SPT
California Bearing Ratio Em massa Avaliação do material do leito
(CBR) para fins de dimensionamento
de pavimento
Condutividade Perturbada Avaliação da condutividade do
solo
Condutividade Água Avaliação da condutividade da
água subterrânea
Densidade seca máxima/ Em massa Classificação geral de solos para
Teor de humidade óptimo a avaliação do material de
terraplenagem
Teor de humidade Perturbada, Em massa, Classificação geral de solos para
SPT a avaliação do material
Consolidação Não perturbada Propriedades de consolidação
unidimensional do solo
Distribuição do tamanho Em massa, SPT Classificação geral de solos para
de partículas a avaliação do material
Distribuição do tamanho Não perturbada, Em Classificação geral de solos para
de partículas massa avaliação do material
(hidrômetro)
pH, sulfato (S04), cloreto Perturbada Avaliação da agressividade do
(Cl) solo
pH, sulfato (S04), cloreto Água Avaliação da agressividade da
(Cl) água subterrânea
Índice de carga pontual Carote Avaliação da resistência do
maciço rochoso
Resistividade Perturbada Avaliação da resistividade do
solo
Teste de compressão Não perturbada Propriedades de resistência ao
triaxial cisalhamento do solo
Resistência a Carote Avaliação da resistência do
Compressão Uniaxial maciço rochoso
(UCS)
As Tabela 3-2 e Tabela 3-3 são apresentadas como um resumo dos ensaios de campo e
de laboratório, que devem ser realizados para ajudar na planificação da investigação
geotécnica. A Tabela 3-2 é para testes em perfis de solos estáveis acima do lençol freático,
normalmente em solos residuais ou solos coesivos transportados e, a Tabela 3-3 em solos
(33)
variáveis saturados, normalmente encontrados em áreas costeiras (Byrne et al., 2019). A
orientação para os procedimentos de amostragem, frequência de amostragem,
profundidade de amostragem para diferentes estruturas geotécnicas é fornecida na Secção
3.1.2.
Tabela 3-2: Guia para planificar uma investigação de solo em perfil de solo
estável
Parâmetro Teste de campo/ Ensaios Laboratoriais
Requisito
Colapso Recuperar amostras não Ensaio edométrico duplo
perturbadas do furo de
Ensaio do potencial de
teste do trado, furo de
colapso
teste ou poço
Consistência do perfil do Testes in-situ Densidade de amostras
solo não perturbadas.
(DPSH / CPT / SPT / CPTU)
Perfilagem in-situ de furos
de teste/poços de teste
Testes de substituição de
areia
Descrição do perfil do solo Furos de teste do trado
Furos de teste
Poços com SPT
Levantamento sísmico
Resistência ao Recuperar amostras não Ensaio triaxial drenado
cisalhamento drenada perturbadas de furos de
Ensaio de caixa de
teste do trado, furo de
Ângulo efectivo de atrito cisalhamento drenado
teste ou poços
interno (φ)
Ensaio triaxial não drenado
Coesão efectiva (cu) com medição da pressão
da água dos poros
Elevação Recuperar amostras não Ensaio edométrico duplo
perturbadas do furo de
Teste de ondulação sob
teste do trado, furo de
carga
teste ou poço
Teste de índice de
propriedade (amostra
perturbada)
Testes de índice de Recuperar amostras não Análise de granulometria
propriedade perturbadas do furo de
Limites de Atterberg
teste do trado, furo de
teste ou poço Teor de humidade
Nível do lençol freático Abrir um poço ou furo, Grau de saturação
deixar um período de
tempo para que o nível da
água se estabilize no furo e
depois medir o nível
Módulo de Teste de furação cruzada Teste de edômetro
compressibilidade
Teste da placa sob carga
(34)
(rigidez no nível de tensão Teste de pressurímetro Teste triaxial com medição
apropriado) de tensão local
Rigidez de pequena tensão
- SASW Elemento de dobragem
Dilatómetro
Permeabilidade Recuperar amostras não Teste de Permeabilidade de
perturbadas do furo de Cabeça Constante ou
teste do trado, furo de Decrescente
teste ou poço
CPTU, teste de Lugeon
Pressão de sucção do solo Ensaio de papel de filtro
Resistência ao Recuperar amostras não Teste de ensaio não
cisalhamento não drenada perturbadas de furos de perturbado
teste do trado, furos de
Teste de compressão não
teste ou poços. Ensaio de
confinada
cisalhamento de palheta
em poço ou furo de ensaio
Tabela 3-3: Guia para planificar uma investigação do solo em solos variáveis
saturados
Parâmetro Teste de campo/ Testes Laboratoriais
Requisito
Colapso Recuperar amostras não Ensaio de edômetro duplo
perturbadas do poço
Ensaio do potencial de
colapso
Consistência do perfil do Penetrómetro Dinâmico do --
solo Cone
(DPSH)
Teste de penetrómetro de
cone
(CPT/CPTU)
Furo com SPT e/ou
perfuração giratória de
carotes
Descrição do perfil do solo Furo com SPT e/ou --
perfuração giratória de
carotes
Resistência ao Recuperar amostras não Ensaio triaxial drenado
cisalhamento não drenada perturbadas do poço,
Ensaio de caixa de
correlacionar com testes de
Ângulo efectivo de atrito cisalhamento drenado
penetrómetro in-situ
interno (φ)
(apenas solos arenosos) Ensaio triaxial não drenado
Coesão efetiva (Cu) com medição da pressão
da água dos poros
(35)
Elevação Recuperar amostras não Ensaio de edômetro duplo
perturbadas e/ou
Teste de dilatação sob
perturbadas do poço
carga
Teste de índice de
propriedade (amostra
perturbada)
Testes de índice de Recuperar amostras Analíse de Granulometria
propriedade perturbadas do poço
Limites de Atterberg
Teor de humidade
Nível do lençol freático Abrir um furo e instalar o --
piezômetro.
Módulo de Teste de pressurímetro, Teste de edômetro
compressibilidade correlacionar com testes de
Teste triaxial com medição
penetrómetro in-situ,
(rigidez no nível de tensão de tensão local
rigidez de pequena tensão
apropriado)
- SASW Elemento de dobragem
Permeabilidade Recuperar amostras não Teste de Permeabilidade de
perturbadas do poço Cabeça Constante ou
Decrescente
CPTU, teste de Lugeon
Resistência ao Recuperar amostras não Teste de ensaio não
cisalhamento não drenada perturbadas do poço perturbado
Ensaio de cisalhamento de Teste de compressão não
palheta em poço confinado
Correlacionar com testes
de penetrómetro in-situ
(36)
projecto geotécnico adequado. Deve ser feita referência às Secções 2.3 e 5.3 do Manual
de Investigação de Campo 2019.
Existem vários sistemas e métodos usados para classificar os solos. O sistema AASHTO,
que foi desenvolvido especificamente para a construção de estradas, agrupa os solos em
categorias com capacidade de carga e características de serviço semelhantes para o
dimensionamento do leito do pavimento. Os grupos de solos são designados de A-1 a A-
7, mas o Grupo A-8 foi adicionado para incluir os solos altamente orgânicos. O sistema de
classificação requer a determinação das seguintes propriedades para classificar
precisamente o solo:
• Distribuição de partículas (peneiras de 2 mm, 0,425 mm e 0,075 mm)
• Limite líquido
• Índice de Plasticidade
• Limite de Retracção
Da Figura 3-1, pode-se notar que o USCS atribui ao solo um nome descritivo e um símbolo
de duas letras indicando as suas características principais. A primeira letra representa o
tipo de solo que constitui mais de 50% da amostra, enquanto a segunda letra define as
propriedades da amostra.
(37)
Tabela 3-4: O Sistema de Classificação de Solo AASHTO (AASHTO M 145 ou ASTM D 3282 em Samtani, 2006)
(38)
Figura 3-1: O Sistema Unificado de Classificação de Solo (ASTM D 2487)
(39)
Deve ser feita a referência a Secção 8.1.4 e a Tabela 8-1 do Manual de Investigação de
Campo 2019 para a identificação dos principais tipos de solos em termos de classificação
de tamanho de partículas. As definições padrão para a descrição do solo são fornecidas no
Apêndice B do Manual de Investigação de Campo 2019.
Com base na classificação e descrição, os solos podem ser agrupados como sendo de
granulometria grossa ou de granulometria fina, dependendo da distribuição do tamanho
dos grãos. O agrupamento dominante influencia o comportamento de engenharia dos
materiais. As características de engenharia dos materiais tem um papel muito importante
no desempenho dos elementos estruturais geotécnicos, conforme discutido na Secção 3.4.
Os solos de granulometria grossa têm as seguintes características de engenharia:
• Geralmente, não é expansivo
• Geralmente, muito bom material de fundação para suportar as estruturas e
estradas;
• Geralmente, muito bom material de aterro;
• Geralmente, o melhor material de aterro para muros de contenção
• Pode assentar quando sujeito a cargas vibratórias ou explosões;
(40)
• A desihumidificação pode ser difícil em saibro de granulometria aberta devido à alta
permeabilidade;
3.3.4.1 Litologia
As rochas são divididas em três categorias principais com base na sua gênese. As rochas
são:
• Ígnea - formada pelo arrefecimento de magmas e lavas
• Sedimentares - formadas pela desintegração provocada pelos desgaste numa
massa rochosa existente, portanto, são depositados pela sedimentação de
materiais erodidos carregados pela água, vento, gelo ou gravidade, ou ainda por
sedimentação química.
• Metamórfica - formada a partir de rochas ígneas, sedimentares ou outras rochas
metamórficas afectadas por vários graus de aquecimento, pressão ou fluidos
químicos.
(41)
A Tabela 3-6 mostra a classificação geral da maioria dos tipos de rocha-mãe e exemplos.
(42)
4. Cor
5. Tipo de rocha
6. Fractura/condição da junta, incluindo espaçamento, condição da superfície,
separação dos planos da junta, condição da parede da rocha, continuidade das
juntas e orientação de cada conjunto de juntas.
7. Inclusões, tipos de rochas secundarías e minerais observados (ou seja, pirita,
anidrita, etc.).
8. Outras características que podem precisar ser levadas a atenção do engenheiro
Desgaste abiental
O Desgaste é o processo de desintegração física e decomposição química geralmente
agindo em conjunto. O processo de alteração e quebra da rocha ocorre sob a influência
directa da hidrosfera e da atmosfera, junto ou próximo à superfície da Terra. O desgaste
e alteração química são aspectos importantes da classificação de rochas que podem
afectar as propriedades tanto da rocha intacta assim como da massa rochosa. As
mudanças ocorrem ao longo do tempo, impactando na dureza, resistência,
compressibilidade e permeabilidade da rocha. A massa rochosa é alterada até que a rocha
seja reduzida a solo. A Tabela 3-7 mostra os termos usados para descrever o estado de
desgaste de uma massa rochosa.
(43)
grande mudança de volume, mas o solo não foi
significativamente transportado.
Natural Nenhum sinal visível de desgaste do material rochoso.
Perda da cor A cor do material de rocha natural é alterada. O grau de mudança
da cor original deve ser indicado. Se a mudança de cor estiver
confinada a constituintes minerais específicos, isso deve ser
mencionado
Decomposta A rocha é desgastada até a condição de um solo no qual a textura
original do material ainda está intacta, mas alguns ou todos os
grãos minerais estão decompostos.
Desintegrada A rocha é desgastada até a condição de solo em que a textura
original ainda está intacta. A rocha é friável, mas os grãos minerais
não se decompõem.
Dureza
A dureza da rocha é uma medida da resistência da rocha que é controlada por muitos
factores, incluindo o grau de endurecimento, cimentação, ligação de cristal e/ou grau de
desgaste. A dureza da rocha pode ser determinada por meio de testes manuais ou
laboratoriais de amostras.
Onde houver uma aparente mudança da resistência da rocha como resultado do desgaste
ou mudança na litologia, devem ser realizados testes de dureza. A Tabela 3-8 apresenta
os vários graus de dureza que podem ser usados. Uma vez que as medições da dureza da
rocha devem ser obtidas a partir de amostras que são representativas da massa rochosa,
geralmente o teste de dureza rocha não deve ser realizado a partir de carotes de amostras
partidas.
(44)
Estratificação
Identificada pela presença de uma série de superfícies planas ou quase planas que
separam visivelmente cada camada sucessiva da rocha estratificada (de litologia igual ou
diferente) da camada precedente ou seguinte. Ela pode ou não estar fisicamente separado
(aparece como uma fractura). Essas características, incluindo a foliação e estratificação
ígnea, devem ser medidas e adequadamente descritas, pois controlam o mecanismo e a
extensão da falha do talude. Eles também afectam o grau de amadurecimento da rocha
durante a escavação e detonação. Tipicamente, as rochas sedimentares contêm uma série
dessas camadas.
Os termos de estratificação usados para descrever a espessura dos estratos são
apresentados na Tabela 3-9. O termo espessura do estrato representa a quantidade de
material rochoso entre dois planos de estratificação distintos.
Cor
A cor pode ser um indicador da influência de outros processos geológicos significativos
que podem estar a ocorrer na massa rochosa (por exemplo, a presença de água, a ação
do desgaste, etc.); não é em si uma propriedade de engenharia específica. É uma boa
prática que o processo de designação de cores também seja executado numa face de
rocha húmida que foi esfregada e limpo de detritos e fluidos de perfuração. Sempre que
possível, a cor deve ser comparada com um gráfico padrão, como o Gráfico de Cor de Solo
do Munsell ou aqueles produzidos pela Sociedade Geológica da America.
Descontinuidades
As descontinuidades geológicas são falhas ou planos visíveis de fraqueza na massa rochosa
que separam a massa rochosa em unidades discretas. Elas incluem characterÍsticas
estruturais, como juntas e falhas, e characterísticas deposicionais (rachas), como planos
de estratificação. As propriedades de descontinuidades geológicas que são medidas nas
amostras de carotes incluem a orientação e espaçamento.
As descontinuidades frequentemente ocorrem em conjuntos subparalelos dentro de uma
massa rochosa. Elas devem ser descritas cuidadosamente e sistematicamente, pois
desempenham um papel significativo no controle do desempenho de engenharia das
massas rochosas em termos de resistência, deformação e permeabilidade.
Uma junta é uma fractura ou separação numa rocha. As juntas podem variar de
perpendicular a paralela na orientação em relação à estratificação. Nenhum movimento
visível paralelo à superfície da junta. O movimento que ocorre em ângulos rectos com a
superfície da junta faz com que as juntas se separem ou se abram. As superfícies das
juntas são geralmente planas e frequentemente ocorrem com juntas paralelas para formar
um conjunto de juntas. Dois ou mais conjuntos de juntas que se cruzam definem um
sistema de juntas.
A frequência de descontinuidades é estabelecida pelo número de fracturas por intervalo
de medição e é descrita na secção Características da Massa Rochosa.
O espaçamento entre descontinuidades é definido como a distância perpendicular entre
descontinuidades adjacentes. A Tabela 3-10 mostra como é descrito no campo.
(45)
Tabela 3-10: Definição do Espaçamento de Descontinuidade
Descrição Espaçamento de
Descontinuidade
Muito espaçadas >3m
Espaçadas 1–3m
Moderadamente espaçadas 300 mm – 1,0 m
Pouco espaçadas 30 – 300 mm
Muito espaçadas <30 mm
Orientação
Esta é a inclinação de uma descontinuidade medida a partir da horizontal. A orientação
das descontinuidades numa massa rochosa é de importância suprema para o
dimensionamento na engenharia de rochas. A orientação de uma descontinuidade no
espaço é descrita pela direcção da inclinação (azimute, três dígitos) medida no sentido
horário em graus a partir do Norte verdadeiro e pela inclinação da linha de declinação mais
acentuada no plano da descontinuidade medida em graus a partir da horizontal (dois
dígitos). A orientação pode ser expressa em graus, mas de preferência usando os termos
descritivos dados na Tabela 3-11 abaixo:
Tabela 3-11: Descrição da Inclinação
(46)
Figura 3-2: Caixa de carote de Rocha Recuperada (Estrada N221 Chibuto -
Guijá, Província de Gaza)
O RQD é a soma dos comprimentos dos pedaços de todas as rochas intactas e sólidas
recuperadas num poço de qualquer orientação. Todos os pedaços do carote de rocha sólida
e intacta com comprimento igual ou superior a 100 mm são somadas e divididas pelo
comprimento do carote. Assim, o RQD é simplesmente uma medida da percentagem da
rocha sólida recuperada de um intervalo num poço. O RQD é um indicador e tem sido
relacionado à qualidade geral de engenharia da rocha conforme mostrado na Tabela 3-12
cujos valores mais altos indicam a rocha mais intacta e com melhor desempenho.
Como determinar o RQD (Figura 3-3): Como uma ilustração, com base no comprimento
do carote da rocha obtido em cada tiragem, as seguintes quantidades podem ser usadas
para avaliação da qualidade da rocha:
(47)
𝐃𝐞𝐬𝐢𝐠𝐧𝐚çã𝐨 𝐝𝐚 𝐐𝐮𝐚𝐥𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐚 𝐑𝐨𝐜𝐡𝐚
ΣComprimento de pedaços intactos e sólidos do carote > 100 mm
= x100%
Comprimento total do carote (mm)
(48)
Carga Pontual, que é especialmente mais fiável. Os resultados são então refinados
posteriormente no laboratório. As terminologias para descrever a resistência da rocha com
base na resistência à compressão não confinada são apresentadas na Tabela 3-14.
(49)
Tabela 3-15: Análise Necessária de Engenharia Geotécnica (FHWA, 2012)
Classificação de solo Aterros e taludes em corte Estruturas de Fundações Estruturas de Contenção
Pontes e Estruturas de Convencional, Berço e MSE
Contenção
Unificada AASHTO Tipo de Análise da Análise de Análise da Análise de Pressão Análise de
solo Estabilidad Assentamento capacidade Assentamento Lateral do Establidade
e do Talude de carga solo
(50)
fricção
interna do
solo.
ML A-4 SILTO Obrigatório, Obrigatório, a Necessário. Necessário. Esses solos
Silto a menos que menos que seja Sapata directa Pode usar não são
Inorgânico seja não não plástico. geralmente valores de SPT recomendad
ARENOSO plástico. adequada. se for não os para uso
A erosão dos plástico. directamente
taludes pode por trás ou
ser um em muros
problema. de contenção
ou paredes
de solos
reforçados.
CL A-6 ARGILA Necessário. Obrigatório, a Necessário. Necessário. Esses solos
Argila menos que seja Pode usar os não são
inorgânica não plástico valores de SPT recomendad
Arenosa se for não os para uso
OL A-4 SILTO Necessário. Necessário Necessário. plástico. directamente
Orgânico por trás ou
em muros de
contenção ou
paredes de
solos
reforçados.
MH A-5 SILTO Necessário. Necessário Necessário. Necessário. Esses solos Todas as
Inorgânico A erosão dos não são paredes
taludes pode Fundação Dados de teste recomendad devem ser
ser um profunda de consolidação os para uso projectadas
problema. geralmente necessários directamente para fornecer
CH A-7 ARGILA Necessário Necessário necessária, a para estimar o por trás ou a minima de
Argila menos que o valor e o tempo em muros de F.S. = 2
Gordurosa solo tenha de contenção. contra a
Inorgânica sido pré- assentamento. rotação e F.S.
OH A-7 ARGILA Necessário Necessário carregado. = 1,5 contra
Orgânica deslizamento
(51)
PT - TURFA Necessário Necessário. É necessária Altamente ao longo da
Sujo O uma fundação compressível e base.
assentamento profunda, a não adequado
de longo prazo menos que a para suporte de Considerações
pode ser turfa seja fundação. de
significativo escavada e estabilidade
substituída. de taludes
Rocha Não são necessários aterros Necessário Necessário Necessário. externos
para para taludes de 1,5H a 1V para sapatas onde a rocha Usar ângulo iguais às
ou plano. directas ou está muito de fricção fornecidas
Cortes - necessários, mas poços desgastada ou interna anteriormente
dependem do espaçamento, perfurados. muito aterro de para taludes
orientação e resistência das Empiricament fracturada rochoso. de corte e
descontinuidades e e relacionado (baixo RQD). aterros.
durabilidade da rocha a RQD
Pode exigir
teste in-situ, tal
como
pressurímetro.
OBSERVAÇÕES:
Solos - o controlo temporário da água subterrânea pode ser necessário para escavações de fundação começando de solos GW a solos SM.
As especificações de aterro para paredes de solo reforçado usando reforços de metal devem atender aos seguintes requisitos para garantir
o uso de aterro não corrosivo: Intervalo de pH entre 5 a 10; Resistividade > 3000 ohm-cm; Cloretos <100 ppm; Sulfatos <200 ppm;
Conteúdo orgânico máximo de 1%.
Rocha - A durabilidade dos xistos (pedra siltoda, pedra argilosa, pedra de lama, etc.) a serem usados em aterros deve ser verificada. Os
xistos não duráveis devem ser aterrados como solos, ou seja, colocados em camadas de 0,3m no máximo e compactados com cilindros
de pés de ovelha ou normais pesados.
(52)
A Tabela 3-16 serve de guião para o uso de rochas desgastadas como material de base
de estradas.
3.4.1 Geral
A análise da estabilidade das características geotécnicas dos elementos como taludes,
aterros, estruturas de contenção e fundações, requer um conhecimento adequado das
propriedades de engenharia do solo e da rocha para um dimensionamento e construção
adequados da estrada. As propriedades dos materiais que formam o leito e dos materiais
usados para a construção de aterros e formação têm uma influência significativa no
desempenho da estrada e nas estruturas suportadas. Esta secção visa estabelecer as
propriedades do solo e da rocha necessárias para estabelecer os parâmetros finais do solo
e da rocha a serem usados para a análise e dimensionamento geotécnico.
Os resultados da investigação geotécnica realizada devem ser usados para caracterizar as
condições subterrâneas e para estabelecer as propriedades geotécnicas para o
(53)
dimensionamento ou desenvolver elementos geotécnicos para o projecto. Esses elementos
geotécnicos são estabelecidos a partir das informações geotécnicas básicas obtidas, bem
como dos resultados dos furos, testes in-situ, poços de teste e dados de ensaios
laboratoriais, conforme apresentado nas secções anteriores. A interpretação das condições
subterrâneas, em combinação com os requisitos do projecto, determina quais parâmetros
são críticos para a concepção do projecto e o desenvolvimento de um modelo de terreno
para o alinhamento do projecto. Os parâmetros de dimensionamento geotécnico devem,
portanto, ser interpretados a partir de um grande número de medições, de modo que o
modelo de solo reflicta as condições subterrâneas com a maior precisão possível.
A localização dessas características deve ser estabelecida o mais cedo possível para
garantir que as sondagens subterrâneas e a respectiva avaliação geotécnica sejam
devidamente planeadas, a fim de obter as informações necessárias para o seu
dimensionamento. Deve-se considerar também as estruturas ao longo da estrada, como
muros de contenção e pontes.
A estrutura do pavimento da estrada deve fornecer a necessária resistência à
deformação devido à carga do tráfego. A profundidade geral da estrutura do pavimento é
influenciada pela resistência do leito. Assim sendo, o critério básico de dimensionamento
de pavimentos rodoviários é baseado nos valores de resistência do leito. O material do
leito deve ser avaliado para determinar o seguinte:
• A resistência do leito;
• Indicação de densidades compactadas;
• Derivar índices de consistência: Limites de Atterberg
(54)
material compressível subjacente e da altura do aterro. O material da fundação do aterro
deve ser avaliado para determinar os parâmetros de dimensionamento, conforme
apresentado na secção 3.1.2.3, para o seguinte:
1. A resistência do leito;
2. Potencial de assentamento;
3. Estabilidade;
4. Hidrogeologia, regime de humidade e requisitos de drenagem;
5. Requisitos de construção especial.
3.5.1 Geral
(55)
Tabela 3-17: Categorias substerrâneaslocais
Tipo de Resistência Compressibilidade Permeabilidade
material
Rocha Muito alta Muito baixa Média a Alta
Solo granular Alta Baixa Alta
Solo coeso Baixa Alta Muito baixa
Solos orgânicos Muito baixa Muito alta Alta
Solo artificial Média a Muito baixa Média a Muito alta Baixa a Alta
(56)
Avaliação
A Tabela 3-18 fornece um guia para determinar a gravidade do problema de colapso, com
base no potencial de colapso do teste do edômetro. Consulte a Secção 5.3.5 do Manual de
Investigação de Campo 2019, para o método de determinação do potencial de colapso
(CP).
Soluções geotécnicas
• Remoção ou remoção parcial;
• Compactação da superfície com Cilindros de impacto.
Para obter mais detalhes de teste, consulte o Manual de Investigação de Campo 2019.
(57)
Soluções geotécnicas
As medidas para evitar danos do solo dispersivo no ambiente da estrada incluem o
seguinte:
• Evite o seu uso em aterros, tanto quanto possível;
• Remova e substitua no leito;
• Gerir adequadamente os fluxos de água e drenagem na área. Canais e ravinas
criados devido à erosão devem ser fechados com material menos erodível e os
fluxos de água redireccionados;
• Cobertura dos solos erodíveis com materiais não erodíveis e bioengenharia
cuidadosa, auxiliada por geossintéticos quando necessário.
Avaliação
Realizado por meio de:
• A observação de campo é a maneira mais simples de identificar a presença de
solos expansivos através da visualização superficial de rachas em solos cinza
escuro, preto ou às vezes em solos vermelhos;
• Uma indicação de solos potencialmente expansivos também pode ser obtida a
partir de mapas do tipo de solo onde os materiais identificados como solos
"vérticos" sempre terão características expansivas, enquanto solos com um
elevado status de base (ou eutrófico) e teor de argila devem ser investigados
mais cuidadosamente, pois têm o potencial de ser expansivos;
• Registo correcto do perfil do solo. A presença de uma cobertura espessa não
expansiva transportada ou de solo superficial pode às vezes encobrir a presença
de fissuras e escavação de um poço de teste, no qual serão observadas rachas e
deslizamento (indicação de movimento volumétrico) do material;
• Testes de campo simples;
• Testes in-situ;
• Testes laboratoriais;
• Testes de Indicador;
• Difracção de Raio-X (XRD), para a identificação de esmectita nos solos do leito;
• Teste de Pressão de Dilatação;
• Teste de Dilatação Livre.
(58)
Previsão da dilatação esperada
Zona Activa
A variação sazonal do teor de humidade devido aos ciclos de secagem e humedecimento
afecta principalmente os poucos metros superiores de um depósito de solo, confinando as
mudanças de volume em solos expansivos dentro desta zona. Esta zona é definida como
a zona activa e é avaliada através do gráfico do teor de humidade in-situ com a
profundidade para as amostras recolhidas durante as estações chuvosa e seca. A
profundidade na qual o teor de humidade não mostra variação sazonal é o limite da zona
activa. Esta também é conhecida como a profundidade da mudança sazonal de humidade.
A zona activa é geralmente até uma profundidade de 300 mm: no entanto, para fins de
projecto, a zona para humidade de equilíbrio deve ser considerada como sendo de 600
mm e abaixo.
Expansividade potencial
O método mais comum e simples é o método modificado de Van der Merwe (1964) para
expansividade potencial de solos usando a Figura 3-4, que é baseado na fração de argila
e no Índice de Plasticidade (PI) padrão. É útil para a identificação preliminar de solos
expansivos. Os parâmetros necessários são o Índice de Plasticidade (PI), a porcentagem
de material passando pelo peneiro de 0,425 mm e o teor de argila. No gráfico de previsão
de ondulação de Van der Merwe, o Módulo de Plasticidade (PM) ou PI de toda a amostra
(PI × (% passando pelo peneiro de 0,425 mm/100)) é traçado versus o teor de argila (%
do material menor que 2 μm) para determinar o potencial de inchamento da argila como
baixa, média, alta ou altamente muito expansivo. O potencial de inchamento é o potencial
de inchamento total para uma alteração da humidade de seca para húmida e o teor de
humidade in-situ real também deve ser considerado.
(59)
Figura 3-5: Nomograma para estimar a dilatação potencial total provável de ser
experimentada em solos expansivos (A seguir Van der Merwe e Savage, 1979)
O método de Van der Merwe modificado incorpora o uso de uma abordagem unitária de
dilatação e não leva em consideração o teor de humidade inicial ou a densidade in-situ. O
método proposto pelo Weston (1979) leva em consideração o teor de humidade inicial, a
densidade e a pressão de sobrecarregamento. É baseado numa abordagem estatística de
valores de dilatação medidos em estruturas de pavimento de estradas. O método não
requer testes sofisticados e in-situ e égeralmente fiável para perfis de dilatação de até 5
(60)
metros. A Figura 3-6 fornece um método gráfico para a previsão da percentagem de
dilatação.
Soluções geotécnicas
• Achatamento dos taludes laterais de aterros (entre 1V:4H e 1V:6H);
• Remova o solo expansivo e substitua por material granular (entre 0.6 e 1m
dependendo da profundidade da argila);
• Manter a estrada sobre a argila como uma secção não pavimentada;
• Pré-humidecimento antes da construção do aterro ou formação (para OMC).
• Colocação de camadas pioneiras não compactadas de areia, pedra ou
enrocamento sobre a argila e humidecimento, seja naturalmente por precipitação
ou por irrigação (100 a 500 mm dependendo da espessura de argila e o potencial
dilatação);
• Estabilização da argila com cal para alterar as suas propriedades (caro - pode ser
necessário até 6% de cal);
• Misturando areia fina com a argila para alterar a sua actividade (proporção de
mistura a ser determinada através da experiência laboratorial);
• Selagem das bermas (não menos de 1 m de largura).
• Compactação de camadas finas de argila de menor plasticidade sobre a argila
expansiva para isolar as argilas activas subjacentes de mudanças significativas de
humidade;
• Utilização de membranas impermeabilizantes e/ou barreiras verticais de
humidade, que são geralmente geossintéticos.
(61)
arenosos soltos e saturados perdem uma grande proporção de sua resistência ao
cisalhamento. Sob tais condições, a areia solta saturada desenvolve características
semelhantes às de um líquido em que as forças interpartículas serão zero à medida que a
pressão da água dos poros aumenta cumulativamente e se torna igual ao componente de
tensão total máximo. A pressão da água dos poros aumenta sob o carregamento cíclico
induzido causado pelos tremores de terra, uma vez que não pode se dissipar rapidamente
em condições não drenadas, visto que a areia solta tende a compactar sob as condições
de carregamento cíclico induzido. Isso pode se desenvolver em qualquer profundidade
num depósito de areia onde ocorre uma combinação crítica de densidade in-situ e a
deformação cíclica. A redução na resistência ao cisalhamento e na rigidez do solo causa
falhas, como rupturas de taludes e espalhamentos laterais, redução da resistência de
carga das fundações e assentamento vertical do solo que impactam negativamente a
estrada.
As duas principais variáveis para estimar o potencial de liquefação são a resistência ao
carregamento cíclico, ou capacidade do solo de resistir à liquefação, representada em
termos de uma taxa de tensão cíclica, denominada taxa de resistência cíclica (CRR) e a
taxa de tensão cíclica (CSR) que é a taxa de tensão induzida sismicamente causada por
um terremoto. Uma análise de sismicidade específica do local pode ser realizada para
determinar o perfil CSR de projecto com profundidade.
As principais condições para que a liquefação ocorra incluem:
• O solo está saturado (ou seja, abaixo do lençol freático);
• O solo é predominantemente de granulometria grossa (normalmente menos de
cerca de 20 por cento de finos);
• O solo está solto (densidade relativa inferior a cerca de 40 por cento); e
• O movimento do solo é suficientemente forte.
Avaliação
O potencial de liquefação ou resistência é avaliado usando a relação expressa como um
Factor de Segurança, definido como uma proporção da taxa de tensão cíclica (CSR) para
a taxa de resistência cíclica (CRR). Isso geralmente é calculado para um terremoto de
magnitude de 7,5 e escalado para o terremoto projectado por um factor de escala de
magnitude (MSF)
CRR7,5
FOS = x MSF Equação 3-1
CSR
Nenhuma liquefação é esperada quando o FOS é maior que 1 e um material é considerado
potencialmente liquefável se o FOS é menor que 1.
A avaliação do CSR é orientada pelo pico de aceleração horizontal do solo e expressa pela
seguinte equação simplificada dada por Seed e Idriss (1971):
τ αmax σ
CSR = σ′av = 0,65 ( ) (σ′vo ) rd Equação 3-2
vo g vo
Onde τav é a média de tensão de corte cíclica; αmax é a aceleração horizontal máxima na
superfície do solo; g = 9,81 m/s2 é a aceleração da gravidade; σvo e σ’vo são as tensões de
sobrecarga vertical total e efectiva, respectivamente; e rd é um factor empírico de redução
de tensão que depende da profundidade. O factor de redução é responsável pelo perfil do
solo e é uma função da profundidade e da natureza do perfil do solo. O valor do factor de
redução, conforme relatado por vários investigadores, varia de 0,4 a 1,0. Moçambique é
classificado em três zonas com o propósito de determinar as ações sísmicas conforme
mostrado na Figura 9-1 das Especificações para Cargas de Pontes 2018 e a Tabela 9-1 das
mesmas Especificações fornece os valores de pico de aceleração do solo.
Até que a ANE, IP, desenvolva o banco de dados local, as seguintes relações podem ser
propostas para estimar o factor de redução de acordo com Robertson (2010):
(62)
rd = 1- 0,00765z Se z < 9,15m Equação 3-3a
= 1,174 – 0,0267z Se 9,15m < z < 23m Equação 3-3b
= 0,744 – 0,008z Se 23m < z < 30m Equação 3-3c
= 0,5 Se z > 30m Equação 3-3d
Figura 3-7: Gráficos baseados em CPT para estimar a taxa de resistência cíclica
(CRR) para areias limpas (Segundo Ishihara 1993).
A Figura 3-8 a mostra a taxa de resistência cíclica recomendada (CRR) para areias limpas
em condições de solo nivelado com base em CPT γl, limitação de tensão de corte e Figura
3-8b mostra a variação da taxa de resistência cíclica (CRR) com teor de finos baseados
nos dados de desempenho de campo do CPT (Stark e Olson 1995).
(63)
Figura 3-8a Taxa de resistência cíclica (CRR) para areias limpas em condições
de solo nivelado baseada na limitação da tensão ao corte do CPT, b) Variação de
taxa de resistência cíclica (CRR) com teor de finos baseados nos dados de
desempenho de campo do CPT (segundo Stark e Olson 1995).
Avaliação laboratorial
Realizada em amostras reconstituídas subjeitas o carregamento cíclico por meio de
testes triaxiais cíclicos, cisalhamento simples cíclico ou torção cíclica.
Soluções geotécnicas
Métodos de melhoramento do solo empregando densificação e drenagem melhorada.
Mais detalhes sobre a melhoria do solo são fornecidos na secção 5.
(64)
• Teste de Corte de Palheta: usado para determinar a resistência ao cisalhamento
não drenada de argilas totalmente saturadas, mas deve ser considerado apenas
como um teste de índice;
• Teste de penetração do cone (CPT, anteriormente conhecido como teste de sonda
holandesa): Avalia a densidade relativa do solo, resistência ao cisalhamento,
características de compressibilidade e capacidade de carga;
• Sonda Piezométrica (CUPT): Desenvolvimento adicional do CPT. O sistema mede
as pressões do cone e, simultaneamente, as pressões dos poros induzidas
durante a penetração. A natureza do solo pode ser estabelecida a partir da
relação entre o cone e a pressão dos poros;
• Pressurímetro Autoperfurante (SBP): Usado em conjunto com a perfuração
normal e consiste em avançar um tubo no solo até a posição de teste e, então,
introduzir uma membrana. A pressão necessária para introduzir a membrana é
medida em intervalos de tensão. As pressões dos poros podem ser medidas e as
condições drenadas ou não drenadas podem ser testadas. O Módulo elástico e
resistência ao cisalhamento podem ser derivados.
Testes laboratóriais
• Limites de Atterberg
• O teste de consolidação deve ser realizado por edômetro numa amostra de solo
não perturbada para determinar a compressibilidade e os dados de consolidação.
A avaliação do primeiro, expressa como o coeficiente de compressibilidade (mv)
ou o índice de compressão (Cc) é geralmente aceite como muito mais fiável do
que a avaliação do coeficiente de consolidação (ver Secção 4.3.3.1);
• Palheta de laboratório
• Consolidação Triaxial
Solução geotécnica
Construção antecipada de aterros de estrada (pré-carregamento). Construção controlada
da formação/aterro de estrada para evitar falhas de estabilidade pois as pressões da água
dos poros aumentam sob as cargas aplicadas. Os aterros nessas áreas devem ser
construídos lentamente, camada por camada, enquanto se monitora as pressões da água
dos poros e camadas adicionais são colocadas apenas quando as pressões da água dos
poros se dissipam adequadamente e fornecem ganho de resistência ao cisalhamento. A
resistência inicial do solo mole e sua taxa de aumento com o tempo devido a consolidação
sob as cargas aplicadas devido a construção de aterro devem ser estimadas para controlar
a construção faseada (ver Secção 4.3.6.1).
Contornar solos moles, construindo uma série de colunas de pedra próximas ao longo do
traçado do aterro da estrada, que são compactadas dinamicamente na argila mole.
O uso de uma grande gama de produtos geossintéticos como camadas de separação e
para facilitar e acelerar a drenagem tem contribuído para a melhoria da construção
nessasárea nas últimas duas décadas, e deve ser obtido aconselhamento especializado a
esse respeito.
Mais detalhes sobre a melhoria do solo são fornecidos na Seção 5.
(65)
4 Considerações de Dimensionamento
4.1 Introdução
Este capítulo, tem como foco as considerações de dimensionamento geotécnico
relacionadas à construção de estradas. Em geral, cobre aspectos sobre abordagens
analíticas, análises de estabilidade de características geotécnicas como taludes e aterros,
estruturas de suporte e protecção como muros de contenção, determinação da capacidade
de carga, projecto de melhoria do solo para melhorar solos compressíveis a fim de acelerar
o processo de consolidação, melhorando solo granular de enchimento para aumentar a
resistência à deformação e dimensionamento de estabilização de taludes. O capítulo
baseia-se nas informações que foram colectadas nos capítulos anteriores, incluindo a
orientação sobre a planificação adequada de investigações geotécnicas, compreensão da
condição subterrânea, identificação de perigos geotécnicos, a fim de estar ciente e
antecipar problemas que podem acontecer durante e após a construção e interpretação
dos parâmetros do solo e da rocha. Os capítulos anteriores fornecem os dados necessários
para este capítulo.
(66)
4.2.1 Como determinar o Factor de Segurança para taludes de solo e de rocha
Talude de rocha
S cL+(N−U)tanφ
FS = F = Equação 4-1
W sin θ
cL+(Wcos θ−U)tanφ
FS − Equação 4-2
Wsin θ
M = f(φi θi FS)
A presença de água num talude e aterro aumenta a magnitude das forças que actuam
para causar a falha. A precipitação anual tem influência directa na estabilidade de taludes
e aterros. As condições de humidade no local irão influenciar a selecção do parâmetro do
solo, pois as condições de humidade do solo podem mudar num local. O material pode se
tornar seco, parcialmente saturado ou saturado, dependendo das mudanças sazonais e
eventos de geo-perigo, como cheias ou longos períodos de seca. As condições de
drenagem também terão um papel na selecção dos parâmetros do solo.
(67)
4.2.2 Aterro em argila mole
rLSu
FS = Equação 4-4
B∆qs a
(68)
Pa = Ws tan(θ − φ) Equação 4-5
Ww d1 +Pa sinφB+Pp d3
FSrotação = Equação 4-7
Pa cosφ d2
Onde:
Pa Resultante da pressão activa do solo
Pp Resultante da pressão passiva do solo
Ww Peso do muro
Ws Peso da cunha do solo
d1 Distância ao centro de Ww
d2 Distância ao ponto de aplicação da resultante Pa
d3 Distância ao ponto de aplicação da resultante Pp
Figura 4-4: Diagrama de pressão aparente do solo para areias (Sabatini et al.,
1999)
(69)
As seguintes definições se aplicam à Figura 4-4 e Figura 4-4: `
H1 Distância da superfície do solo à ancoragem superior do solo
Hn+i Distância da base da escavação até a ancoragem mais baixa do solo
Thi Carga horizontal na ancoragem do solo i
R Força de reacção a ser resistida pelo leito (ou seja, abaixo da base de
escavação)
P Ordenada máxima do diagrama
1−sinφ φ
𝐾𝑎 = 1+sinφ = tan2 (45° − 2 ) Equação 4-8
1+𝑠𝑖𝑛𝜑 𝜑
𝐾𝑝 = 1−𝑠𝑖𝑛𝜑 = 𝑡𝑎𝑛2 (45 + 2 ) Equação 4-9
Em solos coesos:
Os coeficientes da pressão activa e passiva do solo para um solo coeso definido pelos
parâmetros de resistência à tensão efectiva φ′ e c′, são definidos como segue:
φ′ 2c′ φ′
𝐾𝑎 = tan2 (45° − ) − σ′ tan (45° − ) Equação 4-11
2 v 2
φ 2c′ φ′
𝐾𝑝 = tan2 (45° + 2 ) + σ′ tan (45° + ) Equação 4-12
v 2
𝟐𝑺𝒖
𝑲𝒂𝑻 = 𝟏 − Equação 4-13
𝝈𝒗
𝟐𝑺𝒖
𝑲𝒑𝑻 = 𝟏 + Equação 4-14
𝝈𝒗
(70)
Figura 4-5: Diagramas de pressão aparente do solo para argilas muito duras a
duras e moles a médias (Sabatini et al., 1999)
No caso de escavações em solos argilosos, a pressão aparente do solo está relacionada ao
número de estabilidade, Ns, que é definido como se segue:
γH
Ns = Equação 4-15
Su
(71)
O valor da constante KA igual a 0,22 deve ser usado para avaliar a grandeza de pressão
máxima para o fuso de pressão aparente do solo de argila mole a média no intervalo 4<Ns
5.14.
Onde:
(a) Forma de deflexão
(b) Distribuição assumida de pressão
(c) Distribuição do momento flector
(72)
d = profundidade de condução
H = profundidade de escavação
PA = impulso activo
PP = resistência passiva
T = força de ancoragem
2T
z0 = √K Equação 4-21
aγ
(73)
O Momento de flexão máximo
Mmax = T(z0 − a) − 16K a γz02 Equação 4-22
4.2.6 Fundações
O propósito das fundações é transferir as cargas de uma estrutura para o solo, de forma
que forneça suporte adequado para que a estrutura apresente um desempenho
satisfatório. Os requisitos são de que para cada situação de projecto geotécnico, o
assentamento do solo, causado pela carga deve estar dentro dos limites toleráveis e
nenhum estado limite relevante seja excedido para dar origem a roptura do solo. Isso
levará ao colapso ou derrube da estrutura. As fundações devem, portanto, evitar a roptura
por corte do material de suporte por baixo da sapata e minimizar o assentamento através
da redução a pressões da carga aplicada. É responsabilidade do engenheiro geotécnico
fornecer ao projectista estrutural as informações sobre a capacidade de carga admissível
para os limites aceitáveis de assentamento.
(74)
Os três modos de rotura são: (a) rotura por corte geral, (b) rotura por corte local e (c)
rotura de cisalhamento por punçoamento. O modo de falha depende principalmente da
compressibilidade dos solos.
Figura 4-7: Modos de falha: (a) corte geral, (b) corte local e (c) corte por
punçoamento (Craig, 2004)
A roptura por corte geral é típica em solos de baixa compressibilidade (ou seja, solos
densos ou rígidos). A roptura por corte geral é caracterizada pelo levantamento da
superfície do solo em ambos os lados da sapata. O movimento de deslizamento final
geralmente ocorre apenas num lado, acompanhado por forte inclinação da sapata levando
ao colapso final. A falha é repentina.
A roptura por corte local é típica em solos de alta compressibilidade e solos que são
relativamente fracos ou moles quando comparados a solos susceptíveis a roptura geral
por corte e, este modo de falha, é caracterizado pela ocorrência de assentamentos
relativamente grandes e a capacidade de suporte final não está claramente definida. Uma
ligeira perturbação adjacente pode ocorrer na superfície do solo, mas não ocorre a rotação
ou inclinação da sapata.
A roptura de cisalhamento por punçoamento geralmente ocorre num solo de baixa
compressibilidade se a fundação estiver localizada a uma profundidade considerável. As
sapatas colocadas a grande profundidade em areia densa ou em areia densa sustentada
por solo mole e compressível podem falhar pelo modo de cisalhamento por punção. Há
uma compressão relativamente alta do solo em baixo da sapata, acompanhada por corte
na direção vertical em torno das bordas da sapata.
A Figura 4-8 mostra os limites do equilíbrio plástico após a roptura do solo abaixo de uma
sapata contínua de largura Bf e assentada a uma profundidade Df.
(75)
Figura 4-8: Sapata da largura Bf numa profundidade Df abaixo da superfície
A equação da capacidade de carga total final (Terzaghi, 1943), para uma sapata
infinitamente longa e carregada centralmente de largura Bf, num material de fundação
com peso unitário é dada por:
Onde
c = coesão do solo
Nc = factor de capacidade de carga para o termo de coesão
q = sobrecarga na base da sapata (γDf)
Nq = factor de capacidade de carga para o termo de sobrecarga
Bf = largura da sapata
γ = peso unitário do solo abaixo da sapata
(76)
Nγ = 1,8(Nq − 1)tan φ (Hansen, 1961)
FHWA, AASHTO e EC7 usam a expressão de Caquot e Kerisel e, portanto, está proposta
para uso neste Manual. Os valores de Nc, Nq e Nγ em função do ângulo de atrito são
fornecidos na Figura 4-9 e na Tabela 4-1.
(77)
Tabela 4-1: Factores de capacidade de carga (AASHTO, 1996)
ɸ Nc Nq Nɣ ɸ Nc Nq Nɣ
0 5,14 1,0 0,0 23 18,1 8,7 8,2
1 5,4 1,1 0,1 24 19,3 9,6 9,4
2 5,6 1,2 0,2 25 20,7 10,7 10,9
3 5,9 1,3 0,2 26 22,3 11,9 12,5
4 6,2 1,4 0,3 27 23,9 13,2 14,5
5 6,5 1,6 0,5 28 25,8 14,7 16,7
6 6,8 1,7 0,6 29 27,9 15,4 19,3
7 7,2 1,9 0,7 30 30,1 18,4 22,4
8 7,5 2,1 0,9 31 32,7 20,6 26,0
9 7,9 2,3 1,0 32 35,5 23,2 30,2
8 8,4 2,5 1,2 33 38,6 26,1 35,2
11 8,8 2,7 1,4 34 42,2 29,4 41,1
12 9,3 3,0 1,7 35 46,1 33,3 46,0
13 10,4 3,3 2,0 36 59,6 37,8 56,3
14 11,0 3,6 2,3 37 55,6 42,9 66,2
15 11,9 3,9 2,7 38 61,4 48,9 78,0
16 11,6 4,3 3,1 38 67,9 56,0 92,3
17 12,3 4,8 3,5 40 75,3 64,2 109,4
18 13,1 5,3 4,1 41 83,9 73,9 130,2
19 13,9 5,8 4,7 42 93,7 85,4 155,6
20 14,8 6,4 5,4 43 105,1 99,0 186,5
21 15,8 7,1 6,2 44 118,4 115,3 224,6
22 16,9 7,8 7,1 45 133,9 134,9 271,8
(78)
Tabela 4-2: Factores de correção de forma (AASHTO 1996)
Ângulo de atrito Coeficiente de Coeficiente de Coeficiente de
Coesão (sc) Sobrecarga (sq) Peso unitário
(sγ)
φ=0 Bf 1,0 1,0
1+( )
5Lf
φ>0 Bf Nq Bf Bf
1 +( )( ) 1 + ( tan φ) 1 − 0,4 ( )
Lf Nc Lf Lf
Para sapatas circulares e quadradas (Bf/Lf) = 1.
Influência da profundidade de colocação
(79)
o peso unitário bruto sendo usado no segundo termo (representando a resistência devido
à sobrecarga acima do nível da fundação). (3) Se o lençol freático estiver na superfície, o
peso unitário efectivo deve ser usado em ambos o segundo e o terceiro termos.
No caso de uma areia (c’ = 0), o primeiro termo é, naturalmente, zero. Numa análise da
tensão total de uma fundação em argila totalmente saturada, o peso unitário saturado
(isto é, total) (γsat) é usado no segundo termo, o terceiro termo sendo zero (N γ = 0 para
φu = 0).
Os factores de correcção para contabilizar a redução na resistência ao cisalhamento devido
à localização da água subterrânea podem ser incorporados usando os valores fornecidos
na Tabela 4-4 e valores de interpolação entre aqueles fornecidos. Os factores de correcção
se aplicam ao segundo e terceiro termos na equação da capacidade de carga, uma vez
que incluem um peso unitário.
D
CWq = 0,5 + 0,5 ( DW ) ≤ 1,0 Equação 4-26
f
Além dos factores de forma e profundidade, outros factores são incorporados para levar
em consideração a inclinação da carga, inclinação do terreno (superfície do solo inclinada)
e inclinação da sapata. Existem diferenças nesses factores por vários pesquisadores.
Influência do carregamento inclinado
O efeito do carregamento inclinado na capacidade de carga pode ser levado em
consideração por meio de factores de inclinação. Se houver o ângulo de inclinação da carga
resultante para a vertical, então Nc, Nq e Nγ devem ser multiplicados, respectivamente,
pelos seguintes factores:
H
ic = 1 − Equação 4-27
2cBL
1.5H
iq = 1 − Equação 4-28
V
(80)
de capacidade de carga geralmente pode ser omissa, se as componentes desta resultante
(ou seja, as forças axiais e de corte) são verificadas contra a resistência disponível na
respectiva direcção (ou seja, capacidade de carga e deslizamento, respectivamente).
Onde:
bc , bq e bγ Factores de correcção para a inclinação da fundação
(81)
acima do nível de suporte (aplicado apenas ao termo de sobrecarga
e no nível de suporte)
Nc, Nγ e Nq Obtido na Tabela 4-1 ou Figura 4-9
P 6e
q max = B L (1 + B ) Equação 4-34
f f f
(82)
Para e> Bf/6
q min = 0 Equação 4-35
4P
q max = 3L (B −2e) Equação 4-36
f f
Figura 4-12 mostra as forças aplicáveis para uma análise compreensiva do problema de
capacidade de carga para sapatas.
Figura 4-12: Definição e localização de forças para sapatas (de WSDOT, 2010)
(83)
DC, LL, EQ cargas estruturais verticais aplicadas à sapata/muro (carga morta, carga
viva, carga EQ, respectivamente)
DCabut carga da estrutura devido ao peso do pilar
EQabut força de inercia do pilar devido ao carregamento do terremoto
EVheel carga vertical do solo no topo do muro
EVtoe carga vertical do solo no pé do muro
EHsoil carga lateral devido à pressão activa do solo ou em repouso atrás do pilar
LS carga lateral de pressão do solo devido à carga viva
EQsoil carga lateral devido ao efeito combinado de pressão activa do solo ou em
repouso mais a pressão sísmica do solo atrás do pilar
Rep resistência final passiva do solo (nota: a altura do triângulo de distribuição
de pressão é determinada pelo engenheiro geotécnico e é específica do
projecto)
Rτ resistência ao corte do solo ao longo da base da sapata na interface de
solo-betão
σv tensão de resistência vertical resultante na base da sapata
R força resultante na base da sapata
eo excentricidade calculada sobre o ponto O (pé da sapata)
Xo distância para resultante R do pé do muro (ponto O)
B largura da sapata
H altura total do encontro/pilar mais a espessura da superestrutura
A Tabela 4-6 fornece a orientação sobre quando usar factores de carga máximos ou
mínimos para os vários modos de falha da sapata (resistência, rotação e deslizamento)
para cada força, para o estado limite de resistência.
DC, DCpilar Usar min. factor de Usar min. factor de Usar min. factor de
carga carga carga
LL, LS Usar factor de carga Usar factor de carga Usar factor de carga
intermédio (e.g., LL) intermédio (e.g., LL) intermédio (e.g., LL)
EVsalto, Usar min. factor de Usar min. factor de Usar min. factor de
EVdedo do pé carga carga carga
EHsoil Usar max. factor de Usar min. factor de Usar min. factor de
carga carga carga
(84)
4.2.6.2 Fundações profundas
O suporte das fundações profundas é derivado na maioria dos casos através da sua base
e do seu atrito lateral (Tabela 4-13), do atrito lateral ou de suporte da base
separadamente, e a profundidade é substancialmente maior do que a menor largura. Elas
são agrupadas como estacas. As fundações profundas são usadas quando uma fundação
superficial não é viável ou quando se acredita que representa um risco para o projecto
devido a futuras escavações, lavagem ou outras circunstâncias potenciais em que o
suporte da fundação pode ser comprometido. A profundidade de sondagem para fundações
de estacas para os aquedutos deve ser tal que, mais resistência ao atrito possa ser
desenvolvida para que o aqueduto possa ser seguro contra o deslizamento.
Onde
Qp Carga suportada na ponta da estaca
(85)
Se Q p for pequeno, então
Q ult ≈ Q s
Essas estacas são chamadas estacas de fricção porque a maior parte da resistência é
derivada da fricção da camisa desenvolvida na lateral da estaca.
Com base na equação 4-30, a capacidade de suporte final geral pode ser expressa como
abaixo, substituindo B por D como o diâmetro da estaca:
q ult = 𝑞𝑝 = cNc∗ + qNq∗ + γDNγ∗ Equação 4-39
Onde Nc∗ , Nq∗ e Nγ∗ são os factores de capacidade de carga que incluem os factores de forma
e profundidade necessários. Uma vez que D é relativamente pequeno, o termo γDNγ∗ pode
ser ignorado, e assim
q ult = cNc∗ + q′Nq∗ Equação 4-40
Onde
Ap = área da ponta da estaca
c = coesão do solo suportando a ponta da estaca
qp = resistência de ponto unitário
q′ = σ′v = tensão vertical efectiva ao nível da ponta da estaca
Nc∗ , Nq∗ = factores de capacidade de carga
(86)
Onde Ncor = Número médio de penetração padrão perto da ponta da estaca (cerca de
10D acima e 4D abaixo da ponta da estaca).
A tensão vertical efectiva σ′0 para uso na equação 4-48 aumenta com a profundidade da
estaca até um limite máximo a uma profundidade de 15 a 20 diâmetros da estaca e
permanece constante depois disso, consulte a Figura 4-16. A profundidade crítica L' na
Figura 4-16 depende de vários factores, como ângulo de atrito do solo, compressibilidade
e densidade relativa.
A profundidade crítica L' é definida como:
L′ = 15D Equação 4-48
Vários pesquisadores propuseram os valores de δ. Outros propuseram valores para o
termo (Kstan), por exemplo, os valores propostos por Tomlinson (1977) para estacas
conduzidas de diferentes materiais são apresentados na Tabela 4-8
(87)
Tabela 4-8: Valores de Ks tan δ segundo Tomlinson (1977)
Tipo de Estaca 𝜹 Ks
Densidade relativa Densidade relativa alta
baixa
Aço 20⁰ 0,5 1,0
Betão 0,75 𝜑′ 1,0 2,0
Madeira 0,67 𝜑′ 1,5 4,0
O julgamento deve ser usado na escolha dos valores de δ e eles variam de 0,5φ a 0,8φ
(Das, 2001).
A resistência unitária média de atrito para estacas conduzidas pode ser obtida a partir da
resistência à penetração padrão média (Meyerhof, 1976) como segue:
(88)
Figura 4-15: Variação da resistência unitária de ponta numa areia homogênea
(de Das, 2001)
Figura 4-16: Fricção unitária para estacas na areia (from Das, 2001)
onde:
cu = resistência não drenada na ponta da estaca
Ab = área da base da estaca
(89)
Nc = factor de capacidade de suporte = 9,0 quando L/D> 4 ou pelo menos
cinco diâmetros de estaca no estrato de suporte ou 6,75 para argilas
fissuradas
𝐾 = 1 − 𝑠𝑖𝑛𝜑𝑑′ assim:
βs = (1 − sin φ′d )tanφ′d Equação 4-56
Onde 𝜑𝑑′ = ângulo de atrito drenado de resistência ao corte de argila remodelada
Para argilas superconsolidadas:
A resistência por atrito para argilas normalmente consolidadas é então dada por:
fs = (1 − sin φ′d ) tanφ′d 𝜎𝑜′ Equação 4-58
Qult
Qall = Equação 4-61
FoS
(90)
A Figura 4-17 mostra alguns exemplos de estacas perfuradas (pilares perfurados): (a) e
(b) em solos coesos fortes (c) e (d) penetrando no solo relativamente fraco para solo forte
e (e) e (f) suportado por rocha.
Estaca de
Ponta
Estaca de
Ponta
Soquete
de rocha
Requisitos de Dimensionamento:
Se uma fundação por estaca for recomendada pelo engenheiro geólogo, o engenheiro
geotécnico calculará as resistências de suporte nominais dos tipos e dimensões de estacas
recomendadas. O engenheiro geotécnico irá preparar as recomendações de fundação,
incluindo as seguintes informações; tipos e dimensões de estacas recomendadas e um
gráfico das capacidades nominais calculadas versus profundidade para cada infraestrutura
e cada tipo de estaca e dimensão considerada.
1. O engenheiro geotécnico recomendará métodos de controlo de campo junto com
os factores phi associados correspondentes ao método de controlo de campo.
2. O engenheiro geotécnico tratará de quaisquer outras questões associadas à
estaca, incluindo o potencial do arrasto para baixo e o valor associado ao arrasto
para baixo, o potencial para configuração junto com a taxa estimada e
quantidade de configuração antecipada e o potencial para relaxamento e a
quantidade estimada de relaxamento. (Estacas conduzidas em areias finas
saturadas densas, lodos densos ou rochas laminadas fracas, como xisto, exibirão
uma diminuição na capacidade após a condução ter sido concluída)
3. O engenheiro geotécnico fornecerá os parâmetros da curva P-Y para a análise de
carga lateral da estaca quando apropriado.
4. O engenheiro da ponte preparará as recomendações finais da fundação usando as
informações contidas no relatório da fundação.
5. O engenheiro estrutural usará as recomendações de fundação para determinar o
número de estacas necessárias e concluir o dimensionamento da infraestrutura.
(91)
6. Os requisitos hidráulicos da estrutura e uma previsão para a profundidade
potencial de erosão devem ser estabelecidos e deve ser feita referência ao
Manual de Hidrologia 2017.
Carga de arrasto: O efeito de arrastar para baixo deve ser levado em consideração.
As condições de solo e de rocha que promovem efeitos de dragagem moderados a
grandes incluem:
1. Mudanças no peso/geometria da sobrecarga em, ou adjacente a, fundações com
estrato do solo compressível (mesmo aterros relativamente pequenos,
dependendo da estratigrafia e do tipo do solo). Isso inclui o alargamento do
aterro, remoções e substituições de escavação e outras operações gerais de
construção de movimento de terra.
2. Fundações profundas instaladas em estrato do solo compressível com processos
contínuos de consolidação lenta de solos colocados no aterro anterior.
3. Desidratação ou mudanças na água subterrânea nativa ou humidade do solo.
As ilustrações acima fornecem uma visão geral dos requisitos dos parâmetros. A avaliação
da propriedade de dimensionamento geotécnico e a selecção final dependem do estrato
geológico individual identificado e dos perigos geológicos identificados, regionalmente e
especificamente no local do projecto conforme apresentado na Tabela 2-1. A condição
prevalecente no momento em que a estrutura estará em serviço deve ser considerada
com precisão na fase de dimensionamento.
Os elementos básicos para o método de análise do limite de equilíbrio são:
• Superfície de falha de formato simples (plana, circular ou espiral) é assumida.
Atenção especial é necessária para taludes em rochas com descontinuidades.
• A distribuição de tensões agindo ao longo da superfície de fracasso para causar
falha também é assumida
• A resistência ao cisalhamento mobilizada é estimada e assumida como actuando
simultaneamente ao longo de toda a superfície da falha.
Do exposto, significa que se o limite de equilíbrio FS for inferior a 1,0, a falha será
considerada provável. O requisito é, portanto, a análise da condição que existiria no
fracasso e as medidas aplicadas para atingir os factores de segurança para evitar que isso
ocorra. De acordo com esta abordagem, é fundamental que seja assegurado que um
estado limite de roptura ou deformação excessiva não ocorrerá.
Os métodos de limite de equilíbrio formam a base de análise para avaliar a estabilidade.
No entanto, onde os mecanismos de falha de estabilidade antecipados são mais complexos
e não bem modelados por técnicas de limite de equilíbrio, ou se a análise da deformação
de um talude for necessária, fica ao critério do Engenheiro Geotécnico usar técnicas de
análise mais sofisticadas, além das metodologias de limite de equilíbrio ou usar programas
de computador para realizar cálculos e para fins de análise, desde que tais programas
(92)
estejam disponíveis. O Engenheiro Geotécnico deve estar ciente da sensibilidade dos
programas de computador aos dados de entrada e aos detalhes da configuração do
modelo.
4.3.1 Geral
Os aterros de estradas devem ser projectados e construídos com taludes estáveis e não
devem sofrer assentamentos excessivos. As principais questões geotécnicas para aterros
rodoviários são a estabilidade e as características de assentamento dos solos da fundação
e a capacidade de suporte da base. O potencial de assentamento do aterro da estrada
depende da espessura e das propriedades do material do aterro e do material compressível
subjacente e da altura do aterro. A Figura 4-18 mostra o ambiente da estrada incluindo
aterros e cortes, mas a secção de aterro é destacada, mostrando as condições
prevalecentes.
(93)
cortes dentro do projecto, uma estrada em áreas com topografia variável e áreas
acidentadas exigirá a construção de aterros altos e cortes profundos e terá impacto nos
custos do projecto.
A precipitação tem a influência mais importante na estabilidade de taludes dos aterros nos
taludes laterais ou ravinas, quando o nível freático sobe como resultado da chuva,
reduzindo assim a resistência efectiva ao cisalhamento do material. A análise é
influenciada pelo tipo de solo, pois a taxa de infiltração da chuva depende do tipo de solo.
A infiltração pode ocorrer repentinamente e permanecer estável ou reduzir lentamente na
argila arenosa em comparação com um material mais grosso, que pode levar à infiltração
completa e subida do lençol freático.
Existe uma grande probabilidade de haver problemas de estabilidade e assentamento em
aterros altos. Se o aterro for construído com material de boa qualidade e bem compactado,
pode-se esperar que o assentamento de longo prazo dentro do aterro seja mínimo ou
dentro dos limites admissíveis.
Deve-se ter conhecimento do impacto do acima exposto nas principais questões
geotécnicas para aterros rodoviários, que são as características de estabilidade e
assentamento dos solos de fundação e a capacidade de suporte na base. A selecção do
material para o aterro e sua preparação durante a construção requer o conhecimento das
propriedades de engenharia do material. As informações apropriadas sobre os parâmetros
estabelecidos no Capítulo 3 devem estar disponíveis para uso e aplicação no processo de
dimensionamento.
(94)
Tabela 4-9: Propriedades de engenharia e testes de campo e de laboratório
para o dimensionamento do aterro. De Washington State DOT (2013)
Parâmetro Teste de Campo/ Testes Laboratoriais
Requisito
Colapso Recuperar amostras não Teste de edômetro duplo
perturbadas do furo de
Teste de potencial do
teste do trado, poço de
colapso
teste ou furo
Densidade compactada Testes in-situ Densidade de amostras
(densidade in-situ) não perturbadas
(DPSH / CPT / SPT / CPTU)
Relações de humidade-
Perfilamento in-situ de
densidade de solos e
furos de teste/poços de
misturas de solo-agregado
teste
Testes de substituição de
areia
Resistência ao Recuperar amostras não Teste triaxial drenado
cisalhamento drenada perturbadas de furos de
Teste de caixa de corte
teste do trado, poço de
Ângulo efectivo de atrito drenado
teste ou furos
interno
Teste traixial não drenado
Coesão efectiva com medição da pressão
da água dos poros.
Teste de compressão
triaxial consolidado-não
drenado em solos coesos
Elevação Recuperar amostras não Teste de edômetro duplo
perturbadas do furo de
Teste de ondulação sob
teste do trado, poço de
carga
teste ou furo
Teste de índice de
propriedade (amostra
perturbada)
Testes de índice de Recuperar amostras não Distribuição do tamanho de
propriedade perturbadas do furo de partículas
teste do trado, poço de
Limites de Atterberg
teste ou furo
Teor de humidade
Nível do lençol freático Perfurar um furo ou poço, Grau de saturação
deixe para um período de
tempo para que o nível da
água se estabilize no furo e
depois medir o nível
Permeabilidade Recuperar amostras não Teste de permeabilidade de
perturbadas do furo de queda ou de cabeça
teste do trado, poço de constante
teste ou furo
CPTU, Teste de Lugeon
(95)
Embora os aterros com menos de 5 m de altura e em áreas de solo estável e com declives
não superiores a 1,5H: 1V geralmente não exigem uma investigação e análise geotécnica
detalhada, eles não devem ser ignorados e a base de dimensionamento para o cálculo e
recomendações ainda deve ser revista e verificada. Esses aterros podem ser especificados
principalmente quando baseados na experiência anterior na mesma região e no parecer
de engenharia. Da mesma forma, os aterros com mais de 5 m de altura e os construídos
num solo mole, geralmente requerem uma análise geotécnica detalhada.
As considerações sobre o material de construção do aterro são abordadas na Secção 5.2.2
do Manual de Investigação de Campo 2019 e as especificações de construção específicas
para a construção de terraplenagens são fornecidas nas Normas de Trabalho para Obras
Rodoviárias Série 300 e nas Especificações Padrão para Obras Rodoviárias e de Pontes,
Série 3000. O projectista geotécnico deve determinar durante o programa de sondagens
se algum material da terraplenagem planeada será adequado para a construção do aterro.
Deve-se considerar se o material é sensível à humidade e difícil de compactar durante o
clima húmido.
𝑺𝑻 = 𝑺𝒊 + 𝑺𝒄 + 𝑺𝒔 Equação 4-62
(96)
4.3.3.1 Determinação de parâmetros para consolidação primária
Figura 4-19: Curva de pressão versus taxa de vazios (curva e-log-p), (Hunt
,1986)
A Tabela 4-10 apresenta um resumo dos parâmetros para o uso na teoria de consolidação
unidimensional obtido a partir do teste de consolidação unidimensional.
(97)
Tabela 4-10: Parâmetros e símbolos de consolidação
Símbolo Parâmetro
Cc ou Cεc Índice de Compressão
Cs Índice de ondulação
Cr ou Cεr Índice de recompressão
Cα ou Cεα Índice de Compressão Secundária
σ’p or p’c Tensão de Pré-consolidação Eficaz
Cv Coeficiente de Consolidação
mv Coeficiente de Compressibilidade de Volume
Índice de recompressão
Na Figura 4-19 acima, a porção de recompressão da curva é estendida para trás da curva
inicial em p, para formar uma nova curva com uma inclinação inicial mais plana. Esta
porção plana da curva é referida como tendo uma inclinação, 𝐶𝑟 .
Índice de Compressão
O índice de compressão Cc é a inclinação da curva de compressão virgem na Figura 4-19,
a porção linear da inclinação, considerando quaisquer dois pontos na porção linear do
gráfico. É adimensional. O índice de compressão representa a mudança na taxa de vazios
(e) por ciclo logarítmico de mudança na pressão efectiva. Assim, o índice de compressão
é dado pela Equação 4.63:
𝒆𝟏 −𝒆𝟐
𝑪𝒄 = 𝒑 Equação 4-63
𝒍𝒐𝒈( 𝟏⁄𝒑𝟐 )
(98)
𝟏 𝒆𝟎 −𝒆𝟏
𝒎𝒗 = ( ) Equação 4-67
𝟏−𝒆𝟎 𝝈′𝟎 −𝝈′𝟏
(99)
Figura 4-21: Apresentações alternativas comuns para testes de consolidação:
(a) log da tensão vertical efectiva - deformação vertical e (b) log natural da
tensão vertical efectiva - volume específico (Loehr et al. 2016)
Nota: Os valores numéricos estabelecidos a partir dos diferentes diagramas não devem
ser usados de forma intermutável.
Onde λ e κ são inclinações no log natural da tensão vertical efectiva vs. curva de volume
específico, conforme definido em Figura 4-21b.
Grau de consolidação
Da secção anterior, pode-se observar que, durante o processo de consolidação, os vazios
do solo são reduzidos pelo aumento da pressão, devido à acção do carregamento. Na
prática, esse processo pode ocorrer por um longo período de tempo, dependendo do tipo
de solo, relacionado a permeabilidade da camada compressível e histórico de
carregamento. O histórico de pressão se refere às condições que levam à consolidação
normal, consolidação excessiva e menor consolidação.
Se a tensão efectiva actual é a máxima para a qual o solo já foi submetido, a argila é
considerada normalmente consolidada (NC). Se a tensão efectiva em algum momento no
passado foi maior do que o valor presente, a argila é considerada superconsolidada (OC).
(100)
Quando a consolidação sob a carga existente ainda está ocorrendo e continuará a ocorrer
até que a consolidação primária seja concluída, os solos são considerados sub-
consolidados. Isso pode continuar mesmo se nenhuma carga adicional for aplicada. O
histórico de carregamento para o qual a camada de argila foi submetida influencia como
a camada se consolida e o grau de consolidação excessiva é um parâmetro útil a este
respeito.
(101)
Existem casos em que o ponto de curvatura máxima não é claro. Nesses casos, várias
interpretações alternativas deste ponto devem ser consideradas para estabelecer um
intervalo razoável de estimativas para a pressão de pré-consolidação.
O grau de consolidação excessiva é expresso usando o índice de consolidação execessiva
(OCR) definido como o valor máximo de tensão efectiva no passado (pré-consolidação)
dividido pelo valor presente, expresso pela Equação 4-72:
𝛔′𝐩
𝐎𝐂𝐑 = 𝛔′ Equação 4-72
𝐯𝐨
Onde 𝜎′𝑣𝑜 é a tensão efectiva vertical actual in-situ.
Uma argila normalmente consolidada tem uma taxa de consolidação excessiva de 1. Elas
geralmente têm uma consistência que varia de muito mole a mole, dependendo da sua
idade. Mas elas tendem a ser muito duras a duras em consistência offshore, onde uma
espessura substancial pode ser depositada (Hunt 1986).
Devido à perturbação da amostra e ao facto de que a amostra do solo do laboratório foi
removida de seu ambiente de tensão in-situ, isso significa que a curva de consolidação de
campo real in-situ será um pouco diferente do que é medido num teste de consolidação
do laboratório. Um método gráfico simples sugerido por Schmertmann (1955) é usado
para corrigir as curvas de consolidação do laboratório a fim de obter curvas de
consolidação de campo mais realistas. Neste método, pode-se esperar que a linha de
virgem de laboratório intersecte a linha de virgem in-situ numa taxa de vazios de
aproximadamente 0,42 vezes a taxa de vazios inicial. A Figura 4-23 mostra o método para
amostras de argila NC e os passos são os seguintes:
1. Execute a construção gráfica de Casagrande para obter a tensão de pré-
consolidação, 𝜎′𝑝
2. Calcule a taxa de vazios inicial, (𝑒0 ). Desenhe uma linha horizontal de 𝑒𝑜, paralela
ao eixo da tensão efectiva, até a tensão de pré-consolidação, 𝜎′𝑝 . Isso define o
Ponto 1 na Figura 4-23.
3. Desenhe uma linha horizontal paralela ao eixo da tensão efectiva numa taxa de
vazios de 𝑒 = 0,42e0. Onde esta linha cruza a extensão da curva de compressão
virgem medida define o Ponto 2 na Figura 4-23.
4. Liga os Pontos 1 e 2 com uma linha recta, 𝐹, para produzir a curva de
consolidação virgem de campo estimada.
(102)
Figura 4-23 Método de Schmertmann (1955) para obter a curva de
consolidação de campo para solos normalmente consolidados (em Loehr et al.
2016, de Holtz, et al., 2011).
Argilas superconsolidadas
O solo superconsolidado tem uma taxa de superconsolidação maior que 1. A
superconsolidação ocorre devido a factores geológicos, como a erosão do material
sobrecarregado e a subida permanente do lençol freático. Dependendo da quantidade e
da duração de pré-tensões, os solos argilosos superconsolidados variam em consistência
de firme a muito duro e duro. Os solos superconsolidados não tendem a ter grandes
assentamentos. O método de Schmertmann (1955) também é usado para corrigir as
curvas de consolidação do laboratório, a fim de obter curvas de consolidação de campo
mais realistas para argilas superconsolidadas como se segue:
1. Faça a construção gráfica de Casagrande para obter a tensão de pré-
consolidação, 𝜎′𝑝 .
2. Calcule a taxa de vazios inicial, 𝑒𝑜. Desenhe uma linha horizontal de 𝑒𝑜, paralela
ao eixo da tensão efectiva, até a tensão efectiva vertical in-situ, 𝜎′𝑣0 . Isso define
o Ponto 1 na Figura 4-24.
3. Do Ponto 1, desenhe uma linha paralela à curva de descarga-recarga medida
para a tensão de pré-consolidação, 𝜎′𝑝 . Isso define o Ponto 2 na Figura 4-24.
4. Desenhe uma linha horizontal paralela ao eixo de tensão efectiva numa taxa de
vazios de 𝑒=0.42𝑒0 . Onde esta linha cruza a extensão da curva de compressão
virgem do laboratório define o Ponto 3 na Figura 4-24.
5. Liga os pontos 1 e 2 e os pontos 2 e 3 por linhas rectas. A inclinação da linha que
liga os pontos 1 e 2 é a curva de recompressão in-situ estimada, enquanto a
inclinação da linha que liga os pontos 2 e 3 representa a curva de consolidação
virgem de campo.
(103)
Uma vez que a inclinação da curva de descarga-recarga é geralmente uma representação
melhor do comportamento de recompressão para o solo do que a curva de recompressão
inicial, a inclinação do ciclo de descarga-recarga é usada para estabelecer a inclinação da
faixa de recompressão (𝐶𝑟) de carregamento.
O OCR pode ser calculado a partir das interpretações para determinar a pressão de pré-
consolidação com base no histórico de tensões dos solos, conforme mostrado na Tabela
4-11
(104)
consolidação e as definições da curva de compressão versus tempo. A curva é dividida em
duas partes, a serem discutidas em detalhes nas secções abaixo:
Consolidação primária, ocorre enquanto o excesso de pressão dos poros se dissipa. Esse
é o assentamento associado ao reajuste das partículas de solo devido à dissipação da água
dos vazios.
A consolidação secundária é um processo lento que continua depois da consolidação
primária. Ocorre quando o solo continua a assentar após o excesso de pressões da água
dos poros serem dissipadas a um nível insignificante, ou seja, a consolidação primária é
essencialmente concluída.
Método de Casagrande
A Figura 4-26 é uma ilustração do método gráfico de Casagrande. O método usa um gráfico
de deflexão versus o logaritmo do tempo. As tangentes são desenhadas para a secção
primária da curva no ponto de inflexão e para a secção secundária para localizar δ100 (a
leitura em 100% de consolidação primária). A leitura corrigida para t0 é localizada
desenhando, acima de um ponto correspondente a um tempo de cerca de 0,1 minuto,
uma distância igual à distância vertical entre este ponto e o ponto para o qual os valores
de t estão na proporção de 4:1, e a distância vertical entre eles é medida. A leitura para
a compressão de 50% é encontrada como o ponto médio entre δ0 e δ100 e o valor
correspondente para t50 é determinado em segundos. O ponto corresponde a U=50% (ou
seja, 50% de consolidação primária).
O método de Casagrande usa o tempo para completar 50 por cento da consolidação
primária, t50, para calcular o coeficiente de consolidação (cv) da equação
𝑻𝒗 𝑯𝟐
𝒄𝒗 = 𝒄𝒎𝟐 /𝒔𝒆𝒈 𝒐𝒓 (𝒎𝟐 /𝒂𝒏𝒐) Equação 4-73
𝒕𝟓𝟎
Onde
H = metade da espessura média da amostra no teste, pois tem drenagem dupla.
Exemplo, para uma camada de 10 m, drenagens de duas vias, topo e fundo, H =
5 m.
(105)
Tv = o factor de tempo teórico para atingir 50 por cento de consolidação (𝑇50 = 0.197).
O coeficiente de consolidação é dado por Equação 4-74
𝟎,𝟏𝟗𝟕𝑯𝟐
𝒄𝒗 = Equação 4-74
𝒕𝟓𝟎
𝟎,𝟖𝟒𝟖𝐇𝟐
𝐜𝐯 = Equação 4-75
𝐭 𝟗𝟎
(106)
Figura 4-27: Método de Taylor da raiz quadrada do tempo para determinar o
coeficiente de consolidação (Craig, 2004)
(107)
O período de tempo para que ocorra o assentamento de consolidação primária é uma
função da compressibilidade e permeabilidade do solo. O coeficiente de consolidação (cv)
está relacionado com a permeabilidade (k) e o coeficiente de compressão vertical (m v)
conforme indicado nas Equações 4-76 – 4-78
𝟏 𝐤
𝐂𝐯 = 𝛄 Equação 4-76
𝐰 𝐦𝐯
∆εv
mv = ∆σ′ Equação 4-77
v
∆𝒆
𝒎𝒗 = ∆𝝈 Equação 4-78
𝒗 (𝟏+𝒆𝒂𝒗 )
Onde
𝛾𝑤 = Peso unitário de água
∆𝜀𝑣 = Mudança na altura da amostra
∆𝜎𝑣 = Mudança na tensão efectiva
∆𝑒 = Mudança na taxa de vazios
∆𝑒𝑎𝑣 = Taxa de vazios média durante a consolidação
∆𝒆
𝑪𝜶 = ∆ 𝐥𝐨𝐠 𝒕 Equação 4-79
Onde
∆𝑒 = a mudança na taxa de vazios ao longo do tempo decorrido igual a (t1-t2), após a
consolidação primária, geralmente considerada como U = 99,3%.
(108)
Figura 4-28: Avaliação de 𝑪𝜶 da resposta de tempo - deformação para
incremento de teste de consolidação (Loehr et al. 2016)
(109)
∆𝒆
𝑺 = ∆𝑯 = 𝑯 Equação 4-80
𝟏+𝒆𝟎
Onde
H = espessura do estrato
e0 = a proporção inicial de vazios corrigida para a ligeira expansão que ocorre na extrusão
de amostragem
Δe = a variação na taxa de vazios resultante de um aumento da pressão efectiva de
sobrecarregamento para a pressão imposta no estrato pela carga da fundação.
A maneira como os dados são desenhados determinará como os parâmetros determinados
acima serão usados para calcular o assentamento. As curvas e-log p ou ε-log p são usadas.
A Tabela 4-12 apresenta um resumo das relações para determinar o assentamento de
consolidação primária total (Sc). A tensão de pré-consolidação proporciona as condições
para o uso das equações.
O cálculo do assentamento começa com o perfil do solo sendo dividido em camadas, com
cada camada reflectindo as mudanças nas propriedades dos solos.
(110)
levar anos para que o assentamento primário seja concluído e a compressão secundária
continue por décadas sem carga adicional. As equações a seguir são usadas para a
determinação do assentamento de compressão secundária, Tabela 4-13.
𝐶𝑟
ii) vs Profundidade
1+𝑒0
𝐶𝛼
iii) vs Profundidade
1+𝑒𝜌
vi) 𝐶𝑣 vs Profundidade
vii) 𝑚𝑣 vs Profundidade
4. Obtenha valores estimados de (𝜎′𝑝 ) de vários testes in situ que podem ser usados para
fornecer estimativas de (𝜎′𝑝 ) ou 𝑂𝐶𝑅, que podem ser usados para avaliar (𝜎′𝑝 ) em pontos
específicos no perfil de subsolo ou como ferramentas de perfilamento para obter um perfil
mais contínuo de (𝜎′𝑝 ), como:
• Penetrômetro de Cone (CPT)
• Penetrômetro de Cone, Piezocone (CPTU)
• Dilatômetro plano (DMT),
• Pressurímetro (PMT),
(111)
• Dispositivo de corte de palheta de campo (FVT), e
• Correlações de valor SPT.
No entanto, as correlações de testes in situ fornecem apenas medidas indirectas
de (𝜎′𝑝 ) que devem ser transformadas usando funções derivadas empiricamente
ou outras funções derivadas teoricamente para produzir o valor estimado de (𝜎′𝑝 ).
O projectista geotécnico deve estar ciente da adequação do uso de um tipo
específico de instrumento, condições subterrâneas e tipo de solo e estar informado
a respeito das limitações.
𝑎 𝑏
𝐼 = 𝑓 (𝑧 , 𝑧 ), Figura 4-29.
(112)
Figura 4-29: Factores de influência na tensão vertical sob um aterro muito
longo (segundo NAVFAC, 1971 como reportado em Holtz e Kovacs, 1981)
(113)
Figura 4-30: Valores de influência para a tensão vertical sob os cantos de uma
carga triangular de comprimento limitado (segundo NAVFAC, 1971 como
reportado em Holtz e Kovacs, 1981)
(114)
4.3.5.3 Determinação do assentamento imediato
O assentamento imediato pode ser estimado usando a teoria do deslocamento elástico.
Os assentamentos imediatos calculados são geralmente esperados para serem concluídos
durante a construção do aterro.
1
𝑆𝑖 = ∑𝑖1 𝐸 (𝐼. 𝑞)𝑑ℎ Equação 4-90
𝑢
Onde
q = Tensão/pressão aplicada no subsolo (kPa).
dh = Espessura de cada camada (m).
Eu = Módulo de Young não drenado do subsolo (kPa)
I = Factor de influência
4𝑇𝑣
𝑈𝑣 = √ Equação 4-91
𝜋
𝐶𝑣 𝑡
Para 𝑇𝑣 = < 0.2
𝐻02
8 −𝜋2 𝑇𝑣
𝑈𝑣 = 1 − 𝜋2 𝑒𝑥𝑝 ( ) Equação 4-92
4
𝐶𝑣 𝑡
Para 𝑇𝑣 = > 0,2
𝐻02
(115)
Alternativamente, determine Cv a partir de testes de permeabilidade in-situ de
campo junto com mv a partir de testes de consolidação de edômetro de laboratório
e use a Equação 4-76.
(116)
4.3.5.8 Considerações da avaliação de estabilidade
O dimensionamento de aterros requer que a estabilidade do talude lateral e a capacidade
de suporte sejam avaliadas além do assentamento. Existem questões-chave que
influenciarão a abordagem da análise de estabilidade.
• Fiabilidade na investigação do local: Se a fiabilidade total na investigação não
for alcançada, uma abordagem conservadora será necessária para o factor de
segurança.
• Presença de solo mole: é necessário primeiro estabelecer se o local está coberto
por algum material mole, como lodo mole, argila ou turfa. A presença de lodo mole,
argila ou turfa exigirá uma análise de estabilidade em etapas. Os aterros nos solos
de fundação fracos frequentemente requerem análises detalhadas. A roptura pode
ocorrer se a altura crítica for atingida durante a construção.
• As restrições do local devem ser estabelecidas, pois terão impacto no talude do
aterro. O espaço disponível permitirá taludes mais planos, enquanto os locais com
restrições precisarão de teludes mais inclinados do que 1,5H:1V. Em geral, aterros
com 5 m ou menos de altura com 1,5H:1V ou taludes laterais mais planos podem
ser projectados com base na precedência anterior e na análise de engenharia,
desde que não haja problemas conhecidos de condições de solo, como solos
orgânicos e moles.
• Impacto nas estruturas próximas: Se os novos aterros são susceptíveis de criar
um impacto nas estruturas próximas ou pilares de pontes, por exemplo, espera-se
que a amostragem e testagem apropriadas e mais detalhadas, sejam realizados. É
necessária uma análise mais elaborada. O assentamento dos solos de fundação
induzido por cargas de aterro pode resultar em movimentos excessivos dos
elementos da infraestrutura.
• Presença de solos potencialmente liquificáveis: A análise sísmica é necessária
para avaliar os solos liquificáveis e pode ser necessária a melhoria do solo. Isso
terá impacto sobre as opções de técnicas de melhoria do solo.
(117)
A instabilidade potencial é devida ao peso total da camada da massa do solo (W
por unidade de comprimento) acima da superfície de falha A-B. Na falha, as forças
actuantes e resistentes agem da seguinte forma:
O movimento de força actuante consiste no peso do aterro. O momento de
acionamento é o produto do peso do aterro actuando através do seu centro de
gravidade vezes a distância horizontal do centro de gravidade ao centro de rotação
(Lw).
A força de resistência é a resistência ao corte total agindo ao longo do plano de
deslizamento. O momento de resistência é o produto da força de resistência vezes
o raio do círculo (Ls).
Para o equilíbrio, a resistência ao corte que deve ser mobilizada é a soma ao longo
da superfície da falha A-B. O factor de segurança (FS) contra a roptura é igual à
proporção entre os momentos de resistência e de actuação, conforme fornecido
abaixo.
(118)
Figura 4-31: Mecanismo de roptura de arco circular típico. Adaptado de US DOT
FHWA (2006)
3. Pelo menos dois tipos de planos de falha potencial devem ser verificados.
a) Circular (Bishop Modificado).
b) Método Não Circular ou de Cunha (Janbu modificado ou Morgenstern & Price
ou Sarma). Estes são baseados na satisfação do equilíbrio de forças, ao
invés de equilíbrio de momentos.
Nota:
• Normalmente, o Método de Cunha produzirá o FS menor em
comparação com o Método Circular.
• Deve seleccionar o limite adequado para a análise de cunha, se
possível, começar com métodos circulares para determinar a zona
potencial da falha.
• Quando os solos de suporte são homogêneos e profundos, a superfície
de falha se aproxima de um arco circular.
• Se o estrato mole for relativamente fino e sustentado por um
material muito forte, é provável que haja uma superfície de falha
plana.
(119)
O engenheiro geotécnico deve considerar as condições de contorno do problema
para determinar o método de análise mais eficaz. A Figura 4-32 mostra
problemas de estabilidade na forma de falhas rotacionais e deslizamento do
bloco que muitas vezes ocorrem quando o aterro é construído sobre solos
moles, como argilas e sedimentos de baixa resistência, e quando o solo da
fundação é sujeito a tensões excessivas durante ou imediatamente após a
construção.
Nos solos coesos, o teste triaxial não consolidado não drenado (UU) ou consolidado
não drenado (CU) ou corte de palheta de campo deve ser usado na análise de curto
prazo, enquanto o teste triaxial CU com medições de pressão de água dos poros
ou testes triaxiais consolidados drenados (CD) são usados para a análise de longo
prazo. Para solos granulares, os valores do ângulo de atrito efectivo a partir de
gráficos de resistência à penetração padrão (SPT) versus ângulo de atrito ou de
testes de corte directo são necessários para a análise.
(120)
b) Carregamento de sobrecarga de pelo menos 10 kPa (tráfego de construção) no
topo da pressão de actuação do aterro.
c) A magnitude do assentamento imediato (solo mole) deve ser incluída no EFH ou
GFH para simular o assentamento durante a construção para que a análise de
estabilidade não subestime o peso do aterro.
5. Geral para os parâmetros de resistência do material de aterro
predominantemente granular bem compactado é c '= 0 a 5kPa, ∅' = 28 ° a 30 °.
Recomenda-se realizar o teste de caixa de corte no material de aterro bem
compactado para obter parâmetros representativos
(121)
água dos poros e a componente
horizontal
(122)
• Reforço com geossintéticos (geotêxteis de alta resistência)
• Combinação das opções acima.
Opção 3
• Aterro empilhado usando sistema de laje (requer estacas de transição entre
aterro empilhado e não empilhado)
• Geo-espuma como enchimento leve, de poliestireno expandido (EPS)
• Colunas de pedra
• Substituição dinâmica (apenas se a argila mole for superficial)
Solos orgânicos
• geralmente altamente compressível e biodegradável.
• o assentamento de consolidação em alguns solos orgânicos pode ocorrer
rapidamente
• a compressão secundária pode resultar em grandes assentamentos que ocorrem
por muitos anos.
(123)
4.3.6.1 Construção em fases
Esta técnica é usada para permitir que as pressões da água dos poros em excesso se
dissipem e permitir que os solos da fundação ganhem resistência com cada fase da
construção, pois a dissipação da pressão da água dos poros aumenta a pressão efectiva.
Um aumento da pressão efectiva do subsolo resulta num aumento da resistência ao
cisalhamento. O procedimento envolve a colocação do aterro lentamente e em etapas. No
entanto, o método é aplicável quando é possível permitir a dissipação do excesso de
pressões de água dos poros dentro do tempo de construção disponível, o que depende da
permeabilidade do subsolo ser grande o suficiente ou da profundidade total dos estratos
compressíveis suficientemente finos. Diferentes abordagens são usadas para avaliar a taxa
de colocação do aterro e o ganho de resistência necessário em vários tipos de solos de
fundação.
Para a construção em etapas, a análise da tensão total e a análise da tensão efectiva são
as duas abordagens gerais usadas para avaliar os critérios usados durante a construção
para controlar a taxa de colocação de aterro e permitir que o ganho de resistência
necessária ocorra nos subsolos moles. Para a abordagem de tensão total, a taxa de
construção do aterro é controlada por meio do desenvolvimento de um cronograma de
alturas máximas de colocação das camadas de aterro e períodos de atraso intermédios de
construção do aterro. Somente quando a quantidade desejada de consolidação ocorrer é
que a colocação da próxima camada de aterro pode começar.
Por outro lado, na abordagem da tensão efectiva, o aumento da pressão dos poros abaixo
do aterro no subsolo mole é monitorado e usado para controlar a taxa de construção do
aterro. O aumento da pressão dos poros não pode exceder um valor crítico, que é a taxa
entre a pressão dos poros e a tensão total de sobrecarregamento. Isso garante a
estabilidade do aterro durante a construção. O valor crítico é geralmente controlado no
contrato. O aumento da pressão dos poros causado pela tensão de consolidação é medido
usando transdutores de pressão dos poros, normalmente localizados em locais-chave
abaixo do aterro. A instrumentação típica consiste em inclinômetros de talude para
monitorar a estabilidade, piezômetros para medir o excesso de pressão da água dos poros
e dispositivos de assentamento para medir a quantidade e a taxa de assentamento. A
Figura 4-33 mostra o conceito de cálculo da consolidação percentual na construção em
etapas.
(124)
consolidar, enquanto o subsolo mole e as camadas anteriores já tiveram tempo para reagir
ao aumento da tensão devido as camadas aplicadas anteriormente. A Figura 4-33 é uma
ilustração simplista, de uma média ponderada da consolidação percentual ocorrida para
cada etapa até o momento em questão, que deve ser utilizada para determinar a
consolidação percentual média do subsolo devido ao peso total do aterro. Em geral, é
melhor escolher uma altura da camada e o incremento do período de atraso tão pequeno
quanto possível.
A espessura da camada que pode ser colocada nos solos fracos não deve induzir a roptura
do solo. Os incrementos da altura de enchimento variam de 60 cm a 120 cm e os
incrementos de período de atraso variam de 10 a 30 dias. Conforme proposto na
Seção 4.3.7, programas de computador são usados para definir a altura do aterro
colocada durante cada estágio e a taxa em que é colocado, junto com o tempo de
assentamento e a percentagem de consolidação necessária para a estabilidade. No
entanto, a abordagem de passo a passo na Secção 4.3.5.7 pode ser usada para
determinar manualmente a altura do aterro.
A Figura 4-34 mostra os princípios do método de construção em fases. Mostra a evolução
dos diferentes parâmetros em cada etapa à medida que o aterro é adicionado, o aterro
começa a se consolidar, enquanto o subsolo mole e os aterros anteriores já tiveram tempo
de reagir ao aumento da tensão devido aos aterros aplicados. Um intervalo de tempo
passa para permitir algum ganho de resistência a partir da consolidação antes da próxima
camada ser colocada e o procedimento é repetido até que a altura total seja atingida.
(125)
Tanto a resistência inicial não drenada do solo mole quanto a sua taxa de crescimento com
o tempo devido à consolidação sob cargas aplicadas devem ser estimadas para controlar
a construção por etapas. Para cada etapa, determine o ganho de resistência não drenada
como se segue:
σH
δ= Equação 4-97
E
Onde
𝛿 Assentamento
𝜎 aumento da tensão devido ao aterro
H espessura da camada compressível
E módulo = 1/mv
mv coeficiente de compressibilidade
Isto é baseado nos dados monitorados, da deformação lateral máxima observada abaixo
da ponta do aterro e do assentamento máximo observado abaixo do centro do aterro. A
deformação lateral máxima abaixo da ponta do aterro é de aproximadamente 0,28 vezes
o assentamento máximo observado abaixo do centro do aterro no final do estágio de
carregamento
O material utilizado na construção em fases de aterros ou enchimentos, deve ter boa
graduação granulométrica, capaz de ser bem compactado e não deve conter materiais
orgânicos, como raízes de árvores e argilas saturadas e solos altamente orgânicos são
considerados inadequados. De acordo com a Tabela 3-15 e a Secção 4.3.5.11, o material
altamente desejável para o enchimento de aterro varia de solos granulares bem graduados
(areia e saibro) até os solos de tamanhos mais finos (lodo e argila), que são menos
desejáveis. Isso inclui solos com mais de 5% em peso de materiais orgânicos, uma
dilatação de mais de 3% (por exemplo, argilas pretas) e argilas com um índice de
plasticidade acima de 45 ou um limite de líquido acima de 90.
(126)
As desvantagens da construção em estágios incluem a necessidade de instrumentação no
solo e o monitoramento regular dos dados. O processo requer mais tempo de construção.
Os factores críticos que regem o dimensionamento de aterros rodoviários são:
estabilidade, assentamento total/diferencial e tempo de assentamento. Nas situações em
que os dados monitorados revelam que as condições para a construção em estágios não
são atendidas, por exemplo, a taxa de assentamento é mais lenta e que os assentamentos
totais não podem ser reduzidos, o método pode ser usado em conjunto com outras
técnicas, conforme discutido nas secções a seguir abaixo.
(127)
4.3.6.4 Aterros leves
O uso de aterros leves é outra opção para melhorar a estabilidade do aterro. As condições
em que a sua aplicação é apropriada são: a redução das forças actuantes que contribuem
para a instabilidade e a redução do assentamento potencial resultante da consolidação de
solos de fundação compressíveis. O Geo-espuma como um exemplo de aterros leves, tem
aproximadamente 1/100 do peso do solo do aterro convencional e, como resultado, é
particularmente eficaz na redução de forças actantes ou potencial de assentamento. Os
aterros leves são raramente usados devido aos altos custos ou outras desvantagens do
uso desses materiais. Uma variedade de materiais pode ser usada como aterro leve, como:
• Aterro de poliestireno expandido (blocos "geo-espuma"),
• Agregados leves (xisto expandido, solite, norlite, pedra-pomes, escória de alto-
forno, cinzas volantes),
• Pneus de borracha em tiras,
• Aterro de betão leve. Este é um material geotécnico de engenharia com uma
relação de resistência/densidade única que pode ser usado para reduzir cargas em
solos moles de fundação, estruturas enterradas ou muros de contenção. O aterro
de betão leve consiste numa matriz de cimento contendo vazios de ar
uniformemente distribuídos e não interconectados introduzidos por um agente
espumante. A fluidez e as propriedades cimentícias desse material fornecem um
produto autonivelado e não requer compactação. O aterro de Betão Leve tem uma
densidade que é de 25% - 35% do solo típico de aterros.
(128)
Figura 4-35: Dimensionamento da Contra-berma, de NAVFAC (1982) em Hunt
(1984)
As inclinações das bermas das pontas são geralmente mais suaves do que os taludes
laterais do aterro, mas a própria berma deve ser verificada quanto à estabilidade. O uso
de bermas pode aumentar a magnitude dos assentamentos como consequência do
aumento do tamanho da área carregada. As bermas da ponta aumentam a resistência ao
cisalhamento da seguinte maneira:
• Ao adicionar o peso e, assim, aumentar a resistência ao corte de solos granulares
abaixo da área do pé do aterro;
(129)
• Adicionando materiais de alta resistência para a resistência adicional ao longo das
superfícies de falhas potenciais que passam pela berma da ponta;
• Criando uma superfície de falha mais longa, adicionando assim mais resistência ao
corte, pois a superfície de falha deve passar por baixo da berma da ponta e não do
aterro e da berma.
(130)
para o aterro específico. É importante monitorar o desempenho de um aterro e do subsolo
que o sustenta durante e após a construção.
Frequentemente, há uma tentativa de reduzir o potencial assentamento pela compactação
do solo de fundação, mas esse processo é caro e por razões práticas raramente é aplicado.
Em vez disso, os métodos mais comumente usados para mitigar o assentamento incluem
aceleração usando sobrecargas e drenos de pavio, aterros leves e remoção e substituição
como foi o caso descrito para a estabilidade.
(131)
∆𝑈 ∆𝑈
Onde 𝐴 = e𝐵=
∆𝜎1 ∆𝜎3
4. Medir a pressão dos poros do campo com o piezômetro para verificar os valores
calculados;
5. Usando o caminho de tensão efectiva definido no teste triaxial, determine os
valores da pressão dos poros e dos parâmetros A e B. Em geral, os testes triaxiais
devem ser realizados na tensão de confinamento inicial (σ0'). O terceiro ponto no
teste triaxial é normalmente realizado em 4𝜎0 .
(132)
Figura 4-37: Uso de drenos verticais para acelerar o assentamento (NCHRP,
1989)
(133)
Figura 4-38: Remoção e substituição
(134)
A compressão lateral dos solos de fundação pode ocorrer se os solos forem moles e se a
sua espessura for menor que a largura do talude da extremidade do aterro. Atenção
também deve ser dada ao peso do aterro atrás do muro, pois irá impor pressão lateral do
solo nas estacas e não deve exceder o ponto de cedência (py) da argila dado pelo seguinte:
𝑝𝑦 = 3𝑐𝑢 Equação 4-99
A Equação 4-99 é usada como critério para avaliar quando é necessária atenção especial
às tensões de flexão excessivas.
Para analisar o problema, uma distribuição triangular da pressão lateral do solo é
assumida, em que o valor máximo da pressão lateral pH ocorre no centro da camada de
argila e dado por:
𝑝𝐻 = 𝐾0 𝜎𝑧 𝐵𝑤 Equação 4-100
As sobrecargas podem ser usadas nas áreas de pilares de pontes localizadas em solos
como lodos soltos, areias finas e lodos argilosos que se consolidam rapidamente. Ao pré-
carregar a área de encosto, é possível reduzir o assentamento da estrutura a um valor em
que uma sapata superficial da fundação pode ser usada em vez de estacas.
(135)
4.4.2 Muros de contenção
Muros de contenção são usados em locais de corte e aterro onde o espaço não permite
que um talude autónomo de terra (natural) se estenda até o terreno original. Os muros
de contenção também são usados onde o talude na vertente é muito inclunada para formar
um talude de aterro estável. Os muros de contenção também podem ser necessários na
base de um aterro de acesso da ponte. Tradicionalmente, esses muros são de betão
armado (gravidade ou consola), aço ou escoras de betão pré-moldado, gabiões de cesto
de arame enchidos com pedra, folhas de aço ou estacas de aço e muros de retardamento,
os quais fornecem suporte externo para a massa do solo retida.
Várias inovações nos tipos de muros de contenção estão disponíveis, incluindo o uso de
características inerentes de solo retido ou reforçado como parte do sistema de suporte.
Os muros de gravidade derivam a sua capacidade de resistir às cargas laterais por meio
do peso morto do muro. O tipo do muro gravidade inclui muros de gravidade rígidos,
muros de terra mecanicamente estabilizadas (MSE) e muros de gravidade modulares pré-
fabricados. Os muros de semigravidade são semelhantes aos muros de gravidade, excepto
que eles dependem dos seus componentes estruturais para mobilizar o peso morto de um
aterro para derivar a sua capacidade de resistir as cargas laterais. A terminologia mais
comum associada ao dimensionamento de estruturas de semigravidade é dada na Figura
4-41.
(136)
2. Temporário: um sistema temporário é projectado para fornecer suporte
estrutural durante a construção e é removido quando a construção é
concluída.
3. Provisório: um sistema provisório é idêntico a um sistema temporário em
funcionamento, excepto que permanece no lugar (embora não forneça mais
uma função estrutural) porque a sua remoção seria prejudicial para a obra
acabada.
(137)
Figura 4-42: Diagrama de forças de um muro de contenção gravitacional (Hunt,
1986)
Onde:
PA Resultante da pressão activa do solo
Pp Resultante da pressão passiva do solo (fornecendo resistência ao deslizamento)
W Peso do muro (proporcionando estabilidade)
Ws Peso da cunha de solo
d Distância ao centro de Ww (momento induzido)
R Resultante na base do muro usada para determinar a pressão da base
d3 Distância ao ponto de aplicação da resultante Pp
c. Gabiões
Os gabiões são estruturas de contenção estabilizadas externamente compostas por
cestos de arame torcidos ou soldados que são divididos por diafragmas em células,
incluindo o enchimento do cesto com pedra. Os gabiões são mais aplicáveis quando
construídos em novos aterros assim como nos alargamentos de aterros. A
(138)
estabilidade desses sistemas é alcançada pelo peso dos cestos cheios de pedra
resistindo às forças de derrube e deslizamento geradas pelas tensões laterais do
material retido.
Os gabiões são reforçados nos cantos por arame de maior dimensão e diafragmas
de malha que os dividem em compartimentos. O arame deve ser galvanizado e, às
vezes, revestido em PVC para maior durabilidade. Os cestos geralmente têm uma
malha hexagonal dupla-torcida, o que permite que a parede do gabião se deforme
até uma certa ponta sem que as caixas quebrem ou sofram perda significativa de
resistência.
(139)
A Tabela 4-15 apresenta os tamanhos padrão dos gabiões de malha de arame de
aço hexagonal e colchões de rebite atendendo aos requisitos de SANS 1580: 2010.
(140)
A Figura 4-44 mostra um exemplo de muro de contenção ancorado. As âncoras são
geralmente usadas onde é difícil obter embutimento suficiente para fornecer o suporte em
consola para um muro de contenção. As âncoras recebem sua resistência por serem
fixadas numa barra de apoio, como mostrado na Figura 4-44a, ou por serem betonadas
no solo ou rocha, como na Figura 4-44b. Os muros de contenção ancorados não devem
ser usados quando elementos, que não seja a drenagem da estrada ou outras
características da estrada, devem ser construídos dentro da zona de influência do sistema
de ancoragem. A orientação para determinar as propriedades do dimensionamento, como
espaçamento, é fornecida na Tabela 4-10.
(141)
Tabela 4-16: Adequação de sistemas de suporte de muro
Tipo de muro Condições mais Desvantagens
apropriadas
(142)
a. Sistemas de Solos Estabilizados Mecanicamente (MSES)
Os muros de contenção de Solo Estabilizado Mecanicamente (MSE) empregam
reforços de tracção metálicos (inextensíveis) ou poliméricos (extensíveis) na massa
do solo e um elemento de revestimento vertical ou quase vertical (ver Figura 4-45).
MSES são preferidos em vez de sistemas de solos não estabilizados onde o solo
fraco de fundação é encontrado, pois eles podem tolerar grandes assentamentos
diferenciais e assentamentos verticais gerais. Os muros do MSES podem ser
construídos em situações de corte e aterro, mas são mais apropriadas para locais
do aterro e normalmente são utilizadas para muros com altura entre 3 e 12 m, mas
tecnicamente viável para alturas superiores a 30 m. Eles fornecem uma maior
resistência ao carregamento sísmico do que as estruturas de muros de betão
rígidos.
Os muros do MSES não devem ser usados onde a erosão ou lavagem na planície
de inundação podem fragilizar a massa reforçada de solo, a menos que o muro
tenha a fundação a uma profundidade suficiente ou protecção adequada contra o
desgaste, seja fornecida para prevenir a erosão ou desgaste.
(143)
entanto, para alargamento e reconstrução de estradas existentes (Figura 4-46c). O
uso de taludes íngremes reforçados para alargar as estradas melhora a estabilidade
da massa, elimina a área de servidão adicional e muitas vezes acelera a construção.
A orientação no método de análise para avaliar os parâmetros de dimensionamento
para o reforço é apresentada abaixo nos modos de falha para aterros de solo
reforçado e na Tabela 4-10.
Os taludes de solo reforçado não devem ser usados onde a erosão da planície de
inundação pode fragilizar a massa do solo reforçado. Eles não devem ser usados
onde serviços públicos, drenagem ou outro recurso devem ser construídos dentro
da zona reforçada, a menos que a sua instalação possa ser adequadamente
coordenada.
(144)
superfície de roptura passa por trás e por baixo do solo reforçado. A roptura
composta ocorre quando a superfície de roptura passa por atrás e pela massa de
solo reforçado (Figura 4-47).
Figura 4-47: Modos de roptura para aterros de solo reforçado. US DOT FHWA,
2001)
(145)
PASSO 3: Determine as propriedades do aterro reforçado e, se diferente, o
aterro retido, a saber, a granulometria e índice de plasticidade,
características de compactação (γdry ± 2% do teor de humidade ideal e ωopt),
espessura da camada compactada, parâmetros de resistência ao
cisalhamento (cu e ϕu , ou c' e ϕ'), e a composição química do solo (pH).
O manual FHWA NHI recomenda RFID = 1,1 a 3,0, RFCR = 1,6 a 5,0 e RFD
= 1,1 a 2,0.
O GRSS não deve ser usado nos 2 m superiores de um aterro se houver expectativa
de trabalho significativo de utilidade futura.
(146)
retido. As pregagens do solo são barras de aço ou tendões instalados para reforçar ou
fortalecer o solo existente.
Os muros de pregagem do solo são usados para apoiar o solo existente para uma situação
de corte. As pregagens do solo são instaladas num aterro ou escavação à medida que a
construção prossegue da superfície do solo existente até o fundo proposto da escavação.
No processo de pregagem do solo cria -se uma seção reforçada que é estável e capaz de
reter o solo atrás dela.
(147)
• Para pregagens de solo, o factor de segurança mínimo de construção deve ser 1,2
para muros não críticos e 1,35 para muros críticos, tais como os que sustentam os
pilares ou encontros.
A Tabela 4-17 resume os factores mais importantes relacionados a cada um dos diferentes
sistemas de suporte lateral e fornece um guia para avaliar a adequação de um sistema
para o projecto específico. Os diferentes sistemas de suporte lateral apresentados acima
são classificados como muros embutidos ou solos reforçados. O muro embutido usa um
muro estrutural externo contra o qual as forças estabilizadoras são mobilizadas, inclusive
da pressão passiva. Os muros que não são embutidos para estabilidade são estabilizados
internamente pela instalação de elementos de reforço que se estendem além de qualquer
superfície de potencial roptura e não dependem significativamente da pressão passiva do
solo para a sua estabilidade.
(148)
Tabela 4-17: Detalhes dos sistemas de suporte lateral (Franki)
Tipo Tamanho Espaçame Suporte Profundidad Capacida Custo de Custo Poluição Área Flexibilidade Água e
Nominal nto Secundário e Máxima de de Estabeleci por m2 Sonora Necessária em Caso de Roptura
(mm) Nominal Adicional Normal que Carga mento do local Obstrução
(metros) pode ser Vertical
Suportada
MUROS EMBUTIDOS
Estacas - Pelos Contínua Nenhum Consola: 3 Mau Médio Alto Alto Médio Mau Bom
pranchas detalhes do
Metálicas fornecedor Escorado: 10
Ancorado: 15+
Estacas - Pelos Contínua Nenhum Consola: 3 Razóvel Médio Alto Alto Médio Razóvel Bom
pranchas detalhes do
de Betão fornecedor Escorado: 10
Ancorado: 15+
Metálicas Seção H 1 – 2,5 Revestiment Consola: 3 Razóvel Médio Médio Alto se Médio Razóvel Mau
Soldadas padrão, RSJ o de madeira dirigido,
ou perfis de ou gunite Escorado: 10 senão
canal Ancorado: 15+ baixo
Estacas 300 – 1200 1 – 2,5 Gunite Consola: 4 – 5 Bom Médio Médio Baixo Médio Razóvel a Bom Mau
Soldadas diâmetro
de Betão Escorado: 10
Ancorado: 25+
Muros de 300 – 1200 0,5 – 1,0 x Nenhum Consola: 4 – 5 Bom Médio Alto Baixo Médio Razóvel a Bom Razóvel a Bom
Estacas diâmetro diâmetro
Contíguas Escorado: 10
e Ancorado: 25+
Secantes
Muros de Largura Contígua Nenhum Consola: 4 - 5 Bom Alto Alto Baixo Grande Razóvel a Bom Bom
diafragma 400 – 500,
Escorado: 10
600,
Ancorado: 25+
800, 1000,
1200, 1500
(149)
Estacas de 300 – 1200 3-8 Âncoras 5 – 20 -- Médio Médio Baixo Grande Razóvel a Bom Bom
suporte diâmetro possíveis
Âncoras 165 1,5 - 5 Estacas < 30 -- Médio Médio Baixo 5 – 6 m de Bom Usar barra oca
Pós- perfilagem em solo pobre
tensionad
as
Estacas de 500 – 1500 Varia Varia -- Bom Médio Médio a Baixo Médio Mau Bom (cravado)
âncora Alto Mau
(perfurado)
SOLOS REFORÇADOS
Geo- 80 – 125 1,0 – 2,0 Gunite 12 Mau Baixo a Baixo a Baixo Pequeno Bom Mau
Pregos diâmetro Vertical e Médio Médio
horizontal
Microestac 80 – 250 0,5 – 1,0 Nenhum ou 8 Bom Médio Médio a Baixo Pequeno Bom Razóvel
as diâmetro gunite Alto
Reticulada
s
Cavilha de 450 – 1500 1,0 – 3,0 Nenhum ou 8 Bom Médio Médio a Baixo Médio Mau Bom (cravado)
Solo diâmetro gunite Alto Mau
(perfurado)
(150)
4.5 Taludes de estradas
Os taludes à beira da estrada são definidas como taludes de corte ou de aterro, ou taludes
naturais adjacentes. A Figura 4-49 fornece detalhes da terminologia usada na definição
dos taludes, tanto dentro assim como fora da Faixa de Servidão, mas que pode influenciar
a estabilidade da estrada. Os taludes naturais instáveis e de corte, costumam criar um
problema considerável para os usuários da estrada.
Figura 4-49: Terminologia comumente usada para definir uma estrada e taludes
associados
(151)
como rebaixamento rápido (Figura 4-50). Esta condição pode ocorrer nos taludes
adjacentes a um reservatório, rio ou canal após um longo período de acumulação de
chuva, redução planeada de água por meio de estruturas de controle ou falha da estrutura
de represamento de água.
O rebaixamento rápido é mais prevalecente em taludes argilosos, nos quais as pressões
de água dos poros em excesso não se dissipam à medida que a água recua, mantendo
assim a resistência ao cisalhamento geral baixa.
As análises de estabilidade realizadas para avaliar esta situação devem modelar o aterro
como sendo saturado até ao nível alto da água e devem ser realizadas usando parâmetros
de tensão efectiva para solos de fundação e materiais de aterro, juntamente com um
conhecimento profundo de pressões de água dos poros e de infiltração.
(152)
características dos materiais do talude e são geralmente especificadas em manuais de
dimensionamento e terraplenagens.
(153)
talude subjacente, cada um com propriedades de materiais significativamente diferentes,
estão envolvidos. Além disso, a seção transversal dos aterros em terrenos acidentados é
diferente do terreno plano, visto que geralmente são construídos apenas num lado da
estrada. Portanto, a estabilidade e os ângulos de inclinação lateral do aterro são muitas
vezes projectados com base na experiência local, com base nas propriedades do material
que forma o aterro.
O tipo de material (rocha ou solo e os parâmetros de resistência de cada um) que será
usado desempenha um papel crítico ao decidir os ângulos de talude do aterro para o
dimensionamento sem análise de estabilidade. A Tabela 4-18 mostra ângulos de talude de
aterro preliminar ou provisório com base nos tipos de materiais.
(154)
Em aterros altos, bermas de até 5 m de largura podem ser construídas para dar acesso
aos taludes laterais para a manutenção ou controle de drenagem superficial. Eles também
são importantes para evitar a erosão, desde que a água superficial que recolhem seja
devidamente controlada. Degraus ou chavetas de corte cortadas no talude vertente antes
da construção do aterro (Figura 4-53) aumentam a resistência à falha ao longo da interface
natural de terreno- aterro.
(155)
As informações necessárias para o dimensionamento de taludes de corte incluem a
natureza e a resistência dos materiais que serão escavados, as condições do lençol
freático, as inclinações dos estratos rochosos, o grau de desgaste e a extensão das juntas
ou quaisquer outras deficiências potenciais.
A estabilidade de um talude de corte pode ser aumentada através do uso de uma série de
técnicas, incluindo:
• Achatamento do talude. Deve haver uma área de servidão suficiente disponível.
O achatamento do talude geralmente se mostra mais eficaz para solos granulares
com uma grande componente de atrito. Perfis de inclinação única geralmente são
cortados em solos densos com resistência suficiente contra falhas. A sua altura
costuma ser limitada a 6 m.
• Taludes de bancada. Estes são mais eficaz para solos coesos. A bancada também
reduz a quantidade de face exposta ao longo de um talude, reduzindo assim a
erosão.
(156)
Figura 4-54: Banco de talude de corte (Hunt, 1986)
(157)
A Tabela 4-19 resume os ângulos de inclinação de corte para uso num projecto preliminar.
Esses ângulos de inclinação são indicativos e requerem avaliação específica do local.
Tabela 4-19: Taxas de declive de corte do solo (H:V) para fins de projecto
preliminar
Tipo de material Altura total de declive de Observação
corte (m)
3–6 6 - 10 10 - 15
Solos argilosos residuais 1:1 1:1 2:1 Considere a escada quando a
altura do talude for superior a 6
m. A cobertura vegetal é
altamente recomendada
Solos pesados de argila 1.5:1 2:1 --- Manter o talude seco é
plástica --- extremamente importante
Solos granulares com 1.5:1 2:1 --- Mantenha uma inclinação
algumas argilas --- constante. Drenagem e
vegetação adequadas são
necessárias
Solos densos 0,75:1 1,5:1 2:1 Reduza a porção superior para
transportados 1:1 para limitar a formação de
(paralelepípedos ravinas ou alargamento
subangulares, saibro e
areias numa matriz
fina)
Solos densos, solto a 1:1 1,5:1 2:1 Cubra o talude com relva e
médio transportados outras plantas apropriadas e
(pedras, mantenha o talude seco.
paralelepípedos sub-
angulares e saibro
numa matriz fina) ou
tálus
(158)
A área de queda é uma área não percorrida entre a estrada e o talude do corte, com
requisitos mínimos de largura, profundidade e inclinação. As dimensões mínimas devem
ser determinadas com base na inclinação e altura do talude de corte da rocha. A
profundidade da área de queda varia com a configuração do talude.
A boa prática requer uma meta de 90% de contenção de rocha na área de captação para
todos os taludes de rocha novos e reconstruídos. Essa meta pode não ser alcançável em
todos os casos devido ao custo, razões ambientais ou outros factores. A profundidade da
área de captação pode ser alcançada de várias maneiras, incluindo escavação e/ou
colocação de estruturas de contenção adequadas na berma da estrada. Onde os taludes
têm inclinações planas do que 0,75:1, e onde o tamanho previsto de uma única rocha é
inferior a 0,6 m de diâmetro, as vedações de rede de arame podem ser consideradas como
um substituto para a profundidade da queda.
Desvios temporários podem exigir a construção de taludes de rocha e áreas de queda. As
áreas de queda devem então ser projectadas para capturar ou reter pelo menos a
quantidade de queda de rocha que estava disponível antes da construção, para locais que
foram anteriormente uma área de actividade de queda de rocha. Qualquer desvio que
reduzirá a área de precipitação colocará os motoristas em risco e, o talude da rocha e a
área de precipitação devem ser projectados para, no mínimo, não aumentar o risco para
o público. As medidas de mitigação adicionais, juntamente com viagens só de ida,
velocidade de viagem reduzida na zona de queda de rochas e distâncias de visibilidade
aumentadas podem ser necessárias para reduzir o risco para o público. O projectista deve
abordar todas essas questões no processo de dimensionamento.
4.5.4.2 Bancadas
Para a maioria dos projectos de taludes de rocha, as bancadas devem ser evitadas. A
necessidade de bancadas será avaliada nas investigações geológicas e geotécnicas e
descrita nos relatórios resultantes. A configuração da bancada pode ser controlada pela
necessidade de realizar a manutenção periódica que requer acesso à bancada. Os taludes
de solo e de rocha podem precisar de uma modificação com bancadas para se adequar ao
meio ambiente ou por preocupações de segurança e económicas. A seguir estão algumas
aplicações apropriadas de bancadas.
• A bancada pode melhorar a estabilidade do talude onde inclinações contínuas não
são estáveis.
• Onde a manutenção devido a descamação do solo sobrecarregada pode ser
antecipada, uma bancada fornecerá acesso e espaço de trabalho no contacto da
rocha sobrecarregada;
• O desenvolvimento de uma bancada de acesso pode facilitar a construção onde o
topo do corte começa num local intermédio do talude.
• Nos cortes muito altos, bancos podem ser incluídos por razões de segurança onde
a queda de rocha é esperada durante a construção.
• Onde necessário, as bancadas podem ser localizadas para interceptar e direcionar
o escoamento da água superfícial e infiltração de água subterrânea para uma
instalação de colecta apropriada, conforme mostrado na Figura 4-54.
• Todos os bancos devem ser construídos para permitir o acesso de manutenção
(159)
b) Remoção de rochas:- redução das forças motrizes pela remoção de rochas soltas,
ver Figura 4-57.
c) Protecção:- construção de estruturas para proteger a estrada de quedas de
rochas, ver Figura 4-58.
cA+Ntanϕ
= Equação 4-101
S
cA+(Wcosψp −U−Vsinψp ) tanϕ
FS = Equação 4-102
Wsinψp +Vsinψp
(160)
Figura 4-55: Forças condutoras e de resistência num talude rochoso (Willey,
1991)
(161)
Um dos métodos de remoção da rocha mais comuns usados é achatar a inclinação a um
ângulo suficiente para evitar que as rochas deslizem/caiam. Isso se aplica quando o
objectivo é eliminar totalmente todo o potencial de queda de rochas no futuro. Isso
geralmente é realizado por técnicas de detonação. As considerações para o achatamento
de uma inclinação incluem a condição de talude existente, ângulo de inclinação, orientação
de descontinuidades dentro da rocha, disponibilidade da área de servidão e volume total
de rocha a ser removido.
A protecção com rede é um método comumente usado para prender rochas instáveis na
superfície da encosta, colocando fios ou rede de cabos na encosta. Isso ajuda a unir as
massas soltas de rocha, criando uma massa coesa que melhora a estabilidade da face da
rocha. Outras estruturas de protecção incluem:
• Cortina de malha de arame;
• Contraforte de rocha
• Corrimão da Viga Thrie/muro da Rocha de Viga Corrugada
• Muro de Captação de Cabo de Aço (Figura 4-58)
(162)
Figura 4-58: Muro de Captação de Cabo de Aço (NYSDOT, 2013)
Os muros de captação de cabo de aço são projectados para funcionar como sistemas de
absorção de energia que podem resistir o impacto das rochas que atingem o sistema,
enquanto dissipam a energia da rocha onde a rocha pode cair na base do muro ou passar,
no caso de sistema de cortinas atenuantes (sistema de muro híbrido de queda de rochas).
Um dos métodos de construção de estruturas para proteger a estrada da queda de rochas,
é a construção de valas de queda de rochas. Valas de captação bem projectadas são
provavelmente a forma mais eficaz de controlo da queda de rochas. As dimensões mínimas
devem ser determinadas com base na inclinação e altura do talude de corte da rocha. A
área de captação fornece uma área de recolha para a rocha caída e também fornece zonas
de recuperação para veículos errantes e facilita a drenagem de água. As melhorias nas
valas de captação incluem o alargamento da vala, o aumento da profundidade da vala e a
modificação do ângulo da proa da vala em direcção ao corte/declive da rocha.
A Figura 4-59a mostra uma representação de rochas caindo de uma inclinação de 4V: 1H
de 24,4 metros de altura e impactando numa área de captação plana e rolando na distância
na Figura 4-59b. Os caminhos de queda de rochas preferidos mais comuns para este
declive são indicados como ‘A’, ‘B’, ‘C’ e ‘D’. Pelo menos dois factores são essenciais para
o desenvolvimento de caminhos preferidos para a queda de rochas: a presença de
caracteristícas de lançamento e o aumento da altura do talude. A distância de impacto é
definida como a distância do talude medida desde a base do talude de corte de rocha até
o ponto onde uma rocha em queda atinge o solo pela primeira vez.
O declive de uma área de captação, seja de fundo plano ou inclinado, tem apenas uma
ligeira influência sobre onde uma rocha caindo primeiro impactará a área de captação. Em
outras palavras, o ponto de impacto de uma queda de rocha pode ser fortemente
influenciado por irregularidades do talude de corte, comumente referidas como
"características de lançamento".
A distância de lançamento é definida como a distância do talude, medida entre a base do
talude de corte e o ponto mais distante que a rocha atinge a partir da base do talude,
Figura 4-59b.
(163)
Figura 4-59: Percursos de queda de rochas e distância de lançamento (Pierson
et al., 2001)
As rochas que caem ao longo do caminho 'A' não encontram o talude até pouco antes do
impacto, resultando em distâncias de impacto menores medidas a partir da base do talude
de corte. As rochas que seguem o caminho 'B' atingem o talude em dois lugares, mas não
atingem as características de lançamento, resultando assim numa distância de impacto
menor.
Aquelas que encontram características de lançamento no taluded são empurradas para
mais longe do talude e seguem caminhos semelhantes a ‘C’ ou ‘D’. Rochas “lançadas”
tendem a ter maiores distâncias de impacto, aumentando a propagação ou dispersão dos
impactos registrados em comparação com rochas que não atingem as características de
lançamento. As características de lançamento mudam a queda vertical de uma rocha para
o deslocamento horizontal. Normalmente, quanto maior for a velocidade da rocha quando
ela atinge uma característica de lançamento, maior é o deslocamento horizontal.
De acordo com a Figura 4-59b, há dois resultados quando a rocha cai: (i) a rocha não se
move além do ponto de impacto, posição 'A'. Para este caso, a distância de lançamento é
igual à distância de impacto. Este resultado inclui rochas que rolam para trás em direção
à ponta do talude a partir do ponto de impacto; (ii) a rocha impacta na posição 'A', depois
rola em direção à estrada atingindo uma distância máxima da base do talude na posição
'B'. Neste caso, a distância de lançamento é maior que a distância de impacto.
A área de captação da rocha inclui a área plana da vala mais o declive interno que termina
na berma (Figura 4-60). A inclinação interna normalmente varia entre 1V: 6H e 1V: 4H.
(164)
Figura 4-60: Diagrama de Talude de corte da rocha (MnDOT, 2017)
Nota:
Apenas pessoal qualificado e experiente de engenharia de taludes de rocha
deve executar o dimensionamento geral do talude de rocha e da área de
captação. Compreender as forças que desencadeiam as quedas de rochas é um
passo importante em direção à mitigação, em vez de tentar prever.
(165)
Os ângulos de inclinação de corte são normalmente derivados de uma avaliação das
características da massa rochosa, que pode ser obtida a partir de uma combinação de
medições feitas de faces da rocha-mãe expostas e uma avaliação de carotes da rocha. A
análise e as recomendações finais são baseadas em vários factores diferentes, incluindo:
• Tipo de rocha;
• Orientação e frequência de descontinuidades (leito, juntas, fracturas)
• Altura de corte
• Desgaste
• Presença de material erodível
• Orientação da estrada
• Faixa de servidão
• Estética
Nesse caso, muitas vezes é desejável cortar a rocha fraca num declive acentuado,
como 4V: 1H, e direcionar o escoamento para longe da face o máximo possível.
Nos tipos de rocha dura, técnicas de detonação controlada são necessárias para a
modelagem final da face de corte. A largura padrão da vala deve ser de 4 m, com
profundidade de 1,33 m. Usando uma inclinação interna padrão de 1V: 6H ou 1V:
4H, a área de captação de rocha resultante (largura da vala + inclinação interna)
seria de 3 ou 9 m, respectivamente. Taludes compostos, constituidos por rochas
fracas e duras (particularmente com duras sobrepostas a fracas) são suscetíveis à
erosão diferencial e requerem consideração cuidadosa. Normalmente, a camada de
rocha dura será achatada 3 m da face da rocha fraca subjacente, com uma bancada
impermeável construída no topo da camada da rocha fraca.
(166)
c) Cortes altos de rocha
(167)
1. Colecta preliminar de dados geológicos
através de fotografias aéreas, mapeamento
superficial e carotes de furos
7. Instalação de
5.Investigação 6. Testes de corte de piezómetros nos furos de
geológica detalhada superficies de perfuração para
das áreas de declives descontinuidade - estabelecer padrões de
críticos com base no particularmente se fluxo de água
mapeamento forem cobertas pela subterrânea, pressão e
superficial e registo argila ou polidas. monitorar mudanças de
de caroter de níveis de água
perfuração. subterrânea durante e
depois da construção
8. Re-analise as áreas criticas do declive com base na informação detalhada a partir dos passos
5, 6 e 7 usando técnicas de limites de equilíbrio para calcular, plano e cunhas deslizantes.
Examinar a possibilidade de outros tipos de falhas induzidas por desgaste, quedas ou danos
devido a dinamitação.
(168)
4.5.4.5 Ocorrências de falhas e remediação
As análises de estabilidade de taludes rochosos consistem principalmente em duas fases,
a primeira direccionada para o risco global de estabilidade dos taludes e a segunda para
o risco de queda de rochas (sub-global). A partir da discussão acima, o método de
remediação necessário para a estabilidade global do talude também administrará o risco
de queda de rocha. Pode ser necessário gerir o risco de queda de rocha, embora não haja
risco global de estabilidade do talude. As opções de remediação são geralmente
correlacionadas à energia ou volume do evento global ou subglobal e podem ser
simplificadas conforme indicado na Tabela 4-20.
(169)
dimensionamento do talude de corte de rocha. A profindidade da recolha de dados
de campo, a profundidade de direcção, natureza e tipo de preenchimento da junta,
rugosidade e espaçamento da junta são importantes para a análise de estabilidade
dos modos de roptura plana, em cunha e derrube. A altura do talude, ângulo,
presença de características potenciais de lançamento de rocha, tamanho do bloco
e forma do bloco são importantes para a análise e dimensionamento de técnicas
de mitigação de quedas de rocha.
Métodos de cálculo manual podem ser usados para analisar as potenciais ropturas
planas e em cunha e programas de computador também podem ser usados quando
disponíveis.
Onde as bancadas são fornecidas, o possível ressalto da queda de rocha deve ser
avaliado. Programas de simulação de queda de rocha são usados para analisar o
tamanho de captação da queda de rocha e a previsão da energia cinética da rocha.
No entanto, apenas os profissionais geotécnicos com experiência no uso desses
programas devem realizar a análise.
Para grandes encostas de rocha, o potencial de risco de queda de rocha pode ser
difícil de avaliar. Se praticável e economicamente viável, uma vala de captura ou
vedação deve ser fornecida ao longo da ponta do corte para conter a queda de
pedras.
As bancadas, se fornecidas, devem ser mais largas possível (de preferência, pelo
menos 2 m na rocha natural), a fim de conter pequenas quedas de rochas e detritos
e permitir o acesso para manutenção.
C. Drenagem
(170)
projectados devem ser avaliados e detalhados de forma adequada para acomodar
esses impactos.
E. Construção
O processo de construção (por exemplo, dinamitação) muitas vezes enfraquece a
massa rochosa, particularmente em locais de bancada se forem considerados no
projecto. Técnicas controladas (por exemplo, escamação manual, pré-divisão)
devem ser usadas para minimizar os danos. Pode ser necessário contratar um
Consultor de Dinamitação para ajudar o empreiteiro a projectar uma detonação
segura se houver estruturas próximas, se o local for particularmente desafiador ou
de outra forma tiver o potencial de resultar em consequências indesejáveis.
F. Vegetação
O gradiente do talude e o solo superficial devem suportar o crescimento da
vegetação.
G. Manutenção
Aspectos de inspecções e obras de manutenção, incluindo provisão de acesso
seguro, devem ser considerados e acordados durante o dimensionamento.
(171)
Tabela 4-21: Técnicas de estabilização de taludes de aterros para taludes
íngrimes. Modificado de MPWT (2008)
Tipo de instabilidade Opção de estabilização
Roptura dentro do talude de • Reduzir o ângulo de inclinação e remover o
aterro (interna) material excedentário
• Material de enchimento adequadamente
compactado
• Considerar o uso de um muro de contenção
• Garantir que a drenagem lateral da estrada
seja controlada
• A bioengenharia geralmente é importante
para evitar a erosão superfícial
Roptura do talude de aterro e
das encostas montanhosas • Reavaliar o declive e remover o material
subjacentes (externa) excedentário
• Material de enchimento adequadamente
compactado
• Antes de colocar o enchimento, preparar as
bancadas do talude para interceptar planos
potenciais de roptura
• Considerar o uso de um muro de contenção
• Garantir que a drenagem lateral da estrada
seja controlada
• A bioengenharia geralmente é importante
para evitar a erosão superfícial
Roptura dentro de encostas
montanhosas subjacentes • Reduzir a inclinação lateral se houver espaço
suficiente
• Muro de contenção
• Garantir que a drenagem lateral da estrada
seja controlada
• A bioengenharia é geralmente importante
para prevenir a erosão superficial e
aumentar a resistência superficial do solo.
(172)
Existem parâmetros intrínsecos que definem as condições de estabilidade dentro do
talude. Esses parâmetros intrínsecos são a geometria do talude, material do talude,
descontinuidades estruturais, uso e cobertura da terra e água subterrânea. A ocorrência
de deslizamentos de terra está frequentemente relacionada a um aumento na tensão de
corte (força motriz) ou uma redução na resistência ao corte (força de resistência). Os
processos que aumentam a tensão de corte ou diminuem a resistência ao corte numa
encosta são normalmente denominados como factores preparatórios ou desencadeantes
de deslizamentos de terra. Factores preparatórios (pré-condicionamento) tornam o talude
cada vez mais suscetível a roptura sem realmente iniciar o movimento. Factores
desencadeantes são eventos que finalmente iniciam o movimento. Parâmetros geológicos
e topográficos são geralmente considerados como factores preparatórios de deslizamentos
de terra. Os factores desencadeantes incluem chuva, terremotos, erosão da ponta e
actividades humanas. Os factores comuns causadores de deslizamentos de terra são
apresentados na Tabela 4-22.
(173)
Os aspectos das causas são apresentados na Tabela 4-23 e Tabela 4-24.
(174)
Tabela 4-24: Factores causadores climáticos, geológicos, hidrológicos e
topográficos
Causas climáticas
• Períodos de chuvas prolongadas e/ou intensas que podem levar à saturação do talude
• Alta precipitação anómala.
Causas geológicas
• Tipo de rocha, grau de desgaste, padrões de junção e fractura
• Presença de falhas ou zonas de corte
• A direcção e o ângulo de mergulho e juntas na rocha-mãe subjacente em comparação
com o ângulo e orientação para a encosta, particularmente se a rocha-mãe estiver
exposta ou numa profundidade plana abaixo da superfície,
• A persistência de juntas e enchimento de argila
• A sequência dos estratos subjacentes, particularmente se incluir camadas fracas ou
impermeáveis
• A presença de colúvio e materiais não consolidados
Causas hidrológicas
• Períodos de chuvas prolongadas e/ou intensas que podem levar à saturação do talude
• Precipitação anormalmente alta
• A presença de um rio ou riacho na base do talude, particularmente se isso poder causar
erosão na ponta durante os períodos de inundação ou fluxo alto
• A presença de um curso de drenagem na crista ou acima da crista do talude
• Quaisquer indicações de um lençol freático alto ou temporariamente suspenso dentro do
talude, por ex. infiltrações e nascentes.
Causas topográficas
• Taludes íngremes
• Taludes íngremes sem vegetação, suscetíveis à erosão;
• Depressões irregulares ou áreas pantanosas não drenadas nos taludes
(175)
relativamente profundos. Os deslizamentos multi-rotacionais são desencadeados por um
deslizamento inicial, muitas vezes local, e se desenvolve gradualmente se espalhando para
trás ao longo de uma falha comum.
Transladação (a superfície deslizante é mais ou menos plana) ou em cunha (a superfície
deslizante é formada por duas ou mais superfícies que se cruzam). Elas podem ser
divididas em blocos, deslizamentos, deslizamentos de laje, diveros deslizamentos de
transladação e falhas de espalhamento.
Em fluxos, o material se quebra à medida que desce o talude como um fluído viscoso. Os
fluxos típicos incluem: fluxos de terra, fluxos de lama, fluxos de detritos e fluxo de
deslizamentos. A diferença característica entre o fluxo de terra e de lama é que a taxa de
fluxo de lama é maior do que a de um fluxo de terra.
(176)
métodos qualitativos (orientados para o conhecimento) e quantitativos (orientados por
dados e baseados fisicamente), dependendo da forma como tratam os factores indutores
de deslizamentos de terra e modelos.
(177)
Figura 4-64: Relação entre mobilidade de deslizamento (H/L) e volume (de
Chae et al., (2017)
A suscetibilidade espacial pode ser expressa em termos da área afectada pela chegada de
detritos de deslizamento. Uma proporcionalidade aproximada foi encontrada entre o
volume (V) de detritos de deslizamento e a área (A) coberta por eles. Li (1983) fornece a
seguinte equação empírica:
Log A = 1,9 + 0,57 Log V Equação 4-103
A Tabela 4-26 mostra que em afloramentos rochosos, espera-se que as quedas de rochas
apareçam em taludes acima de 45°. Nos taludes cobertos por depósitos de pedra, as falhas
de detritos são esperadas para ocorrer em ângulos de talude acima de 30°, deslizamentos
de terra planos e fluxos de detritos no colúvio e até taludes cobertos acima de 25°,
enquanto deslizamentos rotacionais são possíveis em depósitos deltaicos e lacustres com
declives acima de 15°.
(178)
capacidades necessárias para gerar e disseminar informações de alerta oportunas e
significativas para permitir que indivíduos, comunidades e organizações ameaçadas por
um perigo para se prepararem e agir de forma adequada e em tempo suficiente para
reduzir a possibilidade de danos ou perdas”. O aviso prévio de deslizamento de terra é,
portanto, essencial para o reconhecimento prévio ou antecipado de indicadores de
deslizamento, de modo que os residentes possam ser evacuados de potenciais áreas de
deslizamento de terra para reduzir os danos causados por deslizamentos de terra e instruir
encerramentos de estradas.
O desenvolvimento de um sistema de aviso prévio visa a tomada de medidas para gerir e
reduzir o espectro de riscos. A elaboração do plano de investigação geotécnica deve,
portanto, ser alinhado ao escopo dos geo-riscos apresentados na Tabela 2-1, para garantir
que a redução do risco de desastres seja gerida de maneira adequada. Existem vários
métodos para prever o potencial de deslizamento de terra,
• Os sistemas tradicionais de monitoramento topográfico realizados através de
pontos de controle. Isso pode incluir um programa para verificações rápidas de
estabilidade feitas apenas por medições de distância.
• Um sistema automatizado pode ser configurado para fazer leituras mais frequentes
em intervalos predefinidos.
• O movimento do talude pode ser verificado usando triangulação ou GPS para
determinar as coordenadas de cada estação em intervalos menos frequentes para
reconfirmar as medições. Baseia-se na aplicação de tecnologias de informação e
geoespaciais, como sensoriamento remoto e sistemas de informação geográfica
(GIS).
• A identificação de parâmetros desencadeantes intrínsecos e externos que causam
instabilidade de teludes é importante para fins de estabelecer o nível de potencial
de perigo e limite de deslizamento. Um limiar é definido como o nível mínimo ou
máximo de alguma quantidade necessária para que um processo ocorra ou um
estado mude (White et al., 1996). A maioria dos métodos de alerta de deslizamento
de terras usa limiares de accionamento que são determinados com base na
precipitação e nas propriedades físicas do solo.
• O esquema de classificação do parâmetro de avaliação de suscetibilidade de taludes
(SSEP) pode ser usado como uma abordagem de avaliação especializada para
zoneamento de risco de deslizamento. O monitoramento da precipitação e das
mudanças nas propriedades físicas do solo em tempo real ou quase tempo real
pode fornecer informações para a detecção precoce de deslizamentos de terra num
amplo terreno natural. Um instrumento para medir as mudanças na inclinação do
talude (inclinômetro) é instalado em áreas suscetíveis à mudança da inclinação do
talude.
• Assegurar limiares de accionamento fiáveis para aviso prévio de deslizamento é
fundamental. Em muitos casos, os deslizamentos de terra são desencadeados sob
condições de chuvas fortes e, portanto, é importante estabelecer um limiar
relacionado à precipitação e às condições hidrológicas do solo.
(179)
Figura 4-65: Mecanismo de transmissão de dados entre dispositivos de
monitoramento de deslizamento e de alerta. (de Fathani et al., 2016)
Uma unidade especial deve ser instalada para gerir adequadamente o sistema de
emergência a fim de organizar e responder em tempo útil a deslizamentos de terra que
podem afectar as estradas. Para que a unidade responda a fim de estabelecer um sistema
de alerta precoce, é essencial ter informações precisas e oportunas sobre os locais de
deslizamentos de terra e dados de precipitação. O desenvolvimento de EWS baseado em
dados, porque os dados sobre deslizamentos anteriores são usados para obter informações
sobre os factores críticos que influenciam a ocorrência de deslizamentos de terra.
A existência de um sistema de emergência facilitará a identificação antecipada e inspecção
de incidentes graves de deslizamentos e permitirá que acções correctivas urgentes sejam
tomadas. Um EWS eficiente deve incluir as seguintes actividades (DiBiagio e Kjekstad,
2007):
• monitoramento, incluindo aquisição de dados, transmissão e manutenção dos
instrumentos;
• análise e previsão, que podem ser feitas usando limiares, opinião de
especialistas, métodos de previsão e assim por diante;
• alerta, ou seja, a disseminação de mensagens compreensíveis alertando sobre a
ameaça eminente;
• resposta, sobre se as pessoas são capazes de entender e como reagem ao aviso.
(180)
Tabela 4-27: Medidas correctivas comuns de deslizamentos. De Sassa e Canuti
(2008)
Drenagem:
• Drenos superfíciais para desviar a água para não fluir para a área de deslizamento
• Drenos de valas superficiais ou profundas preenchidos com materiais de drenagem livre
(preenchimentos granulares grossos e geossintéticos)
• Suporte de contrafortes de materiais de granulometria grossa
• Poços verticais (grande diâmetro) com drenagem por gravidade
• Drenos sub-horizontais
• Túneis de drenagem, galerias ou acessos
• Desidratação por bombeamento
• Drenagem por sifonagem.
Reforço interno do talude:
• Parafusos de rocha
• Microestacas
• Pregagem do solo
• Âncoras
• Rejunção
• Colunas de pedra
• Congelamento
• Bioengenharia
Modificação da geometria do talude:
• Remoção de material da área adjacente à crista do talude (com possível substituição por
enchimento leve)
• Adicionar material na área na base do talude (berma de contrapeso ou aterro)
• Redução geral do ângulo de inclinação.
Estruturas de contenção:
• Muros de contenção de gravidade
• Muros do berço
• Muros de gabião
• Estacas, pilares e caixotões passivos
• Muros de betão armado moldados in-situ
• Estruturas de contenção de terra reforçadas
• Redes de retenção para taludes rochosos
• Chave de corte.
(181)
4.7 Dimensionamento geotécnico para fundações de estruturas
marítimas
4.7.1 Geral
Os requisitos para o dimensionamento de fundações para suportar estruturas marítimas,
como golfinhos, cais e muros de ala, embarcadouros, estruturas terminais e docas, rampas
de pedestres são os mesmos que para outras instalações de transporte. Além das rampas
de pedestres e edifícios de terminais, essas estruturas devem lidar com cargas de impacto
de navios e cargas das ondas. A base para o projecto de fundações para edifícios de
terminais deve ser coberta pelos requisitos da Autoridade Portuária.
As estruturas permitem que os navios possam ancorar/atracar para a transferência de
cargas. Os materiais a serem utilizados variam com as condições de carregamento,
propósito da vida útil da estrutura e disponibilidade. As paredes são normalmente
construídas com betão maciço, estacas-pranchas de aço ou estacas de madeira. Os
elementos básicos desses muros são a fundação estrutural, a protecção contra erosão do
muro e a própria estrutura do muro.
O factor chave no dimensionamento de estruturas marítimas é que elas devem ser capazes
de resistir às cargas de impacto das embarcações. Para obter mais detalhes, consulte BS
6349-2: 2019 Obras Marítimas, que fornece recomendações para o dimensionamento de
muros de cais, docas e golfinhos.
(182)
Figura 4-66: Tipos de estruturas à beira-mar (de Hunt, 1986)
(183)
4.7.3 Requisitos de dimensionamento
4.7.3.1 Geral
O ambiente operacional das embarcações influenciará os requisitos de dimensionamento.
A altura da estrutura e as cargas a serem suportadas impõem restrições à selecção do tipo
de estrutura. Normalmente, as estruturas sujeitas a cargas de impacto de navios são
projectadas para resistir totalmente a essas cargas. No entanto, para terminais de
ferryboats, o maior risco em termos de perda financeira e potencial de perda de vidas é o
potencial de danificar o navio. Portanto, os terminais dos ferryboats sujeitos a cargas de
impacto do navio precisam ser projectados para serem flexíveis o suficiente para
desacelerar o navio sem danificá-lo. Se ocorrer a falha da fundação, a escolha é fazer com
que a fundação falhe antes que o navio seja danificado. Isso requer que os elementos de
fundação sejam projectados com uma margem de segurança inferior do que é
normalmente necessário para as estruturas.
b) Forças laterais
As forças laterais a serem consideradas incluem o seguinte:
• Pressões de terra activas e passivas e efeitos de cargas de sobrecarregamento
• Pressões de água desequilibradas dos estágios de inundação do rio e mudanças de
maré, especialmente durante chuvas fortes e efeitos das mudanças climáticas
• Forças de navegação de navios e âncoras de amarração
• Pressão das ondas, forças e cargas da corrente e efeitos da lavagem
• Forças de terremotos
Depósitos espessos de solo mole resultam em altas forças laterais e assentamento de
aterro que afectam severamente o desempenho do sistema de âncora da divisória. Vários
métodos para reduzir as pressões laterais e subsidência do talude traseiro são mostrados
na Figura 4-68.
(184)
Figura 4-68: Métodos para reduzir as pressões laterais e subsidência do talude
traseiro em solos moles (de Hunt, 1986)
(185)
Figura 4-69: Diagrama de pressão ao redor do muro de estacas-prancha em
consola (de Hunt, 1986)
acima GWL
Argila No. 1
Linhas de
dragagem
Argila No. 2
Passiva Activa
Líquido
Líquido
(186)
c) Estabilidade
A estabilidade contra a rotação é uma preocupação com todos os tipos de estruturas. A
estabilidade da base contra a roptura de corte rotacional em solos fracos requer
consideração para todos os tipos de estruturas e o deslizamento é crítico para estruturas
de gravidade.
d) Construção
Na maioria dos casos, as estruturas à beira-mar são construídas na água e, em seguida,
o solo é recuperado por enchimento, seja com aterro hidráulico ou uma combinação de
aterro despejado por barcos e despejado em terra. A orla é então dragada até a sua
profundidade final e o muro deve reter todo o material colocado atrás dele. Assim, os
possíveis efeitos da sequência e procedimentos de construção na integridade da estrutura
devem ser considerados e aqueles que podem ter efeitos adversos nas estruturas devem
ser proibidos.
(187)
Figura 4-71: Métodos de controlo da drenagem do pavimento (de Hunt, 1986)
Uma vez que os drenos subterrâneos e drenos de bordo removem a água por meio do
fluxo de gravidade, eles devem ser continuamente inclinados para uma saída de modo a
funcionar efectivamente e garantir que nenhuma água interceptada possa se acumular.
As saídas podem incluir um canal de drenagem ou um sistema de drenagem fechado. Os
drenos de bordo devem ser fornecidos com saídas laterais para a vala da estrada ou para
estruturas apropriadas num sistema fechado de drenagem de água.
Alguns locais óbvios para drenos subterrâneos são áreas de nascentes existentes onde
uma nova estrada pode ser localizada, ou onde o pavimento está localizado na base de
um corte lateral de vertente, ou nos taludes com declives muito longos onde o fluxo de
escoamento e zonas de infiltração tendem seguir a direção do pavimento.
O dreno de bordo deve interceptar a água da camada aquífera mais alta da secção do
pavimento. Essa água é geralmente encontrada na camada da base asfáltica. Nas seções
do pavimento que incluem base permeável, o dreno de bordo deve estar em contacto com
a base permeável nos pontos baixos da sua seção transversal.
Para fins de projecto, é recomendado que as quantidades de fluxo de escoameneto de
água e zonas de infiltração sejam estimadas para fornecer estruturas de drenagem
adequadas. Deve ser feita referência ao Manual de Hidrologia e Dimensionamento de
Estruturas de Drenagem, 2019.
(188)
4.9 Dimensionamento da fundação para sinais, placas, barreiras
acústicas e aquedutos
As estruturas para sinais de trânsito, placas, iluminação e barreiras acústicas são
geralmente elementos padronizados, projectados pelo fabricante e devem ser
homologados pela ANE, IP.
A ANE, IP, deve estar envolvida nos projectos preliminares quando as informações do
subsolo são necessárias e/ou recomendações de fundação são necessárias. Isso deve
permitir que uma quantidade estimada seja incluída nos planos do contrato. O projecto
preliminar da fundação para iluminação de mastro alto, estruturas de sinalização
suspensas ou outros suportes de aço pesados deve ser fornecido pela ANE durante a fase
de projecto.
As barreiras acústicas geralmente usam desenhos padrão. Uma análise apropriada deve
ser realizada para garantir que as barreiras acústicas funcionem bem e não exijam
manutenção excessiva devido o assentamento ou rotação. Se a investigação do solo
revelar que há áreas onde as barreiras acústicas podem encontrar uma construção
problemática (condições artesianas, rocha superficial ou turfa), isso deve ser destacado
no relatório geotécnico e levado ao conhecimento do pessoal de elaboração do projecto
de modo que um projecto ou orientação de especialidade possa ser incluído nos planos.
Os riscos geotécnicos potenciais, como deslizamentos de terra que podem afectar as
estruturas, devem ser identificados. A identificação e extensão/condição (ou seja,
espessura) de aterros feitos pelo homem existentes devem ser observados, já que muitas
dessas estruturas podem estar localizadas nos aterros projectados. As condições de
superfície e subterrâneas que podem afectar a construtibilidade das fundações, como a
presença de rocha-mãe superficial, ou paralelepípedos e pedregulhos, devem ser
identificadas, pois muitas dessas estruturas têm fundações muito superficiais e a
investigação pode consistir apenas no reconhecimento geral do local com investigação
mínima do subsolo.
Novos dados de subsolo devem ser obtidos, se os dados geotécnicos disponíveis e as
informações colectadas na visita do local não forem adequadas para fazer uma
determinação das condições de subsolo conforme exigido no Manual. As explorações que
consistem em sondagens geotécnicas, poços de teste e furos manuais ou uma combinação
dos mesmos devem ser realizadas para atender aos requisitos de investigação aqui
previstos. No mínimo, a sondagem do subsolo e o programa de teste de laboratório devem
ser desenvolvidos para obter informações para analisar a estabilidade da fundação,
assentamento e construtibilidade em relação a:
• Formação(ões) geológica(s)
• Localização e espessura das unidades de solo e rocha
• Propriedades de engenharia de unidades de solo e rocha, como peso unitário,
resistência ao corte e compressibilidade
• Condições da água subterrânea (variações sazonais)
• Topografia da superfície do solo
• Considerações locais, (por exemplo, depósitos de solos problemáticos de acordo com
a secção 5.3 do Manual de Investigação de Campo 2019, vazios subterrâneos de
desgaste de solução ou actividade de mineração, ou potencial de instabilidade da
encosta).
As fundações para essas estruturas não devem ser colocadas em talude mais íngremes do
que 1,5H: 1V. Se houver terreno inclinado, algumas considerações especiais para
determinar a profundidade da fundação são necessárias. No entanto, o topo da fundação
padrão pode simplesmente ser localizado na parte inferior ou abaixo do fundo da vala de
drenagem, se a fundação estiver localizada num talude que faça parte de uma vala de
drenagem.
(189)
Para todas as fundações colocadas num talude ou onde a linha central da fundação é
inferior a 1B para a berma do talude, onde B é a largura ou diâmetro da Fundação Padrão,
as profundidades da fundação do Plano Padrão devem ser aumentadas como se segue, e
conforme ilustrado na Figura 4-72:
• Para inclinações 3H:1V ou mais planas, nenhuma profundidade adicional é
necessária.
• Para 2H:1V ou mais plana, adicione 0,5B à profundidade.
• Para inclinações de 1,5H:1V, adicione 1,0B à profundidade.
(190)
O projecto final das fundações dessas estruturas, se concluído pela Contratada, deverá
ser revisto e aprovado pela ANE, IP.
(191)
Danos às estruturas adjacentes: O sistema de suporte para escavações abertas deve
abordar a estabilidade das estruturas adjacentes. Além da escavação ou remoção de
material impactando nas estruturas adjacentes, o lençol freático pode estar em conflito
com a instalação proposta e as operações de enchimento. A desidratação da vala pode
causar problemas de movimento e/ou assentamento.
Ruído e Vibração: O ruído de construção e a vibração podem ter um grande impacto nas
áreas circundantes. Uma escavação aberta requer equipamentos e operações de
construção para rastrear o alinhamento do aqueduto transversal, utilidades ou túnel em
todo o seu comprimento. Em contraste, os métodos sem valas normalmente utilizam
localizações pontuais que localizam distúrbios, tornando-os mais fáceis de gerir e
controlar.
Poluição do Ar: Conforme mencionado para ruídos e vibrações, uma escavação a céu
aberto requer equipamentos e operações de construção para rastrear o alinhamento do
aqueduto transversal, utilitades ou túnel em todo o seu comprimento. A poeira gerada a
partir das operações de construção não é apenas um incômodo público, mas pode ter
implicações graves para a saúde que podem ser críticas em áreas sensíveis (por exemplo,
hospitais, escolas).
Interrupção do tráfego de veículos: É necessário um plano de controle de tráfego por
zona para todos os trabalhos que afectam o tráfego de veículos e pedestres. Em
escavações abertas, devem ser tomadas precauções adequadas para proteger o tráfego
de veículos e pedestres. Nenhuma via deve ser fechada sem aprovação prévia e nenhum
corte no pavimento deve ser deixado sem preenchimento durante a noite. Podem ser
utilizadas placas de cobertura de aço (recuadas). Todas essas operações têm impacto no
movimento do tráfego. Os métodos sem valas muitas vezes minimizam o atraso e o
movimento mais lento do tráfego, reduzindo a escavação de superfície.
Segurança de Pedestres: Conforme mencionado, com a interrupção do tráfego de
veículos, é necessário planificar todos os trabalhos que afectam o tráfego de veículos e
pedestres. A utilização de rotas de desvio para permitir escavações abertas aumenta o
tráfego em estradas secundárias utilizadas por pedestres. O tráfego adicional de veículos
pode impedir o tráfego de pedestres e criar um risco à segurança.
Perda de Negócio e Comércio: Uma escavação aberta requer equipamento e operações
de construção para rastrear o alinhamento do aqueduto transversal, utilidades ou túnel
em todo o seu comprimento. A tendência natural das pessoas de evitar áreas obstruídas
pode ter impacto nos negócios locais.
Danos em Estradas de Desvio: A utilização de rotas de desvio para permitir escavações
abertas aumenta o tráfego em estradas secundárias. Essas rotas normalmente não são
projectadas para o aumento das cargas de tráfego, o que pode resultar em danos se não
for devidamente tratado antes.
Segurança do Local: A tecnologia sem valas envolve menos equipamento, mão de obra
ou perturbação da superfície, tudo o que reduz a probabilidade de acidentes relacionados
ao local.
Reclamações de Cidadãos: Danos nas estradas, ruído e vibrações, poluição do ar, etc.
são consequências da actividade de construção que perturba a vida normal dos residentes
e empresas. Qualquer perturbação pode gerar reclamações.
Impactos Ambientais: Os projectos de construção podem envolver trabalho em áreas
ambientalmente sensíveis (por exemplo, pântanos, rios, riachos, locais históricos, etc.).
Uma escavação aberta frequentemente não é viável ou permitida nessas circunstâncias.
Os métodos sem valas podem eliminar os efeitos prejudiciais a essas áreas sensíveis. Além
disso, para locais que contêm contaminantes, uma escavação aberta apresenta uma
infinidade de impedimentos de como manusear o material até como descartá-lo. Métodos
sem valas minimizam a perturbação do solo e reduzem a remoção de entulho.
(192)
4.10.3 Desenvolvimento do dimensionamenton
A Tabela 4-29 fornece suposições sobre o método potencial de instalação com base nas
condições subterrâneas identificadas.
4.10.4 Construção
(193)
• tecidos de pavimentação e sistemas compostos onde o material desempenha mais
de uma função.
Geotéxteis ✓ ✓ ✓ ✓
Geogrelhas ✓
Geomembranas ✓
Georede ✓
Geo-tapete ✓
Geocélula ✓ ✓
Geoespaçador ✓
Barreira ✓ ✓
Geossintética
Geocomposto ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓
A Tabela 4-30 resume as propriedades dos materiais mais comumente exigidas a serem
especificadas de acordo com os testes padrão correspondentes.
(194)
Resistência à tração (MD) EN ISO 10319 kN/m
Tensão na carga máxima EN ISO 10319 %
Resistência à tração (CD) EN ISO 10319 kN/m
Tensão na carga máxima (CD) EN ISO 10319 %
Permeabilidade - normal ao plano EN ISO 11058 8 m/sec
Resistência à punção estática - EN ISO 12236 kN
Tamanho do poro de abertura O90 EN ISO 12956 mm
Resistência à Punção Dinâmica - EN ISO 13433 mm
Queda do Cone
(195)
4.11.2 Requisitos de dimensiomento
Os aterros reforçados com geossintéticos podem ser projectados usando os princípios de
taludes de solo reforçados. Os requisitos de aterros de solo reforçados, Secção 4.4.2.1,
devem ser aplicados.
Recomenda-se que a ANE, IP, faça o uso do manual FHWA nº FHWA HI-95-038
"Dimensionamento Geossintético e Diretrizes de Construção - Caderno do Participante"
(Holtz, et al., 1995), além das secções aqui referenciadas acima.
(196)
5 Melhoria do solo
5.1 Objectivo
Há uma série de técnicas destinadas a alterar as condições desfavoráveis discutidas na
Secção 3.5.2 para as mais adequadas para apoiar o pavimento da estrada, garantir a
estabilidade, operacionalidade e desempenho de estruturas geotécnicas ou fazer o uso de
material in-situ para construção de aterros. A melhoria do solo visa atingir um ou mais
dos seguintes aspectos:
• aumentar a resistência ao corte e a resistência de carga,
• aumentar a densidade e, portanto, melhorar a trabalhabilidade e uso dos materiais
de aterro
• diminuir a permeabilidade,
• controlar as deformações (assentamento, elevação, distorções),
• melhorar a drenagem,
• acelerar a consolidação e o ganho de resistência ao cisalhamento do solo,
• diminuir as cargas impostas,
• fornecer estabilidade lateral
• melhorar a estabilidade do talude para a mitigação do deslizamento de terra,
• transferir cargas de aterro para camadas de subsolo mais competentes.
(197)
• Cimentação da permeação e congelamento do solo (apenas aplicações
temporárias)
Cada um desses métodos tem limitações quanto à sua aplicabilidade e o grau de melhoria
possível. A Tabela 5-1 fornece um resumo das técnicas de melhoria do solo para várias
condições geológicas e aplicações.
(198)
Sobrecarga Reduzir o assentamento da
estrutura
Compactação dinâmica Reduzir o assentamento da
estrutura
Reposição por Travar o assentamento da
Enterrado
compactação estrutura existente
Colunas de areia Reduzir o assentamento da
estrutura
Colunas de cal Reduzir o assentamento da
estrutura
(199)
Congelamento Estabilidade temporária para
escavação
Reposição por Travar o assentamento da
penetração estrutura existente
Enterrado
Congelamento Estabilidade temporária para
escavação
(200)
ch t
Th = Equação 5-1
D2
A equação 5-1, onde ch é o coeficiente de consolidação do solo na direção horizontal, t é
o tempo, D é o diâmetro do cilindro do solo desidratado por um dreno que está relacionado
ao espaçamento do dreno, mostra que quanto mais próximo o espaçamento de drenos,
mais rápido será o processo de consolidação devido aos proveitos de drenagem radial.
O tempo (t) é a duração necessária para atingir o grau médio de consolidação desejado
(Uh) para um determinado diâmetro de influência do dreno (D) e diâmetro do dreno (d).
Tipicamente, para atingir aproximadamente 90 por cento de consolidação em 3 a 4 meses,
os projectistas costumam escolher espaçamentos de drenos entre 1 a 1,5 m em argilas
homogêneas, 1,2 a 1,8 m em argilas sedimentares e 1,5 a 2,0 m em solos mais grossos.
(201)
Tabela 5-3: Estratégia, funções e métodos de melhoria do solo (NYSDOT, 2013)
Estratégia Função Método
Acelerar o assentamento primário e/ou a • Drenos
resistência ao corte e o aumento da capacidade
Consolidação verticais
de carga, ou controle de deformações não
uniformes ou excessivas • Sobrecarga
temporária
(202)
Tabela 5-4: Vantagens e desvantagens dos métodos de melhoria do solo
Método Vantagens Desvantagens
Mudança na Requer menor capacidade Maiores quantidades de aterro
Geometria do de carga para suportar o necessários.
Aterro aterro. Pode usar matarial Maior ocupação de terras.
do Pode aumentar assentamentos
aterro de granulometria
inferior nos bordos
de aterros
Aterro apoiado em Assentamento de aterro A cravação de estacas pode afectar a
estacas muito reduzido. estabilidade de estruturas existentes
Redução ou
de cargas laterais em aterros. As estacas são
estacas de pilar devido aos propensas de serem afectadas por
movimentos do solo fricção negativa da superficie.
O geotéxtil pode ser
necessário para fornecer restrição
lateral
nos bordos de aterro
Escavação e Capacidade de carga Escavação pode ser
substituição aumentada. difícil abaixo do
Redução de nível de água subterrânea.
assentamentos O solo mole remanescente
pode causar
assentamentos diferenciais. A
disposição
de solo escavado pode
ser um problema.
A colocação do aterro
abaixo do nível da água
requer consideração cuidadosa.
Os efeitos de
escavação temporária nas
estruturas próximas devem ser
considerados.
Jacto de ligação Maior capacidade de carga Produto final
e assentamentos dependente de
reduzidos. propriedades de solo existente. A
Colunas interligadas eliminação de
podem efluente é necessário
fornecer fundações de
maior capacidade de carga
Aterros leves Requer menor O poliestireno requer
capacidade de proteção contra gasolina, fogo
compactação para apoiar o e luz UV.
aterro. Assentamentos PFA é suscetível à geada e
reduzidos. Pressões de pode inibir o crescimento das
terra reduzidos sobre a plantas.
estrutura. PFA difícil de manusear
quando molhado.
Argila expandida difícil de
compactar em situações não
confinadas
(203)
e assentamentos sensível a química do solo,
reduzidos. particularmente
As colunas funcionam pH e alto teor de água.
como drenos para Resistências medidas no
aumentar a taxa de campo e no laboratório
assentamento podem ser diferentes
Pré-carregamento Redução da proporção de Pode ser demorado.
consolidação e Necessário o tratamento duplo do
assentamentos aterro. fiabilidade dos parâmetros de
secundários. A resistência dimensionamento
do solo aumenta. para cronometrar o pré-
O preenchimento de baixo carregamento
grau pode ser usado para requerido
pré-carregamento
Reforço do aterro Aumenta a capacidade de Os assentamentos totais podem não
carga ser reduzidos. O deslizamento pode
reduzindo tensões laterais reduzir a resistência de reforço do
do solo do aterro. Reduz longo prazo.
movimentos laterais Precisa evitar danos por
adjacentes do equipamento de construção.
aterro. Pode reduzir Requer protecção contra
assentamentos a luz UV e alguns
diferenciais produtos químicos
Estacas-pranchas Aumenta a capacidade de Necessidades de protecção contra
carga corrosão devem ser consideradas.
por tensões laterais no Perturbação de fluxos de águas
solo. subterrâneas. Assentamentos totais
Reduz os movimentos podem não ser reduzidos
laterais
adjacentes ao aterro
Deslocamento do Nenhuma escavação Grandes quantidades de aterro
solo necessária. necessários. Inadequado
Material levantado nas para depósitos espessos de
laterais do solo mole. Bolsas
aterro pode melhorar de solo mole podem
capacidade de carga ficar presos e
causar
assentamentos diferenciais. O aterro
deve ser contínuo
para evitar o aumento em
força do solo na ponta
(204)
Sobrecarregamento Redução da proporção de Pode ser demorado. Capacidade de
consolidação e carga
assentamentos deve ser
secundários suficiente para tolerar o
aumento da altura do aterro.
Fiabilidade dos parâmetros de
dimensionamento
para sincronizar a
duração da sobrecarga
requerida
Drenos verticais Redução no tempo para Deve ser usado em
assentamentos do aterro conjunto com
para ocorrer depois do aplicação de carga para
aterro ter sido o solo. Efeitos de
colocado elevação, mancha, entupimento
e capacidade de descarga
precisam ser considerados
Colunas de betão Maior capacidade de carga Acesso necessário para
vibrado e assentamento reduzido fornecimento de betão
(205)
Capítulo 6
Manual de Dimensionamento Geotécnico
Investigação durante a construção
6.1 Introdução
As observações e testes devem ser realizados durante a construção. Isso permitirá a
modificação das recomendações do engenheiro geotécnico, no caso em que as condições
reais e encontradas durante a construção variam daquelas previstas com base no
programa de sondagem do subsolo.
(206)
Capítulo 6
Manual de Dimensionamento Geotécnico
Investigação durante a construção
(207)
Capítulo 6
Manual de Dimensionamento Geotécnico
Investigação durante a construção
(208)
7 Considerações pós-construção e monitoramento
7.2.1 Objectivo
(209)
Nem todos os projetos exigirão monitoramento de desempenho. No entanto, para casos
como quando grandes aterros são construídos ou taludes instáveis devem ser remediadas,
é uma boa prática desenvolver um programa de monitoramento.
(210)
8 Uso de programas de computador
Os programas de computador fornecem um meio de análise detalhada eficiente e rápida
de uma grande variedade de geometria de taludes e condições de carga. Os programas
estão disponíveis para interpretar a orientação da fractura nas amostras recolhidas e para
análises de assentamento do solo. É importante que o usuário compreenda a base do
programa e os dados de entrada necessários. A Tabela 8-1 lista exemplos de programas
e áreas de aplicação.
No entanto, o seguinte deve ser lembrado ao usar qualquer programa de computador (ERA
2013)
• Um conhecimento profundo das capacidades do programas e conhecimento da
teoria dos métodos de análise de estabilidade do declive de equilíbrio limite é
importante para determinar se o programa é apropriado para qualquer situação.
• O programas analisam a geometria de falha que reflecte razoavelmente a condição
real. Uma compreensão dos possíveis modos de falha é crucial para a aplicação
bem-sucedida do resultado da análise. Isso é particularmente importante em perfis
onde o modo de falha é determinado por factores geológicos. Falhas de colúvio
sobre o leito rochoso ou falhas em rochas desgastadas ocorrem mais
frequentemente ao longo das superfícies ditadas pela estrutura. Nesses casos,
geralmente não ocorrem falhas circulares, e uma análise não circular superficial é
apropriada.
• O programa analítico usado deve ser compatível com os elementos críticos do
problema do talude a ser investigado, por exemplo, condição de drenagem,
condição de carregamento ou estratificação de materiais dentro da massa de solo-
rocha.
• A resistência ao corte e os parâmetros adequados da água dos poros devem ser
usados para as análises. Nos casos em que a precisão dos parâmetros estiver em
dúvida, é apropriado realizar uma análise de sensibilidade para determinar os
efeitos sobre o factor de segurança das variações desses parâmetros. A análise
posterior de falhas semelhantes existentes também pode ser um problema a ser
considerado.
• Muitas vezes é recomendado verificar os resultados dos programas de computador,
se possível, manualmente ou por métodos de planilha. Se isso não for possível,
uma verificação paralela da amostra usando outro programa é recomendada. Os
resultados do programa devem ser verificados para garantir que os mesmos sejam
razoáveis e consistentes. Os Itens importantes a serem verificados incluem o peso
dos pedaços, as propriedades de resistência ao corte e as pressões da água dos
poros na parte inferior dos pedaços. O usuário deve ser capaz de determinar se a
superfície de deslizamento crítica passa pelo material relevante.
• Qualquer esquema de pesquisa usado nos programas de computador é restrito a
investigar um número finito de superfícies deslizantes. Além disso, a maioria desses
esquemas é projectada para localizar uma superfície de deslizamento com um
factor de segurança mínimo. Os esquemas podem não ser capazes de localizar mais
de um mínimo local. Os resultados das pesquisas automáticas dependem do ponto
de início da pesquisa e de quaisquer restrições impostas sobre como a superfície
deslizante se move. As pesquisas automáticas são geralmente controladas pelos
dados que o usuário insere no programa. Independentemente do programa usado,
uma série de pesquisas separadas devem ser realizadas para garantir que o factor
de segurança mínimo foi calculado.
(211)
Tabela 8-1: Exemplos de produtos de software e áreas de aplicação
Produto de Software Aplicação
(212)
RockWare – Rockworks 3D Usado para criar mapas 2D e 3D, registos e seções
and Logplot transversais, modelos geológicos, diagramas geológicos
gerais.
RocPlane, RocFall, RocData Kit de ferramentas de análise de talude de rocha para
análise e projecto de estabilidade de cunha plana.
Ferramenta especialmente útil para analisar a
estabilidade da bancada em minas a céu aberto e taludes
de rocha.
(213)
9 Relatórios e documentação geotécnica
(214)
9.2.2 Relatórios de Projeto Geotécnico de Nível Final
O relatório geotécnico final é um produto gerado com base numa análise de estudo
documental de dados geotécnicos existentes, uma avaliação geológica detalhada do local,
investigação completa do subsolo e programas de laboratório e análises e interpretações
detalhadas. O conteúdo do relatório dependerá do tamanho e complexidade do projecto
ou dos elementos do projecto e das condições do subsolo. Os elementos descritos abaixo
podem não ser necessariamente incluídos em alguns casos.
(215)
ser reduzidas ao mínimo. O que parece ser o mesmo solo ou rocha em sondagens
adjacentes não deve ser conectado junto com linhas de estratificação, a menos que
essa estratificação seja razoavelmente certa. O potencial de variabilidade na
estratificação deve ser discutido no relatório.
• Um perfil de subsolo para pontes, viadutos e outras estruturas significativas.
Para paredes de contenção, os perfis de subsolo devem sempre ser fornecidos para
paredes de pregos de solo, paredes ancoradas e paredes em consola sem gravidade
e todas as outras paredes em que haja mais de uma perfuração ao longo do
comprimento da parede. Para outras situações de parede, a análise pode ser
usada para decidir se um perfil de subsolo é necessário ou não. Para cortes,
aterros e deslizamentos de terra, os perfis de solo devem ser fornecidos para
recursos de comprimento significativo, onde vários furos ao longo do comprimento
do recurso estão presentes. As seções transversais do subsolo devem sempre ser
fornecidas para deslizamentos de terra e para cortes, aterros, estruturas e paredes
que são grandes o suficiente para justificar sondagens múltiplas para definir a
geologia subjacente.
• Um resumo dos riscos geológicos identificados e seu impacto no desenho
do projecto (por exemplo, deslizamentos de terra, queda de rochas, fluxos de
detritos, liquefação, solo mole ou solos expansivos, etc.), se houver. A localização
e extensão dos perigos geológicos devem ser descritos.
• Para a análise de taludes instáveis (incluindo áreas de assentamento
existentes), cortes e aterros, os seguintes dados são necessários:
o A abordagem analítica e os pressupostos usados,
o Valores dos parâmetros de projecto,
o Uma descrição de quaisquer análises anteriores conduzidas, os resultados
dessas análises e a comparação desses resultados com quaisquer dados de
teste de laboratório,
o Qualquer definição de factores aceitáveis de segurança ou discussão de risco
aceitável de falha.
• Os cortes e escavações propostas devem ser considerados em termos de
análises temporárias (curto prazo) e de longo prazo e análises de estabilidade
realizadas para aqueles que têm um potencial de falha. As condições de
estabilidade global e local devem ser analisadas conforme apropriado. O nível de
análise deve ser consistente com as consequências da falha do talude. É
necessária atenção especial para cortes e aterros muito altos, cortes íngremes e
cortes com estrutura geológica adversa. As análises de estabilidade utilizadas
devem ser adequadas às condições de talude. Por exemplo, um modelo de falha
circular não deve ser usado para analisar um corte na rocha onde as
descontinuidades controlarão a estabilidade. O método de análise deve ser
declarado, juntamente com os dados de entrada e quaisquer suposições feitas. Se
forem usadas análises estereográficas, as redes estereoscópicas devem ser
anexadas e os resultados das análises resumidos.
• Recomendações geotécnicas para terraplenagem (projecto de aterro,
projeto de corte, possibilidade do uso de materiais locais para aterro). O projecto
de recursos de aterro, como ângulos de talude de aterro, a fundação e drenagem
subterrânea deve incluir análise de assentamento, estabilidade do talude,
condições da água subterrânea, subsidência, características de compactação e
problemas potenciais com os materiais a serem usados nos aterros. As
recomendações de projecto de aterro devem incluir a inclinação necessária para a
estabilidade, quaisquer medidas que precisam ser tomadas para fornecer um
aterro estável (reforço geossintético, drenos de pavio, taxa controlada de
construção de aterro, materiais leves, etc.), magnitude e taxa de assentamento
de aterro, e a necessidade e extensão da remoção de quaisquer materiais
inadequados.
• As recomendações do projecto de corte devem conter o ângulo de inclinação
necessário para estabilidade, infiltração e controle da tubagem e medidas de
controle de erosão necessárias, conforme apropriado, e quaisquer outras medidas
(216)
especiais necessárias para produzir um talude estável. Além disso, o talude de corte
e outros materiais no local devem ser identificados quanto à sua viabilidade para
uso no aterro, com uma discussão sobre o tipo de material de aterro para o qual
eles podem ser utilizados, a necessidade, se houver, de arejamento para reduzir o
teor de humidade e o efeito de factores ambientais no seu uso.
• Recomendações geotécnicas para taludes e escavações em rocha. Essas
recomendações devem incluir quaisquer medidas especiais para produzir um
talude de rocha estável, como aparafusamento/cavilha, bem como quaisquer
recomendações para evitar a erosão e queda de blocos de rocha intactos,
requisitos de drenagem de taludes internos e externos, métodos viáveis de
remoção de rochas e escavação de rochas, e a necessidade de detonação
controlada ou quaisquer outras técnicas especiais que possam ser necessárias.
• Recomendações geotécnicas para estabilização de taludes instáveis (por
exemplo, deslizamentos de terra, áreas de queda de rochas, fluxos de detritos,
etc.). Esta secção deve fornecer uma discussão sobre as opções de mitigação e
recomendações detalhadas sobre os métodos mais viáveis para mitigar os taludes
instáveis, incluindo uma discussão sobre as vantagens, desvantagens e riscos
associados a cada opção.
• Recomendações geotécnicas para paredes de contenção e taludes
reforçados com uma discussão sobre as opções de parede/talude reforçado, as
opções de parede/talude reforçado, tipo de fundação e requisitos de projecto (para
o estado limite de resistência: resistência de carga final, resistência lateral e de
levantamento se fundações profundas foram selecionados; para o estado limite de
serviço: resistência limitada de assentamento e quaisquer requisitos de
dimensionamento especial), parâmetros de dimensionamento sísmico e
recomendações (por exemplo, coeficiente de aceleração de dimensionamento,
estado limite de resistência de evento extremo, levantamento e resistência lateral
se fundações profundas foram seleccionadas), considerações de projecto para
limpeza quando aplicável e parâmetros de pressão lateral do solo. Para taludes
reforçados que requerem projecto de estabilidade interna (por exemplo, paredes
geossintéticas e paredes de pregos do solo), recomendações sobre a largura
mínima para estabilidade externa e geral, profundidade de incrustação, resistência
ao deslizamento e assentamento, espaçamento de reforço do solo, requisitos de
resistência e comprimento e dimensões para atender aos requisitos de estabilidade
externa. Para outras paredes de contenção, a largura mínima para estabilidade
geral, profundidade de embutimento, resistência ao deslizamento, assentamento e
parâmetros de projecto para determinar as pressões do solo que devem ser
fornecidas. Para paredes ancoradas, a capacidade de ancoragem alcançável,
dimensões da zona sem carga e distribuição de pressão de terra do projecto.
• Recomendações sobre materiais das pedreias e saibreiras, incluindo esboços
de fontes locais e mapas de localização regional, a qualidade dos materiais e sua
adequação para as diferentes estruturas de estradas e quantidade estimada.
Devem ser definidos os limites da origem do material em relação ao alinhamento
proposto, descrita a quantidade aproximada de material disponível, a quantidade
do material impróprio a ser descascado e as características de escavação do
material.
• Recomendações geotécnicas para pontes e estruturas hidráulicas, opções
de fundação consideradas, requisitos de projecto de fundação (para o estado limite
de resistência: a resistência de carga final e profundidade e resistência lateral e de
elevação; para o estado limite de serviço: a resistência limitada de assentamento
e quaisquer requisitos de dimensionamento especial), parâmetros e
recomendações de projecto sísmico (por exemplo, coeficiente de aceleração de
projecto, tipo de perfil de solo para desenvolvimento de espectros de resposta,
requisitos de mitigação de liquefação, resistência de estado limite de evento
extremo, levantamento e resistência lateral e valores de amortecimento do solo),
considerações de projecto para limpeza, se aplicável, pressões do solo nos
(217)
encontros e paredes em estruturas enterradas, e recomendações sobre lajes de
transição de pontes.
• Considerações de construção. Abordar questões de escalonamento de
construção, necessidades de escoramento e potenciais dificuldades de instalação,
taludes temporários, problemas potenciais de instalação de fundação, problemas
de construtibilidade de terraplenagem, esvaziamento, etc.
• Necessidades de monitoramento de longo prazo ou de construção, que
devem incluir recomendações sobre os tipos de instrumentação necessários para
avaliar o desempenho de longo prazo ou para controlar a construção e a zona de
influência de cada instrumento.
• Apêndices. Os apêndices típicos devem incluir layouts mostrando locais de
perfuração em relação às características do projecto e posicionamento, perfis de
subsolo e secções transversais típicas que ilustram a estratigrafia do subsolo em
locais-chave, todos os registos de perfuração usados para o dimensionamento do
projecto (inclui sondagens antigas, bem como novas) incluindo o registo da legenda
de cada registo, dados de teste de laboratório obtidos, resultados de medição de
instrumentação e disposições especiais necessárias, gráficos de projecto para
sustentação e levantamento da fundação, figuras de detalhes de projecto.
O relatorio geotécnico deve conter uma secção separada com o título “Informacao do
Projecto”. Esta secção, deve incluir uma infornmação resumida sobre o tipo de estrutura
analisada, a localização da estrutura e toda a informação pertinente (tal como o número
anterior da estrutura e toda a informação sobre construção existente, ou considerações
relacionadas com problemas de manutenção) que vai ajudar na descrição geral do
dimensionamento. Esta secção, pode incluir também informação sobre a sequência de
construção ou da selecção do dimensionamento e requisitos funcionais. Esta secção pode
ser complementada por informações adicionais ou por outras secções tais como “Resumo
do projecto”, se o relatório fizer parte das investigações ou se existir informação
substancial de obras anteriores, que podem ajudar a contextualizar o conteúdo do relatório
actual.
(218)
9.2.3.3 Resumo de Investigação Subterrânea
(219)
• Considerações de construção, tais como projecto de taludes temporários e
limites de escoramento, serão abordadas. Provisões especiais serão preparadas
para elementos que podem encontrar condições de solo difíceis ou que podem
exigir métodos de construção não típicos. Recomendações de sobreescavação (sub-
cortes) e requisitos de aterro serão discutidos e os detalhes preparados para o
projecto. Os requisitos de preparação da construção, quando aplicável, serão
abordados. A construção no clima húmido e o controle temporário da água da
construção serão avaliados.
(220)
Visto que o engenheiro que faz o projecto original pode não ser necessariamente aquele
que lida com qualquer uma dessas atividades futuras, a documentação deve ser clara e
concisa, fácil e lógica em termos de sequência. Qualquer pessoa que deve olhar para os
cálculos e documentação relacionada não deve ter que ir ao projectista para entender o
que foi feito.
(221)
Tabela 9-1: Lista de verificação geral do relatório geotécnico
Geral Y N N/A
Folha de capa
• Número do contrato
• Título do Relatório
Índice
Resumo Executivo
• Recomendações gerais
• Recomendações específicas
• Descrição das recomendações e considerações especiais
Introdução
Termos de referência
Informacao fornecida do projecto
Trabalho de campo
Descrição do Local
Condições geológicas existentes e efeitos no projecto (geografia, topografia,
fisiografia), descrição de quaisquer perigos geológicos presentes (quedas de
rochas, deslizamentos, pântanos, sísmica)
Geologia
Região, formações geológicas, condições geológicas não comuns.
Condição do subsolo
Teste em laboratório "ou" Teste experimental
Resumo
Recomendações para elementos geotécnicos:
• Cortes e aterros da linha central
• Aterros sobre solo mole.
• Correcções de deslizamento de terra
• Estruturas de contenção
• Fundações superficiais
• Fundações profundas - estacas cravadas e poços perfurados
• Técnicas de Melhoramento do Solo
• Locais de materiais
Tabelas
Apêndices
• Registos digitais de Sondagem
• Resultados de testes de laboratório
• Análise de resultados (estabilidade do talude)
• Estudo específico do local (dispersividade, sísmica)
(222)
9.5 Resumo das Condições Geotécnicas
Um Resumo das Condições Geotécnicas deve ser obrigatório para todos os projectos que
contenham pontes, muros, túneis, reparação de taludes instáveis e terraplenagem
significativa. A intenção do Resumo é informar o empreiteiro sobre o que os projectistas
geotécnicos sabem ou suspeitam fortemente sobre as condições do subsolo. O Resumo
das Condições Geotécnicas deve conter especificamente as seguintes informações:
1. Descrição das condições do subsolo em linguagem simples e evitar o uso de
palavras e/ou nomenclatura que os empreiteiros não entendem. Identificação de
profundidades/espessuras do solo ou estratos de rocha e seu estado de humidade
e condição de densidade. Identificação da profundidade/nível das águas
subterrâneas e indique a sua natureza (por exemplo, suspenso, regional, artesiano,
(etc.). Se várias leituras ao longo do tempo foram obtidas, identifique as datas
e profundidades medidas ou, no mínimo, forneça a faixa de profundidades
medidas e as datas em que as leituras de nível de água mais altas e mais
baixas foram obtidas. Descreva também resumidamente o método usado para
obter o nível de água (por exemplo, tubo vertical aberto, piezômetro selado,
incluindo a unidade de solo/rocha em que o piezômetro foi selado, etc.). Consulte
os registos para obter informações detalhadas. Se estiver se referindo a uma
condição anormal de solo, rocha ou água subterrânea, consulte o projecto de
registo de perfuração onde a anomalia foi encontrada. Cuidado também deve se
ter ao descrever profundidades de estratos. Se as profundidades/espessuras
forem baseadas em apenas uma perfuração, basta consultar o registo do
furo para obter essa informação. Comentários sobre o potencial de
variabilidade nas espessuras dos estratos podem ser apropriados. Observe
também que as descrições detalhadas do solo/rocha não são necessárias se essas
condições não afectarem as actividades de construção do empreiteiro. Por
exemplo, para aterros ou paredes colocadas na base, informações detalhadas são
necessárias apenas para apoiar a discussão posterior neste documento
sobre a trabalhabilidade dos solos superficiais, bem como o potencial de
assentamento ou instabilidade e seu efeito na construção.
2. Para cada estrutura, se necessário, indique o impacto que a condição do solo, rocha
ou água subterrânea tem (terá) na construção. Onde for viável, consulte o (s)
registo (s) de perfuração ou dados que fornecem a indicação de risco. Certifique-
se de mencionar o potencial de risco para:
• cobertura do solo
• Instabilidade do talude devido à escavação temporária ou como resultado de um
elemento do projecto (por exemplo, contraforte, parede de amarração, cortes de
solos pregados)
• Assentamento e seu efeito sobre como uma determinada estrutura ou aterro deve
ser construído
• Potencial impacto geotécnico da construção de alguns elementos sobre o
desempenho de elementos adjacentes que são, ou não, uma parte do contrato de
construção (por exemplo, a melhoria do solo realizada na ponta de uma parede
pode causar o movimento dessa parede)
• Fluxo de água subterrânea e controle, se previsto, nas escavações de construção
• Camadas densas (por exemplo, podem inibir a cravação de estacas, escavação
de poços ou túneis, perfuração de pregos, tarugos ou âncoras)
• Obstruções, incluindo degregulhos ou pedras, se aplicável
• Dificuldades de escavação devido a rochas, rocha altamente fracturada ou intacta,
água subterrânea ou solo mole.
3. Quando as premissas e parâmetros do projecto podem ser afectados pela maneira
como a estrutura é construída, ou se as premissas ou parâmetros podem impactar
os métodos de construção do empreiteiro, tenha atenção para essas questões. Isso
pode incluir:
• Solos ou resistência da rocha (por exemplo, testes de carga pontual, RQD, UCS,
UU, testes CU, etc.)
(223)
• Se os eixos ou estacas são predominantemente de fricção ou resistência de ponta
por projecto
• As razões para níveis mínimos de ponta especificadas no contrato
• Cargas e os efeitos no dimensionamento/construção
• Se certos métodos de construção são exigidos ou proibidos, mencione o motivo
(geotécnico) para o requisito
• Potencial de liquefação e impacto no projeto/construção.
4. Lista de relatórios ou informações geotécnicas. Isso deve incluir o relatório
específico do projecto e memorandos (cópias no escritório do Engenheiro de
Projecto), bem como relatórios pertinentes que podem estar localizados num outro
lugar e podem ser de natureza histórica ou regional.
5. A intenção do Resumo é informar o empreiteiro do que os projectistas geotécnicos
sabem ou tem fortes suspeitas sobre as condições do subsolo. O resumo deve ser
breve (1 ou 2 páginas). Não deve incluir a relação de todos os dados disponíveis
(por exemplo, registos de poços, testes de laboratório, etc.). Devem ser
mencionados apenas os dados pertinentes às condições adversas de construção
previstas. Não deve incluir secções ou comentários sobre estruturas ou elementos
de projecto sobre os quais o projetista geotécnico não tem preocupações reais.
(224)
10 Referências e Bibliografia
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Engineering Programs. Washington State Department of Transport. 2010.
(226)
Apêndice A Exemplos de registo de sondagem
subterrânea
(227)
Apêndice B Lista de controlo de revisão de relatórios
geotécnicos (FHWA, 2003)
Todas as respostas diferentes de (sim) ou (N/A) para qualquer uma das perguntas da
lista de verificação em AZUL requerem o contacto do engenheiro geotécnico para um
esclarecimento e/ou para discutir o projecto.
(228)
16. Foram realizados testes de classificação de solo de laboratório, como
teor de humidade natural, granulometria, limites de Atterberg,
realizados em amostras representativas seleccionadas para verificar a
identificação visual do solo em campo?
17. Os resultados dos testes de laboratório, como resistência ao corte,
consolidação, etc., estão incluídos e/ou resumidos?
(229)
ATERROS SOBRE SOLO MOLE 4.2, 4.3
Estabilidade de Aterros Sim Não N/A
1. A estabilidade do aterro foi avaliada para F.S. = 1,25 para
talude lateral e 1,30 para talude final de aterros na
aproximação da ponte?
2. A resistência ao corte do solo da fundação foi determinada a
partir de testes de laboratório e/ou corte de palheta de campo
ou testes de penetrômetro de cone?
3. Se o aterro proposto não fornecer factores mínimos de
segurança dados acima, são recomendações dadas ou
alternativas de tratamento viáveis, o que aumentará o factor
de segurança para o mínimo aceitável (como alterar o
alinhamento, nível inferior, usar contrapesos estabilizadores,
escavar e substituir o subsolo fraco, enchimento leve, reforço
de geotéxtil, etc.)?
4. As comparações de custos de alternativas de tratamento são
fornecidas e uma alternativa específica é recomendada?
Assentamento do subsolo
5. As propriedades de consolidação de solos de granulometria
fina foram determinadas a partir de testes de consolidação de
laboratório?
6. O valor e o tempo de assentamento foram estimados?
7. Para aterros de aproximação de pontes, são feitas
recomendações para retirar o assentamento antes da
construção dos encontros da ponte (período de espera,
sobrecarregamento ou drenagem de pavio)?
8. Se a instrumentação geotécnica for proposta para monitorar
a estabilidade e recalque do aterro, são fornecidas
recomendações detalhadas sobre o número, tipo e locais
específicos dos instrumentos propostos?
Considerações de Construção
9. Se a escavação e substituição de depósitos superficiais
inadequados (turfa, lixo, solo superficial) forem
recomendadas, os limites verticais e laterais de escavação
recomendada são fornecidos?
10. Onde um tratamento de sobrecarregamento é recomendado,
o plano e a secção transversal do tratamento de
sobrecarregamento são fornecidos no relatório geotécnico
para benefício do dimensionamento da estrada?
11. São fornecidas instruções ou especificações relativas à
instrumentação, taxas de colocação de aterro e tempos de
atraso estimados para o empreiteiro?
12. São fornecidas recomendações para a remoção de material
de sobrecarregamento após o período de recalque ser
concluído?
(230)
CORREÇÕES DE DESLIZAMENTO DE TERRA
Consulte a secção 4.6
Geral Sim Não N/A
1. É fornecida uma planta do local e uma secção transversal em
escala mostrando as condições da superfície do solo antes e
depois da falha?
2. O histórico anterior da área do deslizamentoe é resumido,
incluindo histórico de movimento, resumo do trabalho de
manutenção e custos e medidas correctivas anteriores
tomadas, se houver?
3. É fornecido um resumo dos resultados da investigação do
local, testes de campo e de laboratório e análise de
estabilidade, incluindo a (s) causa (s) do deslizamento?
Plano
4. Os recursos detalhados do deslizamento, incluindo a
localização de fissuras na superfície do solo, cabeça do talude
e movimento da ponta, são mostrados na planta do local?
Corte transversal
5. As secções transversais usadas para a análise de estabilidade
estão incluídas no perfil do solo, lençol freático, pesos
unitários do solo, resistência ao corte do solo e plano de
ruptura mostrados ?
6. A localização do plano de falha de deslizamento é
determinada a partir de indicadores de inclinação?
7. Para uma lâmina activa, foi a resistência do solo ao longo do
plano de falha da lâmina calculada de novo usando um F.S. =
1,0 no momento da falha?
8. As seguintes informações são apresentadas para cada
alternativa de correcção proposta (os métodos de correcção
típicos incluem contraforte, corte, reconstruir o talude,
drenagem superficial, drenagem-interceptora subsuperficial,
valas de drenagem ou drenos horizontais, etc.).
a. Seção transversal da alternativa proposta?
b. Factor de segurança estimado?
c. Custo estimado?
d. Vantagens e desvantagens?
9. É recomendada a (s) alternativa (s) de correcção, uma vez
que fornece um F.S. = 1,25?
10. Se drenos horizontais são propostos como parte da correcção
do escorregador, a investigação do subsolo localizou estratos
contendo água que pode ser drenada com drenos
horizontais?
11. Se uma contra-bainha da ponta for proposta para estabilizar
um escorregador activo, a investigação de campo confirmou
que a ponta do escorregador existente não se estende além
da ponta da contra-barra proposta?
Considerações de construção
12. Onde a correcção proposta exigirá escavação na ponta de um
deslizamento activo (como para contraforte ou chave de
corte) tem o "talude durante a construção F.S." com
escavação aberta foi determinada?
(231)
13. Se a escavação for aberta o F.S. está perto de 1,0, foi
proposta a construção da fase de escavação?
14. As flutuações sazonais do lençol freático foram consideradas?
15. A estabilidade do talude da escavação deve ser monitorada?
16. As características, técnicas e materiais especiais de
construção são descritos e especificados?
ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO
Secção 4.4
Dimensionamento e Análise Sim Não N/A
1. Parâmetros de resistência do solo e o nível do lençol freático
recomendados para uso no cálculo das pressões laterais do solo no
dimensionamento de muros e factor de segurança para
desabamento, deslizamento e estabilidade externa do talude.
2. Propõe-se licitar dimensionamentos alternativos de paredes?
3. São apresentadas razões aceitáveis para a escolha e/ou exclusão de
certos tipos de parede?
4. Uma análise da estabilidade da parede está incluída com factores
mínimos aceitáveis de segurança contra rotação (F.S. = 2,0),
deslizamento (F.S. = 1,5) e estabilidade externa do talude (F.S. = 1,5)?
5. Se a parede for colocada em solos de fundação compressíveis, o total
estimado, o diferencial e a taxa de recalque são dados?
6. Os tipos de parede selecionados para solos de fundação
compressíveis permitirão movimento diferencial sem desgaste?
7. Detalhes de drenagem da parede, incluindo materiais e compactação,
são fornecidos?
Considerações de Construção
8. Os requisitos de escavação estão cobertos, incluindo talude seguros
para escavações abertas ou necessidade de cobertura ou
escoramento?
9. Flutuação do lençol freático?
10. Para paredes pregadas e âncoras de solo, o seguinte está incluído no
relatório geotécnico?
Paredes de tipo de construção de cima para baixo
a. Parâmetros de dimensionamento do solo (φ, c, γ)
b. Tamanho mínimo do furo (pregos do solo)?
c. Dimensionamento da resistência ao arrancamento(pregos do solo)?
d. Capacidade máxima de ancoragem (âncoras)?
e. Requisitos de protecção contra corrosão?
(232)
FUNDAÇÕES DE ESTRUTURA - FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS
Consulte a secção 4.2.6.1
Recomendações Sim Não N/A
1. As sapatas de directas são recomendadas para o suporte da
fundação? Se não, foram discutidos os motivos para não usá-
las?
Se os apoios de pé de apoio forem recomendados, as conclusões
e recomendações são dadas para o seguinte:
2. O nível de base da base recomendada e o motivo da
recomendação (por exemplo, com base na profundidade de
congelamento, profundidade estimada de limpeza ou
profundidade para material de resistência adequada) são
fornecidos?
3. É fornecida pressão admissível recomendada do solo ou
rocha?
4. O assentamento da base estimada e o tempo são fornecidos?
5. Onde as bases directas são recomendadas para apoiar
encontros colocados no enchimento da aproximação da
ponte, são fornecidos requisitos especiais de granulometria e
compactação para o enchimento da extremidade selecionado
e material de drenagem da parede posterior
Considerações de Construção
6. Os materiais foram adequadamente descritos, sobre os quais
a base será colocada, de forma que o inspector de projecto
possa verificar se o material está conforme o esperado?
7. Os requisitos de escavação foram incluídos para taludes
seguros em escavações abertas, necessidade de cobertura ou
escoramento, etc.?
8. A flutuação do lençol freático foi tratada?
(233)
6. A análise de dimensionamento (análise de Equação de onda) verificou
que a secção de estaca recomendada pode ser direcionada para o
nível da ponta estimado ou especificado sem danos (especialmente
aplicável onde camadas densas de Saibro-areia-pedregulho ou outras
obstruções têm que ser penetradas)?
7. Onde as estacas de limpeza são necessárias, o dimensionamento da
estaca e os critérios de cravação foram estabelecidos com base na
mobilização da capacidade de dimensionamento da estaca total
abaixo da zona de limpeza?
8. Onde a capacidade de carga lateral de estacas de grande diâmetro é
uma consideração importante de dimensionamento, as curvas p-y
(carga vs. deflexão) ou parâmetros do solo são fornecidos no
relatório geotécnico para permitir ao engenheiro estrutural avaliar a
capacidade de carga lateral de todas as estacas?
9. Para encontross de ponte apoiada em estacas sobre solo mole:
a) A carga de recalque nos encontros foi estimada e as soluções
como revestimento de betume foram consideradas no
dimensionamento? Geralmente não é necessário se a
sobrecarregamento de aterro estiver sendo executada.
b) A laje de transição da ponte é recomendada para moderar o
recalque diferencial entre as extremidades da ponte e o aterro?
c) Se a maior parte do assentamento do subsolo não for removida
antes da construção dos encontros (por sobrecarregamento), foi
feita uma estimativa da rotação dos encontros que pode ocorrer
devido à compressão lateral do solo do subsolo?
d) O laudo geotécnico alerta especificamente o dimensionamento
estrutural para o movimento horizontal estimado dos encontros?
10. Se o projecto da ponte for grande, o programa de teste de carga da
estaca foi recomendado?
11. Para estruturas principais em área de alto risco sísmico, foi feita
avaliação do potencial de liquefação do solo de fundação durante o
terremoto de dimensionamento (apenas areias saturadas soltas e
sedimentos são suscetíveis à liquefação)?
Considerações de Construção
12. Detalhes de cravação de estacas, como: pedras ou obstruções que
podem ser encontradas durante a cravação; necessidade de pré-
tratamento, jateamento, perfuração; necessidade de reforço da
ponta da estaca; sapatas de condução, etc.?
13. Requisitos de escavação: talude seguro para escavações abertas;
necessidade de cobertura ou escoramento; flutuação do lençol
freático?
14. Foram avaliados os efeitos da operação de cravação de estacas em
estruturas adjacentes, como protecção contra danos causados por
escavação de fundamentos ou vibrações de cravação de estacas?
15. O levantamento das condições pré-construção deve ser feito nas
estruturas adjacentes para evitar reclamações de danos
injustificados?
16. Em projectos de cravação de estacas grandes, foram considerados
outros métodos de controle de cravação de estacas, como teste
dinâmico ou análise de Equação de onda?
(234)
FUNDAÇÕES DE ESTRUTURA – POÇOS PERFURADOS
Consulte a secção 4.2.6.2
Recomendações Sim Não N/A
1. Os diâmetros e comprimentos do eixo são recomendados
para cargas de dimensionamento admissíveis com base numa
análise usando parâmetros de solo para fricção lateral e
resistência da ponta?
2. Assentamento estimado para cargas de dimensionamento
recomendadas?
3. Onde a capacidade de carga lateral do poço é uma
consideração importante de dimensionamento, as curvas p-y
(carga vs. deflexão) ou dados de solos são fornecidos no
relatório geotécnico que permitirá ao engenheiro estrutural
avaliar a capacidade de carga lateral do poço?
4. O teste de carga estática (até falha de recalque) é
recomendado?
Considerações de Construção
5. Os métodos de construção foram avaliados, ou seja, o
método de secagem mais barato ou o método de lama
podem ser usados ou o revestimento será necessário?
6. Se for necessário um revestimento, ele pode ser puxado
enquanto o eixo é betonado (isso pode resultar numa
economia significativa de custo em poços de diâmetro muito
grande)?
7. Se água artesiana foi encontrada nas explorações, foram
incluídas disposições de dimensionamento para manuseá-la
(por exemplo, exigindo revestimento e uma vedação tremie)?
8. Serão encontrados pedregulhos? (Se rochas forem
encontradas, então o uso de poços deve ser seriamente
questionado devido às dificuldades de instalação da
construção e consequentes custos mais elevados para as
rochas.)
(235)
4. Para compactação dinâmica, as recomendações incluem o
grau necessário de densificação (por exemplo, densidade
relativa, contagem de sopro SPT, etc.), limitações de
assentamento e controle de qualidade?
5. Para colunas de pedra, as recomendações incluem
espaçamento e dimensões das colunas, capacidade de
suporte, características de assentamento e permeabilidade
(aplicações sísmicas)?
6. Para a reposição, as recomendações incluem o método de
reposição (permeação, compactação, etc.), critérios de
melhoria de material, limitações de assentamento e controle
de qualidade?
LOCAIS DE MATERIAIS
Consulte a secção 6.3
Recomendações Sim Não N/A
1. Localização do site do material, incluindo descrição das rotas
de acesso existentes ou propostas e limites de carga das
pontes, se houver?
2. As amostras de solo representativas de todos os materiais
encontrados durante a investigação do poço foram
submetidas e testadas?
3. Os resultados dos testes de qualidade do laboratório estão
incluídos no relatório?
4. Para fontes de agregado, os resultados do teste de qualidade
de laboratório (como abrasão L.A., sulfato de sódio,
degradação, absorção, agregado reactivo, etc.) indicam se os
materiais de especificação podem ser obtidos do depósito
usando métodos de processamento normais?
5. Se os resultados do teste de qualidade do laboratório
indicarem que o material de especificação não pode ser
obtido dos materiais da mina como eles existem
naturalmente, a fonte foi rejeitada ou são fornecidas
recomendações detalhadas para o processamento ou controle
da produção de modo a garantir um produto satisfatório?
6. Para fontes de empréstimo de solo, foram observadas
possíveis dificuldades, como teor de humidade ideal acima
para solos argilo-siltosos, resíduos devido a alto PI,
pedregulhos, etc.?
7. Onde solos argilo-siltosos com alto teor de humidade devem ser
usados, são fornecidas recomendações sobre a necessidade de
aeração para permitir que os materiais sequem o suficiente para
atender aos requisitos de compactação?
8. São fornecidos factores estimados de encolhimento
9. As quantidades de material comprovadas no local satisfazem as
necessidades de quantidade estimada do projecto?
10. Onde os materiais serão executados abaixo do lençol freático, as
flutuações sazonais do lençol freático foram determinadas?
11. Os requisitos de licença especial foram atendidos?
12. Os requisitos de recuperação de fossas foram cobertos
adequadamente?
(236)
13. Foi fornecido um esboço de material do local (plano e perfil) para
inclusão nos planos, que contém:
a. Número do site do material?
b. Seta norte e subdivisão legal?
c. Testar o furo ou testar os registos do poço, localizações, números e
data?
d. Nivel do lencol freatico e data?
e. Profundidade de sobrecarga inadequada, que terá que ser removida?
f. Área de deposição do material inadequado sugerida?
g. Área de mineração proposta e áreas previamente mineradas?
h. Locais de estoque existentes?
i. Estrada de acesso existente ou sugerida?
j. Limites de carga da ponte?
k. Detalhes de recuperação?
14. São fornecidas disposições especiais recomendadas?
(237)
Apêndice C Exemplos ilustrativos resolvidos
Requisitos:
Para determinar a profundidade mínima (Db), de uma estaca de betão pré-moldado de
500 x 500mm de secção, que deve ser cravada, caso seja necessário para a estaca
suportar uma carga compressiva de projecto de 700 kN e para suportar uma carga de
levantamento de projecto de 150 kN. Determine a profundidade:
(a) de acordo com o método tradicional com um factor de carga geral de 2,0 e
(b) de acordo com o método do estado limite.
Procedimentos analíticos Cálculos
1. Calcule a resistência necessária e a Resistência de carga Abqb:
resistência ao levantamento da estaca: = 2,0 x 700 = 1400 kN
Abqb + Asqs
Ab: área da base da estaca Resistência ao levantamento, Asqs:
(238)
2. Calcule a capacidade de suporte final, que é Os cálculos são apresentados em
a pressão que causaria a ruptura por corte forma de tabela, conforme mostrado
do solo de suporte imediatamente abaixo e na tabela abaixo.
adjacente à estaca, a partir dos resultados
do SPT.
Os valores N são extraídos do Relatório
Geotécnico
Usando as correlações de Meyerhof,
𝑞𝑏 = 40𝑁𝐷𝑏 /𝐵 ≥ 400𝑁(𝑘𝑁⁄𝑚2 ) eq. 4-45
̅ (𝑘𝑁⁄𝑚 )
𝑞𝑠 = 2𝑁 2
eq. 4-49
(239)
Db (m) N ̅
𝑵 Asqs qb (kN/m2) Abqb Abqb + Asqs
(kN) (kN)
𝟒𝟎 400N
𝐍𝐃𝐛
𝟎. 𝟓
9,4 3 3,2 120 2406 602 722
19,5 12 8,0 624 19344 4960 1240 1864
27,5 13 9,5 1045 5120 1280 2325
34,2 22 13 1778,4 8800 2200 3978
40,2 29 16 2572,8 11400 2850 5423
51,6 24 17 3508,8 9520 2380 5889
(240)
Exemplo de estaca perfurada sub-alargada
Uma investigação geotécnica foi realizada para estabelecer a extensão da natureza do
subsolo. Os resultados das condições do subsolo em termos de resistência não drenada
conforme mostrado abaixo. uma avaliação da resistência de carga de uma estaca
perfurada sub-alargada é necessária:
1. Usando o método tradicional para garantir (i) um factor de carga geral de 2 e (ii)
um factor de carga de 3 sob a base quando a resistência do eixo está totalmente
mobilizada, e
2. De acordo com o método do estado limite.
DADOS DE ENTRADA:
• Diâmetro do eixo: 1,10 m
• Base sub-alargada: 3,15 m
• O comprimento da estaca se estende de: 4,5 m a 23,5 m
• Profundidade: 21,5 m
• Peso unitário de argila: 20 kN/m3
• Peso unitário de betão: 23,5 kN/m3
(241)
2. Calcule a capacidade de fricção da Entre 4,5 e 19,3 m média (valor cauteloso) é
superficie. 151,84 kN/m2
qs = 0,4 x 151,84 = 60,74 kN/m2
qs = αcu da Equação 4-54
α = 0,4
Recomenda-se desconsiderar o atrito da
superficie ao longo de um comprimento de
2D acima do topo da base, abaixo de uma
profundidade de 19,3 m.
𝑐𝑢𝑎𝑣
𝑐𝑠𝑘 =
1,5 151,84
= 101,2 kN/m2
1,5
(242)
8. Calcule o valor característico das
resistências de base por unidade
154 x 9 = 1386 kN/m2
de área 4
Nc = 9
(243)
Exemplo de projecto de construção de atero em etapas
(abordagem de tensão total)
DADOS DE ENTRADA
(244)
Este exemplo usou FS = 1,15 a 1,2 como
mínimo.
Os aumentos de tensão nas zonas são os seguintes, com base na largura equivalente da
sapata de 31,40 m e usando o método de distribuição de tensão de Boussinesq. Assim, a
zona 3 está próxima do centro e só é usada posteriormente na análise.
(245)
A relação entre a taxa e o tempo de consolidação
depende do factor de tempo Tv, do grau de
consolidação U e do comprimento do caminho de
drenagem.
O lodo mole pode drenar no topo, bem como em
Caminho de drenagem = (H / 2), onde H é a altura
da camada de siltos moles.
Da Equação 4-96
= 0,583
= 58%
(246)
2 27,87 7,67 0,58 22° 14,2
Supondo que o segundo estágio, trazendo a altura total de enchimento até 2,42 m, pode se
acomodar por 16 dias, calcule qual seria o Factor de Tempo (T) e a consolidação percentual
(U) a ser alcançada.
1. Calcular a consolidação média
Uma vez que o levantamento do primeiro
estágio tem 14 dias para consolidar e o
segundo levantamento do solo é permitido
para consolidar por mais 16 dias, o solo
terá na verdade consolidado por 30 dias no
total.
(247)
Camada Zona
Ix σν Cuui U
ϕconso Cuu28%
(kN/m2) (kN/m2) (kN/m2)
1 1 36,42 7,67 0,38 22° 13,3
2 34,56 7,67 0,38 22° 13,0
2 1 20,44 7,67 0,38 22° 10,8
2 27,87 7,67 0,38 22° 11,9
Notas:
As etapas 7 e 8 continuam num processo iterativo de adição de enchimento, determinação da
consolidação média ponderada, ganho de força subsequente e análise de estabilidade para
determinar a próxima elevação "segura" até que o aterro seja construído em altura total
(6,10 m). Um FS mínimo aceitável a longo prazo de 1,25 deve ser alcançado.
Conforme ilustrado na Figura 4-25, a consolidação/assentamento do aterro continuará
lentamente após a colocação do aterro do estágio final. Ocorre quando o solo continua a
assentar depois que as pressões de água dos poros em excesso são dissipadas a um nível
insignificante, ou seja, a consolidação primária está essencialmente concluída. Isso causará
aumento na resistência do lodo mole.
Resumo do processo usado para este exemplo. Os cálculos sobre como determinar o tempo
necessário uma vez que o aterro seja concluído para fazer com que o factor de segurança
aumente para o FS mínimo aceitável a longo prazo de 1,25 são resumidos como segue:
1 1,8 15
2 0,6 15
3 0,6 15
4 0,6 15
5 0,6 30
5 0,6 30
7 0,9 10
8 0,3 25
Total 6,1 155
(248)
FS de 1,25 obtido após 25 dias após a colocação da camada de aterro final
Ganho de força após 155 dias e consolidação de 71%
O exemplo acima mostra a abordagem da pressão total. Por outro lado, a análise de tensão
efectiva é usada para determinar a quantidade de aumento de pressão de poros que pode ser
tolerada antes que o factor de segurança do aterro caia para um nível crítico ao usar φCD para
a resistência do solo. Isso é avaliado determinando a razão de pressão de poros (ru), que é
frequentemente usada para comparar o aumento de pressão de poros com medições de
pressão de poros in-situ. Assim, as taxas de pressão dos poros que não devem ser excedidas
durante a construção de aterro.
(249)
DADOS DE ENTRADA
22°
K aL3 = tan2 (45 − ) = 0,46
2
(250)
Condição passiva:
22
K pL3 = tan2 (45 + ) = 2,2
O valor de Kp é necessário para a 2
terceira camada, abaixo da
linha de dragagem.
φ
K p = tan2 (45 + )
2
Condição Passiva
(251)
𝜎ℎ,𝑝 (0 + (19 − 10) × 0) × 2,2 + 2 × 50 × √2,2
= 148,32 kN/m2
∆𝜎ℎ = 𝜎ℎ,𝑝 − 𝜎ℎ,𝑎
(148,32 – 33,72) = 114,61 kN/m2
3. Calcule a profundidade de
penetração D
Veja as Figuras 4-6, 4-69 e 4-70.
4. Estabeleça o diagrama de Resultados para este exemplo mostrado
distribuição de tensão abaixo.
(252)
Força Magnitude Braço de momento no Momento sobre o ponto
“F” “F”
P1 5,87 x 4 = 23,48 0,0 0
P2 0,5 x (28,25 – 5,87) x 4 = 44,76 2 – 4/3 = 0,67 29,84
P3 21,12 x 8 = 168,96 2+4=6 1013,76
P4 0,5 x (47-21,2) x 8 103,20 8 – 8/3 + 2 = 7,3 756,8
P5 (-) 114,5D 10 = 0,5D 1145D + 57,25D2
P6(-) 0,5 x (15,75D) x D =7,88D2 10 = 2/3D 78,8D2 + 5,28D3
F F(-) 0,0 0,0
(253)