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Literatura brasileira nasceu no seio da portuguesa

Quem se nutre apenas da lit potuguesa se destacam pelo gosto provinciano e


falta do senso se proporções (q significa isso?)
Estamos fadados a depender da experiência de outras letras

Literatura depende de fatores internos e externos, não é isolada,

Fatores externos, contexto social, influencia tanto como fatores internos (temas,
linguagem e visão escolhida pelo autor).
Mais amplo que literatura, Culturas de outros países influenciam no br, princip
europeia, mas tb

Para Antonio Candido, obras literárias devem ser analisadas levando em


consideração o momento cultural e as tradições do contexto em que foram
formuladas e publicadas. A literatura é
A literatura brasileira derivou da portuguesa.
Prefácio Formação da Literatura Brasileira

Cada literatura requer tratamento peculiar, em virtude de seus problemas ou da


relação que mantém com outras.
Literatura brasileira – gerou no seio da portuguesa e dependeu de outras
influências pra se constituir. Deve ser estudada isoladamente, levando em conta
a perspectiva histórica.
AC busca estudar valor e função das obras a partir de uma perspectiva histórica.

Deve-se equilibrar o valor e a função de cada obra. Não se pode valorizar demais
e nem desprezar autores. O crítico literário não pode subestimar ou
superestimar a literatura. Ele deve despertar leitores para os textos analisados

Existem literaturas que não precisam buscar referências externas (em outras
culturas) para transmitirem ao leitor uma sensibilidade (?). Ex um francês pode
conhecer somente autores franceses e mesmo assim encontrar neles o suficiente
para elaborar a visão das coisas, experimentando as mais altas emoções
literárias.
Isso não se encaixa no caso português, muito menos no brasileiro. Brasileiro está
fadado a depender da experiência de outras letras, o que pode até mesmo levar
ao menosprezo de autores nacionais. AC busca combater esse erro (de desprezar
obras nacionais).
AC reconhece que obras possuem algo vivo, indispensável para formar nossa
sensibilidade e visão de mundo.
Comparada às grandes, a nossa literatura é pobre e fraca; mas é ela que nos
exprime. Para que ela revele sua mensagem, deve ser amada, por nós. Elas não
podem cair no esquecimento e na incompreensão. Os homens do passado (em
meio a uma aclimação / naturalização penosa da cultura europeia), responsáveis
por essas obras, buscaram estilizar para nós os sentimentos e observações que
faziam.
Obras animam o sentimento de aventuras do espírito.
Havia literatura no Brasil desde o século XVI, mesmo que esparsas manifestações
sem ressonância, mas que estabeleceram um começo e marcaram posições para
o futuro. A literatura aumenta no século XVII (Bahia) e na primeira metade do
séx XVIII as Academias dão uma densidade à vida literária.
Há várias maneiras de estudar a literatura; como sistema articulado; AC adota a
hipótese de que ela dependeria da existência do triângulo autor-obra-público,
em interação dinâmica, e uma certa continuidade da tradição. Sendo assim, a
literatura brasileira se configura (e não nasce) no decorrer do século XVIII,
encorpando o processo formativo, que vinha de antes e continuou depois.
No último quartel do século XIX a literatura brasileira aparece integrada,
articulada com a sociedade, pesando e fazendo sentir sua presença.

AC estuda dois períodos – Arcadismo e Romantismo; existe uma solidariedade


estreita entre eles – apesar de terem atitudes estéticas distintas, ambos possuem
vocação histórica – nos dois casos pode-se falar de uma literatura plenamente
constituída (autor-obra-público)
AC parte de método histórico e estético para estudar obras.
Certos elementos da fomação nacional (histórico-social) levam o escritor a
escolher e tratar de maneira determinada alguns temas literários (ex a estética).

AC criticou a visão determinista para estudar obras.

Papel dos períodos do Arcadismo e do Romantismo – o movimento arcádico


constituiu nossa literatura (?; os árcades fizeram nossa literatura), ele não era
uma forma de alienação (desvio da atividade literária, que prejudica sua própria
função). O argumento romântico (reotomado pelos modernistas) foi de que
árcades fizeram literatura de empréstimo, sumbetendo-se a critérios estranhos à
nossa realidade, incapazes de exprimir o local; românticos acusavam árcades de
serem alientados.
O Arcadismo foi importante pois plantou de vez a literatura do Ocidente no
Brasil, graças aos padrões universais por que se regia, e que permitiram articular
nossa atividade literária com o sistema expressivo da civilização a que
pertencemos. Os árcades contribuíram ativamente para essa definição. Eles
fizeram uma poesia civilizada, inteligível aos homens de cultura, que eram então
os destinatários das obras. Permitiram, portanto, que a literatura funcionasse no
Brasil. Quando tentaram exprimir as particularidades brasileiras, conseguiram
elevá-las aos melhores modelos, como Basílio da Gama.

Românticos – particularismo psicológico e descritivo. Escreveram, em grande


parte, o que estrangeiros esperavam da literatura brasileira. Consideravam as
velhas temas (dos árcades) como problemas fundamentais do homem.

AC: toda literatura é voltada para a construção de uma cultura válida no país.
Isso está no intuito dos escritores e na opinião dos críticos. Nossa literatura é
portanto interessada. Quem escreve contribui para o processo histórico de
elaboração nacional. Ex os árcades tinham mais ou menos noção definida de que
ilustravam o país produzindo literatura e tb levavam sua mensagem à Europa.
Isso foi um empecilho, do pov estético, e tb vantagem em outros casos. A
literatura do Brasil, como de outros países latino-americanos, é marcada por um
compromisso com a vida nacional no seu conjunto, circunstância que inexiste
nas literaturas dos países de velha cultura. Nelas, os vínculos são os que
prendem necessariamente as produções do espírito ao conjunto das produções
culturais, ms não a intenção de estar fazendo um pouco da nação ao fazer
literatura.

As consideraçõe shistóricas levam a um juízo estético mais justo.

BANQUETE NO TRóPICO

AC – sociólogo / crítico literário; socialista; produção – 40s – 70s. Contexto:


Estado Novo – buscou criar nova atmosfera cultural, fazia crítica de caráter
democrático e socialista a GV.
Momentos fundamentais da formação específica de nossa literatura – arcadismo
e romantismo. Em Formação, AC define traços marcantes de como nós nos
imaginávamos no momento de nossa afirmação como nação politicamente
independente, no contexto pós 2GM de autodeterminação dos povos, luta por
descolonização, livramento das amarras neocoloniais /imperiais, que implicava
na política, no plano social, eco e cultural.
Esse novo Brasil, que queria ser soberano e desenvolvido, pedia novas
interpretações de nossa formação. GF, CPJr, SBH, nos 30s40s, já faziam essa
reflexão, em textos antropológicos e sócio-históricos. Formação foi publicada
antes de Os donos do poder (RF) e de FEB (CF). Desejava-se um novo Brasil, que
seria diagnosticado a partir de nossas carências históricas, para que então
tomássemos consciência de nosso subdesenvolvimento (o que contrastava com a
atmosfera do Estado Novo, ufanista, e nos 50s, no movimento conservador).
Reinterpretava-se o Brasil para sua tranformação. Essa mesma atitude pode ser
observada nos árcades e românticos –
O Romantismo foi impactado pela Independência, pois tinha o desejo de exprimir
uma nova ordem de sentimentos, um orgulho patriótico (extensão do antigo
nativismo), o desejo de criar uma literatura independente, diversa – e não
apenas uma literatura, a visão de que a atividade intelectual não era mais uma
prova do valor do brasileiro, mas sim uma tarefa patriótica na construção
nacional. Isso tudo faz o Romantismo e Arcadismo assemelharem-se.

A literatura do Brasil fazia parte das literaturas ocidentais, mas os românticos


queriam rejeitar esse parentesco – buscaram referências aqui na mãe-terra. O
contexto era de afirmação política da diferença brasileira, reconhecimento da
independência também no plano imaginário. Apenas o tempo mostrou aos
escritores brasileiros que essa diferença vinha porque o Brasil tiha literatura
organicamente vinculada à Europa. Para AC, nossa literatura, assim como a
cultura, foi-nos imposta, um produto da colonização - os românticos não tinham
essa visão. Nossa literatura não era um prolongamento das culturas locais, como
românticos queriam que fosse, mas sim um transplante da literatura portugursa.

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