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UNIVERSIDADE DE CABO VERDE

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS, HUMANAS E ARTES


Licenciatura em Psicologia - Vertente Clínica e da Saúde

Repercussões do Trabalho em Acolhimento


Institucional na Saúde Mental dos
Cuidadores do Centro de Proteção Social
Lém Cachorro

ODAIR MENDONÇA SEMEDO

Orientadora: Francisca Freyre

2
UNIVERSIDADE DE CABO VERDE
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS, HUMANAS E ARTES
Licenciatura em Psicologia - Vertente Clínica e da Saúde

Repercussões do Trabalho em Acolhimento Institucional na Saúde


Mental dos Cuidadores do Centro de Proteção Social Lém
Cachorro

ODAIR MENDONÇA SEMEDO

Relatório Técnico científico apresentado a


Universidade de Cabo Verde para
obtenção do grau de Licenciatura em
Psicologia.

Presidente
_______________________________________________
Arguente
________________________________________________
Orientadora
_____________________________________________

3
Agradecimentos

Olhando para esses quatros anos, escrevo essas linhas com emoções à flor da pele. Depois
de muitos acontecimentos, quem diria que chegaria até aqui. No meio do caminho, a minha mãe
faleceu e pensei que tudo iria acabar, mas graças a Deus, meus familiares, amigos e professores
continuei persistente e firme. Agradeço infinitamente ao criador do universo, à minha avó, minhas
tias maternas e paternas. Aos meus grandes amigos, Rafael, Tommy e Luana. As professoras do
curso de Psicologia, em especial, Eurídice Amarante, Francisca Freyre, Belinda do Rosário,
Jeannette Moreira, Belmira Miranda e Herculano Baessa. Votos de gratidão aos meus colegas
Psis, em especial Ana da Veiga, Rosana Sousa, Mário Moreira, Djaliza Alves, Clementina de
Pina, Adair Pereira, Eveline Vieira e Katryziah Gomes.

A minha orientadora Francisca Freyre pela pronta disponibilidade, paciência e


cooperação nesta pesquisa. A universidade de Cabo Verde e a Fundação Cabo verdiano de Acção
Social Escolar pela oportunidade de realizar a licenciatura nesta área que transforma vidas e todos
aqueles e aquelas que de uma forma direta ou indireta contribuíram para o alcance dessa meta.

Grato aos Cuidadores do Centro de Proteção Social Lém Cachorro pela humilde
colaboração e engajamento nessa pesquisa.

Eterna Gratidão!

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Resumo

O presente relatório dá-se em seguimento ao Estágio Curricular realizado no Centro de


Proteção Social de Lém Cachorro. O objetivo geral foi descrever as repercussões do trabalho em
acolhimento institucional na saúde mental dos Cuidadores do Centro de Proteção Social Lém
Cachorro e os objetivos específicos foram conhecer as dificuldades e os pontos fortes enfrentados
pelos cuidadores, listar as ações feitas pelos Cuidadores para cuidar da sua saúde mental e listar
algumas recomendações institucionais sobre os cuidados com a saúde mental dos cuidadores.
Tratou de um estudo qualitativo. Participaram doze (12) cuidadores do Centro de Proteção Social
Lém Cachorro que responderam uma entrevista com questões semiestruturadas e abertas e que
foram analisadas utilizando análise de conteúdo de Bardin.

Os resultados foram classificados em sete (7) categorias: dificuldades acerca do cuidado,


aspectos positivos dos cuidados, autopercepção acerca da saúde mental, estratégias de
enfrentamento, mudanças positivas, mudanças negativas e recomendações institucionais. Como
resultados, encontrou-se que o trabalho repercute de forma positiva e negativa na saúde mental
dos cuidadores. Mesmo que os cuidadores vejam o seu processo de cuidado como algo que traz
alguns benefícios, a repercussão negativa e as dificuldades que enfrentam afirmam ter “mais
peso” na saúde mental. Este estudo torna-se muito pertinente para chamar a atenção dos
responsáveis desta instituição e da sociedade acerca do sofrimento físico e psicológico que os
cuidadores vêm enfrentando no dia a dia, bem como a possibilidade de criar políticas públicas
voltadas para o bem estar físico e emocional de quem cuida e não é cuidado.

Palavra-chave: Acolhimento Institucional; Cuidadores; Saúde Mental; Centro de Proteção social


Lém Cachorro.

5
Índice
1 7

2 8

2.1 8

3 9

4 10

4.1 10

5 11

6 12

6.1 12

6.2 13

6.3 13

7 13

8 36

9 39

10 41

11 43

6
1 Introdução

O presente relatório enquadra-se na obrigatoriedade do currículo apresentado pela


Universidade de Cabo Verde no final do curso de Psicologia, vertente clínica e da saúde para a
obtenção do grau de licenciatura.

As razões que levaram a escolha deste tema é por ter poucos trabalhos a nível acadêmico
e na literatura acerca dos cuidadores. Por existir uma certa negligência com estes profissionais
que cuidam dos outros e não são cuidados e pela observação direta, escuta e contato diário com
os cuidadores na execução dos seus trabalhos, onde foi observado alto índice de sofrimento
psíquico face às exigências e trabalho com crianças e adolescentes em grandes números,
personalidades diferentes, problemas graves de comportamento e de vulnerabilidade social e
emocional.

O problema do trabalho é a saúde mental dos Cuidadores face às repercussões dos seus
trabalhos no Centro de Acolhimento Institucional. A metodologia utilizada para responder aos
objetivos deste estudo foi o método qualitativo e a entrevista como instrumento. O objetivo geral
do trabalho é descrever as repercussões do trabalho em acolhimento institucional na saúde mental
dos Cuidadores do Centro de Proteção Social Lém Cachorro e os objetivos específicos são:
Conhecer as dificuldades e os pontos fortes enfrentados pelos Cuidadores, listar as ações feitas
pelos Cuidadores para cuidar da sua saúde mental e apontar algumas recomendações
institucionais sobre os cuidados com a saúde mental dos cuidadores.

Relativamente, a estruturação deste trabalho, nos primeiros pontos, faz-se o


enquadramento teórico, depois discussão dos dados obtidos , considerações finais, apêndices e
anexos.

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2 Enquadramento Teórico

2.1 Estudos acerca das repercussões do trabalho em Centros de Acolhimentos


Institucionais na saúde mental dos Cuidadores

Pereira (2013) ao investigar as práticas de cuidado realizadas pelas cuidadoras na Cidade


de Curitiba, Paraná, observou que as mesmas passavam por muitas dificuldades no dia a dia
advindo do processo do cuidado, nomeadamente não serem alertadas sobre as mudanças que
ocorrem no funcionamento dos Centros, não conseguirem acompanhar as crianças na escola e não
saber sobre as histórias de vida das crianças e adolescentes que lidam diariamente.

A investigadora também descobriu que trabalhar nos Centros traz sensações de gozo e
descontentamento. Dentro do gozo foram destacados cuidar dos que os pais abandonam e ver que
suas presenças têm impacto em casos em que os pais demonstram negligência em relação aos
filhos. Dos descontentamentos temos: salário baixo, falta de tempo para cuidar dos próprios
filhos, não serem enfatizados e reconhecidos por aquilo que fazem.

Avoglia et al. (2012) realizaram uma outra investigação com seis (6) cuidadoras cujo
tema era a imagem e relações com as crianças em situações de acolhimento institucional numa
instituição de abrigo de Diadema, São Paulo, onde aplicaram e analisaram o teste de desenho
temático, e constaram sinais de esgotamento a nível emocional, físico e energético. Notou-se falta
de afetividade nos cuidados com as crianças e a maioria das cuidadoras veem o acolhimento como
algo negativo para as crianças.

Em outro estudo feito por Lima (2012) sobre o cuidado sob os princípios teóricos da
Psicodinâmica, com cuidadoras de crianças dos zeros a seis anos num centro de acolhimento do
município de Macaé, no Estado de Rio de Janeiro, onde observaram que o trabalho do cuidado é
diversificado, com extrema relação interpessoal, necessitando sempre a inovação e criatividade.
Notou-se sentimentos negativos nas cuidadoras como dúvidas da própria prática, medo face ao
ambiente pouco seguro. Verificou a falta de prestígio profissional igual aos resultados de Pereira
(2013).

Barros & Fiamenglhi (2006) fizeram um estudo etnográfico sobre interações afetivas de
crianças abrigadas, onde o objetivo do estudo era observar as interações entre crianças que
habitam em centros de acolhimentos e suas cuidadoras. certificaram pouca capacitação das
cuidadoras para trabalhar, comportamentos de agressividade verbal com as crianças, poucas ações
de carinho, afetividade e palavras de conforto. Uma das entrevistadas reclamou da falta de um
psicólogo para elas, pois são quem mais precisam.

8
Golin & Benetti (2013) ao investigarem sobre acolhimento precoce e vínculo com três
(3) crianças acolhidas com idades entre 1 e 2 anos e seus cuidadores num centro de Rio Grande
do Sul, verificaram em relação às cuidadoras a necessidade de terem apoio emocional para
trabalharem as fantasias e sentimentos que surgem ao longo dos cuidados com as crianças.

Romero et al. (2016) realizaram também um estudo sobre transtornos mentais comuns
(Insônia, fadiga, sintomas depressivos, irritabilidade, esquecimento, dificuldades de concentração
e queixas somáticas) em educadores sociais de albergues, situado no município de São Paulo com
104 educadoras entre 18 e 60 anos e descobriram que a maioria dos educadores tinham sintomas
de transtornos mentais comuns (TMC) e enfrentam inúmeras situações de riscos psicológicos. O
sexo feminino ilustrou mais números estatísticos e propensos a terem transtornos mentais comuns
do que sexo masculino.

Costa (2015) fez um estudo sobre desenvolvimento e avaliação de impacto de intervenção


preventiva para síndrome de Burnout em cuidadores residentes e verificou que trabalhar com
crianças e adolescentes em centros de acolhimento possui muitas demandas, o que pode levar a
desenvolver sintomas de síndrome do Burnout e sugere breves trabalhos de intervenção para
prevenir a síndrome do Burnout e promover a saúde desses cuidadores. Em uma das
considerações finais, a autora realça:

“O trabalho desempenhado pelos cuidadores residentes é de extrema importância


para as crianças e adolescentes acolhidos e pode representar um fator de proteção para
crianças com histórico de maus tratos e abandono. Por outro lado, os graves problemas
que as crianças e adolescentes podem apresentar, bem como as tarefas desempenhadas
diariamente podem se constituir em demandas estressantes para os profissionais.” (Costa,
2015, p.42)

3 Pergunta de partida

Sobre pergunta de partida, Prodanov & Freitas (2013) abordam:

“O problema, então, é qualquer questão não solvida e que é objeto de discussão, em

qualquer domínio do conhecimento. É, portanto, uma questão que mostra uma situação

que requer discussão, investigação, decisão ou solução. De maneira simplificada,

podemos dizer que o problema é uma questão a que a pesquisa pretende responder. Todo

9
o processo de pesquisa se desenvolverá em torno de sua solução.” ( Prodanov & de

Freitas, 2013, p.84).

Diante disso, esta pesquisa tem como pergunta de partida:

● Quais são as repercussões do trabalho em acolhimento institucional na saúde mental dos

Cuidadores do Centro de Proteção Social Lém Cachorro?

4 Objetivo geral

Segundo Prodanov & de Freitas, (2013) o objetivo geral:

Remete à conclusão do trabalho de pesquisa. Caracteriza-se por apresentar

enunciado mais amplo, que expressa uma filosofia de ação (Prodanov e de Freitas, 2013,

p.96).

O objetivo geral desta pesquisa é:

● Descrever as repercussões do trabalho em acolhimento institucional na


saúde mental dos Cuidadores do Centro de Proteção Social Lém Cachorro.

4.1 Objetivos específicos

Em relação aos objetivos específicos, os mesmos autores realçam que são mais simples,
concretos. São alcançáveis em menor tempo e explicitam desempenhos observáveis. Permitem
alcançar o objetivo geral (Prodanov & Freitas, 2013).

Os objetivos específicos traçados são:

● Conhecer as dificuldades enfrentadas e os pontos fortes dos


Cuidadores;
● Listar as ações feitas pelos Cuidadores para cuidar da sua saúde
mental;
● Apontar algumas recomendações institucionais sobre os
cuidados com a saúde mental dos cuidadores.

10
5 Metodologia
Segundo Gil (2008):

“Pode-se definir método como caminho para se chegar a determinado fim. E


método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados
para se atingir o conhecimento.” (Gil, 2008, p.8).

De inúmeras metodologias existentes, a mais adequada foi a pesquisa qualitativa.


Prodanov & de Freitas (2013) o conceitua como:

Uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo


indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser
traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são
básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o
instrumento-chave. Tal pesquisa é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus
dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem.
(Prodanov & de Freitas, 2013, p.70).

Para levantar os dados, foi utilizado como instrumento a entrevista. Gil (2008) o define
como:

“A técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula


perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação. A
entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma
de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta
como fonte de informação.” (Gil, 2008, p.109).

Entre as várias modalidades de entrevistas existentes, a semiestruturada encaixa-se


melhor. Gil (2008) denomina este tipo de entrevista como entrevista por pauta, onde:

“Apresenta certo grau de estruturação, já que se guia por uma relação de pontos
de interesse que o entrevistador vai explorando ao longo de seu curso. As pautas devem
ser ordenadas e guardar certa relação entre si. O entrevistador faz poucas perguntas
diretas e deixa o entrevistado falar livremente à medida que refere às pautas assinaladas.
Quando este se afasta delas, o entrevistador intervém, embora de maneira suficientemente
sutil, para preservar a espontaneidade do processo.” (Gil, 2008, p.112).

Todo procedimento e construção do trabalho ocorreu durante o mês de setembro. O


estudo foi realizado no Centro de Proteção Social Lém Cachorro, uma das unidades do Instituto

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Cabo Verdiana da Criança e do Adolescente na Cidade da Praia e teve a duração de dois (2) dias,
sexta-feira e segunda-feira.

Participaram do estudo 12 Cuidadores que lidam diariamente com as crianças e


adolescentes. Oito (8) do sexo feminino e quatro (4) do sexo masculino. Uma (1) das entrevistas
foram feitas pela internet. Para iniciar a pesquisa, foi contatado a coordenadora do respectivo
Centro via E-mail, anexando o termo de autorização bem como o termo de consentimento
informado para solicitar a permissão da pesquisa no Centro. A entrevista ficou marcada para
sexta-feira, dia oito (8) de setembro, às 11:00 da manhã numa das salas do Centro e terminou no
dia onze (11), segunda-feira.

A entrevista foi construída com base nos objetivos específicos com 12 perguntas com
questões semiestruturadas e abertas.

Antes de começar as entrevistas, os entrevistados leram o termo de consentimento


informado e assinaram. Nenhum deles negou participar. Todas as entrevistas foram gravadas,
conforme o consentimento informado.

Antes de analisar os dados, elas foram ouvidas, estudadas e transcritas, seguido da análise
de conteúdo de Bardin (1977) onde segundo suas palavras:

“A análise de conteúdo aparece como um conjunto de técnicas de análise das

comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do

conteúdo das mensagens.” (Bardin, 1977, p.38).

6 Resultados

O conteúdo das entrevistas será apresentado em dois momentos: primeiramente, será feita
a caracterização dos participantes da pesquisa, rotina de trabalho dos mesmos e as exigências ou
demandas que enfrentam. A seguir, será apresentada a categorização das respostas das entrevistas
realizadas.

6.1 Caracterização dos participantes

O Centro de Proteção Social Lém Cachorro conta com dezesseis (16) cuidadores e apenas
12 participaram deste estudo. Dentre eles, oito (8) são mulheres e quatro (4) homens com idades

12
entre 30 e 48 anos. A maioria tem mais de 20 anos de trabalho e somente duas delas estão com
poucos anos de experiência profissional. A maioria foi contratada pelo processo de recrutamento,
estágio curricular e prestação de serviços. Foram escolhidos esses cuidadores porque lidam
diretamente com as crianças, conhecem de perto todo funcionamento e possuem experiências que
ajudam a responder o objetivo deste estudo.

6.2 Caracterização da rotina de trabalho

O centro possui dois horários: 8:00 horas às 16:00 e 9:00 às 17:00 da tarde. A maioria
entra no primeiro horário, contudo os cuidadores que cuidam da limpeza e da portaria entram às
7:00 da manhã e saem às 15:00. Somente a coordenadora do Centro que em tempos normais, entra
às 9:00 e sai às 17:00 da tarde. São oito (8) horas de trabalho por dia. Os que entram às 7:00 da
manhã fazem a limpeza do centro para que os acolhidos se encontrem em um bom estado. Cuida
das crianças e adolescentes que chegam cedo. Toma pão, recolhe a água nas casas de banho,
cozinha e fiscaliza as crianças na entrada. Os que entram às 8:00 da manhã realizam acolhimento
matinal, visitas domiciliares, escolares, escrita de relatórios dessas visitas, atendimento
psicossocial e psicológico, acompanhamento a crianças no refeitório, pátio, higiene e estudo
orientado. De acordo com a rotina de trabalho e relação com os acolhidos, os cuidadores
responderam às entrevistas deste estudo.

6.3 Exigências ou demandas que enfrentam

De acordo com os doze (12) cuidadores entrevistados as exigências que enfrentam


diariamente são: ter muita paciência; estar atentas às crianças, cumprir toda função de cuidador,
ensiná-los e mostrar-lhes as regras de boas condutas; exige muita escuta e atenção, concentração
e calma. Dar cada vez mais de si; lidar com comportamentos difíceis das crianças e adolescentes,
encontrar soluções para os problemas e casos específicos que surgem.

7 Análise de conteúdo

A análise de conteúdo das entrevistas realizadas com os cuidadores do Centro de Proteção


Social Lém Cachorro possibilitou identificar sete (7) categorias: dificuldades acerca do cuidado,

13
aspectos positivos acerca do cuidado, autopercepção acerca da saúde mental, mudanças negativas,
mudanças positivas, estratégias de enfrentamento e recomendações institucionais. Para facilitar a
visualização das mesmas, elas foram organizadas na tabela abaixo.

Tabela 1: Categorias e Unidades de registro

Categorias Unidades de registro

Dificuldades acerca do cuidado e do Ser um Centro de dia.

trabalho.
" principal dificuldade é pamode nós é um centro de

dia. Es ka ta permanece 24 horas. Es ta bem, es ta

torna bai, depos as vezes um dia bu ta fazi um

trabadjo bu ta adja ok ma dja bu salta um degrau,

meninos ta bai casa ou kel crianca ou adolescentes

ta bai casa, ta torna volta ku mesmo problema ou

pior e bu te m k comesa de novo. Djobi novo forma

de lida ku es, ku kel problema pa odja si ta bai pa

frente " ( sujeito 1).

Grande número de crianças.

Falta de apoio dos pais e familiares.

Falta de materiais.

Falta de recursos humanos.

Falta de capacitação para situações especificas.

" dificuldade fundamental n ta fla é ... nu tem um

numero de criancas bem grande, numeros de

funcionarios é insuficientes pa demandas e nao so.

14
Pa parte de familia, nu tem alguns dificuldades, pmd

so kes k nu ta fazi na centro é ka suficiente, pmd

horas kes bai pa casa, tudo kes trabadjos ta volta

atras ses ka tem um retaguarda familiar. As ves nu

ta txoma pais pa bem pa nu bem tenta fazi kes

trabadjo em conjunto, portanto é mutu poku

aderencias de pais e kela é um um de grande

problemas" ( sujeito 2).

Presença de um Psicólogo diário.

" um dos maiores dificuldades li kin ta odja é pá tem

psicólogo li, pá acompanha meninos. Maioria é nos

k ta da apoio. Meste de um psicólogo diário, de

segunda a sexta pelomenos" (sujeito 3)

Folga no meio da semana.

" ka tem folga. N ta trabadja de segunda a domingo"

( sujeito 7).

Controlar e resolver os conflitos entre as crianças,

adolescentes e Cuidadores.

" dificuldade é munti. Primero dificuldade é horas

kin odja man n ka sa consegui controla kel menino

sima deve ser. N ta xinte man sta incapaz. Ta kre

sempre pan consegue trabadja dreto ku el ti fim, k

nu ka tive nenhum conflito, nem es ku ses colega, pa

nu sta tudo dreto " (sujeito 8).

15
" As vezes é compensatorio, as vezes bu ta odja ma

bu trabadjo sa ta muda algum forma de odja vida de

utentes, mas é ta desgastou bastante na lida ku

conflitos " (sujeito 12).

Fundo para situações emergentes.

" Às vezes bu ta bai casa de um família, bu ta repara

ku um emergência k bu tem k resolve na hora, ma bu

salário ka ta djuda. As vezes ta afetou bu saúde

mental na kes kuza lá. Bu ta bai visita um família, bu

ta adjal na um situason de nem panela riba, bo kuze

bu ta fazi? Bu ta fica ku consciência pisado, bu ta

bai casa boh é capaz de dorme? Bu ka ta consegue

dorme. É um trabadjo que ta mexi ku psicológico de

alguém. Financeiramente, bu vencimento ka ta da

nem pá bo. Ka tem um fundo k horas k bu bai visita

kes família e bu adjas ku um situason de urgência pó

recorre a es fundo. Centro ka tem " (sujeito 9).

Manter ponte com as famílias e os manter por perto.

" nha maior dificuldade é mante sempre kel ponto, é

ka pamode man n ka ta mante, ku famílias, pamode

nu sabi ma só nos nu ka ta podi trabadja ku minino.

Nha maior dificuldade é teni família, mas perto de

16
mi, pá djudam traça objetivos kin ka ta alcança, nu

ta kre pés bem sem nu txomas" (sujeito 11).

Desorganização das tarefas e salário baixo.

" muitas vezes, em vez de n fazi nha trabadjo n tem

k ba fazi trabadjo de otu alguém" (sujeito 4).

" monitoras sta li ma quase é ka ta fazi se trabadjo.

Bu sta fazi um trabadjo, bu sa da cobertura na otu

alguém. Bu sa da cobertura na cozinha, na sala, na

limpeza. Na tudo kuza. Bu tem nome de monitor, ma

kuale ke di boh goh bu ka sabi. Bu tem k da conta

recado na tudo " (sujeito 9)

Ajuda na cozinha.

" cozinha é um kuza cansativo mesmo. Centro

cozinha é mesmo cansativo. Bo so, bu tem que fazi

keli, kela. Aleu ta casca keli, as ves k minis sta de

bom humor es ta dou mozada, horas kes ka sta, é po

bai sem fadiga. Minis ka poi kuzas na lugar, por isso

kin ta exige pes poi, Sin ka sta mutu aterrafado n ta

pos el. Kou ke tem munti alguem si, bu ka ta

consegue poi de bu jeito. Ntom é ta cansou po torna

rumal " ( sujeito 6).

17
Contribuição.
Aspectos positivos acerca do cuidado
e trabalho.
" N pode define isso como contribuison. Contribui

de tudo forma. N ta acredita me nha misson de vida.

Ta trazem txeu retorno em forma de experiencias e

evolução como ser humano. Txudam ganha um

maior intervenson de vida. N pode acrescenta... é o

fato de sabi ma numero de crianças e adolescentes

que debia staba na rua, mas es sta li protegidos.

Podi asseguras refeições quente, espaço undi es

pode tem um espaço pés estuda e desenvolve "

(sujeito 12).

Gratificação.

" um kuza txeu gratificante é odja horas ku toca kel

criança, kel adolescente. Mo consegue djudal na

alguns aspectos menos bom na se vida" (sujeito 11).

Satisfação e contentamento.

" Bom, é... pronto, sabendo que nos crianças é kes k

ta bem de famílias ku alguns dificuldades

financeiras e não só. Tendo kes crianças li na

centro, pode fazi algum kuza pá djudas na ses futuro,

n ta adja me um kuza positivo pá nos. Tem crianças

que ka tem pai ou mãe presente, que tem carência

afetiva e nos na centro nu sta li pá es, ntom é um

satisfason pá mi " (sujeito 2).

18
" positivo é kin ta txinte ma ta djuda txeu meninos,

familiares, ta txinte txeu contente. Es propi horas kes

txiga na bo kes flou n sa sastifeitos pmd n tive kel

apoio, assim asado, n ta agradece nhos, n ta xinte

bastante satisfeita " (sujeito 8).

Amadurecimento.

" bu ta torna um pessoa mutu madura. Bu ta conxe

realidade de que um alguém que ka trabadja na icca

ka conxe. Cada vez ku repara ku um situason é

pisado pá bo. Trabadja na icca é um aprendizado

tudo dia. Tudo dia é um kuza novo" (sujeito 9).

Ajuda, conhece muitas pessoas, aprende muito, tem

algumas situações de humor.

" bu ta djuda alguém. Bu ta conxi munti alguém. Bu

ta prendi ku kes minis la txeu kuzas, ku familias

tambe. Txeu kuzas k bu ka sabi bu ta fica ta sabi. De

vez em quando, tem alguns kuzas bu ta da uns

grasinhas (risos) " (sujeito 4).

Trabalho tranquilo.

" é um trabadjo discontra" (sujeito 7).

19
20
Autopercepção acerca da saúde mental. Bem.

" N ta odja ma sta dreto, pmd li ok, é txeu

estressante, mas depos n ta bai casa, n ta tenta fazi

kuza spa relaxa" (sujeito 1).

Descontrolado.

" de meu sta descontrolado. Um bes n tinha, gosi n

ka sa xinte capaz. Ka sa xinte capacitado pan sta

txeu tempo na sala de cedo ku tarde ku crianças. Nos

é 8:00 seguido, nem tempo pá nu come nu ka tem. Si

nu kre poi kudjer na boca, nu tem k poi djunto ku

minino. La bu tem k fla keta, obi, para. Dentro

centro lém cachorro li pessoas sta tudo cansado. Bo

cansado, mente cansado. Cabeça descontrolado,

nem nome de mininos n ka sa lembra, mas. Nha

cabes adja satura. Ka sta aguenta. Ka tem estatuto

k ta fla kuando tem que reforma" (sujeito 9).

Nada bem.

" n ta adja ma ka sta dreto, N ta xinte na mi tambe.

Por exemplo, mi horas kin bem trabadjo n ta bai

desgastado, mi tambe n tem familia, n tem fidjo k ta

meste de atenson. É desgaste. Ta rabenta ku nos"

(sujeito 3).

21
" As vez n ta bai de trabadjo exausta, n ta toma um

banho, n ta deta, pa ninguem ka incomodam.

Resolve conflito entre criancas, familiares e

colegas, n ta fica quase ta esplode. Bu tem k ta

respira fundo de tanto estresse. Nha saude mental

meste djobi. Um dia nha cabeca vira ta boia de txeu

estrese " (sujeito 4).

" ka sta nada, pamode nos nu ta fica sobcarregado,

professores ta dado ses ferias, depos es ta bem

retorna, mas nos nao, tirando dia feriados, ka tem.

Nu ta fica li tudo dia, na ferias e na escola, Nos

funcionarios nu podi ti bem tudo dia, mas tambem

as vez sem emninos, asi bu ta arma fria memoria ku

cabeca " (sujeito 6).

" tem txeu kuza k ta estressou. Tem txeu kin ta odja

n ka ta liga. Tem k sabi lida ku kada um. Kuakler

kuzinha dja pega, bu ta fica kual na cabeça " (sujeito

5).

" sta ma pa lado negativo do que positivo. N ta xinte

txeu estresse, as vez desmotivado e xinte ma kuzas

sa ultrapassam limite" (sujeito 8).

22
Imperfeito.

" Bom, na verdade n ta fla, se calhar, é um questao

k nu ta poi li txeu, és ta preocupa so ku situasons de

criancas e ka ta djobi situason de trabadjadores.

Ami n ka pode avaliou concretamente nha saude

mental, ma... n ta xinte ma n ka teni saude mental ja

perfeito, pmo kanto ano na kel trabadjo li. Txeu

demandas, desgaste, ntom n ta adja ma devia

djebedo pa saude mental de nos trabadjadores "

(sujeito 2).

Um pouco abalado.

"Bom.... nu geral propi, saude mental de pessoas, é

ku kel chegada de covid, ku munti aspeto de vida de

dia a dia k nu ta lida kual, nu sabi ma saude mental

sempre ta fica um poku abalado. Li na centro, dando

a kes demandas k bu ta trabadja ku criancas e

adolescentes, ku varios tipos de comportamentos, as

vez ta semeia, as vez ta desverge um bocadinho de

companhero. Ntom tudo dia bu ta lida ku varios

situasons kes ta bem kual la de ses familias, as vezes

ta caba pa abala um bocadinho" (sujeito 11).

Muito abalado.

23
" nha saude mental assim como nhas otus colegas, n

ta acredita ma sta txeu abalado. Ta requere txeu

manutenson. Recareega energia. N ta acredita ma

nha saude mental ta abala constantemente. N ta

realca mesmo a nivel fisico n kaba pa xinte txeu dor

na piscos, riba costa, ntom txeu sobcarga, n ta

acredita me sintomas de estresse. N ta xintiba

bastante dor de cabesa as vezes. N ta sai de casa

dreto, txeio de energia, ma horas kin txiga centro n

ta txinte txeu sobrecarga. Alguns sintomas de peso

na ombro. Sensacoes esquesito na cabesa, na corpo.

Sintomas fisicos kin ta xinte. Hoje em dia n ta

acredita me di propri dinamica de trabadjo. Ta sta

na um abiente txeu conflituoso, ta afetou bu saude

fisico e mental Ta exige txeu de bo. " (sujeito 12).

Estratégias de enfrentamento.

Leitura de bíblia, assistir vídeos de liderança e moda

na internet.

" n ta fazi leitura de bíblia, otus livros tambe, n ta

odja txeu vídeos na internet, vídeo memo de forma

de liderança e vídeo de moda" (sujeito 1).

24
Exercícios físicos, leituras de assuntos fora de

trabalho, ouvir músicas, estar com as famílias, ir à

praia de mar, meditação e caminhada.

" n ta fazi nha exercício físico, n ta fazi leituras ke

ka assuntos de trabadjo. N ta obi musica, sta ku

famílias. N ta bai mar, sempre n ta djobi algo kin ta

desliga um bocadinho " (sujeito 11).

" É... exercícios físicas, meditação e caminhada "

(sujeito 3).

" n ta trena k ta djudam ku nha cansera" (sujeito 5).

Tentar não irritar, estar num lugar calmo.

" tenta ka irrita txeu, sta na um lugar calmo. N tem

estado ta fazi nha exercício físico, ma nes momento

ka sta fazi pamode saúde ka sta mutu grande "

(sujeito 2).

Apoio dos familiares e cônjuge.

" ami polomenos horas kin bai casa, n ta tem txeu

apoio de nha marido, familia k ka sa tenta kuzou. Ta

tenta ba ta conforta ku apoio de bus familias, por

exemplo, na casa nha mae, n ta txiga descansa

cabeca, mesmo k teni cabeca sa ta skessi, as vez n ta

25
fica anaimada pamode n tem apoio nha familia "

(sujeito 9).

Momentos de reflexão e análise das situações.

" momentos de reflexon a mim mesmo. Analisa kuzas

primeiro antes de otus" (sujeito 6).

Leitura de livros de autoconhecimento, autoajuda,

descansar e praticar exercícios de yoga, pratica de

ginastica, auto convívio e nenhuma estratégia.

" n ta preocupa txeu ku nha pessoa. Nha

autocuidado. N ta xinte necessidade de areja cada

vez, mas nha mente. N ta lê txeu livros de

autoconhecimento, autoajuda. N tem pensado

procura um terapeuta. Da início as sessões de

terapia e tambe de reiki. N ta procura descansa

sempre kin puder. N ta pratica exercícios físicos,

alguns praticas de yoga" (sujeito 12).

" de vez em quando n ta bai passea, fazi ginastica.

Txinta na um lugar, bebi um somo. N ta odja

televison. N ta bai fora. N ta fica ku mi mesmo"

(sujeito 4).

" nada. Nada, nada. Bai casa. Fazi nha rotina

normal. N ka tem kel tempo pá fazi kel exercícios

físicos. Fim de semana é kel rotina de limpeza. N ta

xinte propi man ka sta fazi nada pan cuida de nha

saúde mental " (sujeito 8).

26
Mudanças positivas

Aprendizado sobre como lidar com as pessoas e a

desenrascar.

" mudanças foi a nível de aprendizagens. N prendi

txeu a lida ku munti alguém djuntado, cada um ku se

comportamento. Depos, n prende txeu a disarasca.

É complicado lida ku pessoas diferentes, ku ses

vida" (sujeito 1).

Trabalho na área da formação, ganho de

experiências.

" n ka ta fazeba trabadjo na nha área, ma li sim, é

um lugar kin prende rei de txeu. N ganha txeu

experiências " (sujeito 4).

Passar a estudar e fazer formação e ter as próprias

coisas.

" depos kin trabadja li, n studa, mas, n fazi formason

" (sujeito 10).

" n tinha quarta classe, mas depos kin começa ta

trabadja li, n passa ta studa. N conclui decimo

segundo ano" (sujeito 5).

" n fazi nha propi casa e alguns kuzas kin ta meste

de meu" (sujeito 7).

27
Uma pessoa sensível, amada e humilde.

" n kumesa ta trabadja na centro cedo. N prende txeu

propi ku vida, experiência de propi kuza kin odja. Bu

ta flam ale mar ta bem, n ta flou dexal é bem, porque

Djan conxi txeu realidade, alto, baxo, pobre, rico,

rabelado. Djan ka odja. Ka da bes k bu txiga na um

pessoa k tem txeu carência, k bu poi na se pé, ku odja

kuze k sa passa, claro bu tem k muda. Trabadja na

icca ta birou um pessoa sensível, amável, um pessoa

capaz de divide se propi pão pá da" (sujeito 9).

Forma de ver certas coisas.

" n prendi txeu ku crianças li. Mudam na nha forma

de odja certas coisas, por exemplo n ta odjaba um

problema social lá, isolado, ka sime, ma nunca,

txigaba tao perto de mi. Mi sta dento vivencia de kel

menino. Dento história de kel menino. Ntom kela ta

mexi ku bo um bocadinho, ta pou para ta reflete um

bocadinho muito aspeto na bu vida que as vezes bu

pode sta ta reclama e bu ta bem odja ma tem

meninos que ta vive munti, mas complicado, ntom é

mudam nha forma de odja certas coisas a nível

28
social e tambe na nha forma de lida ku menino"

(sujeito 11).

Mudanças negativas

Sono e distância.

" problemas ku dorme noti. Mi n ta bem de longe. N

tem que labanta cedo pan podi txiga na hora. É

desgastante, bu ta dormi preocupado, pmd bu tem

que labanta cedo pá bem trabadjo, tipo n ka sabi, se

ansiedade ou kuze. Antes n ka tinha problema ku

kela. Kes mudanças lá, sa causam desconforto, n ta

xinte. Tem dia k sin ka dorme, n ka ta xinte bem na

trabadjo. Ta txinte desmotivado. Sono k bu ta txinte

sima k bu ka sa consegui reproduzi" (sujeito 3).

" n sa ta dorme só meia noite, n ta corda 5:00

palmanhan" (sujeito 5).

" diferente ku undi kin ta trabadjaba, bem pal i ta

ficam cansativo pamode distancia" (sujeito 6).

Sem momentos de lazer com os próprios filhos e

falta de tempo para cuidar dos filhos e vida pessoal.

" fica sem momentos de sta na nha casa, ku nhas

fidjos " (sujeito 6).

29
" se calhar, ta faltou tempo ate pá bu cuida de bus

fidjos, enquanto bu sa cuida de crianças de otus

pais, embora é nos trabadjo, ma sima n flou, horas

kin sai de li esgotado, nem tempo ka tem pá vida

pessoal" (sujeito 2).

" n tem um fidjo, n tem um família, ntom n tem nha

desafios diários tambe. As vezes n ta bem ku tanto

estresse de trabadjo kin ka ta consegue nem djobi

nha fidjo, isso é um absurdo. Nu ka tem que fazi um

discurso pá protege fidjo de nos terra, e esqueci ma

fidjos de trabadjadores é fidjo de nos terra, nu ka

tem k desgaste tanto, de txiga na casa sem paciência,

sem tempo pá nos fidjo, sta ku nos fidjo, dal

assistência, enfim... ta tona um poku paradoxo"

(sujeito 12).

Falta de paciência para cuidar da família., mudanças

de humor.

" único kuza kin sabi é que houve, mas estresse,

mesmo pessoas ta fla man muda txeu. Ami é um

pessoa txeu preocupada. Ta kre pá tudo kuza sta no

caminho, pá bai dreto, horas k ka sta ta xinte

nervosa, perceptada, mesmo colegas ta flam, e na

casa, familiares me ta flam. N ka fica kel pessoa kin

erra antes, calma, sem tanto estresse. Hoje em dia

sta demostra, mas estresse, cansera, agitada,

30
assim... ka tem paciência pá cuida de nha família, sa

impacta nha vida sim" (sujeito 8).

" tem txeu mudanças k mi mesmo, n ka sabi...tem

txeu kuzas k ta contice ku nos k ta dura k bem na

nos, kenha ke nos neh, ntom ami n comes ata

desperta pá isso pmd nha mae, nhas irmons fica de

repente ta flam si, bo n ka as reconheceu, kela é ka

bob u as entende... pamo mi era um pessoa super

passiva, tolerante, ta obiba pessoas, n tinha um

escuta mutu mas ativo não é, tipo calmo mesmo, mas

nha mae, nhas irmons que ta convive ku mi mas de

perto que conxem mas ntom es kumesa ta odja txeu

mudanças nes aspectos la.ntom n b ata djunta

pontinhas n b ata odja neh, ma realmente n as altera

nha humor, comportamento e.. derivado de vários

situasons na trabadjo mesmo" (sujeito 12).

Insensibilidade a barulhos e ruídos.

" nes momento sta ma sim, n ka sa consegue suporta

txeu barulho. Tudo dia é kel o memo kuza ntom.... sa

impactam nha vida" (sujeito 2)

Recomendações para a instituição acerca do

cuidado com os cuidadores.


Retiro profissional, atividades de lazer e psicólogo

para os cuidadores.

31
" n ta adja ma devia tinha um bes pá ano retiro

profissional e um psicólogo pá funcionários

"(sujeito 1).

" n ta sugiriba k trada um tempo pá nos tudo, mesmo

k for meio de semana, nu fazi otus atividades de

lazer, retiro, tudo funcionários reuniba e saiba, n ta

adja ma ta djudaba txeu" (sujeito 11).

" em vez de icca ranja psicólogo pá propi minino, pá

ranjaba pá propri trabadjadores, pmd

trabadjadores, mas k sta meste mas k minis. N ta

odja trabadjadores li dento txeu agitado, ku propi

menino, ntom es ta meste pá alguém djudas, pá obis.

Monitores meste pá psicólogos djudas, formadores

djudas, txeu formação, ku atividades pés fazi minis

no dia a dia" (sujeito 5).

" n ta sugere que primero instituição pensa nes

requisito li como algo fundamental, nu sa trabadja

ku um super camada de vulnerabilidade e

sensibilidade, undi ta exige txeu de nós equilíbrio

mental e emocional. As vezes nu ta recebe

comportamentos explosivos de determinados

colegas como grito de socorro, subtendido na kel

pessoa. Ka tem nada a da mas. Tudo keli é

indicadores ma nu sa meste atendimento

psicológico. Tmb n ta sugere retiro, undi nu ta

falava, convidava pessoas pá orientano, promove

32
nos autocuidado li, undi pessoas ta binha de fora

orientano ku técnicas, ferramentas e pode djudano

na manutenson e nos equilíbrios e momentos pá nu

recarrega, Instituição deve foca na recurso k ta bem

da resultado" (sujeito 12).

Materiais para “dominar” os meninos nas horas

vagas e ter instrumentos musical e aula de músicas,

ações de capacitações.

" li na centro li devia tinha alguns materiais que ta

domina mininos nas horas vagas. Formason na

algum kuza. Trazi alguém pá da formason, enxinano

pá nu fica li ta enxina crianças, pá fazi tambe aula

de piano, música e ranja instrumentos" (sujeito 10).

" tem que fazi ações de capacitação ku cuidadores"

(sujeito 4).

Separar as crianças e falar com eles sobre seus

deveres.

33
" pá reuni crianças separadas. Fala kuas. Mostras

kuza kes ka deve fazi. Ser, mas duro kuas, pés

intende kuzas kes debi fazi" (sujeito 7).

Tirar tempo para os cuidadores, ter momentos de

escuta, conversa aberta e troca de ideias e apoia

cuidadores.

" icca tem que trata ses colaboradores, mas dreto"

(sujeito 4).

" pá icca tra, mas tempo pá ses trabadjadores, obi

ses trabadjadores, bem djuntu de trabadjadores, obi

problemas de trabadjadoes e seleciona, fazi

formação, conversa aberta ku psicólogo, troca

ideia, pamode nu meste, kela que ka tem" (sujeito 3).

" pés dano, mas atenson a nós k ta trabadja ku

crianças li, pés poi na nos lugar, pés tenta djudano

polomenos " (sujeito 8).

Férias e folga no meio da semana.

" nu sabi ma ka possível txeu pais ta kre poi criança

li pés bai busca pom de cada dia, ma si tinha como

34
ba de ferias polomenos um mês djunto ku crianças,

n ta adja me um soluson. Asi nu ta descansa, relaxa"

(sujeito 8).

“nos funcionários nu devia tinha folga no meio de

semana asi pá nu descansa tambe" (sujeito 6).

Promoção de saúde mental dos cuidadores e parceira

a nível de atendimento psicológico, holístico,

medicina tradicional e com hospital.

" propi instituição deve promove saúde mental de

colaboradores. Devia fazeba parceria a nível de

atendimento psicológico, holístico, medicina

tradicional e parceria ku hospital tambe pa da kel

manutenson k nu precisa" (sujeito 12).

Organização dos cuidadores de acordo com suas

funções contratadas e aumento salarial.

" sempre na reunion n ta flas primeru kuza kes debe

fazi é coloca cada um na ses lugar. Ajudante na

disel, monitor na disel, cozinheiro na disel, coloca

cada um na se lugar. Ka tenta descobre um pá pá

tapa kel otu, hora ku sa descobri kel um e ba tapa

kel otu bu sa dexa buracão na kel otu. Hora ku ta

sob carga funcionário k ta fica mal é criança"

(sujeito 9).

35
" icca tem que djobi midjor salário. Aboh munti das

vezes horas k bu bai fazi trabadjo ku famílias,

condições de kel família é moda de bo funcionário.

És tem que ta midjora situason financeiro de

cuidadores" (sujeito 4).

8 Discussão

Os resultados certificam que a saúde mental dos cuidadores não se encontra bem, a
maioria tem a autopercepção de que esse trabalho é desgastante, cansativo e gerador de muito
estresse e exaustão. Os mecanismos que utilizam para enfrentar esses estados físicos e mentais
foram exercícios físicos, ginástica e ioga, estar com a família e cônjuge, realizar leituras de caráter
religioso e não só, ir à praia de mar, ouvir músicas, tentar não se irritar e estar num ambiente
calmo. Acerca deste ponto, refere Lunardi et al. (2004) que para a condução adequada das nossas
relações, para o exercício da liberdade é preciso que nos ocupemos de nós, que cuidemos de nós;
não em uma perspectiva de egoísmo ou interesse individual, mas como aperfeiçoamento pessoal,
superação de apetites, desejos e paixões que nos possam dominar. O autocuidado precisa, antes
de tudo, nos orientar a exercer a perspectiva de não sermos escravos nem dos outros nem de nós
mesmos.

Foi possível perceber que o trabalho no Centro de acolhimento institucional, neste caso
no Centro de Proteção Social Lém Cachorro, repercute de forma positiva e negativa na saúde
mental dos cuidadores. Mesmo que os cuidadores vejam o seu processo de cuidado como algo
que traz alguns benefícios, a repercussão negativa e as dificuldades que enfrentam, esclareceu ter
“mais peso” na saúde mental. No que tange a saúde mental dos cuidadores, o estudo permitiu
descobrir que os profissionais com mais anos de trabalho estão com a sua saúde mental mais
fragilizada, devido ao grande envolvimento na atividade laboral, sendo, também, os que mais
“relevam” a sobrecarga de trabalho com o sentido de ter que dar conta, de responsabilizar-se por
tudo, de um modo quase mecânico, conformado até.

A própria dinâmica diária tão preenchida de situações não programadas acaba por
dificultar na busca por condições para que os profissionais possam assumir o que é da sua
competência e fazer referência às chefias acerca da desordem laboral, da carência de recursos
humanos, de capacitação para casos específicos, quando estes pontos deveriam fazer parte do
compromisso com a Instituição, mas de forma clara, com papéis e tarefas definidas e apropriadas

36
à formação e qualificação dos colaboradores. Deste modo, os colaboradores acabam sendo
convencidos por eles mesmos de que precisam assumir situações inusitadas e dar conta de resolvê-
las.

As etapas deste estudo começaram com a elaboração do tema, busca pelo assunto na
literatura e a sua colocação numa pasta, seguido da leitura das mesmas. Os próximos passos foram
a elaboração da pergunta de partida, os objetivos gerais e específicos do trabalho, a escolha da
metodologia, instrumento de recolha de dados e assim a escrita da primeira parte do trabalho, que
foi o enquadramento teórico. A entrevista semiestruturada mostrou ser mais relevante, então foi
construída com base nos objetivos específicos. Por ser um estudo numa instituição, foi escrito o
termo de consentimento informado e termo de autorização. Com todos os materiais em mão, deu-
se a continuidade com a escrita do trabalho.

Este estudo torna-se muito relevante porque ajuda a conhecer o sofrimento psíquico que
os cuidadores enfrentam todos os dias no seu ambiente de trabalho. Torna uma alerta para a
própria instituição e o Estado em criarem políticas de cuidados para esses cuidadores antes que,
a situação atinja repercussões irreversíveis, principalmente na lida com crianças e adolescentes
diante de profissionais exaustos, por vezes podendo apresentar reações impulsivas e agressivas
como resposta ao cansaço.

Importante é que estes cuidadores percebam o quanto esta dinâmica comportamental


compromete não só a qualidade do trabalho que prestam, mas, sobretudo a sua saúde. Por vezes
o temor de perder o emprego faz com que se submetam às reorganizações institucionais, de forma
a negarem não apenas o autocuidado, mas a comprometer o cuidado com as crianças e
adolescentes de quem são responsáveis, nem sempre sendo possível exercer o cuidado de si, de
modo a buscar assegurar o cuidado do outro. Poucas ou raras vezes lhes é permitido questionar
sobre quem é o real prejudicado com este direcionamento do cuidado para a instituição? Quem
se beneficia com isso?

Buscar alternativas como práticas de distrações, passeios, a sensação de tornar-se uma


pessoa mais amável e humilde a partir da prática deste trabalho podem ser subterfúgios para se
lidar melhor com a frustração de também chegar à casa e ter menos paciência com a família, de
ter cuidado durante o dia de crianças no Centro e à noite já não mais aguentar a proximidade com
as crianças de casa. São dilemas, conflitos e enfrentamentos que perpassam ao lado de trabalhos
desta natureza, onde o cuidado deveria ser figura mestra em todas as ações, a começar pelo
cuidado com os profissionais que cuidam.

Entende-se que identificar estas situações poderá ser um ponto de início a esta prática do
cuidado cotidiano. Que sejam percebidos os seus esforços, os seus desgastes. Apesar de todas as
circunstâncias, foi possível observar nas entrevistas um ar de alívio ao relatarem sobre as

37
repercussões dos seus trabalhos na saúde mental porque tinham encontrado oportunidade para
falarem acerca do assunto. Ao mesmo tempo foi possível observar uma certa preocupação,
ansiedade e medo em alguns Cuidadores, porque estavam preocupados com aquilo que iriam falar
e com o futuro dos seus empregos, o que levou a interpretar que esses Cuidadores dão mais
importância ao trabalho do que seus bem estar físico e emocional. A saúde mental pede socorro,
mas o emprego vem primeiro. Uma realidade muito presente em Cabo Verde e que foi possível
observar com esta investigação.

Os resultados achados nesses estudos estão de acordo com o achado de Pereira (2013),
Avoglia et al (2012), Barros & Fiamenglhi (2006) e Golin & Benetti (2013) e outros trabalhos
como da Czelusniak (2020), Cunha (2014) e Moura (2016).

Este estudo trouxe limitações em relação ao método e instrumento, porque a entrevista


permitiu saber apenas o que vem fragilizando a saúde mental dos cuidadores a partir das suas
perspectivas, mas não permitiu avaliar o estado mental deles com um teste psicológico, uma vez
que não há bagagem e conhecimento suficiente para interpretar os resultados nem testes aferidos
para a população cabo-verdiana que pudessem assegurar resultados fiáveis. A escolha do método
limitou esse aspecto. Também não foi possível ter contato com todos os cuidadores do centro por
razões laborais. Ter alcançado um número maior de cuidadores poderia absorver mais resultados
relevantes para este estudo.

Os próximos passos da investigação será elaborar um projeto de intervenção com o


objetivo de promover a saúde mental dos Cuidadores.

38
9 Considerações finais

Esta pesquisa teve como objetivo geral descrever as repercussões do trabalho em


Acolhimento Institucional na Saúde Mental dos Cuidadores do Centro de Proteção Social Lém
Cachorro. Com base nos resultados encontrados no desenvolvimento da pesquisa, pode-se indicar
que o objetivo foi alcançado e como resultado foi possível perceber a existência de repercussões
positivas e negativas. O cenário foi o Centro de Proteção Social Lém Cachorro. É um trabalho
acadêmico, no âmbito do estágio curricular requerido pela Universidade de Cabo Verde, curso de
Psicologia, 4˚ano, vertente clínica e da saúde como um requisito obrigatório para obtenção do
grau de licenciatura em Psicologia.

O problema do estudo é a saúde mental dos cuidadores. Os objetivos específicos foram


conhecer as dificuldades enfrentadas e os pontos fortes dos Cuidadores, listar as ações feitas pelos
cuidadores para cuidar da sua saúde mental e apontar algumas recomendações institucionais sobre
os cuidados com a saúde mental dos cuidadores. De uma forma sucinta as dificuldades
descobertas foram falta de materiais, de recursos humanos e de ter um psicólogo diário. Aspectos
positivos é que é muito gratificante e contribui de inúmeras formas para as crianças, adolescentes
e a sociedade no geral. As ações feitas são aulas de yoga, práticas de exercícios físicos, convívio
familiar e hábito de leitura, por último recomendam a instituição a realização de retiros, formação
de capacitação, instrumentos musicais para entreter as crianças e adolescentes e aumento do
salário. Os objetivos foram alcançados através da entrevista semiestruturada.

Os resultados podem servir para chamar a atenção da instituição competente para criar
políticas sociais voltadas para a saúde mental dos seus cuidadores. Os achados são úteis para a
tomada de decisão sobre o processo de reforma dos trabalhadores que estão há anos no serviço.
Pode também proporcionar parcerias com as universidades públicas e privadas, instituições,
centros de saúde e hospitais para ajudar a dar respostas, bem como conscientizar a sociedade
sobre a importância dos cuidadores no desenvolvimento das crianças e adolescentes.

Foram encontradas pessoas em busca da identidade de suas funções, como também em


busca de cuidado para o melhor exercício de suas tarefas, quando recomendaram à instituição um
Psicólogo para cuidar da saúde mental dos cuidadores. Pessoas a quem foi dada a possibilidade
de escuta dos seus gritos silenciosos em busca de acolhimento e cuidado, matéria prima das suas
atividades diárias. Foi-lhes dada a possibilidade de emitir e não mais omitir como sentem-se
diante das demandas exaustivas e plenas de responsabilidades variadas que precisam abraçar a
cada dia. A fala, a escuta, o acolhimento fazem-se necessários e são, também, potentes
ferramentas de cuidado.

39
Esses resultados não são conclusivos, sugere-se, portanto, que sejam utilizadas com
números maiores de cuidadores e utilizar testes psicométricos para avaliar e afirmar com firmeza
o estado mental daquele cuidador ou cuidadora.

Em relação às futuras investigações, recomenda-se um trabalho com as famílias para


descobrir quais as razões para não aderência e apoio dos cuidadores para com seus filhos. O que
vem interferindo nas ações desses cuidadores para com o cuidado com as crianças e adolescentes.
Essas investigações poderão ampliar a compreensão desses atos familiares que também
repercutem de forma explícita e preocupante na saúde mental dos trabalhadores cuidadosos do
Centro de Proteção Social Lém Cachorro.

40
10 Referências bibliográficas

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41
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5zaWQ9NTEzNg&ptn=3&hsh=3&fclid=00025221-4829-67b7-18ab-
43ad494e667c&psq=DIMENS%c3%95ES+PSICOSSOCIAIS+DAS+PR%c3%81TICAS
+DE+CUIDADO%3a+UM+OLHAR+DAS+M%c3%83ES+SOCIAIS+DE+CASAS+LA
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42
11 Apêndices e anexos

Figura 1- termo de autorização

43
Figura 2 - Roteiro de entrevista

44
Figura 3- Parte II

45
Figura 4 - Termo de consentimento informado

46
Figura 5 - Parte II

47
48
49

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