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ENGENHARIA DE TRÁFEGO:
Introdução à Engenharia de Tráfego, Tráfego Rodoviário, Capacidade e Níveis de
Serviço, Entrelaçamento e Rampas
Nova Xavantina
2020
HÉRCULES JUNIOR FERNANDES LOPES
IARA OLIVEIRA GARCIA
IZAURA ECHEVERRIA DOS SANTOS DE CAMARGO
JAÍNE FELIX DE SÁ
ENGENHARIA DE TRÁFEGO:
Introdução à Engenharia de Tráfego, Tráfego Rodoviário, Capacidade e Níveis de
Serviço, Entrelaçamento e Rampas
Trabalho avaliativo para a disciplina de
Engenharia de Tráfego, ministrada pelo
docente Cayttano Saul de Sa Zarpellon,
Curso do Curso de Engenharia Civil,
campus de Nova Xavantina, da
Universidade do Estado de Mato Grosso
Nova Xavantina
2020
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................2
1.1 DEFINIÇÕES...........................................................................................................2
1.2 CONTEXTO HISTÓRICO ...................................................................................... 2
1.3 ASPECTOS DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO .................................................. 3
1.4 ELEMENTOS DA ENGENHARIA DE TRÁFEGO ..............................................4
1.4.1 Vias .................................................................................................................. 4
1.4.2 Veículos ...........................................................................................................6
1.4.3 Usuário .............................................................................................................9
3 CONCLUSÃO ...............................................................................................................29
5 ANEXOS ....................................................................................................................... 31
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1 INTRODUÇÃO
1.1 DEFINIÇÕES
A Engenharia de Transportes tem como função aplicar tecnologias e fundamentos
científicos para a elaboração, no projeto, execução e na manutenção da infraestrutura em todas
as condições de transporte, tendo como propósito garantir a segurança, a rapidez, o conforto do
usuário, a qualidade no uso, a economia, bem como a harmonia com o meio em que foi inserido
nas mobilidade dos indivíduos e mercadorias (PLINE, 1999).
Ainda de acordo com Pline (1999), a Engenharia de Tráfego é uma área da Engenharia
de Transporte que realiza o planejamento, a concepção geométrica e a execução de vias e
rodovias, de suas conexões, seus terminais, o uso do solo e a relação com outros meios de
transportes. Segundo o autor, as áreas funcionais da Engenharia de Tráfego podem ser descritas
conforme apresentado a seguir:
• Planejamento de tráfego: determina os padrões de viagens de pessoas e de
cargas, pela análise das propriedades demográficas atuais e do futuro, além de
planejar o uso do solo. Com essas informações realiza-se as recomendações as
redes de rodovias e meios de transportes.
• Projeto de tráfego: é composto pelos instrumentos de gestão de tráfego e pelo
projeto funcional de rodovias, que engloba seções transversais, curvatura,
distância de visibilidade, canalizações e desobstruções para o tráfego. Está
intimamente ligado ao fluxo de tráfego.
• Operações de tráfego: analisa, revisa e aplica as ferramentas de tráfego, registra
acidentes e fiscaliza, bem como o volume e a obtenção de dados para o
planejamento de transportes.
1.4.1 VIAS
A Figura 2. apresenta a relação inversa que existe entre a mobilidade e o acesso a cada
sistema.
1.4.2 VEÍCULOS
onde:
S = distância de frenagem (m);
V = velocidade no início da frenagem (km/h);
f = coeficiente de atrito entre pneu e o pavimento.
onde:
g = declividade longitudinal da pista em proporção (%), positivo para subida e negativo
para descida.
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1.4.3 USUÁRIO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
• Os recursos que podem ser obtidos dos usuários de uma via, dependem entre
outros fatores, da constituição do seu tráfego. Como mostra a figura 5.
Figura 5. Relação entre a hora e o volume horário de trafego em rodovias norte americanas
Fonte: DNIT/IPR 723, 2006
A velocidade é um dos aspectos essenciais do tráfego e um dos mais difíceis para
determinar, podendo assumir várias formas de acordo com o tipo de tempo, movimento e base
espacial a qual vai ser calculada, os principais conceitos de velocidade são:
• Velocidade: é o espaço percorrido (d) e o tempo gasto para percorrer (t), se
chamamos a velocidade de V, então temos V=d/t, com unidade de medida em
km/h;
• Velocidade Instantânea: é a velocidade de um veículo em um instante
determinado;
• Velocidade pontual: é a velocidade instantânea quando o veículo passa por um
ponto definido ou seção da via;
• Velocidade média no tempo: é a média aritmética das velocidades pontuais de
todos os veículos;
• Velocidade média de viagem: é a velocidade média em um determinado trecho,
que é definido pela razão entre o comprimento da via e o tempo gasto, incluindo
os tempos parados;
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A densidade é o número de veículos ocupando uma certa extensão de uma via, a mesma
pode ser calculada entre a relação volume de veículos e velocidade:
𝑉𝑀𝑡
𝐷=
𝑉
Onde:
D = Densidade
VMt = Volume médio no trecho (veic/h)
V = Velocidade (km/h)
Com isso existem duas grandezas que descrevem a disposição longitudinal dos veículos,
que são elas:
• Espaçamento: é a distância entre dois veículos seguidos, que é medida entre pontos de
referência;
• Intervalo: é o tempo percorrido entre dois veiculos seguidos por um determinado ponto.
Agora partindo da relação entre volume, velocidade e densidade. Podemos dizer que a
relação entre velocidade e volume significa a capacidade que a via pode carregar, pois quanto
maior a velocidade maior o volume de veículos que passará pela via, enquanto se a velocidade
diminuir e ocorrer a entrada de mais veiculos na corrente poderá provocar turbulência, como
mostra a figura 7.
A relação entre velocidade e densidade pode ser expressa da forma que quanto mais
diminui a velocidade mais aumenta a densidade de uma via, como mostra a figura 8.
De acordo com Demarchi; Setti (2003), nos últimos 40 anos foram desenvolvidos
diversos métodos, que a partir de pesquisas feitas em vários países resultaram em publicações
de manuais, esses usados para a analises da capacidade e qualidade nos sistemas de transporte,
dentre os diversos manuais desenvolvidos o mais conhecido e usual é o Highway Capacity
Manual – HCM (TRB, 2000), o manual americano de capacidade. Contudo a utilização desse
manual em países distintos deve ser feita com cautela, procurando sempre usar
coeficientes/fatores de acordo com cada país, enfatizando que cada país tem suas características
de trânsito diferentes das condições americanas em que foi feito o manual HCM.
De acordo com Demarchi; Setti (2003), para uma avaliação das condições operacionais
de uma via fundamenta em cima de considerações criadas em relação a quantidade de veículos
que podem circular pela rodovia, em um determinado período de tempo de forma que a
qualidade de operação na via seja mantida. É através do método de análise de capacidade e
nível de serviço das vias que as estimativas da quantidade de veículos e da qualidade de
operação são alcançadas. Contudo esse método permite avaliar como é a capacidade e nível de
serviço em relação as propriedades do trafego e da via. Demarchi; Setti (2003), ressalta que
para o trafego á características fundamentais para analise como; volume e quantidade de
veículos de grande porte na via (caminhões) e para características das rodovias da ênfase em
pontos como; largura da faixa, comprimento como também a intensidade das rampas que estão
ali presentes.
2.3 ENTRELAÇAMENTO
O entrelaçamento pode ser definido como o cruzamento de duas ou até mais vias que
estão na mesma direção em um espaço significativo, ou seja, em um trecho longo, sem auxílio
de controladores. Em um entrelaçamento é possível notar uma região em que acontece uma
grande movimentação, sendo denominada de forma simples como região de entrelaçamento
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pois o espaço não conseguirá acomodar os fluxos que se cruzam. Uma solução para isso é a
implantação de trevos, que permitem maior acomodação e fluidez dos veículos.
Em sua obra, Filizzola et al. (1977) destaca que quanto menor a seção de
entrelaçamento, maior será a influência do entrelaçamento no tráfego, pois quando as
interseções são mais compridas, os efeitos de entrelaçamento são pequenos. A figura 10 ilustra
algumas situações.
É possível destacar que também são separadas por classes a capacidade e os níveis de
serviço de um entrelaçamento Tal distinção leva o conceito de qualidade de fluxo, como
acontece nos tipos de vias, relacionando também os níveis de serviços. A qualidade do fluxo
pode ser descrita da seguinte forma, tabela 5.
NÍVEIS DE
DESCRIÇÃO
QUALIDADE
2.4 RAMPAS
A rampa é considerada uma via que tem função de transferir os veículos que passam por
ali até outra via. Em sua obra, Fillizola et al. (1977) também define esse tipo de via como uma
interconexão entre vias que possuem níveis diferentes, ou ainda, duas vias paralelas. Quando
uma rampa é mal projetada, é comum que os níveis de serviços fiquem comprometidos ou ainda
haja grandes congestionamentos. Por isso, é importante levar em consideração alguns fatores
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como a capacidade na hora de projetar, assim como volumes e características comuns das
rampas.
Sobre a capacidade das rampas, esta é definida através de três parâmetros, sendo
utilizado o menor valor encontrado. O primeiro se refere a capacidade do terminal na junção da
rampa-via expressa. A segundo parâmetro está ligado a capacidade da própria rampa e, o
terceiro parâmetro, diz respeito a capacidade do terminal na junção feita da rampa-sistema
viário adjacente.
A capacidade de uma rampa está ligada também a fatores como o entrelaçamento. Se
uma rampa de saída estiver muito próxima a uma rampa de entrada, certamente haverá
entrelaçamento entre elas. Assim, é preciso analisar algumas variáveis de entrelaçamento para
não seja afetado o nível de serviço da via.
Ainda mais, o volume é algo a ser considerado em rampas, principalmente se este
volume estiver relacionado a horários de pico. Os volumes de pico, assim denominados, devem
sempre ser estipulados para que não ocorra uma diminuição no nível de serviço do trecho.
Por fim, as características de projeto devem ser levadas em consideração também, para
que a capacidade da rampa não seja afetada. São algumas características: raios de curvatura,
greides, comprimento e distância de visibilidade (FILLIZOLA ET AL., 1977).
Ainda mais, as rampas podem ter características convergentes ou divergentes. Uma
rampa é convergente quando o veículo surge de uma rampa para o fluxo contínuo. Já uma rampa
é divergente quando o veículo realiza o movimento de saída da rodovia, divergindo do fluxo
contínuo (GOLDNER, s.a).
Quanto aos níveis de serviço são classificados seis tipos diferentes, variando de A a F,
utilizados nas junções das rampas, tabela 6. Nas junções das rampas, é desejável que o projeto
contemple os níveis A, B ou C, possuindo coerência ao longo de toda a rodovia. Contudo,
muitas vezes são adotados em projetos os níveis D, E e F, principalmente por questões
econômicas.
NÍVEL CARACTERÍSTICAS
Conforme a classe da rodovia, são limitados os valores de inclinação nas rampas, devido
ao tráfego de diferentes tipos de veículos. Para veículos de passeio, que transportam
passageiros, as rampas com até 8% de inclinação não influenciam no comportamento do
veículo. Ainda mais, quando tais vias possuem inclinação de até 3%, não são notadas alterações
no trecho, na qual se assemelha com vias sem inclinação nenhuma. Já para veículos médios e
pesados, como os caminhões, são notadas alteração na velocidade ao longo do trecho inclinado.
Em rampas ascendentes, alguns fatores estão ligados a perda de velocidade dos caminhões:
inclinação do greide; comprimento da rampa; peso e potência do veículo; velocidade de entrada
na rampa; e habilidade do motorista (PASTANA, s.a). Segundo o Departamento Nacional de
Estradas de Rodagem – DNER (1999), são tabeladas as inclinações máximas admitidas em
rodovias, tablea 77.
Quanto ao comprimento, devem sempre ser evitados trechos com rampas curta, pois
culminam em curvas verticais e falta de visibilidade na via. Contudo, rampas longas promovem
a redução a velocidade de veículos médios e pesados. Logo, deve ser estipulado um
comprimento ideal para que o fluxo corra bem, sem congestionamentos e acidentes. Existe
então um comprimento máximo, na qual um veículo padrão consegue trafegar sem grande perda
de velocidade, que está limitado a alguns fatores como: relação potência/peso do veículo tipo;
condições do trecho; velocidade de estrada na rampa; e menor velocidade que o veículo tipo
consegue chegar ao final da rampa (PASTANA, s.a).
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3 CONCLUSÃO
A maior parte da produção nacional é movimentada através das rodovias numa
infraestrutura totalmente inferior em relação à apresentada por outras potências mundiais com
dimensões territoriais parecidas ou não com a do Brasil. Pistas não asfaltadas, em más
condições, péssima sinalização, idade da frota elevada, grande volume de emissão de gases do
efeito estufa, falta de profissionalização, etc.; mostram que o país precisa com urgência que o
governo federal direcione maiores investimentos para este modal, além de trabalhar melhor a
distribuição modal de sua matriz de transporte, buscando minimizar os custos operacionais que
influenciam diretamente no seu PIB (MOREIRA; JUNIOR; TOLOI; 2014)
Com isso o presente trabalho tem como objetivo principal nos demonstrar o que é
necessário para se projetar e dimensionar uma rodovia, ou até mesmo fazer a recuperação e
expansão da mesma. Envolvendo leis e normas que devemos seguir para dimensionar o tráfego
e logo após tomar decisões corretas.
Por isso é necessário ter uma malha rodoviária de alto nível para que seja possível obter
uma logística mais eficaz, oferecendo assim uma troca de bens, deslocamento de pessoas e
informações. Mas para isso acontecer é necessário garantir a segurança, a rapidez, o conforto
do usuário e a qualidade no uso.
Portanto a Engenharia de Tráfego influência positiva à logística, e é de suma
importância para manter as rodovias em boas condições, para que não haja transtornos para os
usuários.
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4 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
COELHO, A. H. ECV5129 – Engenharia de Tráfego. Módulo I conceitos básicos.
Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Santa Catarina, 2016. (Apostila).
DNER. Classificação funcional do sistema rodoviário do Brasil. [S.l.]: M.T. DNER, 1974.
DNIT/IPR. Estudo dos impactos do bitrem nas rodovias federais brasileiras. [S.l.]:
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - Instituto de Pesquisas Rodoviárias,
2009.
PLINE, J. L. (Ed.). Traffic Engineering Handbook. 5. ed. Washington, DC, USA: Institute of
Transportation Engineers, 1999.
5 ANEXOS
Anexo A. Volume de serviço máximo por faixa