Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Este manual foi produzido para Moçambique e a ANE irá aplicá-lo conforme orientação
do Ministro.
i
Prefácio
O presente manual fornece recomendações para o dimensionamento estrutural de
pavimentos “flexíveis” em Moçambique. Um pavimento flexível é simplesmente um
pavimento que não inclui uma camada de betão de alta resistência. Assim, os
“pavimentos flexíveis” incluem pavimentos com camadas de agregados granulares não
ligados e pavimentos com camadas de agregados que são ligadas com betume. Também
inclui pavimentos que podem conter camadas de agregados ligados (ou estabilizados)
com ligantes hidráulicos, como cimento e cal, mas com níveis relativamente baixos de
aglutinante. Os pavimentos que incluem uma camada de betão de cimento Portland de
alta resistência são chamados de pavimentos “rígidos” e são projectados em diferentes
princípios. O dimensionamento de pavimentos rígidos não é tratado neste manual.
ii
Agradecimentos
Este manual foi preparado com os esforços concertados de vários intervenientes de
dentro e fora de Moçambique. A imensa constibuição da ANE, os membros dos grupos
técnicos, a revisão feita pelos especialistas do Banco Mundial, o MOPHRH e outros
intervenientes chave que incluem a academia, consultores, engenheiros municipais,
Instituto de Meteorologia, são reconhecidos e muito apreciados. A ANE tomou liderança
e guia incluindo a gestão do projecto no geral. Forneceram também informação e todo
o apoio necessário para a elaboração do manual. Os membros dos grupos de trabalho,
especialistas do Banco Mundial, academia, consultores e engenheiros municipais fizeram
a revisão do manual em diferentes fases da sua elaboração e forneceram contribuições
valiosas através de discussões técnicas, comentários, edições e adições.
ANE
Financiadores
iii
Índice
Preâmbulo ...................................................................................................................................... i
Prefácio ......................................................................................................................................... ii
Agradecimentos ............................................................................................................................ iii
Lista de Tabelas........................................................................................................................... xiv
Lista de Figuras .......................................................................................................................... xvii
Glossário de Termos .................................................................................................................. xviii
Abreviaturas ............................................................................................................................... xxv
1 Introdução ............................................................................................................................. 1
1.1 Âmbito............................................................................................................................. 1
1.2 Secção Transversal da Estrada .......................................................................................... 1
1.3 Tipos de Pavimento.......................................................................................................... 1
1.4 Estrutura do Pavimento Flexível ....................................................................................... 2
1.5 Dimensionamento Estrutural ........................................................................................... 3
1.6 Considerações Económicas .............................................................................................. 3
1.7 Efeitos do Clima ............................................................................................................... 4
1.8 Variabilidade nas Propriedades dos Materiais e Desempenho nas Estradas ...................... 5
1.9 Processo de Dimensionamento ........................................................................................ 5
2 Avaliação do Tráfego .............................................................................................................. 7
2.1 Selecção do Período de Projecto ...................................................................................... 7
2.2 Determinação do Tráfego Inicial....................................................................................... 7
2.3 Determinação da Taxa de Crescimento para cada Classe de Veículo ................................. 9
2.3.1 Previsão de Tráfego ............................................................................................... 9
2.4 Determinação do ESA Acumulado para todos veículos ................................................... 10
2.4.1 Nota Importante.................................................................................................. 10
2.4.2 Factor de Equivalência do Veículo........................................................................ 10
2.4.3 Factor de Equivalência Diário............................................................................... 11
2.5 Os ESA Acumulados para Todos Veículos........................................................................ 12
2.6 Escolha das Classes de Projecto...................................................................................... 13
2.7 Exemplo de dimensionamento ....................................................................................... 14
3 Leito ..................................................................................................................................... 17
3.1 Estimativa de Teor de Humidade no Leito ...................................................................... 18
3.2 Determinação da Resistência do Leito ............................................................................ 19
3.3 Leito Fraco e Solos Problemáticos .................................................................................. 21
3.4 Determinação de Secções Uniformes ............................................................................. 22
4 Projecto de Terraplanagem .................................................................................................. 24
4.1 Projecto de Aterros ........................................................................................................ 24
iv
4.1.1 Fundações de Aterro ........................................................................................... 24
4.1.2 Assentamento do Aterro ..................................................................................... 25
4.1.3 Tipos de Materiais para Aterros ........................................................................... 26
4.1.4 Dimensionamento de Aterros/Estabilidade de Taludes ....................................... 27
4.1.5 Protecção da Talude ............................................................................................ 28
4.2 Dimensionamento de Cortes .......................................................................................... 28
4.2.1 Estabilidade de Taludes ....................................................................................... 28
5 Drenagem da Faixa de Rodagem e Bermas ........................................................................... 30
5.1 Introdução ..................................................................................................................... 30
5.1.1 Projecto de Drenagem Rodoviária Interior ........................................................... 30
5.1.2 Drenagem Exterior .............................................................................................. 30
5.2 Fontes de Humidade em Pavimentos ............................................................................. 30
5.3 Permeabilidade .............................................................................................................. 32
5.3.1 Drenagem Interior das Camadas de Pavimento.................................................... 32
6 Materiais de Pavimentação não Ligados ............................................................................... 34
6.1 Materiais de Camada de Base ........................................................................................ 34
6.1.1 Pedra Britada....................................................................................................... 35
6.1.2 Materiais Granulares Naturais, pedregulhos, Rochas Intemperizadas. ................. 37
6.2 Sub-bases ...................................................................................................................... 40
6.2.1 Capacidade de Suporte ........................................................................................ 41
6.2.2 Uso como Plataforma de Construção ................................................................... 41
6.2.3 Sub-base como Filtro ou Camada de Separação ................................................... 42
6.3 Materiais do Leito seleccionados e camadas de cobertura do Pavimento (GC) ou G25,
G15, G10, G7. ........................................................................................................................... 43
7 Materiais Estabilizados com Cimento e Cal ........................................................................... 45
7.1 Introdução ..................................................................................................................... 45
7.2 Selecção do Tipo de estabilizante ................................................................................... 46
7.3 Cimento Estabilizado ..................................................................................................... 48
7.3.1 Selecção do Teor de Cimento............................................................................... 48
7.3.2 Preparação de provetes ....................................................................................... 49
7.4 Estabilização com Cal ..................................................................................................... 49
7.4.1 Tipos de Cal ......................................................................................................... 49
7.4.2 Propriedades dos Materiais Estabilizados com Cal ............................................... 50
7.4.3 Selecção do Teor de Cal ....................................................................................... 50
7.5 Pozolanas....................................................................................................................... 50
7.6.1 Metodologia Geral............................................................................................... 51
7.6.2 Espalhamento do Estabilizante ............................................................................ 51
v
7.6.3 Processo de Mistura ............................................................................................ 51
7.6.4 Construção de Multi Camadas ............................................................................. 52
7.6.5 Compactação. ...................................................................................................... 52
7.6.6 Cura..................................................................................................................... 52
7.7 Bases Tratadas com Emulsão Betuminosa (ETB) ............................................................. 55
8 Materiais Ligados com Betume............................................................................................. 59
8.1 Introdução ..................................................................................................................... 59
8.2 Composição de Betão Betuminoso ................................................................................. 60
8.3 Tipos de Betão Betuminoso............................................................................................ 60
8.3.1 Betão Betuminoso(AC) ........................................................................................ 60
8.3.2 Macadame Betuminoso ....................................................................................... 61
8.3.3 Asfalto compactado a Quente (HRA) .................................................................... 61
8.3.4 Outros Tipos de Mistura ...................................................................................... 61
8.4.1 Modos de Rotura de Revestimento em Betão Betuminoso .................................. 62
8.4.2 Efeitos das Características do Veículo .................................................................. 64
8.4.3 Manutenção de Estradas ..................................................................................... 65
8.4.4 Considerações de Segurança ............................................................................... 65
8.5 Materiais para o Betão Betuminoso ............................................................................... 66
8.5.1 Agregados ........................................................................................................... 66
8.5.2 Betume para Betão Betuminoso .......................................................................... 68
8.6 Estudo de Mistura para Betão Betuminoso .................................................................... 73
8.6.1 Introdução aos Metódos do Estudo da Mistura.................................................... 73
8.6.2 Dimensionamento Volumétrico de Misturas Betuminosas .................................. 74
8.6.3 Distribuição Granulométrica para Betão Betuminoso........................................... 76
8.7 Especificações do estudo de Mistura .............................................................................. 81
8.7.1 estudos de Mistura para Camadas de Desgaste com Granulometria Contínua .... 81
8.7.2 VMA e Espessura da Película de Betume .............................................................. 81
8.7.3 Estudo de Mistura para Tráfego Inferior a 5 Milhões de ESA. ............................... 82
Categoria e .................................................................................................................................. 82
8.7.4 Estudo de Mistura para Tráfego Superior a 5 Milhões de ESA.............................. 83
Categoria e .................................................................................................................................. 83
8.7.5 Outras considerações para estudos de misturas com granulometria contínua ..... 83
8.7.6 Estudo de Mistura para Locais Severos ................................................................ 84
8.7.7 Uso de Asfalto Reciclado...................................................................................... 85
8.8 VIM Depois da Construção ............................................................................................. 85
8.8.1 Misturas Betuminosas Dimensionadas Segundo o Método Marshall .................... 85
8.8.2 Betão Betuminoso Dimensionado por Compactação de Rejeição ......................... 86
vi
9 Dimensionamento de Revestimentos Betuminosos Finos ..................................................... 87
9.1 Introdução ..................................................................................................................... 87
9.2 Tipos de Revestimento Betuminoso ............................................................................... 87
9.3 Especificações para brita ................................................................................................ 89
9.3.1 Granulometria do Agregado e Dimensões ........................................................... 90
9.3.2 Valor de Esmagamento do Agregado ................................................................... 90
9.3.3 Valor de Polimento do Agregado ......................................................................... 90
9.3.4 lamelação ............................................................................................................ 91
9.3.5 Dimensão Mínima Média..................................................................................... 91
9.3.6 Finos e Teor de Poeira ......................................................................................... 91
9.3.7 Adesividade ao Betume ....................................................................................... 92
9.3.8 Pré-Revestimento da Brita ................................................................................... 92
9.3.9 Agentes de Adesão .............................................................................................. 93
9.4 Especificações para Ligante Betuminoso ....................................................................... 93
9.4.1 Impregnações ...................................................................................................... 93
9.4.2 Betume para revestimentos betuminosos finos ................................................... 94
9.4.3 Tipo Betume de Penetração................................................................................. 96
9.4.4 Emulsão Betuminosa ........................................................................................... 97
9.4.5 Betumes Fluidificados .......................................................................................... 97
9.4.6 Betumes Modificados com Polímeros .................................................................. 99
9.4.7 Agentes de Adesão ............................................................................................ 100
9.5 Processo de Dimensionamento de Revestimentos com Brita e Espalhamento .............. 101
9.5.1 Condições Existentes no Local da Obra .............................................................. 101
9.5.2 Selecção do Ligante ........................................................................................... 103
9.5.3 Escolha do Ligante e Tempo de Construção ....................................................... 104
9.5.4 Dimensionamento do Tratamento Superficial ................................................... 105
9.5.5 Determinação da Dimensão Mínima Média (ALD) da Brita ................................. 106
9.5.6 Determinação do Factor de Ponderação Geral ................................................... 106
9.5.7 Determinar a Taxa Básica de Aplicação do Betume ............................................ 108
9.5.8 Factores de ajustamento da taxa de aplicação ................................................... 109
9.5.9 Taxa de Espalhamento da Brita .......................................................................... 111
9.6 Exemplo de Dimensionamento de um Tratamento Superficial..................................... 111
9.6.1 Descrição do Local da Obra ................................................................................ 111
9.7 Revestimento Superficial Usando Emulsão ................................................................... 112
9.8 Otta Seals .................................................................................................................... 113
9.9 Dimensionamento de Lama Asfáltica como Camada de Revestimento ......................... 115
9.10 Cape Seal ..................................................................................................................... 116
vii
9.11 Dimensionamento de Areia Asfáltica á quente ............................................................. 117
9.11.1 Teor de Betume ................................................................................................. 117
9.12 Dimensionamento de Revestimento de Areia Asfáltica como Camada de Revestimento
118
9.13 Tratamentos com Agregados Sintéticos e Resinas ........................................................ 118
9.14 Aplicação de Pulverização de Betumes Leves ............................................................... 118
9.14.1 Fog Spray........................................................................................................... 119
9.14.2 Rega de Rejuvenescimento ................................................................................ 119
9.15 Selecção do revestimento superficial ........................................................................... 121
10 Catálogos de Dimensionamento de Pavimentos Flexíveis................................................. 123
10.1 Descrição do Catálogos ................................................................................................ 123
10.2 Utilização do Catálogo.................................................................................................. 126
10.3 Exemplo de Dimensionamento .................................................................................... 127
10.3.1 Catálogos........................................................................................................... 131
10.3.2 Catálogos das Resistências, Espessuras e Números Estruturais das Camadas ..... 139
11 Desvios à Norma.............................................................................................................. 146
11.1 Procedimento .............................................................................................................. 146
11.2 Formulário de Aprovação ............................................................................................. 146
12 Referências...................................................................................................................... 149
Apêndice A: Ensaio de Agregados para uso em Betão Betuminoso ........................................... 153
A.1 Forma .......................................................................................................................... 153
A.1.1 Índice de lamelação ........................................................................................... 153
A.1.2 Angularidade do Agregado ................................................................................ 153
A.1.3 Dureza ............................................................................................................... 153
A.1.4 Ensaio de Esmagamento do Agregado (ACV)...................................................... 153
A.1.5 Ensaio 10% de Finos em Agregados (10% FACT) ................................................ 153
A.1.6 Ensaio Impacto do Agregado (AIV) .................................................................... 154
A.1.7 Abrasão Los Angeles (LAA) ................................................................................. 154
A.2 Durabilidade ................................................................................................................ 154
A.2.1 Ensaio Abrasão do Agregado (AAV).................................................................... 154
A.2.2 Ensaio de Polimento acelerado (PSV) ................................................................. 154
A.2.3 Absorção de Água .............................................................................................. 155
A.2.4 Solidez – Ensaio de Sódio ou Magnésio .............................................................. 155
A.3 Limpeza ....................................................................................................................... 155
A.3.1 Ensaio de Decantação ........................................................................................ 155
A.3.2 Equivalente de Areia.......................................................................................... 156
A.3.3 Índice de Plasticidade ........................................................................................ 156
A.4 Afinidade de Betume ................................................................................................... 156
viii
A.4.1 Ensaios de Imersão Estática ............................................................................... 156
A.4.2 Ensaios de Resistência de Imersão/ Resistência conservada ............................... 156
A.5 Normas de ensaios....................................................................................................... 157
Apêndice B: Ensaio de Betume para Uso em Betão Betuminoso ................................................. 158
B.1 Ensaios e Procedimentos de Envelhecimento ............................................................... 158
B.1.1 Ensaio de Perda por Aquecimento .................................................................... 158
B.1.2 Thin Film Oven Test (TFOT) ................................................................................ 158
B.1.3 Rolling Thin Film Oven Test (RTFOT) (AASHTO T240) .......................................... 158
B.1.4 Ensaio de Durabilidade do Betume .................................................................... 159
B.1.5 Ensaios de Consitência....................................................................................... 159
B.1.6 Ensaio de Penetração ........................................................................................ 160
B.1.7 Ensaio de Determinacão de Ponto de Amolecimento......................................... 160
B.1.8 Ensaio do Ponto de Rotura de Fraass ................................................................. 161
B.1.9 Viscosidade do Betume ..................................................................................... 161
B.1.10 Ductilidade ........................................................................................................ 162
B.1.11 Diagrama de Dados de Ensaio de Betume .......................................................... 162
B.1.12 Ensaios Superpave ............................................................................................. 163
B.1.13 Ensaios de Pureza .............................................................................................. 164
B.1.14 Ensaios de Segurança ........................................................................................ 164
Apêndice C: Método de Dimensionamento Marshall para Betão Betuminoso ............................ 169
C.1 Introdução ................................................................................................................... 169
C.2 Materiais ..................................................................................................................... 169
C.2.1 Agregados ......................................................................................................... 169
C.2.2 Estudo da Granulometria do Agregado .............................................................. 169
C.2.3 Betume ............................................................................................................. 170
C.2.4 Determinação da Temperatura de Mistura e Compactação ............................... 170
C.3 Preparação da Amostras de Ensaio .............................................................................. 170
C.3.1 Massa de Agregado Requerida .......................................................................... 170
C.3.2 Estudo do Teor de Betume ................................................................................ 170
C.3.3 Mistura.............................................................................................................. 171
C.3.4 Compactação..................................................................................................... 171
C.4 Ensaio de Provetes ....................................................................................................... 172
C.4.1 Determinação o Peso Específico em Massa ........................................................ 172
C.4.2 Ensaio de Estabilidade e Deformação ................................................................ 172
C.4.3 Determinação do VIM........................................................................................ 172
C.4.4 Resultados do Ensaio ......................................................................................... 172
C.4.5 Confirmação do Teor de Betume do Estudo ....................................................... 172
C.5 Análise Volumétrica ..................................................................................................... 172
ix
C.5.1 Determinação da Peso Específico para Análise Volumétrica. .............................. 172
C.6 Cálculo das Propriedades Volumétricas de Componentes Individuais ........................... 174
C.6.1 Baridade Efectiva do Agregado .......................................................................... 174
C.6.2 Baridade Máxima Teórica de Misturas com Diferentes Teores de Betume ......... 174
C.6.3 Absorção de Betume ......................................................................................... 174
C.6.4 Teor de Betume Efectivo da Mistura .................................................................. 175
C.6.5 Percentagem de Vazios em Agregado Mineral (VMA) ........................................ 175
C.6.6 Percentagem de Vazios numa Mistura Compactada........................................... 175
C.6.7 Percentagem de Vazios Preenchidos com Betume (VFB) numa Mistura
Compactada ....................................................................................................................... 175
C.7 Exemplo Prático do Cálculo das Componentes Volumétricas do Betão Betuminoso ..... 176
C.7.1 Exemplo de Propriedades de Materiais e Betão Betuminoso ............................. 176
C.8 Cálculo da Composição Volumétrica............................................................................. 177
C.8.1 Massa Volúmica Total dos Agregado (Gsb) .......................................................... 177
C.8.2 Massa Volúmica do Agregado Total dos Agregados(Gse) ................................... 177
C.8.3 Baridade Máxima Teórica .................................................................................. 178
C.8.4 Absorção do Betume (Pba) .................................................................................. 178
C.8.5 Teor Efectivo de Betume (Pba) ............................................................................ 178
C.8.6 Vazios em Agregado Mineral (VMA) .................................................................. 178
C.8.7 Vazios na Mistura Compactada (VIM) ................................................................ 178
C.8.8 Vazios Preenchidos de Betume (VFB) ................................................................. 178
C.8.9 Apresentação dos Resultados ............................................................................ 179
C.9 Tendências e Relações de Dados de Ensaios ................................................................. 181
C.9.1 Determinação do Teor de Betume do Estudo ..................................................... 181
C.9.2 Seleção da Mistura Final do Estudo.................................................................... 182
C.9.3 Confirmação da Análise Volumétrica ................................................................. 183
C.9.4 Espessura do Película de Betume ....................................................................... 183
C.9.5 Efeito da Compactação no Estudo do Teor em Betume ...................................... 184
Apêndice D: Introdução ao Superpave ....................................................................................... 185
D.1 Antecedentes............................................................................................................... 185
D.2 Materiais para Superpave ............................................................................................ 185
D.2.1 Selecção do Grau do Betume ............................................................................. 185
D.2.2 Ensaios de Desempenho do Betume .................................................................. 185
D.2.3 Propriedades do Agregado ................................................................................ 186
D.3 Compactação para Estudo da Mistura Superpave ......................................................... 186
D.4 Preparação de Amostras do Estudo da Mistura ............................................................ 188
D.5 Sensibilidade à Humidade ............................................................................................ 189
D.6 Construção do Gráfico de Granulometria ..................................................................... 189
x
D.7 Comentários Sobre o Método Superpave ..................................................................... 190
Apêndice E: Ensaio de Densidade de Rejeição e estudo do Betão Betuminoso .......................... 192
E.1 Equipamento ............................................................................................................... 192
E.2 Compactação com Martelo Vibrador ............................................................................ 192
E.2.1 Compactação de Material Solto da Mistura ....................................................... 192
E.2.2 Compactação de Carotes para Densidade de Rejeição ....................................... 193
E.3 Estudo de Densidade de Rejeição ................................................................................. 193
E.3.1 Especificações de Compactação para o Betão Betuminoso Dimensionado para
Baridade de Rejeição .......................................................................................................... 195
E.3.2 Durabilidade dos Revestimentos Betuminosos Dimensionados para a Baridade de
Rejeição 195
E.4 Transferência do Estudo da Mistura de Baridade de Rejeição para Ensaios de
Compactação ......................................................................................................................... 196
Apêndice F: Ensaios de Desempenho do Betão Betuminoso ....................................................... 198
F.1 Introdução ................................................................................................................... 198
F.2 Módulo de Rigidez da Mistura (ou módulo resiliente) .................................................. 198
F.2.1 Rigidez de Tracção Indirecta .............................................................................. 198
F.2.2 Especificações para Rigidez de Tracção Indirecta ............................................... 199
F.3 Módulo de Rigidez e Fluência ....................................................................................... 200
F.3.1 Especificações do Módulo de Fluência ............................................................... 201
F.4 Ensaio de Rastreio de Rodas......................................................................................... 202
F.4.1 Especificações para Ensaios de Desempenho ..................................................... 203
Apêndice G: Reciclagem de Materiais Betuminosos ................................................................... 204
G.1 Introdução ................................................................................................................... 204
G.2 Métodos de Reciclagem ............................................................................................... 204
G.3 Método Porposto para a Amostragem de Asfalto Existente .......................................... 205
G.4 Métodos de Obtenção do RAP ..................................................................................... 206
G.4.1 Fresagem do Asfalto .......................................................................................... 206
G.4.2 Asfalto Britado................................................................................................... 206
G.4.3 Asfalto Granulado.............................................................................................. 206
G.5 Armazenamento do RAP .............................................................................................. 206
G.6 Uso do RAP como Material Granular não Ligado .......................................................... 207
G.6.1 Esboço da Especificação para Uso do RAP como Camada de Revestimento ou Sub-
base 207
G.6.2 Uso de RAP como Base Granular ........................................................................ 207
G.7 Reciclagem a Frio ......................................................................................................... 208
G.8 Central de Reciclagem de Misturas a Quente ............................................................... 208
G.8.1 Alimentação do RAP na Central ......................................................................... 208
G.8.2 Centrais de Reciclagem em Lotes ....................................................................... 208
xi
G.8.3 Misturadores de Lote com um Tambor de Aquecimento Separado (tambor
paralelo) 209
G.9 Avaliação e Estudo da Reciclagem de Misturas a Quente em Centrais .......................... 209
G.9.1 Variabilidade do RAP ......................................................................................... 209
G.10 Rejuvenescedores de Betume ...................................................................................... 209
G.11 Mistura com um Betume Suave ................................................................................... 209
G.11.1 Limitações da Mistura de Betume ...................................................................... 209
G.12 Estudo da Mistura ........................................................................................................ 210
G.13 Caso de Estudos : Viabilidade de Reciclagem ................................................................ 211
G.13.1 Ensaio nos Carotes............................................................................................. 211
G.13.2 Caso de Estudo 1 ............................................................................................... 212
G.13.3 Caso de Estudo 2 ............................................................................................... 214
Apêndice H: Métodos Mecanísticos de Dimensionamento de Pavimentos ................................. 219
H.1 Introdução ................................................................................................................... 219
H.2 Princípios ..................................................................................................................... 219
H.3 Teoria de Elasticidade .................................................................................................. 220
H.4 Procedimentos para o Dimensionamento .................................................................... 221
H.4.1 Condições de Carga ........................................................................................... 221
H.4.2 Caracterização do Pavimento ............................................................................ 221
H.4.3 Critério de Dimensionamento-Tensões e Deformações Críticas .................................... 224
H.4.3.1 Critérios do Asfalto ........................................................................................... 224
H.4.3.2 Critério de Leito ................................................................................................. 224
H.5 Procedimentos Recomendados .................................................................................... 225
H.6 Limitações dos Métodos Mecanísticos ......................................................................... 225
H.6.1 Falta de Concordância....................................................................................... 226
H.6.2 Propriedades do Material não Linear ................................................................ 226
H.6.3 Detalhes da Mecânica Contínua ........................................................................ 227
H.6.4 Inadequação dos Critérios de Rotura do Pavimento e Previsão de Desempenho
227
H.6.5 Falta de concordância entre os procedimentos do ´cálculo reverso´usando dados
de FWD e entre as propriedades medidas no laboratório. .................................................. 228
H.7 Resumo da Situação Actual Usando FWDs .................................................................... 228
H.7.1 Porquê a Modelagem às Vezes Parece Funcionar............................................... 229
H.8. Exemplo ....................................................................................................................... 230
H.8.1 Condições Iniciais .............................................................................................. 230
Apêndice I: Características de cada Catálogo de Dimensionamento ........................................... 234
Catálogo A1............................................................................................................................ 234
Catálogo A2............................................................................................................................ 234
xii
Catálogo A3............................................................................................................................ 235
Catálogo B.............................................................................................................................. 235
Catálogo C1............................................................................................................................ 235
Catálogo C2............................................................................................................................ 235
Catálogo D ............................................................................................................................. 235
Apêndice J: Método do Número Estrutural ................................................................................ 237
J.1.1 Introdução ......................................................................................................... 237
J.1.2 Número Estrutural Modificado .......................................................................... 237
J.1.3 Número Estrutural Ajustado .............................................................................. 239
J.1.4 Números Estruturais dos Catálogos de Dimensionamento ................................. 240
J.1.5 Número Estrutural que Ilustra Progressões de Valores de Resistência do Leito de
Baixo para Cima e Nível de Tráfego .................................................................................... 244
J.2 O método AASHTO de Dimenisonamento de Pavimentos ............................................. 251
Apêndice K: Cone de Penetração Dinâmico ................................................................................ 252
K.1 Introdução ................................................................................................................... 252
K.2 Procedimento de Ensaio de DCP .................................................................................. 252
K.3 Operação ..................................................................................................................... 252
Apêndice L: Ensaio de Penetração de Sonda............................................................................... 259
L.1 Descrição Geral ............................................................................................................ 259
L.2 Método de Operação ................................................................................................... 259
Apêndice M: Normas de Ensaio Aplicáveis ................................................................................. 261
M.1 Ensaios em Solos e Materiais Granulares...................................................................... 261
M.2 Ensaios em Agregados ................................................................................................. 262
M.3 Ensaios em Betume e Misturas Betuminosas................................................................ 262
M.4 Normas CEN para Graus de Pavimentação de Betumes ................................................ 263
xiii
Lista de Tabelas
Tabela 2-1 Período de Projecto ......................................................................................................7
Tabela 2-2 Classificação de Veículos ...............................................................................................8
Tabela 2-3 Factores de Equivalência para Diferentes Cargas por Eixo ........................................... 12
Tabela 2-4 Factores de Equivalência Médios para Diferentes Tipos de Veículos ............................ 13
Tabela 2-5 Classes de Tráfego para Dimensionamentoo de Pavimentos Flexíveis ......................... 14
Tabela 2-6 Volumes Iniciais de Tráfego (Exemplo) ........................................................................ 14
Tabela 2-7 Factores de Equivalência (Exemplo Apenas para as Classes 7 e 12).............................. 15
Tabela 2-8 ADDT e Fluxo (Exemplo) .............................................................................................. 16
Tabela 2-9 Tráfego Acumulado (Exemplo) .................................................................................... 16
Tabela 2-10 ESAs Acumulados(Exemplo) ...................................................................................... 16
Tabela 3-1 Classes de resistência do leito .................................................................................... 21
Tabela 3-2 Valores típicos de dimensionamento do CBR .............................................................. 23
Tabela 4-1 Especificação da talude para corte e aterro ................................................................ 27
Tabela 5-1 Fontes de Entrada e Saída de Água em Pavimento da Estrada ................................... 31
Tabela 5-2 Permeabilidade Típica do Material ............................................................................... 32
Tabela 6-1 Características dos materiais de camada de base não ligados ..................................... 34
Tabela 6-2 Limites Granulométricos para Materiais do Tipo GCS1 ............................................... 35
Tabela 6-3 Requisitos de Resistência Mecânica (para a fracção do agregado dos materiais GCS1 e
GCS2) ........................................................................................................................................... 36
Tabela 6-4 Granulometria do Agregado Grosso para Macadame Seco e hidráulico (GCS3)........... 37
Tabela 6-5 Distribuições Granulométricas Recomendadas para Materiais Granulares Naturais e
Rochas Intemperizadas ................................................................................................................ 38
Tabela 6-6 Características de Materiais Granulares e Materiais de Sub-base ............................... 41
Tabela 6-7 Características de Plasticidade Recomendadas para Sub-bases Granulares (GS) ......... 42
Tabela 6-8 Distribuição Granulométrica Típica para Sub-bases (GS) ............................................. 42
Tabela 6-9 Propriedades de Materiais Não Ligados ..................................................................... 44
Tabela 7-1 Guião para o Tipo de Estabilização que pode ser Eficaz .............................................. 46
Tabela 7-2 Propriedades Desejáveis do Material antes da Estabilização ...................................... 47
Tabela 7-3 Propriedades de Materiais estabilizados com Cimento e Cal ..................................... 48
Tabela 7-4 Granulometria de Materiais Exigida para Estabilização com Emulsão ........................ 56
Tabela 7-5 Especificações para Estabilização com Emulsão .......................................................... 56
Tabela 7-6 Especificações para ETB ............................................................................................. 58
Tabela 8-1 Propriedades Necessárias para Agregados de Betão Betuminoso ............................... 67
Tabela 8-2 PSV Mínimo para Agregados com Revestimento Grosso ............................................. 68
Tabela 8-3 Requisitos para Penetração de Betume ...................................................................... 70
Tabela 8-4 Especificações Sul-Africanas para Penetração de Betumes (SANS-307) ....................... 71
Tabela 8-5 Parte das Especificações Europeias (CEN) para Betumes de Pavimentação ................. 72
Tabela 8-6 Nomenclatura Volumétrica e Métodos de ensaio ....................................................... 76
Tabela 8-7 Granulometria para Camadas de Revestimento Betuminoso (Instituto do Asfalto, 1994)
.................................................................................................................................................... 77
Tabela 8-8 Distribuições Granulométricas para as Bases e Camadas de Ligantes
Betuminosas(Instituto do Asfalto, 1994) ...................................................................................... 79
Tabela 8-9 Distribuições granulométricas para Camadas de Desgaste do DBM ............................ 80
Tabela 8-10 Distribuições Granulométricas para a Camada de Ligante do DBM e Camadas de Base
.................................................................................................................................................... 80
Tabela 8-11 Valores Críticos do VIM (após compactação secundária) .......................................... 81
Tabela 8-12 VMA Mínimo Especificado para Misturas Betuminosas ........................................... 81
xiv
Tabela 8-13 Especificações da Camada de Desgaste Betuminosa para Tráfego até 5 Milhões de
ESA .............................................................................................................................................. 82
Tabela 8-14 Especificação da Camada de desgaste de AC para Tráfego com mais de 5 Milhões de
ESA .............................................................................................................................................. 83
Tabela 9-1 Limites Granulométricos, Dimensão Especificada e Índice Máximo de Lamelação para
Agregados Usados em Revestimentos Superficiais...................................................................... 90
Tabela 9-2 Limites Granulométricos, Dimensão Especificada e Índice de Lamelação máximo para
revestimentos superficiais de agregados para estradas com baixo volume de tráfego .................. 91
Tabela 9-3 Teor de Ligantes para a Brita Levemente Revestida .................................................... 92
Tabela 9-4 Viscosidades Cinemáticas de Betumes Fluidificados Actuais ....................................... 94
Tabela 9-5 Inclinações Máximas para os Betumes ........................................................................ 95
Tabela 9-6 Dimensão Nominal Recomendada de Brita (mm) ...................................................... 102
Tabela 9-7 Categorias de Dureza da Superfície da Estrada .......................................................... 103
Tabela 9-8 Factores de Ponderação para o Dimensionamento do Tratamento Superficial ......... 108
Tabela 9-9 Factores Típicos de Ajustamento da Taxa de Aplicação de Betume ........................... 111
Tabela 9-10 Factores de Dimensionamento (Exemplo) ............................................................... 112
Tabela 9-11 Determinação das Taxas de Aplicação de Betume de Penetração 400 .................... 112
Tabela 9-12 Dimensionamento de Revestimento de Brita com Emulsão ..................................... 113
Tabela 9-13 Requisitos de Granulometria do “Otta Seal”............................................................ 114
Tabela 9-14 Propriedades de Agregados Adequados para os “Otta Seals” .................................. 114
Tabela 9-15 Granulometria das Partículas para Revestimento de Lama Asfáltica ........................ 116
Tabela 9-16 Cobertura Típica para um novo ‘Cape Seal’ ............................................................ 116
Tabela 9-17 Taxas de Aplicação de Ligantes e Agregados para um “Cape Seal”........................... 117
Tabela 9-18 Especificações de Granulometria para Areia da Areia Asfáltica à Quente ................ 118
Tabela 9-19 Vida útil típica de Revestimentos Betuminosos Finos .............................................. 120
Tabela 9-20 Desempenho Esperado de Diferentes Revestimentos Betuminosos ........................ 121
Tabela 9-21 Factores Adicionais que Afectam a Escolha do Revestimento ................................. 122
Tabela 10-1 Resumo dos Requisitos de Material para os Catálogos de Dimensionamento ......... 123
Tabela 10-2 Exemplo de Dimensionamento - Estruturas de Pavimento Possíveis........................ 129
Tabela 10-3 Exemplo de Dimensionamento - Custos Unitários Relativos de Materiais ................ 129
Tabela 10-4 Custos Relativos das Estruturas Alternativas de Pavimentos ................................... 130
Tabela B-1 Ensaios de viscosidade para avaliar a qualidade de betumes de penetração ............ 159
Tabela B-2 Ensaios de ligante Superpave .................................................................................... 164
Tabela C-1 Nomenclatura Volumétrica e Métodos de Ensaio...................................................... 173
Tabela C-2 Propriedades do Agregado........................................................................................ 176
Tabela C-3 Propriedades Marshall .............................................................................................. 177
Table C-4 Resumo dos Dados Volumétricos e Marshall ............................................................... 179
Tabela C-5 Propriedades da Mistura do Exemplo Prático a um Teor de Betume de 4,8% ............ 181
Tabela C-6 Percentagem de Betume em Conformidade com os Critérios de Propriedade de
Mistura MS-2 ............................................................................................................................. 182
Tabela D-1 Granulometria para Camadas de Desgaste Betuminosas de Superpave .................... 187
Tabela D-2 Granulometria para os Camadas de Base Betuminosas e de Ligante de Superpave ... 187
Tabela D-3 Esforço de Compactação Giratória de Superpave...................................................... 188
Tabela D-4 Requisitos de Estudo Superpave de Betão Betuminoso............................................. 188
Tabela D-5 Limites de Distribuição Granulométrica para um Agregado de Dimensão Máxima
Nominal de 19 mm .................................................................................................................... 191
Tabela F-1 Diferenças Entre os Métodos de Ensaio..................................................................... 199
Tabela F-2 Especificação do Módulo de Rigidez de Mistura do Reino Unido ............................... 199
Tabela F-3 Especificação Australiana para o Módulo de Rigidez da Mistura ................................ 200
Tabela F-4 Diferenças Entre os Métodos de Ensaio..................................................................... 200
xv
Tabela F-5 Especificação do Reino Unido para Fluência de Rigidez de Camadas de base DBM e
Camadas de Ligante ................................................................................................................... 201
Tabela F-6 Especificação de Fluência deRigidez Australiana [taxa de deformação acumulada em
relação aos ciclos de carga] ........................................................................................................ 202
Tabela F-7 Categorias de Tráfego Australiano Usadas para Interpretação de Ensaio de Fluência 202
Tabela F-8 Especificação de Fluência Sul-Africana ...................................................................... 202
Table F-9 Especificações de Ensaio de Rastreio de Rodas (wheel tracking) do Reino Unido ......... 203
Tabela G-1 Locais de Amostragem do Carote ............................................................................. 211
Tabela G-2 Detalhes dos Locais da Estrada ................................................................................. 211
Tabela G-3 Resumo da Composição da Camada: Estudo de Caso 1 ............................................. 213
Tabela G-4 Um Exemplo de Mistura de Agregado Fresco e RAP: Estudo de Caso 1 ..................... 214
Table G-5 Resultados de Ensaios de Desempenho de Laboratório para Mistura Reciclada: Estudo
de Caso 1 ................................................................................................................................... 214
Tabela G-6 Espessura dos Carotes: Estudo de Caso 2 .................................................................. 215
Tabela G-7 Conteúdo de VIM e betume: Estudo de Caso 2 ......................................................... 215
Table G-8 Distribuição Granulométrica do Agregado: Caso de Estudo 2 ...................................... 216
Tabela G-9 Penetração do betume do RAP e em Mistura com Betume Fresco: Estudo de Caso . 217
Tabela G-10 Um Exemplo de Mistura de Agregado Fresco e RAP: Estudo de Caso 2 ................... 218
Tabela G-11 Resultados de Ensaios de Desempenho em Laboratório para uma Mistura Reciclada:
Estudo de Caso 2........................................................................................................................ 218
Tabela H-1 Razão entre o Módulo de Elasticidade e o Coeficiente de Poisson ............................ 223
Table H-2 Pavimento Bem-sucedido ......................................................................................... 2312
Tabela H-3 Caracteríticas Elásticas ............................................................................................. 231
Tabela H-4 Deformações do Leito em Estruturas Candidatas ...................................................... 232
Tabela I-1 Deformação (micro deformação) no Leito para Catálogo A ........................................ 234
Tabela J-1 Coeficientes de Resistência da Camada de Pavimento ............................................... 238
Tabela J-2 Coeficientes do Modelo de Número Estrutural Ajustado ............................................ 240
Tabela J-3 Números Estruturais para Estruturas Dimensionadas................................................. 241
Tabela J-4 O Método AASHTO .................................................................................................... 251
xvi
Lista de Figuras
Figura 1-1 Secção Transversal Tipo .................................................................................................1
Figura 1-2 Estrutura Típica do Pavimento .......................................................................................2
Figura 3-1 Densidade seca, teor de humidade, CBR para solo argiloso .......................................... 20
Figura 5-1 Zonas de Humidade no Pavimento da Estrada ............................................................ 31
Figura 5-2 Arranjos de drenagem recomendados........................................................................... 33
Figura 8-1 Camadas de pavimento que podem ser ligadas com betume ....................................... 59
Figura 8-2 Redução do VIM via da Camadas de Desgaste Betuminosas ........................................ 63
Figura 8-3 Representação de Volumes num Provete de Betão Betuminoso Compactado (Instituto
do Asfalto, MS-2, 1994) ................................................................................................................ 75
Figura 8-4 Exemplo de granulometria generalizada Superpave ™ ................................................ 78
Figura 8-5 Efeito da compactação Marshall no VMA e VIM (Instituto do Asfalto, 1994) .............. 83
Figura 9-1 Tipos de Revestimentos Superficial ............................................................................. 89
Figura 9-2 Temperatura do Revestimento / Escolha do Ligante para Revestimentos Superficiais 96
Figura 9-3 Características de Mistura do Betume de Penetração 80/100 com Combustível Diesel 98
Figura 9-4 Relação de Viscosidade/Temperatura para Misturas de Betume de Penetração 80/100
com Combustível Diesel ............................................................................................................... 99
Figura 9-5 Esboço de Procedimento para o dimensionamento de revestimento superficiais. .... 101
Figura 9-6 Determinação da Dimensão Mínima Média .............................................................. 107
Figura 9-7 Ábaco de Dimensionamento de Tratamento Superficial ............................................ 109
Figura B-1 Gráfico de Dados de Ensaio de Betume para Três Graus de Penetração de Betumes
(Whiteoak, 1990) ....................................................................................................................... 166
Figura B-2 Gráfico de Dados de Ensaio de Betume ilustrando a Viscosidade e, Portanto, as Faixas
de Temperatura para Mistura e Compactação (Whiteoak, 1990) ................................................ 167
Figura B-3 Gráfico de Dados de Ensaio de Betume Ilustrando Classe S, B e W Betumees (Whiteoak,
1990) ......................................................................................................................................... 168
Figura C-1 Representação Gráfica de Propriedades de Ensaio de Mistura ................................... 180
Figura C-2 Intervalos de Betume Aceitável em Conformidade com os Critérios de
Dimensionamento ..................................................................................................................... 182
Figure C-3 Efeito da Compactação nas Propriedades da Mistura ................................................ 184
Figura D-1 Limites de Distribuição Granulométrica para um Agregado de Dimensão Máxima
Nominal de 19 mm .................................................................................................................... 191
Figura E-1 Exemplos de Relações VIM e VMA paraMisturas Compactadas para Rejeição ............ 194
Figure E-2 Relação entre Idade e Penetração de Betume para a Base de Macadame e
Revestimento Superficial. .......................................................................................................... 196
Figura H-1 Tensões críticas em pavimentos ................................................................................ 220
Figura H-2 Geometria de carregamento ..................................................................................... 221
Figure K-1 Cone de Penetração Dinâmico ................................................................................... 253
Figura K-2: Efeitos do DCP onde estão Presentes Pedras Grandes .............................................. 254
Figura K-3 Formulário de Dados de Campo do DCP..................................................................... 256
Figura K-4 Resultado Típico do Ensaio de DCP ............................................................................ 257
Figure K-5 Relações de DCP - CBR ............................................................................................... 258
Figure L-1 Método Gráfico para Corrigir Medições da Dureza da Superfície da ........................... 260
xvii
Glossário de Termos
Agregado Elementos minerais duros de misturas de materiais de construção,
por exemplo: areia, material granular (britado ou não) ou rocha
britada..
Asfalto Na literatura americana, o asfalto é também usado para designar
betume. O termo é também assim usado em Moçambique. Em
outros países, o asfalto é geralmente usado para fazer se
referência a betão betuminoso ou, qualquer estudo de mistura
betuminosa de alta qualidade.
Betão Mistura com proporções predefinidas de agregado, ligante e filler
betuminoso (AC) e normalmente misturado numa central e aplicado por meio de
uma pavimentadora. Este termo é também usado para designar o
DBM.
Revestimento em camada ou camadas de betão betuminoso construídas sobre
betão camada de base da estrada e, em alguns casos, nas bermas.
betuminoso
Tráfego diário O volume de tráfego total anual em ambas as direcções dividido
médio anual pelo número de dias no ano.
(AADT)
xviii
Material Qualquer material granular, areia, solo, rocha ou cinzas obtidos de
Empresta áreas de empréstimo, lixeiras ou outras fontes que não sejam de
corte dentro do prisma da estrada e que são usadas nas obras de
construção especificadas para um projecto. Não inclui pedra
britada ou areia obtida de fontes comerciais.
Pedregulho/ Um fragmento de rocha, geralmente arredondado por
Rocha intemperismo ou abrasão, com uma dimensão média de 0,30 m ou
mais.
Materiais de Materiais de pavimentação mantidos juntos por uma ligação
pavimentação adesiva entre os materiais e outro material de ligação, como
ligados betume.
Abaulamento A convexidade dada à secção transversal curva de uma via.
Leito do (Sub-base seleccionada ou melhorada). O topo do aterro ou fundo
Pavimento da escavação antes da construção da estrutura do pavimento.
Onde solos muito fracos e/ou solos expansivos (como solos negros
de algodão) são encontrados, às vezes é necessária uma camada
de cobertura. Isto consiste em material de leito de melhor
qualidade importado de outro lugar ou material de leito melhorado
por estabilização (geralmente mecânica), e também pode ser
considerado como uma sub-base de menor qualidade.
Faixa de A parte da estrada incluindo as várias faixas de tráfego e faixas
rodagem auxiliares, mas excluindo as bermas.
Pavimento Pavimento no qual a estrutura combina uma camada estabilizada
Composto hidraulicamente e camadas betuminosas na camada base e/ou
superficial.
Junta de Uma junta normalmente colocada em intervalos recorrentes numa
Contração laje de betão para controlar fissuras transversais.
Secção Uma secção vertical que ilustra a elevação do solo existente, dados
transversal do solo e trabalhos recomendados, geralmente em ângulo recto
com o eixo central.
Inclinação A diferença do nível medido transversalmente ao longo da
transversal superfície da estrada.
Corte Corte significa todas as escavações do prisma da estrada, incluindo
drenos laterais e escavações para estradas que se cruzam,
incluindo, quando classificado como corte, escavações para drenos
abertos.
Fragmentos Pedras usadas para revestimento superficial (tratamento)
Barra Deformada Uma barra de reforço para lajes de betão em conformidade com
“Requisitos para Deformações” em AASHTO Designations M 31M.
Macadame de Um tipo de AC normalmente produzido por meio de uma fórmula.
Betume denso
xix
Período de O período de tempo que uma estrutura de pavimento inicialmente
projecto construída ou reabilitada executará antes de atingir um nível de
deterioração que requeira mais do que a manutenção de rotina ou
periódica.
Tráfego desviado Trânsito que muda de outra rota (ou modo de transporte) para a
estrada do projecto devido ao pavimento melhorado, mas ainda
transita entre a mesma origem e destino.
Pino Dispositivo de transferência de carga numa laje de betão,
geralmente consistindo de uma barra de aço redonda simples. Ao
contrário de uma barra de ligação, um pino pode permitir o
movimento horizontal.
Eixos Padrão Medida do dano potencial a um pavimento causado por uma carga
Equivalentes de eixo de veículo expressa como o número de cargas de eixo único
(ESAs) de 8,2 toneladas métricas que causariam a mesma quantidade de
dano. Os valores de ESA de todo o tráfego são combinados para
determinar o tráfego total de projecto para o período de projecto.
Factores de Usado para converter volumes de tráfego em cargas de eixo
Equivalência padrão equivalentes cumulativas.
Carga Soma de cargas equivalentes de eixos simples equivalentes de
Equivalente de 8,16 toneladas usadas para combinar o tráfego misto para calcular
Eixo Simples a carga de tráfego de projecto para o período de projecto.
(ESA)
xx
Módulo de Relacionado com as percentagens cumulativas por massa de
granulometria material numa amostra representativa de agregado, material
granular ou solo retido nas peneiros de 2,36 mm, 0,425 mm e
(GM)
0,075 mm;
P + P0.425 + P0.075
GM = 3 − 2.36
100
onde: P2.36 = percentagem que passa pelo peneiro 2.36 mm
Tráfego Normal Trânsito que passaria ao longo da estrada ou via existente, mesmo
que não houvesse novo pavimento.
Revestimento Uma ou mais camadas de construção de asfalto em pavimento
existente. O revestimento geralmente inclui uma camada de
nivelamento, para corrigir o contorno do pavimento antigo,
seguido por uma camada uniforme ou camadas para fornecer a
espessura necessária..
Camadas de As camadas de diferentes materiais que compõem a estrutura do
pavimento pavimento.
Especificações do As especificações relativas a um projecto específico, que fazem
Projecto parte dos documentos do contrato para tal projecto, e que contém
especificações suplementares e/ou modificadoras das
especificações padrão.
Bombeamento Ejecção de material de fundação, húmido ou seco, através de
juntas ou fissuras, ou ao longo de bordas de lajes de betão
resultantes de movimentos verticais da laje sob acção do tráfego.
xxi
Pedreira Uma área dentro de limites designados, aprovada com a finalidade
de obter rocha a serrar ou explodir.
Reconstrução O processo pelo qual um novo pavimento é construído, utilizando
principalmente novos materiais, para substituir um pavimento
existente.
Reciclagem Reutilização, geralmente após algum processamento, de um
material que já cumpriu sua primeira finalidade.
xxii
Dreno Lateral Dreno longitudinal aberto situado adjacente e no fundo das
inclinações de corte ou aterro.
Estabilização O tratamento dos materiais usados na construção do material do
leito da estrada, camadas de Filler ou pavimento pela adição de
um ligante de cimento, como cal ou cimento Portland, ou a
modificação mecânica do material através da adição de um ligante
de solo ou ligante betuminoso. Betão e asfalto não devem ser
considerados como materiais estabilizados.
Sub-base A camada de material de dimensões especificadas na parte
superior do leito e abaixo da base de estrada. A camada secundária
de distribuição de carga subjacente a camada de base. Geralmente
consiste de um material de qualidade inferior ao utilizado na
camada de base e, particularmente, de menor resistência do
rolamento. Os materiais podem ser material granular natural não
processado, material granular-areia ou material granular-areia-
argila, com granulometria controlada e características de
plasticidade. A sub-base também serve como uma camada de
separação que impede a contaminação da camada de base pelo
material de leito e pode desempenhar um papel na drenagem
interna do pavimento.
Leito A superfície sobre a qual a estrutura do pavimento e as bermas
são construídas. É a parte superior do solo natural, seja material
local não perturbado (mas recompactado) em secções cortadas, ou
solo escavado em áreas cortadas ou emprestadas e colocado como
aterro compactado.
Dreno Dreno coberto construído para interceptar e remover a água do
Subterrâneo subsolo, incluindo quaisquer canos e material permeável nos
drenos.
Tratamento A selagem ou resselagem da faixa de rodagem ou bermas através
superficial de uma ou mais aplicações sucessivas de ligantes betuminosos e
fragmentos de pedra britada.
Revestimento Este compreende a (s) camada (s) superior (es) do pavimento
flexível e consiste numa camada superficial betuminosa ou numa
ou duas camadas de material betuminoso pré-misturado
(geralmente betão betuminoso). Onde os materiais pré-misturados
são colocados em duas camadas, estes são conhecidos como o
camada de desgaste e o camada ligante
Via de tráfego Parte de um trajecto percorrido destinado a um fluxo único de
tráfego em uma direcção, que normalmente foi demarcada como
tal por marcações rodoviárias.
Volume de Volume de tráfego geralmente expresso em termos de tráfego
Tráfego médio anual (AADT).
Secção Corte transversal de uma estrada que ilustra detalhes de
Transversal Tipo dimensões padrão e características de construção.
xxiii
Materiais de Material granular natural ou processado que não é mantido unido
pavimentação pela adição de um ligante tal como cimento, cal ou betume.
não ligados
xxiv
Abreviaturas
AADT Tráfego Diário Médio Anual
AC Betão betuminoso
BS Norma britânica
GS Sub-base granular
GC Camada de cobertura
GM Módulo de granulometria
xxv
(SN). São modificados pelos coeficientes de drenagem (ver
acima).
xxvi
1 Introdução
1.1 Âmbito
O presente manual fornece recomendações para o dimensionamento estrutural de
estradas com revestimento betuminoso em Moçambique. Destina-se aos engenheiros
de estradas responsáveis pela concepção e construção de estradas revestidas e é
apropriado para estradas com volume de tráfego acumulado superior a 1 milhão de
eixos padrão equivalentes (mesa) e até 80 milhões de eixos padrão equivalentes
acumulados numa única direcção.
1
flexíveis” incluem pavimentos com camadas de agregados granulares não ligados e
pavimentos com agregados ligados com betume. Também inclui pavimentos que podem
conter camadas de agregados ligados (ou estabilizados) com ligantes hidráulicos, como
cimento e cal, mas com níveis relativamente baixos de ligante.
Pavimentos que incluem uma camada de betão de cimento Portland de alta resistência
são chamados de pavimentos "rígidos" e são concebidos utilizando princípios diferentes.
Este manual não inclui o dimensionamento de pavimentos rígidos.
As estradas de terraplenadas ou “não pavimentadas” também são um tipo de
pavimentos flexível. Seu dimensionamento é semelhante ao de outras estruturas
flexíveis, mas o material granular desgasta-se, dependendo do tráfego, da precipitação
e do terreno, portanto, é necessário material adicional para garantir que a camada do
material granular seja sempre espesso o suficiente. O dimensionamento de estradas
não revestidas é abordado no Manual para a Provisão de Estradas de Baixo Volume
tráfego.
2
1.5 Dimensionamento Estrutural
O objectivo do dimensionamento estrutural é limitar as tensões induzidas no leito pelo
tráfego a um nível seguro tal que a deformação do leito seja insignificante, assegurando
ao mesmo tempo que as próprias camadas do pavimento não se deteriorem com
gravidade dentro de um período especificado de tempo.
Pela natureza dos materiais utilizados para a construção, é impossível dimensionar um
pavimento rodoviário que não se deteriore de alguma forma com o tempo e com tráfego,
pelo que o objectivo do dimensionamento estrutural é limitar o nível de deteriorração
do pavimento, medido principalmente em termos de qualidade de condução,
profundidade do rodeira e fissuração, para valores predefenidos. Geralmente, esses
valores são definidos de forma que um tratamento correctivo adequado no final do
período de projecto seja um reforço de algum tipo, mas isso não é necessariamente
assim e as estradas podem, em princípio, ser dimensionadas para atingir uma condição
terminal na qual grandes reabilitações ou até mesmo a reconstrução completa seja
necessária. Entretanto, avaliar tratamentos correctivos apropriados para estradas que
se deterioraram além de um certo nível é uma tarefa difícil. Na maioria dos métodos de
dimensionamento, assume-se que a actividade de manutenção periódica e de rotina
adequada é realizada durante o período da vida do projecto da estrada e que, no final
desse período, tenha ocorrido um nível relativamente baixo de deterioração.
Níveis aceitáveis de condição do revestimento tem sido geralmente baseados nas
expectativas dos utilizadores da estrada. Verifica-se que estas expectativas dependem
da classe da estrada e do volume de tráfego, de tal modo que quanto maior for o padrão
geométrico e, portanto, quanto maior for a velocidade do veículo, menor será o nível de
deterioração do pavimento considerado aceitável.
Assim, o presente manual fornece orientação para determinar a carga de tráfego e a
capacidade de carga do leito a partir da qual a resistência e a estrutura do pavimento
podem ser calculadas.
3
projectos económicos aceitáveis sob uma ampla gama de condições. Assumiu-se que as
actividades de manutenção de rotina e periódicas são realizadas a um nível razoável,
embora não excessivo. Em particular, assumiu-se que a manutenção periódica é feita
sempre que a área do revestimento da estrada que apresenta defeitos, isto é, fissuras,
perda de agregado, etc., exceda 15 por cento. Por exemplo, para um período de projecto
de 10 anos, será necessário uma intervenção de correção do revestimento para os níveis
de tráfego mais elevados, enquanto que para um período de projecto de 15 anos, será
necessário uma intervenção para níveis de tráfego mais baixos e duas para níveis mais
altos. Estas são apenas directrizes gerais, os requisitos exactos dependerão das
condições locais.
4
1.8 Variabilidade nas Propriedades dos Materiais e Desempenho
nas Estradas
A variabilidade da propriedades dos materiais e o controlo de construção é geralmente
muito maior do que o desejado pelo projectista e deve ser levada em consideração no
processo dimensionamento. Desde que uma pequena percentagem da área de
revestimento de uma estrada se mostre deteriorada para que a estrada seja considerada
inaceitável pelos utilizadores da estrada. É, portanto, a parte mais fraca da estrada (ou
o limite extremo da distribuição estatística de "resistência") que é importante no
dimensionamento. Em experiências bem controladas a escala real, essa variabilidade é
tal que os dez por cento da estrada com melhor desempenho terão cerca de seis vezes
mais tráfego antes de atingir uma condição terminal definida do que os dez por cento
com menos desempenho. Em condições normais de construção, essa dispersão de
desempenho torna-se ainda maior. No entanto, na prática, geralmente é apenas a
variabilidade da resistência do leito que é considerada e todos os outros factores são
controlados por meio das especificações, ou seja, pelo estabelecimento de valores
mínimos aceitáveis para as propriedades-chave. Mas as especificações devem se basear
em par|ametros facilmente mensuráveis dos materiais e podem não se correlacionar
bem com as propriedades mecânicas fundamentais das quais o comportamento
depende. Como resultado, mesmo quando a variabilidade da capacidade de carga do
leito e das propriedades do material do pavimento é levada em conta, frequentemente
permanece uma variação considerável no desempenho entre pavimentos nominalmente
idênticos. O dimensionamento ideal, portanto, permanece parcialmente dependente do
conhecimento do desempenho das estradas em serviço e da quantificação da
variabilidade do próprio desempenho observado. Assim, é sempre provável que haja
espaço para melhorar os projectos com base na experiência local.
Os valores da espessura e resistência descritos neste manual, salvo indicação em
contrário, são essencialmente valores mínimos, mas considerações práticas exigem que
estes sejam interpretados como valores do decimo percentil inferior a 90% da
probabilidade de todos os resultados do ensaio serem superiores aos valores citados. A
natureza aleatória das variações de espessura e resistência que ocorrem quando cada
camada é construída deve garantir que pequenas deficiências na espessura ou
resistência não ocorram uma sobre a outra, ou caso ocorram seja muito raro. A
importância das boas práticas em pedreiras, manuseio de material e armazenamento
para garantir essa aleatoriedade e também para minimizar as variações em si não pode
ser super enfatizada.
5
das secções em que é usado o leito no local e seleccionado, seguido pelo cálculo
da resistência do leito (percentis inferiores), que é coberto no Capítulo 3.
3. Projecto de terraplanagem. Isto inclui o dimensionamento de aterros e escavações
para atender aos requisitos de dimensionamento geométrico e fornecer uma base
adequada para as camadas superiores do pavimento. O Capítulo 4 descreve esse
processo de dimensionamento.
4. Drenagem na faixa de rodagem e bermas. Para que o pavimento cumpra as
funções desejadas, deve ser bem drenado na superfície e no interior das camadas.
Estas materias são detalhadas no Capítulo 5.
5. Selecção de materiais de camadas de pavimento: A estrutura do pavimento
compreende diferentes camadas que servem diferentes propósitos no pavimento.
Para atender a esses propósitos, as características dos materiais naturais devem
atender às especificações exigidas. Isto é explicado no capítulo 6. Para casos em
que os materiais naturais não atendam às especificações, os Capítulos 7 e 8
fornecem orientações para modificação dos materiais.
6. Revestimento do pavimento: Uma parte muito importante da estrutura do
pavimento é o revestimento. O dimensionamento desses revestimentos é
abordado no Capítulo 8 para betão betuminoso (AC) e no Capítulo 9 para
revestimentos finos.
7. Catálogos de Pavimentos: Usando o conhecimento adquirido nas etapas 1 a 6, a
estrutura de pavimentos apropriada pode ser selecionada nos Gráficos fornecidos
no Capítulo 10. A selecção é baseada em vários critérios discutidos no mesmo
capítulo.
6
2 Avaliação do Tráfego
Primária 20
Secundária 20
Terciária 15
7
Tabela 2-2 Classificação de Veículos
Classe Tipo Eixo Descrição
Automóveis de Passageiros e
1 Automóvel 2
taxi
A
2 Pick-up/4-wheel drive 2 Pick-up, minibus, SUVs
3 Minibus 2 ≤ 27 lugares
> 27 lugares (>3,5
4 B Autocarro/coach 2
toneladas)
5 Camião pequeno 2 ≤ 3,5 toneladas
C
6 Camião médio 2 or 3 3,5 – 7,5 toneladas
Camião pesado de 2
7 2 > 7,5 toneladas
eixos
8 Camião de 3 eixos 3 >7,5 toneladas
D
9 Camião de 4 eixos 4 *
10 Camião de 5 eixos 5 *
11 Camião de 6 eixos 6 *
12 Atrelado de 2 eixos 2 *
E
13 Atrelado de 3 eixos 3 *
Determine o volume de tráfego inicial, AADT (m)0, de cada classe de tráfego (m) usando
os resultados da contagem de tráfego e qualquer outra informação de contagem de
tráfego recente disponível. O tráfego inicial deve incluir as três categorias a seguinte:
1. Tráfego normal - Tráfego que passaria ao longo da estrada ou acesso existente,
mesmo que não houvesse novo pavimento.
Os dados de tráfego podem estar disponíveis com base num sistema de classificação
mais simples usando apenas cinco classes nomedamente
A: Classes 1, 2 e 3 combinadas,
B: Classe 4
C: Classes 5 e 6 combinadas,
C: Classes 7 a 11 combinadas e
D Uma classe para camiões articulados
No entanto, devem ser envidados todos os esforços para que a classificação do tráfego
seja mais detalhada, conforme indicado na Tabela 2-2, porque os valores médios do
ESA para as classes de veículos pesados podem ser muito diferentes; Esta classificação
8
mais detalhada permitirá que sejam obtidas estimativa mais precisas dos valores totais
do ESA.
9
2.3.1.6 Tendência de Consumo de Combustíveis
A Direcção Geral das alfândegas mantém registos de importações de combustível. As
importações de combustíveis estão relacionadas à demanda, que por sua vez está
relacionada à taxa de crescimento do tráfego.
2.3.1.7 Tráfego Desviado
Prevê-se que o tráfego desviado aumente à mesma taxa que o tráfego na estrada de
onde foi desviado, mas muitas vezes há um aumento muito substancial quando uma
estrada é nova ou é melhorada.
10
2.4.3 Factor de Equivalência Diário
A partir dos dados de carga por eixo recolhidos no campo, deve ser calculado o factor
de equivalência médio para cada classe de veículo. É muito importante que todos os
veículos em cada classe de veículo sejam considerados no cálculo do factor médio de
equivalência para essa classe. Embora não seja necessário pesar veículos vazios ou
quase vazios, porque sua contribuição é zero, sua contribuição para a média é vital para
que sejam obtidos valores correctos.
Podem ser usados programas informáticos para auxiliar na análise dos resultados de
mevantamentos de carga por eixo. Esses programas fornecem uma informação
detalhada dos resultados do levantamento e determinam os factores médios de
equivalência para cada tipo de veículo, se necessário. Como alternativa, podem ser
usados programas de cálculo padrão.
Recomenda-se o uso do seguinte método para análise:
1. Determinação de factores de equivalência para cada uma das cargas por roda
medidas durante o levantamento da carga por eixo, utilizando a Tabela 2-3 ou a
equação que a acompanha, para obter os factores de equivalência para os eixos
do veículo. Os factores para os eixos são somados para obter o factor de
equivalência para cada um dos veículos.
2. Para veículos com vários eixos (duplos, triplos, etc.), cada um dos eixos no
grupo múltiplo é considerado separadamente. Embora os valores exactos do ESA
para os eixos múltiplos tenham se mostrado diferentes, essas diferenças
dependem da estrutura da pavimento e do espaçamento entre os eixos, mas são
relativamente pequenos em comparação com o problema da distribuição
desigual da carga entre os eixos nos conjuntos múltiplos. Assim, tratar os eixos
separadamente fornece a estimativa mais fiável de danos na estrada.
3. Determinação do factor de equivalência média para cada classe de veículo
pesado viajando em cada direcção. Supõem-se que a distribuição da carga por
eixo dos veículos pesados permanecerá inalterada durante o período de projecto.
Este método de determinação dos factores de equivalência médios deve ser sempre
usad O cálculo do factor de equivalência para a carga média por eixo não é correcto e
leva a erros consideráveis.
11
Tabela 2-3 Factores de Equivalência para Diferentes Cargas por Eixo
Carga por roda Carga por eixo Factor de
(103 kg) (103 kg) Equivalência
1,5 3 0,01
2,0 4 0,04
2,5 5 0,11
3,0 6 0,25
3,5 7 0,50
4,0 8 0,91
4,5 9 1,55
5,0 10 2,50
5,5 11 3,93
6,0 12 5,67
6,5 13 8,13
7,0 14 11,3
7,5 15 15,5
8,0 16 20,7
8,5 17 27,2
9,0 18 35,2
9,5 19 44,9
10,0 20 56,5
Os dados do levantamento de carga por eixo recolhidos destes inquéritos são utilizados
para calcular o número médio de ESA para um veículo em cada classe.
O número de eixos padrão equivalentes (ef) de um eixo está relacionado com a carga
por eixo da seguinte forma:
12
padrão acumulados para todas as classes de veículos é então obtido somando os valores
de EF (m) x T (m) para todas as classes.
Em alguns casos, haverá diferenças em cada direcção e devem ser derivados factores
separados de dano do veículo para cada direcção. O maior dos dois valores deve ser
usado para o dimensionamento.
As espessuras do pavimento dimensionado exigidas para uma via são geralmente
aplicadas a toda a largura da faixa de rodagem.
Nota. É comum descobrir que os veículos não têm carga de retorno, portanto, metade
dos veículos provavelmente estarão vazios, ou quase vazios
13
Tabela 2-5 Classes de Tráfego para Dimensionamentoo de Pavimentos
Flexíveis
Classes de Tráfego Intervalo de ESAs (milhões)
T2/LV5 (veja a nota) 0,5 – 0,7
T3 0,7 – 1,5
T4 1,5 – 3,0
T5 3,0 – 6,0
T6 6,0 – 10
T7 10 – 17
T8 17 - 30
T9 30 - 50
T10* 50 - 80
T11 >80
Notas
1) Existem mais opções disponíveis para as classes de baixo
volume que utilizam camadas de bases e sub-bases não
granulares (isto é, Gráfico A). Estas são tratadas no Manual para
a Provisão de Estradas Rurais de Baixo Volume tráfego .
2) T10 é adequado para tráfego de até 80 mesas. A este nível,
espera-se que o pavimento seja de longa duração e adequado
para níveis de tráfego mais elevados.
Desde que a estimativa dos eixos padrão equivalentes acumulados esteja próxima do
centro de um dos intervalos, é improvável que quaisquer erros afectem a escolha do
dimensionamento do pavimento. No entanto, se as estimativas de tráfego acumulado
estiverem próximas dos limites inferior e superior na mesma classe, os dados básicos
de tráfego e as previsões deverão ser reavaliados e as análises de sensibilidade
realizadas para garantir que a escolha da classe de tráfego seja apropriada. Dependendo
do grau de precisão alcançado, em caso de dúvida, selecionar a próxima classe de
tráfego mais alta pode ser apropriado.
Carro 1 250
Autocarro 4 40
Camião 6 130
14
qual foram obtidas cargas por eixo representativas para as várias classes de veículos
pesados, tal como ilustrado na tabela abaixo para camiões-reboques (assume-se que
as cargas são igualmente representativas para cada direcção do tráfego). Factores de
equivalência para camiões-reboques e um factor de equivalência médio para essa classe
de veículos pesados podem ser calculados como ilustrado a Tabela 2-7.
Esta tabela deve chamar atenção ao projectista. Dos 10 camiões pesados, nenhum
parece estar vazio ou quase vazio. Em princípio, não há necessidade de pesar realmente
os camiões vazios, mas estes devem ser contabilizados e, é ideal, que sejam registados
nas folhas de campo para que não haja perigo de os valores médios calculados do ESA
serem incorrectos. Não há evidências nesta tabela de que os camiões vazios tenham
sido incorporados correctamente no cálculo. Devido a esse problema, muitas vezes é
recomendável que todos os camiões sejam pesados (ou se o tráfego for elevado deve
ser feita uma amostra aleatória). Isso elimina qualquer preocupação de que apenas
camiões carregados tenham sido pesados. A«Assim assume-se, no exemplo, que o valor
médio do ESA está correcto e que nenhum camião vazio usa esta estrada.
Neste exemplo, supõe-se que cálculos semelhantes foram realizados, dando factores de
equivalência médios para autocarros e camiões de 0,14 e 6,67, respectivamente.
15
Os AADTs projectados em três anos podem ser calculados como (AADTs actuais) x
(1,05) 3 e os volumes unidirecionais correspondentes para cada classe de veículo em
três anos são ilustrados na Tabela 2-8:
Por último, os números acumulados de ESAs durante o período de cálculo são calculados
como ilustrado na Tabela 2-10, utilizando os factores de equivalência e os números
acumulados de veículos previamente calculados :
16
3 Leito
O tipo de solo para o leito é largamente determinado pela localização da estrada, mas
onde os solos dentro do corredor possível para construção da estrada variar
significativamente em capacidade de suporte de lugar para lugar, é claramente
desejável localizar o pavimento nos solos mais resistentes se isto não trouxer outros
constrangimentos.
A capacidade de suporte do leito da estrada é geralmente avaliada pelo do Índice de
Resistência de Califórnia (CBR) e isso depende do tipo de solo, sua densidade e seu teor
de humidade. O primeiro passo no processo de dimensionamento é determinar o teor
de humidade. O segundo passo é determinar a resistência do leito do pavimento no teor
de humidade do projecto.
Para determinar a resistência do leito do pavimento para o dimensionamento, é
necessário primeiro determinar a(s) relação (s) entre a densidade e a humidade
específica para o(s) solo(s) do leito encontrado (s) ao longo da estrada. Depois é
necessário selecionar a densidade do leito que será representativa do pavimento após
compactação tráfego.
Além das áreas onde o lençol freático é mantido pela chuva, esta categoria inclui faixas
costeiras e planícies de inundação onde o lençol freático é mantido pelo mar, por um
lago ou por um rio.
Categoria (2) - Leitos com lençóis freáticos a grandes profundidades e onde a
precipitação é suficiente para produzir mudanças significativas nas condições
de humidade abaixo da superfície da estrada.
17
Categoria (3) -Leitos de pavimento em áreas em que não existe um lençol
freático permanente próximo da superfície do solo e onde o clima é seco
durante a maior parte do ano, com uma precipitação anual igual ou inferior
250 mm.
18
pavimento impermeável será baixo . Para fins de dimensionamento, um valor de 80%
do teor óptimo de humidade obtido no ensaio de compactação AASHTO T99 (ou no
ensaio de Compactação normal (Leve), de 2,5 kg de compactador) pode ser usado.
Nos métodos para estimar o teor de humidade do leito para efeito de dimensionamento
acima descrito assume-se que o pavimento da estrada é virtualmente impermeável. Se
a água, existente na superfície da estrada ou proveniente de outro lugar, for capaz de
infiltrar no leito por qualquer motivo,o leito poderá ficar muito mais húmido. Nesses
casos, a capacidade de carga do leito do pavimento em condições de humidade na
Categoria (1) e na Categoria (2) deve ser avaliada com base resultados de CBR de
amostras de solos saturados, conforme descrito na Secção 3.2. Materiais betuminosos
densos, solos estabilizados com fissuras muito finas, e pedra britada ou material
granular com mais de 15% do material mais fino que passa pelo peneiro de 75 mícrons
são impermeáveis (permeabilidade menor que 10 -7 metros por segundo) e, portanto,
leitos de pavimentos em estradas que incluem estes materiais, são menos propensos
a ser influenciados pela infiltração da água provenientes das camadas de pavimento.
Leitos com condições de humidade na Categoria (3) são menos propensos a aumentar
significativamente a humidade e o teor de humidade do leito para efeitos de
dimensionamento em tais situações pode ser considerado como o teor óptimo de
humidade obtido pelo ensaio de compactação AASHTO T99 (ou Ensaio de Compactação
Norma, martelo 2,5 kg).
19
Se as amostras de solos coesivos forem compactadas a um teor de humidade igual ou
maior que o teor óptimo de humidade, então devem ser seladas por 24 horas antes de
serem ensaiadas, de modo que excesso das pressões da água induzidas durante a
compactação sejam dissipadas.
Alternativamente, para uma análise mais completa da relação entre densidade, teor de
humidade e CBR para o solo do leito pode ser feito determinando o CBR de amostras
compactadas a vários teores de humidade e utilizando pelo menos dois níveis de
compactação. O CBR de dimensionamento é então obtido por interpolação. Este método
é o mais adequado, pois permite fazer uma estimativa do CBR do leito a diferentes
densidades e permite controlar os efeitos de diferentes níveis de compactação no
dimensinamento estrutural. A Figura 3-1 ilustra a relação típica densidade seca /teor
de humidade/CBR para um solo arenoso-argiloso obtido pela compactação a cinco
níveis de humidade em três níveis de compactação diferentes: compactação AASHTO
T180 (pesada), compactação AASHTO T99 e nível intermediário de compactação. Por
interpolação, obtem-se para efeitos de dimensionamento um CBR de cerca de 15 por
cento a uma densidade relativa de 100 por cento da densidade máxima seca obtida no
ensaio de Compactação AASHTO T99 para um teor de humidade do leito estimado em
20 por cento.
Figura 3-1 Densidade seca, teor de humidade, CBR para solo argiloso
20
da realização dos ensaios. Em todas as outras situações, em que o CBR é determinado
por medição directa, as amostras não devem ser imersas uma vez que os resultados
obtidos podem ser sobredimensionados.
Em áreas onde existam estradas construídas no mesmo leito, podem ser realizadas
medições directas da resistência do leito usando um Cone de penetração dinâmico
(Apêndice K).
Exceptuando medições directas de CBR em pavimentos existentes, não se recomenda
medições no local de CBR do leito devido à dificuldade de assegurar que as condições
de humidade e densidade na altura da realização dos ensaios sejam representativas das
condições esperadas após a construção do pavimento .
S1 <3
S2 3,4
S3 5,6,7
S4 8 - 14
S5 15 - 30
S6 >30
21
8. Condições do nível freático húmido/alto
22
Tabela 3-2 Valores típicos de dimensionamento do CBR
Valores
valores típicos de
Principais Divisões Símbolo Nome como dimensio
subleito namento
do CBR
Material granular bem graduados
GW ou misturas de areia e material Excelente 40-80
granular, com pouca ou sem finos
Material granular mal graduado
Bom a
GP ou misturas material granular- 30-60
MATERIAL Excelente
areia, com poucos ou sem fino
GRANULA
R E SOLO Bom a
d Materiais granulares siltosos, 40-60
SAIBROS Excelente
O GM misturas material granular-areia-
u lodo Bom 20-30
NOTA: A divisão dos grupos GM e SM em subdivisões é baseada nos limites de Atterberg; o sufixo
d (por exemplo, GMd) é usado quando o limite de líquidez é de 25 ou menos e o índice de
plasticidade é de 5 ou menos; o sufixo u é usado de outra forma.
23
4 Projecto de Terraplanagem
O presente capítulo fornece orientação básica sobre o projecto de aterros e projecto
de cortes. No entanto, quando as condições não são favoravéis (por exemplo, solos
problemáticos, grandes cortes e aterros, possíveis problemas geológicos), o leitor deve
consultar o Manual de Investigações do campo e ao Manual de Dimensionamento
Geotécnico.
O projecto do aterro inclui:
1. Projecto de fundações
2. Projecto de aterro em taludes
3. Especificações para materiais de aterro
4. Projecto de drenagem
5. Projecto de obras de protecção para aterros
Projecto de cortes inclui:
1. Projecto de cortes em taludes
2. Estabilidade taludes em cortes
3. Projecto de drenagem
4. Projecto de obras de protecção para cortes
A análise sobre a estabilidade dos taludes em cortes e aterros e o projecto de fundações
fazem parte das investigações geotécnicas que são abordados no Manual De
Dimensionamento Geotécnico.
24
expansivo, será necessário substituir o material expansivo por um solo impermeável
não expansivo até a profundidade afectada pelas alterações de humidades sazonais
também conhecidos como método “tratamento de argilas expansivas”.
Durante a construção, o leito da estrada que tenha um solo expansivo deve ser mantido
húmido e coberto com solos de aterro antes de qualquer secagem. Não será necessária
qualquer tentativa de processamento e compactação do solo além dos requisitos de
densidade normal. O material de aterro a aplicar nos solos expansivos deve ser
constituído por solos impermeáveis com índice de plasticidade superior a 15%.
A drenagem lateral deve ser evitada em áreas com solos expansivos. Onde não for
possível evitar, a drenagem lateral deve ser colocada a uma distância mínima da ponta
do pé do talude, conforme o indicado no Manual de Dimensionamento Geométrico. A
inclinação do talude deve também ser reduzido a um máximo de 1:6.
O problema deve ser corrigido antes de se colocar o aterro na fundação. O solo deve
ser pré-colapsado através da compactação com recurso a equipamento pesado ou super
compactadores até uma profundidade efectiva de 1,5 m.
25
É importante distinguir entre dois tipos de solos fracos e compressíveis, nomeadamente
misturas de silte-argila pouco consolidadas e solos orgânicos. A diferença reside nas
respectivas características de consolidação.
Caso a caso podem ser feitas excepções ao mencionado acima. Por exemplo, quando as
alternativas são proibitivas do ponto de vista económico e financeiro, os solos negros
podem ser usados desde que sejam utilizados métodos para minimizar os seus
problemas associados (ver Manual de Investigações do campo e o Manual para o
Provisão de Estradas Rurais de Baixo Volume).
Pode ser usado enrocamento para formar a base dos aterros em camadas uniformes
que não excedam 1 metro de espessura (materiais de grandes dimensões a serem
reduzidos em tamanho). Devem ser preenchidos os vazios na camada superior do
26
enrocamento (30 cm). Os pedregulhos nos enrocamentos devem estar até 600 mm ou
mais abaixo do leito/topo do aterro. Os solos com menor plasticidade devem ser os
preferenciais para as camadas inferiores, e devem ser secos o suficiente para permitir
a compactação adequada. Os melhores materiais devem ser reservados para as
camadas superiores do leito.
Esta Tabela deve ser usada apenas como um guia, particularmente porque os
padrões aplicáveis em cortes de rochas são altamente dependentes de custos.
27
Podem ser necessárias inclinações mais íngremes em combinação com reforço do
material de aterro em certas zonas urbanizadas.
A configuração do talude e os tratamentos em áreas com problemas de estabilidade
identificados devem ser abordados como uma questão final de projecto.
Cortes em rochas sãs podem frequentemente ser verticais ou próximo de verticais, mas
nas rochas erodidas ou decompostas são mais instáveis. A instabilidade é geralmente
causada pela acumulação de água no solo, e pelos deslizamentos que ocorrem quando
essa acumulação da água reduz a coesão natural do solo e aumenta sua massa. Assim,
o dimensionamento e a construção da estrada devem sempre promover o movimento
rápido e seguro da água da área acima da estrada para a área abaixo, e sob nenhuma
circunstância a estrada deve impedir o fluxo de água ou formar uma barreira ao seu
movimento.
2. pedra argamassada
3. Gabiões
28
4. Muros de suporte
5. Drenagem da talude - reter os canais de escoamento de água e valeta para a
água superficial e a drenagem superficial.
29
5 Drenagem da Faixa de Rodagem e Bermas
5.1 Introdução
A drenagem dentro das camadas do pavimento é um elemento essencial do
dimensionamento estrutural, porque a resistência do leito, bases e sub-bases em
serviço depende fundamentalmente do teor de humidade durante as condições adversas
mais prováveis. Como é impossível assegurar que os revestimentos das estradas
permaneçam impermeáveis durante toda a sua vida, é fundamental garantir que a água
possa ser drenada rapidamente no interior da estrutura do pavimento. Isto pode ser
alcançado por inúmeras medidas tais como:
A humidade é o factor mais importante que afecta o desempenho do pavimento e os
custos de manutenção a longo prazo. Assim, um dos principais desafios enfrentados
pelo projectista é dimensionar uma estrutura de pavimento na qual os efeitos
prejudiciais da humidade estejam dentro dos limites aceitáveis em relação à carga de
tráfego, natureza dos materiais utilizados, condições de construção/manutenção e grau
de aceitação de risco.
O projecto da drenagem da estrada é o termo geral que é aplicado a dois tópicos
separados, nomeadamente drenagem interior e exterior. Portanto, isso envolve a
descarga de água da estrutura da estrada em sistemas de drenagem construídos para
o efeito.
30
de equilíbrio na estação chuvosa e é mais seca na estação seca. Assim, o bordo do
pavimento é de extrema importância para o desempenho máximo do pavimento, com
ou sem bermas pavimentadas, e é a região mais propensa a rotura de um pavimento
quando as condições de humidade são relativamente severas.
31
5.3 Permeabilidade
A permeabilidade é a medida da facilidade com que a água passa através de um material
e é um dos principais parâmetros que afectam a drenagem. A entrada e saída de
humidade de um pavimento é influenciada pela permeabilidade do leito do pavimento e
dos materiais adjacentes. A permeabilidade relativa de materiais adjacentes também
pode reger as condições de humidade. Uma diminuição significativa na permeabilidade
com a profundidade ou através dos limites entre os materiais (isto é, inversão da
permeabilidade) pode levar à saturação dos materiais nas proximidades da inversão e
deve ser evitada caso haja escolha. Valores típicos de permeabilidade para solos
saturados são ilustrados na Tabela 5-2.
Argila 10 nm/s
Impermeável
Revestimento betuminoso 1 nm/s
32
pavimento e afecta as ligações entre a base e o revestimento, resultando em falhas
estruturais.
5.3.1.2 Correcção
1. Selecção do material apropriado para as camadas do pavimento de modo a
serem progressivamente mais permeáveis com a profundidade.
2. Dimensionar bermas revestidas de modo a minimizar a entrada de água no
pavimento.
3. Onde for possível dimensionar para o asfalto mais denso e a outro revestimento
impermeável para impedir a infiltração da água no pavimento.
4. A drenagem lateral pode ser encorajada através da construção das camadas do
pavimento com um inclinação transversal exagerada. Isto pode ser feito
construindo o topo da sub-base com uma inclinação transversal de 3-4% e o
topo do leito com uma inclinação transversal de 4-5%. Embora não seja uma
forma eficiente de drenar o pavimento, ela é menos onerosa e, portanto, útil,
especialmente porque a drenagem completa do subsolo dificilmente será
economicamente viável, excepto para estradas de classes mais elevado.
33
6 Materiais de Pavimentação não Ligados
O presente capítulo fornece orientação sobre o modo de selecção de materiais não
ligados para uso como camada de base, sub-base, cobertura e camadas selecionadas
do leito. A estrutura de pavimento apropriada é selecionada com base nas propriedades
dos materiais.
Existem materiais que satisfazem essas especificações e são descritos nos parágrafos
que se seguem. Nos casos em que estejam disponivéis vários tipos de materiais
34
adequados para a base, a escolha final deve levar em consideração o nível esperado de
manutenção futura e os custos totais durante a vida esperada do pavimento.
Além disso, materiais potencialmente problemáticos, sua identificação, os problemas
que poderiam causar e as soluções para esses problemas são também apresentados.
Nos casos em que os materiais disponíveis não satisfazem essas especificações, são
fornecidas as opções para as suas modificações e aplicação.
50 100 - -
25 70 - 80 80 - 90 100
19 60 – 80 70 - 85 90 – 100
9,5 40 – 55 50 - 65 60 – 75
4,75 25 - 40 35 - 50 40 – 60
2,36 15 – 30 25 - 40 30 – 45
0,425 7 – 19 12 - 24 13 – 27
0,075 (1) 5 – 12 5 - 12 5 – 12
Nota 1. Para materiais aplicados com pavimentadora pode ser aceite, um menor
teor de finos .
Para assegurar que os materiais sejam suficientemente duráveis, estes devem satisfazer
os critérios constantes na Tabela 6-3, que são o Valor Mínimo de Dez Por cento (TFV)
(Método B2 TMH1) e da perda máxima de resistência após um período de 24 horas de
imersão em água. As condições de humidade no pavimento são levadas em
consideração em termos gerais com base na precipitação anual. Alternativamente,
podem ser usados os requisitos expressos em termos dos resultados da resistência do
agregado ao esmagamento (ACV) (Método B1 TMH1). O ACV deve ser, de preferência,
inferior a 25% e sempre inferior a 29%. Outros ensaios mais simples, p.e. o Ensaio de
35
Impacto Agregado (Norma Britânica 812, Part 112, 1990) pode ser usado em ensaio de
controlo de qualidade desde que tenha sido determinada uma relação entre os
resultados do ensaio escolhido e o TFV. Não existem relações únicas entre os resultados
dos vários ensaios, mas podem ser estabelecidas boas correlações para tipos de
materiais individuais e estes precisam ser determinados localmente.
>500 110 75
<500 110 60
36
seja alcançada. Pode se obter economia no processo de produção se as camadas
constituídas de pedra de dimensão nominal de 50 mm e de pedra de dimensão nominal
de 37,5 mm forem usadas para permitir que a espessura total necessária seja obtida
com mais precisão e de modo a fazer o melhor uso do produto de britagem da central.
O macadame hidráulico é semelhante ao macadame seco. Consiste também em duas
componentes, nomeadamente uma pedra de dimensão relativamente única com
dimensão nominal máxima das partículas de 50 mm ou 37,5 mm e um agregado fino
bem graduado que passa pelo peneiro de 5,0 mm. O material grosso é geralmente
produzido a partir da extração de rocha sã. A pedra britada é colocada, moldada e
compactada e, em seguida são adicionados os finos compactados e regados na
superfície para produzir um material denso. Nesta operação deve ser usada uma
quantidade mínima de água para garantir que os materiais plásticos sensíveis à água
na sub-base ou leito não fiquem saturados. A espessura compactada de cada camada
não deve exceder duas vezes a dimensão máxima da pedra. O material fino deve de
preferência ser não-plástico e consistir em finos de rocha britada ou areia angular
natural escavada.
Os limites típicos granulométricos para a fracção grossa dos materiais GCS3 são
ilustrados na Tabela 6-4. As granulometrias de M2 e M4 correspondem aos agregados
nominais de dimensão única de 50 mm e 37,5 mm e são apropriadas para uso com
agregado britado mecanicamente. M1 e M3 são especificações mais amplas. O M1 foi
usado para pedra britada à mão, mas se houverem malhas adequadas disponíveis, M2,
M3 e M4 são as preferidas.
Dureza, durabilidade, forma de partícula e densidade no local devem estar de acordo
com os ilustrados acima para pedra britada graduada.
37,5 35 - 70 0 - 30 0 - 50 85 - 100
25 0 - 15 0-5 0 - 10 0 - 25
19 0 - 10 0-5
37
tráfego. A Tabela 6-5 contém três distribuições granulométricas recomendadas para
materiais adequados correspondentes a dimensões nominais máximas de 37,5 mm, 20
mm e 10 mm. Apenas duas dimensões maiores devem ser consideradas para o volumes
de tráfego superiores a 1,5 milhões de ESAs.
Para atender aos requisitos de forma consistente, podem ser necessários a triagem e a
britagem de materiais de dimensões maiores. A fracção superior a 10 mm deve consistir
em mais de 40% de partículas com faces angulares, irregulares ou britadas. Deve-se
garantir a mistura de materiais de diferentes fontes, a fim de alcançar a granulometria
necessária e acabamento superficial, o que pode envolver a adição de materiais finos
ou grossos ou ainda combinação dos dois.
50 100 - -
19 60 – 80 80 – 100 100
9,5 45 – 65 55 – 80 80 – 100
4,75 30 – 50 40 – 60 50 – 70
2,36 20 – 40 30 – 50 35 – 50
0,425 10 – 25 12 – 27 12 – 30
0,075 5 – 15 5 – 15 5 – 15
38
densidade em laboratório, o material deve ter um CBR mínimo de 80% após quatro dias
de imersão em água (AASHTO T193).
Quando são usados materiais granulares lateríticos, calcários e vulcânicos, seu uso deve
ser limitado à categoria de tráfego inferior T3, a menos que estudos locais indiquem que
houve sucesso em volumes de tráfego mais altos (para maiores detalhes veja o Manual
para Provisão de Estradas Rurais de Baixo Volume de tráfego). O PI máximo permitido
pode ser relaxado para 9 e o valor de CBR mínimo saturado reduzido para 65% na
densidade esperada no local.
39
utilização de novos depósitos do material. É também importante submeter o material a
uma série de ensaios, uma vez que nenhum método específico pode identificar
consistentemente materiais problemáticos. Recomendações para ensaios apropriados e
limites para a durabilidade de materiais de camada de base de estrada podem ser
encontradas em Sampson (1991).
Resultados de vários estudos indicaram que estes materiais quando estabilizados com
3 por cento de cal e a estrada é revestida, são uma alternativa aceitável à construção
de base de pedra britada para as principais estradas em Moçambique. Uma vantagem
particular deste material é que ele evita o problema de formação de argila na base, que
é uma das causas principais de rotura quando se usa pedra britada sobre argila activa.
6.2 Sub-bases
A sub-base é uma camada importante de dispersão de carga no pavimento construído.
As principais funções da camada de sub-base são reduzir as tensões de tráfego a um
nível seguro para o leito, fornecer uma plataforma de trabalho e actuar como uma
camada de filtro. A selecção de materiais de sub-base dependerá, portanto, da
finalidade para a qual a sub-base será usada. A Tabela 6-6 ilustra as principais
categorias de materiais para as camadas de sub base, com um breve resumo de suas
características.
40
Tabela 6-6 Características de Materiais Granulares e Materiais de Sub-base
Código Descrição Resumo da Especificação
Min. CBR: 65% @ 98/100% AASHTO T180 e 4 dias de
imersão
material Max. expansibilidade: 0,2%
G65
granular Max. Dimensão e granulometria: Dimensão máxima 37,5mm,
granulometria conforme especificado
PI: <6 ou conforme especificado (material específico)
Material Min. CBR: 30% @ 95/97% AASHTO T180 e o mais alto teor
granular de umidade esperado
G30/ natural Max. Expansibilidade: 1,0% 1,5% @ 100% AASHTO T180
GS Max. Dimensão e granulometria: Dimensão máxima 63mm ou
2/3 espessura da camada
PI: <12 ou conforme especificado (material específico)
41
base especificada (GS). Se os materiais que satisfazem esses requisitos não estiverem
disponíveis, devem ser realizados ensaios sob acção do tráfego para avaliação do
desempenho de materiais alternativos sob condições típicas do local.
Tropical sazonalmente
> 500 < 45 < 12 <6
húmido
50 100
37,5 80 – 100
19 60 – 100
4,75 30 – 100
1,18 17 – 75
0,3 9 – 50
0,075 5 – 25
Em Moçambique, solos lateríticos são alguns dos materiais largamente disponíveis que
podem ser usados como material de sub-base. As laterites que satisfazem os requisitos
de granulometria da Tabela 6-8 podem ser utilizados para classes de tráfego até 3
milhões de ESA, desde que os seguintes requisitos sejam satisfeitos:
i) CBR (%) (depois de imersão) > 30
ii) Índice de Plasticidade (%) < 25
42
D85 (camada fina)
Onde D15 é a abertura da malha através da qual passa 15% em peso do material e D85
é o abertura da malha através da qual passa 85%.
Os requisitos são menos rigorosos do que para sub-bases. Um CBR mínimo de 15 por
cento é especificado a um teor de humidade mais alto medido em amostras
compactadas no laboratório na densidade no local especificada, que normalmente o
mínimo é de 95 por cento da densidade seca máxima no Método de ensaio D AASHTO
T180 (Compactação pesada).
As principais categorias dos materiais selecionados para o leito e camada de cobertura,
incluindo um breve resumo das suas características, são ilustradas na Tabela 6-9.
43
Tabela 6-9 Propriedades de Materiais Não Ligados
Códi TRH 4
Descrição Resumo da Especificação
go Equivalente
G25 G6 material CBR Min.: 25% @ 95/97% AASHTO T180 e o mais alto
granular teor de humidade esperado
expansibilidade Max.: 1,0% @ 100% AASHTO T180
Dimensão Max. e granulometria: espessura máxima da
camada de 63 mm ou 2/3.
PI: <12 ou conforme especificado (material específico)
G15/ G7 material CBR Min.: 15% @ 93/95% AASHTO T180 e o mais alto
GC granular/solo teor de humidade esperado
expansibilidade Max.: 1,5% @ 100% AASHTO T180
Max. Dimensão: 2/3 da espessura da camada
PI: <12 ou 3GM + 10 ou conforme especificado
(material específico)
G10 G8 material CBR Min.: 10% a 93/95% AASHTO T180 e o mais alto
granular/solo teor de humidade previsto
expansibilidade Max.: 1,5% @ 100% AASHTO T180
Dimensão Max.: 2/3 espessura da camada
PI: <12 ou 3GM + 10 ou conforme especificado
(material específico)
G7 G9 material CBR Min.: 7% @ 93/95% AASHTO T180 e o mais alto
granular/solo teor de humidade esperado
expansibilidade Max.: 1,5% @ 100% AASHTO T180
Dimensão Max.: 2/3 espessura da camada
PI: <12 ou 3GM + 10 ou conforme especificado
(material específico)
44
7 Materiais Estabilizados com Cimento e Cal
7.1 Introdução
O presente capítulo orienta sobre o uso de materiais estabilizados com cimento e cal
nas camada de base, sub-base, revestimento e nas camadas selecionadas de aterros
dos pavimentos. A estabilização é feita quando os materiais naturalmente disponíveis
não respondem às especificações para construção das camadas de pavimento. O
processo de estabilização envolve a adição de um agente estabilizante ao solo, mistura
com água suficiente para atingir o teor óptimo de humidade, a compactação da mistura
e a cura final para garantir que a resistência desejada seja alcançada.
Além disso, o capítulo aborda o uso de bases tratadas com emulsão betuminosa.
A estabilização com cimento e cal em Moçambique para construção de bases de estrada
e sub-bases tem sido, até agora, feita com solos arenosos. O processo também pode
ser usado em solos argilosos para construção da camada superior de sub-bases.
A estabilização pode melhorar as propriedades dos materiais da estrada e das camadas
do pavimento do seguinte modo:
i) Uma proporção substancial de resistência é mantida mesmo em situações de
humidade.
ii) As deflexões do revestimento são reduzidas.
iii) Os materiais na camada de suporte não podem contaminar a camada
estabilizada.
iv) Camadas acima da estabilizada podem ser compactadas de forma mais eficaz
e, portanto, possuem maior resistência e propriedades elásticas.
v) A resistência à erosão é acrescida.
vi) O material estabilizado com cal é adequado para uso como camada de cobertura
ou plataforma de trabalho quando o material no local é excessivamente húmido
ou fraco em ternos de capacidade de carga e a sua remoção não é económica.
Associado a essas qualidades, estão vários problemas possíveis:
A qualidade do cimento e cal pode ser variável e pode degradar a menos que sejam
armazenados de forma adequadada, portanto, é recomendável que se ensaie para aferir
a sua qualidade antes do uso para garantir que tenha padrões aceitáveis.
45
7.2 Selecção do Tipo de estabilizante
A selecção do estabilizante é baseada na plasticidade e na granulometria do material a
ser estabilizado. O estabilizante apropriado pode ser selecionado de acordo com os
critérios ilustrados na Tabela 7-1.
Tabela 7-1 Guião para o Tipo de Estabilização que pode ser Eficaz
Propriedade dos Solos
Tipo de Mais de 25% que passa pelo Menos de 25% que passa pelo
Estabilizante peneiro de 0,075 mm peneiro de 0,075 mm
46
suficientemente forte para resistir às solicitações de tráfego, mas os limites superiores
de resistência são normalmente definidos para minimizar o risco de propagação de
fissuras.
50 100 100 -
19 60 – 90 55 – 90 -
4,75 30 – 65 25 – 65 -
2,36 20 – 50 15 – 50 -
0,425 10 – 30 10 – 30 -
0,075 5 - 15 5 - 15 -
LL 25 30 -
PI 6 10 20
LS 3 5 -
47
Tabela 7-3 Propriedades de Materiais estabilizados com Cimento e Cal
estabilizado
Estabilizado com cimento
com cal
Código Descrição resistência á compressão não
ITS(2) Valor Mínimo
confinada(1)
(MPa) de CBR * (%)
(MPa)
Base 0,3 –
CSB1 3,0 - 6,0 100
estabilizada 0,6
Base 0,15 –
CSB2 1,5 - 3,0 80
estabilizada 0,3
sub-base 0,1 –
CSS 0,75 - 1,5 40
estabilizada 0,15
48
7.3.2 Preparação de provetes
O teor óptimo de humidade e a densidade máxima seca para misturas de solo e o
estabilizante são determinados de acordo com a AASHTO T134 para adicão de 2, 4, 6 e
8 por cento de cimento.
As amostras para o ensaio de resistência também devem ser misturadas e deixadas por
duas horas (para ter em conta os atrasos na prática) antes de serem compactadas em
moldes CBR a 97 por cento da densidade máxima seca obtida pelo Método de Ensaio
AASHTO T180 (Compactação Pesada). De acordo com anorma TMH1 Método A14, estas
amostras são curadas a húmido durante 7 dias, depois são imersas durante 7 dias antes
do ensaio para resistência à compressão não confinada.
Dois métodos de cura húmida são descritos na Norma. O método recomendavél é selar
os provetes com cera, mas caso não seja possível, devem ser embrulhados em película
aderente e selados em sacos plásticos. Os provetes devem ser mantidos a 25 ° C
durante todo o período de cura e imersão.
Assim que a fase de imersão for concluída, as amostras são comprimidas e suas
resistências medidas, e o teor de cimento para antigir a resistência requerida é
estimada.
Alternativamente, a resistência do material de sub-base estabilizado pode ser medida
pelo ensaio CBR após 7 dias de cura húmida e 7 dias de imersão. Recomenda-se um
valor mínimo de CBR (AASHTO T193) de 70.
Quando a plasticidade do solo dificulta a espalhamento e a mistura com o cimento, a
trabalhabilidade pode ser melhorada primeiro pré-tratando o solo com 2 a 3% de cal,
compactando levemente a mistura e deixando-a em repouso 24 horas. Em seguida
volta-se a espalhar o material e é estabilizado com cimento. Se este método for
aplicado, o ensaio laboratorial deve ser modificado para incluir a fase de pré-tratamento
antes do ensaio, conforme descrito acima.
49
hidratada, mas a poeira é muito mais perigosa e, devido a regulamentos rigorosos de
saúde, ela já não é mais usada.
Quando a cal é adicionada a um material plástico, primeiro cria flocos na argila e reduz
substancialmente o índice de plasticidade. Tanto a reacção de troca iônica quanto a
produção de materiais cimentícios aumentam a estabilidade e reduzem a variação de
volume dentro da fracção de argila. Não é incomum que a expansão seja reduzida de 7
ou 8% para 0,1% pela adição de cal.
A reacção de troca iônica ocorre rapidamente e pode aumentar o CBR de materiais
argilosos por um factor de dois ou três. A redução da plasticidade é dependente do
tempo durante as primeiras semanas e tem o efeito de aumentar o teor óptimo de
humidade e diminuir a densidade máxima seca na compactação. As características de
compactação, portanto, mudam constantemente com o tempo e os atrasos na
compactação causam reduções na densidade e consequentes reduções de resistência e
durabilidade.
7.5 Pozolanas
Uma das principais fontes de pozolana é a cinza de combustível pulverizado (PFA)
recohlida das caldeiras das centrais geradoras de energia a carvão.
O PFA é usualmente misturado com cal nas proporções de 1 de cal a 3 ou 4 de PFA, mas
são usadas razões de 1 a 2 até 1 a 10. A proporção depende da reactividade da cinza
volante particular que varia substancialmente de fonte para fonte. As camadas tratadas
com cal e cinzas volantes têm um desempenho semelhante às camadas tratadas com
cimento, construídas a partir do mesmo material agregado. As misturas finais devem
ser escolhidas após uma série de ensaios laboratoriais realizados após 21 dias de cura
húmida e 7 dias de imersão para determinar a proporção óptima de cal para cinzas
volantes e o teor óptimo de cal (expresso em percentagem do solo seco).
Em muitos países, há quantidades substanciais de bagaço (o resíduo fibroso do
esmagamento da cana-de-açúcar) e casca do arroz. Ambos são ricos em sílica. Quando
50
queimadas, suas cinzas contêm uma quantidade substancial de sílica amorfa que reage
com a cal (Cook e Suwanvitaya (1982), Mehta (1979)).
Misturas de cinzas de casca de arroz e cal ganham resistência rapidamente durante o
período inicial de cura, mas pouca resistência adicional é obtida após 28 dias de cura
húmida. A resistência a longo prazo depende da estabilidade dos hidratos de silicato de
cálcio. Sob certas condições, a lixiviação de cal pode ocorrer e, eventualmente, a
resistência será reduzida, mas a presença de calcário em excesso (calcário livre) pode
estabilizar o hidrato de silicato de cálcio. As misturas de calcário e cinzas de casca de
arroz nas proporções 2:3 são as mais estáveis e têm a maior resistência, mas a
durabilidade pode ser melhorada aumentando o teor de cal para dar uma mistura 1:1.
51
para superar possíveis problemas causados por atrasos na entrega e possa ser
justificada pelas margens de segurança mais baixas e as espessuras de camada de
destino possíveis.
7.6.5 Compactação.
Uma camada estabilizada deve ser compactada o mais rapidamente possível após a
mistura ter sido concluída, para que a resistência e a densidade de dimensionamento
(total esperada) possa ser alcançada sem sobrecarregar o material. Se a camada estiver
sob tensão, os planos de corte serão formados perto do topo da camada e é provável
que ocorram roturas prematuras ao longo deste plano, particularmente quando a
camada é coberta apenas por um revestimento superficial.
Deve-se tomar cuidado para reduzir o gradiente de densidade na camada, porque o
material permeável na parte inferior da camada o torna mais susceptível à carbonatação
pela parte inferior. Se necessário, a camada deve ser compactada em duas fases para
tornar a parte inferior menos permeável.
7.6.6 Cura
O humedecimento pode ser um sistema de cura mais eficiente se uma camada de areia,
de 30 a 40 mm de espessura, for espalhada no topo da camada estabilizada. Se isto for
feito, o número de ciclos de humedecimento por dia pode ser reduzido e há economia
considerável na quantidade de água utilizada. Após sete dias, a areia deve ser removida
e a superfície impregnada com um betume fluidificante de baixa viscosidade.
52
Um método alternativo de cura é primeiro aplicar um jato muito leve de água, seguido
por um betume fluidificado de baixa viscosidade, como o MC 3000, ou emulsão de
rotura lenta. Nenhum destes penetrará completamente na superfície da camada
estabilizada e deixará um película de betume contínuo para actuar como membrana
de cura. É essencial que todo o tráfego seja mantido fora da membrana por sete dias.
Após esse período, qualquer excesso de betume pode ser absorvido colocando areia na
superfície.
A rega de impregnação não pode servir como membrana de cura. Pesquisas têm
mostrado que o rega de impregnação penetra muito na camada e betume insuficiente
é retido na superfície para fornecer o película contínua necessária(Bofinger et al (1978)).
53
Entretanto, para alguns materiais estabilizados, às vezes é difícil atingir os padrões
normais de compactação e qualquer aumento da energia de compactação para o efeito
pode ter o efeito adverso de causar corte na superfície da camada ou aumentar a
retracção subsequente do material à medida que a sua densidade for aumentando. Se
for difícil atingir a densidade especificada, deve ser considerado um teor do estabilizante
mais alto para que uma camada adequadamente forte e durável possa ser construída a
uma densidade mais baixa.
Os ensaios de laboratório mostram que as amostras compactadas por carga de impacto
retraem consideravelmente mais do que as compactadas por carga estática ou por
compactação amassada. Nos casos em que a fissura por reflexão é um provável
problema, recomenda-se, portanto, que a camada seja compactada com cilindros
pneumáticos em vez dos vibradores.
Os problemas de retracção em materiais granulares plásticos podem ser
substancialmente reduzidos se forem utilizados materiais granulares secos ao ar livre e
toda a construção estiver concluída dentro de duas horas, sendo que a água deve ser
adicionada o mais tarde possível durante a operação de mistura. Geralmente, não é
possível usar material granular completamente seco ao ar livre, mas quanto menor for
o teor de humidade inicial e quanto mais rápido for misturado e compactado, menores
serão as deformações de retracção subsequentes.
Tendo em conta que algumas fissuras de retracção são inevitáveis na camada
estabilizada, o método mais eficaz para evitar que estas reflictam ao longo do
revestimento betuminoso é cobrir a camada estabilizada com cimento com uma
espessura substancial de material granular. Esta é a filosofia de dimensionamento nos
ábacos B e D (Capítulo 10). Quando o material estabilizado com cimento é usado como
base de estrada (Quadro F), recomenda-se um revestimento flexível, como por exemplo
um revestimento superficial duplo. A experiência demonstrou que um revestimento
superficial adicional aplicado após 2-3 anos pode selar parcialmente ou completamente
qualquer fissura, particularmente onde a cal é o agente estabilizante.
7.6.9 Carbonatação
Se os materiais estabilizados com cimento ou cal forem expostos ao ar, o produto de
hidratação pode reagir com o dióxido de carbono, reduzindo assim a resistência do
material. Esta reacção está associada a uma diminuição no pH do material do acima de
12 para cerca de 8,5. A ocorrência da carbonatação e sua profundidade podem ser
detectadas testando o pH da camada estabilizada como indicador de fenolftaleína e
verificando a presença de carbonatos com ácido clorídrico. Uma indicação razoável de
que o material estabilizado sofrerá carbonatação pode ser obtida a partir do ensaio de
durabilidade via húmida/seco. Boas práticas de cura, conforme descrito acima, são o
melhor meio de prevenir a carbonatação nas camadas de base . O risco de carbonatação
pode ser reduzido tomando as seguintes precauções:
i) Evitar ciclos húmidos/secos durante a fase de cura.
54
ii) Selar o quanto antes para excluir o dióxido de carbono.
iii) Compactar o mais cedo possível para aumentar a densidade e reduzir a
permeabilidade.
55
Tabela 7-4 Granulometria de Materiais Exigida para Estabilização com
Emulsão
Ideal Menos adequado
Abertura da malha
(mm) % que % que % que
% que passa
passa passa passa
19,5 66 99 99 100
13,2 57 87 87 100
9,5 49 74 74 100
6,7 40 62 62 100
4,75 35 56 56 95
3,26 25 42 42 78
1,18 18 33 33 65
0,6 12 27 27 54
0,425 10 24 24 50
0,3 8 21 21 43
0,15 3 16 16 30
0,075 2 9 9 20
P0,075 0–20
GM 1,2–2,5 0,75–2,7
56
O dimensionamento para ETB deve ser realizado no laboratório e o exemplo abaixo
ilustra as etapas que devem ser seguidas.
57
Tabela 7-6 Especificações para ETB
BSM3 Não
Ensaio
(<1M ESAs) apropriado
P0.075 0 – 20 >20
CBR 10 – 25 <10
58
8 Materiais Ligados com Betume
8.1 Introdução
O presente capítulo fornece orientação sobre o dimensionamento de materiais ligados
com betume. Os requisitos da mistura para diferentes categorias de carga de tráfego
incluindo locais com carga pesada como vias de subida, são descritos neste capitulo.
A Figura 8-1 ilustra as camadas que podem estar presentes nos pavimento rodoviários
e que podem ser ligadas com betume. Nos casos em que são necessárias camadas
espessas de revestimento betão betuminoso, estas são normalmente construídas com
uma “camada de desgaste” colocado em sob uma camada “ligaante”.
Camada de desgaste
(betuminosa)
Camada de
Camada ligante
revestimento
(betuminosa)
Base da estrada
(pode ser betuminosa)
Sub-base
(geralmente não betuminosa)
Leito
Figura 8-1 Camadas de pavimento que podem ser ligadas com betume
59
Por vezes é necessário também aplicar diferentes soluções de mistura para diferentes
secções da mesma estrada. Por exemplo, misturas adequadas para áreas que
transportam tráfego pesado e lento, como uma via de subida, não são adequadas para
terrenos planos e abertos, onde o tráfego se move rápido. Uma mistura adequada para
este último tende a se deformar quando aplicada numa via de subida e uma mistura
adequada para uma via de subida tende a ter pouca durabilidade em terreno plano.
As propriedades das misturas são muito sensíveis à sua composição e para alcançar a
combinação mais satisfatória das propriedades listadas acima para as diversas situações
de estudos que são encontradas, é necessário um alto grau de especialização e controlo
de qualidade.
Um aspecto importante é que este, aborda os modos de rotura que ocorrem em
revestimentos betuminosos em ambientes tropicais e subtropicais e que
frequentemente diferem daqueles prevalescentes em climas mais frios.
(iii)Filler, definido como material de granulometria inferior a 0,075 mm, que pode ter
origem em partículas finas no agregado ou ser adicionado sob forma de cimento,
cal ou pedra britada; e
60
densa faz com que o betão betuminoso seja sensível a erros na composição e o efeito
disso se torna mais crítico à medida que o tráfego aumenta.
61
revestimento, como a resistência à derrapagem. Empresas comerciais desenvolveram
misturas para “revestimento fino” que são adequadas para este tipo de aplicação. Estes
materiais, por vezes, contêm um betume modificado, e também podem incluir um alto
teor de filler ou fibras.
62
8.4.1.2 Rotura do Revestimento em Betão Betuminoso por Deformação
Plástica
Deformação plástica em revestimentos em betão betuminoso é a forma mais comum de
rotura porque o material afectado deve ser removido antes que a estrada possa ser
reabilitada. Geralmente está associado a uma subestimação do grau de compactação
secundária que ocorre sob acção do tráfego intenso, o que reduz o volume de vazios
(isto é, vazios na mistura, VIM) para um nível crítico no qual a deformação plástica
ocorre relativamente mais rápido.
É necessário garantir que o VIM permaneça acima de 3%, caso se pretenda evitar a
deformação plástica. Estas recomendações estão de acordo com o Instituto do Asfalto
(Asphalt Institute, 1994).
Quando o VIM numa camada de betão betuminoso diminui para menos de
aproximadamente 3%, a transferência de tensão, que ocorre através do contacto entre
a brita, muda para a componente de finos de betume na mistura. À medida que a
compactação secundária vai ocorrendo, o contacto entre a brita é cada vez mais
reduzido até que ocorra a deformação plástica. As relações típicas entre a taxa de
redução no VIM e o tráfego numa via de subida são ilustradas na Figura 8-2. A mistura
1 terá um bom desempenho, mas as outras misturas irão deformar-se.
63
Em resumo, se o VIM inicial for alto e a carga de tráfego não for pesada, a taxa de
redução do VIM poderá ser lenta o suficiente para permitir que ocorra um endurecimento
considerável do betume. Isso resultará num aumento na resistência à densificação e
deformação. Por outro lado, o tráfego precoce pesado e intenso tende a reduzir o VIM
e evitar o endurecimento do betume no betão betuminoso. A rigidez da mistura não
pode aumentar o suficiente para evitar uma redução crítica no VIM e subsequente
deformação. Portanto, o dimensionamento do betão betuminoso, requer um equilíbrio
crítico entre as propriedades necessárias para o tráfego e as condições de operação de
cada projecto.
64
os pneus radiais tendem a correr no fundo dos rodeiras produzindo, assim, vias muito
mais estreitas e carga de tráfego mais intensa. A complexidade de prever os efeitos da
carga de tráfego também aumentou pela introdução de pneus simples de base ampla
(às vezes chamados de super singles), cujo efeito prejudicial parece depender, não
surpreendentemente, da sua largura.
Em países onde haja disponibilidade defundos para realizar tal manutenção, será melhor
revestir com betão betuminoso como parte do processo de construção. Se este
procedimento for adoptado, então o uso de uma camada de “ligante” do betão
betuminoso será aceitável e poderá ser mais económico do que um material para a
camada de desgaste mais fina. Uma mistura de camada de ligante normalmente tem
uma percentagem maior de agregado de dimensão maior do que uma mistura de
camada de desgaste e será mais resistente a penetração do agregado no início da vida.
No entanto, qualquer que seja o tipo de mistura usada, o dimensionamento de um
revestimento superficial deve levar em conta a dureza do novo revestimento
betuminoso (Capítulo 9). Pode ser que haja um pequeno atraso para permitir que o
revestimento endureça antes que seja aplicado.
Considerações de segurança nem sempre são dadas a prioridade que merecem durante
a produção e construção de Camadas de desgaste betuminosas. Para fornecer boas
propriedades de resistência à derrapagem durante o tempo húmido, uma camada de
desgaste deve ter uma boa textura superficial para evitar a aquaplanagem em alta
velocidade. O agregado grosso também deve ter boa resistência ao polimento para
reduzir a probabilidade de derrapagens em baixa velocidade.
65
8.5 Materiais para o Betão Betuminoso
É essencial que as propriedades dos materiais componentes do betão betuminoso
atendam aos padrões mínimos para garantir que o material tenha um desempenho
satisfatório.
8.5.1 Agregados
O agregado é o principal componente do betão betuminoso e a qualidade e as
propriedades físicas deste material têm uma grande influência no desempenho da
mistura. As qualidades requeridas dos agregados são descritas em termos de forma,
dureza, durabilidade, limpeza, adesividade ao betume e porosidade. Além dessas
propriedades, a micro textura dos agregado também influenciará fortemente no
desempenho de uma camada betuminosa compactada. O material granular do rio, de
superfície lisa, mesmo parcialmente britado, pode não gerar tanto atrito interno quanto
um agregado totalmente britado de partículas com micro-textura grossa.
Os agregados grossos usados para produzir o betão betuminoso devem ser produzidos
britando-se rochas sólidas, soltas ou material granular natural. O material granular deve
ser britado para produzir pelo menos duas faces fracturadas em cada partícula.
O agregado deve ter as seguintes características;
(i) Angular e não ser excessivamente lamelar, para proporcionar uma boa
interligação mecânica;
(ii) Limpo e livre de argila e material orgânico;
66
Tabela 8-1 Propriedades Necessárias para Agregados de Betão Betuminoso
Propriedades
Propriedade Ensaio Camada de Camada
desgaste ligante
equivalente de areia:1 para fracção <
4,75mm > 35
< 1,5 x 106 ESA > 40
Limpeza >1,5 x 106 ESA
(material Passado no peneiro
0,425mm ) <4
Índice de Plasticidade2 <2
Retracção Linear %
Forma da Índice de Lamelação3 < 35
partícula
Valor do Esmagamento do Agregado < 25
(ACV) 4
Valor do Impacto do Agregado (AIV) 4 < 25
Resistência
10% FACT (seco) kN 4
>160
Valor de Abrasão de Los Angeles (LAA) < 30 < 35
5
67
Tabela 8-2 PSV Mínimo para Agregados com Revestimento Grosso
Faixa de rodagem
dupla
(todos os fins) não 55 57 60 65 68
secções de eventos
(Todos os propósitos)
junções menores
2 Faixa de rodagem
única
secções não
relacionadas a eventos 45 50 53 55 57 60 63 65 68
inclinações 5% - 10%
mais de 50m
(Dupla descida;
único subida e 50 55 57 60 63 65 68 Mais de 70
descida)
Rotunda
4 Gradiente> 10%
mais de 50m
(Dupla descida;
único subida e
descida)
Nota. cv = veículos comerciais definidos como aqueles com mais de 15 kN de peso sem carga
68
Tradicionalmente, graus de betume para pavimentação são especificados em função da
sua penetração, mas a medição da viscosidade fornece um método mais preciso de
especificação da consistência do ligante e um método mais eficaz de determinação da
susceptibilidade do betume à temperatura. Isto permite que sejam estabelecidas as
temperaturas mais apropriadas da mistura e de compactação para a mistura de asfalto
usando o Gráfico de Dados de ensaio de Betume (BTDC) (Whiteoak, 1990), que é
ilustrado no Apêndice B.
Várias autoridades agora produzem especificações alternativas baseadas na
viscosidade. Aparelhos adequados para medir a viscosidade podem não estar
disponíveis e, portanto, ambos os métodos de especificação são apresentados abaixo.
Ao encomendar betume a granel, deve-se obter evidências de conformidade do betume
em relação as especificações de viscosidade, uma vez que o equipamento necessário
estará disponível na refinaria.
69
Tabela 8-3 Requisitos para Penetração de Betume
Método de Penetração
ensaio
Ensaios 40/50 60/70 80/100
(AASHTO/
ASTM)
70
Tabela 8-4 Especificações Sul-Africanas para Penetração de Betumes (SANS-
307)
Requisitos Método de
Propriedade
40/50 60/70 80/100 150/200 ensaios
Ponto de amolecimento
49-59 46-56 42-51 36-43 ASTM D36
(anel e esfera) ºC
220- 75-
Viscosidade @ 60ºC, Pa.s 120-250 30-60 ASTM D 4402
400 150
a) Variação em massa, %
(m/m) max 0,5 0,5 0,5 0,5 ASTM D 2872
b) Viscosidade @ 60ºC, % de
300 300 300 300 ASTM D 4402
original max
c) Ponto de amolecimento, ºC
52 48 44 37 ASTM D 36
min
d) Aumento do ponto de
9 9 9 11 ASTM D 36
amolecimento, ºC max
71
Tabela 8-5 Parte das Especificações Europeias (CEN) para Betumes de Pavimentação
Designação de penetração
Teste1 Unidade
20/30 30/45 35/50 40/60 50/70 70/100 100/150
Penetração a 25°C EN 1426 x 0,1mm 20-30 30-45 35-50 40-60 50-70 70-100 100-150
Ponto de amolecimento
1.1.1.1.1.1 EN1427 °C 55-63 52-60 50-58 48-56 46-54 43-51 39-47
% massa
Solubilidade EN 12592 mínimo 99,0
total
Ponto de inflamação EN 22592 mínimo °C 240 240 240 230 230 230 230
- variação em massa, máximo, ± % 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,8 0,8
1, Ensaios adicionais e diferentes especificações são aplicáveis em vários países da UE (ver BS EN 12591: 2000),
72
8.5.2.6 Durabilidade do Betume
Os betumes derivados de diferentes fontes de petróleo bruto podem ter resistência
variável ao envelhecimento e à oxidação. As suas características podem ser ainda mais
afectadas pelo tipo de central da refinaria em que são produzidas.
A oxidação também pode ocorrer durante a produção de mistura por super aquecimento
do betume e tal deve ser evitado.
73
compactação. Os níveis de compactação utilizados no dimensionamento estão
relacionados com a temperatura esperada do pavimento e com a carga de tráfego. Para
a carga de tráfego até 1 milhão de ESA, a composição da mistura é essencialmente
baseada nos princípios dados no MS-2. Para tráfego de dimensionamento entre 1 e 10
milhões de ESA, é necessário um nível intermediário de avaliação de desempenho,
sendo necessária uma análise detalhada para a carga de tráfego que exceda 10 milhões
de ESA.
O custo do conjunto completo de equipamentos de ensaio Superpave é substancial e
um estudo de mistura que exige técnicos qualificados e a sua conclusão pode levar até
um mês. Uma descrição do método Superpave é dado no Apêndice D.
A AUSTROADS desenvolveu um procedimento provisório mais simples baseado no uso
de um compactador giratório e ensaios de desempenho semelhantes aos desenvolvidos
no Reino Unido, a saber, os ensaios Fluência Dinâmica e Módulo de Resiliência. Os
requisitos são especificados para três níveis de tráfego de dimensionamento em que o
tráfego pesado é definido como mais de 5 milhões de ESA.
74
8.6.2.1 Vazio na Mistura (VIM)
Este é o volume total de ar, expresso como uma percentagem do volume da mistura
compactada, que é distribuído por uma mistura de pavimentação compactada e está
entre as partículas de agregado revestido (ver Figura 8-3).
75
Tabela 8-6 Nomenclatura Volumétrica e Métodos de ensaio
Método de Ensaio
Componente Descrição Volumétrica Símbolo
ASTM AASHTO
Constituintes Massa volúmica (Peso específico) e Gca C127 T85
absorção da água do agregado grosso
Massa volúmica (Peso específico) do Gfa C128 T84
agregado fino
Gravidade específica em massa de Filler Gf D854 T100
Mineral
76
que a dimensão máxima nominal.
A dimensão nominal máxima da pedra determina o VMA mínimo requerido na mistura
do agregado e a dimensão máxima da pedra que pode ser usado numa mistura é
determinada pela espessura proposta da camada de betão betuminoso. Para se obter
uma boa compactação, a espessura da camada terá normalmente de ser entre 2 x a
dimensão máxima de pedra para misturas finas e 4 x a dimensão máxima de pedra para
misturas com um alto teor de agregados grossos, como os normalmente recomendados
para cargas severas de tráfego.
O fabrico de misturas é feito com base na mistura de materiais por massa, enquanto
que o estudo de mistura é feito numa base volumétrica. Se massa volúmica dos
agregados individuais difere em mais de 0,2, então as massa volúmica dos diferentes
agregados na mistura devem ser ajustadas para que as propriedades volumétricas da
mistura da central estejam correctas.
Uma mistura compactada de agregados britados dará uma densidade máxima se a sua
granulometria seguir a curva de Fuller. No entanto, isso minimiza o VMA e produz uma
mistura que será muito sensível a erros. A melhor prática é modificar a distribuição de
modo que fique longe da linha de densidade máxima.
O procedimento de estudo da mistura Superpave atende à necessidade de um VMA
suficiente, especificando pontos de controlo nos quais a distribuição granulométrica
deve se ajustar a uma zona restrita pela qual a distribuição não deve passar. O VMA é
acrescido tanto pelo deslocamento da granulometria para longe da linha de densidade
máxima, quanto pela zona restrita. Um exemplo de um gráfico de granulometria do
77
agregado geral ilustrando os pontos de controlo e a zona restrita é indicada na Figura
8-4. A granulometria da densidade máxima é ilustrada como uma linha recta onde as
dimensões dos peneiros no eixo x foram incrementados para a potência 0,45.
O uso da zona restrita deve ser tratado com cuidado. Foi originalmente especificado
para limitar a quantidade de areia natural arredondada que poderia ser usada numa
mistura. Uma mistura contendo apenas finos totalmente britados e tendo uma
granulometria que passa pela zona restrita, pode desenvolver uma boa interligação de
partículas e um VMA suficiente. Recomenda-se, portanto, que a zona restrita não seja
adoptada como um requisito essencial das especificações locais, mas sim como uma
opção para uso em circunstâncias especiais.
78
8.6.3.2 Distribuição Granulométrica para Camadas de Ligantes e Bases
Betuminosas
Nem o MS-2 do Instituto do Asfalto (1994) nem o Superpave (1996) descrevem
distribuições granulométricas específicas para camadas de ligantes e bases. Na prática,
revestimentos betuminosos mais espessos que cerca de 70 mm são colocados em duas
camadas e a relação entre a espessura de uma camada e a dimensão máxima da brita
determina em grande parte a distribuição granulométrica que será usada (ver acima).
Algumas das distribuições granulométricas recomendadas pelo Instituto do Asfalto são
identificadas como adequadas para a camada de ligante e a base. Estas são ilustradas
nas Tabela 8-8 e Tabela 8-9. Como o método de ensaio Marshall não pode ser usado
para estudar misturas de agregados maiores que 25 mm, o estudo de camadas de
ligantes grossas e bases tende a depender do conhecimento empírico.
Tabela 8-8 Distribuições Granulométricas para as Bases e Camadas de
Ligantes Betuminosas(Instituto do Asfalto, 1994)
50 100
37,5 90 – 100 100
25 – 90 – 100
19 56 – 80 –
12,5 – 56 – 80
9,5 – –
4,75 23 – 53 29 – 59
2,36 15 – 41 19 – 45
1,18 – –
0,600 – –
0,300 4 – 16 5 – 17
0,150 – –
0,075 0–6 1-7
79
Tabela 8-9 Distribuições granulométricas para Camadas de Desgaste do DBM
Nomenclatura do Reino Unido (mm)
14 10
20 100
14 95 – 100 100
10 70 – 90 95 – 100
6,3 45 – 65 55 – 75
3,35 30 – 45 30 – 45
1,18 15 – 30 15 – 30
0,075 3–8 3–8
Estas misturas foram tradicionalmente feitas como receitas, mas as misturas da camada
de desgaste podem ser estudadas pelo método Marshall. Se os agregados disponíveis
são conhecidos por dar bons resultados quando usados em misturas betuminosas, é de
se esperar que misturas DBM usando agregado similar sejam satisfatórias para o volume
de tráfego até 1 milhão de ESA. Uma vantagem importante no uso de misturas DBM é
que é mais fácil executar o controlo detalhado da mistura durante a produção. Somente
as determinações da distribuição granulométrica do agregado entregue pelo sistema de
alimentação a frio, a composição da mistura e a densidade do material compactado
precisam de ser feitas.
Tabela 8-10 Distribuições Granulométricas para a Camada de Ligante do DBM
e Camadas de Base
Camada de
Camada de Base
ligante
abertura da malha Nomenclatura do Reino Unido (mm)
(mm)
Percentagem que passa pelo peneiro
20 40 28
50 – 100 –
37,5 – 95 – 100 100
28 100 70 – 94 90 – 100
20 95 – 100 – 71 – 95
14 65 – 85 56 – 76 58 – 82
10 52 – 72 – –
6,3 39 – 55 44 – 60 44 – 60
3,35 32 – 46 32 – 46 32 – 46
0,300 7 – 21 7 – 21 7 – 21
0,075 2–9 2–9 2–9
80
8.7 Especificações do estudo de Mistura
Infelizmente, a medição do VMA está sujeita a uma grande variabilidade com desvios
padrão típicos de 1,3%. Esse é um valor elevado em comparação com as etapas
81
incrementais fornecidas nas especificações normais (consulte a Tabela 8-12). Além
disso, duas distribuições granulométricas com diferentes agregados de dimensão
máxima, mas de diferentes tipos de agregados, podem ter áreas superficiais
semelhantes e, portanto, requerem o mesmo VMA mínimo.
Recomenda-se que a espessura da película do betume (isto é, a espessura nominal do
betume não absorvido cobrindo as partículas de agregado) seja calculada, como
ilustrado no Apêndice C, e usada para auxiliar no processo do estudo. Se a espessura
da película de betume for inferior a 8 mícrons, recomenda-se que a determinação do
VMA seja revista. Finalmente, as evidências dos ensaios de compactação de campo,
incluindo as propriedades volumétricas dos carotes retirados das secções, ajudarão a
confirmar se a mistura é suficientemente trabalhável e se as propriedades especificadas
são satisfeitas.
Recomenda-se que o estudo de mistura betuminosa usando o método Marshall seja
baseado em três categorias de tráfego de dimensionamento;
(i) < 5 milhões esa;
O efeito do VMA e dos erros na selecção do nível de compactação que deve ser usado é
discutido com mais detalhes nos Apêndices C, D e E.
82
8.7.4 Estudo de Mistura para Tráfego Superior a 5 Milhões de ESA
Devem ser usadas fontes de agregados que são conhecidas por fornecer misturas muito
estáveis e, onde aplicável, devem ser tomados cuidados para classificar correctamente
os segmentos de estrada como “locais severos” (ver parágrafo 8.7.6) e formular
misturas adequada para esses locais.
Os requisitos Marshall para misturas formuladas para esta categoria de tráfego estão
resumidos na Tabela 8-14.
83
8.7.6 Estudo de Mistura para Locais Severos
Qualquer selecção do nível de compactação Marshall feita sem conhecimento suficiente
do grau de compactação secundária que ocorrerá em locais severos, torna-se arbitrária.
Em comparação, a compactação à rejeição fornece uma “densidade de referência”
porque a estrutura do agregado não pode mais ser compactada. As distribuições
granulométricas podem, portanto, ser selecionadas para fornecer um VMA que
acomodará o betume suficiente para garantir uma boa trabalhabilidade durante a
construção e manter o mínimo de 3% de VIM na densidade de rejeição. No entanto, é
importante que seja alcançado um compromisso entre o alto VMA para acomodar o
betume suficiente para tornar a mistura trabalhável e para se obter uma mistura
reistente. É também importante que o agregado grosso seja resistente o suficiente para
resistir à compactação vibratória sem o esmagamento significativo das partículas.
Misturas densas de camadas com baixo VMA não serão adequadas para este tipo de
revestimento porque o teor de betume determinado será muito baixo para que a mistura
seja trabalhável . A granulometria adequada das partículas será para o tipo de camada
de ligante grossa e é provável que a sua granulometria passe abaixo da zona relevante
restrita do superpave (consulte o Apêndice D). A granulometria adequada é ilustrada
nas Tabela 8-8 e Tabela 8-10, que permitem uma dimensão máxima das partículas até
37,5 mm. Uma formulação Marshall deve ser efectuada na mistura selecionada, mas
sem agregados de dimensão superior que 25 mm. A formulação Marshall deve satisfazer
os requisitos de estabilidade e deformação dados na Tabela 8-14 para tráfego muito
pesado.
Se os requisitos Marshall forem satisfeitos, então o agregado grosso entre 25 mm e
37,5 mm ou 25 mm e 28 mm, dependendo da distribuição granulométrica selecionada,
pode ser incluído na mistura final, se desejado. Isto proporcionará um melhor equilíbrio
entre a dimensão máxima das partículas e a espessura da camada a ser construída. O
agregado grosso adicional deve ser da mesma fonte que o agregado usado na
formulação Marshall.
A granulometria dada na Tabela 8.8 permite incluir até 10% de partículas de agregados
entre 25 mm e 37,5 mm. No entanto, limitar esse valor a um máximo de 5% também
pode resultar num problema menor com a segregação, que pode ser avaliada durante
os ensaios de compactação pré-construção. Uma granulometria de agregado de camada
de ligante com um dimensão máxima das partículas de 28 mm e em conformidade com
a Tabela 8-10 será muitas vezes um bom compromisso.
Recomenda-se que o betão betuminoso selecionado do estudo para a densidade de
rejeição seja aplicado a uma espessura compactada de 2,5 a 4 vezes da dimensão
máxima das partículas do agregados para obter uma trabalhabilidade satisfatória. A
espessura da camada pode, portanto, variar de 70 mm a mais de 100 mm para
distribuições granulométricas em conformidade com as Tabela 8-8 e Tabela 8-10.
A compactação de rejeição pode ser alcançada no laboratório, aplicando-se centenas de
golpes do martelo Marshall a cada face dos provetes, mas isso não é prático. O método
recomendável é usar um martelo vibratório eléctrico que seja mais representativo da
compactação de campo e seja uma operação muito mais rápida. O método de ensaio é
baseado no ensaio de Densidade de Rejeição Percentual (PRD) (BSI, 1989) (Apêndice
E) que também é incorporado na norma CEN, prEN 12697-9).
84
Os moldes de ensaio para este método são grandes o suficiente para permitir o estudo
de misturas contendo partículas dos agregados maiores que 25 mm. O aparelho é
facilmente transportável e pode ser usado para compactar amostras de mistura quente
em qualquer local, desde que esteja disponível uma fonte de energia adequada.
O teor de betume da mistura é determinado pela compactação das amostras até a
rejeição usando o método descrito no Apêndice E. A espessura das amostras
compactadas deve ser aproximadamente a mesma que a camada compactada a ser
colocada na estrada. As amostras devem ser feitas com o teor de betume que forneçam
6% de VIM no ensaio Marshall e com decréscimos de 0,5% até que o teor de betume
que fornece 3% de VIM na densidade de rejeição possa ser identificado.
A mistura deve ser trabalhávell no teor de betume determinado. Se necessário, a
granulometria deve ser ajustada até que o VMA seja alto o suficiente para acomodar o
betume necessário. Uma espessura mínima calculada da película de betume (ver
Apêndice C) de 7 a 8 mícrons foi considerada um bom indicador de uma mistura
trabalhável. No entanto, o requisito primordial é que, na densidade de rejeição, o VIM
seja de 3%. Os ensaios de compactação pré-construção são essenciais para a selecção
da mistura final (ver Apêndice E).
85
essas densidades mais altas possam ser atingidas com facilidade e consistência, e os
ensaios de compactação são essenciais para essa avaliação.
Na Secção 8.3.1 foi mencionado que, em climas tropicais, o rápido endurecimento do
betume pode ser esperado numa mistura que é colocada com 8% de VIM,
particularmente fora das vias, onde a compactação pelo tráfego será limitada. Na Secção
8.3.3 mencionou-se que manutenção antecipada será necessária se a fissuração de
cima-baixo tiver que ser evitada. A superfície deve ser revestida quando a fissura se
desenvolve muito antes de as fissuras se deenvolverem em toda a profundidade da
camada do revestimento.
86
9 Dimensionamento de Revestimentos Betuminosos
Finos
9.1 Introdução
O presente capítulo orienta o dimensionamento de revestimentos betuminosos finos,
também referidos como revestimentos superficiais. Este capítulo fornece métodos para
que o engenheiro possa usar como base de decisões específicas e para adequar a
condições específicas locais e chama-se atenção para alguns dos erros comuns que são
cometidos, contudo, produzindo assim resultados económicos. Contém também
descrições de outros tipos de revestimentos betuminosos finos.
Revestimentos betuminosos finos são revestimentos superficiais simples, altamente
eficazes e baratos, desde que sejam tomadas as devidas precauções na planificação e
execução da obra. O processo é usado para novos revestimentos como manutenção
para estradas de todos os tipos.
87
4. Revestimento superficial triplo - envolve a aplicação de revestimento
superficial em 3 camadas de 6.7 mm sobre 13.2 mm sobre 19 mm)com rega
de colagem e 2 camadas de selagem.
5. “Pad coat” - é semelhante ao revestimento superficial duplo, mas neste
revestimento o agregado fino é aplicado na primeira camada e o agregado
grosso na segunda camada.
6. “Sandwich” - envolve a aplicação de uma camada de agregado grosso seguido
pela aplicação de ligante e, em seguida, uma camada de agregado fino no
topo.
7. “revestimento superficial simples e areia asfáltica” - isto envolve a aplicação
de um revestimento superficial simples seguido por uma camada areia
asfáltica.
8. “Cape seal” - Cape seal é um revestimento superficial simples coberto com
um “lama asfáltica”.
12. “Otta seal simples e lama asfáltica” - isso envolve a aplicação de um Otta seal
simples seguido por uma “lama asfáltica”.
13. “Otta seal” simples e “areia asfáltica” - envolve a aplicação de um“Otta seal”
simples seguido de areia asfáltica.
14. Areia Asfáltica a quente - envolve a mistura de ligante e areia e aplicação da
mistura como revestimento.
Algum dos revestimentos betuminosos estão ilustrados na Figura 9-1.
88
Figura 9-1 Tipos de Revestimentos Superficial
89
Tabela 9-1 Limites Granulométricos, Dimensão Especificada e Índice Máximo
de Lamelação para Agregados Usados em Revestimentos Superficiais
25
100 - - -
19
85-100 100 - -
13,2
0-35 85-100 100 -
9,5
0-7 0-35 85-100 100
6,7
- 0-7 0-35 85-100
4,75
- - 0-10 -
5,0
- - - 0-35
3,35
0-2 0-2 0-2 0-10
2,36
- - - 0-2
0,600
0-1 0-1 0-1 0-1
0,075
Dimensão do ensaio
especificada 65 65 65 65
Índice de
25 25 25 -
lamelação máximo
90
PSV para várias condições de tráfego e fornece as propriedades dos agregados
necessárias.
Tabela 9-2 Limites Granulométricos, Dimensão Especificada e Índice de
Lamelação máximo para revestimentos superficiais de agregados para
estradas com baixo volume de tráfego
25 100 - - -
19 85-100 100 - -
13,2 0-40 85-100 100 -
9,5 0-7 0-40 85-100 100
6,7 - 0-7 0-35 85-100
4,75 - - 0-10 -
3,35 - - - 0-35
2,36 0-3 0-3 0-3 0-10
0,600 0-2 0-2 0-2 0-2
0,075 - - - -
Dimensão de Teste
especificada 60 60 65 65
Índice de
35 35 35 -
lamelação máximo
9.3.4 lamelação
Britas lamelares são aquelas com uma espessura (menor dimensão) inferior a 0,6 do
sua dimensão nominal. A proporção de brita lamelar afecta claramente a espessura
média de uma única camada da brita e é por esse motivo que foi introduzido o conceito
de "menor dimensão média" (ALD) da brita.
91
9.3.7 Adesividade ao Betume
Quando o dano causado pelo tempo húmido é considerado um risco grave, ou o ensaio
da bandeja de imersão (Apêndice A) mostra que a brita tem fraca adesividade ao
betume, deve ser usado um agente de adesão. Um agente de adesão pode ser
adicionado ao ligante ou usado numa solução diluída para pré-revestir a brita. Uma boa
aderência da brita a película do ligante também pode ser obtida pelo pré-tratamento
da brita antes da distribuição. É provável que isso seja mais benéfico se a brita
disponível estiver muito empoeirada ou mal modelada, ou se as condições de tráfego
forem severas. Existem basicamente duas formas de pré-tratamento da brita:
Pulverizar a brita com uma aplicação ligeira de creosoto, óleo diesel ou querosene à
temperatura ambiente. Isso pode ser feito de maneira conveniente, pois a brita é
transferida do depósito para os camiões de distribuição por uma correia transportadora
ou, alternativamente, podem ser misturados num simples misturador de betão.
92
9.3.9 Agentes de Adesão
Agentes de adesão ou pré-tratamento de brita são frequentemente usados para
melhorar a adesão do ligante ao agregado, a fim de evitar a perda de agreagado por
falta de aderência. A eficácia das operações de britagem e controlo de tráfego também
deve ser revista antes de considerar o uso de um agente de adesão ou brita pré-
tratadas.
9.4.1 Impregnações
As superfícies de base granulares, estabilizadas com cimento ou estabilizadas com cal
devem ser impregnadas. As funções de uma primeira camada podem ser resumidas da
seguinte forma:
93
Tabela 9-4 Viscosidades Cinemáticas de Betumes Fluidificados Actuais
Faixa de Viscosidade
Tipo de betume
Permitida
fluidificado
(Centistokes a 60oC)
MC 30 30-60
MC 70 70-140
MC 250 250-500
94
revestimento da estrada. Em Moçambique, as temperaturas rodoviárias
diurnas situam-se tipicamente entre os 25ºC e os 50ºC, estando
normalmente na metade superior deste intervalo, a menos que caia chuva
intensa. Para estas temperaturas, a viscosidade do ligante deve estar entre
aproximadamente 104 e 7x105 centistokes. Nas temperaturas mais baixas
das estradas, os Betumes fluidificados são mais apropriados, ao passo que,
a temperaturas mais elevadas, os betumes de penetração devem ser usados.
As relações temperatura/viscosidade ilustrados na Figura 9-2 não se aplicam
às emulsões betuminosas. Estes têm uma viscosidade relativamente baixa e
“humedecem” a brita prontamente. Depois disso, a emulsão “rompe”, a água
evapora e partículas de betume de alta viscosidade aderem à brita e à
superfície da estrada.
3. Gradiente - tem uma influência significativa na escolha do ligante. Os
critérios (Tabela 9-5) a seguir fornecem orientação sobre a escolha de
ligantes em relação aos gradientes das estradas.
Tabela 9-5 Inclinações Máximas para os Betumes
Inclinação máxima
Tipo de betume
(%)
80/100 pen 12
150/200 pen 10
MC3000 8
MC800 6
SS60 6
SS65 8
95
Figura 9-2 Temperatura do Revestimento / Escolha do Ligante para
Revestimentos Superficiais
96
9.4.4 Emulsão Betuminosa
A emulsão betuminosa catiônica com um teor de betume de 70 a 75 por cento é
recomendada para a maioria dos trabalhos de revestimento superficial. Este tipo de
ligante pode ser aplicado através de jatos de pulverização a uma temperatura entre 70
e 85oC. Uma vez aplicado, ele romperá rapidamente em contacto com fragmentos da
maioria dos tipos de minerais. O emulsionante catiónico é normalmente um agente anti-
decapante e isto assegura uma boa ligação inicial entre a brita e o betume.
Quando forem necessárias altas taxas de pulverização, a estrada está numa inclinação,
ou tem um abaulamento considerável, a emulsão tende a drenar da estrada ou de partes
altas da superfície da estrada antes que ocorra a “rotura”. Nestes casos, pode ser
possível obter um resultado satisfatório se a aplicação de betume for “dividida”, com
uma taxa inicial reduzida de aplicação e uma aplicação mais pesada depois de a brita
ter sido aplicada. Se a intenção era construir um revestimento simples, a segunda
aplicação do ligante teria que ser coberta com areia ou finos da pedreira para evitar que
o ligante adira às rodas do cilindro compactador e do veículo. Se um revestimento duplo
estiver a ser construído, deve ser possível aplicar ligante suficiente na segunda aspersão
para obter a taxa total de pulverização necessária para o revestimento acabado.
Se for usada aplicação dividida do ligante, deve-se ter cuidado com o seguinte:
1) A taxa de aplicação da brita deve ser correcta para que haja um mínimo da
brita em excesso.
2) A segunda aplicação do ligante deve ser aplicada antes que seja permitida a
passagem do tráfego.
3) Para um revestimento simples, será necessário aplicar areia ou arenito após
a segunda aplicação do ligante.
97
Figura 9-3 Características de Mistura do Betume de Penetração 80/100 com
Combustível Diesel
98
Figura 9-4 Relação de Viscosidade/Temperatura para Misturas de Betume de
Penetração 80/100 com Combustível Diesel
99
Exemplos de polímeros que podem ser usados para modificar os betumes são borrachas
termoplásticas patenteadas, tais como Estireno-Butadieno-Estireno (SBS), borracha
fragmentada derivada de pneus de carro residual e também borracha de luvas
domésticas. Podem também ser usadas borrachas de látex para modificar emulsões. Os
ligantes deste tipo são melhor aplicados por distribuidores equipados com jatos de
dimensão adequada.
O betume modificado com borracha tipicamente consiste de uma mistura de betume de
penetração de 80/100 e três por cento de borracha em pó. A mistura e a inclusão da
borracha com o betume de penetração devem ser realizadas antes de serem carregadas
num distribuidor. Tal deve ser feito em tanques estáticos que incorporam pás accionadas
por motor integral. A temperatura de mistura é de aproximadamente 200 ° C.
A emulsão catiônica pode ser modificada em central especializada, pela adição de três
por cento de borracha de látex. Uma das vantagens do uso de emulsões é que elas
podem ser aplicadas a temperaturas muito mais baixas do que betumes de penetração
o que reduz o risco de degradação parcial da borracha, que pode ocorrer em altas
temperaturas de aplicação.
O betume modificado com SBS exibe qualidades termoplásticas a altas temperaturas,
embora tenha uma natureza de borracha em temperaturas ambientes mais baixas. Com
três por cento de SBS, ocorrem mudanças perceptíveis na viscosidade do ligante e a
susceptibilidade à temperatura e, é obtida boa aderência inicial da brita. O SBS pode
ser obtido num betume transportador em blocos de aproximadamente 20 kg de massa.
Os blocos podem ser misturados, numa concentração recomendada pelo fabricante, com
ligantes de penetração 80/100 num distribuidor. Neste procedimento, é melhor colocar
metade do polímero necessário no distribuidor vazio, adicionar betume quente a partir
de um tanque de armazenamento principal e depois circular o ligante no tanque
distribuidor. Os restantes blocos são adicionados após cerca de 30 minutos e, em
seguida, é provável que sejam necessárias cerca de 2 horas para completar a mistura
e o aquecimento do ligante modificado. Todo esforço deve ser feito para que se use o
betume modificado no dia da modificação.
100
Emulsões catiónicas por inerência contêm um agente de adesão e a cal não deve ser
usada com este tipo de ligante.
Estabelecer No.
veículos comerciais /
via / dia
Determinar a solidea Determinar o tráfego Determinar o factor Determinar o factor Determinar o factor
da superfície da No. de todos os climático de textura da para o tipo de
estrada (ver veículos / via / dia lascamento
superfície
subcapítulo 9.5)
Selecione o (s)
dimensão (s) nominal
(ais) dos lascamentos
(ver subcapítulo 9.5) Determinar o factor
"F" (ver subcapítulo
9.5)
Determine o ALD
(ver subcapítulo 9.5)
Estimativa da
temperatura da estrada
(ver subcapítulo 9.4)
Selecione o grau de
ligante (ver subcapítulo
9.4 e 9.5)
101
Com o tempo, a acção do tráfego num revestimento superficial força gradualmente a
brita na superfície subjacente, diminuindo assim a textura da superfície. Quando a perda
de textura da superfície atingir um nível inaceitável, será necessário um revestimento
para restaurar a resistência à derrapagem. O processo de incorporação ocorre mais
rapidamente quando a superfície subjacente da estrada é mais macia, ou quando o
volume de tráfego, particularmente de veículos comerciais, é alto. Consequentemente,
britas maiores são necessárias em superfícies macias ou onde o tráfego é pesado,
enquanto que britas menores são melhores para superfícies duras. Por exemplo, numa
superfície muito macia que transporta 1000 veículos comerciais por via por dia, 19 mm
de brita são adequados, enquanto que numa superfície muito dura, como betão, 6,7
mm de brita poderá ser a melhor escolha.
102
Tabela 9-7 Categorias de Dureza da Superfície da Estrada
Categoria
Penetração
da Definição
a 30oC1
Superfície
Se for usada brita de dimensão maior que a recomendada na Tabela 9-5, a taxa de
aplicação de betume necessária para manter a brita no local tende a ser subestimada
pelo procedimento de dimensionamento descrito neste subcapítulo. É provável que
resulte na retirada da brita pelo tráfego no início da vida do revestimento e também
tenha um efeito significativo na durabilidade a longo prazo das estradas de baixo
volume.
Ao selecionar a dimensão nominal da brita para revestimento superficial duplo, a
dimensão da brita para a primeira camada deve ser selecionado com base na dureza da
superfície existente e na categoria de tráfego conforme indicado na Tabela 9-5 e na
Tabela 9-6. A dimensão nominal da brita selecionada para a segunda camada deve de
preferência ter um ALD de não mais do que a metade da brita usada na primeira camada
para promover uma boa interligação entre as camadas.
No caso de uma superfície dura existente, onde é possível muito pouco embebimento
da brita da primeira camada, como base de cimento estabilizada com cimento recém-
construída ou uma base densa de pedra britada, deve ser aplicado primeiro um 'pad
coat' de brita de 6,7 mm, seguido de brita de 9,5 mm ou 13,2 mm na segunda camada.
A primeira camada de brita de dimensão menor adere bem à superfície dura e fornecerá
uma "base" para a brita de maior dimensão do segundo revestimento.
103
modificar a viscosidade dos betume de penetração e de betumes fluidificados para se
adequar às condições locais, conforme descrito na Secção 9.4.5.
Os factores a serem levados em conta ao seleccionar um ligante apropriado são:
1) A temperatura da superfície da estrada no momento em que o
revestimento superficial é efectuado. Para ligantes de penetração e
betumes fluidificados, a viscosidade do ligante deve estar entre 104 e 7x105
centistokes na temperatura da superfície da estrada (ver Secção 9.4 e Figura
9-2).
104
de algumas horas de construção, então haverá uma vantagem considerável em usar um
ligante de viscosidade mais alta quando as condições permitirem. Por exemplo, se a
temperatura da estrada for de 40oC, então, para tráfego pesado, o gráfico na Figura
9-2 sugere que o MC 3000 seria suficientemente viscoso. Por outro lado,
betume de penetração 400/500 estaria no limite de ser muito viscoso, no
entanto, seria recomendavél fluidificá-lo para reduzir a penetração do betume para
500/600 em vez de utilizar MC 3000. Se a brita pré-revestida puder ser usada
então o betume de penetração 400 seria aceitável.
O betume de penetração duro como 80/100 é frequentemente usado para o trabalho de
revestimentos superficial quando as temperaturas da estrada são altas. Com o betume
de alta viscosidade é muito importante que a brita seja aplicada imediatamente após a
pulverização e, para conseguir, o espalhador de brita deve seguir de perto atrás do
distribuidor. Este tipo de ligante não tolerará atrasos na aplicação da brita nem o uso
de brita empoeirada. Em qualquer situação, é provável que o tráfego antes do tempo
previsto retire a brita e danifique seriamente o revestimento.
O uso de ligantes de penetração no intervalo dos 80/100 a 400 é preferencial que o MC
3000 sempre que as circunstâncias permitirem. Para um tráfego rápido de alto volume,
em que é essencial que haja aderência precoce da brita, deve considerar-se a utilização
de britas pré-revestidas. Isto permitirá o uso de um ligante mais viscoso para uma dada
temperatura de estrada e assegurará que seja obtida uma antecipada e boa ligação do
brita. Um ligante modificado com poliméro ou borracha também pode fornecer boa
adesão imediata. Alternativamente, as emulsões proporcionarão um bom
"humedecimento" e adesão precoce, desde que a precipitação não interfira no
revestimento.
As situações mais difíceis ocorrerão quando for necessário começar o trabalho no início
do dia e as temperaturas são consideravelmente mais baixas do que no período da
tarde. Pode parecer apropriado o uso de um ligante fluidificado como o MC 3000 para a
temperatura baixa da estrada, mas, à tarde, o revestimento provavelmente estará
muito "mole". Nessas situações, é melhor usar um ligante mais viscoso e manter o
tráfego fora do novo revestimento até que tenha sido compactado no período da tarde.
105
raramente tem a forma cúbica ideal (especialmente quando a central de britagem
inadequada foi usada) e é por isso que o conceito de ALD foi originalmente introduzido.
O ALD da brita é usado com um factor de ponderação geral para determinar a taxa
básica de aplicação do betume. O factor de ponderação global "F" é determinado pela
soma dos quatro factores que representam; o nível de tráfego, a condição da superfície
da estrada existente, o clima e o tipo de brita que serão utilizados. Factores apropriados
para o local a ser revestido na superfície são selecionados da Tabela 9-8.
Por exemplo, se britas lamelares (factor = –2) forem utilizadas numa estrada que
transporta tráfego médio para tráfego pesado (factor = –1) e que tenha uma superfície
de base impregnada (factor = +6) num clima tropical húmido ( factor = + 1) o factor
de ponderação global 'F' é:
F = -2 –1 +6 +1 = +4
A classificação para a superfície existente permite obter a quantidade do ligante que é
necessária para preencher os vazios da superfície e que, portanto, não está disponível
para contribuir para a película ligante que retém a brita. Se a superfície existente na
estrada for irregular, ela deve ser classificada como “muito leve e betuminosa”, mesmo
que a sua cor geral seja escura como betume. Da mesma forma, ao determinar a taxa
de aplicação do ligante para a segunda camada de um tratamento superficial duplo, a
primeira camada também deve ser classificada como “betuminosas muito fina”.
106
Figura 9-6 Determinação da Dimensão Mínima Média
107
Tabela 9-8 Factores de Ponderação para o Dimensionamento do Tratamento
Superficial
Descrição Veículo/via/dia Factor
Tráfego Total (todas
classes)
Muito ligeiro 0 - 20 +8
Ligeiro 20 – 100 +4
Ligeiro Médio 100 - 250 +2
Médio 250 - 500 0
Médio – pesado 500 – 1500 -1
Pesado 1500 – 3000 -3
Muito Pesado 3000 + -5
Superfície existente
Base não tratada ou preparada +6
Muito fino betuminoso +4
Inclinado betuminosa 0
Média betuminosa -1
Muito rico betuminoso -3
Condições Climáticas
Muito Húmido e frio +2
Tropical (Húmido e quente) +1
Temperado 0
Semi árido (quente e seco) -1
Árido (muito seco e muito -2
quente
Tipo de brita
Redondo / empoeirado +2
Cúbico 0
Lamelar(ver Tabelas 9.1 e 9.2 -2
Pré-revestido com betume -2
108
imediatamente após a aplicação. A densidade relativa de MC 3000 pode ser assumida
como sendo 1,0 e a taxa de aplicação pode, portanto, também ser expressa em
litros/m2; no entanto, a calibração de um distribuidor é mais fácil de fazer, medindo as
taxas de aplicação em termos de massa.
A taxa básica de aplicação do ligante também deve ser modificada para permitir um
ajustamento ao tipo de ligante usado porque as taxas referidas são para o MC 3000. As
modificações necessárias são as seguintes:
109
Ligantes fluidificados. Para o MC/RC3000, nenhuma modificação é necessária. Se for
necessário uma penetração diferente de ligante, o factor de ajustamento deve reflectir
a quantidade diferente do fluido usado. Por exemplo, um ligante de penetração de 200
pode ter 3 por cento de solvente em comparação com penetração 80/100 e, portanto,
a taxa de aplicação é de 103 por cento da taxa para um betume de penetração 80/100
é 1,03 x 0,9 = 0,93 vezes a taxa para o MC 3000. Da mesma forma, nos casos raros
em que são utilizados fluidos com menor viscosidade, a taxa de aplicação deve ser
aumentada para permitir a percentagem adicional do fluido.
110
Tabela 9-9 Factores Típicos de Ajustamento da Taxa de Aplicação de Betume
Taxa de
Terreno Tráfego de
aplicação Tráfego de alta
plano, baixa
Classe de Básica da velocidade,
velocidade de velocidade,
ligante Figura 9,7 Classes
tráfego Classes
ou Equação Declive> 3%
moderada Declive> 3%
1
A taxa de espalhameto da brita deve ser considerada apenas como uma orientação
aproximada. É útil para estimar a quantidade de brita necessária para o
dimensionamento de tratamento superficial antes de realizar a britagem e o
empilhamento da brita. Um método para melhor estimar a taxa de espalhamento
aproximada da brita é espalhar uma única camada da brita tirada do empilhamento
numa bandeja de área conhecida. A brita é pesada, o processo repetido dez vezes com
brita fresca e calcula-se o valor médio. Um adicional de dez por cento é permitido para
remoção. Perdas de armazenamento e manuseio devem também ser consideradas
quando se empilha a brita.
A taxa precisa de espalhamento da brita deve ser determinada observando-se no local
se algum ligante exposto permanece após ao espalhamento da brita, indicando uma
taxa muito baixa de espalhamento da brita, ou se a brita repousa uma sobre outra,
indicando uma taxa de espalhamento muito alta. Os melhores resultados são obtidos
quando a brita é aplicada com uma camada de espessura. Para que isso seja possível,
deve ser aplicado um pequeno excesso de brita. Algumas serão movidas pelo tráfego e
tenderão a encher pequenas áreas onde não há brita suficiente. Um excesso de brita
aumentará o risco de danos causados por remoção.
111
O betume a ser utilizado é o de penetração 400 (feito de betume de 80/100 e com
solvente de 6,7% em massa ou aproximadamente 7,5% em volume) de uma mistura
de 3: 1 de querosene e diesel.
Agregado
Dimensão normal 19 mm
Dimensão Média (i.e. 50 por cento de passagem) 16 mm
Índice de lamelação 16
Dimensão média mínima (de ábaco, Figura 9-6) 12
Notas
1.Para tráfego lento a subida superiores a 3%, reduza a taxa de aplicação de ligante em
10%.
2. Para tráfego rápido a descidas inferiores que 3%, aumente a taxa de aplicação de
ligante em 10.
112
Tabela 9-12 Dimensionamento de Revestimento de Brita com Emulsão
Taxa de
Tipo de Taxa de aplicação
Agregado Tipo de ligante Aplicação do
revestimento do ligante
Agregado
1ª aplicação antes de
13,2 mm espalhamento do
Agregado Emulsões agregado – agregado 0,6 l / m2
ácido: granito, catiónicas RS60, 12 l/m2 2ª aplicação depois
quartzo, MS60 e SS60, ou de espalhamento
Revestimento dolerito, etc. SS70 agregado -1,4 l / m2
superficial ou ou
1ª aplicação antes de
simples Agregado Emulsões espalhamento de
básico: aniónicas 9.5 mm agregado -0,6 l / m2
calcrete, RS60, MS60 e agregado – 2ª aplicação após
calcário, etc. SS60, ou SS70 8 l/m2 agregação de
espalhamento - 1,4 l
/ m2
Nota:
1 A primeira camada compreende a aplicação de ligante sobre uma base preparada
seguida pela aplicação de pedra de 19 mm. Depois de rolar a primeira camada, a
segunda camada compreendendo pedra de 9.5 mm é aplicada seguida pela
aplicação de emulsão.
2 Quando necessário, o procedimento de dimensionamento para um revestimento
simples deve ser seguido e a taxa de aplicação do ligante com base no ligante
residual quando a emulsão se rompe.
113
elevados. Uma granulometria aberta não deve ser usada para tráfego com mais que
1000 vpd.
114
A dimensão máxima das partículas preferencial é de 16 mm, mas onde deve ser
construído um revestimento duplo a dimensão de 19 mm pode ser aceite como primeiro
revestimento.
A taxa de aplicação do agregado deve ser especificada pelo Engenheiro após a
construção das secções de experimentais. O mais provável é que esteja no intervalo
de 0,013 a 0,016 m3/m2.
Os ligantes utilizados para “Otta seals” são normalmente betumes fluidificadosMC 800,
MC 3000 ou betumes de penetração 150/200. A viscosidade do ligante selecionado
depende da temperatura ambiente e da qualidade do agregado empregado. O betume
de penetração 150/200 ou o betume fluidificado MC 3000 é utilizado em climas quentes.
Em climas frios, quando as temperaturas noturnas estão abaixo de 10 oC, pode-se usar
o betume fluidificado MC 800 ou, alternativamente, fluidificar com parafina o betume
de penetração 150/200 para o intervalo de viscosidade apropriada conforme orientação
do Engenheiro.
As taxas de aplicação não podem ser calculadas por projecto e devem ser escolhidas
empiricamente. Normalmente, as taxas de aplicação (quentes) para revestimentos
individuais estão entre 1,6 e 2,0 l/m2. A natureza do agregado e a taxa de aplicação
determinarão a quantidade de betume disponível para ligar o agregado e, portanto, a
eventual espessura do revestimento. O excesso de agregado será desperdiçado ou, se
o agregado for insuficiente, o revestimento será muito rico em betume. Ambos os
cenários são insatisfatórios e devem ser evitados. Por causa da ampla gama de materiais
que podem ser usados e da natureza empírica no dimensionamento deste tipo de
revestimento que é imperativo que os ensaios de pré-construção sejam realizados. Essa
estratégia permitirá que quaisquer condições locais especiais referentes aos agregados
e ligantes disponíveis se tornem aparentes para permitir que o engenheiro ajuste ao
dimensionamento nominal.
115
Podem ser usadas ambas as emulsões aniónicas e catiónicas em revestimentos de lama
asfáltica, mas a emulsão catiónica é normalmente usada em lamas contendo agregados
ácidos, e suas características iniciais de rotura também são vantajosas quando a
precipitação possa ocorrer. As especificações adequadas para revestimentos de lama
asfáltica e para um “Cape-seal” são dadas na Tabela 9-15 e Tabela 9-16. O
Dimensionamento da mistura ideal para o agregado, filler, água e mistura de emulsão
deve ser determinado usando ASTM D 3910-84 (1996).
Teor em betume
(por cento em
10-16 7,5 - 13,5 6,5 - 12,0
massa de
agregado seco)
19 130-170
13,2 170-240
9,5 180-250
116
Para fins de planificação, as taxas típicas de aplicação do ligante e agregado para
revestimento de um chip seal simplessão ilustradas na Tabela 9-17.
Um “Cape seal” é altamente durável e pode ser usado em estradas de alto volume de
tráfego. É relativamente caro construir, mas é barato em termos de custo do ciclo de
vida.
117
Tabela 9-18 Especificações de Granulometria para Areia da Areia Asfáltica à
Quente
Percentagem que passa
Abertura da malha (mm) pela peneiro em relação
á massa total
6,7 100
0,3 0-15
0,15 0-2
Equivalente de Areia deve ser de 35% no mínimo
A areia deve ser limpa e grossa, com dimensão máxima de 6,7 mm, contendo não mais
do que 15% de material mais fino que 0,3 mm e no máximo 2% de material mais fino
que 0,15 mm. A areia deve ser aplicada a uma taxa de 6 a 7x10-3 m3/m2. O ligante,
que pode ser um betume fluidificado ou uma emulsão, deve ser espalhado a uma taxa
de aproximadamente 1,0 a 1,2 kg/m2, dependendo do tipo de superfície a ser revestida.
118
9.14.1 Fog Spray
Um leve espalhamento de emulsão betuminosa é ideal para melhorar a retenção precoce
da brita num novo revestimento. A superfície da estrada é geralmente humedecida
antes da rega ou, se uma emulsão de baixo teor de betume (45 por cento) estiver
disponível, esse humedecimentoo pode ser omitido. A rotura completa da emulsão deve
ocorrer antes que o tráfego seja permitido no revestimento e pode ser necessário
espalhar finos de areia ou britados na superfície para evitar a retirada pelo tráfego. Se
uma emulsão é diluída com água para obter um teor de 45% de betume (para garantir
que o betume flua em torno da brita), então o ajustamento da água deve ser
estabelecido misturando pequenos lotes experimentais.
A taxa de aplicação para a emulsão diluída dependerá da textura da superfície do novo
revestimento, mas os melhores resultados serão alcançados se o betume residual no
fog spray for tratado como parte da taxa de rega dimensionada para o revestimento
superficial. A taxa de aplicação deve estar entre 0,4 e 0,8 litros/m2. É importante evitar
a aplicação excessiva de betume, o que pode resultar em pouca resistência à
derrapagem.
119
Tabela 9-19 Vida útil típica de Revestimentos Betuminosos Finos
“Otta seal simples” SOS 8-10 a) “ Otta Seal simples” só deve ser usado como
intervenção de manutenção
120
“Cape seal” (19mm CS + 8-14 escolha de revestimento quando utilizado nos
SSD + “lama asfáltica SlS níveis de tráfego indicados nos Gráficos da
dupla”) estrutura do pavimento
40 + a) Altamente durável
“Cape Seal” 10 15
121
Tabela 9-21 Factores Adicionais que Afectam a Escolha do Revestimento
Tipo de revestimento
Parâmetro Grau
SS SlS SCS DCS CS SOS+ SS DOS CMA
Curto √ √ √
Vida útil
Médio x x x √ √ √ √
exigida1
Longo x x x √
Leve √ √ √ √
Nível de
Médio x x x √ √ √ √
Tráfego
Pesado x x x √
Impacto da Baixo √ √ √ √
acção de Médio x x x √ √ √
mudança de
tráfego Alto x x x - - - √ -
Ligeiro √ √ √ √ √ √ - √
Gradiente Moderado x x x √ √ √ - √
Acentuado x x x x x x √ √
Pobre x x x x x √ √ √
Qualidade do
Moderado - - - - - √ √ √
Material
Bom √ √ √ √ √ - - -
Pobre x x x - - - √ -
Pavimento e
qualidade de Moderado - - - √ √ √ √ √
base
Bom √ √ √ √ √ √ √ √
Baixa - - x x x √ √ √
Experiência/ca
padidade do Moderada √ - - - - √ √ √
Empreiteiro
Alta √ √ √ √ √ √ √ √
Baixo x x x x x √ √ √
Capacidade de
Moderada x x x √ √ √ √ √
manutenção
Alta √ √ √ √ √ √ √ √
Chave:
SS = Sand Seal, SlS = Slurry Seal, SCS = Single Chip Seal, DCS = Double Chip Seal, CS = Cape
Seal, SOS+SS = Single Otta Seal + Sand Seal, DOS = Double Otta Seal, CMA = Mistura de Asfalto
a Frio
Nota:
1 Curta < 5 anos; Média 5 – 10 anos, Longo > 10 anos
122
10 Catálogos de Dimensionamento de Pavimentos
Flexíveis
Nesse estágio, o projectista já determinou a classe de tráfego, a classe do leito, os
materiais disponíveis e o tipo de superfície. Com base nestes dados, deve ser
selecionada a estrutura apropriada do pavimento usando os Catálogos fornecido neste
Capítulo.
123
Notas 1 Para estradas de baixo volume de tráfego (T1, T2 e T3) sob algumas
condições, também podem ser usadas especificações relaxadas (consulte o
Manual para a Provisão de Estradas Rurais de Baixo Volume de tráfego).
Catálogo A1
O Catálogo A1 é destinado a pavimentos com um tratamento superficial que
compreende um revestimento superficial duplo ou uma Otta seal no topo de uma base
granular. A sub-base é um material granular ou um material ligado hidraulicamente
fracamente cimentado. A espessura da estrutura geral é controlada pela necessidade
de limitar a deformação no leito e deve-se tomar cuidado para garantir que a base seja
de alta qualidade para os níveis de tráfego mais altos, conforme indicado. Esses
pavimentos compreendem a maioria das estradas rurais com tráfego baixo a moderado
e também têm sido usados com sucesso em estradas com tráfego intenso até a
categoria de tráfego T6, sujeitas a materiais adequado, ambientes, construção e
manutenção com padrões adequados. Este tipo de pavimento é amplamente utilizado
devido ao seu custo inicial que é relativamente baixo.
A Tabela H-3 no Apêndice ilustra a tensões do leito calculadas em comparação com os
critérios. Será notado que, para os leitos mais fracos, os critérios são facilmente
satisfeitos. Para cada nível de tráfego, reconhece-se que um único critério de leito para
todos os leitos não pode ser correcto e que os leitos mais fracos requerem critérios mais
conservadores, conforme ilustrado no Apêndice H.
Catálogo A2
O Catálogo A2 é semelhante ao A1, mas este faz uso dos benefícios de uma base inferior
hidraulicamente estabilizada. A camada não acoplada é geralmente mais fina do que no
Catálogo A1 porque a resistência principal é fornecida pela camada estabilizada, mas o
custo total da construção é provavelmente maior devido ao custo do cimento. Tais
estruturas têm um bom desempenho e são geralmente consideradas mais fiáveis do
que suas contrapartes granulares não ligadas. Isto é em parte porque a camada
cimentada fornece uma boa base para compactar as camadas acima e porque também
é mais tolerante à água. A deformação de leito é baixa com tal estrutura mas, no
entanto, é necessária uma camada de cobertura em leitos fracos para suportar a
camada cimentada e para suportar tráfego durante a construção. A estabilização com
cimento pode trazer riscos significativos no local devido a atrasos no fornecimento de
cimento, e é necessário cuidado considerável na cura da camada de cimento.
Catálogo A3
O catálogo A3 ilustra o dimensionamento usando uma base de estrada estabilizada
hidraulicamente. Utiliza os mesmos revestimentos que os catálogos A1 e A2, mas a base
compreende apenas uma camada estabilizada com cimento. Essa base de estrada é
124
resistente, mas apresentará finas fissuras resultantes da cura e retracção do material
cimentado. Essas fissuras não afectam seriamente a capacidade de suporte do
pavimento, mas eventualmente aparecerão através do revestimento superficial e
precisarão de ser seladas com uma manutenção em algum estágio antes que a
deterioração adicional possa ocorrer. A base e a sub-base estabilizadas com cimento
são camadas de distribuição de carga eficientes e as de leito não excederão os valores
críticos.
Catálogo B
O catálogo B ilustra desenhos utilizando para um revestimento betuminoso fino. As
estruturas em si são semelhantes às dos catálogos A1 e A2, porque os revestimentos
finos acrescentam muito pouco à resistência estrutural geral do pavimento. Um
revestimento betuminoso flexível como asfalto laminado a quente (veja o Capítulo 8) é
adequada para os níveis mais baixos de tráfego. No entanto, a experiência na República
da África do Sul mostrou que um revestimento betuminoso fino de granulometria
contínua (por exemplo, a dimensão nominal máxima de pedra de 9,5 mm na Tabela 8-
7) funciona bem desde que o dimensionamento de construção e mistura seja realizado
com altos padrões. A importância de fornecer uma estrutura de suporte muito rígida
sob o betão betuminoso com granulometria contínua e fina não pode ser super
enfatizada. Uma base de agregados resistente é necessária e é recomendavél uma sub-
base estabilizada.
Catálogo C1
O Catálogo C1 é um dimensionamento comum que utiliza um revestimento estrutural
de alta qualidade de betão betuminoso (camada de desgaste e camada de ligante) numa
base granular. Evidências empíricas indicam que a fissura por fadiga do betão
betuminoso resultando em fissuras emanando da superfície inferior do betão
betuminoso é muito raro, mas tal estrutura ainda deve ser dimensionada para evitar
essa possibilidade. A fissuras por fadiga são mais sensíveis à espessura e rigidez do
próprio betão betuminoso e não são relativamente sensíveis à espessura das camadas
não ligadas abaixo, portanto a camada de asfalto deve ser bastante espessa para altos
volumes de tráfego.
Onde a espessura do asfalto é inferior a 150 mm, a (s) camada (s) de base granular
proporciona (m) uma proporção substancial da capacidade de carga e ambos os
mecanismos de degradação e de fadiga são possíveis. Portanto, o asfalto e os materiais
de base granular devem ser de qualidade apropriada para garantir a vida útil desejada.
A principal aplicação do betão betuminoso no pavimento granular é em estradas com
volume médio de tráfego. Também pode ser adequado para estradas rurais e principais,
dependendo do clima actual e das cargas de tráfego.
O tipo de revestimento mais comum é um asfalto de granulometria densa de 14 mm.
Os requisitos de dimensionamento do tipo e estudo da mistura variam de acordo com a
carga de tráfego, conforme ilustrado no Capítulo 8.
O tráfegoo no asfalto de granulometria densa ajuda na compactação inicial e diminui a
permeabilidade do revestimento. Pode ser necessária uma rega de colagem pesada ou
camada pulverização (dependendo da prática local) antes que o revestimento
betuminoso seja aplicado para garantir a impermeabilização adequada. Tal estrutura é
dimensionada de modo que a tensão no asfalto não cause rotura por fadiga.
125
Catálogo C2
O Catálogo C2 é semelhante ao C1, mas usa uma camada de base inferior
hidraulicamente ligada. O módulo desta camada é consideravelmente maior do que o
de uma camada não ligada e isto permite que a deformação no betão betuminoso seja
substancialmente reduzida. A parte superior do material granular da estrada evita que
qualquer fissura de retracção na parte inferior da estrada cimentada provoque fissuras
no betão betuminoso. Tais estruturas têm um bom desempenho e são geralmente
consideradas mais fiáveis do que as suas correspondentes camadas granulares não
ligadas. Isto é em parte porque a camada estabilizada com cimento fornece uma boa
base para compactar as camadas acima e porque também é mais tolerante à água.
Catálogo D
O Catálogo D é outro tipo de dimensionamento tradicional que também reflecte a
dificuldade de evitar a rotura por fadiga no betão betuminoso. Nesta solução, as vezes
chamada de pavimento betuminoso de profundidade total, a base é uma camada
estabilizada com betume e o revestimento é também um betão betuminoso. No entanto,
em áreas tropicais e para tráfego intenso, a base betuminosa deve ter valores
especificados relativamente altos (Capítulo 8). A espessura do betão betuminoso para
os níveis mais altos de tráfego estão no intervalo considerado "longa vida" (Nunn et al,
1997). Em outras palavras, nenhuma rotura por fadiga pode ocorrer; todas as fissuras
serão "de cima para baixo" e a reabilitação deve consistir apenas na remoção de 30 -
50 mm do material envelhecido e quebradiço e sua substituição.
126
2. Embora as espessuras de camadas tenham que seguir os Catálogos de
dimensionamento sempre que possível, são permitidas algumas substituições
limitadas de materiais entre sub-base e a camada selecionada com base nos
princípios de número estrutural descritos no Guia AASHTO para
dimensionamento de Estruturas de Pavimento e Apêndice H. Onde a
substituição for permitida, uma anotação será incluída no Catálogo de
dimensionamento.
127
• Materiais de sub-base granular podem não estar disponíveis em quantidades
suficientes.
• Todos os outros materiais que entram na composição das possíveis estruturas do
pavimento estão disponíveis, embora em várias quantidades e custos de
transporte/construção associados.
Com base no acima exposto, e com a combinação das classes de tráfego e da resistência
do leito T8/S3 , os Catálogos de dimensionamento indicam as possíveis alternativas de
estruturas de pavimento conforme dadas na Tabela 10-2.
Análises de contratos recentes, custos de produção, distâncias de transporte e custos
associados estabeleceram custos relativos para as várias camadas de pavimento
alternadas, conforme ilustrado na Tabela 10-3. Com esses elementos, os custos
relativos das possíveis estruturas alternativas de pavimento são avaliados conforme
ilustrado na Tabela 10-4.
Este exemplo muito simplificado indica que a estrutura 3 é a menos dispendiosa, apesar
da maior espessura do betão betuminoso na estrutura. A estrutura 2 deveria ser
competitiva, mas o custo da camada estabilizada com cimento é maior do que o
esperado. Seria possível que não houvesse material suficiente disponível, portanto,
custos de transporte adicionais seriam necessários para trazer o material de uma
distância maior.
Todas essas estruturas devem ter bom desempenho, mas não se espera que se
deteriorem da mesma maneira. Para cada tipo é necessária experiência local, a fim de
calibrar os modelos de desempenho e permitir que princípios de custo de vida útil mais
precisos sejam usados para identificar as verdadeiras melhores opções de valor.
128
Tabela 10-2 Exemplo de Dimensionamento - Estruturas de Pavimento
Possíveis
Catálogos de Dimensionamento C1 C2 D
Nº.
Revestimento
Betão betuminoso) (1)
150mm 150 mm 90 mm
Base :
Base de betão betuminoso — — 170 mm
Pedra britada 200 mm 150 mm —
Cimento estabilizado (2.5 MPa UCS) — 225 mm —
129
Tabela 10-4 Custos Relativos das Estruturas Alternativas de Pavimentos
Custo
Pavimento
Descrição Unitário
Alternativo,
Relativo
Nota 1. Este é um exemplo puramente hipotético. Sob nenhuma circunstância este exemplo
deve ser considerado como representativo dos preços actuais.
130
10.3.1 Catálogos
Observe que as camadas não ligadas com mais de 225 mm (ou 175 mm se o
equipamento de compactação for inadequado) devem ser construídas em duas
camadas
131
132
133
134
135
136
137
138
10.3.2 Catálogos das Resistências, Espessuras e Números Estruturais das
Camadas
Catálogo A1
T2 T3 T4 T5 T6
h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material
150 GCS 1 175 GCS 1 200 GCS 1 200 GCS 1 200 GCS 1
175 G30 175 G30 200 G30 200 G30 225 G30
175 G15 175 G15 175 G15 200 G15 225 G15
S1
200 G10 200 G10 225 G10 250 G10 250 G10
150 GCS 1 175 GCS 1 200 GCS 1 200 GCS 1 225 GCS 1
175 G30 175 G30 200 G30 200 G30 225 G30
125 G15 125 G15 125 G15 150 G15 150 G15
S2
125 G10 125 G10 125 G10 175 G10 175 G10
150 GCS 1 175 GCS 1 200 GCS 1 200 GCS 1 225 GCS 1
150 G30 150 G30 175 G30 200 G30 225 G30
125 G15 125 G15 125 G15 150 G15 150 G15
S3
150 GCS 1 175 GCS 1 200 GCS 1 200 GCS 1 225 GCS 1
150 G30 150 G30 175 G30 225 G30 250 G30
S4
125 GCS 1 150 GCS 1 175 GCS 1 200 GCS 1 200 GCS 1
100 G30 100 G30 100 G30 100 G30 150 G30
S5
150 GCS 1 175 GCS 1 175 GCS 1 200 GCS 1 225 GCS 1
S6
139
Catálogo A2
T2 T3 T4 T5 T6 T7
h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material
150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1
150 CB2 175 CB2 200 CB2 225 CB2 125 CB1 125 CB1
175 G15 175 G15 200 G15 200 G15 150 CB2 175 CB2
S1
175 G10 175 G10 200 G10 225 G10 175 G15 175 G15
175 G10 200 G10
SN 2,82 SN 2,95 SN 3,25 SN 3,45 SN 3,61 SN 3,82
150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1
150 CB2 175 CB2 200 CB2 225 CB2 125 CB1 125 CB1
100 G15 100 G15 100 G15 125 G15 150 CB2 175 CB2
S2
125 G10 125 G10 150 G10 150 G10 125 G15 125 G15
125 G10 125 G10
SN 2,4 SN 2,53 SN 2,82 SN 3,04 SN 3,23 SN 3,43
125 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1
150 CB2 150 CB2 175 CB2 225 CB2 125 CB1 125 CB1
125 G15 125 G15 150 G15 150 G15 125 CB2 150 CB2
S3
150 G10 150 G10
125 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1
175 CB2 175 CB2 200 CB2 250 CB2 125 CB1 125 CB1
S4 125 CB2 175 CB2
125 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1 150 GCS 1
100 CB2 100 CB2 125 CB2 175 CB2 200 CB1 225 CB1
S5
150 GCS 1 175 GCS 1 200 GCS 1 225 GCS 1 125 GCS 1 150 GCS 1
150 CB1 150 CB1
S6
140
Catálogo A3
T2 T3 T4 T5 T6 T7
h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material
S6
141
Catálogo B
T3 T4 T5 T6
142
Catálogo C1
T6 T7 T8
143
Catálogo C2
T6 T7 T8
144
Catálogo D
T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10
h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material h (mm) Material
Notas
1 Mais opções para essas estruturas são fornecidas, no Manual para a Provisão de
Estradas Rurais de Baixo Volume de tráfego
2 As especificações da base podem ser relaxadas conforme descrito no Manual para
a Provisão de Estradas Rurais de Baixo Volume de Tráfego.
3 Até 100 mm de sub-base pode ser substituído com aterro selecionado, desde que a
sub-base não seja reduzida a menos que a espessura da base ou 200 mm, o que
for maior. A taxa de substituição da sub-base para o aterro selecionado é de 1 para
1,3
4 Uma sub-base estabilizada com cimento ou cal (CSS) também pode ser usada em
vez de uma sub-base granular (G30).
145
11 Desvios à Norma
Pode haver situações em que o projectista tenha que se desviar das normas. Os
procedimentos a serem seguidos pelos projectistas em tais ocasiões são apresentados
neste capítulo.
11.1 Procedimento
Quando o projectista se desvie de uma norma, a aprovação por escrito deve ser obtida
do Director, ANE. O Projectista deve enviar as seguintes informações para a ANE:
1) Detalhes do dimensionamento, incluindo o número da estrada, nome e
descrição da secção da estrada;
2) Adescrição da secção da estrada;
3) O parâmetro de dimensionamento para o qual o Desvio á Norma/Padrões é
requerido;
4) Uma descrição da norma, incluindo o valor normal, e o valor do Desvio à
Norma/Padrões;
5) O motivo do desvio/ padrões;
6) Quaisquer questões relacionadas à qualidade, segurança e vida útil do
projecto e medidas de mitigação a serem aplicadas; e
7) Justificação para o Desvio
O projectista deve enviar todos os Desvios á Norma/Padrões para a respectiva Direcção
Regional para avaliação.
146
DESVIO Á NORMA/PADRÕES – FORMULÁRIO DE APROVAÇÃO
NOME DO PROJECTO
147
5. SUBMETIDO POR:
Nome:____________________________________Designação:________________
Endereço da Empresa/Organização
____________________________________________________________________
Email:________________________________________Data:___________________
Assinatura Data
Assinatura Data
Assinatura Data
148
12 Referências
American Association of State Highway and Transportation Officials (1993).
AASHTO Guide for Design of Pavement Structures. Washington, D.C., USA.
American Society for Testing and Materials (1996). Annual Book of ASTM
Standards, Vol. 4.03. Philadelphia, USA.
Asphalt Institute (1996). Superpave Mix Design. Superpave series No. 1 (SP-1). The
Asphalt Institute, Lexington, Kentucky, USA.
Asphalt Institute (1994). Mix design methods for asphalt concrete and other hot-mix
types. Manual Series MS-2, Sixth Edition. Asphalt Institute, Lexington, Kentucky, USA.
Asphalt Institute (1984). Model construction specifications for asphalt concrete and
other plant-mix types. Specification Series No 1 (SS-1). The Asphalt Institute,
Lexington, Kentucky, USA.
The following British standards have been replaced with new designations to unify
European standards. They are retained here for readers familiar with the old
designations:
British Standards Institution, (1993). Coated macadam for roads and other paved
areas. BS 4987, Part 1. Specifications for constituent materials and for mixtures. Part 2
(1988) Transport, laying and compaction. (British Standards Institution).
149
British Standards Institution (1989). Testing aggregates; Method for determination
of the polished-stone value. British Standard, BS 812: Part 114:1989. British Standards
Institution, London.
Committee for State Road Authorities (1986). Surfacing seals for rural and urban
roads and compendium of design methods for surfacing seals used in the Republic of
South Africa. Technical Recommendations for Highways, TRH 7. Department of
Transport, Pretoria, RSA.
Dauzats, M and R Linder, (1982). A method for the evaluation of the structural
condition of pavements with thick bituminous road bases. Proc. 5th Int. conf. on the
Structural Design of Asphalt Pavements. Delft, (University of Michigan and University of
Delft, The Netherlands.
Department of Transport, (1994). Skidding resistance. Design Manual for Roads and
Bridges, Volume 7: Sect 3: Part 1: HD 28/94. Department of Transport, UK.
Hodges, J W, J Rolt and T E Jones (1975). The Kenya Road Transport Cost Study:
Research on Road Deterioration, TRRL Laboratory Report 673, Transport Research
Laboratory, Crowthorne, UK.
150
Newill, D, and Kassaye Aklilu (1980). The location and engineering properties of
volcanic cinder gravels in Mozambique. TRL RR. Transport Research Laboratory,
Crowthorne, UK.
Newill D, R Robinson and K Aklilu (1987). Experimental use of cinder gravel on roads
in Mozambique. Proc 9th Regional Conference for Africa on Soil Mechanics and Foundation
Engineering, Lagos, Nigeria. A A Balkema, Rotterdam.
Norwegian Public Roads Administration (1999). A guide to the use of Otta Seals.
Publication No. 93. Directorate of Public Roads, Road Technology Department,
International Division. Oslo, Norway.
Paterson, W.D.O. (1987) ‘Road deterioration and maintenance effects: models for
planning and management’, The Highway Design and Maintenance Standards Series,
Washington DC: the World Bank.
Rolt J, H R Smith and C R Jones (1986). The design and performance of bituminous
overlays in tropical environments. Proc. 2nd Int. Conf. on the Bearing Capacity of Roads
and Airfield. Plymouth, UK
SABITA (2012). Bituminous surfacings for low volume roads and temporary
deviations. Manual 10. Sabita, Republic of South Africa.
SABITA (2005). Used Guide for the Design of Hot Mix Asphalt. SABITA manual 24,
Sabita, Cape Town, South Africa.
151
Transport Research Laboratory (1993). A guide to the structural design of bitumen-
surfaced roads in tropical and sub-tropical countries. Overseas Road Note 31 (Fourth
Edition). TRL, Crowthorne, UK.
Transport Research Laboratory (1996). Design guide for road surface dressings.
Road Note 39, 4th edition. TRL Limited, Crowthorne, UK.
Transport Research Laboratory (2002). A guide to the design of hot mix asphalt in
tropical and sub-tropical countries. Overseas Road Note 19. TRL Limited, Crowthorne,
UK.
Transport Research Laboratory (2004). A guide to axle load surveys and traffic
counts for determining traffic loading on pavements. ORN 40. TRL Limited, UK.
152
Apêndice A: Ensaio de Agregados para uso em Betão
Betuminoso
A.1 Forma
Angularidade
Um valor elevado de angularidade (isto é, mais cúbico) tanto do agregado grosso como
do agregado fino deve produzir elevados níveis de atrito interno e boa resistência a
rodeira. Angularidade do Agregado Grosso é definida como a percentagem em peso de
agregados maiores que 4,75 mm com uma ou mais faces fracturadas. Angularidade do
Agregado Fino é definida como a percentagem de vazios de ar em agregados menores
que 2,36 mm fracamente compactos .
A.1.3 Dureza
A dureza define a resistência ou tenacidade das partículas de agregados e pode ser
medida por quatro ensaios que são usados para estabelecer a capacidade de um
agregado de resistir ao esmagamento e ao impacto durante a construção da estrada e
subsequente a sua vida útil. Todos os quatro ensaios são realizados em partículas de
agregados grossos entre 9,5 mm e 13,2 mm.
153
de finos, menores do que 2,36 mm pode ser determinada. Uma vantagem do ensaio é
que ele pode ser usado com todos os agregados, independentemente de sua resistência,
permitindo comparações directas entre materiais mais resistentes e os menos
resistentes.
Uma relação aproximada entre ACV e 10% FACT é dada pela seguinte equação. Esta
relação é válida no intervalo de força de 14 a 30 de ACV e 100 a 300 kN 10% FACT.
ACV = 38 (0,08 x 10%FACT)
A.2 Durabilidade
A durabilidade é medida com referência à deterioração mecânica ou a uma combinação
de deterioração mecânica e físico-química. No primeiro caso, é avaliado por ensaios de
abrasão no segundo por ensaios de estabilidade.
154
pneu. O polimento da amostra em relação a um agregado de controlo é medido usando
um medidor de atrito de pendulo padrão. A calibração do medidor de fricção é mantida
pelo uso do agregado de controlo que é obtido apenas da TRL. Mantendo o fornecimento
de controle e calibração do agregado nos países em desenvolvimento pode dificultar a
sustentabilidade do ensaio.
A.3 Limpeza
Idealmente, o agregado deve estar livre de todas as partículas de silte e argila. Durante
a produção de corrente alternada, as partículas de lodo e argila "livres" são removidas
pelo processo de extracção de poeira ou são incluídas como Filler. No entanto, qualquer
material fino colado no agregado não pode ser removido e pode impedir o betume de
revestir completamente o agregado. O excesso de argila também pode causar
"formação de bola" ao entrar em contacto com o betume.
155
A.3.2 Equivalente de Areia
Este ensaio(AASHTO, 1990) é utilizado para estabelecer a proporção de finos de argila
ou plástico perniciosos em agregado fino que passa no peneiro de 4,75 mm. No ensaio,
são misturados agregado fino seco à estufa e uma solução de cloreto de cálcio, glicerina
e formaldeído e despejados num cilindro graduado. A agitação solta os finos plásticos
das partículas mais grossas semelhantes à areia e, após nova adição de solução, os
finos plásticos são forçados a entrar em suspensão. No final de um período determinado
de sedimentaçã, as alturas de areia e argila são medidas. O Valor Equivalente de Areia
é a razão entre a altura da areia e a argila, expressa em percentagem.
156
A.5 Normas de ensaios
As recomendações aqui contidas baseiam-se em várias normas, incluindo os do Reino
Unido (British Standards Institution), Austrália, África do Sul e o AASHTO e ASTM dos
EUA. Ensaios, ainda quecom mesmo nome, podem não dar resultados comparáveis
devido a pequenas diferenças nos procedimentos de ensaio ou materiais utilizados nos
ensaios. Um exemplo disso é o índice de lamelação, em que uma complicação imediata
surge da definição da fracção do agregado grosso. O ensaio do Reino Unido é realizado
em material que passa pela peneiro de 63 mm e retido num peneiro de 6.30 mm. O
ensaio sul-africano exige que o material passe 75 mm e seja retido num peneiro de
4.75mm.
Tais diferenças geralmente não são críticas, mas podem se tornar quando surgem
conflitos contratuais ou quando o comportamento de um material é muito sensível ao
valor do parâmetro específico em questão. Por exemplo, é necessário grande cuidado
no estudo do betão betuminoso para garantir que a composição volumétrica seja medida
com precisão. Nesse caso, os vários ensaios necessários para isso, principalmente os
ensaios de densidade, são baseados em volumes e pesos e os métodos geralmente não
variam significativamente entre as autoridades, mas é necessário usar o método
correcto sempre se forem usados agregados com absorção de água acima de 1,5 %.
Alguns ensaios são críticos e, portanto, é importante que o ensaio originalmente
associado aos critérios seja usado, a menos que o método de ensaio de outras
autoridades seja conhecido por fornecer os mesmos resultados.
Resumindo, é importante que as autoridades assegurem que as definições de materiais
e as especificações de ensaio sejam estabelecidas e sejam realizadas em total
conformidade com o normas.
157
Apêndice B: Ensaio de Betume para Uso em Betão
Betuminoso
B.1 Ensaios e Procedimentos de Envelhecimento
Os ensaios são divididos em aqueles que são usados para especificar as propriedades
requeridas do betume quando este é fornecido e outros que especificam os limites de
mudanças aceitáveis nas propriedades do betume durante os vários estágios do
processo de produção do betão betuminoso.
158
homogeneamente envelhecido que é equivalente ao grau de endurecimento observado
durante a mistura e colocação do betão betuminoso.
159
B.1.6 Ensaio de Penetração
Este é um ensaio empírico no qual mede-se a resistência à penetração oferecida por,
uma superfície do betume a uma agulha normalizada, com peso de 100gms durante 5
segundos. O betume é mantido a uma temperatura de 25 oC em banho-maria. A
profundidade, em unidades de 0,1 mm, que a agulha penetra é a medida de penetração.
À medida que a temperatura de ensaio aumenta, o betume fica mais macio e o valor de
penetração é mais alto. Existe uma relação linear entre o logaritmo da penetração e a
temperatura definida como;
Log ( pen) = AT + C
Onde A é a susceptibilidade da temperatura, e
C é a constante
O valor de A varia de 0,015 a 0,06, ilustra que pode haver uma diferença considerável
entre a susceptibilidade à temperatura de diferentes betumes. Para quantificar isso de
uma maneira mais conveniente, o Índice de Penetração (PI) é definido da seguinte
forma:
20 − 500 A
PI =
1 + 50 A
O valor do IP varia de cerca de -3 para betumes sensíveis a temperaturas elevadas até
cerca de +7 para os menos susceptíveis. O valor de A e, portanto, PI, pode ser derivado
de medições de penetração em duas temperaturas T1 e T2 usando a equação:
log( pen at T1 ) − log( pen at T2 )
A=
T1 − T2
160
gradualmente em direcção à placa. No momento em que o betume toca a placa, a
temperatura da água é determinada, e é designado como o ponto de amolecimento do
anel e bola. Na versão ASTM do ensaio, o líquido do banho não é agitado, como é no
método IP ou BS, e consequentemente os resultados da ASTM são geralmente 1.5 o C
mais altos do que aqueles registados com os outros métodos.
A consistência do betume na temperatura do ponto de amolecimento foi medida em
termos de penetração e foi encontrada um valor de 800. Portanto, substituindo log (pen
T2) por log (TR&B) na equação acima e (pen em T2) por 800 a seguinte equação é obtido
e pode ser usado como um método alternativo, embora um pouco menos preciso, para
derivar o IP de um betume.
161
Dois tipos de ensaio de viscosidade a 60oC são de uso comum e ambos empregam
viscosímetros de tubos capilares. Estes são o viscosímetro a vácuo do Asphalt Institute
e o viscosímetro a vácuo Cannon-Manning e ambos os dispositivos são calibrados
usando óleo padrão de calibração. Funcionam de maneira similar medindo o tempo que
leva para o ligante, a 60oC, fluir entre duas marcas de temporização sob um vácuo
prescrito. Quando corrigido pelo factor de calibração, fornece valores de viscosidade em
equilíbrio.
Os betumes de penetração são suficientemente fluidos a 135 oC para fluir através de
tubos capilares apenas sob forças gravitacionais. Portanto, um vácuo não é necessário
e é usado um tipo diferente de viscosímetro. O uso mais comum é o Viscosímetro de
Braço Cruzado Zeitfuchs, que novamente é calibrado com óleos padrão de calibração.
O viscosímetro é colocado num banho de óleo mantido a 135 ° C e é registado o tempo
necessário para o fluxo de betume entre dois pontos, sob gravidade. O tempo,
novamente corrigido pelo factor de calibração, fornece a viscosidade cinemática em
centistokes. Deve-se notar que as medições de viscosidade usando este viscosímetro
são expressas em centistokes, enquanto aquelas medidas a 60 oC estão em poises. A
gravidade induz o fluxo no viscosímetro cinemático e, portanto, a densidade do material
afecta a taxa de fluxo através do tubo capilar. As unidades de equilíbrio e stokes ou
centistokes estão relacionadas umas às outras pela densidade do betume.
Viscosímetros diferentes dos viscosímetros capilares também estão em uso comum. Um
desses instrumentos rotativos é o viscosímetro Brookfield. A viscosidade é determinada
pela medição do torque necessário para manter uma velocidade de rotação constante
de um fuso cilíndrico, enquanto submerso em betume a uma temperatura constante. O
torque está directamente relacionado à viscosidade do ligante, que é lida directamente
do viscosímetro. A viscosidade pode ser medida em várias temperaturas de ensaio.
Um método fundamental para medir a viscosidade é o viscosímetro de placa deslizante.
Este aparelho aplica a definição de viscosidade absoluta (ou dinâmica), isto é, leva a
tensão de corte (Pa) aplicada a uma película de betume prensada entre duas placas e
mede a taxa de tensão resultante (segundos-1). A viscosidade em Pascal segundos
(Pa.s) é dada pela tensão de corte dividida pela taxa de deformação. Dependendo da
carga e do dimensão da amostra, podem ser medidas viscosidades nos intervalos de
105 a 109 Pa.s. Uma característica especial do aparelho é que a tensão de corte é a
mesma em toda a amostra e, portanto, pode ser usada para investigar os fenômenos
de dependência de tensão de corte. porque apenas pequenas quantidades de amostra
são necessárias para o ensaio, o viscosímetro de placa deslizante tem sido usado
extensivamente para fins de pesquisa; no entanto, normalmente não é usado para
especificar betumes de penetração para fins de construção.
B.1.10 Ductilidade
Várias especificações exigem que a ductilidade do betume seja medida. A presença ou
ausência de ductilidade é geralmente considerada mais significativa do que o grau real
de ductilidade. Alguns betumes com ductilidade extremamente elevado são também
mais sensíveis à temperatura. A ductilidade do betume é medida por um tipo de ensaio
de "extensão" usando um provete de dimensão padrão de betume moldado sob
condições e dimensões padrão. É então levado a uma temperatura constante,
normalmente 25oC. Uma parte do provete é afastada da outra a uma velocidade
especificada, normalmente 5 cm por minuto, até que o fio de betume que liga as duas
partes da amostra se parta. O alongamento (cm) no qual a linha se rompe é designado
a ductilidade do betume.
162
escala de temperatura é linear e a escala de penetração é logarítmica. A escala de
viscosidade foi concebida de modo que o grau de penetração dos betumens com PI
relativamente baixo e baixos teores de cera proporcionam relações lineares. A Figura
B-1ilustra o BTDC com relações típicas temperatura-viscosidade para três betumes de
penetração.
O BTDC ilustra como a viscosidade de um betume depende da temperatura, mas não
leva em consideração o tempo de carregamento. Assim, para investigar apenas o efeito
da temperatura, é necessário eliminar a influência do tempo. Isto pode ser determinado
através da penetração, o ponto de amolecimento e os ensaios do ponto de rotura Fraass,
uma vez que os tempos de carregamento para estes são semelhantes. Estes dados de
ensaio podem ser combinados com dados de viscosidade obtidos a temperaturas acima
do ponto de amolecimento, porque estes últimos são independentes do tempo de
carregamento.
Existem valores óptimos de viscosidade do betume para a mistura e compactação de
misturas betuminosas densas. Estes são ilustrados na Figura B-2para um DBM feito com
200 penetração de betume. Para aderencia satisfatório do agregado, a viscosidade deve
ser de aproximadamente 0,2 Pa.s. Durante a compactação, a viscosidade ideal é entre
2 e - 20 Pa.s. O BTDC é útil para garantir que as temperaturas operacionais apropriadas
sejam selecionadas para atingir a viscosidade apropriada para o betume que está sendo
usado.
O BTDC também pode ser usado para comparar as características de temperatura-
viscosidade de diferentes tipos de betume. Três classes são geralmente consideradas e
estas são mostrads na Figura B-3. As três classes são betumes Classe S (para linha
recta) que compreendem betumes de penetração com baixo teor de cera. Betumes de
classe W (cera), que são geralmente representados no BTDC por duas linhas de declive
igual mas que não estão alinhadas, e betumes de Classe B (soprada) que são
representados por duas linhas rectas que se cruzam. Betumes usados para AC são quase
sempre de Classe S de betumes.
163
Tabela B-2 Ensaios de ligante Superpave
164
Precisão do resultado do ponto de inflamação pelo método de vasos abertos -
ASTM D 92 (AASHTO T48)
Repetibilidade
A diferença entre dois resultados conduzidos correctamente obtidos pelo mesmo
operador com o mesmo aparelho e a mesma amostra de betume não deve exceder 8oC.
Reprodutibilidade
A diferença entre dois ensaios conduzidos adequadamente, obtidos de diferentes
laboratórios na mesma amostra de betume, não deve exceder 17oC.
165
Figura B-1 Gráfico de Dados de Ensaio de Betume para Três Graus de Penetração de Betumes (Whiteoak, 1990)
166
Figura B-2 Gráfico de Dados de Ensaio de Betume ilustrando a Viscosidade e, Portanto, as Faixas de Temperatura para
Mistura e Compactação (Whiteoak, 1990)
167
Figura B-3 Gráfico de Dados de Ensaio de Betume Ilustrando Classe S, B e W Betumees (Whiteoak, 1990)
168
Apêndice C: Método de Dimensionamento Marshall para
Betão Betuminoso
C.1 Introdução
O método padrão Marshall é adequado para o estudo e controlo de campo de misturas
betuminosas contendo agregados com um dimensão máxima até 25 mm. Os agregados
são preparados e misturados para fornecer amostras que estão em conformidade com
uma distribuição granulométrica selecionada. Amostras de estudo de mistura inicial são
preparadas cobrindo um intevalo de teor em betume e são submetidas a um nível de
compactação que é relacionado ao tráfego esperado, em termos de eixos padrão
equivalentes, a ser transportado na vida útil da camada(s) de betão betuminoso. As
propriedades das amostras compactadas são então determinadas. Essas propriedades
incluem baridade máxima teorica, volume de vazios e estabilidade e deformação devido
a acção da carga. Se as propriedades da mistura não respondem aos requisitos do
estudo de mistura especificados, a mistura deve ser reformulada e os ensaios repetidos
até que um estudo aceitável seja estabelecido.
C.2 Materiais
Para o estudo de mistura inicial, é aconselhável obter quantidades suficientes de
agregado grosso, agregado fino, Filler e betume para permitir que os ensaios sejam
repetidos, se necessário, ou para ensaiar diferentes granulometrias do agregado. Para
cada estudo Marshall, um total de 25 kg de agregado e 5 litros de betume são
necessários para permitir algum desperdício. Os materiais utilizados devem ser
representativos daqueles a serem utilizados na construção.
Para o betão betuminoso proveniente de uma central de betão, é importante concluir a
compactação Marshall antes que as amostras tenham arrefecido abaixo da temperatura
de compactação recomendada. Recipientes isolados de volume grande o suficiente
devem ser usados para transportar o material para satisfazer este requisito.
É importante observar que a preparação de provetes de ensaio com materiais
reaquecidos ou remoldados não estará em conformidade com os procedimentos do
ensaio nos quais esse método foi desenvolvido e poderá fornecer resultados enganosos.
Se as amostras tiverem que ser reaquecidas, o grau de aquecimento deve ser reduzido
ao mínimo e os possíveis efeitos desse processo de reaquecimento devem ser
investigados. Isto pode ser feito dividindo-se uma amostra quente e realizando-se os
ensaios Marshall no material quente e também na segunda amostra após o
arrefecimento e o reaquecimento.
C.2.1 Agregados
Amostras a granel retiradas de cada fonte de agregado de dimensão nominal são
reduzidas no laboratório por meio de esquartejamento para fornecer material suficiente
para completar o programa de estudo da mistura. Se for necessário adicionar Filler
durante a produção, deve-se obter material suficiente da fonte relevante para uso no
processo de estudo da mistura.
Amostras representativas de cada fonte de agregado e Filler são submetidas à análise
granulométrica via húmida e ensaios de massa volúmica. É importante que a dimensões
dos peneiros utilizadas para a análise granulométrica dos agregados seja a mesma que
a especificada na granulometria final da mistura.
169
Instituto de Asfalto MS-2. Pode ser necessário mudar uma ou mais fontes de agregados
para responder à distribuição granulométrica especificada.
A selecção de fontes de agregado também pode ser limitada pelo número de posições
para alimentação a frio disponíveis na fábrica. É preferível obter mais caixas de
alimentação a frio, em vez de pré-misturar duas fontes de agregado antes de colocá-lo
numa bandeja de alimentação a frio.
C.2.3 Betume
Uma amostra de betume deve ser retirada do tanque de armazenamento ou do tanque
de entrega. Amostras de betume não devem ser mantidas na temperatura de mistura
por mais de uma hora durante o ensaio. É aconselhável, portanto, que a amostra de
betume seja dividida em recipientes de meio litro, despejando a uma temperatura o
mais baixa possível. Desta forma, volumes menores de betume podem ser aquecidos
quando necessário. Os recipientes de betume frio não devem ser aquecidos em chamas.
Recomenda-se o aquecimento num estufa ou numa bandeja de areia.
170
𝐷𝐵𝐶 = 0,035 + 0,04𝑏 + 𝐾𝑐 + 𝐹 Equação C.2
onde:
DBC = teor de betume de estudo aproximado, percentagem em peso de
mistura
a = percentagem do agregado mineral retido no peneiro de 2,36 mm
b = percentagem do agregado mineral que passa no peneiro de 2,36 mm
e retido na peneiro de 0,075 mm
c = percentagem do agregado mineral que passa no peneiro de 0,075 mm
K = 0,15 para 11-15% que passa no peneiro de 0,075 mm;
0,18 para 6-10% que passa no peneiro de 0,075 mm;
0,20 para 5% ou menos que passa no peneiro de 0,075 mm;
F = 0 - 2%. Com base na absorção de betume; na falta de outros dados, é
sugerido um valor de 0,7.
As amostras de agregados são usadas para fazer provetes em triplicado com o teor de
betume óptimo estimado e em dois incrementos de 0,5% acima e abaixo do óptimo. Se
o teor estimado de betume se mostrar diferente do valor real, pode ser necessário usar
as amostras de agregado de reserva para fazer provetes num ou dois teores adicionais
de betume.
C.3.3 Mistura
Antes da mistura, os recipientes de meio litro de betume são aquecidos numa estufa
até a temperatura de mistura ideal, conforme determinado acima. A mistura deve ser
feita num misturador mecânico com capacidade de aproximadamente 4 litros. O
recipiente misturador os agitadores mecânicos e quaisquer outros instrumento a serem
utilizados no processo de mistura devem ser pré-aquecidos até a temperatura de
mistura. A amostra de agregado aquecido é colocada no recipiente misturador e
completamente misturada usando uma espátula ou ferramenta similar. Um buraco é
formado no centro do agregado misturado no qual se verte o peso de betume
necessário. O misturador mecânico produzirá uma mistura com uma distribuição de
betume uniforme.
C.3.4 Compactação
O molde pré-aquecido, a placa de base, o colar de Filler e um disco de papel inserido
devem ser pré-montados para que a amostra possa ser compactada imediatamente
após a conclusão da mistura.
O molde é enchido com o material misturado e o conteúdo agitado vigorosamente com
uma espátula ou colher de pedreiro aquecida, 15 vezes ao redor do perímetro e 10
vezes sobre o interior. A superfície do material é então suavizada até uma forma
levemente arredondada na qual outro filtro de papel é colocado.
A temperatura da mistura antes da compactação deve estar dentro dos limites
determinados (veja acima). O molde, a placa de base e o colar de Filler são transferidos
para o aparelho de compactação Marshall e a amostra é compactada pelo número
especificado de pancadas do martelo Marshall. Após a compactação, o conjunto do
molde é removido e desmontado para que o molde possa ser invertido. O equipamento
é remontado e o mesmo número de pancadas é aplicado à amostra na outra face do
provete. O conjunto do molde é então colocado numa bancada onde a placa base, o
colar de Filler e os discos de papel são removidos.
O molde e a amostra podem arrefecer ao ar a uma temperatura na qual não haverá
deformação da amostra durante a extracção do molde usando um macaco. O provete
compactado é rotulado e deixado esfriar até a temperatura ambiente, pronto para ser
ensaiado no dia seguinte. Todo o procedimento é então repetido nas restantes amostras
171
preparadas. Os provetes são então ensaiados para determinar sua composição
volumétrica e características de resistência.
172
Tabela C-1 Nomenclatura Volumétrica e Métodos de Ensaio
Determinado por
Nomenclatur método de ensaio
Descrição Volumétrica
a
ASTM AASHTO
a) Constituentes
Gca C127 T85
Massa volúmica do agregado grosso
Massa volúmica do agregado Fino Gfa C128 T84
Massa volúmica de Filler Mineral Gf D854 T100
Massa volúmica do agregado total Gsb - -
Massa volúmicas de betume Gb D70 T228
b) Material Misturado
Gmb D2726 T166
Baridade da mistura compactada
Maxima teorica Gmm D2041 T209
Volume de vazios VIM D3203 T269
Teor efectivo de betume Pbe - -
Vazios no Agregado Mineral VMA - -
Vazios preenchidos com betume VFB - -
173
C.6 Cálculo das Propriedades Volumétricas de Componentes
Individuais
174
Gb = massa volúmica do betume
G − Gmb
VIM = 100 mm Equação C.9
Gmm
onde: VIM = vazios na mistura compactada, percentagem do volume total
Gmm = baridade máxima teórica da mistura
Gmb = baridade da mistura compactada
VMA − VIM
VFB = 100 Equação C.10
VMA
175
C.7 Exemplo Prático do Cálculo das Componentes Volumétricas do
Betão Betuminoso
176
Tabela C-3 Propriedades Marshall
Percentagem do Peso específico da
Estabilid Fluxo
betume em peso mistura compactada
ade (kN) (0,25mm)
de mistura (Pb) (Gmb)
3,5 2,386 10,9 8
3,5 2,385 10,7 7
3,5 2,377 11,2 7
Média 2,383 10,9 7
4,0 2,396 9,7 9
4,0 2,391 10,1 9
4,0 2,408 10,3 8
Média 2,398 10,0 8
4,5 2,429 10,8 9
4,5 2,389 10,3 9
4,5 2,417 10,4 9
Média 2,412 10,5 9
5,0 2,427 10,2 9
5,0 2,437 9,7 8
5,0 2,413 10,0 8
Média 2,425 10,0 9
5,5 2,422 9,8 9
5,5 2,430 10,2 10
5,5 2,435 10,0 9
Média 2,429 10,0 9
5 + 10 + 25 + 48 + 10 + 2 100
𝐺𝑠𝑏 = = = 2,703
5 10 25 48 10 2 36,996
2,727 + 2,731 + 2,732 + 2,691 + 2,584 + 3,120
177
Significa Gse = 2,717
100 100
Com 4,0% de teor de betume: 𝐺𝑚𝑚 = 96,0 4,0 = = 2,550
+ 39,215
2,717 1,03
100 100
Com 5,5% de teor de betume: 𝐺𝑚𝑚 = 94,5 5,5 = = 2,493
+ 40,121
2,717 1,03
Para completar a análise, o VMA é calculado para as misturas com 4,0, 4,5, 5,0 e 5,5%
de teor de betume.
Para completar a análise, calcula-se o VIM para as misturas com 4,0, 4,5, 5,0 e 5,5%
de teor de betume.
178
14,9−7,3
Com 3,5% de teor de betume: 𝑉𝐹𝐵 = 100 ∗ ( ) = 51%
14,9
Para completar a análise, o VFB é calculado para misturas com 4,0, 4,5, 5,0 e 5,5% de
teor em betume.
179
Figura C-1 Representação Gráfica de Propriedades de Ensaio de Mistura
180
C.9 Tendências e Relações de Dados de Ensaios
Examinando as propriedades do ensaio graficamente (veja a Figura C-1), pode-se obter
informações sobre a sensibilidade da mistura ao teor em betume. As tendências para
cada propriedade geralmente seguem padrões razoavelmente consistentes, mas, na
prática, podem ocorrer variações. Neste exemplo:
a) O valor de estabilidade é aproximadamente constante no teor de betume entre 4 e
5,5 por cento. Pode haver um valor máximo num teor de betume de
aproximadamente 4,5% e o alto valor em 3,5% pode estar incorrecto. Este é um
exemplo de onde o projectista pode usar amostras adicionais para confirmar os
dados.
c) A curva para BSG da mistura total aumenta com o aumento do teor de betume, mas
seria de esperar que diminuísse com maiores teores em betume.
181
C.9.2 Seleção da Mistura Final do Estudo
O estudo final da mistura selecionada é geralmente o mais económico que satisfará
todos os critérios estabelecidos no MS-2. No entanto, a mistura não deve ser formulada
para optimizar uma propriedade específica, mas deve ser um compromisso seleccionado
para equilibrar todas as propriedades da mistura. A Tabela C-6 ilustra as propriedades
da mistura, os critérios de estudo (conforme especificado no MS-2) e o intervalo do teor
de betume sobre a qual a conformidade com os critérios é alcançada (obtida dos gráficos
da Figura C-1). Esses dados podem ser apresentados num gráfico de barras, como
ilustrado na Figura C-2 abaixo, que mostra claramente o efeito das variações no teor
em betume nos parâmetros de estudo.
182
Também há dúvidas sobre o teor máximo de betume no qual o VMA estará no lado
"seco" da relação entre o teor de betume eVMA (consulte a Figura C-1). Neste caso,
seria aconselhável efectuar ensaios adicionais para confirmar as propriedades da
mistura.
Depois de completar os ensaios adicionais, tem-se as seguintes possibilidades;
(i) que os resultados do ensaio adicionais confirmam que o teor de betume
que dá 4% de VIM é aceitável;
(ii) que um teor de betume da mistura de 4,6 por cento minimizaria o risco de
deformação plástica; e
(iii) que a granulometria dos agregados deve ser ajustada mais longe da linha
de densidade máxima para dar um pouco mais de VMA.
183
C.9.5 Efeito da Compactação no Estudo do Teor em Betume
Uma parte importante do procedimento Marshall para o estudo de camadas de desgaste
de betão betuminoso é a selecção do número de golpes do martelo de compactação. O
nível de compactação escolhido destina-se a replicar a quantidade de compactação que
ocorrerá após vários anos de tráfego. Isto é muito difícil de prever quando o tráfego
futuro não pode ser estimado com fiabilidade e, como as cargas de tráfego actuais
excedem cada vez mais 1x106 ESA, o limite inferior no MS-2 (Asphalt Institute, 1994)
define tráfego pesado.
A Figure C-3 indica o efeito que uma subestimação da compactação secundária pode ter
nas propriedades finais de uma camada de desgaste denso.
184
Apêndice D: Introdução ao Superpave
D.1 Antecedentes
O projecto da mistura de superpave é asseguir descrito no manual foi produzidos pelo
instituto do Asfalto (AI, 1996):
(i) Especificações e ensaios de ligante de asfalto com avaliação de
desempenho. Superpave Series No.1 (SP-1).
(ii) Estudo de Mistura Superpave. Superpave Series No. 2 (SP-2).
Aqui é apenas dado um esboço do procedimento para dar uma indicação da metodologia
geral.
A angularidade é especificada para garantir que seja obtida uma boa fricção interna na
estrutura do agregado, de modo a resistir à deformação do asfalto sob acção do tráfego.
A limitação do alongamento reduz as possibilidades de quebra de partículas sob acção
da carga e a limitação do teor de argila aumenta a ligação entre o betume e as partículas
dos agregados.
As propriedades de origem estão relacionadas às seguintes propriedades:
i) tenacidade;
ii) solidez; e
iii) material deletério
A tenacidade é medida pelo ensaio de abrasão de Los Angeles. A solidez é medida pelo
ensaio de solidez de sódio ou sulfato de magnésio. Materiais deletérios são medidos
pelo ensaio de teor em argila e partículas friáveis. As granulometrias devem satisfazer
os requisitos resumidos na Tabela D-1 e Tabela D-2.
186
Tabela D-1 Granulometria para Camadas de Desgaste Betuminosas de
Superpave
Percentagem que passa no peneiro
Dimensão nominal máximo (mm)
Abertura
19 12,5 9,5
da
malha Pontos de Zona Pontos de Zona Pontos de Zona
(mm) controlo Restrita controlo Restrita controlo Restrita
Mi
Max, Min, Max, Min, Max, Min, Max, Min Max Min Max
n,
25 100 -
19 90 100 100 -
12,5 90 90 100 100 -
9,5 90 90 100
4,75 90
2,36 23 49 34,6 34,6 28 58 39,1 39,1 32 67 47,2 47,2
1,18 22,3 28,3 25,6 31,6 31,6 37,6
0,6 16,7 20,7 19,1 23,1 23,5 27,5
0,3 13,7 13,7 15,5 15,5 18,7 18,7
0,075 2 8 2 10 2 10
Em princípio, as misturas de asfalto devem ser formuladas para serem mais resistentes
às acções de compactação, já que a temperatura da estrada ou o aumento do tráfego
de dimensionamento aumentam.
O número de rotações, definidos como "Inicial" (Ninicial), "estudo" (Ndesign) e "Máximo"
(Nmáximo), necessários para atingir esses três níveis especificados de compactação
devem estar de acordo com os valores ilustrados na Tabela D-3. Outros requisitos de
dimensionamento também são fornecidos na Tabela D-4(AASHTO, MP2-01).
187
Tabela D-3 Esforço de Compactação Giratória de Superpave
Tréfego de parametros da compctação
dimensionamento N inicial N N máximo
(esa x 106) dimensionamento
< 0,3 6 50 75
0,3 – 3 (Nota 2) 7 75 115
3 – 30 8 100 160
>30 9 125 205
Notas
1 O tráfego de dimensionamento é o nível de tráfego previsto esperado na via
de dimensionamento durante um período de 20 anos. Independentemente
da vida útil real da via, determine o ESA de dimensionamento para 20 anos
e escolha o N apropriado de dimensionamento.
2 A agência pode, a seu critério, especificar esse nível de compactação para
um nível estimado de tráfego de dimensionamento entre 3 e <10 milhões de
ESA. (Veja Instituto de Asfalto, Manual de Superpave Série No. 2 (SP-2) para
outras condições.
188
Não há um número limite de combinações de agregados de ensaio que podem ser
ensaidas. Na SP-2, recomenda-se que três combinações sejam ensaiadas e que todas
as granulometrias passem abaixo da zona restrita. As misturas são descritas como
grossas, intermediárias e finas. A granulometria da mistura grossa é próxima do
percentual mínimo permitido que ultrapassa a dimensão máxima nominal, peneiro de
2.36 mm e o peneiro de 0,075 mm. A granulometria intermediária não está próxima de
nenhum dos limites do ponto de controlo. A granulometria do material fino deve estar
próxima da percentagem máxima da dimensão nominal e logo abaixo da zona restrita.
Sugere-se que, para obter uma boa compreensão do comportamento dos materiais
locais, os pesquisadores também possam tentar uma granulometria do agregado que
passe tanto pela zona restrita quanto por cima dela.
Um método para calcular um teor de betume é fornecido no manual do AI-SP2. Pelo
menos duas amostras de cada mistura de ensaio são misturadas na temperatura
apropriada e envelhecidas, para representar o efeito da mistura na central, colocando-
as num estufa de ventilação forçada por 2 horas ± 5 minutos a uma temperatura igual
à temperatura de compactação da mistura ± 3ºC . As misturas devem ser agitadas após
60 ± 5 minutos para obter um condicionamento uniforme. Duas amostras adicionais,
mas não compactadas, são feitas para a determinação de baridade máxima teórica.
O intervalo de temperatura de compactação de uma mistura betuminosa é definida
como o intervalo de temperaturas onde o betume não envelhecido tnuma viscosidade
cinemática de aproximadamente 0,28 ± 0,03Pa.s medida de acordo com AASHTO
T201/ASTM D4402.
As amostras são compactadas ao número apropriado de rotações seleccionadas de
acordo com a Tabela D-3. Durante a compactação, a altura da amostra é monitorada e,
conhecendo a massa da mistura e o volume do molde, a baridade da mistura pode ser
calculado para qualquer número de rotações.
Após a compactação, cada amostra é arrefecida parcialmente antes de ser extraída do
molde. Após o arrefecimento total, determina-se a gravidade específica global (AASHTO
T 166/ASTM D 2726) e a baridade teórica máxima (Gmm) AASHTO T 209/ASTM D 2041).
É dada orientação sobre o cálculo das propriedades volumétricas dos provetes
compactados, que permitirão a selecção da granulometria do agregado mais adequada.
Um estudo de mistura completo, cobrindo uma gama de teores de betume, pode então
ser efectuado em amostras feitas para a granulometria seleccionada. E assim podem
ser calculadas as propriedades volumétricas das amostras em qualquer número de
rotações e determinar um teor de betume que forneça 4% de VIM na Ndesign. Os critérios
que devem ser satifeitos neste teor de betume estão resumidos na Tabela D-4.
189
máxima do agregado de 19 mm. Para construir um gráfico para este tipo de material,
devem ser seguidos os seguintes passos:
i) aumentar as dimensões do peneiro apropriados para a potência de 0,45,
conforme ilustrado na coluna 2 da Tabela D-5;
ii) pôr à escala os números convertidos para o comprimento requerido do eixo x,
neste exemplo o comprimento é de 100 unidades;
iii) Representar o gráfico numa linha recta ligando a dimensão máxima das
partículas à origem, isto é, a partir de 100 por cento passando o peneiro de 50
mm para zero por cento e a dimensão do peneiro zero;
iv) o eixo x é então marcado com as dimensões do crivo apropriados às colunas 1
e 3 da Tabela D5;
v) se necessário o controlo de Superpave e zonas restritas ou fusos de distribuição
granulométrica especificados a nível nacional podem ser representados no
gráfico.
vi) se for necessário um gráfico para um agregado de dimensão máxima menor, a
dimensão máxima do agregado será rotulado como 100 e os dimensões
menores serão dimensionados de acordo.
190
Figura D-1 Limites de Distribuição Granulométrica para um Agregado de
Dimensão Máxima Nominal de 19 mm
191
Apêndice E: Ensaio de Densidade de Rejeição e estudo
do Betão Betuminoso
E.1 Equipamento
O equipamento e o método de compactação usado no procedimento de ensaio do
martelo vibratório para compactação do betão betuminoso até a densidade àrejeição é
baseado no ensaio de Densidade de Rejeição (PRD) (BSI, 1989).
Recomenda-se um mínimo de 8 moldes e 9 placas de base para o estudo da mistura de
rejeição. A lista completa de equipamentos é;
(i) Um pé de fixação com um diâmetro de 102 mm
(ii) Um pé de fixação com um diâmetro de 146mm
(iii) 2 x hastes para os pés de travamento
(iv) moldes divididos com 8 x 152-153 mm de diâmetro
(v) 9 x placas de base
(vi) Um martelo vibrador com um consumo de energia de 750 watts ou mais,
operando com uma frequência de 50 ou 60 Hz
O equipamento também pode ser usado para ensaios de controlo de campo.
192
pé fixador grande. A sequência de compactação é então repetida. A placa de base livre
deve ser devolvida a estufa entre os ciclos de compactação.
193
Figura E-1 Exemplos de Relações VIM e VMA paraMisturas Compactadas para
Rejeição
As granulometrias e as zonas restritas relacionadas desenvolvidas no programa SHRP
fornecem um método prático de descrição das características de uma granulometria do
agregado. É importante lembrar que a zona restrita de SHRP foi originalmente
introduzida para restringir a quantidade de areia arredondada em mistura de asfalto.
No entanto, também foi reconhecido que as granulometrias de agregados que evitavam
a zona restrita teriam um VMA maior. A escolha da granulometria será influenciada pela
espessura da camada pretendida. Recomenda-se, portanto, que as amostras sejam
feitas em três distribuições granulométricas da camada de ligante, cumprindo os
requisitos da Tabela D-2 e usando agregados das mesmas fontes que os usados para
os ensaios Marshall. Duas distribuições granulométricas do agregado devem passar
abaixo da zona restrita em diferentes graus e uma deve passar acima da zona. Isto
fornecerá um intervalo de valores VMA e fornecerá uma boa base para a selecção de
misturas. Se a mistura mais fina responder aos requisitos, ela também pode se mostrar
menos sensível à segregação e mais rígida do que as misturas mais grossas.
Para realizar o estudo da mistura, recomenda-se que sejam feitas amostras duplicadas
no teor de betume, o que dá aproximadamente 6% de VIM no ensaio Marshall e, em
seguida, em incrementos decrescentes de não mais de 0,5%. Os ensaios em quatro
teores de betume devem ser suficientes para permitir o teor de betume que origina 3%
de VIM para identificação rejeição. Cada amostra é submetida a compactação de
rejeição, deixada a arrefecer durante a noite e depois ensaiada para determinar a sua
baridade. O baridade máxima das misturas ((AASHTO T 209/ASTM D2041) também
deve ser determinada (ver Apêndice C) para que o VIM em cada amostra compactada
possa ser determinado com precisão.
O melhor equilíbrio nas propriedades da mistura será obtido com a mistura mais densa
que pode acomodar o betume suficiente para tornar a mistura trabalhável, mas que
também é tão insensível quanto possível às variações na proporção durante o fabrico e
a segregação. Claramente, mais confiança nas propriedades da mistura será obtida se
a granulometria final, que permite o agregado mais grosso, não for diferente da mistura
194
usada para o ensaio Marshall. Se houver alguma dúvida, os ensaios Marshall podem
ser realizados na nova mistura, mas omitindo qualquer material maior que 25 mm.
Embora a concepção da densidade de rejeição forneça misturas resistentes à rotina, a
experiência pode mostrar que estudar a 3% de VIM na rejeição é desnecessário. Para
melhorar a durabilidade a longo prazo, pode ser apropriado formular a mistura para um
teor de betume mais alto, o que resulta em 2% de VIM na densidade de rejeição. No
entanto, a determinação precisa do VIM é absolutamente essencial e esse nível de
detalhe deverá ser desenvolvido com base na experiência local.
195
Figure E-2 Relação entre Idade e Penetração de Betume para a Base de
Macadame e Revestimento Superficial.
Quando o revestimento superficial estiver para ser aplicado, deve ser construído assim
que o revestimento estiver duro o bastante para impedir a penetração excessiva da
brita na camada. Como o betão betuminoso dimensionado para a densidade de rejeição
terá um elevado teor de agregado relativamente grosso, deve ser possível construir um
revestimento superficial logo após a construção do betão betuminoso. Ensaios de
dureza superficial (TRL, 2000 ou TRH3, 1986) podem ser usados para determinar o
tempo ideal para o trabalho de selagem. Um revestimento em lama asfáltica ou Cape
seal (lama asfáltica num revestimento superficial simples) (TRL, 2000) também pode
ser usado para a superfície da camada de betão betuminoso.
196
densidade satisfatória;
(ii) Estabelecer os melhores padrões de compactação para os rolos disponíveis;
e
(iii) Obter conjuntos duplicados de carotes para que o teor máximo de ligante
que permite 3% de VIM seja mantido na densidade de rejeição possa ser
confirmado.
Para um dado nível de compactação no ensaio Marshall, o VMA diminui para um mínimo
e depois aumenta à medida que o teor de betume aumenta. No entanto, as amostras
compactadas para densidade de rejeição normalmente terão valores relativamente
constantes de VMA num intervalo de teor em betume antes que a estrutura do agregado
comece a se tornar "sobrecarregada" e o VMA aumente. Isto significa que durante os
ensaios será relativamente simples determinar a sensibilidade da mistura às variações
no teor em betume e confirmar o teor em betume necessário para obter um mínimo de
3% de VIM na densidade de rejeição. Se necessário, a granulometria do agregado pode
ser ajustada para aumentar o VMA, o que reduzirá a sensibilidade da mistura.
Um mínimo de 93% e um valor médio de 95% da densidade de rejeição é recomendado
como especificado para a compactação de campo da camada. A partir desses ensaios e
dos resultados dos ensaios laboratoriais, é possível estabelecer uma fórmula de trabalho
da mistura. Após este trabalho inicial, o ensaio de conformidade subsequente baseado
na análise da composição da mistura e da densidade de rejeição deve ser rápido,
especialmente se a compactação de campo for monitorada com um equipamento de
densidade nuclear. Esse procedimento inicial é demorado, mas é justificado pela
economia a longo prazo que pode ser obtida pela extensão da vida útil do pavimento e
pela minimização de eventuais custos de reabilitação.
197
Apêndice F: Ensaios de Desempenho do Betão
Betuminoso
F.1 Introdução
Assegurar que a composição de uma mistura esteja correcta e que o valor do VIM não
esteja abaixo de 3% após o tráfego é uma parte vital do processo de dimensionamento.
No entanto, o grau de interligação do agregado e atrito entre as partículas também tem
uma influência importante na resistência de uma mistura betuminosa à rotura por corte.
Por exemplo, o material granular arredondado não esmagado poderia reponder ao
requisito mínimo de VIM quando compactado para rejeitação num molde, mas tal
material terá pouca interligação do agregado e seria esperado que sofresse rotura de
corte sob acção do tráfego intenso. Embora o método de dimensionamento Marshall
aborda esses problemas, descobriu-se que a correlação entre as medidas de
estabilidade e deformação e o desempenho subsequente na estrada (Whiteoak, 1990)
não é tão boa quanto se deseja. Uma melhor indicação da tendência de uma mistura
sofrer deformação plástica sob acção do tráfego é dada pelo "Quoficiente de rigidez",
isto é, estabilidade máxima dividida pelo valor de deformação. No entanto, as medições
de ambos os valores geralmente têm grandes variações e, portanto, os valores de
Quoficiente de rigidez tendem a não ser fiáveis.
Ensaios adicionais são, portanto, particularmente desejáveis para o estudo do betão
betuminoso que deve transportar mais de 1 milhão de ESA durante sua vida útil. Esses
ensaios podem incluir;
(i) determinação dos módulos de rigidez da mistura;
(ii) fluência; e
(iii) Ensaio rasteio de rodas
198
ao volume de vazios para uma dada mistura. Para amostras produzidas em laboratório,
com 4% de VIM são mais relevantes para os procedimentos de estudo.
Diferentes condições de ensaio e especificações de desempenho são recomendadas
pelas autoridades em vários países. As principais diferenças estão resumidas nas Tabela
F-1a Tabela F-3.
199
Tabela F-3 Especificação Australiana para o Módulo de Rigidez da Mistura
Número de amostras
3 3 6 3*
requeridas para ensaio
Diâmetro do carote 101.6±2 para 100, 150 or 4 x dimensão
100 or 150
(mm) carotes 200 máxima de pedra
50 ou 2,5 x
Profundidade do carote dimensão 2 x diâmetro do
50 or 75 <100
(mm) máxima de carote
pedra
Temperatura de
50 40±1 30 5, 25 e 40
ensaio(C)
Carga de tensão (kPa) 200 200 100 Variável até 240
Frequência de carga
2 Carga estática 2 1 e 4 e 16
de pulso (Hz)
30-45s duração de
Aplicações de tensões Max of 40,000 - 1800
cada carga
O módulo de fluência pode ser calculado para qualquer número de aplicações de tensão
e isso também resulta em diferenças no módulo apresentado por cada autoridade. Em
resumo, as principais diferenças são;
200
(i) No Reino Unido, 1800 aplicações de carga são feitas a uma temperatura de
ensaiode 30C.
(ii) A ASTM exige que o valor seja calculado em três temperaturas e três
frequências de cargas dentro de um tempo de carregamento entre 30 e 45
segundos.
(iii) A norma australiana exige que a deformação acumulada seja calculada para
cada ciclo registado até 10.000 ou, se necessário, 30.000 microextensões.
Esses dados são processados para fornecer a taxa mínima de aumento da
deformação acumulada, referida como inclinação mínima, em relação aos ciclos
de carga.
(iv) O procedimento da África do Sul é um ensaio de carga estática e a fluência é
medida em intervalos de 1 minuto até 10 minutos e depois a cada 10 minutos
até um máximo de 100 minutos. Além de permitir o cálculo do módulo de
fluência, para cada intervalo de tempo a deformação é expressa como uma
variação percentual de zero dividido pela altura média da amostra. Esses
valores são apresentados graficamente em relação ao tempo de registo, a partir
do qual ajuda a caracterizar o comportamento da mistura.
(NB: Os procedimentos de ensaio para este ensaio de fluência restrita (VRLAT) estão a
ser desenvolvidos actualmente no Reino Unido.)
201
Tabela F-6 Especificação de Fluência deRigidez Australiana [taxa de
deformação acumulada em relação aos ciclos de carga]
Tráfego
Temperatura Amostra
WMAPT (C)* VIM (%) Muito
Pesado Médio
pesado
>30 <0.5 0,5 - 3 >3 - 6
20 – 30 4,5 to 5,5 <1 1-6 >6 - 10
10 – 20 <2 2 - 10 Não aplicável
202
Durante o ensaio, regista-se a velocidade, em mm/hora, na qual a roda de ensaio
penetra na amostra e a profundidade total de penetração é medida no final do ensaio.
O procedimento requer um mínimo de seis amostras, seja em lajesou carotes extraídos
das lajes. O método de ensaio AASHTO equivalente é o ensaio rastreio de rodas de
Hamburgo AASHTO T324. Neste ensaio a temperatura da amostra varia entre 40-50 °
C, a carga aplicada na roda é de 705 ± 4,5 N e 50 passagens são aplicadas a uma taxa
de 0,305 m/s em amostras de diâmetro de 203,2 mm. As especificações de desempenho
necessárias são semelhantes às indicadas na Tabela F-9 para 45 ° C.
203
Apêndice G: Reciclagem de Materiais Betuminosos
G.1 Introdução
O uso de revestimentos betuminosos espessos tem aumentado à medida que as cargas
de tráfego aumentam. Quando se desgastam, a reciclagem desses materiais pode
reduzir os custos e os danos ao meio ambiente, reduzindo a exploração dos recursos
naturais locais. Isto acontece particularmente em áreas onde há escassez de agregados
de construção de estradas ou onde não há reservas de petróleo locais.
É possível garantir que haja benefícios tanto para o cliente como para o empreiteiro nas
operações de reciclagem, mas seu uso é provável que não seja defundido até que
determinadas condições sejam satisfeitas. Estas condições são:
i) Potencial suficiente para que a reciclagem possa justificar a compra de Central
especializada;
ii) Pressão de órgãos do governo para implementar a reciclagem;
iii) Especificações adequadas e/ou metodologias de trabalho para uso contratual;
e
iv) Uma boa compreensão das propriedades do material e métodos de modificação
e aplicação.
Nos países tropicais, os tipos de betão betuminoso que estão mais propensos a estar
disponíveis para reciclagem são aqueles que se tornaram severamente envelhecidos e
com fissuras ou revestimentos que sofreram devido à deformação plástica. Destes tipos
de rotura, a primeira é mais comum, com roturas por deformação plástica ocorrendo
localmente onde o tráfego é lento, como nas junções e nas vias de subida. Asfalto
envelhecido é frágil contendo betume muito duro. Em contraste, o asfalto que tenha
sofrido deformação plástica provavelmente contém betume que sofreu muito pouco o
endurecimento por idade. Esses dois tipos de material apresentam diferentes problemas
de recuperação, armazenamento e reutilização.
O equipamento adequado de "corte" e britagem pode ser muito eficaz para produzir um
RAP bem graduado a partir de asfalto temperado e frágil. Este material, modificado se
necessário pela adição de agregado fresco, pode ser adequado para uso em qualquer
camada do pavimento. No entanto, recomenda-se que o RAP não seja usado para
fabricar camadas de desgaste de material betuminoso, a menos que possa ser
204
demonstrado que o alto grau de uniformidade e as tolerâncias limitadas exigidas para
essa camada crítica podem ser satisfeitas. As tolerâncias mais amplas permitidas para
a base betuminosa e, em menor escala, para os camadas de ligante, tornam estas
camadas mais adequadas para incorporar o RAP. A uniformidade e qualidade do RAP e
do tipo da central de reciclagem determinará a percentagem de RAP que pode ser usada
nas misturas. Normalmente, varia de 20 a 50%.
Quando o RAP for usado numa camada de pavimento, o controlo de qualidade dos seus
armazenamentos será vital para o fabrico de um betão betuminoso consistente, o que
pode exigir uma quantidade considerável de ensaios. A presença de múltiplos
revestimentos superficiais antigos também pode ser aceitável se estes tiverem
endurecido pela idade. No entanto, nos casos em que houve uma reparação pesada ou
a qualidade do revestimento é variável, a reciclagem pode ser limitada à aplicação e
estabilização no local.
Espalhadores potentes estão disponíveis, o que possibilita a reciclagem a frio no local,
com a incorporação de materiais frescos, conforme necessário, para produzir uma
camada com a qualidade exigida.
205
selecionado de carotes tenha que ser enviado para um laboratório de ensaios qualificado
para que esses ensaios sejam realizados.
206
G.6 Uso do RAP como Material Granular não Ligado
O asfalto endurecido pela idade pode ser reciclado como um material granular não
ligado. Pode ser produzido por fresagem, asfalto britado de grumos ou como asfalto
granulado. O RAP pode ser misturado com agregado fresco para produzir uma
distribuição granulométrica apropriada para a camada na qual este será usado. Quanto
mais duro o betume no RAP, mais fácil será de britar, manusear e compactar novamente
na nova camada. Por exemplo, o betume no RAP com um valor de penetração inferior
a cerca de 15 irá comportar-se de uma maneira frágil.
Em contraste, o asfalto que deteriorou por deformação plástica terá sofrido pouco ou
nenhum endurecimento de betume nas vias. Na via contaminada de combustível, o
betume pode ter amolecido ao longo do tempo, enquanto que o material fora das vias,
ou da via de óleo, pode ter endurecido significativamente com a idade. Este tipo de
material é difícil de processar e os melhores resultados podem ser esperados por
britagem selectiva e armazenamento antes de misturar novamente e adicionar
agregado novo numa central de reciclagem a quente.
207
G.7 Reciclagem a Frio
A reciclagem a frio da mistura pode ser feita em profundidade parcial ou total num
pavimento betuminoso com mistura realizada no local ou fora do local numa central. O
processo preserva o agregado e o betume, os problemas de qualidade do ar são
minimizados e os requisitos de energia são baixos. As camadas existentes do pavimento
são processadas com a adição de agregado novo, se necessário. Durante a operação de
processamento, o estabilizador hidráulico, como o cimento Portland ou o betume
emulsificado ou expandido, é misturado para produzir um novo material com as
propriedades necessárias. A reciclagem a frio da mistura está fora do âmbito deste
manual. Deve ser feita referência aos manuais apropriados (ver Bibliografia) para
recomendações detalhadas.
208
G.8.3 Misturadores de Lote com um Tambor de Aquecimento Separado
(tambor paralelo)
Neste sistema, o RAP é aquecido num tambor separado a cerca de 130ºC. O agregado
fresco é aquecido separadamente a uma temperatura elevada e ambos os materiais são
pesados para produzir a mistura requerida na unidade de mistura. A temperatura final
da mistura é de cerca de 160º C. O pré-aquecimento permite que 50% do RAP seja
usado na mistura, ou ainda mais, se puder ser garantida uma qualidade consistente de
saída.
O pré-aquecimento do RAP permite a produção de uma mistura mais uniforme e melhor
controlo da temperatura da mistura e este é o método de reciclagem preferido. No
entanto, o desenvolvimento continua e outros tipos de instalações especificamente
projectadas para reciclagem de materiais betuminosos estão cada vez mais disponíveis.
209
200. É muito provável que algum agregado fresco seja revestido somente com o betume
fresco e macio, e isso poderia desempenhar um papel dominante no desempenho da
mistura com um risco de rotura por deformação plástica.
O método mais fiável de obter um dimensionamento robusto com asfalto frágil é,
portanto, considerar o betume no RAP endurecido como parte da estrutura do agregado
e usar um betume de penetração 60/70 ou 80/100, em vez de um ligante macio. Isso
impedirá a possibilidade de ocorrer deformação plástica na nova mistura.
No caso do RAP das áreas de deformação plástica, o efeito do betume existente mais
macio pode ser levado em consideração durante o processo do estudo da mistura. Os
ensaios de laboratório e misturas de asfalto para garantir que os requisitos para estudo
volumétrico e propriedades Marshall sejam satisfeitos, serão necessários assim como
para o novo material e, portanto, devem ser seguidos os procedimentos Marshall
descritos no Apêndice C. Informações adicionais de um ensaio de desempenho, como o
ensaios de rastreio de rodas, também serão muito úteis nessa avaliação.
A percentagem de RAP que pode ser usada será controlada pela temperatura de mistura
que pode ser alcançada no material misturado. A temperatura deve ser alta o suficiente
para garantir que o betume fresco tenha uma viscosidade adequada para a mistura.
210
desempenho, como os ensaios de Tracção Indirecta ou de rastreio de rodas, devem ser
usados para garantir que uma mistura satisfatória possa ser produzida.
211
prática, a dimensão efectiva de RAP depende do método de recuperação e do grau de
desagregação que ocorre durante a mistura.
212
Tabela G-3 Resumo da Composição da Camada: Estudo de Caso 1
Percentagem do material que passa pelo peneiro
Peneiro
Camada de desgaste Camada de ligante
BS (mm)
Médio Granulometria Médio Granulometria
28 100 - 97 87-100
20 100 99-100 87 80-96
14 95 92-98 75 66-85
10 87 82-91 63 52-76
6,3 78 70-84 50 40-61
5 68 62-77 43 33-53
3,35 55 50-65 38 29-47
2,36 46 42-53 33 26-46
1,18 34 32-37 26 21-32
0,6 27 26-29 22 18-27
0,3 22 20-23 19 16-23
0,212 19 18-21 17 14-21
0,15 18 17-19 15 12-19
0,075 15 14-16 13 10-16
Betume 5,4 4,9-5,7 3,6 3,1-4,4
(%)
Penetração 13 6-24 9 5-15
(0,1mm)
213
Tabela G-4 Um Exemplo de Mistura de Agregado Fresco e RAP: Estudo de
Caso 1
Limites de distribuição granulométrica
Superpave Misturar 40% de
Peneiro
RAP e agregado
(mm) Pontos de controlo
Zona restrita fresco
Min Max
37,5 100 - - 100
25 90 100 - 97
19 90 - 87
4,75 39,5 – 39,5 33
2,36 19 45 26,8 – 30,8 23
1,18 18,1 – 24,1 17
0,6 13,6 – 17,6 13
0,3 11,4 – 11,4 10
0,075 1 7 - 7
O projecto da mistura foi baseado no teor de betume que deu 3% de VIM na densidade
de rejeição usando um martelo vibrador. O teor de betume determinado foi de 2,8% do
betume fresco com grau de penetração 60/70. As amostras com um diâmetro de 150
mm foram feitas num compactador giratório para gerar aproximadamente 7% de VIM,
ou 96% de densidade de rejeição, para ensaios de Tracção Indirecta (ITT) e ensaios de
vias.
Os resultados dos ensaios de desempenho resumidos na Table G-5 ilustram que a
mistura deve ser muito estável sob acção do tráfego. Os ensaios de rastreio de roadas,
em particular, ilustram que as especificações do Reino Unido para "Locais com tensões
elevadas" (ver Apêndice E) são facilmente satisfeitas.
214
Tabela G-6 Espessura dos Carotes: Estudo de Caso 2
Espessura do Carote
Carote Próximo
Perfil Via lateral Centro da lado
Nos. da beira
da estrada via exterior
da estrada
0 1 145
100 2-5 190 107 175 115
200 6 106
300 7-10 135 143 145 112
400 11 93
500 12-15 157 113 175 78
600 16 132
700 17-20 148 155 120 150
800 21 95
900 22-25 145 105 140 85
1000 26 107
215
Table G-8 Distribuição Granulométrica do Agregado: Caso de Estudo 2
percentagem do material que passa pelo peneiro
Peneiro BS
Camada 1 Camada 2 Camada 3
(mm)
Médio Intervalo Médio Intervalo Médio Intervalo
216
Tabela G-9 Penetração do betume do RAP e em Mistura com Betume Fresco:
Estudo de Caso 2
Penetração de
Penetração do Relação de Penetraçã betume após a
betume RAP RAP para o de
Camada mistura
agregado betume
Intervalo fresco fresco Intervalo
Mediana Mediana
s s
3 Topo 50mm 87 30-135 30:70 67 52-81
50:50 69 52-93
2 Meio 50 mm 68 25-160 30:70 64 49-81
65
50:50 65 40-94
1 Fundo 50mm 27 12-58 30:70 49 39-61
50:50 41 28-59
3 Topo 50mm 87 30-135 30:70 90 70-109
50:50 86 55-115
2 Meio 50 mm 68 25-160 30:70 87 66-109
100
50:50 81 50-116
1 Fundo 50mm 27 12-58 30:70 66 53-83
50:50 50 35-73
Uma mistura satisfatória provavelmente poderia ser feita usando 30 por cento de RAP
bem misturado das camadas 2 e 3 misturadas com agregado fresco e betume de
penetração 65 . Embora não seja muito provável que a mistura uniforme dos betumes
seja alcançada, a penetração teórica dos betumes misturados, antes do envelhecimento
no processo de mistura, varia de aproximadamente 49 a 81 com um valor médio de 66.
217
Tabela G-10 Um Exemplo de Mistura de Agregado Fresco e RAP: Estudo de
Caso 2
material que passa (%)
218
Apêndice H: Métodos Mecanísticos de
Dimensionamento de Pavimentos
H.1 Introdução
O objectivo principal do pavimento da estrada é fornecer protecção suficiente ao leito
subjacente. Reduz as tensões no leito para níveis que são baixos o suficiente para
impedir que o leito se deforme e rompa. Ao mesmo tempo, o próprio pavimento não
deve sofrer corte e, portanto, é construído de materiais relativamente fortes.
Os parâmetros-chave são, portanto, a resistência do leito, que determina a quantidade
de protecção necessária e a resistência e o módulo de elasticidade das camadas do
pavimento. A resistência é necessária para que as camadas do pavimento não atinjam
a rotura, enquanto que o módulo de elasticidade controla as propriedades de dispersão
de carga de cada camada do pavimento e, portanto, determina a espessura do
pavimento para reduzir as tensões no leito a níveis seguros. Além disso, a deterioração
do pavimento é geralmente um processo lento, mas contínuo, que é determinado pelo
número de vezes que as cargas transitórias causadas pelo tráfego são aplicadas e sua
magnitude. Portanto, o volume de tráfego e a carga de tráfego também são parâmetros-
chave.
H.2 Princípios
O princípio é que uma teoria adequada é usada para calcular as tensões e deformações
que ocorrem dentro do pavimento como resultado do carregamento externo,
principalmente pelo tráfego. A maneira como os materiais respondem a essas tensões
é então calculada com base em conhecimentos obtido de estudos nos quais os materiais
foram submetidos a tensões e esforços semelhantes em laboratório. O comportamento
dos materiais é então expresso em termos de equações adequadas (modelos). Este
último processo é essencialmente empírico; Não há nada fundamental nas equações
usadas para descrever a resposta dos materiais às tensões impostas. O método é muitas
vezes referido como um método mais fundamental, simplesmente porque é baseado no
conhecimento das tensões no pavimento. Portanto, pelo menos em princípio, muitos
materiais diferentes podem ser ensaios em laboratório sob uma variedade de condições,
e então usados com sucesso no pavimento da estrada, eliminando assim a necessidade
de avaliação demorada e relativamente limitada, usando ensaios empíricos em escala
real.
A localização das tensões críticas e deformações no pavimento são ilustradas na Figura
H-1.
Posição 1: A resistência ao corte da base ou no pavimento deve ser alta o suficiente
para evitar rotura no topo do pavimento, onde a tensão das rodas é máxima.
Posição 2: A tensão na posição 2 é apenas uma tensão crítica de dimensionamento se
a base (ou o revestimento) for um material estabilizado em cima de uma camada de
rigidez mais baixa.
Posição 3: A tensão na posição 3 pode ser uma tensão crítica de dimensionamento se
as camadas acima forem finas ou fracas ou se a sub-base for relativamente fraca. Desde
que as especificações estejam satisfeitas, esta provavelmente não será uma posição
crítica.
219
Posição 4: A tensão vertical ou deformação na posição 4 é um parâmetro crítico de
dimensionamento, porque o objectivo do pavimento é principalmente de proteger o
leito. Portanto, é importante controlar a tensão ou deformação nessa posição.
Por vezes, ocorrem pontos críticos em outras camadas do pavimento, mas poucas
pesquisas foram feitas para quantificar os critérios que devem ser usados. Isto deve-se
ao facto de o comportamento dessas camadas geralmente ser controlado pela
necessidades de os matérias terem que satisfazer requisitos mínimos, e relativamente
seguras das especificações. Estes são geralmente ensaios simples de aprovação/
reprovação, como ensaios CBR ou ensaios ITS.
220
comumente, como duas áreas circulares para representar as duas rodas em cada
extremidade de um eixo de camião típico (Figura H2). Os efeitos dinâmicos de uma roda
móvel não são considerados.
Os cálculos não podem ser executados à mão, mas por vários programas de computador
disponíveis para o fazer e muitos estão disponíveis gratuitamente. O programa (BISAR)
escrito pela empresa Shell é um padrão da indústria e KenPave, escrito pela
Universidade de Kentucky são os dois que são comumente usados. Outros incluem o
ELSYM5, o WESLEA da Universidade de Auburn, nos EUA, e o CIRCLY, usado na
Austrália. Infelizmente, alguns são bastante antigos e podem não funcionar em
computadores modernos de 64 bits. Além disso, nem todos dão resultados idênticos,
embora as diferenças não sejam geralmente significativas. Programas mais sofisticados
de elementos finitos também estão disponíveis, especialmente em instituições de
pesquisa.
r
a
221
contacto total, ou seja, sem deslizamento.
Com esses valores de entrada, as tensões e deformações em todos os locais dentro do
pavimento podem ser calculadas. O sistema de coordenadas é um sistema x, y, z padrão
com o eixo vertical (x = 0, y = 0) através do ponto intermediário entre as rodas e o
eixo x horizontalmente através do centro das duas rodas com o centro das rodas em y
= 0, x = ± 0,1575m.
O módulo de elasticidade de cada camada é medido em laboratório, mas para muitos
materiais já é conhecida uma gama de valores típicos (Tabela H-1).
222
Tabela H-1 Razão entre o Módulo de Elasticidade e o Coeficiente de Poisson
Módulo de Elasticidade
Código do (MN/m2) Coeficiente
Descrição
material Valores de Poisson
Classif
recomedados3
GCS1,
Pedra britada de alta qualidade 250-500 350 0,35
GCS2
1000–
AC Camada de desgaste Nota 2 e 4 0,35
60002
1000–
AC Camada de ligante Nota 2 e 4 0,35
40002
1000–
AC Camada de base Nota 2 0,35
40002
Notas
223
menor é usado quando no processo de verificação do dimensionamento para potencial
rotura do subleito.
9.300 7
𝑁=[ ]
𝜇𝜀
onde: με = Microdeformação vertical no leito.
28.000 4
𝑁=[ ]
𝜇𝜀
O estudo num simulador de veículo pesado nos EUA em pavimentos com diferentes
solos e em vários teores de humidade produziu vários critérios para diferentes
resistência leitos . Estes tem uma fiabilidade de aproximadamente 85%:
224
Leitos resistentes (CBR. > 10%):
15.000 7,5
𝑁= ( )
𝜇𝜖
6.000 7,5
𝑁= ( )
𝜇𝜖
e leitos fracos (CBR< 4%
3.400 7,5
𝑁= ( )
𝜇𝜀
Também é notável que a inclinação das linhas do critério desenvolvidas por diferentes
autores também varia consideravelmente. Assim, a precisão com que os critérios de
leito são conhecidos é fraca e o alcance dos critérios publicados é muito amplo.
Seleccionar o mais apropriado é essencialmente uma questão de julgamento de
engenharia, mas o estudo dos EUA é recomendado porque os critérios dependem da
resistência do leito.
225
H.6.1 Falta de Concordância.
Existe uma falta de concordância geral entre as tensões e deformações calculadas
utilizando o método mecanístico e os valores obtidos a partir da medição directa em
pavimentos reais. É muito difícil medir as deformações dentro de um pavimento e ainda
mais difícil medir as tensões com precisão. A consequência disso é que relativamente
poucos estudos sobre este tópico foram publicados e estão disponíveis dados fiáveis
para apenas um pequeno número de estruturas de pavimento.
Comparações de tensões e deformações medidas com previsões são alarmantes, porque
as diferenças são frequentemente muito grandes (para tensão horizontal foi reportada>
40%). A concordância entre valores medidos e valores calculados é melhor para tensões
do que para deformações, é também melhor para componentes verticais do que para
componentes horizontais. No entanto, como o desempenho do pavimento é
extremamente sensível a tensões e deformações, o uso de tais modelos requer uma
considerável compreensão e apreciação de como lidar com esse problema.
226
H.6.3 Detalhes da Mecânica Contínua
A maioria dos modelos assume que as camadas do pavimento são homogêneas, de
espessura finita e infinitas em extensão horizontal. Pavimentos reais contém
descontinuidades, como fissuras e outras dificuldades que violam essa suposição.
A importância deste problema não está clara. Por exemplo, erros sempre ocorrerão
quando as camadas forem desagregadas porque os resultados serão imprevisíveis. Em
contraste, muitos engenheiros se contentam em aceitar os módulos "de cálculo reverso"
como módulos "efectivos" e interpretar os valores adequadamente, mas, como os
efeitos da não-linearidade, suposições erradas sobre uma camada podem ter sérias
implicações para os módulos obtidos para outras camadas e isso pode ter consequências
inesperadas e potencialmente caras.
227
O modo de carregamento é importante porque a natureza do processo de fadiga,
incluindo sua dependência da temperatura e do teor de betume, é muito diferente
nos dois modos. O modo intermediário depende da espessura, portanto, as
características de fadiga também dependem da espessura (bem como das tensões
desenvolvidas).
Análises mecanísticas quase sempre dependem dos resultados da carga
controlada de tensões em estudos de laboratório. Modos intermediários raramente
são estudados ou usados.
3) Com a idade o betume da estrada, endurece e fica mais frágil. A escala dessas
mudanças é muito dependente da composição da mistura de asfalto e isso tem
um efeito muito forte na vida de fadiga e no modo de rotura. Nenhum desses
efeitos é levado em consideração no momento actual.
228
usados para calcular tensões e deformações, mas, onde for feita verificação por meio
de medições, geralmente são encontrados erros inaceitavelmente grandes.
Estas tensões e deformações imprecisas são então comparadas com critérios ainda mais
imprecisos ou, pelo menos, menos conhecidos. No caso dos critérios de leito, por
exemplo, a mesma relação entre o nível de deformações e as repetições permitidas foi
usada para todos os materiais, embora seja sabido que os materiais realmente ilustram
diferenças de ordem de grandeza no desempenho real.
No caso dos critérios de deformação do asfalto, embora bem pesquisados em
laboratório, são necessários factores de deslocamento entre uma e três ordens de
grandeza para converter critérios de laboratório em critérios que possam se aplicar no
campo. Nos últimos 20 anos, a rotura de um betão betuminoso é frequentemente
associada a fissuras "de cima para baixo" que não estão relacionadas à tensão ou
deformação na base da camada betuminosa, que tem sido considerado o modo de rotura
por muitos anos.
Além de tudo isso, alterações de longo prazo dependentes do tempo nas propriedades
do material são praticamente ignoradas (embora as mudanças sazonais sejam às vezes
tratadas).
229
• Os critérios de desempenho devem estar bem calibrados em relação ao
desempenho real.
• O pavimento a ser analisado não deve diferir muito na estrutura dos pavimentos
cujo desempenho é conhecido, ou seja, os pavimentos usados para calibração.
Um corolário desses princípios é que os critérios para selecionar um modelo adequado
são agora subtilmente diferentes. É por isso que modelos simples às vezes parecem
funcionar melhor do que formulários mais complexos (que são mais difíceis de calibrar).
H.8. Exemplo
230
Table H-2 Pavimento Bem-sucedido
Tratamento superficial
175
CBR > 80% GCS 2
mm
Base de pedra britada graduada
G30 150
CBR > 30% mm
Subbase Granular
G15 125
Camada revestimento
mm
S3
5< CBR<7
Leito
O projecto bem sucedido foi para a classe de tráfego T3. A tarefa é desenvolver
projectos para as classes de tráfego T4, T5 e T6.
Etapa 1. O primeiro passo é calcular as tensões e deformações em pontos críticos da
estrutura criada por um eixo padrão equivalente. O eixo padrão usado pela maioria das
autoridades é ilustrado na Figura H-2, mas cargas mais altas e geometrias de rodas
podem ser usadas desde que sejam usadas consistentemente em todos os estudos de
projecto e avaliação de pavimentos.
231
Deve-se ter cuidado com programas que vêm com pressupostos incorporados que não
são conhecidos. Misturar diferentes métodos leva a grandes erros pelas razões descritas
acima.
O programa perguntará onde se deseja que as tensões e deformações sejam calculadas
com base nas coordenadas padrão x, y, z e fornecerá uma tabela de tensões,
deformações e deslocamentos nas três direcções, portanto, pode ser produzida uma
grande quantidade de dados. Neste exemplo, requer-se a tensão vertical máxima ou
deformação na superfície superior do leito.
Para a estrada de teste, a tensão no topo do leito sob uma carga de eixo padrão é de
855 microdeformação. O mesmo cálculo é realizado para as estruturas candidatas,
1,2,3,4 e 5. Os valores são ilustrados na Tabela H-4.
Estrutura
1 2 3 4 5
Camada Original
Espessura (mm)
Leito µ-
855 725 675 628 589 720
deformação
Capacidade
(Estudo
Americano da
2,2 mesa 7,5 mesa 13 mesa 22 mesa 36 mesa 7,5 mesa
resistência
média do
leito)
Capacidades
de tráfego 1,1 3,8 6,6 11 18 3,8
calibradas *
Intervalo de
T4 T5 T6
tráfego
necessária 1,5 – 3,0 3,0 – 6,0 6,0 – 10,0
A fim de alcançar um acordo entre o número de eixos padrão que a estrada transportou,
a saber 1.1 mesa, e as previsões baseadas no critério de deformação de leito, este deve
ser ajustado. Em outras palavras, o critério do leito deve estar de acordo com a seguinte
equação.
𝐴 7.5
𝑁= ( )
𝜇𝜖
Com N = 1,1 mesa e µ = 855 microstrain. Resolvendo isso dá A = 5470
Este é o critério de leito calibrado conforme exibido pelo pavimento original. A
capacidade de tráfego prevista dos pavimentos candidatos é ilustrada na Tabela H.3.
232
Notar-se-á que os pavimentos candidatos satisfazem todos os requisitos de capacidade
de tráfego e estão próximos do nível superior para as classes de tráfego que eram o
alvo.
Note, no entanto, a sensibilidade da capacidade de tráfego às espessuras das camadas
do pavimento. Por exemplo, as estruturas número 1 e 5 diferem da estrutura número 2
por apenas 25mm da subcamada ou camada de revestimento, mas sua capacidade de
tráfego é de cerca de 50% da estrutura 2. O método de projecto AASHTO é similarmente
sensível e sublinha a importância vital do controle da espessura e a necessidade de um
factor de segurança para lidar com variações de espessura.
Conforme mencionado anteriormente, existem muitos critérios de deformação de leito
usados por diferentes autoridades. Estes diferem por ordens de grandeza em termos de
capacidade de tráfego. Assim, é vital que o método mecanístico seja calibrado
adequadamente para todos os modos de rotura. Isso é apenas um exemplo.
233
Apêndice I: Características de cada Catálogo de
Dimensionamento
O Catálogo inclui projectos para sub-produtos muito fracos (S1), mas esses sub-
produtos são muito difíceis de lidar e é provável que uma investigação especial seja
necessária para determinar a melhor solução.
Em todos os gráficos, a sub-base granular básica do material de qualidade GS e o
material de sub-base hidraulicamente estabilizado CS são intercambiáveis.
Catálogo A1
Os Catálogo A1 são destinados a pavimentos com um revestimento superficial que
compreende um revestimento superficial duplo ou um Otta seal no topo de uma base
granular. A sub-base é um material granular ou um material ligado hidraulicamente
fracamente cimentado. A espessura da estrutura geral é controlada pela necessidade
de limitar a deformação no leito e deve-se tomar cuidado para garantir que a base seja
de alta qualidade para os níveis de tráfego mais altos, conforme indicado.
A Tabela I-1 ilustra as deformaçãoes computadas do leito em comparação com dois
critérios. Deve ser notado que para os altos níveis de tráfego e leitos médios a fortes,
os critérios da Shell são excedidos mas, conforme descrito no Apêndice H, um critério
de leito único para todos os leitos não pode ser correcto e critérios menos conservadores
têm sido desenvolvidos para aumentar a resistência do leito.
Catálogo A2
Similar ao Catálogo A1, mas este Catálogo faz uso dos benefícios de uma base inferior
hidraulicamente estabilizada. Tais estruturas têm um bom desempenho e são
geralmente consideradas mais fiáveis do que as suas contrapartes granulares não
ligadas. Isto é em parte porque a camada estabilizada com cimento fornece uma boa
base para compactar as camadas acima e porque também é mais tolerante à água. A
deformação do leito é baixa com tal estrutura mas, no entanto, é necessária uma
camada revestimento para suportar a camada estabilizada com cimento e para
transportar tráfego de construção.
234
Catálogo A3
O Catálogo A3 ilustra os projectos usando uma base rodoviária estabilizada
hidraulicamente. Essa base de estrada é forte, mas conterá finas fissuras resultantes da
cura e retracção do material cimentado. Essas fissuras não afectam seriamente a
capacidade de transporte do pavimento, mas elas eventualmente aparecerão através
do revestimento superficiale precisarão ser revestidas com uma vedação de manutenção
em algum estágio antes que uma deterioração adicional possa ocorrer. A base e a sub-
base estabilizadas de cimento são camadas de distribuição de carga eficientes e as de
leito não excederão os valores críticos.
Catálogo B
O Catálogo B ilustra dimensionamentos utilizando um revestimento em betao
betuminoso fino. As estruturas em si são semelhantes às do Catálogo A, porque as
superfícies finas acrescentam muito pouco à resistência estrutural geral. Um
revestimento em betao betuminoso (veja o Capítulo 8) é adequado para os níveis mais
baixos de tráfego, mas a experiência na República da África do Sul também mostrou
que um revestimento em betao betuminoso continuamente graduado (por exemplo, a
dimensão nominal máxima da pedra de 9,5 mm na Tabela 8-7) também funciona bem,
é a opção preferida na RSA. Nenhuma evidência de fissuras por fadiga “de baixo para
cima” tem sido reportada, mas deve-se notar que o projecto de construção e mistura
deve ser realizado com padrões elevados. A importância de fornecer uma estrutura de
suporte muito rígida sob o betão betuminoso graduado continuamente e fino não pode
ser super enfatizada. Assim, é necessária uma forte base de agregados e uma sub-base
estabilizada é preferida.
Catálogo C1
O Catálogo C é um dimensionamento comum que utiliza um revestimento estrutural
betuminoso de alta qualidade (camada de desgaste e camada de ligante) numa base
granular. Tal estrutura é dimensionada de modo que a deformação no asfalto não cause
rotura por fadiga. Infelizmente, a deformação é mais sensível à espessura e rigidez do
próprio betão betuminoso e relativamente insensível à espessura das camadas não
ligadas abaixo, portanto, se o projecto for seguir o método de
dimensionamentomecanístico, a camada de asfalto deve ser bastante espessa para altos
níveis de tráfego.
Catálogo C2
É semelhante ao Catálogo C1, mas usando uma camada inferior hidraulicamente ligada.
O módulo desta camada é consideravelmente maior do que o de uma camada não ligada
e isto permite que a deformação no betão betuminoso seja substancialmente reduzida.
A parte superior da estrada de material granular evita que qualquer fissura de contração
na parte inferior da estrada estabilizada com cimento provoque fissuras no betão
betuminoso.
Catálogo D
Este é outro dimensionamento tradicional que também reflecte a dificuldade de evitar
roturas por fadiga no betão betuminoso. Nesta solução, às vezes chamada de pavimento
235
betuminoso de profundidade total, a base é uma camada estabilizada com betume e o
revestimento é também betuminoso. No entanto, em áreas tropicais e para tráfego
intenso, a base betuminosa deve ser de especificação relativamente alta (Manual de
Dimensionamento de Pavimentos - 2011, Capítulo 8). A espessura do material
betuminoso para os níveis mais altos de tráfego está no intervalo considerado "longa
vida". Em outras palavras, nenhuma rotura por fadiga pode ocorrer; todas as fissuras
serão "de cima para baixo" e a reabilitação deve consistir apenas na remoção de 30 -
50 mm de material envelhecido e desagregado e sua substituição.
236
Apêndice J: Método do Número Estrutural
J.1.1 Introdução
O conceito de número estrutural foi introduzido pela primeira vez como resultado do
Ensaio de Estrada AASHO como uma medida da resistência geral do pavimento. É
essencialmente uma medida da espessura total do pavimento rodoviário ponderada de
acordo com a "resistência" de cada camada e calculada da seguinte forma:
SN = 0,0394 ∑ai.hi
onde:
237
Tabela J-1 Coeficientes de Resistência da Camada de Pavimento
Tipo de
Camada Condição Coeficiente
Camada
Revestimento
ai = 0,1
superficial
Bestão
Conforme acima Conforme acima
betuminoso
Estabilizada
CB 3 (UCS = 0,7 – 1,5 MPa) a = 0,1
com cimento
Notas:
1. Veja a apresentação acima.
2. Resistência à Compressão não Definida (UCS) é citada em MPa aos 14 dias.
3. MR30 é o módulo de elasticidade pelo ensaio de tracção indirecta a 30 C.
238
4. Usado para estradas de baixo volume (veja o Manual para a Provisão de Estradas Rurais
de Baixo Volume).
e
SNP = número estrutural ajustado do pavimento
SNA = contribuição das camadas de revestimento e base
239
SNS = contribuição da sub-base e camadas de enchimento seleccionadas
SNG = contribuição do leito
n = número de camadas de base e de revestimento (i = 1, n)
ai = coeficiente de camada para a camada de base ou de revestimento i
hi = espessura da camada de base ou de revestimento i, em mm
m = número de sub-bases e camadas de enchimento seleccionadas (j =
1, m)
aj = coeficiente de camada para sub-base ou camada de enchimento
seleccionada j para a temporada s
z = parâmetro de profundidade medido a partir do topo da sub-base
(lado inferior da base), em mm
zj = profundidade na parte inferior da camada j (z0 = 0), em mm
CBR = subcategoria CBR no local
Os valores dos coeficientes do modelo b0 a b3 são dados na Tabela J-2.
Deve-se notar que para as estradas que foram construídas de acordo com os projectos
da ANE Manual de Dimensionamento de Pavimentos -2011 (ou qualquer outro manual
para esse assunto) com camadas bem definidas de resistência uniforme, o Número
Estrutural Ajustado e o Número Estrutural Modificado são essencialmente idênticos. O
valor do SNP é calculado ao avaliar um pavimento com muitas camadas de resistência
variável.
240
Tabela J-3 Números Estruturais para Estruturas Dimensionadas
T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10
CÁTALOGO LEITO
1 1,5 3 6 10 17 30 50 80
241
T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10
CÁTALOGO LEITO
1 1,5 3 6 10 17 30 50 80
242
T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10
CÁTALOGO LEITO
1 1,5 3 6 10 17 30 50 80
243
J.1.5 Número Estrutural que Ilustra Progressões de Valores de Resistência
do Leito de Baixo para Cima e Nível de Tráfego
244
245
246
247
248
249
250
Notas
3 Para essas estruturas, mais opções são fornecidas no Manual para a Provisão de
Estradas Rurais de Baixo Volume,
4 As especificações para a base da estrada podem ser relaxadas conforme descrito no
Manual para a Provisão de Estradas Rurais de Baixo Volume,
3 Até 100 mm de sub-base pode ser substituído com enchimento seleccionado, desde
que a sub-base não seja reduzida a menos que a espessura da base ou 200 mm, o
que for maior. A taxa de substituição da sub-base para o enchimento seleccionado
é de 1 para 1,3
4 Uma sub-base estabilizada com cimento ou cal (CSS) também pode ser usada em
vez de uma sub-base granular (G30),
Diminuição da capacidade
2,2
de manutenção
Coeficientes de resistência
para materiais de Veja Tabela J-1
pavimentação
251
Apêndice K: Cone de Penetração Dinâmico
K.1 Introdução
O cone de de penetração dinâmico (DCP) é um instrumento que pode ser utilizado para
a medição da resistência no local de pavimentos existentes, construídos com materiais
não ligados. As medições podem ser feitas até uma profundidade de aproximadamente
800mm ou, até a uma profundidade de 1200mm mas deve ser montada uma haste de
extensão. Em camadas de pavimentos com diferentes níveis de resistência, os limites
entre esses pontos podem ser identificados e a espessura de cada camada estimada
através deste método.
Os ensaios de DCP são úteis para identificar a causa da deterioração da estrada quando
é associada a uma das camadas de pavimento n\ao ligadas, como, por exemplo, rotura
por corte da base ou sub-base da estrada.Uma comparação entre os resultados do DCP
em subsecções que estão no início da deterioração e as que estão em condições irá
permitir identificar rapidamente a camada de pavimento que é a causa do problema.
Geralmente é conveniente converter as espessuras individuais de cada camada de
pavimento e as resistências medidas no ensaio de DCP em número estrutural como
descrito no Apêndice J.
Se houver suspeita de que as roturas na estrada são relacionadas com a resistência da
estrutura geral do pavimento, podem facilmente comparar-se os números estruturais
das diferentes subsecções para identificar a fraqueza.
K.3 Operação
Deve ser sempre mantido um ambiente de trabalho seguro. Muitas organizações
deverão ter procedimentos de segurança no campo, que devem ser seguidos. Onde não
há procedimentos de segurança local, são recomendados os indicados no manual (TRL’s
Overseas Road Note 2),
252
Figure K-1 Cone de Penetração Dinâmico
O ensaio de DCP normalmente precisa de três operadores, um para segurar o
instrumento, um para levantar e soltar o peso e um técnico para registar as leituras. O
instrumento é mantido na vertical e o peso levantado apenas para tocar na pega. Deve
ser tomado cuidado para assegurar que o peso toque no punho, mas sem levantar o
instrumento, antes de se largar o peso. O operador deve deixá-lo cair livremente e não
parcialmente baixando-o com as mãos.
É recomendável que a leitura seja feita com aumentos de penetração de 10 em 10mm.
No entanto, geralmente é mais fácil tomar uma leitura após um determinado número
de golpes. É, por conseguinte, necessário alterar o número de golpes entre as leituras,
253
de acordo com a resistência da camada a ser penetrada. Para um material de boa
qualidade em bases granulares, leituras a cada 5 ou 10 golpes serão geralmente
satisfatórias, mas para camadas de leito ou sub-bases menos resistentes, leituras em
cada 1 ou 2 golpes podem ser apropriadas. Não há nenhuma desvantagem na tomada
de muitas leituras, mas se elas forem muito poucas, os pontos menos resistentes podem
ser perdidos e será mais difícil de identificar com precisão os limites das camadas e,
portanto, a informação importante poderá perder-se,
Quando é usada a versão estendida do DCP, o instrumento é conduzido para o
pavimento a uma profundidade de 400-500 mm antes da adição do eixo da
extensão.Para tal, a régua medidora é separada da sua base e o eixo é dividido para
acrescentar-se a extensão do eixo. Após a remontagem, uma leitura de penetração é
tomada antes que o ensaio seja continuado.
Após completar o ensaio, o aparelho DCP é removido batendo o peso contra a alça,
Deve-se tomar o cuidado na execução dessa operação, pois, se for feito com muito vigor
será reduzida a vida útil do instrumento.
No levantamento com DCP deve-se tomar cuidado, de descartar-se quaisquer leituras
que produzam resultados anómalos. Tais leituras podem resultar, por exemplo, onde
pedras grandes ocorrem na camada de pavimento (Figura K-2),
(a) Cone (b) Cone quebra pedra, O perfil do (c) Rod empurrado para o lado e (d) Resultado
não pode DCP ilustra um platô e as leituras inclinado num ângulo, Fricção normal
penetrar subsequentes podem ser baixas, excessiva na haste dá baixa
leitura
254
ocasionais apenas em materiais granulares, vale a pena repetir qualquer ensaio com
falha a uma distância curta do ponto do ensaio original.
Se, durante o ensaio, o DCP se inclinar para longe da vertical, nenhuma tentativa deve
ser feita para corrigi-lo porque o contacto entre o eixo e os lados do furo pode dar
origem a uma superestimava da resistência do leito devido a fricção na haste. Onde
houver uma espessura substancial de material granular, e quando forem necessárias
estimativas reais da resistência do leito (em vez de valores relativos), recomenda-se
que seja feito um furo na camada granular antes de ensaiar as camadas inferiores.
É sempre aconselhável verificar se o atrito lateral não influenciou o resultado de um
ensaio DCP. Isso é feito facilmente, tentando torcer o eixo quando o DCP está em
penetração total. Se o eixo não puder ser girado com facilidade entre os dedos, haverá
muito atrito lateral e o ensaio deverá ser repetido. O ensaio errado deve ser marcado
como tal, mas não abandonado, porque o problema de atrito lateral pode não ter surgido
na primeira parte do ensaio.
Se o DCP for usado extensivamente para materiais duros, o desgaste no próprio cone
será acelerado. O cone é uma peça substituível e é recomendado por outras autoridades
que seja substituído quando não estiver mais aguçado. No entanto, outras causas de
desgaste também podem ocorrer, portanto, o cone deve ser inspeccionado antes de
cada ensaio.
Os resultados do ensaio de DCP são geralmente registados num boletim de ensaio de
campo, como ilustrado na Figura K-3. Os resultados podem então ser registados à mão,
conforme ilustrado na Figura K-4, ou processados por computador.
255
Figura K-3 Formulário de Dados de Campo do DCP
256
Figura K-4 Resultado Típico do Ensaio de DCP
257
Figure K-5 Relações de DCP - CBR
258
Apêndice L: Ensaio de Penetração de Sonda
L.1 Descrição Geral
Este ensaio utiliza um cone penetrômetro de avaliação de solo modificado, originalmente
projectado pelo Estabelecimento Experimental de Engenharia Militar do Reino Unido
para a avaliação da resistência do solo no local. O cone padrão normalmente usado com
este penetrômetro é substituído por uma haste de sonda de 4 mm de diâmetro com
uma ponta hemisférica feita de aço endurecido, A sonda é forçada para a superfície da
estrada sob uma carga de 35 kgf (343N) aplicada por 10 segundos e a profundidade de
penetração é medida por um colar de mola que desliza para cima da haste da sonda. A
distância que o colar se move é medida com um leitor modificado. A temperatura da
superfície da estrada é registada e um método gráfico é usado para corrigir as medições
da sonda para um valor equivalente a uma temperatura padrão de 30 ° C.
259
Figure L-1 Método Gráfico para Corrigir Medições da Dureza da Superfície da
Estrada à Temperatura Padrão de 30 oC
260
Apêndice M: Normas de Ensaio Aplicáveis
M.1 Ensaios em Solos e Materiais Granulares
Ensaio Norma
Classificação de solos e misturas solo- AASHTO M145
agregados
Relações humidade-densidade dos solos / AASHTO T99 ou ASTM D698
mistura solo-agregado (compactação leve)
Relação Densidade-humidade dos solos / AASHTO T180 ou ASTM D1557
mistura solo-agregado (compactação pesada)
Relação de rolamento Califórnia de ailustras AASHTO T193 ou ASTM D1883
compactadas de laboratório
Análise granulometrica por de peneiramentoos AASHTO T27 ou ASTM C136
de agregados finos e grossos
Análise granulométrica dos solos AASHTO T88
Determinando o limite de liquidez de solos AASHTO T89 or ASTM D4318
Determinação do limite de plasticidade e AASHTO T90 or ASTM D4318
índice de plasticidade dos solos
Determinacao dos limites de retração dos AASHTO T92 or ASTM D4318
solos
Peso específico dos solos AASHTO T100
Relação tear de humidade-densidade das AASHTO T134
misturas solo-cimento
Densidade do solo no local pelo método do AASHTO T191 or ASTM D558
garafa de areia
Ensaio de Cal para constituintes químicos e AASHTO T219
dimensão das partículas
Determinação da resistência das misturas AASHTO T220 or ASTM D5102
solo-cal
Resistência à compressão de provetes ASTM D1633
cilindros de cimento-solo moldados
Determinação laboratorial do teor de AASHTO T265
humidade dos solos
Especificação para Cal rápida e Cal Hidratada ASTM C977
para Estabilização do Solo
Consumo inicial de cal e cimento BS1924 Part 2: 1990
261
M.2 Ensaios em Agregados
Ensaio Norma
Amostragem de Agregados AASHTO T2
Materiais com peneiro superior a 75 µm em agregados AASHTO T11
minerais por lavagem
Análise granulométrica de agregados finos e grossos AASHTO T27 ou TMH1 Method B4
Massa volúmica e absorção de agregado fino AASHTO T84 ou ASTM C127
Massa volúmica e absorção de agregado grosso AASHTO T85 ou ASTM C128
Solidez do agregado pelo uso de sulfato de sódio ou AASHTO T104 or ASTM C88
sulfato de magnésio
Dimensão média mínima TMH1 Método B18(a), ou TMH1
Método B18(b)T,
Índice de lamelação TMH1 Método B3
Esmagamento do agregado (ACV) TMH1 Método B1
Valor de Impacto Agregado (AIV) BS812 parte 112 (1990)
Valor de dez por cento de finos (TFV) TMH1 Método B2
Ensaio de abrasão de Los Angeles (LAA) AASHTO T96
Polimento Acelerado de Agregados Usando a Roda AASHTO T279
Britânica
Resistência à compressão de determinação de cubos de TMH1 Método D1
concreto
262
Ensaio Norma
Baridade máxima teórica e densidade do asfalto AASHTO T209 ou ASTM D2041
misturado a quente
Percentagem de vazios em misturas de Asfalto AASHTO T269 ou ASTM D2041
Compactado Denso e Aberto
Módulo de rigidez de tracção indirecta do asfalto AASHTO TP31 ou ASTM D4123
Determinação da rigidez de fluência de flexão do ligante AASHTO T313 ou ASTM D3497
de asfalto usando o reômetro de viga de dobra
Extração quantitativa e recuperação de ligante AASHTO T319
betuminoso apartir de misturas betuminosas
Ensaio de rastreio de roda de Hamburgo de mistura a AASHTO T324
quente do asfalto compactado
Resistência elástica indirecta TMH1 Método A16
Baridade de Rejeição Percentual prEN 12697-9
Estudo laboratorial de lamas asfálticas ASTM D 3910
Ensaio Norma
Determinação da penetração de agulha BS EN 12607-2
Determinação do ponto de amolecimento - método de BS EN 12607-3
anel e bola
Determinação da solubilidade BS EN 22592
Determinação da penetração de agulha BS EN 12607-1
Determinação do ponto de amolecimento - método de BS EN 12607-2
anel e bola
Determinação da solubilidade BS EN 12607-3
Determinação da resistência ao endurecimento sob Nome do Teste
influência de calor e ar - método RTFOT
263