Você está na página 1de 25

1

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Leonardo Lamego de Paula

CRÍTERIOS CONSTRUTIVOS DE LINHAS DE TRANMISSÃO

Belo Horizonte

2021
2
3

LEONARDO LAMEGO DE PAULA

CRÍTERIOS CONSTRUTIVOS DE LINHAS DE TRANMISSÃO

Monografia apresentada ao Curso de Pós-


Graduação em Transmissão e Distribuição de
Energia Elétrica do IEC Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais.

Orientador: Prof. Leandro Veloso Cunha

Belo Horizonte

2021
4

RESUMO

Levantamento e comparação de padrões e critérios evolutivos de práticas


utilizadas para implantação de linhas de transmissão, com foco nas instaladas no
território brasileiro. Analises de registros de custos benefício de tecnologias
desenvolvidas e aplicadas. Exposição dos panoramas de ganhos e perdas obtidas
em investimentos. Analise de projetos, materiais, equipamentos e procedimentos
técnicos praticados. Este trabalho serve de subsidio a ONS para criação de
mecanismos que permite o compartilhamento de informações e responsabilidades
com os agentes de operação para que haja a maximização da segurança e redução
dos custos.

Com a exposição e análises de regras regulatórias vigentes vamos debater e


promover a adequação de metodologias alternativas de forma a incentivar a
inovação, com os benefícios técnicos das soluções, estabelecer a adequada
remuneração aos agentes e redução de custos ao consumidor.

Além da abordagem técnica este trabalho, também busca promover boas práticas
construtivas, evitar o superdimensionamento, difundir questões, l legais, ambientais,
e de segurança do trabalho, apresentar resultados de estudos.

Palavras –Chave: Engenharia Elétrica, Projetos Elétricos, Alta Tensão,


LinhasTensão, Linhas de Transmissão, Desempenho, Critérios Construtivos de
Linhas de Transmissão, traçado, estruturas, conjuntos de grampos ancoragens
suspenção, condutores, NBR 5422, meio ambiente, Segurança do Trabalho.
5
6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Circuito Equivalente..........................................................................................10


7

SUMÁRIO
RESUMO...............................................................................................................3

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................5

1.1. Objetivo........................................................................................................5

1.2. Relevância e Abrangência..........................................................................5

1.3. Metodologia..................................................................................................6

2. Leilões e Licitações...........................................................................................7

3. Localização e Extensão das Linhas.................................................................7

4. Dados Climatológicos.......................................................................................7

5. Características dos Cabos................................................................................7

6. Estruturas..........................................................................................................7

7. Cadeias e Isoladores........................................................................................7

8. Distâncias de segurança a obstáculos.............................................................8

9. Operação em Longa Duração..........................................................................8

10. Geometria das Fases........................................................................................8

11. Conclusões.......................................................................................................8

REFERÊNCIAS.....................................................................................................8
8

1. INTRODUÇÃO

1.1. Objetivo
As implantações de linhas transmissão são atividades complexas necessárias de
análises técnicas profundas, devidos aos enormes impactos sócios econômicos
envolvidos devido as vastas extensões das áreas de servidão que cruzam todo
território brasileiro.

Devido aos altos riscos humanos nas atividades, aplica-se recursos tecnológicos,
visando a preservação da segurança e integridade das pessoas. De modo a evitar a
exposição dos profissionais da área e cidadãos aos riscos.

Este trabalho apresenta aspectos relevantes, necessários e complementares a


serem observados durante o projeto, etapa de construção e proteção das Linhas de
Transmissão.

Será analisada a redução de custos de implantação, a capitalização das perdas


em operação de regime permanente, desempenhos e longevidade dos
equipamentos, em registros históricos, e a resposta das tecnologias desenvolvidas
frente intempéries registradas.

Além dos resultados obtidos por ensaios de tipo de materiais em laboratórios, o


histórico e registro do monitoramento dos equipamentos, possibilitam o
desenvolvimento das melhores práticas. As soluções apresentadas por meios
acadêmicos e comercias fornecem robustez as práticas construtivas.

Mais enxutos, os projetos modernos carregam tecnologias inovadoras e ao


mesmo tempo os mesmos padrões de décadas. As estruturas são melhores
quantificadas, mais leves. Busca-se utilizar o maior vão médio possível para alcançar
maior custo benefício. Mas grandes volumes de interferências, devido as densidades
ocupacionais, provocam a alterações de vértices, sequencias de ancoragens, torres
mais altas.

1.2. Relevância e Abrangência

Primordial ao sistema elétrico interligado, as linhas de transmissão são capazes


de transferir grandes quantidades de energia eletromagnética entre Usinas, SE ’s,
cidades e indústrias distanciadas por quilômetros.

Devido ao ótimo despenho se tornaram fundamentais para a rotina humana, em


1880 o Oliver Heaviside, desenvolveu o primeiro modelo atribuído as linhas. A
Equação de Heaviside demostra que as ondas eletromagnéticas em todas as
9

frequências. A prática resultante da equação de Maxwell, simula que os condutores


são compostos por uma série infinita de componentes elementares.

Figura 1 Circuito Equivalente LT

A resistividade de distribuição dos condutores é representada por R, expressada


por ohms/km. A indutância dos campos eletromagnéticos é representada por L em
H/km, a capacitância entre dos condutores, é representada por um capacitor shunt C
em F/km a condutância e representada por G S/km

1.3. Metodologia

A partir de levantamento e análise comparativa histórica de dados, obtidos em


acervos de projetos antigos e atuais de LTs, principalmente as construídas no
território brasileiro, apesar de perceber-se características conservativa, os avanços
tecnológicos associados a requisitos de legislações obtiveram resultados qualitativos
e quantitativos de práticas utilizadas em Linhas de Transmissão.

A composição desta análise está a cerca de:

 Estudar melhorias de procedimentos, com definição de melhores casos;


 Comparar execução com teoria;
 Identificar e analisar os problemas e soluções em Linhas de Transmissão.
10

2. Leilões e Licitações
A ANEEL realiza leilões de infraestrutura no Brasil, com bilhões de reais em
linhas de transmissão e subestações investimentos que são arrematados por
empresas do setor, para construção e operação, do sistema elétrico.

Incluir 1 ou 2 parágrafos sobre a dinâmica de leilões de Linhas de Transmissão.

3. Impactos Socioeconômicos
3.1. Meio Ambiente

Os impactos ambientais devem ser levantados e mitigados d em todos os


empreendimentos de Engenharia, os esforços para melhoria buscam mitigar os
riscos à segurança e integridade de pessoas, animais.

Áreas de preservações poderão ser afetadas pela construção de uma Linha


de Transmissão, matas ciliares, sítios arqueológicos, grutas, nascentes, biomas
diversos, essas regiões brasileiras, que são altamente distintas e sensíveis, são
catalogadas e cadastradas nos órgãos competentes, e definirem a elaboração do
traçado.

O bem-estar, de centros urbanos, é o principal requisito, para soluções


complexas, nos locais mais povoados. Mas as Linhas também cruzam
comunidades rurais, florestas e pastagens.

O histórico dos instrumentos estabelecido como Política Nacional do Meio


Ambiente, tem objetivo de preservar, e recuperar a qualidade ambiental com
princípio de combater qualquer forma de poluição, foram criados controles,
licenças, autorizações, certidões, certificados e termos. O monitoramento e
cadastramento de todas as áreas também evoluiu, de forma a identificar
patrimónios culturais. Os órgãos intervenientes que compões o SISNAMA, como
o IBAMA, IDEMA, IEF, IPHAN, INCRA, FUNAI, regulamentam as Licenças
Prévias, de Implantação e Operação, que são os marcos de grandes projetos.

Neste quesito as linhas possuem requisitos ambientais técnicos de supressão,


definidos pelo IBAMA a variar com a vegetação, são permitidos a utilização de
equipamentos de supressão mecanizada, que possuem grande eficiência e
proporciona velocidade e qualidade pois reduzem o material lenhoso e fazem
uma poda rente ao solo, consequentemente, reduzem os custos de homem hora
trabalhado. A supressão, em locais mais sensíveis, é realizada por equipes de
operadores de motosserras. Procedimentos menos devastadores, passaram a
ser exigidos. O “correntão” foi classificado como ilegal.
11

Para proteção do meio ambiente, a presença de profissionais cadastrados,


para afugentamento da fauna, e identificação da flora, controle das fontes de
água. Técnicos também controlam o material lenhoso gerado, os resíduos dos
suprimentos e todos descartes de aço, concreto, madeira, areia e óleos.

Caso não seja possível os desvios dos ecossistemas naturais, busca-se


mitigar os prejuízos ambientais com equipagens como por exemplo a sinalização
dos cabos com protetores pré-formados em locais de rotas migratórias de aves.
O Código Florestal também exige que parte da área vegetal suprimida seja
recompensada, em áreas de reflorestamento.

3.2. Fundiário

No respeito, as propriedades, onde serão locadas estruturas e faixa de


servidão, as indenizações fundiárias, buscam equalizar os interesses, dos
proprietários, transmissoras e sociedade.

Todas as propriedades e acessos de uma Linha, serão catalogadas, o acesso


a propriedade torna de interesse público (DUP), a imissão na posse é expedida
pelo poder judiciário.

É comum as torres serem locadas em pastos, plantações, matas, e diversas


outras benfeitorias, o valor da indenização corresponde a benfeitoria.

Como as áreas de interesse e empenho de interligação ao SIN, estão cada


vez mais povoadas, os custos fundiários de implantação das Linhas têm
aumentado bastante, com desvios de áreas nobres e valorizadas, e indenizações
mais expressivas.

3.3. Travessias

Os critérios de travessia evoluíram a partir de 1980 através de decretos,


normas, portarias estaduais, resoluções de licenciamentos, e leis. Tornam-se
mais específicos pois além de aplicarem-se as Linhas de Transmissão, também
são regulamentadas para rodovias federais, estaduais, municipais, rios
navegáveis, ferrovias, dutos de gases, minérios, água, esgoto e petróleo. De
maneira geral, são examinadas as distâncias de segurança elétricas, distâncias
verticais para obstáculos, ângulos da travessia, tipos de estruturas, acessórios
para cabos, localização e sinalizações. Aterramentos especiais serão
necessários caso a indução eletromagnética coloque em risco de danos a
pessoas aos materiais a exposição de materiais condutores.
12

Cada órgão possui exigências distintas de projetos, documentações e


execução, sendo o interesse comum a segurança das pessoas e a preservação
de bens patrimoniais. Para casos especiais os cálculos de interferências
eletromagnéticas, tensões induzidas dimensionam a necessidade dos
aterramentos, proporcionam também a análises de desempenho e adequação de
rotinas operativas.

4. Fundações
4.1. Sondagens

Os ensaios de campo do solo permitem verificar os parâmetros físicos,


densidade, umidade, composição e características químicas, PH. Estes dados
definem o tipo do solo, por tipo arenoso, rochoso e de coercividade classificados
por I, II, III, IV. Os ensaios também medem a resistividade do solo, que afeta o
desempenho da linha. Estas informações são os requisitos para definição da
fundação.

A partir das premissas do solo, análise executiva, define-se o tipo de fundação


que será aplicado a estrutura. Além das técnicas de modelagem, para este tema,
evolui os Sistema de Ancoragem Química que realizam a mistura de dois
componentes para que através de reações químicas, uma massa homogênea
seja criada.

4.2. Dimensionamento das Fundações

O desenvolvimento dos projetos de fundações evoluíra baseando-se nos


estudos envolvendo confiabilidade sob condições de incerteza. Para avaliação
do conservadorismo utiliza-se níveis de confiabilidade implícitos em cada caso e
das variáveis envolvidas no processo, as incertezas físicas, estatísticas, de
modelagem e de fatores humanos. O Controle tecnológico e estatístico do
concreto determinou os materiais mais apropriados para utilização.

O Cálculo dos volumes unitários de fundações classifica-se por estrutura e tipo


de solo.

4.3. Tubulões

O tubulão é uma fundação profunda de concreto armado, de forma cilíndrica,


em geral escavado a céu aberto e com base alargada, destinado a transmitir ao
maciço de fundação, os esforços da superestrutura.

Os tubulões, com base alargada, são utilizados em solos com resistência


crescente com a profundidade e, em geral, que tenham condições de escavação
13

a céu aberto. A profundidade varia dependendo do tipo de solo e dos esforços


atuantes na fundação. Quando executado manualmente o fuste deve ter
diâmetro de 0,80m pelo menos, ou maior se necessário para acomodar o stub.
Para garantia da segurança ao arrancamento recomenda-se fazer sempre um
alargamento de base de no mínimo 30cm, isto é utilizar um diâmetro mínimo da
base igual ao do fuste mais 30 cm, e reforçar a armadura transversal no trecho
superior do tubulão.

Como indicado na norma NBR 6122, o ângulo de inclinação da base alargada


deverá ser maior ou igual a 60o, com o trecho inicial reto de 20cm.

4.4. Fundação com Estacas

A definição da estaca é realizada pela análise da homogeneidade do solo,


sendo fatores distintos para solos estratificados que na maioria das vezes possui
variações significativas dos parâmetros geotécnicos do solo ao longo da
profundidade, principalmente em solos de origem sedimentar. Para a definição
da capacidade de carga à tração deverá ser levada em conta a resistência de
cada camada isoladamente.

4.5. Fundações em Tubulão

O tubulão é escavado reto ou com base alargada e também pode ser


ancorado em rochas com tirantes, utilizada para mastro central de estruturas
estaiadas e também nas auto-portantes. Após a fixação das ferragens e as
formas, alocasse o concreto.

4.6. Fundações Pré-Moldadas

Blocos de concreto pré-moldados, sapatas apoiadas em lajes também são


utilizadas em locais em que o solo apresenta condições de receber a base de
uma fundação direta. Podem ser sujeitos a eventuais alagamentos, porém não
são aplicados em terrenos erosivos. Após posicionado são reaterrado com água,
areia, o próprio solo removido ou brita.

Bloco Ancorado em Rocha

Estas fundações são utilizadas na ocorrência de rocha, não escavável


manualmente, a pequena profundidade (até cerca de 2,5 m). Como as sapatas,
os blocos podem ter pilares de concreto armado para receber os stubs. Em
virtude dos valores reduzidos das dimensões deste tipo de fundação.
14

Nesta fundação, os esforços de arrancamento são transmitidos ao maciço


de fundação por chumbadores constituídos por barras de aço, especial ou não.
Normalmente são utilizados chumbadores em barras de aço CA 50 com
diâmetros de 20 a 25 mm, em furos de 50 a 100mm. Para solidarizar o
chumbador à rocha utiliza-se uma calda de cimento com fator A/C = 0,5 (NBR
7681 - Caldas de Injeção). Para a regularização do leito de fundação deve ser
usado concreto capaz de transmitir os esforços de compressão fck < 18 MPa.

As boas práticas indicam ensaiar ao arrancamento pelo menos um chumbador


por torre, até no máximo 0,9* Fyk* As, onde Fyk é a tensão de escoamento do
aço e As a área da seção transversal da barra do chumbador.

5. Dados Climatológicos
5.1. Temperatura

A partir de banco de dados de institutos nacionais de meteorologia estuda-se


os registros feitos por estações meteorológicas e define parâmetros de
temperaturas médias e absolutas

As maiores restrições de operação das linhas de transmissão estão


associadas aos limites térmicos. Para cálculo de estados críticos utiliza-se
parâmetros climatológicos e características de envelhecimento dos cabos obtidas
de polinômios característicos.

A temperatura mínima é a condição de maiores trações dos cabos e aumenta


as cargas devido a contração dos condutores. Neste estado dimensiona-se a
carga de rupturas dos condutores, e os esforços máximos nas estruturas. Apesar
de boa condição de transmissão de energia elétrica, as baixais temperaturas não
são condições ideias de operação pois apresentam riscos mecânicos,
principalmente em locais de grande variação de temperatura e registros
extremamente baixas.

A temperatura máxima, prejudica o desempenho das linhas com as perdas


jaulicas devido a excitação dos elétrons. A dilatação dos cabos reduz a altura dos
condutores, fato de atenção e limites devido aos pontos críticos, altura cabo solo,
com o rompimento das distâncias de segurança, a grandes riscos de desarme
das linhas, principalmente em locais de vegetação alta, e onde não se foi bem
manutenido a supressão da faixa de servidão.

Para maior ganho e resultados a partir do controle do despacho energético, a


relação e o monitoramento dos limites de carregamento proporciona ganhos
financeiros e menores riscos, principalmente nas condições climatológicas
15

desfavoráveis para a operação. O investimento na equipagem do sistema com


monitoramento, proporciona a obtenção de dados que com modelos de cálculos,
estima-se o limite de capacidade das linhas em tempo real. Temos a
possibilidade de aplicação de limites térmicos dinâmicos para linhas de
transmissão possibilitando o aumento dos limites de transmissão com a
correspondente redução dos custos de operação da rede.

5.2. Pressões Devidas ao Vento

O principal carregamento a ser considerado na análise estrutural é produzido


pelo vento, que atua de forma dinâmica no sistema, torres, cabos e cadeias de
isoladores. O carregamento de vento é modelado através de um processo aleatório a
partir das suas propriedades estatísticas. E por definições a partir de condições de
governo regentes, a sigla EDS (Every Day Strees) Estresse do dia a dia, simula
condições climáticas ao longo da vida útil dos equipamentos, e os critérios de projeto,
estabelecem a pressão máxima de vento a ser considerada.

A ação do vento influencia na redução das distâncias isolamento da linha, a


aproximação entre os condutores e a torre, ou entre fases, e até entre condutores de
outras linhas paralelas provocam desligamentos. Para reduzir estes custos, investe-
se em equipagem para separação dos condutores, pesos adicionais acoplados a
cadeia, e estudos de balanço assíncrono, para medir possíveis invasões de faixa,
que podem ocorrer nos maiores vãos.

Há mais de 70 registros de acidentes e danos devidos aos ventos, envolvendo


LT’s no Brasil desse de 1970.

A velocidade média do vento é avaliada a partir de dados climatológicos


existentes e é geralmente estimada a partir de um intervalo de integração entre 10
minutos e 1 hora. Esse intervalo de tempo é suficiente para apresentar valores
médios estáveis. Para fins de análise dinâmica, a norma ABNT NBR 6123 (1988)
sugere o intervalo de integração de 10 minutos na determinação da velocidade média
a ser superposta às flutuações de velocidade consideradas como um processo
aleatório estacionário. Para cálculos estáticos, utilizam-se valores de pico de
velocidade de vento associados a médias locais calculadas em intervalos de tempo
de 3 a 3600 segundos, dependendo das dimensões da construção. Já a norma
ABNT NBR 5422 (1985) sugere, para cálculos estáticos, valores de velocidade de
vento obtidos com os períodos de integração de 2 e 30 segundos para as estruturas
suportes e os cabos, respectivamente.

Evolução das análises e histórico:

 1971 (Simpson): O amortecimento aerodinâmico recebeu modelos


matemáticos específicos para cabos.
16

 1979 (Davenport): Relacionou o fator de rajada com o carregamento do


vento em linhas de transmissão;
 2004 (Rodrigues): apresentou um modelo tridimensional em elementos
finitos capaz de simular, estática e dinamicamente, um trecho de uma linha
de transmissão submetido à turbulência atmosférica
 2005 (Cappellari): avaliou a resposta dinâmica de feixes de condutores
expostos ao vento confiabilidade de condutores em feixes, baseado no
cálculo da função densidade de probabilidade.

6. Características da Linha
6.1. Características Gerais

Principais de uma linha, sofreram alterações positivas ao longo dos anos, a


preocupação com desempenho, confiabilidade, desenvolvimento de
equipamentos mais potentes, filtros e reatores, propiciaram diversificações nos
níveis de tensões terminais e número de circuitoscircuitos, mas devem ser
abrangidos todos os dados limites.

Os tipos das estruturas a disposição das fases são influenciados por fatores
de relevo, vegetação e socioeconômicos, e com uma análise avançada para
desempenho e proteção de descargas atmosférica, principalmente no
dimensionamento do isolamento e aterramentos.

As características dos condutores seguem questão de práticas e vivência de


aplicações. O comprimento das linhas ao serem longas, logram de melhores
custo benefício e maior alcance da transmissão propiciando o aumento
quantidade de estruturas. Os tipos de para-raios além de atender à proteção das
linhas também respeita critérios devido a necessidades das SEs, a implantação
de reforço elétrico influenciada pela corrente de curto circuitocurto-circuito, e
instalação de fibras óticas para teleproteção, e dados.

6.2. Rádio interferência

A rádio interferência é uma possível consequência do efeito corona em LTs,


são emissões eletromagnéticas que afetam a qualidade de recepção de
equipamentos de comunicação eletrônicos.

O método de cálculo evolui-o:

 Método Comparativo (EPRI, 1982):


E = Eo + Eg + Ed + En + ED + Ef + Efw

Sendo:
17

Eo – nível de RI da linha de referência.


Eg – fator de correção pela variação do gradiente. Descrição e Formulação
Matemática dos Efeitos Corona, Ruído Audível e Rádio Interferência.
18

Ed – fator de correção por diâmetro do condutor.


En – fator de correção pela variação do número de subcondutores.
ED – variação da distância do condutor ao ponto de observação.
Ef – variação de frequência.
Efw – condições climáticas.

 Método de Cálculo – Método Analítico (PHAIBOON, VIVEK e


SOMKUARNPANIT, 2000)
O cálculo de RI irradiado por condições típicas envolve a propagação
de correntes e tensões ao longo da linha. Estas tensões e correntes
podem ser analisadas no do-mínio domínio modal ou no domínio das
fases. A propagação de correntes e tensões envolve equações
diferenciais e suas respectivas soluções dadas pela exponencial da
cons-tanteconstante de propagação. A constante de propagação (ɤ) é
dado por:
ɤ = (4.36)
Sendo:
[Z] – matriz de impedância série da linha de transmissão.
[Y] – matriz de admitância shunt da linha de transmissão.

A relação sinal/ruído no limite da faixa de servidão, quando a linha de


transmissão estiver submetida à tensão máxima operativa, deve ser, no mínimo,
igual a 24 dB, para 50% do período de um ano. O sinal adotado para o cálculo
deve ser o nível mínimo de sinal na região atravessada pela linha de transmissão.
As cadeias de condutores poderão ser ensaiadas, ensaio de RIV.

6.3. Ruído audível

O ruído audível no limite da faixa de servidão, quando a linha de transmissão


estiver submetida à tensão máxima operativa, deve ser, no máximo, igual a 58
dBA em qualquer uma das seguintes condições não simultâneas: durante chuva
fina (< 0,00148 mm/min); durante névoa de 4 (quatro) horas de duração; ou
durante os primeiros 15 (quinze) minutos após a ocorrência de chuva. A condição
climática é considerada responsável pela sua intensidade.

Para cálculo utilização a fórmula genérica, dada por:


SL = Ano + k1f1(E) + k2f2(n) + k3f3(d) + k4f4(D) (4.26)
Sendo:
SL – Nível ruído.
Ano – nível ruído referência.
E – Gradiente de superfície do condutor.
n – número de subcondutores em cada feixe.
d – Diâmetro do subcondutor.
D – Distância da linha ao ponto de medida.
19

6.4. Campo elétrico

O campo elétrico a 1,5 m do solo no limite da faixa de segurança, para o


público em geral, deve ser inferior ou igual a 4,17 kVRMS/m. O campo elétrico a
1,5 m do solo no interior da faixa, para a população ocupacional, deve ser inferior
a 8,33 kVRMS/m. A tensão considerada na LT é a nominal.

O método para o cálculo de campo elétrico usado é o método de Simulação


de Cargas que consiste na substituição da distribuição real de cargas elétricas na
superfície dos condutores por ‘n’ linhas de cargas fictícias colocadas no interior do
condutor. A simplicidade geométrica dos condutores de uma linha de transmissão
permite considerar uma única linha de carga, cuja dimensão equivalente é dada
pelo raio médio geométrico do condutor ou da fase se constituída por vários
condutores, simplificando os cálculos. O cálculo do campo elétrico efetua-se a
partir do conhecimento das cargas elétricas em cada uma das fases da linha. O
solo é assumido como um condutor perfeito (SARMENTO, 2012).

Os valores das cargas, matriz [Q], são obtidas determinando o potencial dos
condutores, matriz [V], e pela matriz [A].
[Q] =[A]-1[V]

Com aplicação de resoluções normativas voltadas à a saúde, desenvolveu-se


empresas responsáveis pelos projetos de linhas de transmissão no cálculo dos
níveis de campos elétricos e magnéticos.

6.5. Campo magnético

O campo magnético a 1,5 m do solo no limite da faixa de segurança, para o


público em geral, deve ser inferior ou igual a 200 µT. O campo magnético a 1,5 m
do solo no interior da faixa, para a população ocupacional, deve ser inferior a
1000 µT. A corrente considerada na LT é a correspondente a condição de
operação de curta duração.

O campo magnético proveniente de uma linha de transmissão é calculado de


acordo com a Lei de Biot-Savart (SARMENTO, 2012).

A densidade de fluxo magnético no ponto “j” é dada por:


B(j) = Фi,j

6.6. Aterramento
20

Em geral, os contrapesos, cordoalhas de aço, dimensionados a partir das


análises da resistividade do solo em “X” na bissetriz da linha, garantem a
integridade de terceiros, e limites admissíveis de tensões de segurança,
aplicados respeitando obstáculos.

Os fatores do solo, humidade, alcalinidade, presença de sais, e composição


são de grande influência, para a resistividade. Os resultados, vão caracterizar o
desempenho da linha.

Outras edificações, sofrerão indutância quando incididas dos campos


eletromagnéticos das linhas, estas, serão estudadas para que sejam garantidas
a segurança de terceiros. As cercas de pastos são seccionadas e aterradas com
hastes, dutos podem ser equipados com proteções catódicas.

7. Estruturas
A montagem das estruturas poderá ser mecanizada ou manual, mas em todos
os casos, é necessário que o montador escale as estruturas, e se exponha aos
riscos mecânicos, que terá movimentações de cargas suspensas e estaiamentos
provisórios, as técnicas de montagem evoluem para montagens mecanizadas,
porém grade parte das atividades são realizadas manualmente.
As técnicas de modelagens e tipos de estruturam evoluíram para reduzir os
custos com materiais.

7.1. Autoportantes
Serie de estrutura mais robustas, sustentada por quatro pernas, suportar grande
deflexões dos cabos dentro dos limites de distância de segurança, bastante versátil e
caracterizam uma série muito importante de estruturas terminais. Podem ser de suspenção
ou ancoragem dos condutores.

7.2. Estaidas Estaiadas

Serie de estruturas mais enxutas, dotadas por mastros e sustentada por estais de cabos
de aço. Apenas aplicadas onde não se possui vértices no traçado, além das estruturas
com apenas um mastro central, desenvolveu-se estruturas com utilização de dois
mastros onde os condutores ficam suspensos em cabos.

8. Cabos
8.1. Cabo Condutor

Os materiais condutores dos cabos aéreos usados em linhas de


transmissão evoluirão no último século quanto do cobre para o alumínio, por
motivação ao custosaos custos. Os materiais mecanicamente resistentes
21

evoluíram do cobre para o aço e, mais recentemente, para nano-materiais em


cerâmicas e polímeros.

Os cabos condutores, são dimensionados atendendo critérios técnicos-


econômicos, que levam em conta aspectos de mercado e experiência desses
cabos instalados no Brasil. O desempenho da linha considera a capacidade de
corrente da linha. Os parâmetros de operação do cabo, serão dados a partir de
valores adotados para velocidade do vento, radiação solar, atmosfera, azimute
da diretriz, coeficiente de absorção do condutor, coeficiente de emissividade. Os
requisitos a serem atendidos serão a formação, nº de fios na camada externa,
diâmetro do cabo, diâmetro dos fios, seção transversal, resistência elétrica.
Coeficiente de dilatação linear, módulo de elasticidade. A resistência de
sequência positiva é empregada para o calculo das perdas nos condutores

Devido à variação do carregamento da LT, as correntes e temperaturas serão


específicas para curta e longa duração, ainda, dentro do comportamento térmico
analisa-se os níveis de Curto-Circuito (40 kA, 50 kA) e tempo de eliminação de
defeito, especifica-se valores em torno 250 ms.

8.2. Cabos Pára-RaiosPara-raios CAA e Aço Zincado

Os cabos para Raios são instalados na parte superior das estruturas,


protegendo frente as descargas atmosféricas, e correntes de curto. Especificado
entre cordoalhas de diâmetros aproximados aos 3/8”.

O desempenho dos cabos para-raios frente as correntes de curto-circuito


veem da analise térmica, do comprimento da LT e variam de acordo com a
resistividade do solo (Ω.m), malha das SEs, do aterramento das estruturas (Ω).

Aos arredores das SE’s registra-se maiores correntes de curto circuito,


consequentemente instala-se um reforço elétrico, cabo Dotterel.

8.3. Cabo OPGW

Além do fluxo de energia, as linhas são equipadas com fibras ópticas, que
transmitem telecomandos e dados com grandes velocidades, os cabos OPGW,
além de terem função de para raio, em uma camada de aço e alumínio externas,
possui em seu núcleo, pares de fibras.

Os tramos de lançamento dos cabos OPGW, serão distintos, buscando, os


maiores possíveis. Entre as bobinas, são realizadas emendas das fibras ópticas.
22

8.4. Lançamento de Cabos

As instalações dos cabos, são desafiadoras, e de alto risco. O trabalho, feito


em altura, exige profissionais altamente capacitados. No solo são posicionados
os equipamentos, puller e freio, que operados, farão o lançamento das bobinas,
com trações altíssimas.

As técnicas de proteções, e segurança evoluem com desenvolvimento de


materiais isolantes. A corda de Aramida, é utilizada no sistema carrier, que
proporciona o lançamento de cabos com o menor colo possível, as
empancaduras de madeiras, e guindastes também são utilizados posicionados,
frente a obstáculos.

9. Cadeias e Isoladores
9.1. Tipos de Cadeias

Equipadas com isoladores as cadeias, garantem as distâncias seguras dos


condutores as estruturas, dimensionadas a partir diversos requisitos eletromagnéticos. A
principal definição é o nível de tensão da linha, correntes de curto, interferências
eletromagnéticas, peso dos cabos e até mesmo o local e ambiente de aplicação.

Os desenvolvimentos tecnológicos aplicados as cadeias foram: modelos matemáticos


voltados para otimização de projetos, evolução dos materiais aplicados, buscando
melhores especificações para atender necessidades técnica de limitações em pontos
críticos geralmente ligados a distâncias elétricas.

9.1.1. Conjuntos de Suspensão


Conjuntos menos versáteis, de menor custo, as cadeias de suspensão não
permitem aplicação em deflexões, diversos modelos são utilizados, variando com a
silhueta das estruturas, podendo ser em “I” ou em “V”.

9.1.2. Ancoragem
Cadeias de ancoragem, amarros, são presas as estruturas em posição
horizontal, tracionam os cabos, sua regulagem, permite o nivelamento.

9.2. Tipos de Isoladores

Os isoladores são calculados a partir da distância de escoamento, que é o resultado


perímetro do conjunto de discos. Utiliza-se a porcelana, vidro, ou polímeros na
composição.

Existem no mercado, isoladores antipoluição, as evoluções dos isoladores sempre


estão relacionadas ao aumento da vida útil, pois o custo voltado para manutenção, é
alto devido a necessidade indisponibilidade do sistema, para manutenção.

10. Distâncias de segurança a obstáculos


Além da Tensão, cada obstáculo terá uma exigência e normativa, a respeito das
distâncias de segurança, a ABNT NBR 5422 faz prescrição do afastamento mínimo do
condutor e seus acessórios energizados próximos à linha.
23

A demonstração gráfica, estará representada na Planta e Perfil da linha, e identificados


os obstáculos, exemplificando, outras LT’s e LD’s, rodovias, dutos, matas, pastos.

11. Geometria das Fases

A geométrica das fases, e sua disposição, será definida pelo tipo da estrutura podendo
ser horizontais, verticais, ou transpostas, influenciando na largura da faixa de servidão e
no desempenho da linha.

A transposição das fases ao longo de linhas longas equalizara as perdas.

12. Operação em Longa Duração

A ONS realiza operações das SE’s, que consequentemente, serão transmitidas para as
linhas. Além do constante monitoramento, sistemas de relés automáticos, protegem os
circuitos, e também proporcionam manobras automáticas, como religamentos.

Os parâmetros das linhas devem ser analisados considerando os longos, e constantes


períodos que trabalho, que possui uma rotina aleatória, porém com características coletivas,
a capitalização das perdas, e influências, devem ser analisados sobre o regime de longa
duração, e também em transitórios.

As operações do sistema elétrico em geral, evoluíram de forma a centralizar os


operadores, criação de rotinas operativas com criação da pré operaçãopré-operação e pós
operação, tipos de mensagens de operativas.

13. Conclusões

É de extrema complexidade a Engenharia para especificações e definições das linhas


de transmissão, diversos fatores e normas regem as condições específicas para as
distintas aplicações.

Diversos acidentes de trabalhos são registrados nas atividades de construção de


linhas, condições rotineiras, como movimentação de cargas, trabalhos em altura, expõe
os trabalhadores ao risco de vida. As atividades são exaustivas, e não se pode desviar
da segurança e dos procedimentos.

As Linhas de Transmissão, trazem robustez ao SIN, e melhoram a confiabilidade do


sistema, buscando o critério N-1. O território brasileiro, necessita de grandes obras de
infraestrutura para ampliar transmissão e distribuição das fluxo das unidades geradoras
para regiões dos interiores dos estados, a macrorregião Norte e Nordeste do Brasil. As
tecnologias de geração distribuída e fontes renováveis de energia, solar e eólica,
impulsionam a construção das linhas nesta década.
24

Refletir se os pontos propostos no objetivo foram atingidos.

Os custos de indisponibilidade e perdas nas linhas afeta a remuneração das


empresas e consequentemente o custo ao consumidor final. Analisar as definições ao
longo prazo é essencial para aliviar os gastos com manutenção.

Existem recursos de monitoramento que facilitam a operação das linhas, estes


empreendimentos devem ser viabilizados para melhoria da qualidade e custos de
fornecimento elétrico.
25

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Marshall, Stanley V. Electromagnetic Concepts & Applications. 1° Edição


Prentice-Hall, (1987) ISBN 0-13-249004-8
.
[2] P. H. Smith Transmission Line Calculator, Electronics. Vol. 12, No. 1, pp
29-31, January 1939.Disponível em http://goo.gl/Xozn
http://www.ufpe.br/fontana/SmartSmith

[3] ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR - 5422 Projeto de


linhas aéreas de transmissão de energia elétrica NBR - 8449 Dimensionamento
de cabos pára-raios para linhas aéreas de transmissão de energia elétrica.

[4] Resolução Normativa 398 da ANEEL, RESOLUÇÃO NORMATIVA ANEEL Nº


398, DE 23 DE MARÇO DE 2010. Regulamenta a Lei nº 11.934, de 5 de maio de
2009, no que se refere aos limites à exposição humana a campos elétricos e
magnéticos originários de instalações de geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica, na frequência de 60 Hz);

[5] Purcino B. A. Crysthian, Fundações para Linhas de Transmissão -


Dimensionamento e Execução. Fundac (2011)

[6] Lei nº 11.934, de 5 de maio de 2009 - Limites à exposição humana a


campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos;

[7] EPE, Superintendência de Estudos Econômicos e Energéticos, Estudos do


Plano Decenal de Expansão de Energia 2031, Premissas econômicas e
demográficas maio de 2021.

[8] Lei nº 4.771/65 - Dispõe sobre o Código Florestal Brasileiro

[9] Decreto n.º 84398 de 16/01/1980 - Dispõe sobre a ocupação de faixas de


domínio de rodovias e de terrenos de domínio público, e a travessias de hidrovias,
rodovias e ferrovias, por linhas de transmissão, subtransmissão e distribuição de
energia elétrica e dá outras providências;

[10] RIPPEL, L.I. Estudo em túnel de vento para arrasto aerodinâmico sobre
torres treliçadas de linhas de transmissão. 2005. Dissertação (Mestrado) -
Programa de Pós- Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre.

Você também pode gostar