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As Sociedades
07 Empresárias
07.1 – Introdução
Noções gerais
Noções iniciais:
As sociedades empresárias são entidades resultantes de um acordo de duas ou mais pessoas
(affectio societatis), para o exercício de atividade empresarial, reunindo capital e trabalho
para a realização de operações com o fim lucrativo. As sociedades empresárias têm
titularidade negocial, desenvolvendo atividades econômicas, assumindo obrigações e
direitos, e titularidade processual, pois têm legitimidade para estar em juízo em relação aos
assuntos de seu interesse. A sociedade responde com o seu próprio patrimônio pelas
obrigações que assume. Este patrimônio não se confunde com os patrimônios dos sócios que
a compõe, porém, dependendo do tipo societário, os sócios poderão responder em caráter
subsidiário quando exaurido o patrimônio social. Assim, a responsabilidade dos sócios pode
ser limitada ou ilimitada.
A affectio societatis é o elemento subjetivo, intencional, que demonstra por parte do sócio, de
união e aceitação das normas de constituição e funcionamento da sociedade.
Art. 981 - Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir,
com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
CÓDIGO CIVIL
Parágrafo único - A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios
determinados.
Art. 982 - Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o
exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais.
CÓDIGO CIVIL
Parágrafo único - Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por
ações; e, simples, a cooperativa.
2) Quanto à personificação:
sociedades personificadas: tem personalidade jurídica;
sociedades não personificadas (sociedade em conta de participação);
As sociedades limitadas são consideradas híbridas, ora sendo consideradas como de pessoas,
ora sendo consideradas como de capital, dependendo do conteúdo do seu contrato social.
O nome da sociedade
Firma ou razão social:
A firma ou razão social deve ser formada por uma combinação dos nomes ou prenomes dos
sócios. Pode ser formada pelos nomes de todos os sócios, de vários deles, ou de um somente.
Mas se for omitido o nome de um ou mais sócios, deve-se acrescentar "& Cia.", por extenso
ou abreviadamente. A firma ou razão social é não só o nome, mas também a assinatura da
sociedade. Assim, o sócio-gerente da empresa ao emitir um cheque, lançará nele a
assinatura coletiva e não a sua assinatura individual.
Denominação social:
Na denominação social não se usam os nomes dos sócios, mas uma expressão qualquer, de
fantasia, indicando tanto quanto possível o ramo de atividade, como, por exemplo,
Tecelagem Moinho Velho Ltda. Poder-se-á usar até um nome próprio sem que isso
signifique, contudo, que exista no quadro social um sócio com esse nome. Exemplo: Fiação
Augusto Ribeiro S/A. Neste caso, o nome próprio pode representar apenas uma homenagem
a uma pessoa, equiparando-se ao nome de fantasia. Ao contrário da firma ou razão social, a
denominação é só um nome, não podendo ser usada como assinatura. Assim, ao emitir um
cheque, em nome da sociedade, o sócio-administrador lança a sua assinatura individual,
como representante da sociedade.
Produtor rural:
Produtor rural é a pessoa física que explora a terra visando à produção vegetal, criação de
animais (produção animal) e também a industrialização desses produtos primários
(produção agroindustrial). O produtor rural passa a ser considerado empresário rural, cuja
atividade rural constitua sua principal profissão, pode requerer inscrição no Registro
Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará
equiparado, para todos os efeitos, ao empresário (CC, art. 971). A lei assegura tratamento
favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural quanto à inscrição e aos efeitos
daí decorrentes. (CC, art. 970)
Personalidade jurídica
A sociedade adquire a personalidade jurídica com a inscrição dos seus atos constitutivos no
registro competente. (CC, art. 985)
Pessoa jurídica:
Entende-se por pessoa jurídica o ente incorpóreo que, como as pessoas físicas, pode
ser sujeito de direitos. Não se confundem, assim, as pessoas jurídicas com as pessoas
físicas que deram lugar ao seu nascimento; pelo contrário, delas se distanciam,
adquirindo patrimônio autônomo e exercendo direitos em nome próprio.Por tal razão,
as pessoas jurídicas tem nome particular, como as pessoas físicas, domicílio e
nacionalidade, podem estar em juízo, como autoras ou como rés, sem que isso se
reflita na pessoa daqueles que as constituíram. Finalmente, têm vida autônoma,
muitas vezes superior às das pessoas que as formaram; em alguns casos, a mudança
de estado dessas pessoas não se reflete na estrutura das pessoas jurídicas, podendo,
assim, variar as pessoas físicas que lhes deram origem sem que esse fato incida no
seu organismo. É o que acontece com as sociedades institucionais ou de capitais,
cujos sócios podem mudar de estado ou serem substituídos sem que se altere a
estrutura social.
A sociedade comum
Noções Gerais:
A sociedade empresária irregular ou de fato é disciplinada sob a designação de “sociedade
comum”, ou seja, aquela sem o devido registro do seu ato constitutivo no órgão competente.
O empresário irregular também não poderá pedir falência ou concordata.
Art. 986 - Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em
CÓDIGO CIVIL
organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem
compatíveis, as normas da sociedade simples.
Responsabilidade:
Na sociedade em comum, todos os sócios respondem sempre solidária e ilimitadamente
pelas obrigações sociais, sendo ineficaz eventual cláusula limitativa desta responsabilidade
no contrato social. (CC, art. 990)
Prova de existência:
Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a
existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. (CC, art. 987)
Bens sociais:
Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em
comum. Esses bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos
sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o
terceiro que o conheça ou deva conhecer. (CC, arts. 988 e 989)
Sócio ostensivo:
Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida
unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva
responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes. Obriga-se
perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio
participante, nos termos do contrato social. (CC, art. 991).
Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não
pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder
solidariamente com este pelas obrigações em que intervier.
Contrato social:
O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu
instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
O contrato social funciona como um documento para uso interno entre os sócios, não
aparecendo perante terceiros. Este contrato entre os sócios, se registrado, não confere
personalidade jurídica à sociedade.
Noções gerais
Noções iniciais:
A sociedade simples foi introduzida pelo Novo Código Civil em substituição à sociedade
civil. Abrange as sociedades que não exercem a atividade própria de empresário, assim não
se constitui num tipo de sociedade empresária, mas em um outro tipo de sociedade,
podendo assumir a forma de qualquer tipo societário destinado às sociedades empresárias
(sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade limitada). Não o
fazendo, irá subordinar-se às normas que lhe são próprias. O estudo de suas regras é
importante, pois são aplicadas supletivamente às sociedades em nome coletivo, sociedades
em comandita simples e sociedades limitadas (se no contrato não dispuser de forma
diversa).
O contrato social das sociedades limitadas pode optar pela aplicação supletiva das normas das
sociedades anônimas.
O contrato social
Noções iniciais:
A sociedade empresária e o tipo de sociedade escolhido será concretizado em um contrato
social ou estatuto, em que se definirão as normas disciplinadoras da vida societária. O
contrato de sociedade é um contrato plurilateral, no qual convergem as vontades dos
contratantes para alcançar um objetivo em comum. As cláusulas contratuais podem ser:
essenciais: são aquelas exigidas para o registro do contrato e a consequente
regularidade da sociedade (CC, art. 997);
acidentais: as demais cláusulas.
De acordo com o art. 997 do Código Civil, são cláusulas essenciais do contrato social:
nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a
firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie
de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e
atribuições;
a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Os sócios
Noções iniciais:
Para que a sociedade empresária se forme são necessários sócios, devendo ser no mínimo
dois. O sócio não é proprietário nem credor da sociedade, ele possui um composto de
obrigações e direitos que a lei e o contrato social lhe reservam. A condição de sócio, com as
suas devidas obrigações, começa com o contrato, se este não fixar outra data. (CC, art.
1.001)
A qualidade de sócio:
Na sociedade simples o sócio pode ser pessoa física ou jurídica, brasileiro ou estrangeiro,
residente no país ou no exterior.
O art. 977 do Código Civil permite aos cônjuges contratar sociedade entre si, ou com
terceiros, desde que o regime de bens não seja o da comunhão universal, ou o da separação
obrigatória.
Sócio remisso:
Entre as obrigações do sócio, destaca-se a de contribuir para o capital social na forma e
prazo previstos no contrato social. Caso o sócio descumpra o dever de integralizar as quotas
(sócio remisso) a sociedade deve notificá-lo, para constituí-lo em mora assegurando um
prazo de trinta dias para cumprir o seu dever. Se este ainda assim não cumprir com a sua
obrigação os demais sócios poderão optar por uma indenização pelos danos causados pela
mora do sócio, ou pela sua exclusão ou pela redução de sua quota ao valor integralizado.
(CC, art. 1.004)
Bens:
No caso de contribuição em bens que não dinheiro, o sócio responde pela evicção e pela
solvência do devedor no caso de transferência de créditos. (CC, art. 1.005)
Serviços:
No caso de contribuição em serviços não se admite que o sócio o empregue em atividade
estranha à sociedade, sob pena de exclusão e não percepção dos lucros. (CC, art. 1.006)
O pagamento dos sócios, a título de participação nos lucros sociais, não se confunde com
outros tipos de remuneração a que o sócio pode ter direito. Assim, o contrato social poderá
destinar um pro labore aos que desempenham função de administração.
Cláusula de exclusão:
É nula a cláusula que exclua um ou alguns dos sócios dos lucros ou das perdas sociais. Não é
vedado, porém, a distribuição diferenciada dos lucros entre os sócios. (CC, art. 1.008)
É chamada de sociedade leonina aquela em que o contrato social atribui a apenas um dos
sócios a totalidade dos lucros ou exclui algum dos sócios.
Administrador:
O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a
diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus
próprios negócios. Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as
disposições concernentes ao mandato. (CC, art. 1.011)
Administração separada:
A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a
cada um dos sócios. Se a administração competir separadamente a vários administradores,
cada um pode impugnar operação pretendida por outro, cabendo a decisão aos sócios, por
maioria de votos. Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que
realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a
maioria. (CC, art. 1.013)
Responsabilidade:
Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros
prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções. (CC, art. 1.016)
Prestação de contas:
Os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas justificadas de sua
administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial
e o de resultado econômico. (CC, art. 1.020)
O sócio tem o direito de fiscalizar o andamento dos negócios sociais pela prestação de contas
e examinando os livros e documentos, e o estado de caixa da sociedade.
Subsidiaridade da responsabilidade:
A sociedade responde pelas dívidas com o seu próprio patrimônio. Somente no caso de
insuficiência desse patrimônio, os sócios podem ser chamados a responder com o seu
patrimônio pessoal. (CC, art. 1.024)
Novo sócio:
O sócio que ingressa na sociedade não se exime da responsabilidade pelas obrigações
anteriores à sua admissão. (CC, art. 1.025)
Sucessão e separação:
Os herdeiros do cônjuge de sócio, ou o cônjuge do que se separou judicialmente, não podem
exigir desde logo a parte que lhes couber na quota social, mas concorrer à divisão periódica
dos lucros, até que se liquide a sociedade. (CC, art. 1.027)
Retirada:
Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade;
se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência
mínima de 60 dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. (CC, art.
1.029)
Exclusão:
De acordo com o art. 1.030 do Código Civil, o sócio de uma sociedade contratual pode ser
excluído por um dos seguintes motivos:
mora na integralização das cotas (art. 1004 e seu parágrafo único);
justa causa, por falta grave no cumprimento de suas obrigações;
incapacidade civil superveniente.
A dissolução
Noções:
O fim da sociedade empresária decorre de um processo de extinção, também chamado de
dissolução. A dissolução pode ser extrajudicial ou judicial e compreende as fases de
dissolução (strictu sensu), liquidação e partilha.
Causas da dissolução:
A fase da dissolução strictu sensu é a que desencadeia as demais. A dissolução pode ser
tanto extrajudicial como judicial, de acordo com as hipóteses previstas abaixo em que se
dissolve a sociedade:
quando ocorre o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem
oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará
por tempo indeterminado;
quando houver consenso unânime dos sócios para sua extinção;
por deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo
indeterminado;
na falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de 180 dias;
quando ocorrer a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar (neste caso,
o Ministério Público deverá promover a liquidação judicial da sociedade, se os
administradores não o fizerem nos 30 dias seguintes à perda da autorização).
judicialmente, a requerimento de qualquer dos sócios, quando:
a) anulada a sua constituição;
b) exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade.
O contrato pode prever outras causas de dissolução, a serem verificadas judicialmente quando
contestadas.
Providências:
Ocorrida a dissolução, cumpre aos administradores providenciar imediatamente a
investidura do liquidante, e restringir a gestão própria aos negócios inadiáveis, vedadas
novas operações, pelas quais responderão solidária e ilimitadamente. Dissolvida de pleno
direito a sociedade, pode o sócio requerer, desde logo, a liquidação judicial. (CC, art. 1.036)
Liquidação:
A liquidação é a fase que tem como objetivo a realização do ativo e o pagamento do passivo
da sociedade. Durante a liquidação, a sociedade empresária sofre restrições em sua
personalidade jurídica, estando autorizada apenas à prática de atos tendentes à solução de
suas pendências obrigacionais.
Liquidante:
Dissolvida a sociedade, é necessária a nomeação de um liquidante. Se não estiver designado
no contrato social, o liquidante será eleito por deliberação dos sócios, podendo a escolha
recair em pessoa estranha à sociedade. O liquidante pode ser destituído, a todo tempo se
eleito mediante deliberação dos sócios ou em qualquer caso, por via judicial, a requerimento
de um ou mais sócios, ocorrendo justa causa. (CC, art. 1.038)
Partilha:
Após todos os pagamentos dos credores da sociedade, procede-se a partilha, que
compreende distribuição, entre os sócios, do remanescente da liquidação, se houver.
A sociedade cooperativa
Noções:
A sociedade cooperativa é uma sociedade simples. É uma associação de pessoas, que
contribuem com seu esforço pessoal ou suas economias, a fim de obter, para si, as vantagens
que o agrupamento possa propiciar. É um sistema que visa a proteger o pequeno produtor e
eliminar desajustamentos sociais oriundos dos excessos de intermediação capitalista. A
cooperativa é uma sociedade de pessoas, e não de capital. O Código Civil diz que a
cooperativa se regerá pelo disposto no Cap. VII (arts. 1.093 a 1.096), ressalvando-se a
legislação especial.
CÓDIGO CIVIL Art. 1.093 - A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a
legislação especial.
Embora seja considerada uma sociedade simples, o art. 32, II, “a” da Lei 8.394/94 dispõe que
seus atos devem ser arquivados na Junta Comercial.
Responsabilidade:
Conforme o art. 1.095, na sociedade cooperativa, a responsabilidade dos sócios pode ser
limitada ou ilimitada:
É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde somente pelo
valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações sociais, guardada a
proporção de sua participação nas mesmas operações.
É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde solidária e
ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Noções gerais
Noções iniciais:
A sociedade em nome coletivo foi o primeiro tipo de sociedade conhecido. De origem
medieval, sua constituição seguia o princípio da união do trabalho que envolvia os membros
de uma mesma família, os quais sentavam à mesa e comiam do mesmo pão. Hoje em dia,
conceituamos a sociedade em nome coletivo como aquela constituída por duas ou mais
pessoas, em que todos os sócios respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais, de
forma solidária e ilimitada. É importante lembrar que neste tipo de sociedade todos os
sócios devem ser pessoas físicas.
Art. 1.039 - Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo,
respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais.
CÓDIGO CIVIL
Parágrafo único - Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato
constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um.
Contrato social:
O contrato social deve mencionar, além das indicações constantes do art. 997 do Código
Civil, a firma social (CC, art. 1.041). Neste tipo de sociedade o nome só pode ter a forma de
firma ou razão social, que é em síntese, constituída pelo nome de todos os sócios ou de
alguns deles, seguido da expressão "& Companhia", por extenso ou abreviadamente, "& Cia".
Administração:
A administração da sociedade compete exclusivamente aos sócios, sendo o uso da firma, nos
limites do contrato, privativo dos que tenham os necessários poderes. (CC, art. 1.042)
Noções gerais
Noções iniciais:
A sociedade em comandita simples é também uma modalidade bastante antiga surgida na
Itália, durante a Idade Média. Sua denominação deriva do contrato de “commenda”, muito
usado nas cidades comerciais italianas dos sécs. XII e XIII, mediante o qual se entregava,
àquele que empreendia viagem marítima, certa importância em dinheiro ou mercadorias,
para que comerciasse em seu próprio nome e risco, repartindo eventuais lucros.
Art. 1.045 - Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os
comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e
CÓDIGO CIVIL
os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
Nome:
A firma ou razão social é constituída pelo nome dos sócios comanditados ou de um deles,
seguido da expressão "& Companhia", ou abreviadamente, "& Cia". É vedado ao sócio
comanditário dar o nome à razão social. O que violar a vedação torna-se solidária e
ilimitadamente responsável pelas obrigações sociais, o mesmo ocorrendo se se imiscuir na
administração da sociedade. Impede-se que o sócio não solidário figure ostensivamente na
razão social, pois do contrário induziria em erro os que contratassem com a sociedade.
Art. 1.047 - Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe
fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na
CÓDIGO CIVIL firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.
Parágrafo único - Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio
determinado e com poderes especiais.
Administração:
Uma das características da sociedade em comandita simples é o fato de que nem todos os
sócios podem participar da administração. Esta compete aos sócios comanditados ou,
dentre eles, o que for ou os que forem designados no contrato social. Silenciando o contrato
todos os comanditados podem participar da administração e usar a firma ou razão social.
Falecimento de sócios:
Falecendo sócio comanditado ocorrerá a dissolução parcial da sociedade, a menos que o
contrato social expressamente estipule o ingresso de sucessores (art. 1.028, I). Se falecer o
comanditário, a sociedade, em princípio, não se dissolve. Continuará com os sucessores, aos
quais cabe indicar um representante.
02 - (Magistratura/PR – 2006) Em relação à sociedade comum, de que trata o art. 986 do Código
Civil, é correto afirmar:
( ) a) O termo inicial da sociedade é a inscrição do ato constitutivo no registro competente.
( ) b) Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; os
bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívida da sociedade, senão
depois de executados os bens sociais, mas desse benefício de ordem está excluído
aquele que contratou pela sociedade.
( ) c) A sociedade goza de proteção do nome empresarial de que trata o art. 1.166 do Código
Civil.
( ) d) É uma sociedade personificada e todos os sócios respondem de forma solidária e
limitada pelas obrigações sociais.
26 - Assinale a opção em que as entidades mencionadas podem ser constituídas sob a forma de
sociedade unipessoal.
( ) a) subsidiária integral e sociedade simples;
( ) b) sociedade de economia mista e empresa pública;
( ) c) sociedade limitada e sociedade anônima;
( ) d) empresa pública e subsidiária integral.
01.C 02.B 03.A 04.B 05.A 06.B 07.A 08.D 09.C 10.D
11.D 12.D 13.D 14.A 15.B 16.A 17.B 18.C 19.D 20.A
11.D 22.B 23.D 24.A 25.C 26.D 27.A 28.D 29.C 30.D
Bibliografia
Direito Empresarial
07 – As Sociedades Empresárias
Atualizada em 10.12.2011