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A Escala de Locus de Controle Interno-Externo de Rotter: Um Estudo Exploratório PDF
A Escala de Locus de Controle Interno-Externo de Rotter: Um Estudo Exploratório PDF
interno-externo de Rotter:
um estudo exploratório *
1. Introdução
Os estudos de percepção social desde longa data vêem-se implicados com o tema
percepção de controle, deveras importante para o estudo da percepção pessoal,
atribuição de causalidade, aprendizagem social, ensino e psicoterapia, entre outros.
A percepção de controle (Lefcourt, 1976) é defrnida como uma expectativa
generalizada de controles internos ou externos dos eventos reforçadores, ofere·
cendo dados para a análise casual dos fatores de sucesso ou fracasso.
Com o elevado número de pesquisas nesta área e o conseqüente aumento na
quantidade de conhecimentos sobre o assunto, nos anos 6Q foi introduzido na
2. Metodologia
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Tabela 1
The Rotter internai - externai Iocus of controI
Norms for the Rotter internaI-externaI
Iocus of controI scaIe (retirado de Lefcourt, 1976)
Scores are in the externaI direction, the higher the score the more externaI
Subjects N Mean SD
Students at a southem negro college 62 M
involved in protest movements 54 F
(Gore in Rotter, 1963).
1. Attend rally for civil rights. 10,3 3,1
2. Sign petition. 9,2 3,4
3. Join a silent marcho 7,4 2,9
4. Join Freedom Riders. 8,1 3,8
5. None ofthe above. 10,0 3,9
lnmates of correctional institution
(Lefcourt & Ladwig, 1965a).
1. Negro. 60 8,97 2,97
2. White. 60 7,87 3,03
Negro college students-male and female
(Strickland, 1965).
1. Active-engaged in civil rights groups. 53 7,49 3,49
2. lnactive. 105 9,64 3,70
1. 1964 Service Corps. 72F 7,92 3,84
27 M 8,00 3,97
2. 1965 Service Corps. 68 F 8,26 3,49
34M 8,00 3,08
3. 1965 Control Group. 46 F 9,37 3,76
49M 8,67 3,89
4. 1966 Service Corps. 79 F 9,54 4,20
21 M 7,38 4,73
5. 1966 Control Group 47 F 8,79 3,76
(Hersch & Scheibe, 1967). 38 M 8,84 3,70
(Service Corps were college students attending chronIc wards of mental institutions).
(Control Groups were college students attending summer school).
Undergrads (Levy, 1"967): 24 M
& 24 F 9,77 4,11
Male & female smokers-mean age 213 7,0 3,50
or 40.1: average of 13.4 years 95 M 6,59 3,65
of education (Lichtenstein & Keutzer, 1967). 118 F 7,42 3,44
College males (Zytowski, 1967). 62 6,82 2,49
Undergrads introductory psychology 46M 9,8 1,42
(Feather, 1968). 88 F 11,44 1,69
Undergrads (Hansher, Geller, & 60M 10,1 3,95
Rotter, 1968). 113 F 11,0 3,96
Undergrads - male and female; 1338 8,4 4,12
males made up 70% of sample with no
significant sex differences (Julian &
Katz, 1968).
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a) distribuição do n6mero de sujeitos que alcançaram O, 1,2, ... 22,23 pontos
na escala. É conveniente lembrar que a escala de Rotter de locus de controle
interno-externo é corrigida no sentido da externalidade, isto é, cada vez que o
sujeito responde a um item de maneira externa recebe um ponto. Deste modo,
quanto maiores forem os graus obtidos, mais externos serão os sujeitos;
b) número de sujeitos que responderam interna ou externamente cada um dos
itens, de acordo com gabarito da própria escala;
c) cálculo do coeficiente de correlação bisserial de pontos (rpb) para cada item,
visando conhecer o ajustamento de cada uma das questões à escala e sua contri-
buição à nota fmal alcançada pelo sujeito. Se um item guarda alta inter-correlação
com a nota global do sujeito, pode-se dizer que este item mede a característica
estudada, e que contribui para o grau obtido pelo sujeito.
rpb
XE-XI
SX (E + l) ..;pq
onde:
XE = média dos escores totais das pessoas que responderam ao item de
forma externa.
XI = média dos escores totais das pessoas que responderam ao item de
forma interna.
SX (E+l) = desvio padrão dos escores totais de todos os sujeitos.
P = proporção de sujeitos que responderam de forma externa ao item.
Q = proporção de sujeitos que responderam de forma interna ao item
(q=l-p).
~
-2
t = rpb 2
1-rpb
3. Resultados
As respostas dos 155 sujeitos deste estudo indicam resultados bastante similares
àqueles encontrados com amostras semelhantes nos EUA, com a média igual a
10,54 e o desvio padrão de 3,67 (veja-se tabela 2 e gráfico 1). ~ interessante
O O 8 11 16 3
1 2 9 19 17 5
2 2 10 10 18 3
3 11 11 19 O
4 1 12 15 20 O
5 6 13 16 21 O
6 11 14 19 22 O
7 12 15 8 23 O
Média: 10.5419
Desvio padrão: 3.672461
Gráfico 1
Distribuição do número de sujeitos que alcançaram O, 1, 2 .... pontos
na escala de Rotter
19
IS
10
2 1 4 S 6 7 8 9 10 11 12 IJ 14 IS 16 17 18 19 20 21 22 23 E5core
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lembrar que há uma tendência a escores mais baixos (a média e mediana inferiores
a 11,5, a metade dos pontos na escala), cabendo perguntar se existe maior número
de sujeitos que efetivamente se comportam como mais Internos, ou se a interna-
lidade é uma característica mais valorizada na sociedade, levando os sujeitos a
responder de forma como gostariam de parecer e não como são na realidade,
apesar da insistência neste fato nas instruções à escala.
Ao analisarem-se as freqüências de respostas aos diferentes itens (tabela 3),
pode-se notar que, em reforço ao anteriormente exposto, na maior parte das vezes
a maioria dos sujeitos escolhe a resposta contrária à orientação da correção, ou
séja, escolhem as opções que não lhes garantem pontos, respondendo de forma
interna.
Tabela 3
Número de sujeitos que responderam de forma interna ou externa a
cada item
Resposta Resposta
Itens Gabarito
A B
1 59 96
2 A 28 127
3 B 40 115
4 B 35 120
5 B 44 111
6 A 102 53
7 A 74 81
8 12 143
9 A 43 112
10 B 130 25
11 B 72 83
12 B 42 113
13 B 112 43
14 27 128
15 B 114 41
16 A 23 132
17 A 76 79
18 A 107 48
19 141 14
20 A 79 76
21 A 61 94
22 B 51 104
23 A 53 102
24 39 116
25 A 67 88
26 B 88 67
27 8 147
28 B 118 37
29 A 63 92
Tabela 4
Itens pessoais e impessoais e maioria de respostas internas ou externas
Internas Externas
Pessoais 7
Impessoais 8 8
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Tabela 5
Número de respostas internas ou externas aos itens
pessoais ou impessoais
controle, mas nos casos de questões pessoais tenderia fortemente a indicar a opção
interna, que socialmente lhe garantiria maior recompensa, atestando sua força, sua
capacidade e seu domínio da situação.
Seria interessante estudai:" uma variante desta escala de Rotter, com todas as
questões pessoais, e outra com todas as impessoais, comparando os resultados com
os obtidos com a escala original, projeto que no momento estamos executando.
Observações críticas no sentido de itens impessoais x itens pessoais da escala
já foram muito bem expressas por Ickes & Layden (I 978) e merecem pesquisas
mais aprofundadas do que simples observações formais destes autores, que
levantam ainda as seguintes dúvidas referentes às escalas de locus de controle:
Tabela 6
Coeficientes de correlação rpb entre cada item e o
resultado global do sujeito
Itens
1-----------------------
2 0.277747
3 0.301161
4 0.331793
5 0.186420
6 0.161924
7 0.453343
8-----------------------
9 0.261700
10 0.298294
11 0.443889
li 0.350835
13 0.363717
14 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
15 0.461142
16 0.343636
17 0.431585
18 0.569979
19 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
20 0.316933
21 0.287467
22 0.387492
23 0.338040
24 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
25 0.438632
26 0.371254
27 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
28 0.333587
29 0.303509
4. Conclusões
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Ao mesmo tempo, os resultados (tabelas 3, 4 e 5) e as críticas de Ickes &
Layden (1976) anteriormente mencionadas, sugerem a necessidade de novos
estudos com a referida escala, buscando solução para' os problemas de controle x
causalidade, e da referência pessoal x impessoal dos itens, indispensáveis à garantia
de objetividade e adequação desta escala aos propósitos a que se destina.
Por outro lado, há necessidade de que estudos de normalização em outras
subpopulações e principalmente a diferenciação de subgrupos característicos sejam
conduzidos em nosso meio para que se possa melhor conhecer a adequação deste
constructo a nossa cultura e aos nossos problemas.
Résumé
Bibliografia
Ickes, W. & Layden, M. A. Attributional Styles. In: Harvey J. H., Ickes, W. & Kidd, R. F. New
directions in attribution research. New Jersey, Lawrence Erlbawn, 1978. v. 2.
Lefcourt, H. M. LoCus o[ control; current trends in theory and research. New Jersey,
lawrence Erlbaum, 1976. 211p.
Magnusson, D. Teoria de los tests. MéXiCO, Editorial Trillas, 1969. 318p.
Rotter, J. B. Generalized expectancies for internai versus externai control of reinforcement.
Psychological Monographs. 80 (609), 1966.
YouÍlg, R. K. & Veldman, D. J. Introducci6n a la estadistica aplicada a las ciências de la
conducta. México, Editorial Trillas, 1968.
Este é wn questionário para descobrir a forma pela qual certos fatos importantes
em nossas sociedades afetam as diferentes pessoas. Cada item consiste em wn
par de alternativas marcadas a ou b. Por favor, selecione uma (e somente uma)
afirmação de cada par, na qual você mais firmemente acredita.
Esteja certo de selecionar aquela que você realmente acredita ser verdade, e
não aquela que você gostaria ou poderia escolher ·como verdade. Isto é uma
medida de opinião pessoal: obviamente, não há resposta certa ou errada.
Procure responder aos itens cuidadosamente, mas não gaste tempo demais
num só item. Certifique-se de encontrar uma resposta para cada opção. Ponha wn
círculo em volta da letra a ou b, dependendo de qual você escolheu como sendo a
afirmação mais verdadeira, em cada item numerado.
Em alguns casos você pode descol-lir que acredita em ambas as afirmações ou
então em nenhuma Nesses casos, ~rtifique-se de optar por aquela que mais se
aproxima de sua opinião. Procure, também, optar com independência, isto é, não
se deixe influenciar pelas escolhas anteriores.
Lembre-se:
Escolha a alternativa que você acredita ser a mais verdadeira.
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4. a) Mais cedo ou mais tarde, as pessoas obtêm neste mundo o respeito
que merecem.
*b) Infelizmente, o valor de um indivíduo passa muitas vezes sem ser
reconhecido, não importa o quanto ele lute para isso.
I 7. *a) Não importa quanto esforço você faça; há pessoas que simplesmente
não gostam de você.
b) Os que não conseguem se fazer queridos não sabem COIl'Ü se dar bem
com os outros.
p 15. a) No meu caso, conseguir aquilo que quero tem pouco ou nada a ver
com a sorte.
*b) Tirando a sorte, muitas vezes podemos decidir muito bem o que
fazer.
I 16. *a)Quem consegue ser chefe, depende freqüentemente de ter tido bas-
tante sorte para estar no lugar certo e em primeiro lugar.
b) Conseguir pessoas para fazer as coisas certas depende de habilidade;
a sorte pouco ou nada tem a ver com isso.
I 18. *a) A maioria das pessoas não percebe o quanto suas vidas são controla-
das por acontecimentos acidentais.
b) Realmente não existe essa tal de sorte.
I 20. *a) ~ difícil saber se uma pessoa realmente gosta ou não de você.
b) A quantidade de amigos que você tem depende de quanto você seja
uma pessoa legal.
I 21. *a) Mais cedo ou mais tarde, as coisas ruins que nos acontecem são
contrabalançadas pelas boas.
b) A maioria dos infortúnios resultam de falta de habilidade, da igno-
rância, da preguiça ou de todas as três.
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P 23. *a) Às vezes, não consigo entender como os professores chegam às notas
que dão.
b) Há uma ligação direta entre o quanto eu estudo e as notas que tiro.
F 24. a) Um bom líder espera que as pessoas decidam por elas mesmas o que
devem fazer.
b) Um bom líder deixa claro para todos quais são as suas tarefas.
P 25. *a) Muitas vezes sinto que tenho pouca influência sobre as coisas que me
acontecem.
b) Para mim é impossível acreditar que o acaso ou a sorte tenham um
papel importante em minha vida.
P 29. *a) Na maioria das vezes não consigo entender porque os políticos se
comportam da forma como o fazem.
b) Na maioria das vezes, as pessoas são responsáveis por maus governos,
tanto em nível nacional quanto local.
* "Respostas externas."