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Auxiliar de Serviço de Saúde PDF
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Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei,
privada. a:
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso Art. 202. O regime de previdência privada, de
I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o caráter complementar e organizado de forma autônoma
professor que comprove tempo de efetivo exercício das em relação ao regime geral de previdência social, será
funções de magistério na educação infantil e no ensino facultativo, baseado na constituição de reservas que
fundamental e médio fixado em lei complementar. garantam o benefício contratado, e regulado por lei
complementar.
§ 9º Para fins de aposentadoria, será
assegurada a contagem recíproca do tempo de § 1° A lei complementar de que trata este artigo
contribuição entre o Regime Geral de Previdência assegurará ao participante de planos de benefícios de
Social e os regimes próprios de previdência social, e entidades de previdência privada o pleno acesso às
destes entre si, observada a compensação financeira, informações relativas à gestão de seus respectivos
de acordo com os critérios estabelecidos em lei. planos.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às
Estado e da família, será promovida e incentivada com crianças até 5 (cinco) anos de idade;
a colaboração da sociedade, visando ao pleno
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V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão
da pesquisa e da criação artística, segundo a prioritariamente no ensino fundamental e médio.
capacidade de cada um;
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino,
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
às condições do educando; definirão formas de colaboração, de modo a assegurar
a universalização do ensino obrigatório.
VII - atendimento ao educando, em todas as
etapas da educação básica, por meio de programas § 5º A educação básica pública atenderá
suplementares de material didático escolar, transporte, prioritariamente ao ensino regular.
alimentação e assistência à saúde.
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os
direito público subjetivo. Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da
receita resultante de impostos, compreendida a
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório proveniente de transferências, na manutenção e
pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa desenvolvimento do ensino.
responsabilidade da autoridade competente.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal
educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos
chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo
frequência à escola. previsto neste artigo, receita do governo que a
transferir.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada,
atendidas as seguintes condições: § 2º Para efeito do cumprimento do disposto no
"caput" deste artigo, serão considerados os sistemas
de ensino federal, estadual e municipal e os recursos
I - cumprimento das normas gerais da educação
aplicados na forma do art. 213.
nacional;
§ 2º O ensino fundamental regular será § 5º A educação básica pública terá como fonte
ministrado em língua portuguesa, assegurada às adicional de financiamento a contribuição social do
comunidades indígenas também a utilização de suas salário-educação, recolhida pelas empresas na forma
línguas maternas e processos próprios de da lei.
aprendizagem.
§ 6º As cotas estaduais e municipais da
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e arrecadação da contribuição social do salário-educação
os Municípios organizarão em regime de colaboração serão distribuídas proporcionalmente ao número de
seus sistemas de ensino. alunos matriculados na educação básica nas
respectivas redes públicas de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de
ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de Art. 213. Os recursos públicos serão destinados
ensino públicas federais e exercerá, em matéria às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas
a garantir equalização de oportunidades educacionais e em lei, que:
padrão mínimo de qualidade do ensino mediante
assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem
Federal e aos Municípios;
seus excedentes financeiros em educação;
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no
ensino fundamental e na educação infantil.
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II - assegurem a destinação de seu patrimônio a II produção, promoção e difusão de bens
outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, culturais;
ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas
atividades. III formação de pessoal qualificado para a gestão
da cultura em suas múltiplas dimensões;
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo
poderão ser destinados a bolsas de estudo para o IV democratização do acesso aos bens de
ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os cultura;
que demonstrarem insuficiência de recursos, quando
houver falta de vagas e cursos regulares da rede
V valorização da diversidade étnica e
pública na localidade da residência do educando,
regional.
ficando o Poder Público obrigado a investir
prioritariamente na expansão de sua rede na
localidade. Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro
os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de
§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de
referência à identidade, à ação, à memória dos
estímulo e fomento à inovação realizadas por
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira,
universidades e/ou por instituições de educação
nos quais se incluem:
profissional e tecnológica poderão receber apoio
financeiro do Poder Público.
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
educação, de duração decenal, com o objetivo de IV - as obras, objetos, documentos, edificações e
articular o sistema nacional de educação em regime de
demais espaços destinados às manifestações artístico-
colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e
culturais;
estratégias de implementação para assegurar a V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico,
manutenção e desenvolvimento do ensino em seus paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico,
diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ecológico e científico.
ações integradas dos poderes públicos das diferentes
esferas federativas que conduzam a:
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da
comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio
I - erradicação do analfabetismo;
cultural brasileiro, por meio de inventários, registros,
II - universalização do atendimento escolar;
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras
III - melhoria da qualidade do ensino;
formas de acautelamento e preservação.
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do
País. § 2º Cabem à administração pública, na forma da
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos lei, a gestão da documentação governamental e as
públicos em educação como proporção do produto providências para franquear sua consulta a quantos
interno bruto. dela necessitem.
Seção II - DA CULTURA
§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a
Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno produção e o conhecimento de bens e valores culturais.
exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e § 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural
a difusão das manifestações culturais. serão punidos, na forma da lei.
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III - qualquer outra despesa corrente não Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas
vinculada diretamente aos investimentos ou ações desportivas formais e não-formais, como direito de
apoiados. cada um, observados:
§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do III - regionalização da produção cultural, artística
SNCTI. e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em
lei;
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios legislarão concorrentemente sobre suas IV - respeito aos valores éticos e sociais da
peculiaridades. pessoa e da família.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar I - idade mínima de quatorze anos para admissão
a comunidade formada por qualquer dos pais e seus ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII;
descendentes.
II - garantia de direitos previdenciários e
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade trabalhistas;
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher. III - garantia de acesso do trabalhador
adolescente e jovem à escola;
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo
divórcio. IV - garantia de pleno e formal conhecimento da
atribuição de ato infracional, igualdade na relação
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da processual e defesa técnica por profissional habilitado,
pessoa humana e da paternidade responsável, o segundo dispuser a legislação tutelar específica;
planejamento familiar é livre decisão do casal,
competindo ao Estado propiciar recursos educacionais V - obediência aos princípios de brevidade,
e científicos para o exercício desse direito, vedada excepcionalidade e respeito à condição peculiar de
qualquer forma coercitiva por parte de instituições pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de
oficiais ou privadas. qualquer medida privativa da liberdade;
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§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, § 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos
na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-
sua efetivação por parte de estrangeiros. lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios
e dos lagos nelas existentes.
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do
casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e § 3º O aproveitamento dos recursos hídricos,
qualificações, proibidas quaisquer designações incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a
discriminatórias relativas à filiação. lavra das riquezas minerais em terras indígenas só
podem ser efetivados com autorização do Congresso
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-
adolescente levar-se- á em consideração o disposto no lhes assegurada participação nos resultados da lavra,
art. 204. na forma da lei.
§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão Art. 232. Os índios, suas comunidades e
executados preferencialmente em seus lares. organizações são partes legítimas para ingressar em
juízo em defesa de seus direitos e interesses,
§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é intervindo o Ministério Público em todos os atos do
garantida a gratuidade dos transportes coletivos processo.
urbanos.
CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS
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DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE da saúde executados pelos entes federativos, de forma
direta ou indireta, mediante a participação
JUNHO DE 2011. complementar da iniciativa privada, sendo organizado
Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de forma regionalizada e hierarquizada.
de 1990, para dispor sobre a organização do
Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da Seção I
saúde, a assistência à saúde e a articulação Das Regiões de Saúde
interfederativa, e dá outras providências. Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas
pelo Estado, em articulação com os Municípios,
CAPÍTULO I respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, do art. 30.
de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a § 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde
organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o interestaduais, compostas por Municípios limítrofes, por
planejamento da saúde, a assistência à saúde e a ato conjunto dos respectivos Estados em articulação
articulação interfederativa. com os Municípios.
Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se: § 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas
I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo em áreas de fronteira com outros países deverá
constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, respeitar as normas que regem as relações
delimitado a partir de identidades culturais, econômicas internacionais.
e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde
transportes compartilhados, com a finalidade de deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
integrar a organização, o planejamento e a execução I - atenção primária;
de ações e serviços de saúde; II - urgência e emergência;
II - Contrato Organizativo da Ação Pública da III - atenção psicossocial;
Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes IV - atenção ambulatorial especializada e
federativos com a finalidade de organizar e integrar as hospitalar; e
ações e serviços de saúde na rede regionalizada e V - vigilância em saúde.
hierarquizada, com definição de responsabilidades, Parágrafo único. A instituição das Regiões de
indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de Saúde observará cronograma pactuado nas Comissões
desempenho, recursos financeiros que serão Intergestores.
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência
execução e demais elementos necessários à para as transferências de recursos entre os entes
implementação integrada das ações e serviços de saúde; federativos.
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão
inicial à saúde do usuário no SUS; compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou
IV - Comissões Intergestores - instâncias de de várias delas, em consonância com diretrizes
pactuação consensual entre os entes federativos para pactuadas nas Comissões Intergestores .
definição das regras da gestão compartilhada do SUS; Parágrafo único. Os entes federativos definirão
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da os seguintes elementos em relação às Regiões de
distribuição de recursos humanos e de ações e serviços Saúde:
de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, I - seus limites geográficos;
considerando-se a capacidade instalada existente, os II - população usuária das ações e serviços;
investimentos e o desempenho aferido a partir dos III - rol de ações e serviços que serão ofertados;
indicadores de saúde do sistema; e
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de IV - respectivas responsabilidades, critérios de
ações e serviços de saúde articulados em níveis de acessibilidade e escala para conformação dos serviços.
complexidade crescente, com a finalidade de garantir a
integralidade da assistência à saúde;
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - Seção II
serviços de saúde específicos para o atendimento da Da Hierarquização
pessoa que, em razão de agravo ou de situação laboral, Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado
necessita de atendimento especial; e às ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e
documento que estabelece: critérios para o diagnóstico hierarquizada, de acordo com a complexidade do
da doença ou do agravo à saúde; o tratamento serviço.
preconizado, com os medicamentos e demais produtos Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos
apropriados, quando couber; as posologias serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os
recomendadas; os mecanismos de controle clínico; e o serviços:
acompanhamento e a verificação dos resultados I - de atenção primária;
terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. II - de atenção de urgência e emergência;
III - de atenção psicossocial; e
CAPÍTULO II IV - especiais de acesso aberto.
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e
Art. 3º O SUS é constituído pela conjugação das de acordo com o pactuado nas Comissões
ações e serviços de promoção, proteção e recuperação Intergestores, os entes federativos poderão criar novas
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Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde
considerando as características da Região de Saúde. regional, estadual e nacional.
Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na
ambulatoriais especializados, entre outros de maior identificação das necessidades de saúde e orientará o
complexidade e densidade tecnológica, serão planejamento integrado dos entes federativos,
referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o art. contribuindo para o estabelecimento de metas de
9º . saúde.
Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito
e aos serviços de saúde será ordenado pela atenção estadual deve ser realizado de maneira regionalizada, a
primária e deve ser fundado na avaliação da gravidade partir das necessidades dos Municípios, considerando o
do risco individual e coletivo e no critério cronológico, estabelecimento de metas de saúde.
observadas as especificidades previstas para pessoas Art. 19. Compete à Comissão Intergestores
com proteção especial, conforme legislação vigente. Bipartite - CIB de que trata o inciso II do art. 30 pactuar
Parágrafo único. A população indígena contará as etapas do processo e os prazos do planejamento
com regramentos diferenciados de acesso, compatíveis municipal em consonância com os planejamentos
com suas especificidades e com a necessidade de estadual e nacional.
assistência integral à sua saúde, de acordo com
disposições do Ministério da Saúde. CAPÍTULO IV
Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
do cuidado em saúde, em todas as suas modalidades, nos Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se
serviços, hospitais e em outras unidades integrantes da inicia e se completa na Rede de Atenção à Saúde,
rede de atenção da respectiva região. mediante referenciamento do usuário na rede regional
Parágrafo único. As Comissões Intergestores e interestadual, conforme pactuado nas Comissões
pactuarão as regras de continuidade do acesso às Intergestores.
ações e aos serviços de saúde na respectiva área de
atuação. Seção I
Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso Da Relação Nacional de Ações e Serviços de
universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de Saúde - RENASES
saúde do SUS, caberá aos entes federativos, além de Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de
outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Saúde - RENASES compreende todas as ações e
Comissões Intergestores: serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento
I - garantir a transparência, a integralidade e a da integralidade da assistência à saúde.
equidade no acesso às ações e aos serviços de saúde; Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a
II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos RENASES em âmbito nacional, observadas as diretrizes
serviços de saúde; pactuadas pela CIT.
III - monitorar o acesso às ações e aos serviços Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério
de saúde; e da Saúde consolidará e publicará as atualizações da
IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços RENASES.
de saúde. Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e
Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre os Municípios pactuarão nas respectivas Comissões
critérios, diretrizes, procedimentos e demais medidas Intergestores as suas responsabilidades em relação ao
que auxiliem os entes federativos no cumprimento das rol de ações e serviços constantes da RENASES.
atribuições previstas no art. 13. Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão adotar relações específicas e
CAPÍTULO III complementares de ações e serviços de saúde, em
DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE consonância com a RENASES, respeitadas as
Art. 15. O processo de planejamento da saúde responsabilidades dos entes pelo seu financiamento,
será ascendente e integrado, do nível local até o de acordo com o pactuado nas Comissões
federal, ouvidos os respectivos Conselhos de Saúde, Intergestores.
compatibilizando-se as necessidades das políticas de
saúde com a disponibilidade de recursos financeiros. Seção II
§ 1º O planejamento da saúde é obrigatório para Da Relação Nacional de Medicamentos
os entes públicos e será indutor de políticas para a Essenciais - RENAME
iniciativa privada. Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos
§ 2º A compatibilização de que trata o caput será Essenciais - RENAME compreende a seleção e a
efetuada no âmbito dos planos de saúde, os quais padronização de medicamentos indicados para
serão resultado do planejamento integrado dos entes atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do
federativos, e deverão conter metas de saúde. SUS.
§ 3º O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá Parágrafo único. A RENAME será acompanhada
as diretrizes a serem observadas na elaboração dos do Formulário Terapêutico Nacional - FTN que
planos de saúde, de acordo com as características subsidiará a prescrição, a dispensação e o uso dos
epidemiológicas e da organização de serviços nos seus medicamentos.
entes federativos e nas Regiões de Saúde. Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão
Art. 16. No planejamento devem ser competente para dispor sobre a RENAME e os
considerados os serviços e as ações prestados pela Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em
iniciativa privada, de forma complementar ou não ao
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âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas acordo com a definição da política de saúde dos entes
pela CIT. federativos, consubstanciada nos seus planos de
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério saúde, aprovados pelos respectivos conselhos de
da Saúde consolidará e publicará as atualizações da saúde;
RENAME, do respectivo FTN e dos Protocolos Clínicos II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde,
e Diretrizes Terapêuticas. integração de limites geográficos, referência e
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município contrarreferência e demais aspectos vinculados à
poderão adotar relações específicas e complementares integração das ações e serviços de saúde entre os
de medicamentos, em consonância com a RENAME, entes federativos;
respeitadas as responsabilidades dos entes pelo III - diretrizes de âmbito nacional, estadual,
financiamento de medicamentos, de acordo com o regional e interestadual, a respeito da organização das
pactuado nas Comissões Intergestores. redes de atenção à saúde, principalmente no tocante à
Art. 28. O acesso universal e igualitário à gestão institucional e à integração das ações e serviços
assistência farmacêutica pressupõe, cumulativamente: dos entes federativos;
I - estar o usuário assistido por ações e serviços IV - responsabilidades dos entes federativos na
de saúde do SUS; Rede de Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte
II - ter o medicamento sido prescrito por demográfico e seu desenvolvimento econômico-
profissional de saúde, no exercício regular de suas financeiro, estabelecendo as responsabilidades
funções no SUS; individuais e as solidárias; e
III - estar a prescrição em conformidade com a V - referências das regiões intraestaduais e
RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes interestaduais de atenção à saúde para o atendimento
Terapêuticas ou com a relação específica da integralidade da assistência.
complementar estadual, distrital ou municipal de Parágrafo único. Serão de competência
medicamentos; e exclusiva da CIT a pactuação:
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades I - das diretrizes gerais para a composição da
indicadas pela direção do SUS. RENASES;
§ 1º Os entes federativos poderão ampliar o II - dos critérios para o planejamento integrado
acesso do usuário à assistência farmacêutica, desde das ações e serviços de saúde da Região de Saúde,
que questões de saúde pública o justifiquem. em razão do compartilhamento da gestão; e
§ 2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer III - das diretrizes nacionais, do financiamento e
regras diferenciadas de acesso a medicamentos de das questões operacionais das Regiões de Saúde
caráter especializado. situadas em fronteiras com outros países, respeitadas,
Art. 29. A RENAME e a relação específica em todos os casos, as normas que regem as relações
complementar estadual, distrital ou municipal de internacionais.
medicamentos somente poderão conter produtos com
registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Seção II
ANVISA. Do Contrato Organizativo da Ação Pública da
Saúde
CAPÍTULO V Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA federativos para a organização da rede interfederativa de
Seção I atenção à saúde será firmado por meio de Contrato
Das Comissões Intergestores Organizativo da Ação Pública da Saúde.
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de
organização e o funcionamento das ações e serviços Ação Pública da Saúde é a organização e a integração
de saúde integrados em redes de atenção à saúde, das ações e dos serviços de saúde, sob a
sendo: responsabilidade dos entes federativos em uma Região
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade
Ministério da Saúde para efeitos administrativos e da assistência aos usuários.
operacionais; Parágrafo único. O Contrato Organizativo de
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Ação Pública da Saúde resultará da integração dos
Secretaria Estadual de Saúde para efeitos planos de saúde dos entes federativos na Rede de
administrativos e operacionais; e Atenção à Saúde, tendo como fundamento as
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no pactuações estabelecidas pela CIT.
âmbito regional, vinculada à Secretaria Estadual de Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública
Saúde para efeitos administrativos e operacionais, da Saúde definirá as responsabilidades individuais e
devendo observar as diretrizes da CIB. solidárias dos entes federativos com relação às ações
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os e serviços de saúde, os indicadores e as metas de
gestores públicos de saúde poderão ser representados saúde, os critérios de avaliação de desempenho, os
pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde - recursos financeiros que serão disponibilizados, a
CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias forma de controle e fiscalização da sua execução e
Municipais de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho demais elementos necessários à implementação
Estadual de Secretarias Municipais de Saúde - integrada das ações e serviços de saúde.
COSEMS. § 1º O Ministério da Saúde definirá indicadores
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: nacionais de garantia de acesso às ações e aos serviços
I - aspectos operacionais, financeiros e de saúde no âmbito do SUS, a partir de diretrizes
administrativos da gestão compartilhada do SUS, de estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde.
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§ 2º O desempenho aferido a partir dos § 2º O disposto neste artigo será implementado
indicadores nacionais de garantia de acesso servirá em conformidade com as demais formas de controle e
como parâmetro para avaliação do desempenho da fiscalização previstas em Lei.
prestação das ações e dos serviços definidos no Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde em a execução do Contrato Organizativo de Ação Pública
todas as Regiões de Saúde, considerando-se as de Saúde, em relação ao cumprimento das metas
especificidades municipais, regionais e estaduais. estabelecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos
Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública recursos disponibilizados.
de Saúde conterá as seguintes disposições essenciais: Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados
I - identificação das necessidades de saúde sobre o Contrato Organizativo de Ação Pública de
locais e regionais; Saúde no sistema de informações em saúde
II - oferta de ações e serviços de vigilância em organizado pelo Ministério da Saúde e os encaminhará
saúde, promoção, proteção e recuperação da saúde em ao respectivo Conselho de Saúde para monitoramento.
âmbito regional e inter-regional;
III - responsabilidades assumidas pelos entes
federativos perante a população no processo de CAPÍTULO VI
regionalização, as quais serão estabelecidas de forma DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
individualizada, de acordo com o perfil, a organização e a Art. 42. Sem prejuízo das outras providências
capacidade de prestação das ações e dos serviços de legais, o Ministério da Saúde informará aos órgãos de
cada ente federativo da Região de Saúde; controle interno e externo:
IV - indicadores e metas de saúde; I - o descumprimento injustificado de
V - estratégias para a melhoria das ações e responsabilidades na prestação de ações e serviços de
serviços de saúde; saúde e de outras obrigações previstas neste Decreto;
VI - critérios de avaliação dos resultados e forma II - a não apresentação do Relatório de Gestão a
de monitoramento permanente; que se refere o inciso IV do art. 4º da Lei no 8.142, de
VII - adequação das ações e dos serviços dos 1990 ;
entes federativos em relação às atualizações realizadas III - a não aplicação, malversação ou desvio de
na RENASES; recursos financeiros; e
VIII - investimentos na rede de serviços e as IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver
respectivas responsabilidades; e conhecimento.
IX - recursos financeiros que serão Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de
disponibilizados por cada um dos partícipes para sua todas as ações e serviços de saúde que na data da
execução. publicação deste Decreto são ofertados pelo SUS à
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá população, por meio dos entes federados, de forma
instituir formas de incentivo ao cumprimento das metas direta ou indireta.
de saúde e à melhoria das ações e serviços de saúde. Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública estabelecerá as diretrizes de que trata o § 3º do art. 15
de Saúde observará as seguintes diretrizes básicas no prazo de cento e oitenta dias a partir da publicação
para fins de garantia da gestão participativa: deste Decreto.
I - estabelecimento de estratégias que Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de
incorporem a avaliação do usuário das ações e dos sua publicação.
serviços, como ferramenta de sua melhoria;
II - apuração permanente das necessidades e
interesses do usuário; e
III - publicidade dos direitos e deveres do usuário
na saúde em todas as unidades de saúde do SUS,
inclusive nas unidades privadas que dele participem de
forma complementar.
Art. 38. A humanização do atendimento do
usuário será fator determinante para o estabelecimento
das metas de saúde previstas no Contrato Organizativo
de Ação Pública de Saúde.
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do
Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde serão
pactuados pelo CIT, cabendo à Secretaria de Saúde
Estadual coordenar a sua implementação.
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e
Avaliação do SUS, por meio de serviço especializado,
fará o controle e a fiscalização do Contrato Organizativo
de Ação Pública da Saúde.
§ 1º O Relatório de Gestão a que se refere
o inciso IV do art. 4º da Lei nº 8.142, de 28 de dezembro
de 1990, conterá seção específica relativa aos
compromissos assumidos no âmbito do Contrato
Organizativo de Ação Pública de Saúde.
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LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.
Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.
TÍTULO I
Disposições Preliminares
Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual
ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades,
para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em
condições de liberdade e dignidade.
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com
absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao
lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 1º A garantia de prioridade compreende:
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de
serviços à população;
II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto
dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de
serviços aos idosos;
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre
os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos, atendendo-se suas
necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos.
Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou
opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela
adotados.
Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos
termos da lei.
Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta Lei
que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842,
de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
TÍTULO II
Dos Direitos Fundamentais
CAPÍTULO I
Do Direito à Vida
Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e
da legislação vigente.
Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de
políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
CAPÍTULO II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade,
como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis.
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II – opinião e expressão;
III – crença e culto religioso;
IV – prática de esportes e de diversões;
V – participação na vida familiar e comunitária;
VI – participação na vida política, na forma da lei;
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
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§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a
preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos
pessoais.
§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
CAPÍTULO III
Dos Alimentos
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor
Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual
civil.
Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se
ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.
CAPÍTULO IV
Do Direito à Saúde
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS,
garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam
preferencialmente os idosos.
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:
I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e gerontologia social;
IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e esteja impossibilitada
de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins
lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural;
V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes do agravo da
saúde.
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso
continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão
da idade.
§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento especializado, nos
termos da lei.
§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos, hipótese na qual será admitido
o seguinte procedimento:
I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com o idoso em sua residência;
ou
II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador legalmente constituído.
§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro
Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre
o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais
e de isenção tributária.
§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência especial sobre os demais idosos,
exceto em caso de emergência.
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de
saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder autorização para o
acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo
tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita:
I – pelo curador, quando o idoso for interditado;
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado em tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou
familiar;
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o
fato ao Ministério Público.
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às necessidades do
idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e
grupos de auto-ajuda.
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Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto de notificação
compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente
comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos:
I – autoridade policial;
II – Ministério Público;
III – Conselho Municipal do Idoso;
IV – Conselho Estadual do Idoso;
V – Conselho Nacional do Idoso.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão praticada em
local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico.
§ 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo, o disposto na Lei
o
n 6.259, de 30 de outubro de 1975.
CAPÍTULO V
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que
respeitem sua peculiar condição de idade.
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos,
metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.
§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, computação e
demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna.
§ 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos
e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao
processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir
conhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de
pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem
como o acesso preferencial aos respectivos locais.
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos idosos, com finalidade
informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo da
vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não formais.
Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a
publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura,
considerada a natural redução da capacidade visual.
CAPÍTULO VI
Da Profissionalização e do Trabalho
Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais
e psíquicas.
art27Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a fixação de
limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, dando-se preferência ao de
idade mais elevada.
Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades
regulares e remuneradas;
II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de
estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de
cidadania;
III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.
CAPÍTULO VII
Da Previdência Social
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social observarão, na sua
concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos
termos da legislação vigente.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados na mesma data de reajuste do
salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento, com base
em percentual definido em regulamento, observados os critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de
1991.
Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por idade,
desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de requerimento do benefício.
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Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput observará o disposto no caput e § 2o do art.
3o da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-de-contribuição recolhidos a partir da
competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por responsabilidade da
Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do
efetivo pagamento.
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base dos aposentados e pensionistas.
CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes
previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais
normas pertinentes.
Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua
subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos
termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será
computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de
serviços com a pessoa idosa abrigada.
§ 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do idoso no custeio
da entidade.
§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá a forma de
participação prevista no § 1o, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de qualquer benefício previdenciário
ou de assistência social percebido pelo idoso.
§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que se refere
o caput deste artigo.
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a
dependência econômica, para os efeitos legais.
CAPÍTULO IX
Da Habitação
Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de
seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada.
§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada
inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família.
§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação externa visível, sob
pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente.
§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação compatíveis com as
necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene indispensáveis às normas sanitárias e
com estas condizentes, sob as penas da lei.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o idoso goza de prioridade
na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:
I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para atendimento aos
idosos;
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao idoso;
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a idosos devem situar-se,
preferencialmente, no pavimento térreo.
CAPÍTULO X
Do Transporte
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos
públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos
serviços regulares.
§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que faça prova de
sua idade.
§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos
assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará
a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos
no caput deste artigo.
Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da legislação específica:
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I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos;
II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os idosos que excederem
as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios para o exercício dos
direitos previstos nos incisos I e II.
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos
estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a melhor comodidade ao
idoso.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos procedimentos de embarque e desembarque
nos veículos do sistema de transporte coletivo.
TÍTULO III
Das Medidas de Proteção
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem
ameaçados ou violados:
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;
III – em razão de sua condição pessoal.
CAPÍTULO II
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou
cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento dos vínculos familiares e
comunitários.
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a
requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade;
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou domiciliar;
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a usuários dependentes de
drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação;
V – abrigo em entidade;
VI – abrigo temporário.
TÍTULO IV
Da Política de Atendimento ao Idoso
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de ações governamentais e
não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que necessitarem;
III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso,
crueldade e opressão;
IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos abandonados em hospitais e
instituições de longa permanência;
V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos;
VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos da sociedade no
atendimento do idoso.
CAPÍTULO II
Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, observadas as
normas de planejamento e execução emanadas do órgão competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei
no 8.842, de 1994.
Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à
inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa
Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de
atendimento, observados os seguintes requisitos:
I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os princípios desta Lei;
III – estar regularmente constituída;
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
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Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência adotarão os
seguintes princípios:
I – preservação dos vínculos familiares;
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior;
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo;
V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade.
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente
pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas.
Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo de atendimento, as
obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;
III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;
IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;
V – oferecer atendimento personalizado;
VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de doenças infecto-
contagiosas;
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os documentos necessários ao exercício da
cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do idoso,
responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o valor de contribuições, e suas
alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento;
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de abandono moral ou material
por parte dos familiares;
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.
Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de serviço ao idoso terão direito à
assistência judiciária gratuita.
CAPÍTULO III
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento
Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos
Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos em lei.
Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização e a
avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas." (NR)
Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos públicos e privados recebidos pelas
entidades de atendimento.
Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem
prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguintes penalidades, observado o
devido processo legal:
I – as entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa;
II – as entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) multa;
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;
d) interdição de unidade ou suspensão de programa;
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.
§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em relação ao programa, caberá o
afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a suspensão do programa.
§ 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá quando verificada a má aplicação ou
desvio de finalidade dos recursos.
§ 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que coloque em risco os direitos assegurados nesta
Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público, para as providências cabíveis, inclusive para promover a
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suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a proibição de atendimento a idosos a bem do interesse
público, sem prejuízo das providências a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.
§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos
que dela provierem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes da entidade.
CAPÍTULO IV
Das Infrações Administrativas
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não for caracterizado
como crime, podendo haver a interdição do estabelecimento até que sejam cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa permanência, os idosos abrigados serão
transferidos para outra instituição, a expensas do estabelecimento interditado, enquanto durar a interdição.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento de saúde ou instituição de longa
permanência de comunicar à autoridade competente os casos de crimes contra idoso de que tiver conhecimento:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro no caso de
reincidência.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade no atendimento ao idoso:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo
juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.
CAPÍTULO V
Da Apuração Administrativa de Infração às
Normas de Proteção ao Idoso
Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados anualmente, na forma da lei.
Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa por infração às normas de proteção ao
idoso terá início com requisição do Ministério Público ou auto de infração elaborado por servidor efetivo e assinado,
se possível, por duas testemunhas.
§ 1o No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se
a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2o Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será lavrado dentro
de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da defesa, contado da data da intimação,
que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na presença do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade competente aplicará à entidade de
atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas
pelo Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade
competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a
fiscalização.
CAPÍTULO VI
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento
Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo de que trata este Capítulo as disposições
das Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade governamental e não-governamental de
atendimento ao idoso terá início mediante petição fundamentada de pessoa interessada ou iniciativa do Ministério
Público.
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente
o afastamento provisório do dirigente da entidade ou outras medidas que julgar adequadas, para evitar lesão aos
direitos do idoso, mediante decisão fundamentada.
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo
juntar documentos e indicar as provas a produzir.
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art. 69 ou, se necessário, designará
audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção de outras provas.
§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão 5 (cinco) dias para oferecer
alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade governamental, a autoridade
judiciária oficiará a autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e
quatro) horas para proceder à substituição.
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julgamento do mérito.
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§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo programa de
atendimento.
TÍTULO V
Do Acesso à Justiça
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o procedimento sumário previsto no Código
de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei.
Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do idoso.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e
diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos, em qualquer instância.
§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o
benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpridas,
anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
§ 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite,
companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
§ 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas prestadoras
de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos
Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária.
§ 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados
com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.
§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maiores de oitenta anos.
CAPÍTULO II
Do Ministério Público
Art. 72. (VETADO)
Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exercidas nos termos da respectiva Lei
Orgânica.
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos,
individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;
II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de designação de curador
especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de
idosos em condições de risco;
III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei,
quando necessário ou o interesse público justificar;
V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injustificado
da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil ou Militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e federais, da
administração direta e indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, para a
apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao idoso;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados ao idoso, promovendo as medidas
judiciais e extrajudiciais cabíveis;
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata esta Lei,
adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde, educacionais e de assistência
social, públicos, para o desempenho de suas atribuições;
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos previstos nesta Lei.
§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros,
nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei.
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a finalidade e
atribuições do Ministério Público.
§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a toda entidade de
atendimento ao idoso.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos, requerer diligências e produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.
Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
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Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
CAPÍTULO III
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Indisponíveis ou Homogêneos
Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser fundamentadas.
Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos
assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com limitação incapacitante;
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-contagiosa;
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses difusos,
coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios do idoso, protegidos em lei.
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá
competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da Justiça Federal e a competência
originária dos Tribunais Superiores.
Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou
homogêneos, consideram-se legitimados, concorrentemente:
I – o Ministério Público;
II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre os fins institucionais
a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia
autorização estatutária.
§ 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos Estados na defesa dos
interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado deverá assumir a titularidade ativa.
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação
pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que
se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a
tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao
adimplemento.
§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é
lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de Processo
Civil.
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente do pedido
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida
desde o dia em que se houver configurado.
Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta deste,
ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento ao idoso.
Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trânsito em julgado da decisão serão
exigidas por meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos
demais legitimados em caso de inércia daquele.
Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao Poder Público, o juiz determinará a
remessa de peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a
que se atribua a ação ou omissão.
Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença condenatória favorável ao idoso sem
que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada, igual iniciativa aos demais
legitimados, como assistentes ou assumindo o pólo ativo, em caso de inércia desse órgão.
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários
periciais e quaisquer outras despesas.
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe
informações sobre os fatos que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício de suas funções, quando tiverem
conhecimento de fatos que possam configurar crime de ação pública contra idoso ou ensejar a propositura de ação
para sua defesa, devem encaminhar as peças pertinentes ao Ministério Público, para as providências cabíveis.
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Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e
informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual
não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.
§ 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de
fundamento para a propositura da ação civil ou de peças informativas, determinará o seu arquivamento, fazendo-o
fundamentadamente.
§ 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer
em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e
Revisão do Ministério Público.
§ 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conselho Superior do Ministério Público ou por
Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público, as associações legitimadas poderão apresentar razões
escritas ou documentos, que serão juntados ou anexados às peças de informação.
§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público de homologar
a promoção de arquivamento, será designado outro membro do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
TÍTULO VI
Dos Crimes
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos,
aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber,
as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
CAPÍTULO II
Dos Crimes em Espécie
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts.
181 e 182 do Código Penal.
Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de
transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania,
por motivo de idade:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer
motivo.
§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do
agente.
Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de
iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses
casos, o socorro de autoridade pública:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e
triplicada, se resulta a morte.
Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou congêneres, ou
não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições
desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou
sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:
Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 2o Se resulta a morte:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;
II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;
III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem justa causa, a
pessoa idosa;
IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida na ação
civil a que alude esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando
requisitados pelo Ministério Público.
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Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida nas
ações em que for parte ou interveniente o idoso:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes
aplicação diversa da de sua finalidade:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar
procuração à entidade de atendimento:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem
como qualquer outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou ressarcimento de dívida:
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou
injuriosas à pessoa do idoso:
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins de administração
de bens ou deles dispor livremente:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a devida
representação legal:
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
TÍTULO VII
Disposições Finais e Transitórias
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer outro agente
fiscalizador:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
"Art. 61. ............................................................................
II - ............................................................................
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
"Art. 121. ............................................................................
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada
de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
"Art. 133. ............................................................................
§ 3o ............................................................................
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
"Art. 140. ............................................................................
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de
pessoa idosa ou portadora de deficiência:
"Art. 141. ............................................................................
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
"Art. 148. ............................................................................
§ 1o............................................................................
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior de 60 (sessenta) anos.
"Art. 159............................................................................
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60
(sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
"Art. 183............................................................................
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos." (NR)
"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou
inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os
recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada;
deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
............................................................................" (NR)
Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a
vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:
"Art. 21............................................................................
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)
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Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte
redação:
"Art. 1o ............................................................................
§ 4o ............................................................................
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta)
anos;
............................................................................" (NR)
Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte
redação:
"Art. 18............................................................................
III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capacidade de
discernimento ou de autodeterminação:
............................................................................" (NR)
Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as
gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos
desta Lei." (NR)
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional de Assistência Social, até que o
Fundo Nacional do Idoso seja criado, os recursos necessários, em cada exercício financeiro, para aplicação em
programas e ações relativos ao idoso.
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população idosa do País.
Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei revendo os critérios de
concessão do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da Assistência Social, de forma a garantir
que o acesso ao direito seja condizente com o estágio de desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País.
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua publicação, ressalvado o disposto
no caput do art. 36, que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.
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QUESTÕES – ESTATUTO DO IDOSO
1. (UTFPR – UTFPR – Assistente em Administração – 2017)
É crime contra o idoso, conforme define a Lei nº 10.741/2003:
a) recusar atendimento a suas exigências pessoais.
b) impedir acesso ao transporte coletivo municipal, quando este der prova de sua idade, des-
de que não seja nos serviços de transporte seletivos e especiais, quando prestados parale-
lamente aos serviços regulares.
c) negar acesso a emprego ou cargo público por motivo de saúde.
d) receber doação por ele feita de boa-fé e de plena consciência, mas que não tenha sido sub-
metida à autoridade mediadora.
e) recusar-se a oferecer o assento privativo aos idosos nos ônibus coletivos municipais ou in-
termunicipais.
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4. (FGV – TJ-PI – Analista Judiciário – Psicólogo – 2015)
O Sr. Otávio, de 72 anos, reside com seu filho e seu neto . Ocorre que há alguns meses o convívio
familiar vem se revelando conturbado porque o idoso tem sido agredido pelo neto, que faz uso
contumaz de substâncias entorpecentes. Diante da situação descrita, segundo as disposições
do Estatuto do Idoso (lei 10.741/2003), é correto afirmar que:
a) o Conselho Municipal do Idoso deve determinar a inclusão do neto em instituição de
tratamento para usuários dependentes de drogas;
b) a Vara do Idoso deve determinar o pagamento de danos morais e materiais em favor do
idoso, que deve ser ressarcido pelos maus tratos praticados contra ele;
c) o Ministério Público deverá determinar o pagamento de danos morais e materiais para o
idoso, valor que deve ser preferencialmente assumido pelo neto e facultativamente pelo
filho do idoso;
d) o Conselho Municipal do Idoso deverá determinar que o idoso seja abrigado em entidade
protetiva, de forma a ser afastado dos maus tratos domésticos;
e) o Ministério Público pode determinar a inclusão do neto em instituição de tratamento para
usuários dependentes de drogas.
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fiscalizadas exclusivamente pelos Conselhos do Idoso e Ministério Público;
e) Constitui crime recusar, retardar ou omitir dados técnicos indipensáveis à propositura
de ação civil pública destinada à proteção de interesses coletivos ou difusos das pessoas
portadoras de deficiência, quando requisitados pelo Ministério Público.
13. (FADES – MPE-PA – Analista Jurídico – 2012)
Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência ou
congêneres, ou não prover suas necessidades básicas quando obrigado por lei ou mandado,
sujeita o infrator a pena de detenção de seis meses a;
a) dois anos, mais multa. b) três anos, mais multa. c) dois anos d) três anos.
14. (CESPE – DPE-BA – Defensor Público – 2010)
Em relação ao Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), julgue o item seguinte.
Aos crimes previstos nesse estatuto e cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse
quatro anos aplica-se o procedimento previsto na Lei nºº 9.099/1995 e, subsidiariamente, no
que couber, aplicam-se as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
( ) Certo ( ) Errado
15. (FESMIP-BA – MPE-BA – Promotor de Justiça – 2010)
Marque a alternativa incorreta:
a) No sistema de transporte coletivo interestadual, para ter acesso às vagas gratuitas reserva-
das por veículo, em atendimento à Lei nº 10.741/03 (Estatuto do Idoso), basta que o idoso
apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade.
b) A Ordem dos Advogados do Brasil tem legitimidade para as ações cíveis fundadas em inte-
resses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos em favor de idosos.
c) Desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo,
constitui crime apenado com reclusão de 6(seis) meses a 1(um) ano e multa.
d) O idoso tem direito a descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos
para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos
respectivos locais.
e) Compete ao Ministério Público oficiar em todos os feitos em que se discutam os direitos de
idosos em condições de risco.
16. (FUNDEP (Gestão de Concursos) – TJ-MG – Psicólogo Judicial – 2010)
Em relação ao Estatuto do Idoso (Lei Federal n. 10.741/03 e alterações posteriores), assinale a
afirmativa INCORRETA.
a) Entre as medidas específicas de proteção do idoso, podem-se citar o abrigo em entidade,
o encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade e a inclusão
do próprio idoso ou de pessoa de sua convivência que lhe cause perturbação em programa
oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a usuários dependentes de
drogas lícitas ou ilícitas.
b) São linhas de ação da política de atendimento ao idoso o serviço de identificação e
localização de parentes ou responsáveis por idosos abandonados em hospitais e instituições
de longa permanência e a mobilização da opinião pública, no sentido da participação dos
diversos segmentos da sociedade no atendimento do idoso
c) Entre as penalidades a que podem estar sujeitas as entidades não governamentais de
atendimento ao idoso que descumprirem as determinações do Estatuto do Idoso, não está
prevista a suspensão do repasse de verbas públicas, pois isso, implicaria ainda mais danos
imediatos aos idosos atendidos por tais entidades.
d) Desdenhar, humilhar e menosprezar o idoso, tanto como dificultar seu acesso a operações
bancárias, aos meios de transporte e ao direito de contratar são crimes previstos no
Estatuto do Idoso.
Gabarito: 1. B 2. A 3. B 4. E 5. D 6. B 7. B 8. ERRADO 9. CERTO 10. D 11. B 12. E 13. B 14. ERRADO
15. A 16. C 32
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Questões – Maria da Penha
1 - Assinale a alternativa que está de acordo com o disposto na Lei Maria da Penha (Lei n.º 11.340/2006).
a) Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, a ser
decretada pela autoridade policial competente, desde que esta entenda urgente e indispensável a sua aplicação.
b) Nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, poderão ser aplicadas ao réu as penas de
detenção, reclusão, de pagamento de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a imposição de
multa.
c) Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, poderá ser aplicada ao agressor, entre
outras, a medida protetiva de urgência de afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida,
podendo a intimação ser entregue pela ofendida diretamente ao agressor.
d) No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre
outras providências, conceder-lhe as medidas protetivas de urgência cabíveis no caso.
e) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade
física e psicológica, a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho,
por até seis meses.
2 - Fulano, casado com Ciclana, num momento de discussão no lar, destruiu parte dos instrumentos de trabalho
de sua esposa. Considerando a conduta de Fulano em face do disposto na Lei Maria da Penha, pode-se afirmar
que
a) Fulano, pela sua conduta, poderá ser submetido à pena de pagamento de cestas básicas em favor de
entidades assistenciais.
b) Fulano não se sujeitará às penas da Lei Maria da Penha, pois a sua conduta ocorreu apenas dentro do
ambiente familiar.
c) Fulano estará sujeito à prisão preventiva, a ser decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Públi co ou mediante representação da autoridade policial.
d) Fulano não poderá ser processado pela Lei Maria da Penha, tendo em vista que esta se destina a proteger a
mulher contra agressões físicas, psicológicas ou morais, mas não patrimoniais.
e) Ciclana terá direito a obter medida judicial protetiva de urgência contra Fulano, podendo entregar
pessoalmente a intimação da respectiva medida ao seu marido.
4 - Tendo em vista que, de acordo com legislação especial, a tutela da criança e do adolescente e da mulher
recebe tratamento específico, julgue os itens a seguir.
No caso de violência doméstica contra a mulher, o processo, o julgamento e a execução das causas cíveis e
criminais regem-se pelas normas do Código de Processo Penal e do Código de Processo Civil e pela legislação
específica relativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com a Lei Maria da Penha.
( ) Certo ( ) Errado
5 - Com a finalidade de proteger patrimônio comum ou particular de mulher vitimada por violência, o juiz deverá
impor, em caráter liminar, a separação de corpos.
( ) Certo ( ) Errado
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d) encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento.
e) assegurar à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e
psicológica, acesso prioritário à remoção, quando servidora pública, integrante da administração direta ou
indireta.
9 - É correto afirmar, nos termos do que determina a Lei contra a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
(Lei n.° 11.340/06) que
a) a autoridade policial poderá determinar, de imediato, o afastamento do agressor do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida.
b) a autoridade policial deverá fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local
seguro, quando houver risco de vida.
c) ao agressor condenado é cabível a aplicação de pena de pagamento de cesta básica ou outras de prestação
pecuniária
d) as medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, mas em nenhuma hipótese,
poderão ser substituídas.
e) A autoridade policial poderá, de imediato, determinar a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo
agressor à ofendida.
10 - De acordo com a Lei n.º 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, constatada a prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher, o juiz poderá aplicar ao agressor, de imediato, a seguinte
medida protetiva de urgência:
a) proibição de aproximar-se da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando limite mínimo de
distância entre estes e o agressor.
b) decretação da prisão temporária do agressor.
c) proibição de contato direto com a ofendida, seus familiares e testemunhas, salvo indiretamente, por telefone
ou carta.
d) arbitramento do valor a ser prestado a título de alimentos definitivos à ofendida e aos filhos menores.
GABARITOS:
1-E 2-C 3-D 4-C 5-E 6-C 7-D 8-C 9-B 10 - A
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LEI Nº 12.435, DE 6 DE JULHO DE 2011.
Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social.
Art. 1º Os arts. 2º , 3º , 6º , 12, 13, 14, 15, 16, 17, 20, 21, 22, 23, 24, 28 e 36 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro
de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos,
especialmente:
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a
ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos;
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões
socioassistenciais.
Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza, a assistência social realiza-se de forma integrada às
políticas setoriais, garantindo mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e
promovendo a universalização dos direitos sociais.” (NR)
“Art. 3º Consideram-se entidades e organizações de assistência social aquelas sem fins lucrativos que, isolada
ou cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta Lei, bem como as
que atuam na defesa e garantia de direitos.
§ 1º São de atendimento aquelas entidades que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam
serviços, executam programas ou projetos e concedem benefícios de prestação social básica ou especial, dirigidos às
famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, nos termos desta Lei, e respeitadas
as deliberações do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), de que tratam os incisos I e II do art. 18.
§ 2º São de assessoramento aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam serviços e
executam programas ou projetos voltados prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos sociais e das
organizações de usuários, formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de assistência
social, nos termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS, de que tratam os incisos I e II do art. 18.
§ 3º São de defesa e garantia de direitos aquelas que, de forma continuada, permanente e planejada, prestam
serviços e executam programas e projetos voltados prioritariamente para a defesa e efetivação dos direitos
socioassistenciais, construção de novos direitos, promoção da cidadania, enfrentamento das desigualdades sociais,
articulação com órgãos públicos de defesa de direitos, dirigidos ao público da política de assistência social, nos
termos desta Lei, e respeitadas as deliberações do CNAS, de que tratam os incisos I e II do art. 18.” (NR)
“Art. 6º A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado
e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (Suas), com os seguintes objetivos:
I - consolidar a gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre os entes federativos que,
de modo articulado, operam a proteção social não contributiva;
II - integrar a rede pública e privada de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social, na forma
do art. 6º -C;
III - estabelecer as responsabilidades dos entes federativos na organização, regulação, manutenção e expansão
das ações de assistência social;
§ 1º As ações ofertadas no âmbito do Suas têm por objetivo a proteção à família, à maternidade, à infância, à
adolescência e à velhice e, como base de organização, o território.
§ 2º O Suas é integrado pelos entes federativos, pelos respectivos conselhos de assistência social e pelas
entidades e organizações de assistência social abrangidas por esta Lei.
I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a título de participação no custeio do pagamento dos benefícios
eventuais de que trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Estaduais de Assistência Social;
VI - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social e assessorar os Municípios para seu
desenvolvimento.” (NR)
I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22,
mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos de Assistência Social do Distrito Federal;
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito.” (NR)
I - destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos benefícios eventuais de que trata o art. 22,
mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos Municipais de Assistência Social;
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito.” (NR)
“Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de caráter permanente e composição paritária entre governo e
sociedade civil, são:
Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência Social estão vinculados ao órgão gestor de assistência social,
que deve prover a infraestrutura necessária ao seu funcionamento, garantindo recursos materiais, humanos e
financeiros, inclusive com despesas referentes a passagens e diárias de conselheiros representantes do governo ou
da sociedade civil, quando estiverem no exercício de suas atribuições.” (NR)
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“Art. 17. .......................................................................
§ 4º Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e IV do art. 16, com competência para acompanhar a execução
da política de assistência social, apreciar e aprovar a proposta orçamentária, em consonância com as diretrizes das
conferências nacionais, estaduais, distrital e municipais, de acordo com seu âmbito de atuação, deverão ser
instituídos, respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, mediante lei específica.” (NR)
“Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com
deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção nem de tê-la provida por sua família.
§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os
pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os
menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.
I - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou
sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade com as demais pessoas;
II - impedimentos de longo prazo: aqueles que incapacitam a pessoa com deficiência para a vida independente e
para o trabalho pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos.
§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo.
§ 4º O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito
da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de natureza
indenizatória.
§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de incapacidade, composta por
avaliação médica e avaliação social realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS).
§ 4º A cessação do benefício de prestação continuada concedido à pessoa com deficiência, inclusive em razão
do seu ingresso no mercado de trabalho, não impede nova concessão do benefício, desde que atendidos os
requisitos definidos em regulamento.” (NR)
“Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as provisões suplementares e provisórias que integram
organicamente as garantias do Suas e são prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte,
situações de vulnerabilidade temporária e de calamidade pública.
§ 1º A concessão e o valor dos benefícios de que trata este artigo serão definidos pelos Estados, Distrito Federal
e Municípios e previstos nas respectivas leis orçamentárias anuais, com base em critérios e prazos definidos pelos
respectivos Conselhos de Assistência Social.
§ 2º O CNAS, ouvidas as respectivas representações de Estados e Municípios dele participantes, poderá propor,
na medida das disponibilidades orçamentárias das 3 (três) esferas de governo, a instituição de benefícios subsidiários
no valor de até 25% (vinte e cinco por cento) do salário-mínimo para cada criança de até 6 (seis) anos de idade.
§ 3º Os benefícios eventuais subsidiários não poderão ser cumulados com aqueles instituídos pelas Leis nº
10.954, de 29 de setembro de 2004, e nº 10.458, de 14 de maio de 2002.” (NR)
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“Art. 23. Entendem-se por serviços socioassistenciais as atividades continuadas que visem à melhoria de vida da
população e cujas ações, voltadas para as necessidades básicas, observem os objetivos, princípios e diretrizes
estabelecidos nesta Lei.
§ 2º Na organização dos serviços da assistência social serão criados programas de amparo, entre outros:
I - às crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social, em cumprimento ao disposto no art. 227 da
Constituição Federal e na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
§ 2º Os programas voltados para o idoso e a integração da pessoa com deficiência serão devidamente
articulados com o benefício de prestação continuada estabelecido no art. 20 desta Lei.” (NR)
§ 1º Cabe ao órgão da Administração Pública responsável pela coordenação da Política de Assistência Social
nas 3 (três) esferas de governo gerir o Fundo de Assistência Social, sob orientação e controle dos respectivos
Conselhos de Assistência Social.
§ 3º O financiamento da assistência social no Suas deve ser efetuado mediante cofinanciamento dos 3 (três)
entes federados, devendo os recursos alocados nos fundos de assistência social ser voltados à operacionalização,
prestação, aprimoramento e viabilização dos serviços, programas, projetos e benefícios desta política.” (NR)
“Art. 36. As entidades e organizações de assistência social que incorrerem em irregularidades na aplicação dos
recursos que lhes foram repassados pelos poderes públicos terão a sua vinculação ao Suas cancelada, sem prejuízo
de responsabilidade civil e penal.” (NR)
Art. 2º A Lei nº 8.742, de 1993, passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos:
I - proteção social básica: conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que visa a
prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e
do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários;
II - proteção social especial: conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a
reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e
aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos.
Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é um dos instrumentos das proteções da assistência social que
identifica e previne as situações de risco e vulnerabilidade social e seus agravos no território.”
“Art. 6º-B. As proteções sociais básica e especial serão ofertadas pela rede socioassistencial, de forma
integrada, diretamente pelos entes públicos e/ou pelas entidades e organizações de assistência social vinculadas ao
Suas, respeitadas as especificidades de cada ação.
III - integrar o sistema de cadastro de entidades de que trata o inciso XI do art. 19.
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§ 3º As entidades e organizações de assistência social vinculadas ao Suas celebrarão convênios, contratos,
acordos ou ajustes com o poder público para a execução, garantido financiamento integral, pelo Estado, de serviços,
programas, projetos e ações de assistência social, nos limites da capacidade instalada, aos beneficiários abrangidos
por esta Lei, observando-se as disponibilidades orçamentárias.
“Art. 6º-C. As proteções sociais, básica e especial, serão ofertadas precipuamente no Centro de Referência de
Assistência Social (Cras) e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), respectivamente, e
pelas entidades sem fins lucrativos de assistência social de que trata o art. 3º desta Lei.
§ 1º O Cras é a unidade pública municipal, de base territorial, localizada em áreas com maiores índices de
vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos serviços socioassistenciais no seu território de abrangência
e à prestação de serviços, programas e projetos socioassistenciais de proteção social básica às famílias.
§ 3º Os Cras e os Creas são unidades públicas estatais instituídas no âmbito do Suas, que possuem interface
com as demais políticas públicas e articulam, coordenam e ofertam os serviços, programas, projetos e benefícios da
assistência social.”
“Art. 6º-D. As instalações dos Cras e dos Creas devem ser compatíveis com os serviços neles ofertados, com
espaços para trabalhos em grupo e ambientes específicos para recepção e atendimento reservado das famílias e
indivíduos, assegurada a acessibilidade às pessoas idosas e com deficiência.”
“Art. 6º-E. Os recursos do cofinanciamento do Suas, destinados à execução das ações continuadas de
assistência social, poderão ser aplicados no pagamento dos profissionais que integrarem as equipes de referência,
responsáveis pela organização e oferta daquelas ações, conforme percentual apresentado pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e aprovado pelo CNAS.
Parágrafo único. A formação das equipes de referência deverá considerar o número de famílias e indivíduos
referenciados, os tipos e modalidades de atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários,
conforme deliberações do CNAS.”
“Art. 12-A. A União apoiará financeiramente o aprimoramento à gestão descentralizada dos serviços, programas,
projetos e benefícios de assistência social, por meio do Índice de Gestão Descentralizada (IGD) do Sistema Único de
Assistência Social (Suas), para a utilização no âmbito dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, destinado,
sem prejuízo de outras ações a serem definidas em regulamento, a:
I - medir os resultados da gestão descentralizada do Suas, com base na atuação do gestor estadual, municipal e
do Distrito Federal na implementação, execução e monitoramento dos serviços, programas, projetos e benefícios de
assistência social, bem como na articulação intersetorial;
II - incentivar a obtenção de resultados qualitativos na gestão estadual, municipal e do Distrito Federal do Suas;
e
III - calcular o montante de recursos a serem repassados aos entes federados a título de apoio financeiro à
gestão do Suas.
§ 1º Os resultados alcançados pelo ente federado na gestão do Suas, aferidos na forma de regulamento, serão
considerados como prestação de contas dos recursos a serem transferidos a título de apoio financeiro.
§ 2º As transferências para apoio à gestão descentralizada do Suas adotarão a sistemática do Índice de Gestão
Descentralizada do Programa Bolsa Família, previsto no art. 8º da Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e serão
efetivadas por meio de procedimento integrado àquele índice.
§ 3º (VETADO).
§ 4º Para fins de fortalecimento dos Conselhos de Assistência Social dos Estados, Municípios e Distrito Federal,
percentual dos recursos transferidos deverá ser gasto com atividades de apoio técnico e operacional àqueles
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colegiados, na forma fixada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, sendo vedada a utilização
dos recursos para pagamento de pessoal efetivo e de gratificações de qualquer natureza a servidor público estadual,
municipal ou do Distrito Federal.”
“Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), que integra a proteção
social básica e consiste na oferta de ações e serviços socioassistenciais de prestação continuada, nos Cras, por meio
do trabalho social com famílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de prevenir o rompimento dos
vínculos familiares e a violência no âmbito de suas relações, garantindo o direito à convivência familiar e comunitária.
“Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi),
que integra a proteção social especial e consiste no apoio, orientação e acompanhamento a famílias e indivíduos em
situação de ameaça ou violação de direitos, articulando os serviços socioassistenciais com as diversas políticas
públicas e com órgãos do sistema de garantia de direitos.
“Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), de caráter intersetorial,
integrante da Política Nacional de Assistência Social, que, no âmbito do Suas, compreende transferências de renda,
trabalho social com famílias e oferta de serviços socioeducativos para crianças e adolescentes que se encontrem em
situação de trabalho.
§ 1º O Peti tem abrangência nacional e será desenvolvido de forma articulada pelos entes federados, com a
participação da sociedade civil, e tem como objetivo contribuir para a retirada de crianças e adoles centes com idade
inferior a 16 (dezesseis) anos em situação de trabalho, ressalvada a condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze)
anos.
§ 2º As crianças e os adolescentes em situação de trabalho deverão ser identificados e ter os seus dados
inseridos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com a devida identificação das
situações de trabalho infantil.”
“Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, programas, projetos e benefícios eventuais, no que couber, e o
aprimoramento da gestão da política de assistência social no Suas se efetuam por meio de transferências
automáticas entre os fundos de assistência social e mediante alocação de recursos próprios nesses fundos nas 3
(três) esferas de governo.
Parágrafo único. As transferências automáticas de recursos entre os fundos de assistência social efetuadas à
conta do orçamento da seguridade social, conforme o art. 204 da Constituição Federal, caracterizam-se como
despesa pública com a seguridade social, na forma do art. 24 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.”
“Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável pela utilização dos recursos do respectivo Fundo de
Assistência Social o controle e o acompanhamento dos serviços, programas, projetos e benefícios, por meio dos
respectivos órgãos de controle, independentemente de ações do órgão repassador dos recursos.”
“Art. 30-C. A utilização dos recursos federais descentralizados para os fundos de assistência social dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal será declarada pelos entes recebedores ao ente transferidor, anualmente,
mediante relatório de gestão submetido à apreciação do respectivo Conselho de Assistência Social, que comprove a
execução das ações na forma de regulamento.
Parágrafo único. Os entes transferidores poderão requisitar informações referentes à aplicação dos recursos
oriundos do seu fundo de assistência social, para fins de análise e acompanhamento de sua boa e regular utilização.”
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ACESSO A INFORMAÇÕES
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3º do
art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal.
Art. 2o Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam,
para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante
subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos
congêneres.
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos
recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente
obrigadas.
Art. 3o Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o direito fundamental de acesso à
informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da administração pública e com as
seguintes diretrizes:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;
II - divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;
V - desenvolvimento do controle social da administração pública.
Art. 5o É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será franqueada, mediante procedimentos
objetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.
CAPÍTULO II
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
Art. 6o Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos específicos
aplicáveis, assegurar a:
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação;
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade; e
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua disponibilidade, autenticidade,
integridade e eventual restrição de acesso.
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Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de obter:
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser
encontrada ou obtida a informação almejada;
II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades,
recolhidos ou não a arquivos públicos;
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com
seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política,
organização e serviços;
VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos
administrativos; e
VII - informação relativa:
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades
públicas, bem como metas e indicadores propostos;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle
interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
§ 1o O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a projetos de pesquisa e
desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
§ 2o Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o
acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo.
§ 3o O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como fundamento da tomada
de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato decisório respectivo.
§ 4o A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1 o,
quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei.
§ 5o Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à autoridade competente a
imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação.
§ 6o Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o responsável pela guarda da informação extraviada
deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que comprovem sua alegação.
Art. 8o É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, a divulgação em
local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles
produzidas ou custodiadas.
§ 1o Na divulgação das informações a que se refere o caput, deverão constar, no mínimo:
I - registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários
de atendimento ao público;
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recursos financeiros;
III - registros das despesas;
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como
a todos os contratos celebrados;
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
§ 2o Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e
instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de
computadores (internet).
§ 3o Os sítios de que trata o § 2o deverão, na forma de regulamento, atender, entre outros, aos seguintes
requisitos:
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à informação de forma objetiva, transparente,
clara e em linguagem de fácil compreensão;
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais
como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos, estruturados e legíveis por
máquina;
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estruturação da informação;
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações disponíveis para acesso;
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o
órgão ou entidade detentora do sítio; e
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos
termos do art. 17 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9o da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo no 186, de 9 de julho de 2008.
§ 4o Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória
na internet a que se refere o § 2o, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas
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à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar no 101, de
4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Seção I
Do Pedido de Acesso
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos
no art. 1o desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do requerente e a
especificação da informação requerida.
§ 1o Para o acesso a informações de interesse público, a identificação do requerente não pode conter exigências
que inviabilizem a solicitação.
§ 2o Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso
por meio de seus sítios oficiais na internet.
§ 3o São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos determinantes da solicitação de informações de
interesse público.
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível.
§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber
o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão;
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a
detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu
pedido de informação.
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual
será cientificado o requerente.
§ 3o Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão
ou entidade poderá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar a informação de que necessitar.
§ 4o Quando não for autorizado o acesso por se tratar de informação total ou parcialmente sigilosa, o requerente
deverá ser informado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua interposição, devendo, ainda,
ser-lhe indicada a autoridade competente para sua apreciação.
§ 5o A informação armazenada em formato digital será fornecida nesse formato, caso haja anuência do requerente.
§ 6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato impresso, eletrônico ou em qualquer
outro meio de acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá
consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão ou entidade pública
da obrigação de seu fornecimento direto, salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si
mesmo tais procedimentos.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de
documentos pelo órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser cobrado exclusivamente o
valor necessário ao ressarcimento do custo dos serviços e dos materiais utilizados.
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos no caput todo aquele cuja situação econômica não
lhe permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos termos da Lei no 7.115, de 29 de
agosto de 1983.
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em documento cuja manipulação possa prejudicar sua
integridade, deverá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta confere com o original.
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o interessado poderá solicitar que, a suas expensas e
sob supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não ponha em risco a conservação
do documento original.
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
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Seção II
Dos Recursos
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às razões da negativa do acesso, poderá o
interessado interpor recurso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua ciência.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarquicamente superior à que exarou a decisão
impugnada, que deverá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente
poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se:
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado;
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a
autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou
desclassificação;
III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados;
e
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei.
§ 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria-Geral da União depois de
submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão
impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2o Verificada a procedência das razões do recurso, a Controladoria-Geral da União determinará ao órgão ou
entidade que adote as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei.
§ 3o Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da União, poderá ser interposto recurso à Comissão
Mista de Reavaliação de Informações, a que se refere o art. 35.
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias proferidas no recurso previsto no art. 15 e de
revisão de classificação de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação própria dos Poderes Legislativo e
Judiciário e do Ministério Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer caso, o
direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de
que trata este Capítulo.
CAPÍTULO IV
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos
fundamentais.
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos
humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição
de acesso.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as
hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa
física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público.
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Seção II
Da Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de
classificação as informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham
sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas;
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a
sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares;
ou
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento,
relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações.
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua
imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou
reservada.
§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram
a partir da data de sua produção e são os seguintes:
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e
III - reservada: 5 (cinco) anos.
§ 2o As informações que puderem colocar em risco a segurança do Presidente e Vice-Presidente da República e
respectivos cônjuges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob sigilo até o término do mandato
em exercício ou do último mandato, em caso de reeleição.
§ 3o Alternativamente aos prazos previstos no § 1o, poderá ser estabelecida como termo final de restrição de
acesso a ocorrência de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso do prazo máximo de
classificação.
§ 4o Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o evento que defina o seu termo final, a informação
tornar-se-á, automaticamente, de acesso público.
§ 5o Para a classificação da informação em determinado grau de sigilo, deverá ser observado o interesse público
da informação e utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do Estado; e
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que defina seu termo final.
Seção III
Da Proteção e do Controle de Informações Sigilosas
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação de informações sigilosas produzidas por seus órgãos
e entidades, assegurando a sua proteção. (Regulamento)
§ 1o O acesso, a divulgação e o tratamento de informação classificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que
tenham necessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na forma do regulamento, sem prejuízo
das atribuições dos agentes públicos autorizados por lei.
§ 2o O acesso à informação classificada como sigilosa cria a obrigação para aquele que a obteve de resguardar o
sigilo.
§ 3o Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a serem adotados para o tratamento de informação
sigilosa, de modo a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e divulgação não autorizados.
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências necessárias para que o pessoal a elas subordinado
hierarquicamente conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segurança para tratamento de
informações sigilosas.
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em razão de qualquer vínculo com o poder público,
executar atividades de tratamento de informações sigilosas adotará as providências necessárias para que seus
empregados, prepostos ou representantes observem as medidas e procedimentos de segurança das informações
resultantes da aplicação desta Lei.
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Seção IV
Dos Procedimentos de Classificação, Reclassificação e Desclassificação
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo deverá ser formalizada em decisão que conterá,
no mínimo, os seguintes elementos:
I - assunto sobre o qual versa a informação;
II - fundamento da classificação, observados os critérios estabelecidos no art. 24;
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final,
conforme limites previstos no art. 24; e
IV - identificação da autoridade que a classificou.
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no mesmo grau de sigilo da informação classificada.
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade classificadora ou por autoridade
hierarquicamente superior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em regulamento, com
vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24.
§ 1o O regulamento a que se refere o caput deverá considerar as peculiaridades das informações produzidas no
exterior por autoridades ou agentes públicos.
§ 2o Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser examinadas a permanência dos motivos do sigilo e a
possibilidade de danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
§ 3o Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, o novo prazo de restrição manterá como termo
inicial a data da sua produção.
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e
destinado à veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de regulamento:
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses;
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com identificação para referência futura;
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem
como informações genéricas sobre os solicitantes.
§ 1o Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publicação prevista no caput para consulta pública em
suas sedes.
§ 2o Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de informações classificadas, acompanhadas da data, do
grau de sigilo e dos fundamentos da classificação.
Seção V
Das Informações Pessoais
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade,
vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais.
§ 1o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem:
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos
a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e
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II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento
expresso da pessoa a que elas se referirem.
§ 2o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso
indevido.
§ 3o O consentimento referido no inciso II do § 1o não será exigido quando as informações forem necessárias:
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única
e exclusivamente para o tratamento médico;
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei,
sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem;
III - ao cumprimento de ordem judicial;
IV - à defesa de direitos humanos; ou
V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
§ 4o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser
invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações
estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
§ 5o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação pessoal.
CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabilidade do agente público ou militar:
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos desta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento
ou fornecê-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente,
informação que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conhecimento em razão do exercício das
atribuições de cargo, emprego ou função pública;
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso à informação;
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir acesso indevido à informação sigilosa ou informação
pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal
cometido por si ou por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente informação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou
em prejuízo de terceiros; e
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos concernentes a possíveis violações de direitos humanos
por parte de agentes do Estado.
§ 1o Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, as condutas descritas
no caput serão consideradas:
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, transgressões militares médias ou graves,
segundo os critérios neles estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou contravenção penal; ou
II - para fins do disposto na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações, infrações administrativas,
que deverão ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela estabelecidos.
§ 2o Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou agente público responder, também, por improbidade
administrativa, conforme o disposto nas Leis nos 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho de 1992.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver informações em virtude de vínculo de qualquer natureza
com o poder público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - rescisão do vínculo com o poder público;
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impedimento de contratar com a administração pública por
prazo não superior a 2 (dois) anos; e
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a administração pública, até que seja promovida a
reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade.
§ 1o As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, assegurado o
direito de defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2o A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente quando o interessado efetivar o ressarcimento ao
órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso IV.
§ 3o A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou
entidade pública, facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura
de vista.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamente pelos danos causados em decorrência da
divulgação não autorizada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações pessoais, cabendo a
apuração de responsabilidade funcional nos casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
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Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa física ou entidade privada que, em virtude de vínculo
de qualquer natureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa ou pessoal e a submeta a
tratamento indevido.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às
normas e recomendações constantes desses instrumentos.
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, o Núcleo de
Segurança e Credenciamento (NSC), que tem por objetivos:
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e
entidades para tratamento de informações sigilosas; e
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive aquelas provenientes de países ou organizações
internacionais com os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, acordo, contrato ou qualquer
outro ato internacional, sem prejuízo das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais órgãos
competentes.
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507, de 12 de novembro de 1997, em relação à informação de pessoa,
física ou jurídica, constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à reavaliação das informações classificadas como
ultrassecretas e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de vigência desta Lei.
§ 1o A restrição de acesso a informações, em razão da reavaliação prevista no caput, deverá observar os prazos e
condições previstos nesta Lei.
§ 2o No âmbito da administração pública federal, a reavaliação prevista no caput poderá ser revista, a qualquer
tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos desta Lei.
§ 3o Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto no caput, será mantida a classificação da
informação nos termos da legislação precedente.
§ 4o As informações classificadas como secretas e ultrassecretas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão
consideradas, automaticamente, de acesso público.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou
entidade da administração pública federal direta e indireta designará autoridade que lhe seja diretamente
subordinada para, no âmbito do respectivo órgão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a informação, de forma eficiente e adequada aos
objetivos desta Lei;
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apresentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos
necessários ao correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cumprimento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da administração pública federal responsável:
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I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fomento à cultura da transparência na administração
pública e conscientização do direito fundamental de acesso à informação;
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à
transparência na administração pública;
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da administração pública federal, concentrando e
consolidando a publicação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório anual com informações atinentes à implementação
desta Lei.
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da
data de sua publicação.
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 116. ...................................................................
............................................................................................
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou,
quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
.................................................................................” (NR)
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei no 8.112, de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para
apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em
decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública.”
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em legislação própria, obedecidas as normas
gerais estabelecidas nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no art. 9 o e na Seção II
do Capítulo III.
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data de sua publicação.
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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
1. Com base na Lei nº 12.527/2011 e no Decreto nº 7.724/2012, que tratam do acesso a informações, julgue os
seguintes itens.
É dever dos órgãos e entidades, mediante requerimento, a divulgação de informações de interesse coletivo ou geral
por eles produzidas ou custodiadas. O pedido deve ser apresentado em formulário padrão, contendo,
obrigatoriamente, nome do requerente, número de documento de identificação, especificação da informação
requerida, motivo determinante da solicitação e endereço do requerente.
2. Com base na Lei nº 12.527/2011 e no Decreto nº 7.724/2012, que tratam do acesso a informações, julgue os
seguintes itens.
A recusa em fornecer informação solicitada, o fornecimento proposital de informação incorreta, a destruição,
inutilização, desfiguração, alteração ou ocultação de informação que esteja sob a guarda de servidor são atitudes
consideradas infrações administrativas.
3. A chamada Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 20 11) foi um marco nas relações
entre cidadão e Estado. Ela estabelece que as informações de interesse coletivo ou geral deverão ser divulgadas de
ofício pelos órgãos públicos, espontânea e proativamente, independentemente de solicitações. Sinteticamente,
estabelece que o acesso à informação pública é a regra, e o sigilo, a exceção. Sobre esta lei, avalie os itens a seguir
e assinale a opção incorreta.
a) São estabelecidos prazos para que sejam repassadas as informações ao solicitante. A resposta deve ser dada
imediatamente, se estiver disponível, ou em até 20 dias, prorrogáveis por mais 10 dias.
b) Justificado o pedido, e identificado o requerente, o serviço de busca e fornecimento das informações é gratuito,
salvo cópias de documentos.
c) Nos casos em que a informação estiver sob algum tipo de sigilo previsto em Lei, é direito do requerente obter o
inteiro teor da negativa de acesso.
d) Quando a informação for parcialmente sigilosa, fica assegurado o acesso, por meio de certidão, extrato ou cópia,
com a ocultação da parte sob sigilo.
e) Informações sob a guarda do Estado que dizem respeito à intimidade, honra e imagem das pessoas, por exemplo,
não são públicas e só podem ser acessadas pelos próprios indivíduos e por terceiros, apenas em casos excepcionais
previstos na Lei.
4. De acordo com o disposto, expressamente, na Lei Federal n.o 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação), se
depois de solicitar a informação, o interessado souber que houve o extravio da informação solicitada:
a) poderá pedir indenização à autoridade administrativa competente. b) poderá requerer à autoridade competente a
imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva documentação. c) deverá providenciar
dados e documentos que tiver e fornecê-los à autoridade competente para restituição da respectiva informação.
d) deverá requerer judicialmente a restituição da informação.
e) poderá requerer a abertura de processo administrativo para punição do responsável e obtenção de respectiva
indenização por danos morais.
5. Para os efeitos da Lei Federal nº 12.527/11, considera-se informação sigilosa aquela submetida temporariamente à
restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para
a) todos os setores das Polícias Civil e Militar.
b) os órgãos de inteligência civil e militar.
c) a Administração Pública.
d) a segurança da sociedade e do Estado.
e) o serviço reservado militar.
6. É dever dos órgãos e entidades públicas promover a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas
competências, de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. Para esse fim, os
órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo
obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet).
No entanto, ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet:
a) as autarquias.
b) as empresas públicas.
c) os órgãos integrantes da Polícia Civil. d) as sociedades de economia mista.
e) os Municípios com população de até dez mil habitantes.
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7.De acordo com o que dispõe a Lei n.º 12.527/11, os procedimentos nela previstos destinam-se a assegurar o direito
fundamental de acesso à informação e devem ser executados em conformidade com os princípios básicos da
administração pública e, entre outras, com a seguinte diretriz:
a) trabalho incansável do administrador público para evitar o controle social da administração pública.
b) divulgação de todo o tipo de informação, pública ou privada, desde que solicitada.
c) vedação da utilização dos meios de comunicação eletrônicos para transmissão das informações de interesse
público.
d) proibição da transparência na administração pública.
e) observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção.
8. Filisteu Bárbaro da Silva pretende obter uma determinada informação de órgão público. Ocorre que Filisteu é pobre
e não pode pagar eventuais custos para obter essa informação sem prejuízo do seu próprio sustento. Nessa situação,
de acordo com o disposto na Lei n.º 12.527/2011, o serviço de busca e fornecimento da informação a ser prestado
pela Administração Pública
a) deve ser cobrado normalmente de Filisteu, já que esse tipo de serviço é cobrado de qualquer pessoa que o solicite,
independentemente de ser rico ou pobre.
b) deve ser cobrado de Filisteu, pois o fato de ser pobre não o isenta do respectivo pagamento do serviço público a
ser prestado a qualquer interessado.
c) deve ser cobrado de Filisteu pelo valor mínimo estabelecido para esses casos.
d) não pode ser cobrado de Filisteu, nem mesmo o ressarcimento dos custos de reprodução de documentos, em
razão de Filisteu não poder pagar essa despesa sem prejuízo do seu sustento.
e) deve ser gratuito, exceto quanto aos custos de reprodução de documentos pelo órgão ou entidade pública
consultada, que deverão ser ressarcidos por Filisteu.
GABARITO:
1. Errado 2. CORRETO 3. C 4. B 5. D 6. E 7. E 8. D
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LEI Nº 8.06/90.
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
Título I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e
um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e
de dignidade.
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de
nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que
diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade,
a efetivação dos direitos referentes:
À VIDA À SAÚDE À ALIMENTAÇÃO À EDUCAÇÃO AO ESPORTE AO LAZER AO RESPEITO
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum,
os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.
Título II
Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Do Direito à Vida e à Saúde
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
o
Art. 8 É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento
reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento
pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.
o
§ 1 O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária.
o
§ 2 Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao
estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção da mulher.
o
§ 3 Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta
hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio
à amamentação.
o
§ 4 Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal,
inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal.
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o o
§ 5 A assistência referida no § 4 deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães que manifestem
interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que se encontrem em situação de privação
de liberdade.
o
§ 6 A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do
trabalho de parto e do pós-parto imediato.
o
§ 7 A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação complementar saudável e crescimento
e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o
desenvolvimento integral da criança.
o
§ 8 A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto natural cuidadoso,
estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por motivos médicos.
o
§ 9 A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-
natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto.
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância que se encontrem sob
custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema
Único de Saúde para o acolhimento do filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao
desenvolvimento integral da criança.
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno,
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
o
§ 1 Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas,
visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento
materno e à alimentação complementar saudável, de forma contínua.
o
§ 2 Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta
de leite humano.
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados
a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem
prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem
como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento
do neonato;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a
mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio
do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e
recuperação da saúde.
o
§ 1 A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas
necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.
o
§ 2 Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e
outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo
com as linhas de cuidado voltadas às suas necessidades específicas.
o
§ 3 Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância receberão formação
específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem como para o
acompanhamento que se fizer necessário.
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados
intermediários, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável,
nos casos de internação de criança ou adolescente.
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra
criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo
de outras providências legais.
o
§ 1 As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente
encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude.
o
§ 2 Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência social em seu componente
especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de
Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na
faixa etária da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto
terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento domiciliar.
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Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica para a prevenção das
enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores
e alunos.
o
§ 1 É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.
o
§ 2 O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal,
integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança.
o
§ 3 A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê
nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com
orientações sobre saúde bucal.
o
§ 4 A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde.
§ 5º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida, de protocolo ou outro
instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de
risco para o seu desenvolvimento psíquico.
Capítulo II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo
de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos
espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais,
pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas
ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medidas
socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou
protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação
ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão
aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras
providências legais.
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Capítulo III
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Seção I
Disposições Gerais
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família
substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.
o
§ 1 Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua
situação reavaliada, no máximo, a cada 3 meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório
elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de
reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei
o
§ 2 A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de
18, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade
judiciária
o
§ 3 A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer
outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos termos
o
do § 1 do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.
o
§ 4 Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas
periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável,
independentemente de autorização judicial.
o
§ 5 Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em acolhimento
institucional.
o
§ 6 A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar.
Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes ou logo após o
nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude.
o
§ 1 A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, que apresentará
relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal.
o
§ 2 De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da gestante ou mãe, mediante
sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência social para atendimento especializado.
o
§ 3 A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25 desta Lei, respeitará o prazo
máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.
o
§ 4 Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da família extensa apto a
receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a extinção do poder familiar e determinar a
colocação da criança sob a guarda provisória de quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva
programa de acolhimento familiar ou institucional.
o
§ 5 Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai registral ou pai indicado,
o
deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1 do art. 166 desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.
§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da família extensa para confirmar a
intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança
será colocada sob a guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la.
o
§ 7 Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de adoção, contado do dia
seguinte à data do término do estágio de convivência.
o
§ 8 Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a equipe interprofissional - da
entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida com os genitores, e será determinado pela Justiça da
Infância e da Juventude o acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
o
§ 9 É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48 desta Lei.
§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por suas famílias no prazo de
30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.
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Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar poderão participar de programa
de apadrinhamento.
o
§ 1 O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição
para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral,
físico, cognitivo, educacional e financeiro.
§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção,
desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte.
o
§ 3 Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento.
o
§ 4 O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de
apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou
colocação em família adotiva.
o
§ 5 Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser
executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil.
o
§ 6 Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento
deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que
dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade
judiciária competente para a solução da divergência.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no
cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas,
assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei.
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do pátrio
poder poder familiar.
o
§ 1 Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido
em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio
e promoção.
o
§ 2 A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de
condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha.
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres
e obrigações a que alude o art. 22.
Seção II
Da Família Natural
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos
ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém
vínculos de afinidade e afetividade.
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio
termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da
filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar
descendentes.
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Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Seção III
Da Família Substituta
Subseção I
Disposições Gerais
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação
jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
o
§ 1 Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente
considerada.
o
§ 2 Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência.
o
§ 3 Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim
de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida.
o
§ 4 Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução
diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
o
§ 5 A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e
acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar.
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela
Constituição Federal;
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma
etnia;
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de
crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá
acompanhar o caso.
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a
natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades
governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na modalidade de
adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo, mediante termo nos autos.
Subseção II
Da Guarda
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a
seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
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§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou
suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos
determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive
previdenciários.
o
§ 4 Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a
medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não
impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de
regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público.
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a
forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar.
o
§ 1 A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento
institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.
o o
§ 2 Na hipótese do § 1 deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber a
criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
o
§ 3 A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como política pública, os quais
deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residências de
famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.
o
§ 4 Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a manutenção dos serviços de
acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora.
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art.
o
1.729 da Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da
sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a
170 desta Lei.
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente
sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que a medida é
vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la.
Subseção IV
Da Adoção
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
o
§ 1 A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de
manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta
Lei.
o
§ 3 Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos,
devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando.
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela
dos adotantes.
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Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o
cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
CAI § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus
ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária.
NA
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 anos, independentemente do estado civil.
PROVA o
§ 2 Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou
mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
o
§ 4 Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do
período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não
detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.
o o
§ 5 Nos casos do § 4 deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda
o
compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.
o
§ 6 A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do
procedimento, antes de prolatada a sentença.
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o
pupilo ou o curatelado.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham
sido destituídos do pátrio poder poder familiar.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo
de 90 dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso.
o
§ 1 O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante
durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo.
o
§ 2 A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência.
o
§ 2 -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão
fundamentada da autoridade judiciária.
o
§ 3 Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no
mínimo, 30 dias e, no máximo, 45 dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada
da autoridade judiciária.
o o
§ 3 -A. Ao final do prazo previsto no § 3 deste artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe
o
mencionada no § 4 deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciária.
o
§ 4 O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à
convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida.
o
§ 5 O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca de residência da
criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do
juízo da comarca de residência da criança.
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Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do
qual não se fornecerá certidão.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes.
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com
deficiência ou com doença crônica.
§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por
igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual
a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos.
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a
seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica.
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder poder familiar dos pais naturais.
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em
condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção.
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das
hipóteses previstas no art. 29.
o
§ 3 A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado
pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
o o
§ 4 Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3 deste artigo incluirá o contato com crianças e
adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação,
supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis
pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
o
§ 5 Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem
adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.
o
§ 6 Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente serão consultados na
o
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5 deste artigo.
o
§ 7 As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a
troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema.
o
§ 8 A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de
serem adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida
69
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o
sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5 deste artigo, sob pena de
responsabilidade.
o
§ 9 Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior
comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira.
§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes habilitados residentes no País com perfil
compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realizado
o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção internacional.
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que
possível e recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento familiar.
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério
Público.
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos
termos desta Lei quando:
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, que
preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.
§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente com deficiência,
com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos.
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência habitual em país-parte da
Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção
o
Internacional, promulgada pelo Decreto n 3.087, de 21 junho de 1999, e deseja adotar criança em outro país-parte da
Convenção.
o
§ 1 A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando
restar comprovado:
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes
adaptações:
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de
habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim
entendido aquele onde está situada sua residência habitual;
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar,
emitirá um relatório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes
para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para
assumir uma adoção internacional;
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III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a
Autoridade Central Federal Brasileira;
IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe
interprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de
vigência;
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela autoridade consular, observados os
tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado;
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do
postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida;
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a
nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao
seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de
habilitação à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano;
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da
Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela
Autoridade Central Estadual.
o
§ 1 Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
internacional sejam intermediados por organismos credenciados.
o
§ 2 Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação às Autoridades
Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet.
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experiência para atuar na área de adoção
internacional;
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade
Central Federal Brasileira.
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação
ou experiência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia Federal e
aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal competente;
III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida,
inclusive quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira;
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem
como relatório de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada ao
Departamento de Polícia Federal;
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central
Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de cópia
autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado;
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VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira
cópia da certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.
o o
§ 5 A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a
suspensão de seu credenciamento.
o
§ 6 O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção
internacional terá validade de 2 (dois) anos.
o
§ 7 A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante requerimento protocolado na Autoridade Central
Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade.
o
§ 8 Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não será permitida a saída do
adotando do território nacional.
o
§ 9 Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de alvará com autorização de
viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da criança ou
adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição
da impressão digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e certidão de
trânsito em julgado.
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar informações sobre a situação das
crianças e adolescentes adotados
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade
Central Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é causa de seu descredenciamento.
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados por mais de uma entidade credenciada para
atuar na cooperação em adoção internacional.
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo
ser renovada.
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes
de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com crianças e adolescentes em condições de serem
adotados, sem a devida autorização judicial.
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspender a concessão de novos credenciamentos
sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo fundamentado.
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de
organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a
pessoas físicas.
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente
e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de
adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente no país de residência e atendido o disposto na
Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.
o
§ 1 Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
o
§ 2 O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado
no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade competente do
país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o
pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as
providências necessárias à expedição do Certificado de Naturalização Provisório.
72
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o
§ 1 A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela
decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao interesse
superior da criança ou do adolescente.
o o
§ 2 Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1 deste artigo, o Ministério Público deverá
imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se
as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à
Autoridade Central do país de origem.
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país
de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança
ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as
regras da adoção nacional.
Capítulo IV
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
ART. 53. A CRIANÇA E O ADOLESCENTE TÊM DIREITO À EDUCAÇÃO, VISANDO AO PLENO DESENVOLVIMENTO DE SUA
PESSOA, PREPARO PARA O EXERCÍCIO DA CIDADANIA E QUALIFICAÇÃO PARA O TRABALHO, ASSEGURANDO-SE-LHES:
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição
das propostas educacionais.
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte,
alimentação e assistência à saúde.
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§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos
pais ou responsável, pela freqüência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo,
metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental
obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da
criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
Capítulo V
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da
legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.
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Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou
não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação
para o exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao
desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu
trabalho não desfigura o caráter educativo.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre
outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
Título III
Da Prevenção
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma articulada na elaboração de
políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante
e difundir formas não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança e do adolescente de serem
educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção
aos direitos humanos;
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho
Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as entidades não governamentais que atuam
na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente;
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência social e dos demais
agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente para o desenvolvimento das
competências necessárias à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as
formas de violência contra a criança e o adolescente;
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência contra a criança e o
adolescente;
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a
atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o objetivo de promover a informação, a reflexão, o
debate e a orientação sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo
educativo;
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de planos de atuação
conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de profissionais de saúde, de assistência social
e de educação e de órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.
75
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Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e
políticas públicas de prevenção e proteção.
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar,
em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-
tratos praticados contra crianças e adolescentes.
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por
razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e
adolescentes, punível, na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e
serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela
adotados.
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos
desta Lei.
Capítulo II
Da Prevenção Especial
Seção I
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a
natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre
inadequada.
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil
acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada
no certificado de classificação.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à
sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação
ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o público infanto juvenil,
programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua
transmissão, apresentação ou exibição.
76
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Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de
programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em desacordo com a classificação atribuída pelo
órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a
faixa etária a que se destinam.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser
comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam
protegidas com embalagem opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias,
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e
sociais da pessoa e da família.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de
jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a
entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.
Seção II
Dos Produtos e Serviços
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento
congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
Seção III
Da Autorização para Viajar
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou
responsável, sem expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
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Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma
reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional poderá
sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
Parte Especial
Título I
Da Política de Atendimento
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de
ações governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
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família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em
quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei;
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos da sociedade.
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira
infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre desenvolvimento infantil;
IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente que favoreça a
intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento integral;
X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da violência.
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do
adolescente é considerada de interesse público relevante e não será remunerada.
Capítulo II
Das Entidades de Atendimento
Seção I
Disposições Gerais
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim
como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a
crianças e adolescentes, em regime de:
ORIENTAÇÃO E APOIO SÓCIO-FAMILIAR
APOIO SÓCIO-EDUCATIVO EM MEIO ABERTO
COLOCAÇÃO FAMILIAR
ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE
LIBERDADE ASSISTIDA
SEMILIBERDADE E INTERNAÇÃO
o
§ 1 As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus programas, especificando
os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e
à autoridade judiciária.
o
§2 Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados neste artigo serão previstos
nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social,
dentre outros, observando-se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art.
o
227 da Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4 desta Lei.
o
§ 3 Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no
máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para renovação da autorização de funcionamento:
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à modalidade de atendimento
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis;
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela
Justiça da Infância e da Juventude;
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III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na
reintegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o caso.
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da
respectiva localidade.
o
§ 1 Será negado o registro à entidade que:
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;
c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à modalidade de atendimento prestado
expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em todos os níveis.
o
§2 O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
o
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação, observado o disposto no § 1 deste artigo.
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes
princípios:
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;
II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família natural ou extensa;
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes abrigados;
VII - participação na vida da comunidade local;
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
o
§ 1 O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos
os efeitos de direito.
o
§ 2 Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional remeterão à
autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança ou
o
adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1 do art. 19 desta Lei.
o
§3 Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente
qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em programas de acolhimento institucional e destinados
à colocação familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho
Tutelar.
o
§ 4 Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que desenvolvem programas de
acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social,
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estimularão o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e
VIII do caput deste artigo.
o
§ 5 As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional somente poderão receber recursos
públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.
o
§ 6 O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que desenvolva programas de acolhimento
familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil
e criminal.
o
§ 7 Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à
atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao atendimento
das necessidades básicas, incluindo as de afeto como prioritárias.
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e de
urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade competente, fazendo comunicação do
fato em até 24 horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o
apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para promover a imediata reintegração familiar da
criança ou do adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a
o
programa de acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2 do art. 101 desta
Lei.
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre
outras:
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XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto-
contagiosas;
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do adolescente,
seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de
seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.
o
§ 1 Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que mantêm programas de
acolhimento institucional e familiar.
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da
comunidade.
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em
caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar
suspeitas ou ocorrências de maus-tratos.
Seção II
Da Fiscalização das Entidades
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo
Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a
origem das dotações orçamentárias.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação constante
do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
I - às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
II - às entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
o
§ 1 Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem em risco os direitos
assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária
competente para as providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.
82
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o
§2 As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responderão pelos danos que seus
agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores das
atividades de proteção específica.
Título II
Das Medidas de Proteção
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
Capítulo II
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a
qualquer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem
ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas:
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos
previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada
à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescentes são titulares;
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a
adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por esta expressamente ressalvados, é de
responsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e
da possibilidade da execução de programas por entidades não governamentais;
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos
da criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da
pluralidade dos interesses presentes no caso concreto;
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela
intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo
seja conhecida;
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja
indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança e do adolescente;
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em que a
criança ou o adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada;
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para com
a criança e o adolescente;
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X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência
às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural ou extensa ou, se isso não for possível, que
promovam a sua integração em família adotiva;
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade
de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a
intervenção e da forma como esta se processa;
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável
ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e
na definição da medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela
o o
autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1 e 2 do art. 28 desta Lei.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre
outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do
adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - colocação em família substituta.
o
§ 1 O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma
de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando
privação de liberdade.
o
§ 2 Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das
providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio familiar é de
competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem
tenha legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o
exercício do contraditório e da ampla defesa.
o
§ 3 Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam programas de
acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se conhecidos;
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência;
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda;
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.
o
§ 4 Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável pelo programa de
acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à reintegração familiar,
ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que
também deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.
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o
§ 5 O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de atendimento
e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável.
o
§ 6 Constarão do plano individual, dentre outros:
I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada determinação
judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
judiciária.
o
§7 O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais ou do responsável e,
como parte do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a família de origem será incluída
em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a
criança ou com o adolescente acolhido.
o
§ 8 Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento familiar ou
institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5
(cinco) dias, decidindo em igual prazo.
o
§ 9 Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família de origem, após seu
encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório
fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa
recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política municipal de garantia do
direito à convivência familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição
do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos complementares ou de outras providências
indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas
sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua responsabilidade, com
informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua
reintegração familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os
Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar
sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do
convívio familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimento.
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da regularização do registro civil.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos
elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
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§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são isentos de multas, custas e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
o
§ 3 Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico destinado à sua averiguação,
o
conforme previsto pela Lei n 8.560, de 29 de dezembro de 1992.
o o
§4 Nas hipóteses previstas no § 3 deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade
pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele
atribuída, a criança for encaminhada para adoção.
o
§ 5 Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são
isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
o
§ 6 São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de paternidade no assento de
nascimento e a certidão correspondente.
Título III
Da Prática de Ato Infracional
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção
penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às medidas
previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à
data do fato.
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no
art. 101.
Capítulo II
Dos Direitos Individuais
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente.
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado
acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade,
demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
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Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de
proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.
Capítulo III
Das Garantias Processuais
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
Capítulo IV
Das Medidas Sócio-Educativas
Seção I
Disposições Gerais
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente
as seguintes medidas:
I - ADVERTÊNCIA;
II - OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO;
III - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE;
IV - LIBERDADE ASSISTIDA;
V - INSERÇÃO EM REGIME DE SEMI-LIBERDADE;
VI - INTERNAÇÃO EM ESTABELECIMENTO EDUCACIONAL;
VII - QUALQUER UMA DAS PREVISTAS NO ART. 101, I A VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da
infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em
local adequado às suas condições.
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Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por outra adequada.
Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período
não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres,
bem como em programas comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante
jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a
freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.
Seção V
Da Liberdade Assistida
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar,
auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou
programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de 6 meses, podendo a qualquer tempo
ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério
Público e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos seguintes
encargos, entre outros:
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em
programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
IV - apresentar relatório do caso.
Seção VI
Do Regime de Semi-liberdade
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição para o meio
aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos
existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições relativas à internação.
Seção VII
Da Internação
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa
determinação judicial em contrário.
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§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semi-
liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
o o
§ 7 A determinação judicial mencionada no § 1 poderá ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado
ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas
de contenção e segurança.
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Capítulo V
Da Remissão
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o representante do Ministério Público
poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato,
ao contexto social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou
extinção do processo.
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece
para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto
a colocação em regime de semi-liberdade e a internação.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido
expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério Público.
Título IV
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23
e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o
adolescente dependentes do agressor.
Título V
Do Conselho Tutelar
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei.
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Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho
Tutelar como órgão integrante da administração pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população
local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha.
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;
III - residir no município.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive
quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a:
I - cobertura previdenciária;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 do valor da remuneração mensal;
III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
V - gratificação natalina.
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao
funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares.
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de
idoneidade moral.
Capítulo II
Das Atribuições do Conselho
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art.
101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos
da criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o
adolescente autor de ato infracional;
VII - expedir notificações;
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
Constituição Federal;
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder familiar, após
esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à família natural.
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XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do
convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal
entendimento e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem
tenha legítimo interesse.
Capítulo III
Da Competência
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.
Capítulo IV
Da Escolha dos Conselheiros
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob
a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério
Público.
o
§ 1 O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a
cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial.
o
§ 2 A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.
o
§ 3 No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou
entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor.
Capítulo V
Dos Impedimentos
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou
nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao
representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro
regional ou distrital.
Título VI
Do Acesso à Justiça
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder
Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de defensor público ou advogado
nomeado.
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§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas e emolumentos,
ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos
assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes
colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência legal ainda que
eventual.
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes
a que se atribua autoria de ato infracional.
Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-se
fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade
judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a finalidade.
Capítulo II
Da Justiça da Infância e da Juventude
Seção I
Disposições Gerais
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas da infância e da juventude,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e
dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.
Seção II
Do Juiz
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na
forma da lei de organização judiciária local.
A
rt. 147. A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de
conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou do
local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.
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§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma
comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou
rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da
Infância e da Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do pátrio poder poder familiar, perda ou modificação da tutela ou guarda;
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício do pátrio poder poder
familiar;
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais
ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II - a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de crianças e adolescentes;
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f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
determinações de caráter geral.
Seção III
Dos Serviços Auxiliares
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever recursos para manutenção de
equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local,
fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de
aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade
judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.
Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores públicos integrantes do Poder Judiciário responsáveis pela
realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por
determinação judicial, a autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei no
13.105, de 16 de março de 2015
Capítulo III
Dos Procedimentos
Seção I
Disposições Gerais
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação
processual pertinente.
§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos
previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências judiciais a eles referentes.
§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em dias corridos, excluído o
dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade
judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o Ministério Público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua
família de origem e em outros procedimentos necessariamente contenciosos.
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
Seção II
Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder Familiar
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar terá início por provocação do
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.
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Art. 156. A petição inicial indicará:
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se
tratando de pedido formulado por representante do Ministério Público;
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e documentos.
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão
do pátrio poder poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou
adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.
o
§ 1 Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, concomitantemente ao despacho de citação e
independentemente de requerimento do interessado, a realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional
ou multidisciplinar para comprovar a presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar,
ressalvado o disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a
o
§ 2 Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe
o
interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1 deste artigo, de representantes do órgão federal responsável pela
o
política indigenista, observado o disposto no § 6 do art. 28 desta Lei.
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem
produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos.
o
§ 1 A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização.
o
§ 2 O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.
o
§ 3 Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o
encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho
do dia útil em que voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei
o
n 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
o
§ 4 Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados por edital no prazo de 10
(dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a localização.
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família,
poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o
prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da
citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de
documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.
Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social ou a perícia realizada por equipe
interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,
salvo quando este for o requerente, e decidirá em igual prazo.
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§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a oitiva de
testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar previstas
o
nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), ou no art. 24 desta Lei.
o
§ 2 (Revogado).
o
§ 3 Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança
ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida.
§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em local conhecido, ressalvados os
casos de não comparecimento perante a Justiça quando devidamente citados.
o
§ 5 Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua apresentação para a
oitiva.
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo
quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º (Revogado).
o
§ 2 Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o
parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido e o
Ministério Público, pelo tempo de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos.
o
§ 3 A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua
leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
o
§ 4 Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo Ministério Público, não haverá necessidade
de nomeação de curador especial em favor da criança ou adolescente.
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e caberá ao juiz, no caso de
notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir esforços para preparar a criança ou o adolescente com vistas
à colocação em família substituta.
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será averbada à margem do registro
de nascimento da criança ou do adolescente.
Seção III
Da Destituição da Tutela
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e,
no que couber, o disposto na seção anterior.
Seção IV
Da Colocação em Família Substituta
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em família substituta:
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente,
especificando se tem ou não parente vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se conhecidos;
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
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Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido
expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente em cartório, em
petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado.
o
§ 1 Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:
I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assistidas por advogado ou por defensor público, para
verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de 10 (dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou
da entrega da criança em juízo, tomando por termo as declarações; e
II - declarará a extinção do poder familiar.
o
§ 2 O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela
equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade
da medida.
o
§ 3 São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do poder familiar e o direito ao sigilo das
informações.
o o
§ 4 O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na audiência a que se refere o § 1 deste
artigo.
o o
§ 5 O consentimento é retratável até a data da realização da audiência especificada no § 1 deste artigo, e os pais
podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação da sentença de extinção do
poder familiar.
o
§ 6 O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança.
o
§ 7 A família natural e a família substituta receberão a devida orientação por intermédio de equipe técnica
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público, determinará a realização
de estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda provisória,
bem como, no caso de adoção, sobre o estágio de convivência.
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de convivência, a criança ou o adolescente
será entregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade.
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente,
dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar constituir
pressuposto lógico da medida principal de colocação em família substituta, será observado o procedimento contraditório
previsto nas Seções II e III deste Capítulo.
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento,
observado o disposto no art. 35.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
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Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento
familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
Seção V
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial
competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e em se tratando de ato
infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as
providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107, deverá:
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da infração.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência
circunstanciada.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente liberado pela autoridade
policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua
repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou
manutenção da ordem pública.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do
Ministério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o adolescente à entidade de
atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta
de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apresentação em dependência separada da destinada a
maiores, não podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao representante do Ministério
Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente na prática de ato infracional,
a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério Público relatório das investigações e demais
documentos.
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Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão,
boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os
antecedentes do adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou
responsável, vítima e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público notificará os pais ou responsável
para apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das polícias civil e militar.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério Público poderá:
I - promover o arquivamento dos autos;
II - conceder a remissão;
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante do Ministério Público,
mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para
homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da
medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho
fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou
ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o arquivamento ou conceder a
remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instauração de procedimento para aplicação da
medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional
e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade
judiciária.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o adolescente internado
provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de apresentação do adolescente,
decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e notificados a comparecer à
audiência, acompanhados de advogado.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando
o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
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§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou
responsável.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento
prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o adolescente deverá ser
imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em
seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob
pena de responsabilidade.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos,
podendo solicitar opinião de profissional qualificado.
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo
decisão.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a
autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado constituído, nomeará defensor, designando,
desde logo, audiência em continuação, podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso.
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da audiência de apresentação,
oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as
diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada a palavra ao representante do Ministério Público e
ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da
autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a
autoridade judiciária designará nova data, determinando sua condução coercitiva.
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do
procedimento, antes da sentença.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na sentença:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato ato infracional;
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será imediatamente colocado em liberdade.
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-liberdade será feita:
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do defensor.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
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Seção V-A
Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual de Criança e de
Adolescente”
Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes previstos nos arts.
240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-A,218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940 (Código Penal), obedecerá às seguintes regras:
I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que estabelecerá os limites da
infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;
II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de polícia e conterá a
demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e,
quando possível, os dados de conexão ou cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas;
III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que o total não
exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a critério da autoridade
judicial.
§ 1º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da operação de infiltração antes do
término do prazo de que trata o inciso II do § 1º deste artigo.
§ 2º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1º deste artigo, consideram-se:
I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço de Protocolo de Internet (IP)
utilizado e terminal de origem da conexão;
II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário registrado ou autenticado
para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou código de acesso tenha sido atribuído no momento da
conexão.
§ 3º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser obtida por outros meios.
Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz responsável pela
autorização da medida, que zelará por seu sigilo.
Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz, ao Ministério Público e ao
delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de garantir o sigilo das investigações.
Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet, colher indícios de autoria e
materialidade dos crimes previstos nos arts. 240, 241, 241-A, 241-B, 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A, 217-
A, 218, 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da investigação responderá pelos
excessos praticados.
Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados próprios, mediante
procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações necessárias à efetividade da identidade fictícia
criada.
Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tombado em livro específico.
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Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão ser registrados,
gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circunstanciado.
Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos em autos apartados e
apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identidade do
agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos.
Seção VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade governamental e não-governamental terá início
mediante portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste,
necessariamente, resumo dos fatos.
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente
o afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão fundamentada.
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar
documentos e indicar as provas a produzir.
A
rt. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade judiciária designará audiência de instrução e
julgamento, intimando as partes.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações finais,
decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária
oficiará à autoridade administrativa imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades
verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem julgamento de mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou programa de atendimento.
Seção VII
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas de proteção à criança e ao
adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por
servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemunhas, se possível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a
natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos
motivos do retardamento.
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defesa, contado da data da intimação, que será feita:
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do auto ou da representação ao
requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
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III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu representante legal;
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal.
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério
Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo
necessário, designará audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério Público e o procurador do requerido,
pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida
proferirá sentença.
Seção VIII
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão petição inicial na qual conste:
I - qualificação completa;
II - dados familiares;
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao período de união estável;
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas;
V - comprovante de renda e domicílio;
VI - atestados de sanidade física e mental
VII - certidão de antecedentes criminais;
VIII - certidão negativa de distribuição cível.
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que
no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que
se refere o art. 197-C desta Lei;
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em juízo e testemunhas;
III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras diligências que entender
necessárias.
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo dos
postulantes para o exercício de uma paternidade ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta
Lei.
o
§ 1 É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar e dos grupos de apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da
Juventude, que inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de adolescentes
com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades específicas de saúde, e de grupos de irmãos
o o
§ 2 Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação referida no § 1 deste artigo incluirá o
contato com crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucional, a ser realizado sob orientação,
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supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com
apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução da política
municipal de garantia do direito à convivência familiar.
o
§ 3 É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institucionalmente ou por família acolhedora sejam
preparados por equipe interprofissional antes da inclusão em família adotiva.
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade
judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério Público e
determinará a juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de instrução e julgamento.
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará
a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em
igual prazo.
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua
convocação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de crianças
ou adolescentes adotáveis.
o
§ 1 A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas
hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa a melhor solução no interesse do
adotando.
o
§ 2 A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente mediante avaliação por equipe
interprofissional.
o
§ 3 Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensável a renovação da habilitação, bastando a
avaliação por equipe interprofissional.
o
§ 4 Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes indicados dentro do perfil
escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida.
o
§ 5 A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção ou a devolução da criança ou do adolescente
depois do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na sua exclusão dos cadastros de adoção e na vedação
de renovação da habilitação, salvo decisão judicial fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas na
legislação vigente.
Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável por igual
período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.
Capítulo IV
Dos Recursos
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas
o
socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com
as seguintes adaptações:
I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público e para a defesa será
sempre de 10 (dez) dias;
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
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VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de
agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco
dias;
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à superior instância dentro
de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá
de pedido expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de apelação.
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida
exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou
de difícil reparação ao adotando.
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que
deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder familiar, em face da relevância das
questões, serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado que
aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com
parecer urgente do Ministério Público.
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
contado da sua conclusão.
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na sessão, se entender necessário,
apresentar oralmente seu parecer.
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para apuração de responsabilidades se
constatar o descumprimento das providências e do prazo previstos nos artigos anteriores.
Capítulo V
Do Ministério Público
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
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a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não comparecimento injustificado,
requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais, estaduais e federais, da
administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instauração de inquérito policial, para
apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à juventude;
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as
medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos
interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao adolescente;
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as normas de proteção à
infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de
pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de irregularidades porventura verificadas;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência
social, públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a finalidade do Ministério
Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre
criança ou adolescente.
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das informações e documentos que
requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento, sob sua presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horário previamente notificados ou
acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública afetos à criança e ao
adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa
dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar
documentos e requerer diligências, usando os recursos cabíveis.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou
a requerimento de qualquer interessado.
Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser fundamentadas.
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Capítulo VI
Do Advogado
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na
solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para
todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que dela necessitarem.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será
processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir
outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto,
ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido
indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
Capítulo VII
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à
criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
I - do ensino obrigatório;
II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e assistência à saúde do educando do
ensino fundamental;
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como
ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício
do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.
X - de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplicação de medidas de proteção.
XI - de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou testemunha de violência.
o
§ 1 As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou
coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Constituição e pela Lei.
o
§ 2 A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada imediatamente após notificação aos
órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte
interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identificação do desaparecido.
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Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou
omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a
competência originária dos tribunais superiores.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público;
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa
dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização da assembléia, se houver prévia autorização
estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e
direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
poderá assumir a titularidade ativa.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às
exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações
pertinentes.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de Processo Civil.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas
da lei do mandado de segurança.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao
juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando o réu.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o
dia em que se houver configurado o descumprimento.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do
respectivo município.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas através de execução
promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta
com correção monetária.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
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Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa de
peças à autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e administrativa do agente a que se atribua a
ação ou omissão.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a associação autora lhe
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do §
4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), quando reconhecer que a pretensão é
manifestamente infundada.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da
ação serão solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
quaisquer outras despesas.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe
informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a
propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as certidões e
informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze dias.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa,
organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá
ser inferior a dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a
propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o
fundamentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta
grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério
público, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do
inquérito ou anexados às peças de informação.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público,
conforme dispuser o seu regimento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do
Ministério Público para o ajuizamento da ação.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
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Título VII
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Capítulo I
Dos Crimes
Seção I
Disposições Gerais
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem
prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo,
as pertinentes ao Código de Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada
Seção II: Dos Crimes em Espécie
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de Pena - detenção de seis meses a dois anos.
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter
registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem
no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de
responsável, por ocasião da alta médica, declaração de colocação em lar substituto:
nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
Parágrafo único. Se o crime é culposo: terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de efetiva a paga ou recompensa.
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificar
corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao
como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância
Lei: das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo: Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. fraude:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, correspondente à violência.
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato
infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar,
competente: por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica,
Pena - detenção de seis meses a dois anos. envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à
o
apreensão sem observância das formalidades legais. § 1 Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta,
coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda
de criança ou adolescente de fazer imediata comunicação à quem com esses contracena.
o
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à § 2 Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o
pessoa por ele indicada: crime:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
exercê-la;
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de
guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: hospitalidade; ou
Pena - detenção de seis meses a dois anos. III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou
afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador,
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro
ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.
tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro
registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em envolvendo criança ou adolescente:
benefício de adolescente privado de liberdade: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir,
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de
membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro
Público no exercício de função prevista nesta Lei:
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registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim
envolvendo criança ou adolescente: de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. sexualmente explícita.
o
§ 1 Nas mesmas penas incorre quem: Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende qualquer
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste situação que envolva criança ou adolescente em atividades
artigo; sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata sexuais.
o caput deste artigo.
o o
§ 2 As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 deste artigo Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de
são puníveis quando o responsável legal pela prestação do qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao explosivo:
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que
fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos
adolescente: componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato
não constitui crime mais grave.
o
§ 1 A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de
artigo. qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampido ou
o
§ 2 Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam
finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta indevida:
Lei, quando a comunicação for feita por: Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos
o
suas finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e no caput do art. 2 desta Lei, à prostituição ou à exploração
o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste sexual:
parágrafo; Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor bens e valores utilizados na prática criminosa em favor do Fundo
de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da
até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o
policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. crime, ressalvado o direito de terceiro de boa-fé.
o o
§ 3 As pessoas referidas no § 2 deste artigo deverão manter
o
sob sigilo o material ilícito referido. § 1 Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o
responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.
o
cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, § 2 Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da
montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra licença de localização e de funcionamento do
forma de representação visual: estabelecimento.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a
venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, praticá-la:
adquire, possui ou armazena o material produzido na forma Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
do caput deste artigo.
o
§ 1 Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios
o
meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. § 2 As
libidinoso: penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no
o o
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: rol do art. 1 da Lei n 8.072, de 25 de julho de 1990.
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena
de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela praticar ato
libidinoso;
Capítulo II
Das Infrações Administrativas
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental,
pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita
ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
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Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos
II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
documento de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
infracional:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato
infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir
sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a
autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou a suspensão da programação da emissora até por
dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois números.
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao pátrio poder poder familiar ou decorrente de tutela
ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses
ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:
Pena – multa.
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do
estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e
terá sua licença cassada.
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85
desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no
certificado de classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a
que não se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa
de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
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Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua
classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá
determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente como inadequado às
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão do
espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em desacordo com a classificação
atribuída pelo órgão competente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de
criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação no espetáculo:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no
art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de
adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes
em regime de acolhimento institucional ou familiar.
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar
imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em
entregar seu filho para adoção:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou comunitário destinado à garantia do direito
à convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação referida no caput deste artigo.
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Disposições Finais e Transitórias
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo
sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que
estabelece o Título V do Livro II.
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e
princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do imposto de renda,
obedecidos os seguintes limites:
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real;
e
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
o
observado o disposto no art. 22 da Lei n 9.532, de 10 de dezembro de 1997.
o
§ 1 -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e
municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção,
Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional
pela Primeira Infância.
o
§ 2 Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização,
por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente percentual para
incentivo ao acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de atenção integral à
primeira infância em áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo .
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos neste artigo.
o o o o
§ 5 Observado o disposto no § 4 do art. 3 da Lei n 9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso
I do caput:
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
II - não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do lucro real.
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o
inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste Anual.
o
§ 1 A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado
na declaração:
I - (VETADO);
II - (VETADO);
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
o
§ 2 A dedução de que trata o caput:
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II
do caput do art. 260;
II - não se aplica à pessoa física que:
a) utilizar o desconto simplificado;
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b) apresentar declaração em formulário; ou
c) entregar a declaração fora do prazo;
III - só se aplica às doações em espécie; e
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor.
o
§ 3 O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento da primeira quota ou quota única do imposto,
observadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
o o
§ 4 O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3 implica a glosa definitiva desta parcela de dedução,
ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual
com os acréscimos legais previstos na legislação.
o
§ 5 A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo
ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital,
estaduais e nacional concomitantemente com a opção de que trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do art.
260.
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser deduzida:
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente.
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se refere a apuração do imposto.
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas em conta específica, em instituição financeira
pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260.
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo
presidente do Conselho correspondente, especificando:
I - número de ordem;
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente;
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador;
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
V - ano-calendário a que se refere a doação.
o
§ 1 O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido anualmente, desde que discrimine os valores
doados mês a mês.
o
§2 No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação dos bens, mediante descrição em campo
próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço
dos avaliadores.
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b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considerado na determinação do valor dos bens doados,
exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária.
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo
de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a Receita Federal do Brasil.
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
nacional, estaduais, distrital e municipais devem:
I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;
II - manter controle das doações recebidas; e
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os
seguintes dados por doador:
a) nome, CNPJ ou CPF;
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do
Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão
amplamente à comunidade:
I - o calendário de suas reuniões;
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à criança e ao adolescente;
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança
e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos para implementação das
ações, por projeto;
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base
de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência; e
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos
fiscais referidos no art. 260 desta Lei.
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação
judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a requerimento ou representação de qualquer
cidadão.
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da
Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos
dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos
números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras públicas,
destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.
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Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto nos
arts. 260 a 260-K.
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a
que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca a
que pertencer a entidade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e municípios, e os estados aos municípios, os recursos
referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo estejam criados os conselhos dos direitos da criança e
do adolescente nos seus respectivos níveis.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas pela
autoridade judiciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes
alterações:
1) Art. 121 ............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências
do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o
crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos.
2) Art. 129 ...............................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136.................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos.
4) Art. 213 ..................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214...................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de três a nove anos.»
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte item:
"Art. 102 ....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto, que será
posto à disposição das escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de
comunicação social.
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Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a
crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a 6 (seis) anos.
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas atividades e campanhas de divulgação e
esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais
disposições em contrário.
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE:
01. O Artigo 1º do Estatuto da Criança e do Adolescente dispõe sobre a proteção:
a) integral à criança e ao adolescente.
b) parcial à criança e ao adolescente.
c) integral à criança e parcial ao adolescente.
d) parcial à criança e integral ao adolescente.
e) integral à criança e facultativa ao adolescente.
02. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, .................. se configura como
o conjunto de valores e práticas que proporcionam a produção, a socialização de significados no espaço
social, além de ser um meio pelo qual se constroem identidades socioculturais por parte dos educandos.
Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.
a) Currículo
b) Livro didático
c) Regimento interno
d) Boletim informativo
e) Estatuto da Criança e do Adolescente
03. Segundo consta no Estatuto da Criança e do adolescente, é dever do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, exceto:
a) ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria.
b) progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio.
c) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
d) atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a doze anos de idade.
04. De acordo com o art. 54 do Estatuto da Criança e do Adolescente, é dever do Estado assegurar à criança e
ao adolescente:
a) obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio.
b) oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador.
c) atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade.
d) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência obrigatoriamente na rede regular de ensino.
e) ensino fundamental obrigatório e gratuito exclusivamente para a faixa etária dos 7 aos 14 anos.
05. De acordo com Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no que concerne à adoção, assinale a
opção correta:
a) A adoção é medida excepcional e pode ser revogável a qualquer tempo.
b) Podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando, em razão dos laços afetivos e consanguíneos.
c) O adotando deve contar com, no máximo, doze anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos
adotantes.
d) Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.
e) Para adoção conjunta, é dispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável,
bastando que se comprove, por qualquer meio admissível em direito, a estabilidade afetiva da família.
06. As afirmativas a seguir se referem ao Estatuto da Criança e do Adolescente, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Estabelece que a carência de recursos materiais da família não constitui motivo para a perda do poder familiar.
b) Estabelece regras para financiamento de programas educativos para a Educação Básica, voltados para a saúde e o
desenvolvimento de crianças e adolescentes.
c) Estabelece o atendimento no ensino fundamental por meio de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
d) Estabelece o direito dos responsáveis de ter ciência dos processos pedagógicos e de participar da definição das
propostas educacionais.
e) Estabelece para crianças e adolescentes o direito a contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores.
07. Com base no disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue o item que se segue. Pessoas
com doze anos de idade completos são consideradas crianças.
( ) Certo ( ) Errado
08. Em conformidade com o ECA, complete a lacuna seguinte: “Nenhuma ______ será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais."
a) criança ou adolescente. b) criança.
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c) bebê. d) adolescente.
09. As crianças e adolescentes brasileiros são protegidos por uma série de regras e leis estabelecidas pelo
país. Após anos de debates e mobilizações, chegou-se ao consenso de que a infância e a adolescência devem
ser protegidas por toda a sociedade das diferentes formas de violência. Partindo dessa premissa, o arcabouço
legal brasileiro traz vários instrumentos que designam os direitos das crianças e asseguram a sua proteção.
Sendo assim, são exemplos de leis que garantem os direitos da criança, EXCETO:
a) A Constituição Federal de 1988.
b) O Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990.
c) O Decreto nº 22.626.
d) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996.
10. Leia o fragmento a seguir: “a causa principal dos problemas na educação está na falta, em quase todos os
planos e iniciativas, da determinação dos fins de educação (aspecto filosófico e social) e da aplicação (aspecto
técnico) dos métodos científicos aos problemas de educação". Assinale a opção que indica o documento
apresentado.
a) Manifesto dos Pioneiros
b) Lei de Diretrizes e Bases
c) Carta de Goiânia
d) Estatuto da Criança e Adolescente
e) Constituição Federal
11. Tendo por base o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no que concerne ao Direito à Liberdade, ao
Respeito e à Dignidade, assinale a opção incorreta:
a) O direito à liberdade compreende o aspecto de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,
ressalvadas as restrições legais.
b) O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente,
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e
objetos pessoais.
c) É dever exclusivo do Estado velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer
tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
d) A criança e o adolescente têm o direito de ser educado e cuidado sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes
da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por
qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los
e) A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de
desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
12. A Lei 8.069 de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, aponta dentre os deveres
que competem ao Estado:
a) Informar ao conselho tutelar sobre a proposta pedagógica das escolas.
b) Matricular os filhos na rede regular de ensino.
c) Participar da definição das propostas educacionais.
d) Informar os elevados níveis de repetência.
e) Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.
13. Acerca do direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, o Estatuto da Criança e do Adolescente
determina que devem ser asseguradas, EXCETO:
a) Direito a opinar nas avaliações institucionais externas.
b) Direito de ser respeitados por seus educadores.
c) Direito de participação em entidades estudantis.
d) Direito de igualdade de condições para acesso e permanência.
e) Direito a escola pública próximo a residência do estudante.
14. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8.069/90, art. 60, é proibido qualquer
trabalho a menores:
a) De quatorze anos de idade, inclusive na condição de aprendiz.
b) De quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
c) De dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
d) De dezesseis anos de idade, inclusive na condição de aprendiz.
e) De dezessete anos de idade, inclusive na condição de aprendiz.
15. O direito à liberdade da criança e do adolescente previsto na Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do
Adolescente) compreende vários aspectos. Assinale, dentre as alternativas a seguir, aquele que NÃO se
enquadra no rol indicado na legislação.
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a) Liberdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, sem qualquer possibilidade de restrição
legal.
b) Liberdade de opinião e expressão.
c) Liberdade de brincar, praticar esportes e divertir-se.
d) Liberdade de participar da vida política, na forma da lei.
e) Liberdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
17. Com base no disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue o item que se segue. Por
serem voluntárias, as atividades dos membros do conselho tutelar não podem ser remuneradas.
( ) Certo ( ) Errado
18. Conforme previsão expressa do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90), os dirigentes de
estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de
a) vestimenta inadequada aos padrões formais da educação.
b) atrasos reiterados ou faltas constantes, ainda que justificadas.
c) briga ou discussão acirrada entre alunos e professores.
d) elevados níveis de repetência e maus-tratos envolvendo seus alunos.
e) ausência dos pais em reuniões escolares periódicas.
19. Com base no disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue o item que se segue. Em
cada município e em cada região administrativa do Distrito Federal deve haver, no mínimo, um conselho
tutelar.
( ) Certo ( )Errado
20. O Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 54, III, afirma que: “É dever do Estado assegurar à
criança e ao adolescente (...) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino”. Sobre a Escola Inclusiva, o Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil aborda os critérios que devem ser considerados para que ocorra um processo de
integração com qualidade. Assinale a alternativa correta acerca desses critérios.
a) Tempo em que a criança frequentou uma escola especializada, acesso aos recursos pela família e envolvimento da
comunidade em ajudar na integração.
b) Idade cronológica e avaliação psicológica, acesso aos recursos e sua utilização e envolvimento da comunidade na
integração.
c) Disponibilidade de recursos pela escola, tempo que frequentou a escola anterior e a série que pretende cursar e
envolvimento da comunidade em acompanhar o desenvolvimento do educando.
d) Grau de deficiência e potencialidades da criança, idade cronológica, disponibilidade de recursos e de materiais e
estágio de desenvolvimento dos serviços de educação especial já implantados.
e) Frequentar escola especializada em sua necessidade em período contraturno, possuir recursos para ser
acompanhado por referida tutora (caso necessário) e grau de envolvimento da comunidade com o transporte do
educando.
Respostas: 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12: 13:
14: 15: 16: 17: 18: 19: 20:
22. Julgue o item subsequentes, com base nos instrumentos legais que dispõem acerca da educação
brasileira, considerando que CF corresponde à Constituição Federal de 1988 e LDB, à Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional. Condições para acesso e permanência na escola pública ou privada,
independentemente do local de residência do aluno, constitui um direito assegurado pelo Estatuto da Criança
e do Adolescente.
( ) Certo ( ) Errado
23. Com relação aos aspectos legais da educação, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) A Constituição Federal de 1988 declarou, pela primeira vez, a educação como um direito social.
( ) O Estatuto da Criança e do Adolescente garante a igualdade de condições para o acesso e a permanência na
escola.
( ) A Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabelecem que a educação é dever do
Estado e da família.
As afirmativas são, respectivamente,
a) V, F e V. b) F, V e F. c) V, V e V.
d) V, V e F. e) F, F e V.
24. Com base no disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), julgue o item que se segue. Para ser
membro do conselho tutelar, a pessoa deve ter idade superior a dezoito anos, reconhecida condição financeira
e idoneidade moral, além de residir por, no mínimo, cinco anos no município.
( ) Certo ( ) Errado
25. Segundo o Artigo 232 da Lei Federal 8069/90, submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda
ou vigilância a vexame ou a constrangimento, terá com pena:
a) multa de dez salários mínimos.
b) detenção de seis meses.
c) detenção de seis meses a um ano.
d) detenção de seis meses a dois anos.
26. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
que o adolescente:
a) preste, durante um ano, serviços comunitários que consistem na realização de tarefas gratuitas de interesse geral.
b) responda criminalmente por seus atos infracionais.
c) seja encaminhado a um sistema prisional comum.
d) restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
e) seja obrigado a prestar trabalho forçado, no período proporcional à gravidade do delito.
27. Complete com a alternativa que completa corretamente. Nos termos do § 2º do artigo 19 do ECA, a
permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por
mais de _______ anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente
fundamentada pela autoridade judiciária.
a) 01 ano. b) 02 anos. c) 03 anos.
d) 04 anos. e) Nenhuma alternativa está correta.
29. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, o poder público, na esfera de sua competência federativa,
deverá, dentre outras ações, recensear:
a) mensalmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não concluíram o
ensino fundamental.
b) de dois em dois anos as crianças em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não concluíram a educação
básica.
c) anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que não concluíram a
educação básica.
d) anualmente as crianças e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que concluíram a
educação básica.
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30. Sobre adoção de criança e de adolescentes, leia as afirmativas.
I. Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o
cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
II. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela
dos adotantes.
III. Os divorciados e os judicialmente separados não poderão adotar conjuntamente, independente de qualquer
condição.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) II. b) I. c) I e II. d) II e III. e) I e III.
31. “A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa,
preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”.
De acordo com o ECA todas as alternativas são direitos das crianças, EXCETO:
a) Acesso a escola pública e gratuita próxima da sua residência.
b) Abandonar a escola para trabalhar e ajudar no sustento da família.
c) Igualdade de condições para acesso a escola e permanência nela.
d) Ser respeitado por seus educadores e contestar critérios avaliativos.
32. O bullying vem sendo tratado como uma dinâmica psicossocial expansiva que envolve um número cada
vez maior de crianças e adolescentes, meninos e meninas. A escola cidadã deve combater quaisquer
processos de bullying e de discriminação. Baseado nessa premissa, assinale a alternativa CORRETA:
a) Hoje, o bullying ganhou mais requinte, com a utilização de ferramentas disponíveis na internet e nos telefones
celulares para espalhar boatos, difamações, humilhações, causando graves transtornos para a vítima e seus familiares.
Esta nova modalidade de ataque é denominado cyberbullying ou assédio virtual.
b) O bullying não está diretamente relacionado à formação de gangues, ao uso de drogas e armas, à violência
doméstica e sexual e aos crimes contra o patrimônio.
c) O bullying não nasce da recusa a uma diferença, da intolerância, do desrespeito ao outro e sim em decorrência de
uma causa reativa: discussão, conflitos ou brigas entre dois ou mais indivíduos.
d) Os estudos sobre bullying tiveram início no Brasil no fim dos anos de 1980 e início de 2000.
34. A Lei nº. 9394/96 determina quanto ao Ensino Fundamental de 9 (nove) anos:
a) Jornada integral obrigatória de trabalho efetivo em sala de aula em todos os sistemas de ensino.
b) O estudo sobre os símbolos nacionais, incluído enquanto tema transversal.
c) Obrigatoriedade do desdobramento do ensino fundamental em ciclos.
d) Ensino religioso de matrícula obrigatória.
e) Inclusão facultativa de conteúdo que trate dos direitos da criança e do adolescente nas séries finais.
35. Acerca da importância do diálogo no processo de formação e na relação pedagógica, julgue o item
seguinte. De acordo com Piaget, a importância do diálogo na formação do homem enquanto ser social
pressupõe a existência de um sistema de signos comuns e de definições. Nesse sentido, a maneira de ser
social de uma criança de cinco anos é diferente da de um adolescente. Logo, o docente que atua nos anos
iniciais da educação básica deve adequar seu discurso à clientela, o que é desnecessário para o que atua com
adolescentes, pois estes já dominam o pensamento operatório.
( ) Certo ( ) Errado
Respostas: 21: 22: 23: 24: 25: 26: 27: 28: 29: 30: 31: 32: 33: 34:
35:
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LEI Nº. 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou
privado.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições
indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos
bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do
País.
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se
destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.
TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público,
constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de
controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados,
e de equipamentos para saúde.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
CAPÍTULO I
Dos Objetivos e Atribuições
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do
disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
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III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a
realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir
riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação
de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina,
através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos
trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos
riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo:
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II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas,
avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua
elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina,
de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou
saúde dos trabalhadores.
CAPÍTULO II
Dos Princípios e Diretrizes
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que
integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art.
198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade
do sistema;
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
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XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população;
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
CAPÍTULO III
Da Organização, da Direção e da Gestão
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente
ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e
hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da
Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços
de saúde que lhes correspondam.
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a
integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de
Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em
especial, as seguintes atividades:
I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador.
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as
instituições de ensino profissional e superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e
estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS),
na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.
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CAPÍTULO IV
Da Competência e das Atribuições
Seção I
Das Atribuições Comuns
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo,
as seguintes atribuições:
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e serviços de
saúde;
XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em vista a sua
relevância pública;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, autorizadas pelo
Senado Federal;
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras entidades
representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e
serviços de saúde;
5
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XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
Seção II
Da Competência
b) de saneamento básico; e
c) de vigilância epidemiológica; e
d) vigilância sanitária;
IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo sobre o m eio
ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos ambientes
de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo a
execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de produtos,
substâncias e serviços de consumo e uso humano;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção de insumos
e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos governamentais;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o
aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
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XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços
privados contratados de assistência à saúde;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica com os
Estados, Municípios e Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira do SUS
em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal. (Vide
Decreto nº 1.651, de 1995)
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e serviços de
saúde;
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que tenham
repercussão na saúde humana;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as unidades que
permaneçam em sua organização administrativa;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de
saúde;
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XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços
públicos de saúde;
III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de
trabalho;
IV - executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico; e
e) de saúde do trabalhador;
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde
humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades prestadoras
de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios.
CAPÍTULO V
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo
o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei.
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de
Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual
funcionará em perfeita integração.
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena.
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Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos
responsáveis pela Política Indígena do País.
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS, descentralizado,
hierarquizado e regionalizado.
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários Especiais
Indígenas.
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de centros
especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária
à saúde.
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados de formulação,
acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os
Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso.
CAPÍTULO VI
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a
internação domiciliar.
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação médica, com
expressa concordância do paciente e de sua família.
CAPÍTULO VII
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O
TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam
obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de
trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.
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§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo constarão do
regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.
TÍTULO III
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
CAPÍTULO I
Do Funcionamento
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria,
de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção,
proteção e recuperação da saúde.
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os princípios éticos
e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
funcionamento.
Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência
à saúde, salvo através de doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações
Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.
§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por
empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade
social.
CAPÍTULO II
Da Participação Complementar
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à
população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados
pela iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato
ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência
para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura assistencial
serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional
de Saúde.
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração aludida n este
artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo
econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos serviços contratados.
§ 3° (Vetado).
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§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados é vedado
exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).
TÍTULO IV
DOS RECURSOS HUMANOS
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formalizada e executada, articuladamente,
pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos:
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) constituem campo
de prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema
educacional.
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo integral.
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer suas atividades
em mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de tempo integral, com
exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento.
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob supervisão serão regulamentadas por
Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades
profissionais correspondentes.
TÍTULO V
DO FINANCIAMENTO
CAPÍTULO I
Dos Recursos
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a
receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada
pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo
em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
I - (Vetado)
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS); e
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VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que trata o inciso I deste artigo,
apurada mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados.
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão creditadas diretamente em
contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal,
Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
§ 4º (Vetado).
§ 6º (Vetado).
CAPÍTULO II
Da Gestão Financeira
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em conta especial,
em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.
§ 2º (Vetado). § 3º (Vetado).
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente arrecadada transferirão
automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do p arágrafo único deste artigo, os
recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos
e atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social será observada a mesma
proporção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal e Municíp ios,
será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:
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VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo.
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será distribuída segundo o quociente de sua
divisão pelo número de habitantes, independentemente de qualquer procedimento prévio.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de controle interno e externo e
nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos
recursos transferidos.
CAPÍTULO III
Do Planejamento e do Orçamento
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do
nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de
saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal
e da União.
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção do
Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas nos planos de
saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na elaboração dos
planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços em cada
jurisdição administrativa.
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços
de saúde com finalidade lucrativa.
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para órgãos integrantes do Sistema Único de
Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os seus acessórios,
equipamentos e outros
§ 7º (Vetado).
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e pelo
Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de
Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a permitir a gerencia
informatizada das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares.
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Câncer,
supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de
prestação de serviços, formação de recursos humanos e para transferência de tecnologia.
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Art. 42. (Vetado).
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos contratados,
ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas.
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino integram-se ao Sistema Único de
Saúde (SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos
recursos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que
estejam vinculados.
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das Forças Armadas poderão
integrar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for
firmado.
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de incentivos à participação do setor
privado no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das universidades e
institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas
nacionais.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais do Sistema Único de
Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em
todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de prestação de serviços.
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, celebrados para implantação dos
Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo
absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular de verbas ou
rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS)
em finalidades diversas das previstas nesta lei.
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975,
e demais disposições em contrário.
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QUESTÕES LEI DO SUS - 8.080/90
1. A lei 8080/90 define os princípios e diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde). A esse
respeito é incorreto afirmar que:
a) Devem-se organizar os serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins
idênticos.
b) Deve-se dar ênfase na descentralização dos serviços para os municípios.
c) O direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde, é um dos princípios do
SUS.
d) A universalidade de acesso é entendida como um conjunto articulado e contínuo das
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada
caso em todos os níveis de complexidade do sistema.
___________________________________________________________________________
4.Considerando o Pacto pela Saúde, no componente Pacto de Gestão, no que diz respeito às
responsabilidades da Gestão do SUS, não é responsabilidade dos municípios:
a) Elaborar, pactuar e implantar a política de promoção da saúde, considerando as diretrizes
estabelecidas no âmbito nacional.
b) Assumir integralmente a gerência de toda a rede pública de serviços de atenção básica,
englobando as unidades próprias e as transferidas pelo estado ou pela união.
c) Assumir a gestão e a gerência de unidades públicas de hemonúcleos e hemocentros
e elaborar normas complementares para a organização e funcionamento desta rede de
serviços.
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d) Promover a estruturação da assistência farmacêutica e garantir, em conjunto com as
demais esferas de governo, o acesso da população aos medicamentos cuja dispensação
esteja sob sua responsabilidade.
___________________________________________________________________________
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c) Bancos de células de cordão umbilical e de medula óssea integram o SINASAN.
d) Serviços de hemoterapia filantrópicos e privados integram o SINASAN.
___________________________________________________________________________
GABARITO:
1. D 2. A 3. A 4. C 5. D 6. C 7. B 8. A 9. A 10. D
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QUESTÕES – ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
1. No que se refere ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, julgue os seguintes itens. A
pessoa com deficiência tem o direito de receber cobranças de tributos de forma acessível,
independentemente de solicitação.
( ) Certo ( ) Errado
2. O direito ao atendimento prioritário da pessoa com deficiência, da forma como prevê o Estatuto
da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), NÃO se aplica plenamente
a) aos acompanhantes e atendentes pessoais no que diz respeito aos atendimentos em
instituições e serviços de atendimento ao público
b) à proteção e socorro em quaisquer circunstâncias.
c) ao recebimento de restituição do imposto de renda.
d) à tramitação processual e de procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou
interessada.
e) aos serviços de emergência públicos e privados, pois ficam condicionados aos protocolos
de atendimento médico.
3. De acordo com a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência,
quanto ao Direito ao Trabalho é correto afirmar.
a) A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas, às condições justas e favoráveis de trabalho, exceto quanto à igual remuneração
por trabalho de igual valor.
b) As pessoas jurídicas de direito público são obrigadas a garantir ambientes de trabalho
acessíveis e inclusivos e as de direito privado ficam com a responsabilidade exclusiva de
manter ações de promoção valorativa as pessoas com deficiência.
c) É garantida aos trabalhadores com deficiência que demonstrem bom desempenho
cognitivo e de aprendizagem a acessibilidade em cursos de formação e de capacitação.
d) É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência e qualquer discriminação
em razão de sua condição, inclusive nas etapas de recrutamento, seleção, contratação,
admissão, exames admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão profissional
e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão plena.
4. Segundo o Estatuto da Pessoa com deficiência, avaliação da deficiência, quando necessária, será:
a) multiprofissional, interdisciplinar e bioativa;
b) biopsicossocial, multiprofissional e interrelacional;
c) interdisciplinar, multiprofissional e biopsicossocial;
d) interprofissional, multisocial e bioativa;
e) biopsicossocial, interrelacional e multiativa.
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6. De acordo com a Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 – Estatuto da Pessoa com Deficiência,
a avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsicossocial, realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar. Assinale a alternativa correta quanto ao que deve ser
considerado nessa avaliação.
a) Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; os fatores socioambientais,
psicológicos e pessoais; a limitação no desempenho de atividades; e a restrição de
participação.
b) A acessibilidade e ausência de tecnologia assistiva, ou seja, os produtos, equipamentos,
dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com
deficiência e o nível de aceitação de sua família e outros grupos sociais.
c) A adequação ou não dos fatores espaciais e humanos que lhes garantam a presença de
barreiras urbanísticas aquelas existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos
ao público ou de uso coletivo e as barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios
públicos e privados no meio urbano.
d) Exclusivamente a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e
autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes,
informação e comunicação.
7. 1) O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/15) é uma lei instituída no Brasil para
buscar a inclusão da pessoa com Deficiência tendo como base a Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com deficiência e seu Protocolo Facultativo incorporados na legislação brasileira
com força de Emenda Constitucional, diante do disposto no Art. 5º, § 3º da CF. Portanto, é uma
norma que busca implementar a igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiência.
A lei prevê nas suas disposições preliminares o direito da pessoa com deficiência receber
atendimento prioritário para diversas finalidades, a maioria destes atendimentos são extensivos
ao acompanhante ou ao atendente pessoal da pessoa com deficiência, por este motivo, marque
a alternativa abaixo que traz um atendimento prioritário, constante no Estatuto, não extensivo
aos acompanhantes e atendentes pessoais da pessoa com deficiência.
a) atendimento em todas as instituições e serviços de atendimento ao público.
b) disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tecnológicos, que garantam
atendimento em igualdade de condições com as demais pessoas.
c) disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo
de passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque.
d) acesso a informações e disponibilização de recursos de comunicação acessíveis.
e) tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for parte ou
interessada, em todos os atos e diligências.
8. Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/15), uma lei instituída no Brasil
para buscar a inclusão da pessoa com Deficiência tendo como base a Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com deficiência e seu Protocolo Facultativo incorporados na legislação
brasileira com força de Emenda Constitucional, diante do disposto no Art. 5º, § 3º da CF.
Marque a alternativa que não traz um direito previsto no estatuto citado anteriormente.
a) As operadoras de planos e seguros privados de saúde são obrigadas a garantir à pessoa
com deficiência, no mínimo, todos os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.
b) Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, a pessoa com
deficiência ou o seu responsável goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia
própria.
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c) À pessoa com deficiência internada ou em observação é assegurado o direito a
acompanhante ou a atendente pessoal, devendo o órgão ou a instituição de saúde
proporcionar condições adequadas para sua permanência em tempo integral.
d) É assegurado à pessoa com deficiência que não possua meios para prover sua subsistência
nem de tê-la provida por sua família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos
termos da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
e) A pessoa com deficiência tem direito à residência inclusiva, no seio da família natural ou
substituta, com seu cônjuge ou companheiro ou desacompanhada.
9. De acordo com os conceitos previstos no Estatuto da Pessoa com Deficiência − Lei nº 13.146/15,
é correto afirmar:
a) Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental ou sensorial, excluídos os impedimentos de ordem intelectual.
b) Acompanhante é aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não
desempenhar as funções de atendente pessoal.
c) Tecnologia assistiva ou ajuda técnica são aquelas que dificultam ou impedem o acesso da
pessoa com deficiência às tecnologias.
d) Residências inclusivas são moradias com estruturas adequadas capazes de proporcionar
serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e ampliem o grau de
autonomia de jovens e adultos com deficiência.
e) Barreiras arquitetônicas são aquelas existentes nas vias e nos espaços públicos e privados
abertos ao público ou de uso coletivo.
10. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei Federal nº 13.146, de 6 de julho
de 2015) é destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais da pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social
e cidadania.
Sobre o direito à educação prevista na Lei, é incorreto afirmar:
a) A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurado sistema educacional
inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida,de forma a alcançar
o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais,
intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de
aprendizagem.
b) responsabilidade do poder público assegurar à pessoa com deficiência o acesso à educação
superior e à educação profissional e tecnológica em igualdade de oportunidades e
condições com as demais pessoas.
c) Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar,
acompanhar e avaliar a oferta de profissionais de apoio escolar, com formação superior em
Pedagogia.
d) É vedada às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, a cobrança de
valores adicionais, de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas, de
alunos com necessidades especiais.
11. Quanto à realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica
relacionados à pessoa com deficiência, a Lei nº 13.146/2015 estabelece que
a) é indispensável o seu consentimento prévio, livre e esclarecido, podendo, no entanto, ser
suprido em situação de curatela, na forma da lei.
b) é dispensável o seu consentimento, desde que o objetivo a ser alcançado seja para o seu
próprio bem-estar.
c) se exige o seu prévio e livre consentimento por escrito, não podendo ser suprido mesmo
em situação de curatela.
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d) não se exigirá o seu consentimento pessoal, no caso de pesquisa científica, se os seus pais
ou responsáveis legais assim se manifestarem em seu lugar.
e) será exigido o seu prévio e livre consentimento apenas para a hipótese de pesquisa
científica, podendo ser dispensado nos demais casos.
12. Fulana, pessoa com deficiência, foi atendida em hospital particular com vários hematomas em
seu corpo, levando o agente de saúde a suspeitar que ela teria sido vítima de violência. Nessa
situação, a Lei nº 13.146/2015 estabelece que
a) o agente de saúde deverá envidar todos os esforços para confirmar a violência sofrida
pela pessoa com deficiência e, uma vez confirmada, deverá notificar compulsoriamente o
Ministério da Saúde.
b) o agente de saúde nada poderá fazer nesse caso, uma vez que se trata apenas de uma
suspeita.
c) deverá ser feita a notificação compulsória do fato suspeito à autoridade policial e ao
Ministério Público, além dos Conselhos dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
d) o hospital, por ser particular, não está obrigado a notificar as autoridades, uma vez que a
notificação compulsória é imposta apenas aos hospitais públicos.
e) o hospital deve, assim que teve conhecimento do fato, tomar o depoimento por escrito da
vítima e notificar o juiz da Comarca para as devidas providências.
13. De acordo com a Lei nº 13.146/2015, os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos
observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar todos os meios de
acessibilidade, conforme legislação em vigor. Com relação aos estabelecimentos já existentes,
os meios de acessibilidade
a) devem ser garantidos na ordem de 20%, pelo menos, do total de seus dormitórios,
garantidas, ao menos, duas unidades acessíveis.
b) não serão obrigatórios, podendo ser adaptadas suas unidades em livre proporção.
c) devem ser garantidos em, pelo menos, 10% de seus dormitórios, garantida, no mínimo,
uma unidade acessível.
d) devem ser garantidos na mesma proporção que os novos empreendimentos, devendo ser
efetuadas as obras necessárias para atender às exigências da Lei.
e) não são obrigatórios, devendo a lei de cada Estado da Federação oferecer vantagens e
benefícios para que esses estabelecimentos possam oferecer a mesma acessibilidade.
14. No que diz respeito ao direito das pessoas com deficiência à educação e ao trabalho, assinale a
alternativa correta à luz do Estatuto da pessoa com deficiência (Lei nº 13.146/2015).
a) Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, é permitida a cobrança
de valores adicionais em suas mensalidades, anuidades e matrículas com o objetivo de
cumprir as determinações da lei para receber os estudantes com deficiência.
b) Os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar nas
salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem, no mínimo, possuir ensino
médio completo e certificado de proficiência na Libras.
c) A tradução completa do edital e de suas retificações em Libras é uma das medidas a serem
adotadas nos processos seletivos para ingresso e permanência nos cursos oferecidos
pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas e
privadas.
d) A pessoa com deficiência tem direito ao acesso a cursos, treinamentos, educação
continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais
oferecidos pelo empregador, sem concorrer com os demais empregados.
e) A prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com maior dificuldade de inserção
no campo de trabalho impossibilita a colocação competitiva da pessoa com deficiência em
igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
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15. A recém-editada Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência), Lei 13.146, de 6 de julho de 2015, entra em vigor 180 dias após sua publicação,
e opera importantes modificações no Código Civil Brasileiro. A respeito dessas modificações,
assinale a única alternativa CORRETA:
a) Em relação ao regime das incapacidades, a alteração operada foi que as pessoas que, por
causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade deixaram de ser
absolutamente incapazes e passaram a relativamente incapazes.
b) Quanto à possibilidade de serem testemunhas, foi revogado o dispositivo relativo aos
cegos e surdos, mantendo-se o relativo às pessoas que, por enfermidade ou retardamento
mental, não tiverem discernimento para a prática dos atos da vida civil.
c) Sobre a nulidade do casamento contraído “pelo enfermo mental sem o necessário
discernimento para os atos da vida civil", essa nulidade, antes absoluta, foi tornada relativa.
d) Quanto à interdição, ficou estabelecido que o processo que define os termos da curatela
pode ser promovido pela própria pessoa a ser curatelada.
e) Foi inserido novo instituto para suprir a capacidade das pessoas com deficiência, a tomada
de decisão apoiada, pela qual o juiz elege duas pessoas idôneas para apoiar a tomada de
decisão das pessoas com deficiência nos autos de processos judiciais.
GABARITO:
146
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LEI Nº 8.429 – 92 / LEI DE IMPROBIDADE
AGENTES
POLÍTICOS:
INSTRUMENTOS políticos+M PREJUÍZO AO ERÁRIO EMPREGO OU
FUNÇÃO NA
DE CONTROLE . P + JUÍZES. ADMINISTRAÇÃ
O PUBLICA
DIRETA,
INDEPENDE DE RECEBER OU NÃO CONTRA OS PRINCÍPIOS DA INDIRETA OU
REMUNERAÃO ADM. FUNDACIONAL
___________________________________________________________________
CAPÍTULO I
ATOS DE
IMPROBIDADE
ATOS DE ADMINISTRAÇÃO
IMPROBIDADE DIRETA, INDIRETA OU
FUNDAMENTAL
PODERES DA UNIÃO,
Enriquecimento PRATICADOS POR DOS ESTADOS, DO
ilícito QUALQUER DISTRITO FEDERAL, SERÃO
SERVIDOR OU DOS MUNICÍPIOS, DE PUNIDOS
Prejuízo ao erário NÃO CONTRA A TERRITÓRIO, DE NA FORMA
ADMINISTRAÇÃO EMPRESA DESTA LEI.
PÚBLICA INCORPORADA AO
PATRIMÔNIO PÚBLICO
Contra os OU DE ENTIDADE
princípios.
_______________________________________________
DE ÓRGÃO
PATRIMÔNIO DE
ENTIDADE QUE
Parágrafo Unico. PÚBLICO
RECEBA SUBVENÇÃO
ESTÃO TAMBÉM
SUJEITOS ÀS
PENALIDADES
DESTA LEI ATO
PRATICADOS
BENEFÍCIO OU CONTRA FISCAL OU
INCENTIVO CREDITÍCIO
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Art. 2°
____________________________________________________________________________________
Art. 3°
AS
MESMO NÃO SENDO AGENTE
DISPOSIÇÕES PÚBLICO, INDUZA OU CONCORRA
DESTA LEI PARA A PRÁTICA DO ATO DE
SÃO IMPROBIDADE OU DELE SE BENEFICIE
APLICÁVEIS SOB QUALQUER FORMA DIRETA OU
INDIRETA.
___________________________________________________________________________________
Art. 4°
___________________________________________________________________-________________
Art. 5°
AÇÃO OU OMISSÃO
OCORRENDO
LESÃO AO
PATRIMÔNIO DAR-SE-Á O
PÚBLICO DOLOSA OU INTEGRAL
CULPOSA RESSARCIMENTO
DO DANO.
DO AGENTE OU DE
TERCEIRO
148
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Art. 6°
O AGENTE
BENS OU VALORES
PÚBLICO OU
TERCEIRO PERDERÁ ACRESCIDOS AO SEU
PATRIMÔNIO.
ENRIQUECIMENTO BENEFICIÁRIO
ILÍCITO
___________________________________________________________________
Art. 7°
CABERÁ
____________________________________________________________________________________
Parágrafo único.
INDISPONIBILIDADE
-_____________________________________________________________________________________
Art. 8°
149
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CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
IMPROBIDADE: 3 TIPOS
QUALQUER AÇÃO OU
QUALQUER AÇÃO OU OMISSÃO, OMISSÃO QUE VIOLE OS
DOLOSA OU CULPOSA, QUE DEVERES DE
ENSEJA PERDA PATRIMONIAL
HONESTIDADE,
FACILITAR A INCORPORAÇÃO IMPARCIALIDADE,
AO PATRIMÔNIO PARTICULAR- LEGALIDADE E LEALDADE.
PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA-
PRATICAR ATO VISANDO
BENS E RENDAS;
PERMITIR QUE PESSOA FIM PROIBIDO EM LEI;
PRIVADAUTILIZE BENS(...);
RETARDAR OU DEIXAR DE
DOAR BENS,RENDAS,VERBAS
OU
PRATICAR ATO DE OFÍCIO;
PERMITIR OU FACILITAR
REVELAR INFORMAÇÕES
▪ A ALIENAÇÃO(...) POR
QUE DEVA PERMANECER
PREÇO INFERIOR AO DE
MERCADO EM SEGREDO;
▪ A AQUISIÇÃO(...) POR
NEGAR PUBLICIDADE AOS
PREÇO SUPERIOR AO DE
MERCADO
ATOS OFICIAIS;
REALIZAR OPERAÇÂO
FRUSTRAR A LICITUDE DE
FINANCEIRA ILEGAL;
CONCURSO PÚBLICO;
CONCEDER BENEFÍCIO
ADMINISTRATIVO OU FISCAL; DEIXAR DE PRESTAR
FRUSTRAR A LICITUDE DE
CONTA QUANDO ESTEJA
PROCESSO LICITATÓRIO OU
DISPENSA-LO INDEVIDAMENTE;
OBRIGADO A FAZÊ-LO;
ORDENAR OU PERMITIR A REVELAR INFORMAÇÕES
REALIZAÇÃO DE DESPESAS NÃO
ANTES DA DIVULGAÇÃO
AUTORIZADAS EM LEI OU
REGULAMENTO; OFICIAL;
AGIR NEGLIGENTEMENTE NA
DESCUMPRIR AS NORMAS
ARRECADAÇÃO DE TRIBUTO OU
RENDA;
RELATIVAS À
LIBERAR VERBA PÚBLICA DE CELEBRAÇÃO,
FORMA IRREGULA; FISCALIZAÇÃO E
PERMITIR QUE TERCEIRO SE APROVAÇÃO DE CONTAS
ENRIQUEÇA ILICITAMENTE; DE PARCERIAS FIRMADAS;
PERMITIR QUE SE UTILIZE BENS
E SERVIÇOS PÚBLICOS; TRANSFERIR RECURSO A
CELEBRAR CONTRATO ENTIDADE PRIVADA, EM
IRREGULAR; RAZÃO DA PRESTAÇÃO DE
CELEBRAR CONTRATO DE SERVIÇOS NA ÁREA DE
RATEIO DE CONCÓRCIO SAÚDE SEM A PRÉVIA
PÚBLICO DOTAÇÃO. CELEBRAÇÃO DE
CONTRATO, CONVÊNIO OU
INSTRUMENTO
____________________________________________________________________________________
CONGÊNERE.
150
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CAPÍTULO III
Art.12
DAS PENAS
ENRIQUECIMENTO ILICITO
PREJUÍZO
PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA
AO ERÁRIO
MULTA CIVIL
(ATÉ 100X O VALOR DA REMUNERAÇÃO)
151
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_____________________________________________________________________________________
CAPÍTULO IV
Art.13
___________________________________________________________________
CAPÍTULO V
152
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A AUTORIDADE
ADMINISTRATIVA A REPRESENTAÇÃO SERÁ:
REJEITARÁ A
REPRESENTAÇÃO, EM • ESCRITA OU REDUZIDA A TERMO
DESPACHO E ASSINADA;
FUNDAMENTADO, SE ESTA • CONTERÁ
NÃO CONTIVER AS • A QUALIFICAÇÃO DO
FORMALIDADES REPRESENTANTE,
ESTABELECIDAS NO § 1º
DESTE ARTIGO. A
• AS INFORMAÇÕES SOBRE
REJEIÇÃO NÃO IMPEDE A O FATO E SUA AUTORIA E
REPRESENTAÇÃO AO • A INDICAÇÃO DAS PROVAS
MINISTÉRIO PÚBLICO, NOS DE QUE TENHA
TERMOS DO ART. 22 DESTA CONHECIMENTO.
LEI.
A AUTORIDADE DETERMINARÁ A
IMEDIATA APURAÇÃO DOS
FATOS QUE, EM SE TRATANDO
DE SERVIDORES FEDERAIS,
SERÁ PROCESSADA NA FORMA ATENDIDOS OS
PREVISTA NOS ARTS. 148 A 182 REQUISITOS DA
DA LEI Nº 8.112, DE 11 DE REPRESENTAÇÃO
DEZEMBRO DE 1990 E, EM SE
TRATANDO DE SERVIDOR
MILITAR, DE ACORDO COM OS
RESPECTIVOS REGULAMENTOS
DISCIPLINARES.
_____________________________________________________________________________________
Art. 15 MINISTÉRIO
CONHECIMENTO AO
MINISTÉRIO PÚBLICO E PÚBLICO OU
AO TRIBUNAL OU TRIBUNAL OU
CONSELHO DE CONTAS CONSELHO DE
DA EXISTÊNCIA DE CONTAS
PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO PARA
APURAR A PRÁTICA DE
ATO DE IMPROBIDADE.
PODERÁ, A
REQUERIMENTO,
DESIGNAR
REPRESENTANTE
PARA
ACOMPANHAR O
PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO.
_____________________________________________________________________________________
153
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Art. 16. HAVENDO FUNDADOS
INDÍCIOS DE DECRETAÇÃO DO SEQUESTRO DOS BENS
RESPONSABILIDADE DO AGENTE OU TERCEIRO NOS TERMOS
A COMISSÃO DO ARTS. 822 E 825 DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL.
REPRESENTARÁ AO
MINISTÉRIO PÚBLICO OU
À PROCURADORIA DO
ÓRGÃO
____________________________________________________________________________________
Art. 17.
PESSOA JURÍDICA
DENTRO DE
INTERESSADA 30 DIAS DA
A AÇÃO
EFETIVAÇÃO
PRINCIPAL SERÁ PROPOSTA:
DA MEDIDA
MINISTÉRIO CAUTELOSA
PÚBLICO
AS AÇÕES
NECESSÁRIAS À
A FAZENDA COMPLEMENTAÇÃO
PROMOVERÁ DO RESSARCIMENTO
PÚBLICA DO PATRIMÔNIO
PÚBLICO.
A JURISDIÇÃO DO JUÍZO
PARA TODAS AS AÇÕES
A
POSTERIORMENTE
PROPOSITURA PREVINARÁ INTENTADAS QUE POSSUAM
DA AÇÃO A MESMA CAUSA DE PEDIR
OU O MESMO OBJETO.
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INDÍCIOS SUFICIENTES
DA EXISTÊNCIA DO
ATO DE IMPROBIDADE
OU COM RAZÕES
A COM FUNDAMENTADAS DA
AÇÃO SERÁ DOCUMENTOS OU IMPOSSIBILIDADE DE
INSTRUÍDA JUSTIFICAÇÃO QUE APRESENTAÇÃO DE
CONTENHAM QUALQUER DESSAS
PROVAS, OBSERVADA
A LEGISLAÇÃO
VIGENTE, INCLUSIVE
AS DISPOSIÇÕES
INSCRITAS NOS ARTS.
16 A 18 DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL.
PARA OFERECER
ESTANDO
AUTUÁ-LA E MANIFESTAÇÃO POR
A INICIAL ESCRITO, QUE
EM ORDENARÁ A
O JUIZ PODERÁ SER
DEVIDA NOTIFICAÇÃO INSTRUÍDA COM
FORMA MANDARÁ
DO REQUERIDO DOCUMENTOS E
, JUSTIFICAÇÕES,
DENTRO DO PRAZO
DE QUINZE DIAS.
§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o
disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.
§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante
que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.
___________________________________________________________________________________
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Art. 18. A SENTENÇA QUE: O PAGAMENTO OU A
• JULGAR REVERSÃO DOS BENS,
PROCEDENTE AÇÃO
CIVIL DE REPARAÇÃO CONFORME O CASO, EM
DE DANO FAVOR DA PESSOA
DETERMINARÁ
OU JURÍDICA PREJUDICADA
• DECRETAR A PERDA PELO ILÍCITO.
DOS BENS HAVIDOS
ILICITAMENTE
_________________________________________________________________________________
CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais
Art. 19 e Art.20
_____________________________________________________________________________________
Art.21
I - DA EFETIVA OCORRÊNCIA DE DANO AO
A APLICAÇÃO
PATRIMÔNIO PÚBLICO, SALVO QUANTO À
DAS SANÇÕES
PENA DE RESSARCIMENTO;
PREVISTAS
NESTA LEI
II - DA APROVAÇÃO OU REJEIÇÃO DAS
INDEPENDE
CONTAS PELO ÓRGÃO DE CONTROLE
INTERNO OU PELO TRIBUNAL OU
Art. 22 CONSELHO DE CONTAS.
PODERÁ
PARA
APURAR
QUALQUER
MP REQUISITAR
A INSTAURAÇÃO DE IP OU PAD
ILÍCITO
PREVISTO
NESTA LEI
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e
demais disposições em contrário.
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IMPROBIDADE ADMINSTRATIVA:
1 - A respeito de agentes públicos, responsabilidade civil do Estado e improbidade administrativa, julgue os itens que
se seguem. Consideram-se sujeitos ativos dos ilícitos previstos na Lei de Improbidade Administrativa o agente público
e o terceiro particular que, mesmo não sendo agente público, induzir ou concorrer para o ato ou dele se beneficiar
direta ou indiretamente.
( ) Certo ( ) Errado
2 - A respeito de agentes públicos, responsabilidade civil do Estado e improbidade administrativa, julgue os itens que
se seguem.
Conforme a recente jurisprudência do STJ, para a configuração dos atos de improbidade administrativa que causem
lesão ao erário previstos na Lei de Improbidade Administrativa, exige-se comprovação de efetivo dano ao erário e de
culpa, ao menos em sentido estrito.
( ) Certo ( ) Errado
3 - O Sr. XYZ, Secretário Municipal de determinado Município do Estado do Maranhão, foi responsável pela
contratação direta de quinze pessoas para trabalharem na Prefeitura, sem a realização do respectivo concurso público.
Posteriormente, descobriu-se ilegal o procedimento adotado por XYZ, que atuou com imperícia no trato da coisa
pública, isto é, não agiu dolosamente. Diante disso, o Ministério Publico ingressou com ação de improbidade
administrativa contra o Secretário. No caso narrado e nos termos da Lei nº 8.429/1992, o Sr. XYZ
a) praticou ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito.
b) praticou ato ímprobo causador de prejuízo ao erário.
c) não praticou ato de improbidade, haja vista ser necessário o dolo para a caracterização do ato ímprobo narrado.
d) praticou ato ímprobo que atenta contra os princípios da Administração pública.
e) é parte ilegítima para figurar como ré em ação de improbidade.
4 - Matheus, servidor público, concedeu benefício administrativo sem a observância das formalidades legais aplicáveis
à espécie e foi condenado por improbidade administrativa, tendo em vista o cometimento de ato ím probo causador de
lesão ao erário. A propósito do tema, considere as afirmativas abaixo:
I. Comporta a medida de indisponibilidade de bens.
II. Não tem como uma de suas sanções a condenação em multa civil.
III. Admite conduta culposa.
IV. Não atinge, em qualquer hipótese, o sucessor do agente ímprobo.
Nos termos da Lei nº 8.429/1992 e tendo em vista as características e peculiaridades do ato ímprobo cometido por
Matheus, está correto o que consta APENAS em
a) I e IV.
b) I, II e III.
c) II e IV.
d) II, III e IV.
e) I e III.
5 - Tíbério, Governador de determinado Estado brasileiro, foi condenado às seguintes sanções pelo cometimento de
ato ímprobo: ressarcimento de dano e perda de valores acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio. Após a condenação
tornar-se definitiva, o Ministério Público requereu a execução do julgado, a fim de serem aplicadas as sanções. No
entanto, o juiz responsável pelo processo indeferiu o requerimento, sob o fundamento de que a aplicação das sanções
dependeria da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas, o que
ainda não havia ocorrido. A postura do magistrado está
a) incorreta, haja vista tratar-se de Governador de Estado.
b) correta, haja vista tratar-se de Governador de Estado.
c) correta, pois, em razão da natureza das sanções impostas a Tibério, é necessária a aprovação ou rejeição das
contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas, antes de serem aplicadas.
d) incorreta, pois a aplicação de quaisquer das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa independe da
aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal de Contas.
e) incorreta, pois tal requisito só se faz necessário para a aplicação da sanção de perda da função pública.
7 - O Sr. XYZ, Secretário Municipal de determinado Município do Estado do Maranhão, foi responsável pela
contratação direta de quinze pessoas para trabalharem na Prefeitura, sem a realização do respectivo concurso público.
Posteriormente, descobriu-se ilegal o procedimento adotado por XYZ, que atuou com imperícia no trato da coisa pblica,
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isto é, não agiu dolosamente. Diante disso, o Mistério Publico ingressou com ação de improbidade administrativa
contra o Secretário. No caso narrado e nos termos da Lei no 8.429/1992, o Sr. XYZ
a) praticou ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito.
b) praticou ato ímprobo causador de prejuízo ao erário.
c) não praticou ato de improbidade, haja vista ser necessário o dolo para a caracterização do ato ímprobo narrado.
d) praticou ato ímprobo que atenta contra os princípios da Administração pública.
e) é parte ilegítima para figurar como ré em ação de improbidade.
8 - Certo deputado federal foi condenado recentemente por improbidade administrativa em decorrência de sua
participação societária em empresa contratada por um município para prestação de serviços de consultoria e
assessoria técnica.
Além de deputados (estaduais e federais), também podem ser punidos por improbidade administrativa
a) qualquer agente público, servidor ou não, desde que exerça atividade remunerada e de caráter não transitório.
b) qualquer servidor público, desde que ocupante de cargo efetivo.
c) os demais agentes políticos, exceto o juiz de direito.
d) os demais agentes políticos, exceto os prefeitos, que em casos de improbidade responderão por crime de
responsabilidade.
e) qualquer agente público, desde que a conduta tenha importado enriquecimento ilícito, causado lesão ao erário ou
atentado contra princípios da Administração pública.
9 - Com relação aos atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito, analise as proposições
abaixo.
1) No caso de enriquecimento ilícito, o agente público ou terceiro beneficiário não perderá os bens ou valores
acrescidos ao seu patrimônio, estando sujeito somente às sanções penais.
2) Na hipótese de enriquecimento ilícito, o agente está sujeito, dentre outras penalidades, à suspensão dos direitos
políticos, de oito a dez anos.
3) Dentre as penalidades previstas ao administrador público que pratica ato de improbidade, gerando o enriquecimento
ilícito, incluem-se a reclusão e a detenção.
4) A perda de função pública e a proibição de contratar com o poder público são penas previstas aos agentes públicos
que praticam ato de improbidade administrativa.
De acordo com a Lei n° 8.429/92, estão corretas, apenas, as proposições:
a) 1 e 2.
b) 1 e 3.
c) 2 e 4.
d) 2 e 3.
e) 3 e 4.
10 - Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública de acordo
com a Lei nº 8.429/92:
a) concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente.
b) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.
c) frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente.
d) perceber vantagem econômica para intermediar a aplicação de verba pública de qualquer natureza.
e) conceder benefício fiscal sem a observância das formalidades legais aplicáveis à espécie.
GABARITOS:
1 - C 2 - C 3 - C 4 - E 5 - D 6 - E 7 - C 8 - E 9 - C 10 - B
11 - Com base nas disposições das Leis n. os 9.784/1999 e 8.429/1992, julgue os itens subsequentes.
Aquele que exercer, mediante designação, função transitória e sem remuneração na Universidade de Brasília poderá
responder por ato de improbidade administrativa.
( ) Certo ( ) Errado
12 - Para efeitos da Lei nº. 8.429/92, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos
de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta,
indireta ou fundacional e dá outras providências, assinale a alternativa INCORRETA:
a) No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao
seu patrimônio.
b) Frustrar a licitude de concurso público constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública.
c) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o
parcial ressarcimento do dano.
d) Ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento constitui ato de improbidade
administrativa que causa prejuízo ao erário.
e) O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações
desta Lei até o limite do valor da herança.
13 - Quanto aos aspectos materiais e processuais da Lei de Improbidade Administrativa, assinale a
opção INCORRETA.
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a) Aplicam-se as sanções da Lei de Improbidade Administrativa ao particular que concorrer para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
b) Não cabe transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa.
c) A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com a publicação da sentença
condenatória.
d) A conduta consistente em frustrar a licitude de concurso público caracteriza ato de improbidade administrativa que
atenta contra os princípios da Administração Pública.
e) As ações destinadas a levar a efeito as sanções da Lei de Improbidade Administrativa podem ser propostas até 5
(cinco) anos após o término de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
15 - A prática de ato de improbidade suscita determinadas consequências desfavoráveis aos envolvidos, ainda que não
sejam servidores públicos em sentido estrito. As sanções previstas na Lei de Improbidade convivem com a
possibilidade de tramitação de processos e apenamento nas esferas civil, administrativa e penal. Quando resta
evidenciado o enriquecimento ilícito, a Lei de Improbidade
a) abranda seus efeitos, exigindo prévia condenação criminal que tenha analisado os fatos objeto da conduta ímproba.
b) é mais rigorosa para o enquadramento do acusado no conceito de agente público constante da lei, exigindo, seja
ele, ocupante de cargo ou emprego públicos.
c) permite que a autoridade administrativa apresente representação ao Ministério Público para solicitar as medidas
necessárias à indisponibilidade dos bens do indiciado.
d) abranda o conceito de agente público, para somente assim considerar aqueles que tenham praticado conduta
dolosa e gerado prejuízo ao erário.
e) é mais branda que nas hipóteses de lesão ao erário, pois exclui do alcance das disposições legais os sucessores do
agente público.
17 - Nos termos da Lei Federal n° 8.429/1992, "receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou
indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado" constitui ato de . .
improbidade sujeito, dentre outras, à seguinte pena:
a) proibição de contratar com o poder público pelo prazo máximo de 3 anos.
b) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano.
c) suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos.
d) pagamento de multa civil de até cem vezes o valor do dano.
e) perda da função pública.
18 - Mateus, agente público, recebeu vantagem econômica, diretamente de Bruno, para tolerar a exploração de jogo de
azar por parte deste último. Nos termos da Lei nº 8.429/92, a conduta de Mateus
a) constitui ato ímprobo causador de prejuízo ao erário.
b) constitui ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito.
c) não constitui ato ímprobo, embora seja conduta criminosa.
d) constitui ato ímprobo, na modalidade atentatória aos princípios da Administração pública.
e) não constitui ato ímprobo, mas caracteriza falta funcional passível de punição na seara administrativa.
19 - Com relação à disciplina jurídica dos serviços públicos e do controle legislativo, julgue os próximos itens.
Considere que uma pessoa ocupante de cargo em comissão em determinada fundação pública tenha sido presa em
flagrante, durante operação da polícia federal, por desvio de dinheiro público. Nessa situação, essa pessoa responderá
criminalmente por esse ato e poderá ser destituída do cargo. Entretanto, ela estará isenta das sanções decorrentes do
ato de improbidade administrativa, as quais são aplicadas somente aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo.
( ) Certo ( ) Errado
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20 - Considerando a disciplina constitucional relativa à administração pública, julgue os itens subsequentes.
A CF expressamente dispõe que, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica, o responsável pelo ato de improbidade terá obrigatoriamente decretada a suspensão dos seus
direitos políticos pelo período de oito a dez anos.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITOS:
11 - C 12 - C 13 - C 14 - A 15 - C 16 - A 17 - E 18 - B 19 - E 20 - E
21 - Mario Alberto é empregado de uma empresa pública, cujo capital e controle pertencem integralmente a ente
público federal. No regular exercício de suas funções, promoveu, em nome de sua empregadora e sem realização de
licitação, a contratação de empresa para prestação de serviços de informática nas diversas dependências da sede.
Agradecidos, os diretores dessa empresa gratificaram Mario Alberto em espécie. A conduta de Mario Alberto.
a) pode ser enquadrada como ato de improbidade residual, caso não se tipifique nenhuma outra infração funcional,
tendo em vista que não ficou comprovado prejuízo à empresa e dolo por parte de Mario Alberto.
b) não pode ser enquadrada como ato de improbidade, uma vez que a gratificação foi dada após a contratação.
c) não pode ser enquadrada como ato de improbidade, tendo em vista que Mario Alberto é empregado celetista,
condição que não se enquadra no conceito de funcionário para os fins da lei de improbidade.
d) pode ser considerada ato de improbidade, uma vez que os empregados públicos se enquadram no conceito de
agente público da lei de improbidade.
e) pode ser considerada ato de improbidade desde que tenha havido dolo por parte de Mario Alberto e que este seja
empregado público efetivo, contratado por meio de concurso público.
23 - A propósito das disposições gerais da Lei n.º 8.429/1992, assinale a opção correta.
a) Não será considerado agente público, para os efeitos da lei em pauta, aquele que exerça, sem remuneração, função
em autarquia federal.
b) O dano deve ser ressarcido integralmente caso ocorra lesão ao patrimônio público por ação ou omissão dolosa do
agente público, sendo dispensável o ressarcimento na hipótese de omissão culposa.
c) Estará sujeito às cominações da lei em questão o sucessor daquele que se enriquecer ilicitamente, até o limite do
valor das vantagens patrimoniais recebidas indevidamente.
d) Na hipótese em que o ato de improbidade ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa
responsável pelo inquérito representar ao TCU, visando a indisponibilidade dos bens do indiciado.
e) Deve ser punido, na forma da lei em apreço, o ato de improbidade administrativa praticado por agente público contra
entidade para cuja criação o erário tenha concorrido com mais de 50% do patrimônio.
24 - A respeito dos atos de improbidade administrativa previstos na Lei n.º 8.429/1992, assinale a opção correta.
a) Os atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública estão disciplinados
na lei em apreço, em um rol taxativo de condutas.
b) Não constitui ato de improbidade administrativa causador de lesão ao erário a doação, a pessoa jurídica de fins
assistenciais, de bens integrantes do patrimônio de fundação pública de direito público, ainda que não haja a
observância das formalidades regulamentares aplicáveis.
c) A ação dolosa que enseje malbaratamento dos haveres de entidade que receba incentivo fiscal de órgão público
constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.
d) Constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito a facilitação da incorporação, ao
patrimônio particular de pessoa física, de renda integrante do acervo patrimonial de órgão pertencente ao Poder
Judiciário da União.
e) A conduta consistente no recebimento, por técnico judiciário, de bem móvel, a título de presente destinado a terceiro,
dado por pessoa que tenha interesse indireto, que possa ser amparado por ação decorrente das atribuições do referido
agente público, não constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.
27 - O pressuposto para o ressarcimento do dano gerado ao patrimônio público é uma ação ou omissão dolosa, não
sendo passíveis de reparação os casos culposos.
( ) Certo ( ) Errado
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28 - No que se refere ao regime jurídico administrativo, julgue os itens subsecutivos.
Somente são considerados atos de improbidade administrativa aqueles que causem lesão ao patrimônio público ou
importem enriquecimento ilícito.
( ) Certo ( ) Errado
30 - Com base no disposto na Lei n.º 8.429/1992, que versa sobre improbidade administrativa, julgue o próximo item.
Não configura improbidade administrativa a conduta do servidor público que, ciente de conduta ilícita de colega
ímprobo, de mesma hierarquia, não comunica o fato ao superior hierárquico.
( ) Certo ( ) Errado
GABARITOS:
21 - D 22 - C 23 - E 24 - C 25 - C 26 - C 27 - E 28 - E 29 - E 30 - E
32 - ATENÇÃO: Esta questão foi anulada pela banca que organizou o concurso.")
33 - Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito, nos termos da Lei nº 8.429/92,
a) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza.
b) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado.
c) deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo.
d) ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento.
e) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou
inidônea.
34 - No que se refere aos princípios básicos da administração pública federal, regulamentados pela Lei n.º 8.429/1992
e suas alterações, julgue os itens subsecutivos.
Agente público que, ao assumir cargo público, preste, pela segunda vez, falsa declaração de bens deve ser punido
com demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
( ) Certo ( ) Errado
35 - No que se refere aos princípios básicos da administração pública federal, regulamentados pela Lei n.º 8.429/1992
e suas alterações, julgue os itens subsecutivos.
A contratação temporária de servidores sem concurso público bem como a prorrogação desse ato amparadas em
legislação local são consideradas atos de improbidade administrativa.
( ) Certo ( ) Errado
36 - ATENÇÃO: Esta questão foi anulada pela banca que organizou o concurso.")
37 - No que se refere aos princípios básicos da administração pública federal, regulamentados pela Lei n.º 8.429/1992
e suas alterações, julgue os itens subsecutivos.
A probidade, que deve nortear a conduta dos administradores públicos, constitui fundamento do princípio da eficiência.
( ) Certo ( ) Errado
38 - Marque a alternativa correta sobre atos de improbidade administrativa, nos termos da Lei nº. 8.429/1992.
a) Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa,
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres do agente
público; mas não constitui improbidade administrativa doar a pessoa jurídica rendas, verbas ou valores do patrimônio
de qualquer das entidades públicas; desde que tenha fins educativos ou assistenciais.
b) Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário receber o agente público, para si ou para
outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão,
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percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público.
c) No caso de improbidade administrativa que importe em enriquecimento ilícito, a pena poderá ser de perda dos bens
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função
pública e dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo
patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público, pelo prazo de dez anos.
d) A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que
compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. Será punido com a pena
de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado.
e) As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas pela Lei de improbidade administrativa podem ser
propostas até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança; e
dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do
serviço público, em qualquer caso.
39 - É ato de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), que causa prejuízo ao erário:
a) permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio da administração direta,
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes dos Estados, por preço inferior ao de mercado.
b) utilizar, em obra ou serviço particular, trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados pela
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes dos Estados.
c) receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou
declaração a que esteja obrigado.
d) utilizar, em obra ou serviço particular, veículos e máquinas da administração direta, indireta ou fundacional de
qualquer dos Poderes dos Estados.
e) perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza.
40 - No tocante à Declaração de Bens, prevista na Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), é correto
afirmar que
a) não supre a exigência contida na Lei de Improbidade Administrativa a entrega, em substituição à Declaração de
Bens, da cópia da declaração anual de bens
apresentada à Delegacia da Receita Federal.
b) a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que
compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
c) a declaração de bens será quinquenalmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do
mandato.
d) somente será punido com a pena de demissão a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o
agente público que prestar falsa declaração de bens.
e) será punido com a pena de repreensão escrita o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens.
GABARITOS:
31 - C 32 - A 33 - A 34 - C 35 - E 36 - E 37 - E 38 - D 39 - A 40 - B
41 - No tocante à Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/92), é correto afirmar que
a) as ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas nessa Lei podem ser propostas até 20 (vinte) anos após o
término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança.
b) a aplicação das sanções previstas nessa Lei depende da aprovação ou rejeição das contas pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
c) as disposições dessa Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou
concorra para a prática do ato de improbidade.
d) a autoridade judicial competente somente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo
após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
e) a aplicação das sanções previstas nessa Lei depende da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
interno.
43 - As penalidades aplicadas ao servidor ou a terceiro que causar lesão ao patrimônio público são de natureza
pessoal, extinguindo-se com a sua morte. ( ) Certo ( ) Errado
46 - Felipe, servidor público ocupante de cargo em comissão no âmbito do Ministério da Fazenda, revelou a
empresários com os quais mantinha relações profissionais anteriormente ao ingresso no serviço público, teor de
medida econômica prestes a ser divulgada pelo Ministério, tendo em vista que a mesma impactaria diretamente os
preços das mercadorias comercializadas pelos referidos empresários. A conduta de Felipe
a) somente é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa se comprovado que recebeu
vantagem econômica direta ou indireta em decorrência da revelação.
b) não é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa, tendo em vista o agente não ser ocupante
de cargo efetivo.
c) é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração, independentemente de eventual enriquecimento ilícito.
d) é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa, desde que comprovado efetivo prejuízo ao
erário.
e) não é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa, podendo, contudo, ensejar a
responsabilização administrativa do servidor por violação do dever de sigilo funcional.
47 - Mário, servidor do município de Barrancas, permitiu que terceiros tivessem acesso a dados sigilosos que detinha
em razão de sua função pública, violando assim a norma prevista na Lei n.º 8.429/1992, que prescreve como ímprobo
o ato de revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo.
Com base na Lei n.º 8.429/1992, a ação praticada por Mário constitui ato de
a) improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.
b) gestão fraudulenta.
c) improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.
d) gestão temerária.
e) improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.
49 - Em relação à improbidade administrativa prevista na Lei n.º 8.429/1992, assinale a alternativa correta.
a) Atos de improbidade administrativa podem ser praticados apenas por servidor público.
b) Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o
integral ressarcimento do dano.
c) É permitida a conciliação nas ações judiciais que apuram atos de improbidade administrativa.
d) Cabe apenas ao Ministério Público representar a autoridade administrativa para que seja instaurada investigação
destinada a apurar prática de ato de improbidade.
e) A responsabilidade do sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público é ilimitada.
50 - Assinale a alternativa correta a respeito da Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.º 8.429/1992).
a) Na ação judicial de improbidade administrativa, a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos se
efetivam com o deferimento da liminar pela autoridade judiciária competente.
b) Além de outras penalidades, aquele que cometer ilícito previsto na Lei de Improbidade Administrativa ficará sujeito à
cassação de seus direitos políticos.
c) As penas cominadas pela Lei de Improbidade Adminis- trativa são específicas e individualizadas, não podendo
atingir o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente.
d) Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à vítima
representar à autoridade judiciária, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
e) Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente
público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.
GABARITOS:
41 - C 42 - C 43 - E 44 - E 45 - C 46 - C 47 - E 48 - C 49 - B 50 - E
51 - ATENÇÃO: Esta questão foi anulada pela banca que organizou o concurso.")
52 - Felipe, servidor público ocupante de cargo em comissão no âmbito do Ministério da Fazenda, revelou a
empresários com os quais mantinha relações profissionais anteriormente ao ingresso no serviço público, teor de
medida econômica prestes a ser divulgada pelo Ministério, tendo em vista que a mesma impactaria diretamente os
preços das mercadorias comercializadas pelos referidos empresários. A conduta de Felipe
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a) é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa, desde que comprovado efetivo prejuízo ao
erário.
b) não é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa, podendo, contudo, ensejar a
responsabilização administrativa do servidor por vio- lação do dever de sigilo funcional.
c) somente é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa se comprovado que recebeu
vantagem econômica direta ou indireta em decorrência da revelação.
d) não é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa, tendo em vista o agente não ser ocupante
de cargo efetivo.
e) é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração, independentemente de eventual enriquecimento ilícito.
53 - Dentre as possíveis providências expressamente constantes da Lei n o 8.429/92, que cabem à autoridade
administrativa responsável diante de ato de improbidade que cause lesão ao patrimônio público está
a) o dever de representar ao Ministério Púbico para viabilizar a indisponibilidade dos bens do indiciado.
b) o dever de, em se tratando de indiciado servidor público, colocá-lo em disponibilidade não remunerada,
contingenciando- se os vencimentos para eventual ressarcimento dos danos.
c) a obrigação de promover arrolamento cautelar de bens do indiciado para a recomposição do dano causado.
d) a faculdade de providenciar diretamente a indisponibilidade dos bens do indiciado no inquérito, mediante
comunicação aos órgãos públicos oficiais.
e) a faculdade de providenciar o sequestro de bens suficientes a garantir o prejuízo apurado.
54 - Paulo, servidor público federal, deixou de praticar, deliberadamente, ato de ofício que era de sua competência. A
referida conduta
a) poderá caracterizar ato de improbidade administrativa, desde que comprovado que o servidor auferiu vantagem
indevida para a sua prática.
b) configura ato de improbidade administrativa que atenta contra os Princípios da Administração pública, passível da
aplicação da pena de perda da função pública.
c) não configura ato de improbidade administrativa, sendo passível, contudo, punição disciplinar.
d) não configura ato de improbidade administrativa, salvo se comprovado, cumulativamente, enriquecimento ilícito e
dano ao erário.
e) configura ato de improbidade administrativa, passível de aplicação de pena de multa, exclusivamente.
55 - A Lei n.º 8.429/92 estabelece as penas para quem comete atos de Improbidade Administrativa. Nesse sentido,
considerandose o disposto, expressamente, no referido diploma legal, assinale a alternativa correta.
a) Quando o ato de improbidade ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa, responsá vel pelo
inquérito, decretar a indisponibilidade dos bens do indiciado.
b) Dependendo da gravidade do ato, as penas que podem ser impostas ao infrator são, entre outras, perda dos bens
ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função
pública e cassação dos direitos políticos.
c) As cominações previstas na Lei são personalíssimas, não podendo atingir os sucessores daquele que causar lesão
ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente.
d) As penas previstas na Lei de Improbidade não são aplicáveis a quem não é agente público, mesmo que tenha
concorrido para a prática do ato de improbidade.
e) O agente público que se recusar a prestar declaração de bens do seu patrimônio, dentro do prazo determi nado, ou
que a prestar falsa, será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções
cabíveis.
57 - De acordo com a legislação, para que determinado ato seja caracterizado como ato de improbidade administrativa,
é necessário ter havido lesão ao erário, em virtude de ação ou omissão, desde que na modalidade culposa.
( ) Certo ( ) Errado
59 - Aquele que viola os deveres de legalidade e quem retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício
pratica ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário. ( ) Certo ( ) Errado
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60 - Considerando os dispositivos constantes da Lei n.º 8.429/1992, assinale a opção correta.
a) Considere que João, um cidadão que não é agente público, tenha induzido um agente público a praticar ato qu e
gerou prejuízo ao erário, mas que não gerou benefício a João. Nessa situação, a lei em tela não se aplica a João, visto
que ele não é agente público.
b) O Tribunal ou Conselho de Contas podem, de ofício, designar representante para acompanhar procedimento
administrativo instaurado para apurar prática de ato de improbidade.
c) Considerando-se que um servidor público tenha doado verbas públicas a um ente despersonalizado, com fins
educativos e assistenciais, sem cumprir algumas formalidades legais, é correto afirmar que, nessa situação, o ato de
doação não caracteriza ato de improbidade administrativa causador de lesão ao erário, em virtude de a conduta do
servidor ter sido dolosa.
d) Cabe somente ao MP representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação
destinada a apurar prática de ato de improbidade.
e) A referida lei não se aplica aos agentes políticos, que, consequentemente, não respondem por improbidade
administrativa.
GABARITOS:
51 - E 52 - E 53 - A 54 - B 55 - E 56 - E 57 - E 58 - E 59 - E 60 - B
62 - Julgue o item a seguir de acordo com a Lei n.º 8.429/1992. Frustrar a licitude de concurso público configura ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.
( ) Certo ( ) Errado
63 - Nos termos da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) marque a alternativa CORRETA:
I. Constitui ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade exercida na
Administração Pública;
II. Reputa-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função na Administração Pública direta ou indireta;
III. Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à
autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos
bens do indiciado;
IV. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação específica, o responsável
pelo ato de improbidade fica sujeito às cominações legais impostas pela citada Lei, que podem ser aplicadas somente
de forma isolada e independente da gravidade do fato;
a) Somente os itens I, III e IV estão corretos.
b) Somente os itens II, III e IV estão corretos.
c) Somente os itens I, II e III estão corretos.
d) Todos os itens estão corretos.
64 - Determinado servidor público foi condenado criminalmente pela prática de crime contra a Administração Pública. A
sanção criminal, nos termos da Lei n o 8.429/92,
a) impede a aplicação das penalidades previstas na Lei de Improbidade, sempre menos graves que a condenação
criminal.
b) impede que sejam acumuladas sanções civis, administrativas e por ato de improbidade, ainda que sejam
identificadas infrações residuais.
c) permite a aplicação das penalidades previstas na Lei de Improbidade, desde que por conduta culposa, tendo em
vista que as infrações dolosas são absorvidas pelo ilícito penal.
d) permite a aplicação das cominações previstas na Lei de Improbidade, isolada ou cumulativamente.
e) permite a aplicação das penalidades previstas na Lei de Improbidade, desde que por conduta dolosa, porque são tão
graves quando o ilícito penal.
65 - De acordo com a Constituição Estadual de Minas Gerais, os atos de improbidade administrativa importam as
seguintes consequências, EXCETO:
a) perda da função pública
b) perda dos direitos políticos
c) indisponibilidade dos bens
d) ressarcimento ao erário
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66 - É certo que, no processo judicial por atos de improbidade administrativa, o afastamento do agente público do
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à
instrução processual, poderá ser determinado apenas por parte
a) da autoridade judicial ou administrativa competente.
b) da autoridade judicial competente.
c) do Ministério Público, quando autor da ação.
d) da autoridade administrativa competente.
e) do Poder Judiciário ou do Ministério Público.
68 - Nos termos da Lei nº 8.429/1992, praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele
previsto na regra de competência constitui
a) ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública.
b) mero ilícito administrativo.
c) ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito.
d) conduta lícita, não caracterizando qualquer irregularidade.
e) ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.
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LEI Nº 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994.
Dispõe sobre a política nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. .
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Da Finalidade
Art. 1º A política nacional do idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições
para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.
Art. 2º Considera-se idoso, para os efeitos desta lei, a pessoa maior de sessenta anos de idade.
CAPÍTULO II
Dos Princípios e das Diretrizes
SEÇÃO I
Dos Princípios
I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo
sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida;
II - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e
informação para todos;
IV - o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta
política;
V - as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano
do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta lei.
SEÇÃO II
Das Diretrizes
I - viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso, que proporcionem sua
integração às demais gerações;
III - priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar,
à exceção dos idosos que não possuam condições que garantam sua própria sobrevivência;
IV - descentralização político-administrativa;
V - capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de
serviços;
VI - implementação de sistema de informações que permita a divulgação da política, dos serviços oferecidos,
dos planos, programas e projetos em cada nível de governo;
VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre
os aspectos biopsicossociais do envelhecimento;
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VIII - priorização do atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados prestadores de serviços, quando
desabrigados e sem família;
Parágrafo único. É vedada a permanência de portadores de doenças que necessitem de assistência médica ou
de enfermagem permanente em instituições asilares de caráter social.
CAPÍTULO III
Da Organização e Gestão
Art. 5º Competirá ao órgão ministerial responsável pela assistência e promoção social a coordenação geral da
política nacional do idoso, com a participação dos conselhos nacionais, estaduais, do Distrito Federal e municipais do
idoso.
Art. 6º Os conselhos nacional, estaduais, do Distrito Federal e municipais do idoso serão órgãos permanentes,
paritários e deliberativos, compostos por igual número de representantes dos órgãos e entidades públicas e de
organizações representativas da sociedade civil ligadas à área.
Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6 o desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização
e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-administrativas.
Art. 8º À União, por intermédio do ministério responsável pela assistência e promoção social, compete:
IV - (Vetado;)
Parágrafo único. Os ministérios das áreas de saúde, educação, trabalho, previdência social, cultura, esporte e
lazer devem elaborar proposta orçamentária, no âmbito de suas competências, visando ao financiamento de
programas nacionais compatíveis com a política nacional do idoso.
Art. 9º (Vetado.)
CAPÍTULO IV
Das Ações Governamentais
Art. 10. Na implementação da política nacional do idoso, são competências dos órgãos e entidades públicos:
a) prestar serviços e desenvolver ações voltadas para o atendimento das necessidades básicas do idoso,
mediante a participação das famílias, da sociedade e de entidades governamentais e não-governamentais.
II - na área de saúde:
a) garantir ao idoso a assistência à saúde, nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de Saúde;
b) prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde do idoso, mediante programas e medidas profiláticas;
c) adotar e aplicar normas de funcionamento às instituições geriátricas e similares, com fiscalização pelos
gestores do Sistema Único de Saúde;
e) desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal, e dos
Municípios e entre os Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia para treinamento de equipes
interprofissionais;
f) incluir a Geriatria como especialidade clínica, para efeito de concursos públicos federais, estaduais, do Distrito
Federal e municipais;
g) realizar estudos para detectar o caráter epidemiológico de determinadas doenças do idoso, com vistas a
prevenção, tratamento e reabilitação; e
a) adequar currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais destinados ao idoso;
b) inserir nos currículos mínimos, nos diversos níveis do ensino formal, conteúdos voltados para o processo de
envelhecimento, de forma a eliminar preconceitos e a produzir conhecimentos sobre o assunto;
d) desenvolver programas educativos, especialmente nos meios de comunicação, a fim de informar a população
sobre o processo de envelhecimento;
e) desenvolver programas que adotem modalidades de ensino à distância, adequados às condições do idoso;
f) apoiar a criação de universidade aberta para a terceira idade, como meio de universalizar o acesso às
diferentes formas do saber;
a) garantir mecanismos que impeçam a discriminação do idoso quanto a sua participação no mercado de
trabalho, no setor público e privado;
c) criar e estimular a manutenção de programas de preparação para aposentadoria nos setores público e privado
com antecedência mínima de dois anos antes do afastamento;
a) destinar, nos programas habitacionais, unidades em regime de comodato ao idoso, na modalidade de casas-
lares;
b) incluir nos programas de assistência ao idoso formas de melhoria de condições de habitabilidade e adaptação
de moradia, considerando seu estado físico e sua independência de locomoção;
VI - na área de justiça:
b) zelar pela aplicação das normas sobre o idoso determinando ações para evitar abusos e lesões a seus direitos;
a) garantir ao idoso a participação no processo de produção, reelaboração e fruição dos bens culturais;
b) propiciar ao idoso o acesso aos locais e eventos culturais, mediante preços reduzidos, em âmbito nacional;
d) valorizar o registro da memória e a transmissão de informações e habilidades do idoso aos mais jovens, como
meio de garantir a continuidade e a identidade cultural;
e) incentivar e criar programas de lazer, esporte e atividades físicas que proporcionem a melhoria da qualidade
de vida do idoso e estimulem sua participação na comunidade.
§ 1º É assegurado ao idoso o direito de dispor de seus bens, proventos, pensões e benefícios, salvo nos casos
de incapacidade judicialmente comprovada.
§ 2º Nos casos de comprovada incapacidade do idoso para gerir seus bens, ser-lhe-á nomeado Curador especial
em juízo.
§ 3º Todo cidadão tem o dever de denunciar à autoridade competente qualquer forma de negligência ou
desrespeito ao idoso.
CAPÍTULO V
Do Conselho Nacional
CAPÍTULO VI
Das Disposições Gerais
Art. 19. Os recursos financeiros necessários à implantação das ações afetas às áreas de competência dos
governos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais serão consignados em seus respectivos orçamentos.
Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de sessenta dias, a partir da data de sua publicação.
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ORIENTAÇÕES TÉCNICAS
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INTRODUÇÃO
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Contudo, apesar dos inúmeros esforços das políticas públicas, ainda
observam-se fragilidades diante dos desafios atuais, como a construção de
diagnósticos no território sobre ocorrência e prevalência dos usos e tipos de drogas
mais utilizadas, motivações pessoais para os usos, conhecimento sobre os usuários,
suas famílias e suas reais necessidades de acolhida, dentre outras. Estas fragilidades
implicam ações públicas pontuais, emergenciais, com objetivos pouco definidos e
resultados insatisfatórios, com forte teor coercitivo da polícia, sem a necessária
articulação em redes e baixa adesão dos usuários e suas famílias.
11
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e ações de reinserção social para as pessoas que têm problemas com álcool e outras
drogas e apoiar as famílias para lidar com as consequências do uso de drogas.
Vale ressaltar que o SUAS , enquanto sistema público que organiza, de forma
descentralizada, os serviços socioassistenciais no país, dispõe de uma rede de
proteção social à famílias e indivíduos, considerando as situações de vulnerabilidades
e risco próprias de cada ciclo de vida: crianças, adolescentes, jovens e pessoas idosas
ou de determinadas condições/situações vivenciadas, tais como: deficiência, gênero,
raça/cor, etnia, orientação sexual; situações de violência, negligência, maus tratos,
abandono, abuso e exploração sexual; tráfico de pessoas; convivência com a extrema
pobreza; situação de rua; cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto;
consumo de álcool e outras drogas, dentre outras.
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Os serviços públicos e gratuitos do SUAS são cofinanciados pelos três níveis
de governo, implantados pelos Municípios, pelo Distrito Federal e de forma
regionalizada pelos Estados, podendo ainda, de acordo com a Tipificação Nacional
de Serviços Socioassistenciais, serem executados em parceria com Entidades Sociais
abrangidas pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Desta forma, o SUAS
se consolida por meio da construção de serviços sociassistenciais em rede no
território, de forma articulada com os serviços das demais políticas, e em integração
com os órgãos de garantia e de defesa de direitos.
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ofertado no SUAS diante das situações de vulnerabilidade, risco e violação de
direitos. Apresenta algumas reflexões e problematizações gerais sobre as drogas e
sua diversidade, os sujeitos das políticas públicas, sua caracterização e alguns
aspectos das drogas disseminados na realidade brasileira.
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1.1. Refletindo sobre os usos do crack, álcool, e outras drogas no contexto do
SUAS
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alteração da consciência, como entorpecimento, ampliação da atenção, relaxamento,
indução a estados oníricos e alucinações, etc. As motivações alegadas são inúmeras,
como a busca espiritual, o deleite estético, a ampliação do rendimento profissional e
estudantil, a falta de sono ou a luta contra ele, o combate à angústia e ao sofrimento,
a falta de coragem, a fome, dentre outras.
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Como referenciado neste documento, existem variados usos e tipos de drogas,
mas não existe um sujeito claramente identificável como “usuário de drogas”. Não há
características que possibilitem a construção de um “perfil” do usuário de drogas.
São pessoas de todas as idades, religiões, posições políticas e orientações sexuais, de
todas as classes sociais e graus de escolaridade.
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sofrimento compartilhado e da necessidade de uma intervenção mais ampla,
considerando a complexidade das relações familiares e das variáveis que ali
interferem, participando ativamente dos cuidados coletivos, contribuindo para
atenuar sofrimentos, restabelecer vínculos e ampliar as redes de proteção social,
independência e autonomia no território.
1.2 Conhecendo um pouco mais sobre o álcool e outras drogas para qualificar as
ações do SUAS com indivíduos e famílias
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Vários estudos apontam que os efeitos de uma droga dependem de três
elementos:
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1.2.1 O uso do álcool
Com frequência, considera-se que drogas são apenas produtos ilegais, como a
maconha, a cocaína e o crack; porém, do ponto de vista da saúde, muitas substâncias
legalizadas podem ser igualmente perigosas, como o álcool, que é considerado uma
droga como as demais.
O álcool está presente em uma série de bebidas legais, na maioria dos países,
na maior parte do tempo. Tal característica implica em maior disponibilidade, e em
menor estigmatização das pessoas que bebem.
Por mais que o crack venha ocupando grandes espaços nos meios de
comunicação de massa, o álcool segue sendo a droga mais utilizada, e também a que
causa mais males à saúde, às famílias e à sociedade como um todo. O uso prejudicial
de álcool, por sua magnitude, pode ser considerado como um dos mais graves
problemas sociais e de saúde, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.
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Álcool e Adolescentes
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1.2.2 O uso do crack
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Nas capitais, essa situação é um pouco mais grave e metade dos usuários estão nas
ruas. 30% dos entrevistados foram presos no ano anterior à pesquisa.
A situação das mulheres pode ser ainda mais grave: 30% delas já sofreram
violência sexual, 40% se prostituem e 50% das entrevistadas tiveram gestações
enquanto usavam crack. Entretanto, a pesquisa também desafiou algumas ideias
comumente relacionadas à dependência de crack. A história de uso de crack entre os
entrevistados é de 8 anos em média, sendo que 50% fazem uso diário, contrariando a
imagem de rápida letalidade da droga.
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Demandas com relação à rede de cuidados chamam atenção na Pesquisa.
Quando perguntados sobre o que esperam dos serviços de saúde, os entrevistados
evidenciam a busca por direitos bem mais abrangentes, que vão dos mais imediatos
(comida, banho, curativos) aos mais essenciais (educação, trabalho, abrigo, lazer).
Todas essas respostas obtiveram mais de 80% de frequência. Também frequente foi a
preocupação com a separação entre esses serviços e as forças de segurança pública.
Tais informações demonstram a importância crucial dos serviços de assistência
social para a aproximação dessa parcela marginalizada da sociedade ao estado
brasileiro.
A pesquisa afirma que os adolescentes são minoria nas cenas de uso, mas não
captou informações sobre seu perfil. Sabe-se, no entanto, que o uso de crack e/ou
cocaína já atingia dez anos atrás até 4 em cada 10 adolescentes em situação de rua
(Notto, 2003) . Outras fontes informam que o tráfico de drogas vem se tornando o
primeiro motivo para aplicação de medidas de privação de liberdade para
adolescentes (FSP, 11/08/2013). Ou seja, se no conjunto da população que abusa de
crack os adolescentes são um grupo menos significativo, dentre os adolescentes com
alta vulnerabilidade social (que estão em situação de rua e/ou em conflito com a lei)
o envolvimento com o crack é muito frequente e está associado ao agravamento da
exclusão social. Pode-se dizer que, na ausência de políticas eficazes, esses
adolescentes seguirão com os anos a trajetória dos homens e mulheres
marginalizados descritos acima.
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1.2.3 O uso da maconha
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enquanto que em 2012 esse índice subiu para 1,4 adolescentes para cada adulto. No
último ano, a taxa encontrada foi 3%, equivalente a mais de 470.000 adolescentes.
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ou rompem vínculos familiares, ficam à margem do mundo do trabalho, abandonam
projetos de vida, e, ainda, potencializam as condições de riscos sociais e de novas
vulnerabilidades.
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2.1. A Política Nacional sobre Drogas e os instrumentos normativos sobre
Drogas no Brasil
A Lei Federal n.º 11.343, de 23 de agosto de 2006, que regula o tema no Brasil,
estabeleceu como um de seus princípios a redução de riscos e de danos sociais e à
saúde. Essa proposta orienta as atividades de atenção e de reinserção social de
usuários e dependentes a partir de projetos terapêuticos individualizados com o
respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua
autonomia e à sua liberdade.
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para uso medicinal, de alguma substância inicialmente proibida ou a permissão do
uso recreativo de algumas drogas específicas mediante a legalização ou a regulação
desse uso.
Cada uma das políticas adotadas pelos países tem diversos argumentos
favoráveis e contrários à sua adoção. É importante saber que existem vários arranjos
possíveis e que o resultado das experiências internacionais ao longo dos anos pode
servir para que o Brasil avalie e construa sua política sobre drogas. Algumas
legislações nacionais são importantes para compreender como o Brasil tem lidado
com as questões das drogas em seus vários aspectos. A linha do tempo a seguir traz
os principais instrumentos legais do nosso país na construção de políticas sobre
drogas
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-atendimento gratuito em estabelecimento de saúde, preferencialmente
ambulatorial, para tratamento especializado colocado à disposição pelo Estado ao
usuário ou dependente.
A Política Nacional sobre Drogas tem, entre seus princípios, o respeito aos
direitos fundamentais da pessoa humana. Isso demonstra o quanto se caminhou em
direção ao reconhecimento de que a prioridade absoluta das políticas públicas sobre
drogas deve ser o usuário e o dependente, entendido como sujeito de direitos, a quem
deve tratar com dignidade e respeitas suas particularidades e especificidades,
ofertando uma diversidade de sérvios de atenção e cuidados àqueles que desejarem.
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isso, deve ser realizado preferencialmente em serviços comunitários, de base
territorial, sem excluí-las da comunidade, portanto, do convívio na sociedade.
“ A redução de danos
A abstinência não pode ser, então, o único objetivo a ser alcançado. Aliás,
quando se trata de cuidar de vidas humanas, temos que, necessariamente,
lidar com as singularidades, com as diferentes possibilidades e escolhas que
são feitas. As práticas de saúde, em qualquer nível de ocorrência, devem
levar em conta esta diversidade. Devem acolher, sem julgamento, o que em
cada situação, com cada usuário, é possível, o que é necessário, o que está
sendo demandado, o que pode ser ofertado, o que deve ser feito, sempre
estimulando a sua participação e o seu engajamento. Aqui a abordagem da
redução de danos nos oferece um caminho promissor. E por quê? Porque
reconhece cada usuário em suas singularidades, traça com ele estratégias
que estão voltadas não para a abstinência como objetivo a ser alcançado,
mas para a defesa de sua vida. Vemos aqui que a redução de danos oferece-
se como um método (no sentido de métodos, caminho) e, portanto, não
excludente de outros. Mas, vemos também, que o método está vinculado à
direção do tratamento e, aqui, tratar significa aumentar o grau de liberdade,
de corresponsabilidade daquele que está se tratando. “Implica, por outro
lado, no estabelecimento de vínculo com os profissionais, que também
passam a ser coresponsáveis pelos caminhos a serem construídos pela vida
daquele usuário, pelas muitas vidas que a ele se ligam e pelas que nele se
expressam.” (A Política do Ministério da Saúde para atenção integral a
usuários de álcool e outras drogas).
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A Redução de Danos não é uma estratégia isolada e sim uma incorporação
nas ações do cotidiano do cuidado. O usuário deve ser o protagonista de seu cuidado
e o serviço deve atuar como fortalecedor de novas atitudes de vida, no qual o vínculo
é encarado como estratégia primando à autonomia. Quando falamos de RD, também
falamos do desenvolvimento de estratégias de RD no território, em seu conceito mais
ampliado. Este território com o qual realizamos intervenções é constituído de pelo
menos três dimensões (PETUCO, 2014):
b. TEMPORAL – O território constituído nos usos de drogas não possui apenas lugar
no mapa; possui também lugar no tempo. Não adianta procurar usuários de drogas
em um determinado lugar, se chegamos no tempo incorreto, e este tempo está
presente não apenas no relógio, mas também no calendário, pois os usos da cidade
determinam muitas vezes migrações temporárias dos usuários de um lugar para
outro, em decorrência, por exemplo, de megaeventos.
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aos usuários, de acordo com suas necessidades e problemas, especialmente aos que
se encontram em situação de exclusão social
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Dentre as Redes prioritárias, foi instituída a Rede de Atenção Psicossocial –
RAPS (Portaria nº 3.088/2011), que concretiza os princípios da Reforma Psiquiátrica
e as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, com a
finalidade de ampliar e articular os serviços/pontos de atenção à saúde para pessoas
com sofrimento ou transtorno mental, e com necessidades decorrentes do uso de
crack, álcool e outras drogas
Componentes da RAPS
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SERVIÇO/PONTO
COMPONENTE DESCRIÇÃO
DE ATENÇÃO
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Foco na promoção de saúde,
realizando, sob a supervisão de
profissionais de saúde, cultura e
esportes, atividades esportivas e
Centros de culturais que contribuam para o bem-
Convivência e Cultura estar e a cidadania de quem vive na
comunidade. São dispositivos que
buscam integrar a comunidade,
especialmente seus grupos mais
vulneráveis.
Constituídos por equipes
multiprofissionais que acompanham
pessoas com sofrimento ou
transtornos mentais graves e
persistentes, incluindo aquelas com
necessidades decorrentes do uso de
álcool, crack e de outras drogas.
Atenção
Centros de Atenção Responsáveis pela articulação com
Psicossocial
Psicossocial – CAPS outros serviços de saúde; conversar
Estratégica
com as equipes da atenção básica;
visitar pacientes internados em
hospitais gerais para planejar sua alta;
acompanhar quem está acolhido em
uma Unidade de Acolhimento,
Comunidade Terapêutica e Unidades
de Acolhimento do SUAS.
A atenção hospitalar à saúde mental
deve estar inserida nos hospitais
gerais, e não mais nos antigos
Samu 192 hospitais psiquiátricos, aliada a outras
especialidades médicas. Nesse
Atenção de modelo, leitos ou pequenas
Urgência e enfermarias de saúde mental realizam
Emergência Sala de estabilização internações breves (a maioria de uma
UPA 24 h e portas a três semanas) para casos agudos que
hospitalares de necessitem de cuidado médico
atenção à intensivo, ou que tragam
urgência/pronto- complicações clínicas associadas aos
socorro transtornos mentais e ao uso
prejudicial de drogas.
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medicação quanto de um ambiente
adequado para escutar o paciente, seus
familiares e mediar conflitos. Por fim,
casos de urgência podem requerer um
atendimento pré-hospitalar, que é
realizado pelo Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU).
Oferta cuidado a pessoas com
dependência de drogas,
Unidade de particularmente daquelas sem rede
Acolhimento social de apoio, por meio de um
Atenção acolhimento residencial
Residencial de supervisionado.
Caráter Entidades que realizam o acolhimento
Transitório de pessoas, em caráter voluntário,
Serviço de Atenção em com problemas associados ao uso
Regime Residencial nocivo ou dependência de substância
psicoativa, caracterizadas como
comunidades terapêuticas.
Serviços Residenciais Para possibilitar a saída dos
Terapêuticos manicômios de pessoas que não têm
Programa de Volta mais onde nem com quem morar,
para Casa foram criados os Serviços
Programa de Residenciais Terapêuticos (SRTs),
Desinstitucionalização os quais funcionam como casas onde
podem viver cerca de dez pessoas,
com graus variados de supervisão de
cuidadores/profissionais, a depender
das condições de seus moradores. As
casas – quase mil em todo o Brasil
atualmente – são vinculadas aos
CAPS, aos quais seus moradores
mantêm vínculo de cuidado em saúde
Estratégias de
mental.
Desinstitucionaliza
ção
Fortalecimento do As estratégias de
protagonismo de desinstitucionalização visam
usuários e familiares promover não só a inserção social dos
moradores de hospitais psiquiátricos,
mas também objetivam evitar que
novos pacientes entrem neste circuito
de abandono e institucionalização,
promovendo mudanças no modelo
assistencial e na cultura da sociedade.
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pacientes acometidos de transtornos
mentais egressos de longas
internações psiquiátricas, que faz
parte do programa De Volta pra Casa.
As ações de caráter intersetorial
destinadas à reabilitação psicossocial,
por meio da inclusão produtiva,
formação e qualificação para o
trabalho de pessoas com transtorno
mental ou com necessidades
decorrentes do uso de crack, álcool e
outras drogas em iniciativas de
geração de trabalho e
renda/empreendimentos solidários/
Iniciativas de geração de cooperativas sociais.
Estratégias de trabalho e
reabilitação renda/empreendimentos As iniciativas de geração de trabalho e
psicossocial solidários/cooperativas renda/empreendimentos
sociais solidários/cooperativas sociais devem
articular sistematicamente as redes de
saúde e de economia solidária com os
recursos disponíveis no território para
garantir a melhoria das condições
concretas de vida, ampliação da
autonomia, contratualidade e inclusão
social de usuários da rede e seus
familiares.
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• Oferecer cuidados aos familiares dos usuários dos serviços;
• Promover, mediante diversas ações, esclarecimento e educação da
população, a reinserção social dos usuários, utilizando recursos intersetoriais;
• Trabalhar, junto a usuários e familiares, os fatores de proteção para o uso e
dependência de substâncias psicoativas, buscando ao mesmo tempo minimizar a
influência dos fatores de risco para tal consumo;
• Trabalhar a diminuição do estigma e preconceito relativos ao uso de
substâncias psicoativas, mediante atividades de cunho preventivo/educativo.
202
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2.3. A Política Nacional: Redução do impacto social do álcool e outras drogas -
Prevenção, Cuidado e Reinserção Social
A capilarização dos programas de prevenção deve ser buscada por dentro das
redes e políticas da educação, assistência social e saúde, exigindo articulação com as
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três esferas de gestão. As ações de prevenção mais estruturadas devem priorizar
grupos em situação de maior risco pela sua desvantagem social, utilizando-se para
isso dos mecanismos de priorização de segmentos em situação de maior
vulnerabilidade já existentes em programas como o Mais Educação e o Brasil sem
Miséria. A formação para a prevenção de trabalhadores da rede de proteção de
direitos das crianças e adolescentes e do sistema socioassistencial também são ações
a serem priorizadas pelo potencial de seu impacto em um segmento de alta
vulnerabilidade.
No que tange à difusão de informação sobre álcool e outras drogas, devem ser
observadas as diretrizes do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes
(UNODC).
Cuidar das pessoas que têm problemas com drogas e suas famílias exige
eliminar barreiras de acesso aos serviços, ofertar uma diversidade de estratégias de
cuidado adaptadas às necessidades e contextos das pessoas, garantir continuidade do
cuidado e articular ações de saúde com acesso a moradia, geração de trabalho e renda
e formação profissional. O foco do cuidado são as pessoas, suas trajetórias de vida e
seus contextos atuais de inserção social.
A gestão das políticas sobre álcool e outras drogas deve garantir um contexto
de conhecimento de qualidade sobre o fenômeno das drogas e sobre a efetividade e a
eficácia das políticas utilizadas, além da articulação entre os diversos atores dessa
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política, de forma a atingir os melhores resultados com os recursos disponibilizados.
Assim, produzir e disseminar informações de qualidade sobre o fenômeno das drogas
e sobre a avaliação das políticas implementadas, formar e qualificar uma comunidade
de agentes que atuam na política sobre drogas para a troca de conhecimentos e
disseminação de boas práticas são as diretrizes que o governo federal propõe para a
gestão dessa política
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drogas nacionais, regionais ou locais, a fim de orientar o planejamento das ações e
garantir os melhores resultados frente ao investimento realizado. Nesse aspecto, a
elaboração de relatórios periódicos, contendo a avaliação de especialistas na área, e a
consolidação e divulgação das informações no Observatório Brasileiro de
Informações sobre Drogas (OBID) atende tanto ao propósito de garantir amplo
acesso ao público em geral, quanto ao de subsidiar a política pública nos diversos
níveis. Por fim, dado o caráter supranacional do problema das drogas, cabe destacar
o importante papel da cooperação internacional para compartilhar boas práticas e
buscar soluções conjuntas e integradas nessa área.
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serviços qualificados e articulados de atendimento de saúde, de educação, de
assistência social, do sistema socioeducativo e dos conselhos tutelares. A partir dessa
qualificação e articulação, o governo federal ampliará o diálogo com o sistema de
justiça para evitar os encaminhamentos de adolescentes com problemas decorrentes
do uso de álcool ou outras drogas para o sistema socioeducativo em meio fechado. O
conjunto das ações do Estado devem priorizar a vinculação ao território, valorizando
os mecanismos de organização e autonomia instituídos.
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As dimensões sociais, econômicas, culturais, de direitos humanos, dentre
outras, que envolvem as famílias e indivíduos na convivência e consumo de álcool e
outras drogas permite apontar para a potência das contribuições dos serviços da rede
no território.
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Na perspectiva do cotidiano do SUAS, os gestores da política pública de
assistência social devem construir diagnósticos das situações presentes no território
para a estruturação dos serviços conforme tipificados, de forma qualificada e de
acordo com as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social: serviços
descentralizados; ofertas integradas pelas unidades do SUAS e articuladas com as
demais políticas; abrangência municipal, no Distrito Federal ou regional; primazia
da responsabilidade do Estado na oferta, mesmo que em parceria com Entidades
Sociais e a centralidade na família (original, ampliada, estendida).
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Nestes casos, os serviços da assistência social devem continuar ofertando
atendimentos às famílias e indivíduos, na perspectiva do fortalecimento de vínculos,
apoio aos usuários, acesso a informações, incentivo à adesão a serviços
especializados, acesso a serviços e benefícios como: documentação pessoal; inclusão
no Cadastro Único e no Programa Bolsa Família; requerimento do Benefício de
Prestação Continuada, entre outros, quando for o caso.
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significativas, promotoras de desenvolvimento e, portanto, com potencialidades e
desafios de convivência, onde os cidadãos se protegem e também criam tensões,
constituindo locus fundamental do desenvolvimento humano e social.
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A rede SUAS, no ano de 2016, está composta por mais de sete mil Centros de
Referência de Assistência Social (CRAS); de mais de dois mil Centros de Referência
Especializados de Assistência Social (CREAS); mais de 300 Centros Especializados
para População em Situação de Rua (Centros POP); cerca de 500 Equipes do Serviço
Especializado de Abordagem Social e demais unidades, distribuídas nos territórios
brasileiros, além da inserção dos usuários no Cadastro Único e identificação dos
perfis para o Programa Bolsa Família; acesso ao Benefício de Prestação Continuada
e acesso aos benefícios eventuais nos Municípios e no Distrito Federal. Caracteriza-
se, portanto em uma ampla rede de serviços, benefícios e programas que desempenha
importante papel no que se refere à atenção às famílias e indivíduos em situações de
vulnerabilidade e risco por violação de direitos, inclusive daquelas ao consumo de
álcool e outras drogas.
A Proteção Social Básica (PSB) possui uma dimensão inovadora, pois supera
a atenção às situações críticas ou dificuldades já instaladas para assegurar, a partir
das potencialidades das famílias e dos indivíduos no território, novos patamares de
cidadania na garantia de direitos e na prevenção de riscos por violação de direitos.
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A Proteção Social Básica prevê, além do acesso à renda, por meio dos
benefícios socioassistenciais e programas de transferência de renda, o
desenvolvimento de serviços, programas e projetos afiançando acolhida, convivência
familiar e comunitária e fortalecimento de vínculos de famílias e seus indivíduos,
conforme as vulnerabilidades identificadas. Esses serviços e programas deverão
incluir crianças, adolescentes, jovens, adultos, pessoas com deficiência, pessoas
idosas, de modo a inseri-las nas diversas ações ofertadas pela rede socioassistencial.
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No âmbito da PSB destacam-se, ainda, as ações de participação social e
comunitárias, mobilizando o coletivo por meio de campanhas e palestras, filmes,
debates, projetos de sensibilização e uma série de outras atividades que contribuem
para a ampliação da oferta de espaços de convivência estimulantes e agregadores nos
territórios. Essas são importantes estratégias de prevenção aos usos de álcool, crack e
outras drogas, em especial para crianças e adolescentes, grupos particularmente
suscetíveis a situações de vulnerabilidade e risco social.
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Nesse documento, é importante ressaltar o caráter estratégico dos serviços
socioassitenciais da PSB ofertados nos territórios - Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família (PAIF) e Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Vínculos -, e sua estreita interação com os serviços da Proteção Social Especial
(PSE), particularmente, o Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a
Famílias e Indivíduos (PAEFI), como perspectiva de construção da rede de proteção
no território.
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O PAIF contribui para a materialização da responsabilidade
constitucional do Estado de proteger as famílias.
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Segundo o pesquisador Demo (2000), para sermos capazes de entender a
realidade é preciso desconstruir os conceitos mais internalizados sobre as verdades
absolutas, por exemplo, de um modelo ideal de família, entendendo que, muitas
vezes, a família não é somente espaço de proteção e cuidado, mas um lugar onde
podem existir conflitos, violências e rebatimentos de diversas questões sociais, por
vezes, engendradas pela pobreza e desigualdades sociais.
O PAIF também centra esforços para que as famílias tenham acesso o mais
rápido possível a programas de transferência de renda e/ou a benefícios
socioassistenciais, desenvolvendo, ainda, outras estratégias de acesso à renda, tais
como: o encaminhamento a serviços de intermediação de mão de obra, qualificação
profissional e inclusão produtiva e a outros serviços setoriais, quando for o caso.
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para o trabalho e estudos, dificultar as relações intrafamiliares, potencializar a
ocorrência de violência intrafamiliar, com vizinhos e no território, entre outros.
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O SCFV tem como objetivos prioritários: Complementar o trabalho social
com família; prevenir a institucionalização e a segregação de crianças, adolescentes,
jovens e idosos, em especial, das pessoas com deficiência, assegurando o direito à
convivência familiar e comunitária; promover acessos a benefícios e serviços
socioassistenciais, fortalecendo a rede de proteção social de assistência social nos
territórios; promover acessos a serviços setoriais, em especial das políticas de
educação, saúde, cultura, esporte e lazer existentes no território, contribuindo para o
usufruto dos usuários aos demais direitos; oportunizar o acesso às informações sobre
direitos e sobre participação cidadã; possibilitar acessos a experiências e
manifestações artísticas, culturais, esportivas e de lazer; favorecer o desenvolvimento
de atividades intergeracionais, propiciando trocas de experiências e vivências.
O Serviço está organizado por faixa etária e atende a crianças de até 6 anos;
crianças e adolescentes de 06 a 15 anos; adolescentes de 15 a 17 anos, jovens de 18 a
29 anos; adultos de 30 a 59 anos e aos Idosos e podem ser ofertado nos CRAS, em
outras unidades públicas ou em entidades de Assistência Social, desde que
referenciadas ao CRAS. Deve contar como uma equipe de profissionais capacitados
para atender às demandas das faixas etárias e dos públicos prioritárias. Na escolha de
temas a serem abordados nos grupos os relativos ao consumo de álcool e outras
drogas devem ser incluídos com conteúdos e metodologias conforme peculiaridade
de cada faixa etária;
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de atividades de cunho preventivo. Nesse sentido, o SCFV deve assegurar espaços de
discussão, estimulando a participação na vida das comunidades, na medida em que
contribui para o desenvolvimento de competências e para a compreensão crítica da
realidade social. O SCFV para os jovens de 18 A 29 anos busca assegurar espaços
de referência para o convívio grupal, comunitário e social e o desenvolvimento de
relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo, de modo a desenvolver a sua
convivência familiar e comunitária, contribuindo para a ampliação do universo
informacional, artístico e cultural dos jovens, bem como estimular o
desenvolvimento de potencialidades para novos projetos de vida, propiciar sua
formação cidadã e vivências para o alcance de autonomia e protagonismo social,
detectar necessidades, motivações, habilidades e talentos.
Retardar a idade de início do uso quando este não puder ser evitado.
Reduzir os riscos e os danos relacionados ao uso de drogas.
Evitar a transição para um uso problemático.
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Para cada um desses objetivos anteriormente descritos, faz-se necessária uma
intervenção diferenciada. Nesse sentido, apresentamos abaixo as orientações do
Ministério da Saúde para a realização de ações de prevenção ao consumo de drogas
em comunidades e escolas, constante no Guia estratégico para o cuidado de
pessoas com necessidades relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas:
Guia AD, que pode ser acessado, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do
Ministério da Saúde.
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intervenções, ou seja, os pontos mais sensíveis onde tais intervenções podem
provocar maior impacto, incluindo, por exemplo, impactos diferentes sobre gêneros.
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grupo social; o acesso à educação formal; às ações de promoção, proteção e
recuperação da sua saúde; ao desenvolvimento e à qualificação profissional; e à
possibilidade de realização de seus projetos de vida, reconhecendo os fatores sociais,
econômicos, políticos e culturais que influenciam sua exequibilidade.
Consistem em fatores de diversas dimensões – individuais, sociais e
culturais– o que denota a constituição “coletiva” da problemática em questão. A
fragmentação entre os atores da rede de proteção social na construção de ações
efetivas para um problema coletivo gera uma roda sem fim de tentativas isoladas que
acabam por colocar em descrença a própria potência da prevenção e por produzir
aquilo que procuramos evitar: (a) seu insucesso leva à descrença de que “prevenir”
seja uma intervenção possível e com resultados efetivos; (b) as ações podem,
inclusive, afastar os indivíduos sob intervenção e fortalecer suas interações que os
mantêm vulneráveis.
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garantir a escolha de “boas práticas” e o uso adequado de verbas públicas investidas
nesse tema.
As intervenções baseadas no modelo de habilidades de vida têm,
internacionalmente, demonstrado ser um caminho de efetividade para diferentes
grupos. Essas intervenções se baseiam nas habilidades de autoconhecimento,
relacionamento interpessoal, empatia, lidar com as emoções, lidar com o estresse,
comunicação eficaz, pensamento crítico, pensamento criativo, tomada de decisão,
resolução e problemas. A execução de programas fundamentada em habilidades de
vida deve trabalhar com instruções, demonstrações, role play, práticas e exercício
fora da escola, feedback e reforço social.
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possibilidades de fortalecimento de atitudes saudáveis são fatores importantes para a
prevenção.
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saindo destes, com o objetivo de fortalecer vínculos familiares, comunitários e
sociais, favorecer o acesso a benefícios e serviços essenciais, como educação,
qualificação profissional, trabalho, habitação, dentre outros. A inclusão em ações
socioeducativas no território representa, para crianças e adolescentes implicadas com
usos de drogas, possibilidades de construção de itinerários e o restabelecimento dos
laços com as redes sociais presentes no território em que convive.
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especializado no SUAS as famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou
social, por violação de direitos” (BRASIL, 2011a, p. 23).
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reparação de danos, prevenir a reincidência de violação de direitos, dentre outros
objetivos.
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acompanhamento, construa o Planos de Atendimento Individual ou Familiar
conjuntamente com os usuários, e desenvolvam ações articuladas com os demais
serviços do SUAS no território, com as demais políticas públicas, em especial
com a saúde, e com os órgãos de garantia e de defesa de direitos, na perspectiva
de garantir a visão integral de sujeito e da garantia de direitos.
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possível e quando necessário. O diálogo entre as equipes é fundamental, tanto
para ampliar os objetivos das ações, quanto para evitar a sobreposição de ações.
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favorecer o desenvolvimento de potencialidades e a redução de vulnerabilidades e
risco por violação de direitos. Já a Liberdade Assistida (LA) é uma medida de caráter
socioeducativo em que o adolescente encontra-se limitado em alguns de seus direitos
devido às condições impostas para que sejam atingidos os objetivos pedagógicos,
conforme planejado no Plano Individual de Atendimento (PIA). A LA tem prazo
mínimo de seis meses, embora possa ser a qualquer momento reavaliada, prorrogada
ou substituída.
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Quando for necessário o atendimento mais continuado das questões relativas
a usos de crack, álcool e outras drogas o Serviço deve buscar uma atuação conjunta
com os serviços de saúde responsáveis no território. A elaboração de planos de
atendimento integrados e a realização de intervenções conjuntas configuram
iniciativas a serem consideradas pelas duas equipes, lembrando que a construção de
estratégias intersetoriais, com itinerários de atendimentos singulares, são
preocupações não apenas no campo da Assistência Social, mas também da Saúde.
Sendo assim, o diálogo com as equipes de saúde permite ampliar os efeitos positivos
do acompanhamento no Serviço de Medidas Sócioeducativas (MSE).
Excepcionalmente, pode ser constatada a necessidade de internação para tratamento
de saúde, a equipe do Serviço de MSE deve avaliar, em conjunto com a equipe de
saúde, quais as melhores estratégias para a continuidade do acompanhamento do
adolescente pelo Serviço. Nesses casos, a situação deve ser comunicada à autoridade
judiciaria, tendo em vista a especificidade da medida socioeducativa e os objetivos
terapêuticos estabelecidos para o adolescente, observada a Lei nº 12.594/2012, Lei
do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).
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Em todos os casos, é importante que o Serviço de MSE seja um espaço de
diálogo. Mais uma vez, é fundamental a postura acolhedora e aberta ao longo de
todo o processo de atendimento e acompanhamento, pois é a partir dela que se
podem construir espaços em que a voz dos sujeitos pode circular. É na
problematização conjunta que podem emergir questões relacionadas a usos de
drogas, que devem ser discutidas de modo aberto.
No que tange à PSC, um fator importante para que a medida cumpra sua
função socioeducativa é o cuidado na construção de parceiras com instituições para a
prestação de serviços comunitários, de modo que a instituição compartilhe dos
princípios e diretrizes do Serviço de MSE.
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O cumprimento de medidas socioeducativas não impede o acesso a direitos,
em especial o da educação, notadamente porque se trata de jovens/adolescentes cujo
acesso à educação é de fundamental importância para o desenvolvimento. Cabe,
portanto à equipe do Serviço preocupar-se com a inclusão e os apoios necessários à
frequência dos adolescentes na escola, compartilhando com o corpo técnico-
pedagógico informações que possam facilitar o vínculo do adolescente/jovem em
questão, articulando e viabilizando com os profissionais da educação todas as
possibilidades para a inserção e permanência dos adolescentes e jovens na escola.
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vivências e oportunidades; para a capacidade de reflexão sobre suas
ações; e para a (re) construção de projetos, sem perder de vista,
contudo, a perspectiva da sua conscientização, frente ao ato
infracional praticado.
Os usos de crack, álcool e outras drogas podem representar para alguns dos
adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas tanto um importante
objeto de consumo (portanto, de afirmação social), como objeto de comércio que
garante acesso a outros bens de consumo, ou os dois considerando as necessidades de
estratégias de sobrevivência, empoderamento das drogas, visibilidade, entre outros.
Neste sentido, o investimento em ações e informações que possam contribuir para a
prevenção e tratamento devem se expressar na ampliação crítica do universo
simbólico dos adolescentes e suas famílias.
235
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Três Lagoas (MS). Sua cobertura foi, em seguida, ampliada para os estados de
Pernambuco, Bahia, Sergipe e Rondônia, num esforço do Estado Brasileiro para
implantar políticas públicas voltadas ao enfrentamento do trabalho infantil. A partir
de então, o PETI foi progressivamente alcançando todos os estados do País.
236
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A partir de 2013, foi iniciada a discussão do Redesenho do PETI, que teve
sua pactuação final em abril de 2014, com o objetivo de contribuir para a aceleração
das ações de prevenção e de erradicação do trabalho infantil e, desse modo, permitir
o cumprimento das metas estabelecidas nas Convenções nº 138 e nº 182 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) e das diretrizes do Plano Nacional de
Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente
Trabalhador.
(V) monitoramento a partir dos sistemas da rede SUAS e das políticas setoriais.
É possível que as atividades de trabalho que fizeram com que uma criança ou
adolescente fosse incluída no PETI tenham alguma relação com a produção,
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circulação ou comércio de drogas qualificadas como ilícitas, ou existir usos de crack
e outras drogas por parte da criança ou adolescente. O exercício dessas atividades,
que estão entre as consideradas como piores formas de trabalho infantil, resulta em
risco por violação de direitos pessoal ou familiar. Nestes casos, as relações com o
Ministério Público e com a Defensoria Pública são muito importantes.
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Como previsto na lista das piores formas de trabalho infantil
(TIP) – Dec. nº 6.481, de 12/06/2008, as atividades ligadas à cadeia
produtiva de drogas qualificadas como ilícitas e ao circuito de
exploração o sexual são consideradas piores formas de trabalho
infantil. Sendo assim, os serviços e ações articuladas pelo PETI
devem prever tais ocorrências e se preparar para as especificidades
de atenção as famílias cujos filhos estejam envolvidos em tais
situações, especialmente no que tange a articulação de ações e redes
intersetoriais.
Por outro lado, mesmo que as crianças e adolescentes inseridas no PETI não
tenham envolvimento com o uso ou comércio de drogas, a situação de
vulnerabilidade que levou à entrada precoce no trabalho pode estar ligada ao uso de
álcool, crack e outras drogas indiretamente protagonizada por seus familiares,
precarizando os cuidados, o que amplia o risco por violação de direitos e indica a
necessidade de acompanhamento pelos Serviços do SUAS.
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afirmação de direitos e o desenvolvimento de capacidades e potencialidades
emancipatórias para o enfrentamento de vulnerabilidades e riscos sociais.
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exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua, entre outras,
considerando as praças, entroncamento de estradas, fronteiras, espaços públicos,
comercio, terminais de ônibus, três, metrô e outros (BRASIL, 2009, p. 22). O serviço
deve ser vinculado ao CREAS, ao Centro POP ou à unidade referenciada ao CREAS.
241
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incentivar a participação deste nos esforços de ampliação da participação social,
como direito de cidadania.
1
Equipes de Consultório na Rua são equipes multiprofissionais, da política de Saúde, que atuam
frente aos diferentes problemas e necessidades de saúde da população em situação de rua. Atuam nas
ruas de forma itinerante.
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Os profissionais do Serviço Especializado de Abordagem Social devem
considerar as dificuldades de abordar pessoas com quem ainda não constituíram
vínculos, em especial pessoas em uso de crack, álcool ou outras drogas em seus
estados de alteração do pensamento, depressão ou outros. Se alguém não está
disposto a falar sobre seus usos, não convém forçar a situação, sendo melhor investir
na construção de vínculos de respeito e confiança, construindo possibilidades para
uma escuta qualificada. Como já referenciado, a identificação dos territórios e seu
cotidiano permite o planejamento de ações do serviço em conjunto com as áreas de
saúde, como os consultórios na rua, serviços de saúde de emergência acessados em
unidades básicas de saúde, hospitais gerais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA),
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), CAPS, entre outras, de acordo
com a rede instalada no território.
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públicas com atuação no mesmo território, além de estratégico, é também
complementar, uma vez que exige cooperação e convergência de atuação, na
perspectiva de garantir atenção integral de famílias e indivíduos. Nessa perspectiva, o
atendimento especializado nos serviços do SUAS e os encaminhamentos para os
serviços das outras políticas somam-se aos ofertados pelo Serviço Especializado de
Abordagem Social.
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qualificadas como ilícitas nas ruas é bastante frequente, por exemplo, na forma do
chamado “avião” (aquele que liga compradores e vendedores de drogas). Muitas
crianças e adolescente vivem nas proximidades de pontos de venda de drogas
qualificadas como ilícitas ou em regiões com grande concentração de casas noturnas,
o que as expõe a uma situação de maior risco.
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No trabalho de campo, as equipes do Serviço Especializado de Abordagem
Social precisam ser acolhidas nos territórios de sua atuação. Este processo desafiador
exige atenção e paciência. Dificilmente se conseguirá este acesso em um primeiro
momento. Na maioria dos casos, será preciso investir em aproximações gradativas e
insistir nas visitas para que as barreiras iniciais possam ser gradualmente transpostas,
e para que se possa começar efetivamente a construir um trabalho mais consistente
junto a um determinado grupo de pessoas.
3.2.1.e Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas
e suas famílias
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Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias. O Centro-dia é composto por uma
equipe multidisciplinar, visando o fortalecimento de vínculos, autonomia e
inclusão social, por meio de ações de acolhida; escuta, informação e orientação;
elaboração de Plano Individual e/ou Familiar de Atendimento; orientação e apoio
nos autocuidados; apoio ao desenvolvimento do convívio familiar, grupal e social;
identificação e fortalecimento de redes comunitárias de apoio; identificação e acesso
a tecnologias assistivas e/ou ajudas técnicas de autonomia no serviço, no
domicílio, e na comunidade; apoio e orientação aos cuidadores familiares com
vistas a favorecer a autonomia da dupla pessoa cuidada e cuidador familiar.
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▪ Não participação da pessoa com deficiência e idosa em atividades e serviços
no território;
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sobrevivência. A criação do Centro Pop para ofertar o Serviço Especializado para a
População em Situação de Rua foi prevista no Decreto nº 7.053/2009, que institui a
Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de
Acompanhamento e Monitoramento. Esta unidade especializada também está
prevista na Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais do SUAS.
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projetos pessoais e sociais e fortalecimento da autoestima, acesso à documentação
civil, apoio à construção de autonomia e bem-estar, dentre outros suportes e apoios.
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como, serem estimulados ao cuidado com a manutenção do espaço, garantindo um
local agradável, de convivência mais harmônica e em que eles se reconheçam e se
sintam corresponsáveis. Nesse sentido as atividades devem partir de demandas
coletivas e da capacidade de articulação deles, com apoio da equipe técnica.
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Outra dimensão importante a ser considerada no serviço ofertado pelo Centro
Pop é que, dentre a população em situação de rua, existem pessoas que possuem
residência, mesmo que distante, e que usam a rua como espaço de trabalho e de
sobrevivência, situações que merecem especial atenção, apoio e orientação sobre o ir
e vir com segurança, dignidade e respeito ao próximo nas vivências de rua, que
consiste, muitas vezes, em um território de desproteção, com características de
tensões, conflitos e disputas de poder, podendo, portanto, ampliar a exposição a
riscos.
O serviço deve, ainda, orientar o usuário sobre outras ofertas públicas como:
abrigamento/acolhimento, restaurantes populares, transporte, qualificação
profissional e acesso a trabalho, ou outros que possam servir de apoio a esta
população.
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O serviço pode incorporar atividades como oficinas de prevenção, com temas
diversos (DST’s, hepatites e Aids, consumo de álcool e outras drogas, tuberculose,
entre outras). Pode-se ainda receber equipes de saúde para participação em reuniões
técnicas, de modo a possibilitar trabalho conjunto. Nestes encontros, pode-se planejar
reuniões periódicas para discussão de casos, articular o acompanhamento de
situações que exijam a atenção concomitante das duas políticas e, até mesmo, o
desenvolvimento de ações estratégicas junto à comunidade.
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estabelecidos no Centro pop, a equipe pode fortalecer o suporte
técnico de incentivo, orientação e apoio visando a vinculação das
pessoas aos serviços de saúde e a continuidade do acompanhamento
na unidade.
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núcleo familiar e/ou comunitário de origem, como forma de garantir a proteção
integral. Destina-se a públicos diferenciados, como crianças e adolescentes, jovens
entre 18 e 21 anos, jovens e adultos com deficiência, adultos e famílias, mulheres em
situação de violência doméstica, idosos e famílias ou indivíduos
desabrigados/desalojados.
Garantia de privacidade aos usuários e de respeito à sua trajetória de vida, aos seus
costumes, contemplando a especificidade dos ciclos de vida e a diversidade de
arranjos familiares, raça/etnia, religião, gênero e orientação sexual;
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É importante ressaltar que, nos serviços de acolhimento, busca-se,
essencialmente, desenvolver processos de reintegração familiar, sempre que esta for
possível. No entanto, existem casos em que a reintegração familiar fica inviabilizada
ou mesmo em que inexiste esta alternativa. Além disso, outras situações podem
restringir as possibilidades de vida independente das pessoas, gerando a necessidade
de cuidados de longa duração. Nesses casos, excetuando-se as crianças e
adolescentes que devem contar com as possibilidades de colocação para adoção, o
serviço de acolhimento para os demais públicos deve trabalhar na construção de
novos projetos de vida, ainda que isto envolva, enquanto possibilidade de proteção
social, a permanência no acolhimento por períodos mais prolongados.
De acordo com a Tipificação Nacional, há distintas modalidades e unidades
de oferta dos Serviços de Acolhimento, a depender do público atendido, quais sejam:
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Para atender aos seus objetivos, os Serviços de Acolhimento
devem atuar no território em estreita articulação com os demais
Serviços Sociassistenciais do SUAS, em especial, CRAS/PAIF,
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos,
CREAS/PAEFI, Centro POP e Centro Dia de Referência para
Pessoa com Deficiência; com outras políticas (saúde, educação,
trabalho, moradia), com os órgãos de defesa de direitos e com o
sistema de justiça, na perspectiva de garantir o acesso das pessoas
acolhidas aos serviços e benefícios no território.
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equipes do PSF (Estratégia de Saúde da Família), serviços especializados,
atendimento em saúde bucal, CAPS e outros serviços, por exemplo, é importante
para a realização de parcerias e estratégias de atenção em saúde, ações preventivas,
consultas, realização de curativos, encaminhamentos para exames, vacinas, entre
outros.
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ao usuário, é importante a participação dos profissionais destes na elaboração e
desenvolvimento das ações do Plano, assim como no acompanhamento e avaliação
dos resultados. No caso das crianças e adolescentes, é importante considerar,
também, a necessidade de envolvimento dos órgãos de defesa de direitos e do
Sistema de Justiça na elaboração do Plano. O envolvimento da rede local é
indispensável para que sejam alcançados resultados mais efetivos.
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Unidade de Capacidade de Características
oferta do serviço atendimento
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rompidos ou extremamente fragilizados e/ou sem condições de moradia e
autossustentação. O Serviço deve ser ofertado de forma a possibilitar o
desenvolvimento gradual da autonomia e independência de seus moradores. As
Repúblicas, organizadas em unidades femininas emasculinas, devem favorecer o
acesso a serviços essenciais e benefícios no território, em especial a saúde, a
educação, a moradia, a qualificação profissional e o acesso e inserção no mundo do
trabalho, contribuindo para a construção dos projetos de vida dos jovens.
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técnicas e os cuidadores (e mesmo as famílias acolhedoras) precisam estar dispostos
a abrir-se para novas construções e atitudes que valorizem as potencialidades dos
sujeitos e suas interações nos territórios, facilitando a construção de respostas
conjuntas, com os usuários, que sejam criativas, inclusivas e produtoras de
autonomia.
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se como espaço para internação de crianças e adolescentes que fazem uso de crack,
álcool e outras drogas. Nos casos em que for observada a necessidade de cuidados
contínuos de saúde, é preciso haver a articulação com os serviços competentes,
corresponsabilizando-se pelas questões pertinentes à Assistência Social.
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No que se refere a crianças e adolescentes, convém salientar
que o Serviço de Acolhimento não poderá abrir mão de princípios
como a excepcionalidade do atendimento, aprovisoriedade do
afastamento da família e a preservação e fortalecimento dos vínculos
familiares e comunitários.
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As crianças e adolescentes (de 0 a 18 anos incompletos) só poderão ser atendidas neste serviço
quando estiverem acompanhadas dos pais e/ou responsáveis.
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de habitação popular, a retomada da educação formal e o acesso a programas de
qualificação profissional, que poderiam contribuir para a mudança ou mesmo ruptura
desta problemática. Ainda, é importante referir que a associação direta das pessoas
em situação de rua, por exemplo, a usuários de álcool e outras drogas, apoiada no
senso comum, agrava ainda mais o risco e a violação de direitos desse grupo
populacional, , produzindo, reproduzindo e até fortalecendo práticas higienistas e
segregacionistas, em especial na área da segurança pública, reafirmando, também, o
preconceito e a discriminação da sociedade e ampliando a exclusão social dessas
pessoas.
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diagnóstico para a realização dos encaminhamentos mais adequados diante de cada
caso, ao passo que o Abrigo Institucional pressupõe atendimento continuado,
considerando a possibilidade de resgate de vínculos familiares e comunitários,
inserção em Serviço de Acolhimento em República e/ou construção de novos
vínculos e estratégias de construção do processo de saída das ruas com dignidade e
respeito à vontade e nível de autonomia do usuário.
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As pessoas podem ter receio em admitir ao consumo de drogas por medo de
serem impedidos de acessar ou permanecer no Serviço de Acolhimento, sofrerem
algum tipo de discriminação ou, ainda, serem denunciados à polícia. É importante
que elas percebam que serão acolhidos em condições de respeito, sem julgamentos
morais e estigmatização. A equipe do Acolhimento deve demonstrar confiança,
informando que qualquer atitude a ser tomada será comunicada e decidida
conjuntamente, resguardada a segurança dos usuários.
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Em relação ao acolhimento de famílias, este pressupõe a importância da não
separação dos pais/mães de suas crianças e adolescentes, dos grupos de irmãos e dos
casais, inclusive do mesmo sexo, de modo a respeitar as diversas configurações
familiares. A despeito das situações de vulnerabilidade e risco por violação de
direitos vivenciadas pelo conjunto dos membros da família, o Serviço de
Acolhimento deverá resguardar a manutenção dos vínculos protetivos durante o
acolhimento.
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filhos, em situação de risco ou ameaças em razão de violência doméstica e familiar.
Trata-se de uma medida emergencial, que visa à proteção integral das mulheres e
seus dependentes.
As proteções nas situações de violência e violação de direitos, como a
violência física, psicológica, sexual e outras, causadoras de lesão ou provocadoras de
sofrimento psicológico ou dano moral, são de fundamental importância e, às vezes,
requerem medidas protetivas de urgência, dentre as quais se destaca o afastamento
das vítimas de suas residências, gerando, em diversos casos, a necessidade de
atendimento da mulher em um serviço de acolhimento, a exemplo dos abrigos
institucionais, unidades do SUAS que atendem a esse público em específico.
Por sua vez, a violência de gênero é uma violação dos direitos humanos e não
se trata de problema pontual ou particular, pois suas raízes se assentam num contexto
cultural e histórico de violações de direitos das mulheres, baseando-se nas
construções sociais a respeito do papel que as mulheres devem desempenhar e o
lugar que devem ocupar na vida em sociedade.
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favorece o acesso aos atendimentos jurídicos e psicológicos para as usuárias e seus
filhos e/ou dependentes quando estiverem sob sua responsabilidade, como forma de
possibilitar a superação da situação de violência vivenciada e o resgate da autonomia
das usuárias do serviço. O Serviço deverá, ainda:
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pessoas idosas devem resguardar características domiciliares na sua organização e
estar localizadas no território em áreas residenciais. O Serviço pode ser ofertado
nas unidades: Abrigo Institucional (para idosos independentes e/ou com diversos
graus de dependência), Casa Lar (para grupos de até 10 pessoas, com maior
autonomia) e República (para aqueles com condições de desenvolver, de forma
independente, as atividades da vida diária).
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É possível que a expressão mais visível dos usos de drogas entre pessoas
idosas seja o consumo de bebidas alcoólicas. Hábito que muitas vezes teve início
ainda na adolescência, o uso de álcool muitas vezes acompanha os sujeitos por toda a
vida, chegando aos processos de envelhecimento. O consumo de drogas podem
tornar-se mais intensos a partir de situações envolvendo luto, solidão e abandono.
Nesses casos, são muito importantes as articulações com os serviços de saúde, pois o
uso continuado do álcool ao longo de toda uma vida aumenta a probabilidade de
desenvolver problemas de saúde que podem demandar acompanhamento clínico
constante. Nesses casos, é muito importante que a equipe do Serviço de Acolhimento
ofereça suporte adequado ao trabalho de diagnóstico e tratamento realizado no
âmbito da Saúde, por meio de uma postura acolhedora e uma escuta qualificada e da
realização de encaminhamentos e incentivo à adesão e continuidade do tratamento.
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