Você está na página 1de 11

M ODELAÇÃO MATEMÁTICA

Problema 3 – Profundidade de um porto

Trabalho realizado por:

-Ivanel Ivanov, n.º 10

-Norberto Azevedo, n.º 17


INTRODUÇÃO
A modelação matemática, ou modelagem matemática, entende-
se pela explicação de fenómenos do quotidiano, utilizando conceitos
matemáticos. Por outras palavras, consiste na utilização de
ferramentas matemáticas para analisar e compreender situações do
mundo que nos rodeia. Este processo tem normalmente três grandes
fases. Primeiramente, deteta-se o problema em questão e formulam-
se hipóteses. Seguidamente, procede-se à tradução para um
problema matemático e sua resolução. Finalmente, deve-se
interpretar os resultados e compará-los com a realidade.

O objetivo deste trabalho é aplicar conhecimentos matemáticos


em contextos do dia-a-dia, constituindo, assim, uma introdução ao
conceito de modelação matemática e às suas aplicações.

Para a realização deste trabalho, utilizou-se material de escrita


(lápis, borracha caneta), calculadora gráfica (Casio fx-CG50, em
inglês) e computador, tanto para a pesquisa na internet, como para a
realização do relatório e do PowerPoint apresentado em aula, como
para a obtenção de imagens num programa de um emulador da Casio
fx-CG50.
PROFUNDIDADE DE UM PORTO

A profundidade de um porto ao longo de um dia altera-se com as


marés. Para determinar as condições de navegabilidade de
determinado porto foi medida, a cada hora, ao longo de um dia a sua
profundidade. Após tal medição, elaborou-se uma tabela da qual
apresentamos parte:

Tempo(h) Profundidade(m)

0 8

2 10

3 12

4 14

6 17

8 14

9 12

10 10

12 8

14 10

15 12
1. Qual a amplitude de marés?

Para obter a amplitude das marés, devemos subtrair a profundidade


de valor mais alto com a de valor mais baixo.

Profundidade máxima: 17 m

Profundidade mínima: 8 m

Amplitude = profundidade máxima-profundidade mínima

= 17-8

=9m

R.: A amplitude é de 9 metros, no mínimo, pois utilizou-se valores que


não foram referidos como sendo o máximo ou o mínimo da
profundidade (eram, na verdade, os mais altos ou baixos da tabela
dada).

2. Tenta descobrir o modelo matemático que melhor se adapta a esta


situação.

Para descobrir o modelo matemático que melhor se adapta a esta


situação, deve-se determinar a regressão sinusoidal dos dados, uma
vez que os pontos, quando unidos se assemelhavam uma onda.
Assim, colocam-se, primeiramente, as horas na LIST 1 e respetivas
profundidades registadas na LIST 2, no menu STATISTICS (Fig. 1).

Figura 1
Seguidamente, desenha-se e obtém-se a regressão sinusoidal
(GRAPH→GRAPH1→ CALC→(F6)→Sin→DRAW)(Fig. 2).

Figura 2

Janela de visualização: [-2,5;17,5] x [5;20]

R.: Desta forma, obteve-se o modelo para esta situação

f(t)= 4,2823022sin(0,5499375t-1,5867677)+12,1351343

3. Qual a velocidade de subida da maré após passarem 2 horas do


início da contagem?

A velocidade instantânea é dada pelo declive da reta tangente ao


ponto referente ao instante considerado. Assim, determina-se a
derivada em t=2 h (Fig. 3).
Figura 3

Janela de visualização: [0;24] x [7;18]

R.: A velocidade instantânea às 2 horas é de 1,9319 m/h.

4. Um navio que pretenda navegar ou ancorar no porto só o pode


fazer me segurança se a profundidade deste for de, pelo menos,
mais 2 m que o seu calado (parte submersa do navio). Se o calado
do navio “Leão do Mar” medir 10 m quando está carregado e 6 m
quando está descarregado:
a) Quanto tempo poderá permanecer no porto se vier carregado?

Se o navio vier carregado, só poderá entrar no porto quando este tiver


uma profundidade não-inferior a 12 m (10 m do calado e 2 m da
segurança mínima). Utilizando a calculadora no menu GRAPH, coloca-
se Y1≤𝑓(𝑡) e Y2≥12 e interseta-se as duas inequações (Fig. 4).

Figura 4

Janela de visualização: [2,286;26,286] x [7;18]


9,0666-2,9623 = 21,034-14,93 = 6,1043 h.

R.: O navio pode estar no porto durante 6, 1043 h (6h 6min 15,48s).

b) O navio pretende ancorar no porto pelas 8 horas para proceder


à descarga e carregar novamente. Sendo necessárias,
aproximadamente, 3 horas para cada operação, a que horas
deverá o navio abandonar o porto?

Ao carregar o navio, a profundidade tem de ser maior ou igual que 12


m. Já no que toca à sua descarga, a profundidade deve ser maior ou
igual que 8 m. Se o navio começar, hipoteticamente, a descarregar às
8 horas, termina às 11h. Como às 11h a profundidade é maior que 8
m (6 m do calado e 2 m de segurança mínima), esta operação deve
ocorrer neste horário. No entanto, só poderá começar a carregar às
14,93 h, pois é só neste instante em que é completamente seguro
começar a carregar (a profundidade é maior ou igual que 12 m, 10 m
do calado e 2 m de segurança mínima). Demorando mais três horas,
termina o carregamento às 17, 93 h (Fig. 5).

R.: O navio acaba os dois processos às 17,93h (17h 55min 48s).

Figura 5

Janela de visualização: [8;24] x [7;18]


5. A profundidade de outro porto no mesmo dia, é dada pela
expressão:

𝜋
𝑝(𝑡) = 15 + 3 cos [ (2 + 𝑡)] , 0 ≤ 𝑡 ≤ 24
6

Em que instante(s) do dia os dois portos têm a mesma profundidade?

Para responder à questão, deve-se igualar 𝑝(𝑡) à expressão obtida em


2.

𝜋
4,2823022𝑠𝑖𝑛(0,5499375𝑡 − 1,5867677) + 12,1351343 = 15 + 3 cos [ (2 + 𝑡)]
6

Com recurso à calculadora, colocou-se 𝑓(𝑡) em Y1 e 𝑝(𝑡) em Y2 no


menu GRAPH (Fig. 6).

Figura 6

Depois, clicando em DRAW, intersetam-se os dois gráficos (G-Solv →


INTSECT) (Fig. 7):
Figura 7

Janela de visualização: [0;24] x [7;18]


R.: Por observação do gráfico, conclui-se que os dois portos estiveram
com a mesma profundidade em 4 momentos: 6.
CONCLUSÃO
Com este trabalho, percebeu-se que, na verdade, o ambiente
rodeante tem fenómenos explicados pela matemática e pelas áreas
que esta cobre. Assim, contribui para a desmistificação do estereótipo
de que existem muitas matérias que são lecionadas em matemática
que não têm utilidade no dia-a-dia. Além disso, foi possível aplicar e
consolidar conhecimentos lecionados em aula e descobrir novas
funcionalidades da calculadora gráfica (Casio fx-CG50), com a sua
utilização.

Uma das dificuldades sentidas foi em interpretar a pergunta 4.b), pelo


facto de ter um caráter duvidoso no que toca à permanência do barco
no porto quando a profundidade de segurança é superior à do porto.
Por um lado, o barco podia estar ancorado no porto com a maré baixa
e descarregado, o que poderia causar o tombo do barco. Por outro
lado, tinham de abandonar o porto pelo perigo do tombo. Outra das
dificuldades no presente trabalho, foi passar as imagens dos gráficos
obtidos para o Word, visto que as imagens foram retiradas de um
emulador da calculadora (Casio fx-CG50) instalado no computador
para uma melhor qualidade e observação no trabalho.

O trabalho foi útil não só pelo seu contexto e consolidação de


conteúdos, mas também pelo facto de confrontar resultados com
outros grupos, cada um tendo opiniões e procedimentos diferentes,
que reforçam a ideia de que, na matemática, existem vários caminhos
para o mesmo resultado.

Concluindo, os resultados que foram obtidos estão conforme o


esperado, o que contribui para o convencimento e esclarecimento para
o docente e para os alunos.
BIBLIOGRAFIA
-GUERREIRO L., NEVES M., SILVA A., Máximo 11, Porto Editora, 2019,
Porto.

- http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/DA/DA-SLIDES/RE-Mod-
Mat.ppt, consultado a 15/12/2019 às 16:40

- https://pt.wikipedia.org/wiki/Modelagem_matem%C3%A1tica,
consultado a 15/12/2019 às 19:42

- https://www.mat.uc.pt/~jaimecs/model.html, consultado a
14/12/2019 às 15:14

Você também pode gostar