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A METÁSTASE - O Assassinato de Marielle Franco e o Avanço Das Milícias No Rio PDF
A METÁSTASE - O Assassinato de Marielle Franco e o Avanço Das Milícias No Rio PDF
A METÁSTASE
O assassinato de Marielle Franco e o avanço das
milícias no Rio
ALLAN DE ABREU
Havia mais razões para suspeitar que os irmãos Brazão tinham alguma
influência sobre o depoimento do sargento Ferreira ao jornalista
Werneck. O trio de delegados, antes de encaminhar Ferreira à Delegacia
de Homicídios, convidou o repórter para ouvir o relato nas instalações
da Superintendência da Polícia Federal, e o próprio superintendente da
PF no Rio, Ricardo Saadi, ignorava a presença da testemunha ali. Além
disso, HK, um dos três delegados envolvidos na história, era um bom
amigo de Domingos Brazão e, na época da delação, investigava
Siciliano por irregularidades fiscais na boate do vereador na Barra. “Foi
um depoimento feito para vazar para a imprensa. Teve outro objetivo
que não a investigação”, me disse Marcelo Freixo.
Policiais federais que apuram o caso suspeitam que o delator tenha sido
levado até o trio de delegados por Gilberto Ribeiro da Costa, um policial
federal aposentado muito próximo de HK e Lorenzo Pompílio da Hora
e que também foi assessor de Domingos Brazão no Tribunal de Contas
do Estado. Costa nega ter participação no episódio: “Isso é um
devaneio, uma história fantasiosa. Já prestei depoimento na DH, tudo
foi esclarecido.” A advogada de Ferreira, Camila Moreira Lima
Nogueira, afirmou ter sido ela a responsável por levar seu cliente até a
PF: “Eu não tinha acesso a ninguém da Polícia Civil […] Na PF,
também não tinha. Eu fui até lá porque tinha um cliente que conhecia
os delegados”, me disse por telefone.
ALLAN DE ABREU
Repórter da piauí, é autor dos livros O Delator e Cocaína: a Rota Caipira, ambos
publicados pela editora Record
https://piaui.folha.uol.com.br/materia/a-metastase/#