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Versão 0.

Nome: Pummel Kagemaru.

Altura: 1.60.

Idade: 12 anos.

Maru sorriu ao olhar para o seu adversário derrotado.


O outro garoto estava gritando e segurando seu olho,
ou o que restou dele. Quando o curandeiro veio
correndo, Maru riu e disse “Você devia saber que não
deve desafiar seus superiores.”

“Você é louco!” O garoto respondeu, sua voz rouca


por gritar.

Maru sentiu uma mão em seu ombro e girou, se


colocando em postura de batalha. Atrás dele estava o
mestre, que abriu seu bloqueio com um tapa e
investiu o joelho no estômago do garoto. Seu fôlego
escapou num estouro e ele caiu sobre o

joelho, arfando.

“Você foi alertado”, o mestre disse. “Venha


comigo.”

Maru arfou e se colocou de pé e foi mancando atrás do mestre. “Garoto, você entende o
propósito deste lugar?”

“Acolher crianças indesejadas e ensiná-las a se defender”, Maru disse num rosnado. Ele nem
sequer viu a mão metida em seu rosto quando o mestre mais uma vez se virou para ele.

“Você está errado, e eu posso ver que você nunca entenderá”, o par passou para o interior escuro
do monastério, iluminado por pequenas estátuas dos antigos mestres, cada uma abençoada com
um brilho à altura de seus espíritos poderosos. “Você tem tanto potencial também...”

“Eu sou o mais forte aqui”, Maru disse, “Não é esse o ponto?”

Enquanto ele falava, eles alcançaram a entrada da pequena cela que Maru chamava de lar.
“Junte seus pertences enquanto conversamos.”

O garoto empalideceu enquanto ele começava a reunir suas poucas posses. “Você está me
expulsando?”

“Não”, o mestre disse, “você não está pronto para o que realmente fazemos aqui. Se você um dia
estiver, você poderá retornar.”

“Eu não conheço mais nada”, Maru disse, de olhos marejados. “Eu vou morrer lá fora.”

“Isso não é verdade”, o mestre disse. “Sua ferocidade injustificável lhe servirá bem em meio aos
forasteiros. Eles até poderão não culpá-lo por ela.”

“Eu vivo aqui desde que me lembro”, o garoto disse.

“Eu duvido”, o homem mais velho disse. “Você tinha 8 anos quando chegou aqui. Pare de tentar
colher simpatia de mim, isso não irá funcionar desta vez.” Ele examinou Maru por cima.
“Conte-me como você chegou aqui.”

“Você sabe tão bem quanto eu” o garoto cuspiu. “Foi depois da morte dos meus pais...”
--

Maru engatinhou para uma pequena fenda, espremendo seu corpo minúsculo num espaço em
que nenhum adulto poderia alcançar. Seu pai se colocou entre ele e o bando de monstros rugosos
que os apanhara se esgueirando por seu território. Ele olhou para sua mãe, incapaz de enxergá-la
claramente através das lágrimas.

O corpo pequeno dela jazia no pó, metade de seu rosto afundado pela maça que ela nunca viu
chegando. Seu pai cortara destramente os tornozelos da criatura, deixando ela sangrando
estatelada antes que o resto do bando aparecesse.

Seu pai soltou um urro e impeliu sua espada curta nas entranhas do monstro enquanto desviava o
golpe da cimitarra enferrujada e enegrecida de um dos outros. Quando ele puxou a lâmina de
volta, ele se certificou de torcê-la, rasgando o estômago do monstro. Ele desmoronou estatelado.

Apenas dois deles restaram e cada um se colocou em cada um dos flancos de seu pai. O homem
estava pálido e já sangrava por conta de uma dúzia de cortes pequenos. Ele ofegava apontando
uma lâmina para cada um dos monstros. Um saltou brandindo sua cimitarra, forçando o homem a
saltar para trás para, dentro do alcance do outro.

O pai sorriu para seu filho e girou, empalando-se na adaga da criatura para fender sua garganta
com a espada. Ele rapidamente se libertou e atirou a adaga no olho da outra criatura, antes de cair
de joelhos.

“Garoto, venha cá”, ele disse, ofegando.

Maru correu para a frente de seu pai, soluçando.

“Não há tempo para isso”, o homem mais velho disse, sua mão atrapalhando-se com o talismã que
ele usava. “Pegue isto”, ele disse, forçando o medalhão ensanguentado em sua mão.
“Eu tenho duas coisas que eu quero que você se lembre”, o homem disse. “Não tenha medo de
amar e ajudar os outros. Alguns chamam isso de fraqueza, pelos sete infernos, esse era o meu
caso até a conhecer...” ele olhou para sua esposa caída e sua voz coaxou. “As pessoas valem a
pena, e se você puder ajudar os outros, ajude.”

“Tá pai, eu vou ser o melhor, eu prometo”, Maru disse sufocado.

Seu pai tombou sobre o flanco, os braços caindo frouxos ao seu lado. “Mais… uma… coisa...” ele
arfou. “Se você lutar, lute para vencer. Apenas os fracos….” Ele parou de mexer os olhos conforme
suas pálpebras se fechavam.

Maru gritou e caiu de joelhos entre seus pais mortos.

--

“Então você me encontrou e me trouxe para cá”, ele terminou, jogando sua mochila sobre os
ombros.

“Seu pai estava certo e errado, e até que você veja como, você não tem lugar aqui”, ele conduziu
Maru até as cozinhas. O mestre pegou um saco pequeno cheio de queijo, pão e carne seca,
entregando-o a Maru.

“Você sabia que ia me expulsar!” O garoto berrou.

“Não” ele disse. “Eu tenho um pacote pronto sempre. A vida de um monge não é fácil e muitos
não têm a força”, o mestre piscou para ele e disse, “você tem a força, mas não a disciplina”. Ele
entregou o saco ao garoto e o abraçou. “Eu espero que um dia você seja capaz de retornar para
mim e eu possa lhe ensinar todos os meus segredos, mas por ora você deve ir. Há uma aldeia a 5
dias de viagem para o norte. A rota é segura o bastante e a comida deve durar por um bom
tempo. Boa sorte, minha criança.”
Maru olhou para o homem, lágrimas descendo pelo seu rosto, as mãos apertadas em punhos.
“Isso não importa, eu serei o mais forte, não importa como.”

O mestre apenas franziu o cenho, “se é isso o que quer, então certamente você será”.

--

Maru olhou ao redor para os bosques, o céu escurecendo. “Só cinco dias de viagem para o norte”,
ele resmungou. “Já faz uma semana e aqui estou”, ele resmungou. “Seja lá onde diabos for isso.”

De repente, ele ouviu um ganido, e ele girou. Um pequeno cachorro coberto por um pelo
amarronzado disparava ao longo da estrada na qual Maru se encontrava, sendo perseguido pelo
que parecia ser uma criança coberta de casca de árvore. Ela estava rindo e estalando um chicote
contra o cão.

Maru deixou sua mochila cair e correu com toda a velocidade treinada dentro dele e investiu o
ombro contra a criança de madeira. Ele sentiu seu ombro distender ao ser repelido pela criança,
que tropeçou e girou para Maru.

“Você é o meu brinquedo novo?” A criatura disse, estalando o chicote, o rosto esticado num
enorme sorriso.

“Eu não sou brinquedo de ninguém”, ele disse, entrando na postura de louva-a-deus, ”eu farei
você pagar por torturar esse pobre cachorro”.

“O Repolho tentou roubar o meu chicote, ele precisa ser punido”, a garota disse.

Maru não respondeu, em vez disso ele bateu o punho contra o peito da criança árvore. A
madeira cedeu um pouco e lascas voaram em todas as direções. Anos de treinamento batendo em
árvores e pedras salvaram suas mãos de qualquer dano.

A criança gritou e começou a chorar. “Ei! Eu não machuquei ele! Eu só o assustei um pouco!
Você é um valentão!” Com um movimento rápido, a criatura estalou o chicote nas pernas de
Maru, no qual saltou no ar, mas o chicote foi rápido demais, apanhando seu tornozelo e o
puxando para o chão.

“Agora eu vou machucar você!” A criança árvore disse, levantando seu braço de galho para bater
na cabeça de Maru.

Maru se preparou para bloquear o golpe, enrijecendo-se para o ataque, mas ele nunca chegou.

“Já basta, Elmer.” Uma voz disse.

“Mas ele me machucou!” A criança árvore choramingou.

“E você o atacou com seu chicote” ela disse, “eu disse, nada de brigar!”

“Sinto muito”, a criança árvore disse.

“Você deveria sentir, agora dê o fora daqui antes que eu machuque você também, ou pior, conte à
sua mãe o que você fez.”

A árvore guinchou e saiu correndo.

“Desculpe pela exuberância daquela jovem ninfa”, disse a voz acima dele. Mar abriu os olhos para
ver uma adulta de meia-idade parada acima dele. A mulher tinha cabelo grisalho, mas seu corpo
era esbelto, ela usava uma armadura de couro bem gasta. Um arco estava amarrado às suas
costas e um par de espadas curtas pendia de seu cinto. “Obrigada por tentar ajudar o meu cão, o
Repolho é meio difícil.”

Maru gemeu e se colocou de pé. “Obrigado, eu acho, embora eu presuma que quem mandou
aquela garotinha árvore fazer isso tenha sido você.”

“Está correto, você não é idiota em todo caso.” Ela sorriu para ele. “Gostaria de vir à minha casa
para comer alguma coisa?”

O estômago de Maru roncou com a menção de comida. “Claro, mas se você tentar me machucar
ou me enganar de novo, eu machuco você de volta,” ele rosnou. “Eu devo lhe avisar que eu sou
um monge treinado para lutar.”

A mulher sorriu e disse “eu não sonharia em tentar lutar com um grandalhão como você. Se
puder me seguir, eu vou encher a sua barriga”.

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